quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A.Vampiro - aura negra (capitulo 9)


NOVE
Eu não vi Dimitri por um tempo depois disso. Ele mandou uma mensagem mais tarde naquele
dia dizendo que era melhor cancelar as nossas próximas duas sessões por causa dos planos de
deixar o campus que já estavam quase chegando. As aulas estão pra acabar de qualquer
forma, ele disse; tirar uma folga do treino parece uma coisa razoável.
Era uma desculpa idiota, e eu sabia que não era esse o motivo dele estar cancelando. Se ele
queria me evitar, eu teria preferido que ele tivesse inventado algo sobre como ele e mais
alguns guardiões tinham que cuidar da segurança ou treinar movimentos ninja ultra secretos.
Independente da história, eu sabia que ele estava me evitando por causa do beijo. Aquele
maldito beijo. Eu não me arrependia, não exatamente. Só Deus sabia o quanto eu estava
esperando por ele. Mas eu o beijei pelas razões erradas. Eu o beijei porque eu estava chateada
e frustrada e só queria provar que eu podia. Eu estava tão cansada de fazer a coisa certa o
tempo todo, a coisa inteligente. Eu estava tentando estar mais no controle ultimamente, mas
eu parecia estar escorrendo.
Eu não tinha esquecido do aviso que ele me deu uma vez – que nós ficarmos juntos não era só
um problema de idade. Interferiria no nosso trabalho. Forçá-lo a me beijar...bem, eram as
chamas de um problema que eventualmente iria prejudicar Lissa. Eu não deveria ter feito isso.
Ontem, eu estive incapaz de me parar. Hoje eu podia ver com mais clareza e não conseguia
acreditar no que eu tinha feito.
Mason me encontrou na manhã de natal, e nós fomos nos encontrar com os outros. Foi uma
boa oportunidade para tirar Dimitri da minha cabeça. Eu gostava de Mason-bastate. E não era
como se eu tivesse que fugir e casar com ele. Como Lissa tinha dito, seria saudável para mim
só namorar alguém de novo.
Tasha era a anfitriã do nosso brunch de natal em um elegante salão nos quartos de convidados
da Academia. Várias atividades de grupos e festas estavam ocorrendo na escola, mas eu
rapidamente notei que a presença de Tasha sempre criava um distúrbio. As pessoas ou a
encaravam ou saiam do seu caminho para evitá-la. As vezes ela os desafiava. As vezes ela só
era discreta. Hoje, ela escolheu ficar fora do caminho dos outros da realeza e simplesmente
aproveitar essa pequena, e privada festa com aqueles que não a evitava.
Dimitri tinha sido convidado, e um pouco da minha resolução dissolveu quando eu o vi. Ele
realmente se vestiu para a ocasião. Ok, “se vestiu,” talvez seja um exagero, mas era o mais
perto que eu já vi chegar disso. Normalmente ele parecia um pouco duro... como se ele
pudesse entrar em uma batalha a qualquer momento. Hoje, seu cabelo escuro estava
amarrado na sua nuca, como se ele realmente tivesse tentado fazer ele ficar legal. Ele usava
suas jeans e botas de couro usual, mas ao invés de uma camisa ou uma camisa térmica, ele
usava um suéter preto. Era um suéter normal, nada cara ou de grife, mas acrescentava um
toque de polimento que eu não via normalmente, e oh meu Deus, ficava muito bem nele.
Dimitri não foi mal comigo nem nada disso, mas ele certamente não saiu do seu caminho para
conversar comigo. Ele conversou com Tasha, no entanto, e eu assisti fascinada enquanto eles
conversavam naquele jeito fácil deles. Eu soube que um bom amigo dele era um primo
distante da família de Tasha; que tinha sido como os dois haviam se encontrado.
“Cinco?” perguntou Dimitri surpreso. Eles estavam discutindo o número de filhos do amigo.
“Eu não ouvi isso.”
Tasha acenou. “É loucura. Eu juro, eu não acho que a esposa dele teve mais de 6 meses de
folga entre os nascimentos. Ela é baixa,também – então ela só ficou mais e mais gorda.”
“Quando eu o encontrei pela primeira vez, ele jurou que ele não queria filhos.”
Os olhos dela cresceram excitados. “Eu sei!Eu não posso acreditar. Você deveria ver agora. Ele
simplesmente derrete perto deles. Eu nem consigo entendê-lo metade do tempo. Eu juro, ele
fala mais língua de bebê do que inglês.”
Dimitri deu um raro sorriso. “Bom...crianças fazem isso com as pessoas.”
“Eu não consigo imaginar isso acontecer com você,” ela riu. “Você é sempre tão severo. É
claro... eu suponho que você usaria a língua de bebê em russo, então ninguém nunca saberia.”
Os dois riram disso, e eu me virei, agradecida por Mason estar lá para conversar com ele. Ele
era uma boa distração pra tudo, porque além de Dimitri me ignorar, Lissa e Christian estavam
conversando em seu próprio mundo também. Sexo parecia ter deixado eles muito mais
apaixonados, e eu me pergunto se eu vou passar algum tempo com ela na viagem de esqui. Ela
eventualmente se afastou para me dar seu presente de natal.
Eu abri a caixa e olhei para dentro.Eu vi um rosário, e o cheiro de rosas flutuou no ar.
“O que ...”
Eu levantei o rosário, e um crucifixo pesado balançou na ponta dele. Ela tinha me dado um
achotki. Era parecido a um rosário, mas menor. Do tamanho de um bracelete.
“Você está tentado me converter?” eu perguntei ironicamente. Lissa não era uma louca
religiosa nem nada assim, mas ela acreditava em Deus e ia a igreja regularmente. Como muitas
famílias Moroi que tinham vindo da Rússia ou do Leste Europeu, ela era Cristã Ortodoxa.
Eu? Eu era basicamente uma Ortodoxa Agnóstica. Eu imagino que Deus provavelmente existe,
mas eu não tinha o tempo ou a energia para investigar. Lissa respeitava isso e nunca tentou
me passar a fé dela, o que fazia o presente ser muito mais estranho.
“Vire ao contrário,” ela disse, claramente entretida com meu choque.
Eu virei. Atrás da cruz, um dragão decorado com flores tinha sido entalhado no outro. O
símbolo dos Dragomir. Eu olhei para ela, estarrecida.
“É uma herança de família,” ela disse. “Um dos melhores amigos de papai tem guardado caixas
dessas coisas. Isso estava lá. Pertencia a guardiã da minha bizavó.”
“Liss...” eu disse. O chotki teve um outro significado. “Eu não posso... você não pode me dar
algo assim.”
“Bem, eu certamente não posso ficar com ele. É para um guardião. Meu guardião.”
Eu enrolei o rosário no meu pulso. A cruz era fria contra a minha pele.
“Você sabe,” eu provoquei,”tem uma boa possibilidade deu ser expulsa da escola antes de
poder me tornar sua guardiã.”
Ela riu.”Bem, quando isso acontecer você devolve.”
Todo mundo riu. Tasha começou a dizer algo, então parou quando olhou para porta.
“Janine!”
Minha mãe estava parada lá, parecendo mais rígida e impassível que nunca.
“Desculpe o atraso,” ela disse.”Eu negócios a tratar.”
Negócios. Como sempre. Mesmo no natal.
Eu senti meu estomago se remexer e calor subiu para as minhas bochechas enquanto os
detalhes da nossa briga vinham a minha mente. Ela nunca mandou uma palavra de
comunicação desde do ocorrido dois dias atrás, nem mesmo quando eu estava na enfermaria.
Nada de desculpas. Nada. Eu cerrei os dentes.
Ela se sentou conosco e logo se juntou a conversa. Fazia muito tempo eu sabia que ela só sabia
falar de uma coisa: assuntos de guardiões. Eu me pergunto se ela tem algum hobbie.O ataque
aos Badica estava na mente de todos, e isso a levou para uma conversa sobre uma luta
parecida que ela esteve. Para meu horror, Mason estava preso no mundo dela.
“Bom, decapitar alguém não é tão fácil quanto parece,” ela disse em seu jeito de “aliás”. Eu
nunca pensei que fosse fácil, mas seu tom sugeriu que ela acreditava que todos achavam que
era moleza. “Você tem que passar pela espinha e os tendões.”
Através da ligação, eu senti Lissa ficar inquieta. Ela não gostava de conversas nojentas.
Os olhos de Mason se iluminaram. “Qual é a melhor arma pra fazer isso?”
Minha mãe considerou. “Um machado. Você coloca mais peso nele.”Ela fez um movimento
ilustrativo.
“Legal,” ele disse. “Cara, eu espero que eles me deixem carregar um machado.” Era uma idéia
cômica e ridícula, já que machados não eram armas convenientes para carregar por aí. Por
meio segundo, a idéia de Mason andando pela rua com uma machado em seus ombros
melhorou meu humor. O momento passou rápido.
Eu honestamente não conseguia acreditar que estávamos tendo essa conversa no natal. A
presença dela tinha azedado tudo. Felizmente, os convidados eventualmente se dispersaram.
Lissa e Christian foram fazer suas próprias coisas, e Dimitri e Tasha aparentemente tinham
mais coisas para conversar. Mason e eu estávamos a caminho do dormitório dos dhampirs
quando minha mãe se juntou a nós.
Nenhum de nós disse nada. Estrelas enchiam o céu. Brilhantes e agudas, seu brilho combinava
com o gelo e a neve ao redor de nós. Eu usava minha capa marfim com pele falsa . Fez um bom
trabalho em manter meu corpo quente, embora eu não fizesse nada contra a rajada de vento
que atingia meu rosto. O tempo todo que andamos, eu fiquei esperando que minha mãe
virasse para a área dos guardiões, mas ela entrou no dormitório conosco.
“Eu estava querendo falar com você,” ela disse finalmente. Meu alarme ligou. O que eu tinha
feito agora?
Isso foi tudo o que ela disse, mas Mason entendeu instantaneamente. Ele não era idiota ou
inconsciente das pistas sociais, embora naquele momento, eu meio que desejava que ele
fosse. Eu também achei irônico que ele quisesse lutar com cada Strigoi no mundo mas tivesse
medo da minha mãe.
Ele me olhou pedindo desculpas, encolheu os ombros e disse, “Hey, eu preciso ir, hum, para
algum lugar. Eu vejo você depois.”
Eu observei com lamento enquanto ele partia, desejando poder correr junto com ele. Minha
mãe provavelmente iria me atacar ou socar meu outro olho se eu tentasse fugir. Melhor fazer
as coisas do jeito dela e acabar logo com isso. Virando inconfortável, eu olhei para ela e
esperei ela falar. Pelo canto dos meus olhos, eu notei algumas pessoas nos olhando.
Lembrando que todo mundo parecia saber que ela tinha me dado um olho roxo, eu de repente
decidi que eu não queria que as testemunhas ao redor vissem qualquer sermão que ela estava
prestes a me dar.
“Você quer, hum, ir para o meu quarto?” eu perguntei.
Ela parecia surpresa, quase em duvida. “Claro.”
Eu a levei para cima, mantendo uma distancia segura enquanto andávamos. Uma grande
tensão se criou entre nós. Ela não disse nada quando chegamos no meu quarto, mas eu a vi
examinar cada detalhe com cuidado, como se um Strigoi pudesse entrar ali. Eu sentei na cama
e esperei ela entrar, sem saber o que fazer. Ela passou seus dedos por uma pilha de livros de
comportamento animal e evolução.
“Esses são para um relatório?” ela perguntou.
“Não. Eu só me interesso por eles, só isso.”
As sobrancelhas dela levantaram. Ela não sabia disso. Mas como ela saberia? Ela não sabia
nada sobre mim. Ela continuou sua avaliação, parando e estudando coisas pequenas que
aparentemente a surpreenderam sobre mim. Uma foto de Lissa e eu vestidas de fadas no
Halloween. Uma bolsa de SweeTarts. Era como se minha mãe estivesse me encontrando pela
primeira vez.
Bruscamente, ela se virou e estendeu sua mão para mim. “Aqui.”
Assustada, eu me inclinei para frente e pus minha palma embaixo da dela. Algo pequeno e frio
caiu na minha mão. Era um pingente redondo, bem pequeno – não era muito maior que uma
moeda de 10 centavos. A base de prata segurava um disco de vidro liso com círculos coloridos.
Franzindo a sobrancelha, eu passei meu dedo pela superfície. Era estranho, mas os círculos
quase pareciam um olho. O interior era menor, como uma pupila. Era um azul tão escuro que
parecia preto. Ao redor tinha um circulo grande de um azul pálido, e que ao redor tinha um
circulo branco. Uma pequena, pequena parte da aquele azul escuro circulava fora do branco.
“Obrigado,” eu disse. Eu não esperava nada dela. O presente era estranho, porque diabos ela
me daria um olho? – mas era um presente. “Eu não... eu não tenho nada pra você.”
Minha mãe acenou, rosto vazio e sem preocupação de novo. “Está tudo bem. Eu não preciso
de nada.”
Ela se virou de novo e começou a andar pelo quarto. Ela não tinha muito espaço para fazer
isso, mas sua altura a fazia dar passos menores. Cada vez que ela passava pela janela na frente
da minha cama, a luz atingia seu cabelo e o iluminava. Eu assisti a curiosidade dela e percebi
que ela estava tão nervosa quanto eu.
Ela parou de andar e olhou para mim. “Como está seu olho?”
“Melhorando.”
“Ótimo,” ela abriu sua boca, e eu tive a sensação que ela estava prestes a se desculpar. Mas
ela não se desculpou.
Quando ela começou a andar de novo, eu decidi que eu não conseguia agüentar ficar parada.
Eu comecei a colocar meus presentes para longe. Eu tinha ganhando uma boa quantidade de
coisas essa manhã. Um deles era um vestido de seda de Tasha, vermelho e bordado com
flores. Minha mãe me assistiu pendurar ele no pequeno armário do quarto.
“Isso foi muito gentil de Tasha.”
“É,” eu concordei. “Eu não sabia que ela ia me dar alguma coisa. Eu gosto muito dela.”
“Eu também.”
Eu virei do armário surpresa e encarei minha mãe. Sua surpresa me encarou. Se eu não
soubesse melhor, eu diria que nós estávamos concordando em algo. Talvez um milagre de
natal tenha acontecido.”
“O guardião Belikov será um bom companheiro para ela.”
“Eu-“ eu pisquei, sem ter certeza do que ela estava falando. “Dimitri?”
“Guardião Belikov,” ela me corrigiu firmemente, ainda não aprovando meu jeito casual de me
dirigir a ele.
“Que...que tipo de companheiro?” eu peguntei.
Ela levantou uma sobrancelha. “Você não ficou sabendo? Ela pediu a ele que fosse seu
guardião – já que ela não tem um.”
Eu senti como se tivesse levado um novo soco. “Mas ele...ele foi designado para cá. E para
Lissa.”
“Arranjos podem ser feitos. E independente da reputação dos Ozera... ela ainda é da realeza.
Se ela forçar, ela pode pegar ele.”
Eu encarei um espaço em branco. “Bom, eu acho que eles são amigos e tudo mais.”
“Mais do que isso – ou possivelmente poderiam ser.”
Bam! Soco de novo.”
“O que?”
“Hmm? Oh. Ela... se interessa por ele.” Pelo tom da minha mãe, era claro que romantismo não
interessava para ela. “Ela estava disposta em ter filhos dhampir, então é possível que eles
eventualmente façam a, um, arranjos se ele for o guardião dela.”
Oh. Meu. Deus.
Tempo parou.
Meu coração parou de bater.
Eu percebi que a minha mãe estava esperando por uma resposta. Ela estava inclinada contra a
mesa, me observando. Ela pode ser capaz de caçar um Strigoi, mas ela era inconsciente dos
meus sentimentos.
“Ele... ele vai fazer isso? Ser o guardião dela?” eu perguntei fracamente.
Minha mãe deu nos ombros. “Eu não acho que ele concordou com isso ainda, mas é claro que
ele vai. É uma ótima oportunidade.”
“É claro,” eu repeti. Porque Dimitri recusaria a chance de ser guardião de uma amiga dele e ter
um filho?
Eu acho que a minha mãe disse algo mais depois disso, mas eu não ouvi. Eu não ouvi nada. Eu
fiquei pensando sobre Dimitri deixando a Academia, me deixando. Eu pensei sobre como ele e
Tasha se davam tão bem. E então, depois disso, minha imaginação começou a improvisar
futuros cenários. Tasha e Dimitri juntos. Se beijando. Nus. Outras coisas...
Eu fechei meus olhos por meio segundo e depois os abri.
“Estou cansada.”
Minha mãe parou no meio da frase. Eu não faço idéia o que ela estava dizendo antes deu
interrompe-la.
“Estou cansada,” eu repeti. Eu podia ouvir o vazio na minha própria voz. Vazio. Nada de
emoções. “Obrigado pelo olho...um, coisa,mas se você não se importa...”
Minha mãe me olhou surpresa, suas feições abertas e confusas. E então, desse jeito, sua
parede de profissionalismo voltou para seu devido lugar. Até aquele momento, eu não tinha
percebido o quanto ela tinha deixado sair. Mas ela tinha. Só por um breve momento, ela se
deixou ficar vulnerável comigo. Aquela vulnerabilidade agora tinha desaparecido.
“É claro,” ela disse duramente. “Eu não quero incomodar você.”
Eu queria dizer a ela que não era isso. Eu queria dizer a ela que eu não estava expulsando ela
por qualquer razão pessoal. E eu queria dizer a ela que eu desejava que ela fosse gentil e
amorosa, uma mãe compreensível que você sempre ouve falar, uma que eu pudesse
conversar. Talvez até uma mãe que eu pudesse discutir minha vida amorosa perturbada.
Deus. Eu queria poder contar a qualquer um sobre isso, na verdade. Especialmente agora.
Mas eu estava presa em meu próprio drama pessoal para dizer uma palavra. Eu me sentia
como se alguém tivesse arrancado meu coração e jogado pelo quarto. Tinha um dor que
queimava e agonizada em meu peito, e eu não fazia idéia como ela podia ser preenchida. Era
uma coisa aceitar que eu não podia ter Dimitri. Era uma algo completamente diferente
perceber que outra pessoa podia.
Eu não disse mais nada para ela porque a minha capacidade de falar não existia mais. Furia
brilhou nos olhos dela, e os seus lábios ficaram lisos naquela expressão de desprazer que ela
normalmente usava. Sem outra palavra, ela se virou e saiu, batendo a porta. Ter batido a porta
era algo que eu também teria feito, na verdade. Eu acho que nós dividimos alguns genes afinal.
Mas eu esqueci dela quase que imediatamente. Eu só fiquei sentada pensando. Pensando e
imaginando.
Eu passei o resto do dia fazendo um pouco mais que isso. Eu não fui no jantar. Eu chorei. Mas
principalmente, eu só fiquei sentada na minha cama pensando e ficando cada vez mais
deprimida. Eu também descobri que a única coisa pior que imaginar Dimitri e Tasha juntos era
lembrar quando eu e ele estávamos juntos. Ele nunca mais me tocaria daquele jeito, nunca me
beijaria de novo...
Esse era o pior natal de todos.

A.Vampiro - aura negra (capitulo 8)


OITO
Christian estava beijando ela, e wow, era um belo beijo. Ele não estava brincando. Era o tipo
de beijo que crianças pequenas não deveriam ter permissão de ver. Diabos, era o tipo de beijo
que ninguém deveria ter permissão de ver – muito menos experimentar através de uma
ligação mental.
Como eu tinha notado antes, as emoções fortes de Lissa podiam fazer esse pandemônio
acontecer – aquele que me fazia entrar na cabeça dela. Mas sempre, sempre, era por causa de
uma emoção negativa muito forte. Ela ficava magoada ou irritada, e isso me alcançava. Mas
dessa vez? Ela não estava chateada.
Ela estava feliz. Muito, muito feliz.
Oh cara. Eu preciso sair daqui.
Eles estavam no sótão da igreja da escola ou, como eu gostava de chamar, o ninho de amor
deles. O lugar tinha se transformado no lugar em que eles ficavam, quando um deles estava se
sentindo anti social e queria escapar. Eventualmente, eles decidiram ser anti sociais juntos, e
uma coisa levava a outra. Desde que eles começaram a namorar publicamente, eu sabia que
eles não passavam muito mais tempo lá. Talvez eles tivessem voltado devido aos velhos
tempos.
E de fato, uma celebração parecia estar acontecendo. Pequenas velas aromáticas estavam
espalhadas ao redor do empoeirado e velho lugar, velas que enchiam o ar com o cheiro de
lilás. Eu estaria um pouco nervosa de acender todas aquelas velas em um espaço pequeno
cheio de caixas e livros inflamáveis, mas Christian provavelmente descobriu que ele podia
controlar qualquer acidente.
Eles finalmente pararam com o insano longo beijo e se afastaram um do outro. Eles deitaram
lado a lado no chão. Vários cobertores tinham sido espalhados no chão.
O rosto de Christian era aberto e delicado enquanto ele olhava para Lissa, seus olhos azuis
brilhavam com alguma emoção interna. Era diferente do jeito que o Mason me observava.
Tinha adoração em seus olhos, mas Mason era muito mais quando você entra numa igreja e
cai de joelhos respeitoso e com medo de algo que você adora mas não entende de verdade.
Christian claramente adorava Lissa do seu jeito, mas tinha um brilho conhecido em seus olhos,
um senso que os dividiam um entendimento um do outro tão perfeito e poderoso que não era
necessário palavras para conduzi-lo.
“Você não acha que nós para o inferno por isso?” perguntou Lissa.
Ele a alcançou e tocou seu rosto, traçando seus dedos pela bochecha e pescoço e para baixo
em sua camiseta de seda. Ela respirava pesado com aquele toque, era um gesto gentil e
pequeno, mas evocava uma forte paixão nela.
“Por isso?” Ele brincou com as extremidades da camiseta, deixando seus dedos mal
encostarem dentro dela.
“Não,” ela riu. “Por isso.” Ela gesticulou ao redor de forma teatral. “Isso é uma igreja.Nós não
deveríamos fazer esse tipo, hum, de coisa aqui.”
“Não é verdade,” ele discutiu. Gentilmente, ele a puxou para as costas dele e se inclinou por
cima. “A igreja é lá embaixo. Isso é um armazém. Deus não vai se importar.”
“Você não acredita em Deus,” ela o castigou. Suas mão foram para o peito dele. Seus
movimentos eram leves e deliberados como os dele, e ela despertava a mesma resposta
poderosa nele.
Ele tinha lembranças felizes enquanto ela deslizava debaixo de sua camiseta e em cima de sua
barriga. “ Eu vou mimar você “
“ Você diria qualquer coisa nesse momento”, ela acusa nesse momento. Os dedos dela
pegaram a borda de sua camiseta e a puxou para cima. Ele se moveu para que ela pudesse
puxar até o fim, e então se inclinou em cima dela, sem camisa.
“Você está certo” ela concordou. Ele ,com cuidado, abriu um botão de sua blusa. Apenas um.
Então, ele de novo se inclinou para baixo, e deu para ela um daqueles fortes e profundos
beijos. Quando ele veio buscar por ar, ele continuou como se nada tivesse acontecido. “ Me
Diga o que você precisa ouvir, e eu vou dizer.” Ele abriu outro botão.
“ Não há nada que eu precisa ouvir,” ela riu. Outro botão foi aberto. “ Você pode me dizer o
que você quiser- seria muito bom se fosse verdade.”
“ A verdade, huh? Ninguém quer ouvir a verdade. A verdade nunca é sexy. Mas você...” O
ultimo botão foi aberto, jogou sua camiseta longe. “ Você é muito sexy para ser real. “
Suas palavras mantiveram o tom de voz, que é sua marca registrada, mas seus olhos
transmitiram uma mensagem completamente diferente. Eu estava testemunhando esta cena
através dos olhos de Lissa, mas eu podia imaginar o que ele via. Sua pele suave e branca. Sua
cintura e quadris magros. O sutiã branco de laços. Através dela eu podia sentir que o tecido
coçava, mas ela não se importava.
Sentimento tanto de afeição quanto de fome se espalharam por suas feições. Através de Lissa,
eu podia sentir seu coração bater mais rápido e respiração aumentar. Emoções similares as de
Christian enevoaram todos os outros pensamentos. Virando para baixo, ele deitou em cima
dela, pressionando seus corpos juntos. Sua boca buscava a dela de novo, e quando seus lábios
e línguas fizeram contato, eu sabia que tinha de sair de lá.
Porque eu entendi. Eu entendi porque Lissa tinha se arrumado e porque seu ninho de amor
tinha sido enfeitado como um quarto de hotel. Era isso. O momento. Depois de um mês
namorando, eles iriam fazer sexo. Lissa, eu sabia, já havia feito antes com seu antigo
namorado. Eu não sabia do passado de Christian, mas eu sinceramente duvidada que muitas
garotas tinham sido vítimas do seu charme.
Mas sentindo o que Lissa sentia, eu podia dizer que nada disso importava. Não naquele
momento. Nessa hora, eram apenas os dois e o que eles sentiam um pelo outro era o certo
agora. E em uma vida cheia de preocupações que alguém da idade dela não deveria ter, Lissa
sentia absoluta certeza sobre o que ela estava fazendo. Era o que ela queria. O que ela queria
por um longo tempo com ele.
E eu não tinha direito de estar testemunhando isso.
E a quem eu estava enganando? Eu não queria testemunhar isso. Eu não sentia prazer em
assistir outras pessoas se pegando, e eu com certeza não queria experimentar sexo com
Christian. Seria como perder ,virtualmente, minha virgindade.
Mas Jesus Cristo, Lissa não estava facilitando para eu sair de sua cabeça. Ela não tinha desejo
de se desapegar de sentimentos e emoções, e quanto mais forte ficavam, com mais força eles
me seguravam. Tentando me distanciar dela, eu foquei minhas energias em voltar a mim
mesma, me concentrando o máximo que eu pude.
Mais roupas desapareceram...
A camisinha apareceu...ecaaa.
Você é sua própria pessoa, Rose. Volte para a sua cabeça.
Seus membros se interligaram, seus corpos se moviam juntos...
Filho da-
Eu sai de sua cabeça e voltei a mim mesma. Mais uma vez, eu estava de volta no meu quarto,
mas eu não tinha mais nenhum interesse em arrumar minha mochila. Meu mundo inteiro
estava de cabeça para baixo. Eu me senti estranha e violada- quase sem ter certeza se eu era
Rose ou se eu era Lissa. Eu também sentia ressentimento em relação a Christian de novo. Eu
certamente não queria fazer sexo com Lissa, mas tinha a mesma dor forte dentro de mim,
aquele frustrante sentimento em que eu não mais era o centro do mundo dela.
Deixando a mochila intocada, eu fui direto para a cama, colocando meus braços em volta de
mim mesma e ficando em posição de feto, eu tentei oprimir a dor que eu sentia em meu peito.
Eu adormeci bem rápido e acordei cedo como resultado. Normalmente, eu tinha que me
arrastar para fora da cama para ir encontrar Dimitri, mas hoje eu apareci cedo o suficiente que
eu na verdade cheguei mais cedo que ele no ginásio. Enquanto eu esperava, eu vi Mason
passando por um dos prédios em direção a salas de aula.
“Whoa,” eu chamei. “Desde quando você acorda tão cedo?”
“Desde que eu tive que rezar o teste de matemática,” ele disse, andando para perto de mim.
Ele me deu seu sorriso travesso. “Talvez valha a pena perder, no entanto, para ficar com você.”
Eu ri, me lembrando da conversa que tive com Lissa. Sim, definitivamente haviam coisas piores
que eu podia fazer que flertar e começar algo com Mason.
“Nah.Você pode entrar em problemas, mas eu não teria um verdadeiro desafio nas
montanhas.”
Ele virou os olhos, ainda sorrindo. “Sou eu com o verdadeiro desafio, lembra?”
“Você já está pronta para apostar algo?Ou você ainda está com medo?”
“Assista,” ele preveniu, “ou eu posso pegar de volta seu presente de natal.”
“Você me comprou um presente?” Eu não esperava por isso.
“Sim. Mas se você continuar respondendo, eu posso dar ele para outra pessoa.”
“Como a Meredith?” eu provoquei.
“Ela é alem da sua conta, e você sabe.”
“Mesmo com um olho roxo?” eu perguntei com uma careta.
“Mesmo com dois olhos roxos.”
O olhar que ele me deu ali não era provocativo e nem mesmo sugestivo. Era só bom. Bom,
amigável, e interessante. Como se ele realmente se importasse. Depois de todo o estresse de
ultimamente, eu decidi que eu gostava de ser cuidada. E com a negligencia que eu estava
começando a sentir de Lissa, eu me dei conta que eu também meio que gostava de ter alguém
que prestava tanta atenção em mim.
“O que você vai fazer no natal?” eu perguntei.
Ele deu nos ombros. “Nada. Minha mãe quase veio mas teve que cancelar no ultimo minuto...
você sabe, com tudo que aconteceu.”
A mãe de Mason não era uma guardiã. Ela era um dhampir que decidiu cuidar da casa e ter
filhos. Como resultado, eu sabia que ele a via bastante. O que era irônico, eu pensei, é que a
minha mãe realmente estava aqui, mas para todas as intenções e propósitos, ela podia muito
bem estar em outro lugar.
“Saia comigo,” eu disse em um impulso.”Eu vou estar com Lissa e Christian e a tia dele. Vai ser
divertido.”
“Mesmo?”
“Muito divertido.”
“Não é isso que eu estou perguntando a você.”
Eu ri. “Eu sei. Só esteja lá,ok?”
Ele me deu uma de suas galantes reverencias que ele gostava de fazer. “Absolutamente.”
Mason saiu quando Dimitri apareceu para o treinamento.Falar com Mason me fez sentir
vertiginosa e feliz;eu não tinha pensado sobre meu resto quando estava com ele. Mas com
Dimitri, eu de repente me tornei auto-consciente.Eu não queria ser nada além menos que
perfeita com ele, e enquanto ele andava para dentro, eu me virei para que ele não pudesse
olhar pra mim completamente. Me preocupar com isso diminuiu o meu humor, e enquanto eu
me aprumava, todas as outras coisas que estavam me incomodando voltaram.
Nós voltamos para o quarto de treinamento com os bonecos, e ele me disse que simplesmente
queria que eu praticasse as manobras de dois dias atrás. Feliz por ele não ter comentado sobre
a briga, eu fui fazer minha tarefa com um ardente zelo, mostrando aos bonecos o que
aconteceria se eles mexessem com Rose Hathaway. Eu sabia que a minha luta furiosa tinha se
incendiado por mais do que um simples desejo de me sair bem. Meus sentimentos estavam
fora de controle essa manhã, grosso e intenso devido ao a luta com a minha mãe e o que eu
tinha testemunhado com Lissa e Christian a noite passada. Dimitri sentou e me assistiu,
ocasionalmente criticando minha técnica e oferecendo sugestões para novas táticas.
“Seu cabelo está no caminho,” ele disse em certo ponto. “Você não está apenas bloqueando
sua visão periférica, você está correndo o risco de deixar seu inimigo buscar apoio.”
“Se eu estivesse mesmo numa luta, eu usaria preso.” Eu resmunguei enquanto empurrava a
estaca por entre as “costelas” do boneco. Eu não sabia do que esses ossos artificiais eram
feitos, mas eles eram uma merda para desviar. Eu pensei sobre minha mãe de novo e adicionei
uma força extra no golpe. “Eu estou apenas usando solto hoje, só isso.”
“Rose,”ele disse preventivo. Ignorando ele, eu empurrei de novo. A voz dele veio mais afiada
da próxima vez que ele falou. “Rose. Pare.”
Eu me afastei do boneco, surpresa por encontrar minha respiração difícil. Eu não tinha me
dado conta que estava trabalhando com tanta força.Minhas costas bateram na parede. Sem
lugar pra ir, eu olhei pra longe dele, direcionando meus olhos para o chão.
“Olhe para mim,” ele ordenou.
“Dimitri-“
“Olhe para mim.”
Não importava nossa história de proximidade, ele ainda era meus instrutor. Eu não podia me
recusar a obedecer uma ordem direta. Devagar, e relutante eu me virei para ele, ainda
colocando minha cabeça um pouco para baixo para que o cabelo ficasse do lado do meu rosto.
Se levantando da cadeira dele, ele andou para perto e parou na minha frente.
Eu evitei seus olhos mas vi sua mão se inclinar para frente para tirar meu cabelo do resto.
Então ele parou. Assim como a respiração dele. Nossa atração meio vivida tinha se enchido de
perguntas e reservas, mas uma coisa eu sabia com certeza: Dimitri tinha amado meu cabelo.
Talvez ele ainda amasse. É um ótimo cabelo, eu admito. Longo e macio e escuro. Ele
costumava encontrar desculpas para tocá-lo, e ele tinha me dito tantas vezes que era contra
cortar ele como tantas guardiãs faziam.
A mão dele pairava sobre ele, e o mundo parou enquanto eu esperava para ver o que ele faria.
Depois do que parecia uma eternidade, e deixou sua mão gradualmente cair ao seu lado. O
desapontamento queimou e se apossou de mim, e no entanto ao mesmo tempo, eu entendi
algo. Ele hesitou. Ele tinha ficado com medo de me tocar,o que talvez – apenas talvez –
significasse que ele ainda queria.Ele teve que se segurar.
Eu devagar inclinei minha cabeça para que pudéssemos fazer contato visual. A maior parte do
cabelo saiu do meu resto – mas não todo. As mãos dele tremeram de novo e eu esperei de
novo que ele a inclinasse para frente. A mão se firmou. Minha excitação diminuiu.
“Dói?” ele perguntou. O cheiro daquele pós barba, misturado com seu suor, se apoderou de
mim. Deus, eu queria que ele tivesse me tocado.
“Não,” eu menti.
“Não está tão ruim,” ele me disse. “Vai sarar.”
“Eu odeio ela,” eu disse, surpresa com quanto veneno essas palavras tinham.Mesmo quando
eu havia me excitado de repente e querendo Dimitri, eu ainda não podia deixar de lado o
rancor que eu mantinha contra a minha mãe.
“Não,você não odeia.” Ele disse gentilmente.
“Eu odeio.”
“Você não tem tempo de odiar ninguém,”ele avisou, sua voz ainda gentil.”Não na nossa
profissão.Você deveria fazer as pazes com ela.”
Lissa tinha dito exatamente a mesma coisa.Ultraje se juntou as minhas emoções. A escuridão
em mim começou a fluir. “Fazer as pazes com ela?Depois que ele deu um olho roxo de
propósito!Porque eu sou a única que vê o quão louco isso é?”
“Ela não fez isso de propósito,” ele disse, sua voz dura. “Não importa o quanto você seja
ressentida com ela, você tem que acreditar nisso.Ela não faria isso, e de qualquer forma, eu a
vi mais tarde naquele dia. Ela estava preocupada com você.”
“Provavelmente mais preocupa que alguém fizesse uma acusação de abuso de crianças,” eu
murmurei.
“Você não acha que essa é a época do ano para perdoar?”
Eu suspirei alto.”Isso não é um especial de natal!Isso é a minha vida. No mundo real, milagres
e coisas boas não simplesmente acontecem.”
Ele ainda me olhava com calma. “No mundo real, você pode fazer seus próprios milagres.”
Minha frustração de repente estava na beira de explodir, e eu desisti tentando manter meu
controle. Eu estava tão cansada de ser sempre razoável, fazer coisas praticas sempre que as
cosias davam errada na minha vida. Em algum lugar dentro de mim, eu sabia que Dimitri só
queria ajudar, mas eu não estava no humor para palavras de boa intenção. Eu queria conforto
pelos meus problemas. Eu não queria pensar sobre o que me faria uma pessoa melhor. Eu
queria que ele só me segurasse e me disse para não me preocupar.
“Ok, você pode parar com isso de uma vez?” eu exigi, mãos nos meus quadris.
“Parar com o que?”
“Com essa merda Zen. Você não fala comigo como uma pessoa de verdade. Tudo que você diz
é só alguma sábia lição de vida idiota. Você soa como um especial de natal.” Eu sabia que não
era justo descontar minha raiva nele, mas eu estava praticamente gritando. “Eu juro, as vezes
parece que você só quer se ouvir falar!E eu sei que você não é sempre assim. Você estava
perfeitamente normal quando você falou com Tasha. Mas comigo? Você só segue a maré.
Você não se importa comigo. Você só está preso no seu estúpido papel de mentor.”
Ele me encarou, surpreso de maneira não característica. “Eu não me importo com você?”
“Não.” Eu estava sendo pequena – muito, muito pequena. E eu sabia a verdade – que ele se
importava e mais do que apenas como um mentor. Eu não podia me impedir, no entanto. Só
continuou vindo mais e mais. Eu golpeei seu peito com meu dedo. “Eu sou outra aluna pra
você. Você só continua com suas estúpidas lições de vida para que – “
A mão que eu esperava que tocasse meu cabelo de repente se ergueu e agarrou minha mão
que apontava. Ele a prendeu contra a parede, e eu estava surpresa em ver uma chama de
emoção em seus olhos. Não era raiva exatamente...mas era frustração de outro tipo.
“Não me diga o que eu estou sentindo,” ele rosnou.
Então eu vi que metade do que eu tinha dito era verdade. Ele era quase sempre calmo, sempre
no controle – mesmo quando lutava. Mas ele também tinha me contado como ele havia
perdido a cabeça e batido no seu pai Moroi. Ele tinha sido como eu algum dia – sempre
prestes a agir sem pensar, fazendo coisas que ele sabia que não devia.
“É isso, não é?”eu perguntei.
“O que?”
“Você está sempre lutando por controle. Você é igual a mim.”
“Não,” ele disse, ainda obviamente emocionado. “Eu aprendi meu controle.”
Algo sobre essa nova realização me encorajou. “Não,” eu informei a ele.”Você não
aprendeu.Você coloca uma boa cara, e a maior parte do tempo você fica em controle. Mas as
vezes você não pode. E as vezes...” Eu me inclinei para frente, baixando minha voz. “As vezes
você não quer.”
“Rose...”
Eu podia ver sua respiração difícil e eu sabia que o coração dele estava batendo tão rápido
quanto o meu. E ele não estava se afastando. Eu sabia que isso era errado – sabia de todas as
razões lógicas para nós ficarmos separados. Mas bem ali, eu não me importava. Eu não queria
me controlar. Eu não queria ser boa.
Antes dele se dar conta o que estava acontecendo, eu o beijei. Nosso lábios se encontraram, e
quando eu senti ele me beijar de volta, eu sabia que era o certo. Ele se apertou mais perto de
mim, me apertando contra a parede. Ele continuou apertando minha mão, mas a outra se
colocou atrás da minha cabeça, deslizando no meu cabelo. O beijo era cheio de tanta
intensidade; tinha raiva, paixão, liberação...
Foi ele que parou. Ele se jogou para longe de mim dando vários passos para trás, parecendo
abalado.
“Não faça isso de novo,” ele disse duramente.
“Não me beije de volta então,” eu respondi.
Ele me encarou pelo que pareceu ser para sempre. “Eu não dou lições “Zen” para me ouvir
falar. Eu as dou porque você é outro aluno. Eu estou fazendo isso para te ensinar a se
controlar.”
“Você está fazendo um ótimo trabalho,” eu disse brevemente.
Ele fechou seus olhos por meio segundo, expirou, e murmurou algo em russo. Sem me olhar
de novo, ele se virou e saiu do quarto.

A.Vampiro - aura negra (capitulo 7)


SETE
Irritada eu empurrei as portas que levavam até o dormitório dos Moroi.Neve caia atrás de
mim, e algumas pessoas olharam para pelo salão principal observando minha entrada. Não
surpreendente vários deles olharam duas vezes. Engolindo, eu me forcei a não reagir. Eu
estaria bem. Não tinha necessidade de enlouquecer. Novatos se machucavam o tempo todo.
Era raro não se machucar. Eu admito que isso era mais obvio que a maioria dos ferimentos,
mas eu podia viver com ele até que curasse, certo? E não era como se alguém soubesse como
eu tinha ganhado ele.
“Hey Rose, é verdade que a sua mãe socou você?”
Eu congelei. Eu reconheceria aquela voz de soprano em qualquer lugar. Me virando devagar,
eu olhei para os olhos profundos e azuis de Mia Rinaldi. Cabelo encaracolado loiro moldava
sua face que seria fofo se não fosse o malicioso sorriso no rosto dela.
Um ano mais nova que eu, Mia tinha levado Lissa (e eu à revelia) em uma guerra para ver
quem podia arrasar com a vida da outra mais rápido – uma guerra, eu deveria acrescentar, que
ela começou. Tinha envolvido nela roubar o ex-namorado de Lissa – apesar do fato de Lissa ter
decidido que no final das contas ela não o queria – e espalhar todo tipo de rumor.
Eu admito, o ódio de Mia não era injustificado. O irmão mais velho de Lissa, Andre – que tinha
morrido no mesmo acidente de carro que tecnicamente me “matou” - tinha usado Mia
quando ela era uma caloura. Se ela não fosse uma vaca agora, eu sentiria pena dela. Tinha sido
errado da parte dele, e embora eu pudesse entender a raiva dela, eu não acho que seja justo
da parte dela descontar em Lissa como ela fez.
Lissa e eu tecnicamente tinhamoos ganhado a guerra no final, mas Mia tinha conseguido
inexplicavelmente retornar ao topo. Ela não andava com a mesma elite que andava antes, ela
tinha reconstruído um pequeno contingente de amigos. Maliciosos ou não, lideres fortes
sempre atraem seguidores.
Eu descobri que cerca de 90% do tempo, a resposta mais efetiva era ignorar ela. Mas nós
tínhamos acabado de cruzar os outros 10%, porque era impossível ignorar alguém que estava
anunciando para o mundo que sua mãe tinha socado você – mesmo que isso fosse verdade. Eu
parei de andar e me virei. Mia estava parada perto de uma maquina de venda automática,
sabendo que ela tinha me atraído. Eu não me preocupei em perguntar como ela descobriu
sobre minha mãe me dar um olho roxo. As coisas raramente ficavam em segredo por aqui.
Quando ela viu meu rosto inteiro, seus olhos aumentaram em deleite. “Wow. Em falar de um
rosto que só uma mãe podia amar.”
Há. Fofo.Se fosse de qualquer outra pessoa, eu teria aplaudido a piada.
“Bem, você é a especialista em ferimentos no rosto,” eu disse. “Como está seu nariz?”
O sorriso gelado de Mia se contorceu um pouco, mas ela não desistiu. Eu tinha quebrando o
nariz dela fazia um mês – no baile da escola, de todos os lugares – e embora o nariz tivesse
sarado, ele agora era um pouquinho torto. Cirurgia plástica provavelmente o teria arrumado,
mas pelo meu entendimento com o dinheiro da família dela, isso não era possível agora.
“Está melhor,” ela respondeu com exatidão. “Felizmente, só foi quebrado por uma psicótica
vadia e não por alguém relacionado a mim.”
Eu dei o meu melhor sorriso psicótico. “Que pena. Familiares te batem por acidente. Psicótica
vadias tendem a voltar para mais.”
Ameaçar com violência física era normalmente uma boa tática com ela, mas nós tínhamos
muitas pessoas ao redor no momento para ser uma preocupação legitima para ela. E Mia sabia
disso. Não que eu não atacaria alguém nessas condições – diabos, eu fazia isso muitas vezes –
mas eu estava tentando manter minha palavra de tentar controlar meus impulsos
ultimamente.
“Não parece um acidente para mim,” ela disse. “Vocês não tem regras que proíbem socar o
rosto?Eu quero dizer, isso parece realmente fora das fronteiras.”
Eu abri minha boca para responder para ela, mas nada saiu. Ela tinha razão. Meu ferimento era
fora das fronteiras; nesse tipo de combate, você não pode bater acima do pescoço. Isso era
bem acima de linha proibitiva.
Mia viu minha hesitação, e era como se a manhã de natal tivesse chegado uma semana mais
cedo para ela. Até aquele momento, eu não acho que tinha havia do um tempo em nossa
relação antagônica que ela tinha me deixado sem palavras.
“Meninas,” disse uma áspera voz feminina. A Moroi atendendo na recepção se inclinou e deu
um olhar lancinante.”Isso é um corredor não uma sala. Ou vão lá pra cima ou saiam.”
Por um segundo, quebrar o nariz de Mia de novo parecia a melhor idéia do mundo – pro
inferno com detenção ou suspensão. Depois de respirar fundo, eu decidi que me afastar era o
ato mais digno. Eu fui até escadas e subi para o quarto das meninas. Por cima do ombro, eu
ouvi Mia chamar, “Não se preocupe, Rose. Vai sumir. Além do mais, não é no seu rosto que os
caras estão interessados.”
Trinta segundos depois, eu batia na porta de Lissa com tanta força, que foi de se admirar que
meu punho não tivesse atravessado a madeira. Ela abriu devagar olhando em volta.
“Era você? Eu pensei que fosse um exercito de- oh meu Deus.” Suas sobrancelhas levantaram
quando ela notou o lado esquerdo do meu rosto. “O que aconteceu?”
“Você já não soube? Você deve ser a única na escola que não sabe,” eu resmunguei. “Apenas
me deixe entrar.”
Me espalhando na cama dela, eu contei sobre os eventos do dia. Ela se chocou prontamente.
“Eu ouvi que você tinha se machucado, mas eu pensei que era só uma das coisas normais,” ela
disse.
Eu olhava para o teto, me sentindo miserável. “A pior parte é que Mia tem razão. Não foi um
acidente.”
“O que, você está dizendo que sua mãe fez isso de propósito?” Quando eu não respondi, a voz
de Lissa ficou incrédula. “Anda, ela não faria isso. De jeito nenhum.”
“Porque? Porque ela é a perfeita Janine Hathaway, mestre em controlar seu temperamento?
Acontece, que ela também é a perfeita Janine Hathaway, mestre de luta e controle de suas
ações. De um jeito ou de outro, ela errou.”
“É, bem,” disse Lissa, “Eu acho que tropeçar e errar o soco é mais provável do que ela ter feito
de propósito. Ela teria que perder a calma de verdade para fazer de propósito.”
“Bem, ela estava falando comigo. Isso é o suficiente pra fazer qualquer um perder a calma. E
eu a acusei de dormir com meu pai porque era uma escolha evolucionaria.”
“Rose,” murmurou Lissa. “Você meio que deixou essa parte de fora quando contou. Porque
você disse isso pra ela?”
“Porque provavelmente é verdade.”
“Mas você tinha que saber que isso a irritava. Porque você continuou a provocar ela? Porque
você não pode fazer as pazes com ela?”
Eu sentei. “Fazer as pazes com ela?Ela me deu um olho roxo. Provavelmente de propósito.
Como eu faço as pazes com alguém assim?”
Lissa só balançou a cabeça e andou até o espelho para olhar sua maquiagem. Os sentimentos
vindo através da nossa ligação eram de frustração e exasperação. Hesitante no fundo tinha um
pouco de antecipação, também. Eu tinha a paciência para examinar ela com cuidado, agora
que eu já tinha contado tudo. Ela estava usando uma camisa de seda púrpura, e uma saia que
batia em seus joelhos. Seu cabelo longo tinha uma certa perfeição que só atingia passando
horas da sua vida secando seu cabelo e passando a chapinha.
“Você está arrumada. O que ta pegando?”
Seus sentimentos mudaram um pouco, sua irritação comigo diminuindo um pouquinho.”Eu
vou encontrar Christian logo.”
Por alguns minutos ali, eu tinha sentido que parecia os velhos tempos com Lissa e eu. Só nós,
saindo juntas e conversando. A menção dela a Christian, assim como a realização de que ela
iria me deixar logo para encontrar com ele, provocaram sentimentos negros no meu peito...
sentimentos que eu tinha que relutantemente admitira que eram ciúmes. Naturalmente, eu
não falei isso a ela.
“Wow. O que ele fez pra merecer isso? Resgatou órfãos de um prédio em chamas? Se foi isso,
é melhor você se certificar que ele mesmo não colocou o prédio em chamas.”O elemento de
Christian era o fogo. Estava de acordo já que era o mais destrutivo.
Rindo, ela se virou do espelho e gentilmente tocou meu rosto inchado com seus dedos. Seu
sorriso ficou gentil. “Não está tão ruim.”
“Tanto faz. Eu posso saber quando você está mentindo, sabe. E a Dra. Olendzki disse que vai
ficar pior amanhã.” Eu deitei na cama. “Provavelmente não tem maquiagem suficiente no
mundo para esconder isso, tem? Tasha e eu vamos ter que investir em algum tipo de mascaras
estilo fantasma da opera.”
Ela suspirou e sentou na cama perto de mim. “Pena que eu não posso simplesmente curar.”
Eu sorri. “Isso seria bom.”
A compulsão e o carisma dela trazidos pelo Espiro eram ótimos, mas na verdade, curar era sua
habilidade mais legal. A quantidade de coisas que ela podia fazer era incrível.
Lissa também estava pensando sobre o que o Espirito podia fazer. “Eu queria que tivesse outro
forma de controlar o Espirito... um jeito que ainda me deixasse usar mágica...”
“É,” eu diss. Eu entendia seu desejo de fazer grandes coisas e ajudar as pessoas. Irradiava dela.
Bem, eu também queria que o meu olho ficasse bom em um instante do que demorasse dias.
“Eu também queria que tivesse.”
Ela suspirou de novo. “E tem mais do que eu simplesmente desejar que eu pudesse curar e
fazer outras coisas com o Espirito. Eu também, bem, sinto falta da mágica. Ainda está lá; está
simplesmente bloqueada devido as pílulas. Está queimando dentro de mim. Ela me quer, e eu
a quero. Mas tem uma parede entre nós. Você não pode imaginar.”
“Eu posso, na verdade.”
Era verdade. Juntamente com ter um sentido geral dos sentimentos delas, eu podia as vezes
“entrar nela.” É difícil de explicar e ainda mais difícil de agüentar. Quando isso acontecia, eu
podia literalmente ver atrás dos olhos dela e sentir o que ela estava sentindo. Nessas horas, eu
era ela. Muitas vezes, eu estive em sua cabeça enquanto ela desejava por mágica, e sentia o
vontade de que ela havia falado. Ela muitas vezes acordava a noite, desejando pelo poder que
ela não podia mais alcançar.
“Oh é,” ela disse com tristeza. “Eu esqueço disso as vezes.”
Um senso de amargura cresceu nela. Não era direcionado para mim mas sim para a situação
sem vitoria dela. Raiva apareceu dentro dela. Ela não gostava de se sentir indefesa tanto
quanto eu. E a raiva e a frustração aumentaram em algo mais negro e feio, algo que eu não
gostei.
‘Hey,” eu disse, tocando o braço dela. “Você está bem?”
Ela fechou os olhos rapidamente, e os abriu. “Eu só odeio isso.”
A intensidade de seus sentimentos me lembraram da nossa conversa, a que a gente tinha tido
antes deu ir para a casa dos Badica. “”Você ainda está sentindo as pílulas enfraquecerem?”
“Eu não sei. Um pouco.”
“Está ficando pior?”
Ela balançou a cabeça. “Não. Eu ainda não posso usar magia. Eu me sinto mais perto dela...mas
ela ainda está bloqueada.”
“Mas você ainda... seus humores...”
“É... eles estão agindo. Não se preocupe,” ela disse, vendo meu rosto. “Não estou vendo coisas
ou tentando me machucar.”
“Otimo.” Eu estava feliz em ouvir isso mais ainda estava preocupada. Mesmo que ela ainda
não pudesse tocar na mágica, eu não gostava da idéia do estado mental dela não estar bom de
novo. Desesperadamente, eu esperava que a situação se estabilizasse sozinha. “Eu estou
aqui,” eu disse a ela suavemente, segurando seu olhar. “Se alguma coisa acontecer de
estranho...me conte, ok?”
Bem assim, os sentimentos negros desapareceram de dentro dela. Enquanto eles desaparecia,
eu senti uma onda estranha na ligação. Eu não sei explicar o que era, mas eu tremi com a
força. Lissa não notou. Seu humor melhor de novo, e ela sorriu pra mim.
“Obrigado,” ela disse. “Eu vou.”
Eu sorri, feliz de ver ela voltar ao normal. Nos ficamos em silencio, e por um breve momento,
eu queria colocar falar de mim para ela. Eu tinha tanta coisa na minha cabeça ultimamente:
minha mãe, Dimitri, e a casa dos Badica. Eu estava mantendo esses sentimentos trancados
dentro de mim, e eles estavam acabando comigo. Agora, me sentindo tão confortável com
Lissa pela primeira vez em tanto tempo, eu finalmente sentia que eu podia falar pra ela sobre
meus sentimentos.
Antes que eu pudesse abrir minha boca, eu senti seus pensamentos mudarem. Eles se ficaram
ansiosos e nervosos. Ela tinha algo que ela queria me contar, algo que ela tinha andando
pensando muito. E lá se foi minha chance de desabafar. Se ela queria falar, eu não a
incomodaria com meus problemas, então eu os deixei de lado e esperai para ela falar.
“Eu encontrei algo na minha pesquisa com a Sra. Carmack. Algo estranho...”
“Oh?” eu perguntei, instantaneamente curiosa.
Os Moroi normalmente adquirem sua especialização durante a adolescência. Depois disso, eles
são colocados em aulas especializadas de cada elemento. Mas como a única usaria de Espirito
no momento, Lissa não tinha uma aula para se juntar. A maioria das pessoas acreditava que
ela não tinha se especializado em nada, mas ela e a Sra. Carmack – a professora de mágica da
St. Vladimir – estavam se encontrando para aprender o que podiam sobre Espirito. Elas
pesquisaram em registros novos e velhos, procurando por pistas que pudessem as guiar para
outros usuários do Espirito, agora que elas sabiam algumas das marcas: incapacidade de se
especializar, instabilidade mental, etc.
“Eu não encontrei nenhum usuário de Espirito, mas eu encontrei...relatórios de, um,
fenômenos inexplicáveis.”
Eu pisquei surpresa. “Que tipo de coisa?” eu perguntei, ponderando sobre o que poderia
contar como “fenômeno inexplicável” para vampiros. Quando eu e ela tínhamos vivido com os
humanos, nós seriamos considerados fenômenos inexplicáveis.
“São diferentes relatórios...mas, tipo, eu li um sobre um cara que podia fazer as pessoas verem
coisas que não estavam lá. Ele podia fazer as pessoas acreditarem que estavam vendo
monstros ou outras pessoas e coisas assim.”
“Isso pode ser compulsão.”
“Compulsão realmente poderosa. Eu não poderia fazer isso, e eu sou forte – ou costumava ser
– mais do que qualquer um que a gente conhece. E esse poder vem de usar Espírito...”
“Então,” eu terminei, “você acha que esse cara ilusionista tinha que ser um usuário de Espírito
também.” Ela concordou. “Porque não falar com ele e descobrir?”
“Porque não tem informações sobre ele!É segredo. E tem outras coisas estranhas. Como
alguem que podia fisicamente drenar outros. As pessoas paradas perto ficavam fracas e
perdiam toda sua força. Eles desmaiavam. E tinha outra pessoa que podia parar as coisas no ar
quando eles jogavam elas pra ele.” Excitação iluminou seus traços.
“Poderia ser um usuário de ar,”eu apontei.
“Talvez,” ela disse. Eu podia sentir a curiosidade e a excitação através dela. Ela
desesperadamente queria acreditar que havia outros como ela.
Eu sorri. “Quem sabe? Moroi tem Roswell- e uma Área 51 também. É de se admirar que eu não
esteja sendo estudada para que eles entendam nossa ligação.”
O humor especulativo de Lissa se tornou provocativo. “Eu queria ver a sua mente às vezes. Eu
queria saber o que você sente sobre o Mason.”
“Ele é meu amigo, eu disse decisiva, surpresa com a bruta mudança de assunto. “Só isso.”
Ela fez um barulho. “Você costumava flertar – e fazer outras coisas – com qualquer cara que
você possa botar as mãos.”
“Hey!” eu disse, ofendida. “Eu não era tão ruim.”
“Ok... talvez não. Mas você não parece mais interessada nos caras.”
Eu estava interessada nos caras – bem, um cara.
“Mason é muito gentil,” ela continuou. “E ele é louco por você.”
“Ele é,” eu concordei. Eu pensei sobre o Mason, sobre o breve momentos que eu pensei que
ele era sexy quando estávamos da lado de fora da aula do Stan. E mais, Mason era muito
engraçado, e nós nos dávamos muito bem. Ele não era um possibilidade ruim de um
namorado.
“Vocês são muito parecidos. Vocês dois fazem coisas que não deviam.”
Eu ri. Isso também era verdade. Eu me lembrei da vontade Mason de acabar com todos os
Strigoi no mundo. Eu posso não estar pronta para isso – apesar da minha explosão no carro –
mas eu compartilhava algum do seu descuido. Talvez seja hora de dar a ele uma chance, eu
pensei. Provocar com ele era engraçado, e já fazia muito tempo desde que não beijava
ninguém. Dimitri fazia meu coração bater mais forte...mas, bem, mas não era como se algo
mais estivesse acontecendo.
Lissa me observou de forma avaliadora, como se ela soubesse o que eu estava pensando –
bem, fora o negocio do Dimitri. “Eu ouvi Meredith dizer que você é uma idiota por não sair
com ele. Ela disse que é porque você acha que é muito boa pra ele.”
“O que!Isso não é verdade.”
“Hey, eu não disse isso. De qualquer forma, ela disse que esta pensando em ir atrás dele.”
“Mason e Meredith?” eu zombei. “Isso é um desastre pronto pra acontecer. Eles não tem nada
em comum.”
Era pequeno, mas eu tinha me acostumado com Mason sempre olhando pra mim. De repente,
o pensamento de outra pessoa pegar ele me enojou.
“Você é possessiva,” Lissa disse, de novo adivinhando meus pensamentos. Não era de se
admirar que ela ficasse tão incomodada comigo lendo a mente dela.
“Só um pouco.”
Ela riu. “Rose, mesmo que não seja o Mason, você deveria começar a sair de novo. Tem muitos
caras que matariam para sair com você – caras que são legais.”
Eu nem sempre tinha feito a melhor opção quando se tratava de homens.Mais uma vez, a
vontade de falar todas as minhas preocupações tomou conta. Eu tinha sido hesitante em
contar pra ela sobre Dimitri por muito tempo, em pensar que o segredo queimava dentro de
mim. Ficar sentada com ela me lembrou que ela era minha melhor amiga. Eu podia contar pra
ela tudo, e ela não me julgaria. Mas, assim como mais cedo, eu perdi a chance de contar a ela
o que estava na minha mente.
Ela olhou para seu relógio e de repente levantou da cama.
“Estou atrasada! Eu tenho que encontrar Christian!”
Felicidade a encheu,junto com uma nervosa antecipação. Amor. O que eu podia fazer? Eu
engoli de volta a inveja que começou a crescer na minha mente. Mais uma vez, Christian a
tinha tirado de mim. Eu não seria capaz de me aliviar hoje a noite.
Lissa e eu saímos do dormitório, e ela praticamente saiu correndo, prometendo que nós íamos
conversar amanha. Eu caminhei de volta para meu dormitório. Quando eu cheguei no meu
quarto, eu passei por um espelho e gemi quando vi meu rosto. Um marca roxa cercava meu
olho. Falar com Lissa, fez eu quase esquecer sobre todo o incidente com minha mãe. Parando
para dar uma olhada mais de perto, eu encarei meu rosto. Talvez fosse egoísta, mas eu sabia
que eu parecia bem. Eu usava um sutiã grande e tinha um corpo muito desejado em uma
escola onde a maioria das garotas eram magras como super modelos. E como eu havia notado
antes, meu rosto era bonito também. Em um dia típico, eu era um 9 por aqui – 10 em um dia
muito bom meu.
Mas hoje? É. Eu era praticamente números negativos. Eu não ficaria fabulosa para a viagem de
esqui.
“Minha mãe me bateu,” eu informei meu reflexo. Ele olhou de volta simpaticamente.
Com um suspiro, eu decidi que era melhor eu me preparar para deitar. Não tinha mais nada
que eu queria hoje a noite, talvez um sono extra apressasse o processo de cura. Eu fui até o
banheiro lavei meu rosto e escovei meu cabelo. Quando eu voltei para o meu quarto, eu pus
um dos meus pijamas favoritos, e o sentido do tecido macio me animou um pouco.
Eu estava arrumando minha mochila para amanhã quando uma onda de emoções de repente
disparou pela minha ligação com Lissa. Me pegou desprevenida e não me deu chance de lutar.
Era como ser derrubada pela força de um furacão, e de repente, eu não estava mais olhando
para a minha mochila. Eu estava “dentro” de Lissa, experimentando seu mundo em primeira
mão.
E foi ai que as coisas ficaram estranhas.
Porque Lissa estava com Christian.
E as coisas estavam ficando... quentes.

A.Vampiro - aura negra (capitulo 6)


prologo


acabei na
clinica médica da Academia. Lá, alguém colocou uma luz nos meus olhos e começou a me
fazer perguntas incrivelmente idiotas.
“Qual o seu nome?”
“O que?” eu perguntei, desviando da luz.
“Seu nome.” Eu reconhecia a Dra. Olendzki me olhando.
“Você sabe o meu nome.”
“Eu quero que você me diga.”
“Rose. Rose Hathaway.”
“Você sabe o seu aniversário?”
“É claro que eu sei. Porque você está me fazendo perguntas tão estúpidas? Você perdeu meus
registros?”





SEIS
Eu estava me sentindo de bem com a vida quando eu me dirigi para o treinamento antes da
aula no outro dia. A reunião secreta de ontem a noite tinha sido super divertida, e eu me senti
muito orgulhosa por lutar contra o sistema e encorajar Dimitri a ir com Tasha. Melhor ainda,
eu tinha encostado pela primeira vez em uma estaca de prata ontem e tinha provado que eu
podia lidar com ela. Animada, eu não podia esperar para praticar mais.
Quando eu estava vestida com o minha roupa de pratica usual, eu praticamente sai correndo
para em direção ao ginásio. Mas quando eu pus minha cabeça dentro do quarto de pratica, eu
o encontrei escuro e silencioso. Acendendo a luz, eu espiei ao redor em caso de Dimitri estar
conduzido algum estranho,e secreto treinamento. Não.Vazio. Nada de empalamentos hoje.
“Merda,” eu murmurei.
“Ele não está aqui.”
Eu dei um grito e quase pulei dois metro no ar. Me virando, eu olhei diretamente para os olhos
estreitos e marrons de minha mãe.
“O que você está fazendo aqui?” Assim que as palavras saíram da minha boca, eu registrei sua
aparência. Uma camita de spandex com manga curta. E Calças de treinamento soltas similares
as que eu usava. “Merda,” eu disse de novo.
“Olha o palavreado,” ela repreendeu. “Você pode se comportar como se não tivesse modos,
mas pelo menos tente não soar desse jeito.”
“Onde está Dimitri?”
“O guardião Belikovis está dormindo. Ele acabou de voltar e precisou dormir.”
Outro palavrão estava nos meus lábios, e eu o segurei. É claro que Dimitri estava dormindo.
Ele teve que levar Tasha a Missoula durante o dia para poder estar lá durante o horário dos
humanos. Ele tecnicamente estava acordado durante todo o horário da Academia de noite e
provavelmente tinha acabado de voltar. Ugh.Eu não teria o encorajado tão rápido se eu
soubesse que o resultado seria esse.
“Bom,” eu disse duramente.”Eu acho que isso significa que o treino foi cancelado-“
“Fique quieta e coloque isso.” Ela me deu algumas luvas de treinamento. Elas eram bem
similares a luvas de boxe mas não era tão traiçoeira e volumosa. Eles dividiam o mesmo
propósito, no entanto: proteger suas mãos e impedir você arranhar seu oponente com suas
unhas.
“Nós estávamos trabalhando com estacas de prata,” eu disse com mau humor enfiando as
mãos nas luvas.
“Bom, hoje nós vamos fazer isso.Anda.”
Desejando ter sido atingida por um ônibus quando eu sai do dormitório hoje, eu a segui até o
centro do ginásio. O cabelo encaracolado dela estava preso para ficar fora do caminho,
mostrando sua nuca. A pele estava coberta de tatuagens. Em cima havia uma linha sinuosa: a
marca da promessa, dada aos guardiões quando eles se formam na academia St. Vladimir e
concordam em servir. Abaixo disso estavam as marcas molnija toda vez que um guardião
matava um Strigoi. Elas tinham forma de trovões que era de onde o nome dela era tirada. Eu
não pude contar o número exato, mas era de se admirar que a minha mãe tinha pescoço
suficiente para mais tatuagens. Ela matou muito na sua época.
Quando ela alcançou o lugar que ela queria, ela se virou em minha direção e adotou uma
postura de ataque. Meio que esperando que ela me atacasse a qualquer minuto, eu imitei a
posição dela.
“O que nós estamos fazendo?” eu perguntei.
“Exercícios básicos de ataque e defesa. Use as linhas vermelhas.”
“Isso é tudo?” eu perguntei.
Ela saltou em minha direção. Eu desviei – por pouco – e tropecei nos meus pés no processo.
Com pressa, eu me ajeitei.
“Bem,” ela disse em uma voz que quase soava sarcástica.”Como você parece tão entusiasmada
em me lembrar, eu não vejo você a cinco anos. Eu não faço idéia o que você pode fazer.”
Ela atacou de novo, e de novo eu por pouco me mantive na linha para escapar dela. Isso
rapidamente se tornou padrão. Ela nunca realmente me deu uma chance para atacar. Ou
talvez eu não tivesse as habilidades para atacar. Eu passei o tempo todo me defendendo –
fisicamente, pelo menos. Com raiva, eu tive que reconhecer para mim mesma que ela era boa.
Muito boa. Mas eu certamente não ia dizer isso pra ela.
“E daí?” eu perguntei.”Esse é o seu jeito de compensar pela sua negligencia maternal?”
“Esse é o meu jeito de fazer você se livrar dessa postura. Você só meu deu atitude desde que
eu cheguei. Você quer lutar?” Seu punho se mexeu e me defendi com o braço. “Então vamos
lutar.Ponto.”
“Ponto,” eu agradeci, se afastando para o meu lado. “Eu não quero lutar. Eu só estive tentando
conversar com você.”
“Ser grosseira comigo não é o que eu chamo de conversar. Ponto.”
Eu gemi devido ao ataque. Quando eu tinha começado a treinar com Dimitri, eu reclamei que
não era justo para mim lutar com alguém que era muito mais alto que eu. Ele disse que iria
lutar com Strigoi muito mais altos que eu e aquele velho provérbio era verdade: tamanho não
importa. As vezes eu achava que ele estava me dando falsas esperanças, mas julgado a
performance da minha mãe aqui, eu estava começando a acreditar nele.
Eu nunca tinha lutado com alguém mais baixo que eu. Como uma das poucas meninas nas
aulas dos novatos, eu aceitei que eu praticamente sempre seria mais baixa e magra que meus
oponentes. Mas minha mãe era pequena e claramente não tinha nada a não ser músculos em
seu corpo.
“Eu tenho um estilo único de comunicação, só isso.” Eu disse.
“Você tem uma ilusão adolescente que você de alguma forma foi prejudicada nos últimos 17
anos.” Seu pé atingiu minha coxa.”Ponto. Quando na verdade, você não foi tratada diferente
de nenhum outro dhampir. Melhor, na verdade. Eu podia ter mandado você para viver com
meus primos. Você quer ser uma meretriz de sangue? É isso que você queria?”
O termo “meretriz de sangue” sempre me fazia encolher. Era o termo que normalmente era
aplicado as mães dhampirs solteiras que decidiam criar os filhos ao invés de se tornarem
guardiãs. Essas mulher normalmente tinham casos curtos com os homens Moroi e eram
discriminadas por isso – só em pensar que não havia nada que elas pudessem fazer na
verdade, já que os homens Moroi normalmente acabavam casando com as mulheres Moroi. O
termo “Meretriz de sangue” vinha do fato de que algumas mulheres dhampir deixavam os
homens beber seu sangue durante o sexo.Em nosso mundo, apenas humanos doavam sangue.
Um dhampir fazer isso era sujo e pervertido – especialmente durante o sexo. Eu suspeitava
que apenas algumas mulheres dhampir realmente faziam isso, mas injustamente, o termo
acabava se aplicando a todas elas. Eu tinha dado sangue a Lissa quando nós fugimos, e embora
tivesse sido uma atitude necessária, o estima ainda me perseguia.
“Não. É claro que eu não quero ser uma meretriz de sangue.” Minha respiração estava ficando
pesada. “E eles não são todos assim. Só tem algumas que realmente são.”
“Elas trazem a reputação para si,” ela rosnou. Eu me desviei do ataque dela. “Elas deveriam
estar trabalhando como guardiãs, não continuar a brincar e ter casos com os Moroi.”
“Elas criam seus filhos,” eu resmunguei. Eu queria gritar mas não podia desperdiçar oxigênio.
“Algo que você não sabe nada sobre. Além do mais, você não é o mesmo que elas?Eu não vejo
uma aliança no seu dedo. Meu pai não foi só um caso para você?”
Seu rosto ficou duro, o que é dizer algo quando você já está batendo na sua filha. “Isso,” ela
disse com força,”é algo que você não sabe nada. Ponto.”
Eu recuei devido a cotovelada mas estava feliz por ter atingido um nervo. Eu não tinha idéia de
quem era meu pai. A única informação que eu tinha era que ele era turco. Eu posso ter as
curvas da minha mãe e o rosto bonito – que eu podia presumidamente dizer que era mais
bonito que o dela hoje em dia – mas o resto vinha dele. Pele um pouco bronzeada e cabelos e
olhos escuros.
“Como foi que aconteceu?” eu perguntei. “Você estava em alguma missão na Turquia? O
conheceu em um bazar local? Ou foi mais barato que isso? Você deu uma de Darwin e
selecionou o cara que poderia passar os genes de um guerreiro melhor para sua prole? Eu
quero dizer, eu sei que você só me teve porque era o seu dever, então eu suponho que você
teve que se certificar de dar aos guardiões o melhor espécime que você conseguiu.”
“Rosemarie,” ela preveniu com seus dentes cerrados , “uma vez na sua vida, cale a boca.”!
“Porque?Estou manchando sua preciosa reputação? É como você me disse: você não é
diferente de nenhum dhampir. Você só fodeu com ele-“
Tem uma razão para dizerem, “Orgulho vem antes de uma queda.” Eu estava tão distraída com
minha própria arrogante triunfo que eu parei de prestar atenção em meus pés. Eu estava
muito perto da linha vermelha. Sair dela era outro ponto para ela, então eu me mexi para ficar
dentro da linha e me esquivar dela ao mesmo tempo. Infelizmente, só um desses podia
funcionar. Seu punho veio voando na minha direção, rápido e forte – e, talvez o mais
importante, um pouco mais alto que o permitido conforme as regras desse tipo de exercício.
Ele me atingiu no rosto com a força de um pequeno caminhão, e eu voei pra trás, atingindo o
chão duro do ginásio minhas costas primeiro e depois minha cabeça.E foi fora das linhas.
Merda.
Dor atingiu o fundo da minha cabeça, e minha visão ficou embaraçada e eu via estrelas. Em
segundos, minha mãe estava se inclinando para perto de mim.
“Rose?Rose?Você está bem?” Sua voz soava rouca e frenética.O mundo girou.
Em algum momento depois disso, outras pessoas vieram, e eu de alguma forma acabei na
clinica médica da Academia. Lá, alguém colocou uma luz nos meus olhos e começou a me
fazer perguntas incrivelmente idiotas.
“Qual o seu nome?”
“O que?” eu perguntei, desviando da luz.
“Seu nome.” Eu reconhecia a Dra. Olendzki me olhando.
“Você sabe o meu nome.”
“Eu quero que você me diga.”
“Rose. Rose Hathaway.”
“Você sabe o seu aniversário?”
“É claro que eu sei. Porque você está me fazendo perguntas tão estúpidas? Você perdeu meus
registros?”
A Dra. Olendzki me deu um olhar exasperado e se afastou, levando a luz irritante com ela. “Eu
acho que ela esta bem,” eu a ouvi falar para alguem.”Eu quero mantê-la aqui pelo resto do dia
escolar, só pra ter certeza que ela não teve uma concussão. Eu certamente não a quero nem
perto das aulas dos guardiões.”
Eu passei o resto do dia dormindo e acordando porque a Dra. Olendzki ficava me acordando
para fazer seus testes. Ela também me deu gelo e disse para manter no meu rosto. Quando as
aulas da Academia terminaram, ela disse que eu estava bem o suficiente para ir embora.
“Eu juro, Rose, acho que você deveria ter um cartão de paciente freqüente.” Tinha um
pequeno sorriso no seu rosto. “Fora aqueles pacientes com problemas crônicos tipo alergia ou
asma, eu não acho que tem outro estudante que eu vi aqui com mais freqüência em um perido
tão pequeno de tempo.”
“Obrigado,” eu disse, sem ter certeza que eu queria essa honra. “Então, nenhuma concussão?”
Ela balançou a cabeça. “Não. Você vai sentir alguma dor, no entanto. Eu vou te dar algo para
isso antes de ir.” Seu sorriso sumiu e ela de repente parecia nervosa. “Para ser honesta,
Rose,eu acho que o maior dano aconteceu com, bem,seu rosto.”
Eu levantei da cama. “O que você quer dizer com “o maior dano aconteceu com meu rosto”?”
Ela apontou para um espelho em cima da pia na parte mas distante do quarto. Eu corri e olhei
para o meu reflexo.
“Filho da mãe!”
Manchas roxas avermelhadas cobriam a parte superior do lado esquerdo do meu rosto,
particularmente perto dos olhos. Desesperada, eu virei meu rosto para ela.
“Isso vai sumir logo, certo? Se eu mantiver o gelo nele?”
Ela balançou a cabeça de novo. “O gelo pode ajudar... mas eu temo que você vai ter um belo
olho roxo. Provavelmente estará pior amanha mas deve sumir em mais ou menos uma
semana. Logo você volta ao normal.”
Eu deixei a clinica com uma confusão que não tinha nada a ver com meu ferimento na cabeça.
Desaparecer em uma semana mais ou menos? Como a Dra. Olendzki podia falar tão
calmamente sobre isso? Ela não se deu conta do que estava acontecendo? Eu vou parecer um
mutante no natal e na maior parte da viagem de esqui. Eu tinha um olho roxo. Uma merda de
um olho roxo.
E minha mãe era responsável por ele

house of night - marcada (capitulo 25)


VINTE E CINCO
O outro dia começou com o que olhando para trás uma suspeita normalidade. Stevie
Rae e eu tomamos café da manhã, ainda sussurrando uma boa fofoca sobre o quão
gostoso Erik era e tentando descobrir o que eu iria usar no encontro no sábado. Nem
vimos Afrodite ou as três bruxas, Terrivel, Pronta para guerra e vespa. A aula de
sociologia era tão interessante – saímos das Amazonas para aprender sobre um antigo
festival dos vampiros gregos chamado Correia – que eu parei de pensar sobre ao ritual
das Filhas Negras planejado para mais tarde, e por um tempo eu realmente parei de me
preocupar sobre o que eu iria fazer com Afrodite. A aula de teatro também foi boa. Eu
decidi fazer um dos solilóquio de Kate de O amansar da Víbora (amo essa peça desde que
vi o antigo filme estrelado por Elizabeth Taylor e Richard Burton). Então quando estava
saindo da aula Neferet esbarrou em mim no corredor e perguntou até onde eu tinha ido
com o livro de sociologia avançado. Eu tive que dizer a ela que não tinha lido muito
(Tradução: não li nada) ainda, e eu estava totalmente distraída pelo desapontamento
obvio dela em relação a mim quando corri para a aula de inglês. Eu tinha acabado de
sentar entre Damien e Stevie Rae quando começou a confusão, e tudo parecendo
vagamente a algo normal sobre aquele dia terminou.
Pehthesilea estava lendo “Você vai e eu fico um pouco Capitulo Quatro” de Uma
noite para lembrar. É um livro muito bom, e estávamos todo escutando como sempre, e
então aquele estúpido garoto Elliott começou a tossir. Droga, o garoto era totalmente e
completamente irritante.
Em alguma parte no meio do capitulo e obvia tosse eu comecei a sentir o cheiro de
algo. Era rico e doce, delicioso e sedutor. Automaticamente, eu inalei profundamente,
ainda tentando me concentrar no livro.
A tosse de Elliott ficou pior, e com o resto da turma eu me virei para dar a ele um
olhar seco. Eu quero dizer, por favor. Ele não podia tomar um remédio para tosse ou
beber água ou algo assim?
E então eu vi sangue.
Elliott não estava na sua preguiçosa posição para dormir. Ele estava sentado direito,
olhando para a mão, que estava coberta com sangue fresco. Enquanto eu o observava,
ele tossiu de novo, fazendo um horrível, som molhado que me lembrou do dia em que eu
fui Marcada. Só que quando Elliott tossiu, sangue brilhante e vermelho saiu da boca dele.
“O que-” ele gargarejou.
“Chame Neferet!” Pehtehsilea surtou a ordem enquanto ela abria uma das gavetas da
sua mesa, pegava uma toalha muito bem dobrada, e se movia rapidamente para o lado de
Elliott. O garoto que estava sentado perto da porta saiu correndo.
Em absoluto silencio vimos Penthesilea chegar em Elliott logo a tempo da próxima
tosse de sangue, que ela pegou com a toalha. Ele agarrou com força a toalha no rosto, se
agarrando e cuspindo e vomitando. Quando ele finalmente olhou para cima, lagrimas de
sangue estavam correndo por seu rosto pálido e redondo, e sangue estava escorrendo do
nariz dele como se fosse uma torneira que alguém deixou aberta. Quando ele virou sua
cabeça para olhar para Penthesilea, eu pude ver que tinha uma corrente vermelha saindo
da orelha dele também.
“Não!” Elliott disse com mais emoção do que eu já o vi demonstrar. “Não! Eu não
quero morrer!”
“Sssh,” Penthesilea gritou, tirando o cabelo laranja dele do rosto suado. “Sua dor vai
acabar em breve.”
“Mas – mas, eu não eu -” Ele começou a protestar de novo, com uma voz irritante
que parecia mais com a dele, e então ele foi interrompido por outra rodada de tosse. Ele
vomitou de novo, dessa vez sangue na já encharcada toalha.
Neferet entrou na sala com dois altos e parecendo muito poderosos homens atrás
dela. Eles carregavam uma maca e um cobertor; Neferet só carregava um vidro cheio de
um liquido cor de leite. Não dois suspiros atrás deles, Dragon Lankford entrou na sala.
“Esse é o mentor dele,” Stevie Rae sussurrou baixinho. Eu acenei, lembrando quando
Penthesilea tinha brigado com Elliott por desapontar Dragon.
Neferet deu o frasco que estava segurado para Dragon. Então ela parou atrás de
Elliott. Ela pos as mãos nos ombros dele. Instantaneamente, o vomito e a tosse
diminuíram.
“Beba isso rapidamente, Elliott,” Dragon disse a ele. Quando ele começou a
fracamente balançar a cabeça dizendo não, ele acrescentou gentilmente, “vai fazer sua
dor terminar.”
“Você – você vai ficar comigo?” Elliott disse.
“É claro,” Dragon disse. “Não vou deixar você ficar sozinho nem por um segundo.”
“Você vai ligar para minha mãe?” Elliott sussurrou.
“Eu vou.”
Elliott fechou os olhos por um segundo, e então, com as mãos tremulas colocou o
frasco nos lábios e bebeu. Neferet acenou para os dois homens, e eles o pegaram e o
deitaram na maca como se ele fosse uma boneca e não um garoto morrendo. Com
Dragon ao lado, eles se apressam para fora da sala. Antes de Neferet os seguir ela virou
para olhar para a chocada turma de terceiranistas.
“Eu poderia dizer que Elliott vai ficar bem – que ele vai se recuperar, mas isso seria
uma mentira.” A voz dela era serena, mas cheia de uma controlada força. “A verdade é
que o corpo dele rejeitou a Mudança. Em minutos ele vai morrer a permanente morte e
não ira se transformar em um vampiro maduro. Eu poderia dizer a vocês não se
preocuparem, que não ira acontecer com vocês. Mas isso também seria uma mentira. Em
média, um a cada dez de vocês não vai fazer a Mudança. Alguns calouros morrem cedo
quando são terceiranistas, como Elliott. Alguns de vocês serão mais fortes e durar até o
serem sestanistas, e então vão adoecer e morrer de repente. Eu digo isso a vocês não
para que vivam com medo. Eu digo por duas razões. A primeira, eu quero que saibam que
como sua Alta Sacerdotisa não vou mentir para vocês, mas vou ajudar a facilitar a ida
para o próximo mundo se hora chegar. E segundo, eu quero que vocês vivam como se
lembrassem que podem morrer amanha, porque vocês podem. Então se vocês realmente
morrem seu espirito poderá descansar pacificamente sabendo que deixaram para trás uma
memória honrável. Se você não morrer, então terá feito a fundação para uma longa e rica
vida com integridade.” Ela olhou diretamente para os meus olhos e então terminou
dizendo, “eu peço que a benção de Nyx os confortem hoje, e que vocês lembrem que a
morte é uma parte natural da vida, mesmo para a vida de um vampiro. Pois algum dia
todos voltamos para o seio da deusa.” Ela fechou a porta atrás dela com um som que
pareceu ecoar infinitamente.
Penthesilea trabalhou rápida e eficientemente. Na verdade ela limpou as manchas de
sangue que mancharam a mesa de Elliott. Quando todas as evidencias do garoto
moribundo desapareceram, ela voltou para a frente da sala e fez um momento de silencio
por Elliott. Então ela pegou o livro e voltou a ler de onde ela parou. Eu tentei prestar
atenção. Eu tentei bloquear a visão de Elliott sangrando pelos olhos e ouvidos e nariz e
boca. E eu também tentei não pensar sobre o fato de que o cheiro delicioso que eu tinha
sentido tinha sido, sem duvidas, o sangue de Elliott saindo do corpo moribundo dele.
***
Eu sei que as coisas deveriam continuar normalmente depois que calouros morrem,
mas aparentemente era raro para dois garotos morrem em um período de tempo tão
curto, e todos ficaram nada naturalmente silenciosas pelo resto do dia. O almoço foi
silencioso e deprimente, e eu notei que a maior parte da comida foi mais remexida do que
comida. As Gêmeas nem incomodaram Damien, o que teria sido uma boa mudança se eu
não soubesse a horrível razão por trás disso. Quando Stevie Rae inventou alguma
desculpa esfarrapada para sair do almoço mais cedo e voltar para o quarto antes do
quinto período começar, eu estava mais que feliz de dizer que iria com ela.
Andamos na calçada na grossa escuridão de outra noite com nuvens. Hoje as luzes
não pareciam alegres e quentes. Ao invés disso elas pareciam frias e não claras o
bastante.
“Ninguém gostava de Elliott, o que de algum jeito eu acho que piora as coisas,”
Stevie Rae disse. “Foi mais fácil com Elizabeth. Pelo menos podíamos honestamente nos
sentir triste por ela ter morrido.”
“Eu sei o que você quer dizer. Eu me sinto chateada, mas sei que estou realmente
chateada por ter visto o que pode acontecer conosco e agora não consigo tirar isso da
cabeça, e não chateada porque o garoto morreu.”
“Pelo menos foi rápido,” ela disse suavemente.
Eu tremi. “Me pergunto se dói.”
“Eles te dão algo –aquela coisa branca que Elliott bebeu. Faz parar de doer, mas
deixa você ficar consciente até o final. E Neferet sempre ajuda com a parte de estar
morrendo.”
“É assustador não é?” eu disse.
“Sim.”
Não falamos nada por um tempo. Então a lua apareceu através das nuvens, pintando
as folhas das arvores com uma levemente prateada, e me lembrou de repente de Afrodite
e do ritual dela.
“Alguma chance de Afrodite cancelar o ritual de Samhain hoje a noite?”
“De jeito nenhum. Os rituais das Filhas Negras nunca são cancelados.”
“Bem, diabos,” eu disse. Então olhei para Stevie Rae. “Ele foi o refrigerador deles.”
Ela me deu um olhar assustado. “Elliott?”
“Sim, foi muito nojento, e ele agiu como se estivesse drogado e estranho. Ele deve
ter começado a rejeitar a Mudança mesmo naquela época.” Houve um silencio
desconfortável, e então acrescentei, “eu não quis dizer nada antes para você,
especialmente depois que você me contou sobre... bem... você sabe. Tem certeza que
Afrodite não vai cancelar hoje a noite? Eu quero dizer, com Elizabeth e agora Elliott.”
“Não importa. E as Filhas Negras não se importam com os garotos que usam para ser
um refrigerador. Eles apenas vão conseguir outra pessoa.”
Ela hesitou. “Zoey, eu estive pensando. Talvez você não devesse ir hoje a noite. Eu
ouvi o que Afrodite disse para você ontem. Ela vai se certificar que ninguém aceite você.
Ela vai ser muito, muito maldosa.”
“Eu ficarei bem, Stevie Rae.”
“Não, eu tenho um mal pressentimento. Você ainda não tem um plano, tem?”
“Bem, não. Eu ainda estou no estagio de reconhecimento,” eu disse, tentando tornar
a conversa mais leve.
“Faça o reconhecimento depois. Hoje foi horrível. Todos estão chateados. Eu acho
que você deveria esperar.”
“Eu não posso não aparecer, especialmente depois do que Afrodite disse para mim
ontem. Ela vai achar que pode me intimidar.”
Stevie Rae respirou fundo. “Bem, então acho que você deveria me levar com você.”
Eu comecei a balançar a cabeça, mas ela continuou falando. “Você é uma Filha Negra
agora. Tecnicamente, você pode convidar as pessoas para o ritual. Então me convide. Eu
vou te dar auxilio.”
Eu pensei sobre o negocio de beber sangue e gostar tanto que foi obvio até para
Pronta pra Guerra e Terrível. E eu tentei, e falhei, não pensar sobre o cheiro de sangue –
o de Heath e Erik e Elliott. Stevie Rae iria descobrir algum dia o quanto o sangue me
afetava, mas não seria hoje a noite. Na verdade, se eu pudesse impedir, não seria tão
cedo. Eu não queria me arriscar em perder ela ou as Gêmeas ou Damien – e eu estava
com medo que eu fosse. Sim, eles sabiam que eu era “especial,” e eles me aceitaram essa
raridade significa Alta Sacerdotisa para eles, e é algo bom. Minha ânsia por sangue não
era tão boa. Eles aceitariam tão fácil?
“De jeito nenhum, Stevie Rae.”
“Mas, Zoey, você não deveria entrar naquele bando de bruxas sozinha.”
“Não estarei sozinha. Erik estará lá.”
“Sim, mas ele costumava ser o namorado de Afrodite. Quem sabe o quão bom ele
será para te defender se ela agir de forma horrível com você.”
“Querida, eu posso cuidar de mim mesma.”
“Eu sei, mas -” Ela parou e então me deu um olhar engraçado. “Z, você está
vibrando?”
“Huh? Estou o que?” E então eu ouvi também, e comecei a rir. “É meu celular. Eu
coloquei na minha bolsa depois de carregar ontem a noite.” Eu tirei ele da bolsa, olhando
para a hora no display. “Já passa da meia noite, quem diabos...” Abrindo o telefone fiquei
chocada por ver que tinha 15 novas mensagens e 5 ligações perdidas. “Droga, alguém
esteve me ligando e ligando, e eu nem notei.” Eu chequei as mensagens de texto antes, e
então meu estomago começou a se apertar enquanto eu as lia.
Zo me liga eu ainda amo vc
Zo me liga p. favor
Tenho q ver vc
Vc e eu
Vc vai ligar?
Eu quero fala com vc Zo!
Me ligue de volta
Eu não precisei ler mais nenhuma delas. Elas eram basicamente a mesma coisa. “Ah,
merda. São todas do Heaht.”
“Seu ex?”
Eu suspirei. “Sim.”
“O que ele quer?”
“Aparentemente, eu.” Relutantemente, eu pus o código para acessar minha caixa de
mensagens, e a voz boba e fofa de Heath me chocou por estar tão alta e animada.
“Zo! Me ligue. Tipo, eu sei que é tarde, mas... espera. Não é tarde para você, mas é
tarde para mim. Mas está tudo bem porque eu não me importo. Eu só quero que você me
ligue. Ok. Então. Tchau. Me liga.”
Eu gemi e a deletei. A outra parecia ainda mais maníaca.
“Zoey! Ok. Você precisa me ligar. Verdade. E não fique brava. Hey, eu nem gosto de
Kayla. Ela é chata. Eu ainda amo você, Zo, só você. Então me liga. Não me importa
quando. Eu vou apenas acordar.”
“Cara oh cara,” Stevie Rae disse, facilmente ouvindo a falação de Heath. “O cara está
obcecado. Não é de se admirar que você chutou ele.”
“Sim,” eu murmurei, rapidamente deletando a segunda mensagem. A terceira era
muito parecida com as outras duas, só que mais desesperada. Eu baixei o volume e bati o
pé impacientemente enquanto passava pelas 5 mensagens, sem ouvir a não ser para ver
quando eu podia a deletar e ir para a próxima. “Eu preciso ir ver Neferet,” eu disse, mais
para mim mesma do que Stevie Rae.
“Por quê? Você precisa impedir ele de te ligar ou algo assim?”
“Não. Sim. Algo assim. Eu só preciso falar com ela sobre, bem, sobre o que eu
deveria fazer.” Eu evitei o olhar curioso de Stevie Rae.
“Eu quero dizer, ele já apareceu aqui uma vez. Eu não quero que ele passe aqui de
novo e cause algum problema.”
“Oh, sim, é verdade. Será ruim se ele se encontrar com Erik.”
“Será horrível. Ok, é melhor eu me apressar e tentar pegar ela antes do quinto
período. Te vejo depois da aula.”
Eu não esperei pelo tchau de Stevie Rae, mas sai correndo na direção da sala de
Neferet. Esse dia poderia ficar pior? Elliot morre e eu me sinto atraída pelo sangue dele.
Eu tenho que ir para o ritual de Samhain hoje a noite com um bando de garotas que me
odeiam e querem se certificar de que eu saiba disso, e eu provavelmente imprinted no
meu quase ex-namorado.
Sim. Hoje realmente, realmente está sendo uma merda.

house of night - marcada (capitulo 24)


VINTE E QUATRO
“Esse foi realmente o mais prodigioso circulo que eu já experimentei!” Damien disse
emocionado depois que o circulo foi fechado e estávamos juntando as velas e o galho de
reza.
“Eu achei que “prodigioso” significasse “grande,”” Shaunee disse.
“Também pode mostrar excitação e se referenciar para algo estupendo e
monumental,” Damien disse.
“Pela primeira vez não vou discutir com você,” Shaunee disse, surpreendendo todos
menos Erin.
“Yeah, o circulo foi prodigioso,” Erin disse.
“Sabe que eu realmente consegui sentir a terra quando Zoey a chamou?” Stevie Rae
disse. “Foi como se de repente eu estivesse cercada por um campo de trigo. Não, foi mais
que ser cercada por isso. Era como se de repente eu fosse parte disso.”
“Eu sei exatamente o que você quer dizer. Quando ela chamou a chama foi como se
fogo explodisse dentro de mim," Shaunee disse.
Eu tentei entender o que eu estava sentindo enquanto os quatro conversam juntos
alegremente. Eu estava definitivamente feliz, mas sobrepujada e um pouco mais do que
um pouco confusa. Então era verdade, eu tinha algum tipo de afinidade com os 5
elementos.
Por quê?
Só pra derrubar Afrodite? (O que, por sinal, eu ainda não fazia idéia de como fazer.)
Não, eu acho que não. Porque Nyx iria me conceder um poder tão raro só para poder
chutar a bunda da mimada líder de um grupo?
Ok, as Filhas Negras eram mais do que um conselho estudantil ou tanto faz, mas
ainda sim.
“Zoey, você está bem?”
A voz preocupada de Damien me fez tirar os olhos de Nala, e eu percebi que estava
sentada no meio do que costumava ser o circulo, com meu gato no colo, completamente
envolta e meus próprios pensamentos enquanto acariciava a cabeça dela.
“Oh, sim. Desculpe. Estou bem, só um pouco distraída.”
“Deveríamos voltar. Está ficando tarde,” Stevie Rae disse.
“Ok. Você está certa,” eu disse, e levantei, ainda segurando Nala. Mas não consegui
fazer meus pés os seguirem quando eles começaram a andar de volta para o dormitório.
“Zoey?”
Damien, o primeiro a notar minha hesitação, parou e me chamou, e então meus
outros amigos pararam, e viraram para mim com expressões que variavam de
preocupação a confusão.
“Uh, vocês podem ir na frente? Eu vou ficar aqui um pouco mais.”
“Poderíamos ficar com você e -” Damien começou, mas Stevie Rae (abençoado seja o
coração caipira dela) o interrompeu.
“Zoey precisa pensar sozinha. Você não precisaria se você tivesse acabado de
descobrir que você é o único calouro conhecido na história que tem uma afinidade pelos 5
elementos?”
“Eu suponho que sim,” Damien disse relutantemente.
“Mas não esqueça que vai amanhecer logo,” Erin disse.
Eu sorri os ressegurando. “Não vou. Vou voltar para o dormitório logo.”
“Vou fazer um sanduíche pra você e tentar conseguir umas batatinhas para
acompanhar sua coca não dietética. É importante que a Alta Sacerdotisa coma depois que
ela faz um ritual,” Stevie Rae disse com um sorriso e um aceno enquanto ela levava os
outros 3 com ela.
Eu agradeci a Stevie Rae enquanto eles desapareciam na escuridão. Então andei até
a árvore e sentei, colocando minhas costas contra o grosso tronco. Eu fechei os olhos e
acariciei Nala. O ronronar dela era normal e familiar e incrivelmente tranqüilizador, e
pareceu me ajudar a me por no chão.
“Ainda sou eu,” eu sussurrei para minha gata. “Como vovó disse. Todas as outras
coisas podem mudar, mas a Zoey verdadeira – a que eu tenho sido a 16 anos – ainda é
Zoey.”
Talvez se eu repetisse de novo e de novo o suficiente para mim mesma, eu
realmente acreditasse. Eu descansei meu rosto em uma mão e acariciei minha gata com a
outra, e disse a mim mesma que ainda era eu... ainda eu... ainda eu...
“Vê como ela inclina sua bochecha contra a mão dela! O, eu uso uma luva nessa
mão, para poder tocar essa bochecha!”
Nala "me-eeh-uf-owed" reclamando enquanto eu pulei surpresa.
“Parece que eu continuo a te encontrar perto dessa árvore,” Erik disse, sorrindo para
mim parecendo bem.
Ele me fez sentir uma agitação no meu estomago, mas hoje a noite ele também me
fez sentir algo mais. Porque exatamente ele continuava me “achando”? E exatamente a
quanto tempo ele estava me vendo?”
“O que você está fazendo aqui, Erik?”
“É bom ver você também. E, sim, eu gostaria de sentar, obrigado,” ele disse e
começou a sentar do meu lado.
Eu levantei, fazendo Nala ronronar de novo.
“Na verdade, eu ia voltar para o meu dormitório.”
“Hey, não quis me intrometer nem nada. Eu só não consegui me concentrar no dever
de casa então vim dar uma volta. Eu acho que meus pés me trouxeram para cá sem que
eu mandasse neles, porque a próxima coisa que eu vi eu estava aqui do seu lado. Eu
realmente não estou te perseguindo. Juro.”
Ele colocou a mão nos bolsos e parecia totalmente embaraçado. Bem, totalmente
fofo e embaraçado, e eu lembrei o quando eu queria dizer sim para ele mais cedo quando
ele me convidou para assistir filmes nerds com ele. E agora aqui estava eu, rejeitando ele
e o fazendo ficar desconfortável de novo. Era de se admirar que o cara sequer falasse
comigo. Claramente, eu estava levando o negocio da Alta Sacerdotisa a serio demais.
“Então que tal me levar de volta para meu dormitório? De novo,” eu perguntei.
“Parece bom.”
Dessa vez Nala reclamou quando eu tentei carregar ela. Ao invés disso ela trotou
junto conosco enquanto Erik e eu andávamos juntos tão fácil quanto tinha sido antes. Ele
não disse nada por um tempo. Eu queria perguntar a ele sobre Afrodite, ou pelo menos
dizer a ele o que ela me disse sobre ele, mas eu não consegui inventar um bom jeito de
dizer algo que eu provavelmente não deveria perguntar para ele.
“Então o que você estava fazendo aqui a essa hora?” ele perguntou.
“Pensando,” eu disse, o que tecnicamente não era uma mentira. Eu estava
pensando. Muito. Antes, durante, e depois do circulo que eu convincentemente não iria
mencionar.
“Oh. Você está preocupada com aquele cara Heath?”
Na verdade, eu não pensei muito em Heath e Kayla desde que falei com Neferet,
mas eu dei nos ombros, sem querer especificar sobre o que eu estava pensando.
“Eu quero dizer, eu acho que é provavelmente difícil terminar com alguém só porque
você foi Marcada,” ele disse.
“Eu não terminei com ele porque fui Marcada. Ele e eu basicamente terminamos
antes disso. A Marca só fez ser uma decisão mais final.” Eu olhei para Erik e respirei
fundo. “E quanto a você e Afrodite?”
Ele piscou surpreso. “Como assim?”
“Hoje ela me disse que você nunca será o ex dela porque você sempre será dela.”
Os olhos dele se estreitaram e ele parecia realmente fulo. “Afrodite tem um sério
problema para dizer a verdade.”
“Bem, não que seja da minha conta, mas-“
“É da sua conta,” ele disse rapidamente. E então, me chocando totalmente, ele
pegou minha mão. “Pelo menos eu gostaria que você da sua conta.”
“Oh,” eu disse. “Ok, bem, ok.” De novo, eu estava certa que eu o estava
impressionando com minha habilidade de conversação.
“Então você não estava só me evitando hoje a noite; você realmente tinha algo para
fazer?” Ele perguntou devagar.
“Eu não estava evitando você. Só tem...” eu hesitei, sem ter certeza de como diabos
explicar algo que eu tinha certeza que não deveria explicar para ele. “Tem muita coisa
acontecendo comigo agora. Essa Mudança é bem confusa às vezes.”
“Melhora,” ele disse, apertando minha mão.
“De alguma forma, para mim, eu duvido,” eu murmurei.
Ele riu e bateu na minha Marca com seu dedo. “Você está na frente do resto de nós.
Isso é difícil no começo, mas, acredite em mim, vai ficar mais fácil – mesmo para você.”
Eu suspirei. “Eu espero que sim.” Mas eu duvidava.
Paramos na frente do dormitório, e ele se virou para mim, a voz dele de repente
baixa e séria. “Z, não acredite na merda que a Afrodite diz. Ela e eu não ficamos juntos a
meses.”
“Mas vocês costumavam ficar,” eu disse.
Ele acenou e o rosto dele parecia cansado.
“Ela não é uma pessoa muito legal, Erik.”
“Eu sei disso.”
E então eu percebi o que realmente estava me incomodando e decidi, oh, bem, que
diabos, eu só vou dizer.
“Eu não gosto que você tenha ficado com alguém maldoso. Me faz sentir estranha
sobre querer ficar com você.” Ele abriu a boca para dizer algo e eu continuei falando, sem
querer ouvir uma desculpa que eu não tinha certeza se devia ou não acreditar. “Obrigado
por me trazer para casa. Fico feliz que você tenha me encontrado de novo.”
“Estou feliz por ter te encontrado também,” ele disse. “Eu gostaria de te ver de novo,
Z, e não só por acidente.”
Eu hesitei. E me perguntei do porque eu estava hesitando. Eu queria ver ele de novo.
Eu precisava esquecer Afrodite. Serio, ela é realmente bonita e ele é um cara. Ele
provavelmente caiu nas feias (e quentes) garras delas antes de saber o que estava
acontecendo. Eu quero dizer, ela realmente meio que me lembrava uma aranha. Eu
deveria ficar feliz por ela não ter arrancado a cabeça dela, a dar ao cara uma chance.
“Ok, que tal eu assistir aqueles DVDs nerds com você no sábado?” Eu disse de
conseguir me convencer a não sair com o cara mais lindo dessa escola.
“É um encontro,” ele disse.
Obviamente me dando tempo para me afastar se eu quisesse, Erik devagar se curvou
para me beijar. Os lábios dele eram quentes e ele cheirava muito bem. O beijo foi suave e
bom. Honestamente, me fez querer beijar ele mais. Acabou muito rápido, mas ele não se
afastou de mim. Estávamos parados bem perto um do outro, e eu percebi que tinha posto
minha mão no peito dele. A mão dele estava descansando nos meu ombro. Eu sorri para
ele.
“Estou feliz que você tenha me convidado para sair de novo,” eu disse.
“Estou feliz por você finalmente ter dito sim,” ele disse.
Então ele me beijou de novo, só que dessa vez ele não hesitou. O beijo se
aprofundou, e meus braços passaram ao redor dos ombros dele. Eu senti, mais do que
ouvi, ele gemeu e enquanto nos beijávamos longamente e com força foi como se ligou um
botão dentro de mim, e um quente e elétrico desejo passou por mim. Era louco e incrível,
e mais do que o beijo de qualquer outro já me fez sentir.
Eu adorava o jeito que meu corpo se encaixava no dele, duro e suave, e eu me
pressionei contra ele, esquecendo sobre Afrodite e o circulo que tinha acabado de lançar o
todo o resto do mundo. Dessa vez quando quebramos o beijo estávamos respirando com
força, e nos encaramos. Quando meus sentidos começaram a voltar eu percebi que eu
estava totalmente esmagada contra ele e eu estava parada ali na frente do dormitório me
agarrando com ele feito uma vadia. Eu comecei a afastar os braços dele.
“Qual o problema? Porque você de repente parece diferente?” ele disse, apertando
seus braços ao meu redor.
“Erik, não sou como Afrodite.” Eu me afastei com mais força e ele me soltou.
“Eu sei que você não é. Eu não gostaria de você se fosse igual a ela.”
“Não estou falando da minha personalidade. Eu quero dizer ficar parada aqui me
agarrando com você não é um comportamento normal para mim.”
“Ok.” Ele colocou uma mão em minha direção como se ele quisesse me puxar de
volta para os braços dele, mas então ele pareceu mudar de idéia e a mão dele caiu no
lado dele. “Zoey, você me faz sentir diferente do que qualquer um já tenha feito antes.”
Eu senti meu rosto ficar vermelho e eu não soube dizer se era raiva ou
embaraçamento. “Não me idealize, Erik. Eu vi você no corredor com Afrodite. Você
claramente sentiu esse tipo de coisa antes, e mais.”
Ele balançou a cabeça e eu vi magoa nos olhos dele. “O que Afrodite me faz sentir é
físico. O que você me faz sentir é tocar meu coração. Eu sei a diferença, Zoey, e eu pensei
que você também sabia.”
Eu olhei para ele – para aqueles lindos olhos azuis que pareceram me tocar da
primeira vez que ele me viu. “Eu sinto muito,” eu disse suavemente. “Isso foi maldade
minha. Eu sei a diferença.”
“Prometa que não vai deixar Afrodite se intrometer entre nós.”
“Eu prometo.” Me assustou, mas falei sério.
“Ótimo.”
Nala se materializou da escuridão e começou a andar pelas minhas pernas e
reclamar. “É melhor levar ela para dentro e colocar ela na cama.”
“Ok.” Ele sorriu e me deu um rápido beijo. “Vejo você no sábado, Z.”
Meus lábios formigaram o caminho todo para meu quarto.