segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Spirit Bound - O recomeço Capitulo 2 Marcas da Vida






Stan e eu caminhamos lado a lado pelo terreno escuro da academia. Já fazia tanto tempo que eu andava sozinha, que de repente pareceu ser bom ter alguém ao meu lado. Nós não dissemos muitas coisas. Eu não sabia o que dizer e provavelmente Stan também não.

Chegamos de volta ao ginásio algum tempo depois. Eu olhei para a multidão de pessoas e pensei em como a vida era engraçada. Alguns minutos atrás eu havia fugido de algo que desejei minha vida toda. Estranho como o valor das coisas muda. Eu ás vezes me perguntava o que eu estava fazendo naquele lugar ainda.

– Rose! Eu sabia que você conseguiria, eu sempre soube.

Lissa correu para mim assim que eu entrei no ginásio. Quando ela me abraçou eu me lembrei da razão de estar ainda na academia, eu estava ali por ela. A confiança de Lissa em mim era a única coisa que eu ainda tinha. Eu sorri encarando seus olhos pálidos de jade. Lissa sorriu de volta e me arrastou pelo braço.

– Vamos, precisamos arrumar você.

– Me arrumar? Para que?

Lissa colocou as mãos na cintura, como se eu fosse uma anormal ou coisa parecida. Se bem que ultimamente eu me sentia mesmo, meio anormal.

– Para a cerimônia.

– Ah claro, a cerimônia.

Quando os guardiões se formavam, era feita uma cerimônia especial. Uma cerimônia em que se ganhava a marca da promessa.

Lissa me levou até o meu quarto e ficou tagarelando de um lado para o outro, como se quem fosse ser tatuada fosse ela, e não eu. Eu me limitei a ficar em silêncio e tentar salvar o que Stan não conseguiu destruir do meu rosto. Muitas camadas de corretivo depois, eu estava apresentável. Lissa prendeu meu cabelo em um coque alto, para deixar meu pescoço exposto, e me ajudou a vestir a roupa. Nada de vestido bonitos e brilhantes – alguém tinha que reformular essa história de terninho, afinal eu tenho dezoito anos! – o que nós usávamos era mesmo um conjunto de calça e blusa preta, com uma regata de decote amplo nas costas. É claro que minha amiga, princesa Lissa Dragomir, deu jeitinho de deixar minha roupa um pouco melhor, fazendo alguns ajustes em uma costureira moroi.

Quando terminamos, eu me olhei no espelho. Lissa sorriu.

– Fizemos um bom trabalho, hum?

– Você sempre faz um bom trabalho Liss.

Nós nos abraçamos por um longo tempo. Quando eu a soltei, Lissa estava com lágrimas nos olhos.

– Eu queria tanto que as coisas fossem diferentes, Rose. Eu queria tanto que ele estivesse aqui.

Eu engoli o meu próprio choro. Okay, falar de Dimitri agora era, sem dúvida, covardia das grandes.

– Está tudo bem Liss, vamos apenas deixar as coisas como estão.

Lissa não insistiu. Ela sabia que eu não gostava de falar sobre o passado, ela me conhecia bem.

Abrimos a porta do quarto, para encontrar Adrian do lado de fora. Ele estava com a mão para cima, preparando-se para bater.

– Hey, eu pensei que estava na corte – eu disse, puxando um sorriso de canto de boca.

– E perder isto?

Adrian abriu os braços, apontando para mim. Eu não pude deixar de sorrir.

– Isto o que? Os hematomas, ou os arranhões? Ah já sei! Provavelmente você está se referindo as múltiplas escoriações.

Adrian levou a mão ao meu rosto. Seus olhos castanhos estavam absolutamente doces e calmos. Embora ele ainda cheirasse a nicotina e whisky.

– Você não muda, Litlle Dhampir. Você não muda.

Eu queria dizer a ele que ele estava errado. Queria dizer que eu havia mudado muito, mas achei que não seria uma boa idéia, então eu apenas o peguei com um braço e Lissa com o outro e sai pelo corredor.

Alberta e os outros guardiões estavam em uma fileira quase militar. O clima no salão era muito sério e formal. Assim que eu coloquei o pé no salão da cerimônia, meu coração acelerou. Uma sensação forte e confortável tomou conta de mim. Eu estava ali, finalmente. Eu havia conseguido, apesar de tudo. Hoje, eu receberia minha marca da promessa, o que faria de mim uma guardiã de verdade. Hoje, eu cumpriria a maior de todas as minhas promessas.

Enquanto eu andava em fila junto aos outros novatos, meu coração estava em paz. Depois de muito tempo, enfim, meu coração estava em paz.

Eu me ajoelhei em uma almofada vermelha, em frente a um moroi de cabelos grisalhos que eu nunca tinha visto. Ele começou a recitar o juramento e eu comecei a sentir minha garganta se fechando junto com cada sim que eu dizia. Cada sim que eu dizia me lembrava a promessa que eu fiz a Dimitri, cada sim me lembrava que eu ainda tinha um trabalho para fazer. Um trabalho doloroso.

As lágrimas começaram a rolar no momento em que minha marca começou a ser feita. Não era dor, ou pelo menos, não dor física. A dor que eu sentia era na alma. É difícil explicar a responsabilidade que eu senti. Pode ser estranho para qualquer um que uma tatuagem possa mudar algo em você, mas eu nasci para isso. Receber aquela marca me transformava mais do que eu podia ter imaginado. Enquanto eu sentia a agulha arranhar a minha pele, eu me lembrei do meu instrutor. Me lembrei da primeira vez que vi sua marca. Da admiração que eu senti por suas seis marcas molnija. Eu tinha as minhas agora, e não poderia mostrar a ele.

Quando terminou, tudo que eu queria era sair dali. Eu queria me sentar em algum lugar e chorar. Só chorar.

Infelizmente, sair do salão não foi tão rápido como eu gostaria. Todos os meus amigos estavam ali, e eu pensei que se fizesse o que tinha vontade, eu estaria mais parecida com Stan do que eu poderia suportar.

Edie veio correndo e me pegou em um abraço apertado.

– Conseguimos Rose! Nós conseguimos!

O sorriso no rosto de Edie era tão sincero que eu acabei sorrindo junto. Sim nós havíamos conseguido.

Eu deixei Edie conversando com um outro garoto louro, do qual eu não me lembrava o nome e continuei andando. Uma mão conhecida em meu ombro, me fez virar.

– Eu estou orgulhosa de você Rosemary.

A voz impessoal de Jeanine Hathaway. Okay, eu estava costumada com isso, mas será que ela não podia me abraçar e dizer que me amava?

– Obrigada mãe, significa muito para mim.

Ela sorriu e eu percebi que significava muito para ela também. Apesar de tudo, eu acho que compreendia melhor a minha mãe ultimamente. Eu continuei buscando espaço entre a multidão.

– Procurando emprego, guardiã?

A voz sarcástica de Christian saiu de trás de uma pilastra.

– Não com um Ozera – eu respondi.

– Uh! Esta partiu o meu coração – Christian respondeu, colocando a mão sobre o peito.

– Você tem um?

Ele não respondeu minha provocação, apenas sorriu.

– Bela roupa.

– É, eu tenho uma bela estilista.

– Eu sei.

Só quando ele respondeu, foi que eu percebi que tinha dito besteira. Christian e Lissa ainda não tinham se acertado e isso era muito doloroso para os dois.

– Desculpe.

Eu tentei concertar as coisas, e o sorriso sarcástico voltou aos lábios dele.

– Não por isso.

Christian virou de costas e deu um tchau com as mãos, o que era bem típico dele.

– Nos vemos por aí? – eu gritei para ele.

– Sempre!

Um pouco antes de sair pela grande porta de madeira de lei, Lissa veio me abraçar e por mais que eu tentasse disfarçar, minha amiga entendia a razão das lágrimas – Sim, eu estava chorando. Assim que virei para a porta, tornou-se impossível segurar. Ela não perguntou ou falou absolutamente nada, apenas segurou minha mão e saiu comigo da multidão.

Lissa me deixou no quarto e voltou para festa, assim que eu disse que precisava ficar sozinha. Quando a porta se fechou, eu me livrei das roupas o mais rápido que pude e me deitei. Eu estava tão cansada que parecia que desmaiaria a qualquer momento.

Eu fechei meus olhos e busquei Dimitri em minha mente. Não foi difícil, já que ele estava em toda ela. Eu me foquei nele. Em seus olhos e seu sorriso e seu cheiro. Ah meu Deus como eu queria sentir aquele cheiro novamente!

Quando os sonhos vieram, eu estava na cabana. Nossa cabana. Eu estava na cama, vestindo uma calcinha e uma camiseta. E o cheiro estava lá. Aspirei o máximo que pude de ar. O cheiro dele. Estava tão perto, tão em mim. Quando olhei para baixo, eu percebi o porque, a camiseta que eu usava, era dele. Um barulho na pia, desviou minha atenção. Dimitri estava lá, usando apenas uma calça jeans, mexendo em alguma coisa. Eu não consegui desviar os olhos dele. Era ele novamente. Sua pele, seus olhos. Eu me levantei e caminhei até onde ele estava. Dimitri se virou e sorriu para mim, nada de presas, apenas sua boca, seus dentes.

– Então você acordou, Roza? Finalmente. Eu fiz café.

Ele estendeu uma xícara para mim. Eu a peguei e coloquei na pia. Dimitri estranhou.

– Não quer café?

Eu sorri maliciosamente para ele.

– Talvez depois.

Ele retribuiu a malicia do meu sorriso e me puxou em seus braços. Ah Deus, como eu estava com saudades! Minhas mãos deslizavam em seu peito nu, sentindo, tocando. Dimitri me beijou. Sua língua explorando minha boca, suas mãos explorando meu corpo. Eu podia sentir as correntes elétricas se espalhando em meu corpo.

– Eu quero você. Eu preciso de você - Foi o que eu consegui dizer entre um gemido e outro.

Ele não vacilou. Suas mãos desceram em minhas coxas e ele me segurou contra seu quadril. Eu agarrei em seu pescoço, puxando o mais perto. Dimitri me sentou na mesa atrás de nós e encaixou meu corpo no seu. Eu sentia seu toque em minha pele. Suas mãos percorrendo minhas costas, seus dedos acariciando meus seios. Eu podia sentir que era um sonho, mas eu não queria sair daquele lugar. Eu não queria sair nunca. Ele começou a beijar minha barriga, por baixo da camiseta e eu gemi mais. Tanto desejo, tanto tesão. Eu queria ele, eu queria mais. Deslizei meus dedos em seu cabelo, sentindo o toque suave e sedoso dele. Minha cabeça girou e de repente Dimitri não estava mais comigo. Eu estava em algum lugar estranho. Algo como uma fazenda. Uh! eu odeio fazendas! Que diabos eu estava fazendo em uma?

– Rose?

A voz de Mason me assustou.

– Pelo amor de Deus Mase, me diga que você não me tirou do meu sonho!

– Hey, eu não chamei você aqui!

– Não? Então me responda porque eu não estou na cabana com Dimitri e estou aqui com você?

– Eu não faço idéia. Eu moro aqui.

– Mora aqui? Como assim, mora aqui? Isto – eu abri meus braços, tentando dar ênfase a todo o feno e coco de cavalo que tinha no chão – é o paraíso?

Mason se deitou em um monte de feno e cruzou as mãos atrás do pescoço.

– Eu gosto daqui.

– Ótimo! Me lembre de não ir mais a igreja, assim quem sabe, eu não venha parar aqui.

Mason riu.

– Uma reuniãozinha e ninguém me convida?

– Adrian! O que você faz aqui? – eu perguntei assim que o vi.

Ele se aproximou, impecável, em sua calça caqui e sua camisa branca. Adrian estendeu a mão para mim.

– Eu não consegui dar os parabéns antes, resolvi aparecer agora - seus olhos encontraram os de Mason e ele continuou – só não esperava que você tivesse companhia. Aliás, eu achei que os espíritos não pudessem se comunicar com os vivos.

– Rose é uma shadow-kissed. E você o que quer com ela? – Mason perguntou, levantando-se um pouco.

– Assunto particular – Adrian respondeu me puxando para perto dele.

Impressão minha ou naquele momento eu tinha dois espíritos brigando por minha causa? Bom papai-do-céu, ou fada-do-dente, ou coelhinho-da-páscoa, sei lá. Se eu puder posso trocar os dois e voltar para a cabana? Okay, é claro que eu não posso. Eu respirei fundo e olhei para Adrian.

– Então foi você que me trouxe aqui?

– Sim. Não. Mais ou menos. Eu tentei entrar no seu sonho, mas não consegui, então de repente, você estava aqui.

Ele olhou diretamente para mim e continuou.

– Alguma coisa me bloqueou de entrar em sua mente antes, o que foi?

– Eu não faço idéia, o usuário do espírito aqui é você!

– Você estava com alguém poderoso. Alguém com quem você tem uma ligação muito forte. Lissa, talvez.

Eu tossi e pigarreei um pouco, antes de concordar. Bem, era muito melhor ele pensar em Lissa do que saber a verdade. Minha bochecha corou só de pensar.

Mason e Adrian continuaram discutindo sobre qual dos dois tinha mais direito de estar em meus sonhos e minha cabeça estava doendo, muito. Eu dei uma sacudida, tentando eliminar as vozes, nada. Soltei hunf entre os dentes e me sentei ao lado de Mason – aquilo iria demorar – mas antes que eu soltasse meu peso, alguma coisa me espetou e eu olhei para baixo. Para a minha maior felicidade, eu ainda estava de calcinha e camiseta, o que era absolutamente constrangedor. Eu surtei.

– Você! Eu apontei para Mason – me faça o favor de aparecer apenas quando eu estiver vestida! E você! – eu apontei para Adrian – me faça o favor de arranjar alguma roupa decente para mim em suas fantasias! E agora os dois! Me levem de volta, pelo amor Deus. Vocês estão me dando dor de cabeça.

Um segundo depois, eu estava em minha cama.

Confesso que tentei, desesperadamente, voltar a sonhar com Dimitri, mas eu não consegui. Eu estava ansiosa com o futuro e amedrontada. Como se pudesse sentir, Mason apareceu.

– Rose, me desculpe. Eu não queria atrapalhar você, eu nem sabia que você poderia ir até lá.

– Okay – eu respondi meio sem vontade.

– É sério Rose. Eu não entendo bem estas coisas ainda, sabe, não fácil morrer.

Eu pensei em dizer alguma coisa como: “E você vem dizer isto para mim? Eu estou tentando matar um strigoi que eu amo e não está dando muito certo”. Mas ao invés disso, eu disse outra coisa. Algo que convenceu ele de que tudo estava mesmo bem, porque ele parou de falar do assunto.

– Hey, posso ver sua marca?

– Hum?

Mason revirou os olhos para mim.

– A da promessa Rose, a da promessa! Lembra? Aquela que você fez hoje!

– Ah esta. Sim, é claro.

Segurei meu cabelo em um rabo de cavalo para que Mason pudesse ver meu pescoço.

– Está linda.

Eu olhei pelo espelho.

– Ah, ela inda está meio vermelha, mas vai ficar bom logo. Sabe, eu tenho ma ótima cicatrização.

Mason sorriu e se aproximou.

– Não a marca sua boba, você.

Engoli em seco. Eu não tinha menor idéia de como lidar com o flerte de um fantasma. Sarcasmo! Sarcasmo é sempre bem vindo.

– Devem ser os hematomas, sabe, eu li que homens se sentem atraídos por isso.

Mason sorriu comigo.

– Você leu? Desde quando você lê?

Eu me fiz de ofendida.

– Desde sempre. Eu não sou só um rostinho bonito em um corpo super sexy, eu sou inteligente.

Mason segurou minha mão e olhou em meus olhos.

– Eu amo você Rose. Sempre vou amar.

– Mase eu...

– Não se preocupe, eu entendo. Eu sei o quanto você o ama, eu sinto. Sempre senti.

Mason baixou os olhos para o chão e eu me senti culpada. Culpada por usa-lo, culpada não ter conseguido protege-lo. Ele segurou meu rosto entre suas mãos frias.

– Vou fazer o que for preciso para vê-la feliz de novo.

Ele sorriu e eu sorri também. Era bom ter Mason de volta, por mais estranho que isso fosse. Ele soltou meu rosto de repente, ainda sorrindo.

– Vivo na área! - E desapareceu.

Alguns segundos depois, bateram em minha porta. Eu não me espantei quando abri.

– Adrian. O que você quer.

Ele me estudou um pouco e depois soltou um dos seus sorrisos irônicos.

– Prefiro a camiseta.

Olhei para baixo e percebi que eu usava minhas calças velhas de ginástica e uma blusa de algodão.

– E você veio aqui, no meio da noite, só para me dizer isto?

Ele entrou – Adrian nunca esperava ser convidado – e se sentou na cadeira da escrivaninha.

– Eu vim te dar os parabéns – ele esperou um pouco para depois continuar – e, fazer uma proposta.

– Ah uma proposta! Bem, isto muda tudo. E o que seria Adrian Ivashcov?

– Eu vou ajuda-la.

– Em que?

– Em sua busca.

Eu sabia exatamente do que ele estava falando e já estava odiando Lissa por ter contado, mas mesmo assim, me fiz de desentendida.

– Que busca?

Ele suspirou fundo.

– Seu guardião, Litlle Damphir.

Eu fiquei muda. Se por um lado, eu não queria que ninguém soubesse, por outro, seria bom ter ajuda. Especialmente de alguém que pudesse obter facilmente favores com a rainha. Eu precisava de alguém que pudesse me ajudar com Victor.

– E o que você quer em troca?

– Sua garantia de que eu terei minha chance com você.

Eu me sentei na cama e cruzei as pernas.

– Eu já lhe prometi isso.

– Não Rose. Eu não quero que você me prometa nada, eu quero que pense. Por isso eu vou ajuda-la, enquanto você tiver esperanças com Belikov, você não vai poder me dar uma chance.

– Então por isso, você vai me ajudar a mata-lo.

– Sim.

De repente, uma esperança brilhou em minha mente. E se desse certo? E se fosse mesmo verdade? O que eu faria com Adrian? Não era justo usa-lo, especialmente sabendo que ele realmente tinha esperanças em relação a isso. Eu suspirei.

– E se eu descobrir que posso salva-lo. E se der certo Adrian, você sabe que vamos ficar juntos.

Ele olhou serio para mim, mas eu pude ver a doçura e a sinceridade em sua voz.

– Então eu vou saber que fiz a coisa certa.

Eu o abracei e Adrian encostou os lábios nos meus. Não foi exatamente um beijo, mesmo porque eu não me movi, mas foi carinhoso e tenho que admitir que Adrian tinha um certo charme.

– Para a corte, então? Adrian me perguntou.

– Sim para a corte!