terça-feira, 21 de maio de 2013

Trechos de Amos e Masmorras






"O respeito é básico numa relação de dominação/submissão. Nunca faça com um amo o que não gostaria que ele lhe fizesse como submissa”



"A submissão é como uma meditação. Vendam seus olhos, sua mente está em silêncio, seu coração bate... A porta de sua rendição se abre."



"No BDSM, os casais são tão diferentes e tem necessidades tão díspares como pessoas existem no mundo."




“Submissa não é a que sofre mais, 
mas sim a que mais deseja”.



"O amo e a submissa gravam-se um na pele do outro. Como uma tatuagem.


“Não há prazer que seja mau.
O mau é não saber que prazeres escolher e quais evitar”.


“Em uma sessão, o amo é um demônio e, também, um anjo”.

“Não importa quão grandes sejam as lágrimas de uma submissa; 
será amada e venerada por como as deixa cair”.


"As verdadeiras submissas, têm caráter e se zangam às vezes."


Das lágrimas ao beijo existe um calafrio”


“Na submissão e na dominação, como na vida, sempre há penalidades”.


"Se pedirem para escolher entre quatro demônios, o feio, o mau, o bom e o cara bom, a quem escolheria? No final agarraria o cara bom… Não? Pois o mesmo com os amos."


"Açoite e chicotadas: açoitar um submisso é somente outra maneira de acariciar, tocar e estimular à outra pessoa a níveis físicos e psicológicos."


"O BDSM é uma viagem de auto-descobrimento, onde cada passo que dão juntos — amo e submissa — devem andar na mesma direção, numa mesma vibração".


Trechos de Amos e masmorras 

Livro Amos e Masmorras - Primeiro Castigo


 Amos e Masmorras 
Primeiro Castigo de Cléo 


Espero que gostem e bem picante....
e a parte do livro que mais gosto.
Como já havia dito o livro e muito bem escrito e torna toda a experiencia que Clêo tem no mundo do BDSM em algo incrível, que nos faz imaginar e desejar .
Bom mais um pedacinho do livro.
Fiquem a vontade e apreciem.











 “Submissa não é a que sofre mais, 
mas sim a que mais deseja”.



Ela o fez, e ele prendeu correntes em seus pulsos, por cima da cabeça, e em seus tornozelos, abrindo suas pernas.

Quando as correntes faziam clique, ele acariciava a área capturada para tranquilizá-la.

—Vou tocá-la, Cleo - anunciou com o rosto entre sombras.

—Sim - sussurrou.

Lion passou a mão por cima de sua garganta e foi deslizando através de sua clavícula e seus seios. Acariciou os mamilos com os polegares, detendo as mãos ali.

O coração de Cleo disparou, e um golpe de desejo se localizou no centro de suas pernas, formando redemoinhos por trás de seu umbigo. Mordeu o lábio inferior e fechou os olhos.

—Gosta que a toque assim?

—Sim, senhor. Eu gosto.

—E eu gosto de te tocar, Cleo.

Ela abriu os olhos e centrou sua vista nele. Lion sorria extasiado com seus seios e tinha a ponta do nariz vermelha de excitação.

“Então, também o deixo um pouco nervoso, não é? Bem, um pouquinho não é mau”, pensou com regozijo.

—Tenho que te disciplinar com os açoites. No torneio podem vir provas de todo tipo se não encontrarmos antes os cofres; e poderíamos nos ver obrigados a empreender algum duelo. Um duelo poderia ser o de conter o grito durante o açoite, o de contá-lo, ou o de não gozar ou não chorar… E terá que ter muito autocontrole.

—Poderia gozar pelos açoites?

—É óbvio —respondeu— Talvez hoje não, porque vai estar muito preocupada em pensar se dói ou não. Misturarei os açoites com as carícias, a estimularei e acalmarei. Quero que se familiarize com os golpes e quero comprovar qual é sua área mais sensível, está de acordo?

—Sim — disse decidida.

—Primeiro vou prepará-la na frente, e depois o farei por trás. Não uso chicotes porque são muito dolorosos e podem chegar a cortar a pele. No torneio, as Criaturas utilizam chicotes para castigar; mas são amos muito versados nessas práticas e sabem que não podem cometer enganos e machucar de verdade uma submissa.

—Me dão medo as Criaturas.

Lion assentiu.

—Não tem que temê-las. Além disso, faremos o possível para não cair em suas garras.

—Bem.

—Os instrumentos que usar pode despertar muitas sensações em você. Se tiver que gritar, faça, Cleo. Se tiver que chorar, chore. E, se não aguentar, recorde a palavra de segurança.

—Scar.

—Isso. —Voltou a passar os polegares pelos mamilos e logo deslizou os dedos por sua cintura, suas costelas e depois os quadris. Ficou com os olhos cravados em sua vagina e levou os dedos até lá para abri-la com cuidado.

Oh, meu Deus. Só queria vê-la; não a acariciou por dentro nem penetrou os dedos em nenhum lugar. A abriu como se fosse um pêssego para observar sua cor e textura. Mas ela sentiu que umedecia e que começava a palpitar.

—Tem uma cor muito rosada. Quando o sangue se acumular aí pelos açoites e palmadas, inchará e passará ao vermelho raivoso. Se tornará muito sensível. Os açoites nesta área servem para que o sangue bombeie nos pontos sexuais e seja plenamente consciente deles. Quando estiver preparada, poderia chegar ao orgasmo só com um sopro —assegurou acariciando-a levemente—É muito bonita, Cleo. —Elogiou-a com tato e cuidado.

Ela inspirou profundamente quando parou de tocá-la e exalou com um obrigada afogado.

—Vamos começar —disse agarrando um flogger de várias caudas. — A primeira coisa que tem que fazer é não pôr etiquetas ao que está sentindo. Sei que é angustiante estar atada e imobilizada sabendo que alguém vai golpeá-la, mas sou eu: sou Lion. Cortaria uma mão antes de machucá-la de verdade. Assim — sopesou o peso das extremidades e as analisou com atenção. — Não etiquete. Não há dor. Não há prazer. Há algo muito mais poderoso e potente que isso. —Deixou que as caudas do flogger acariciassem seu torso e passassem por cima de seus mamilos. Estes reagiram e ficaram arrepiados.

— Isso. Responde muito bem, Cleo.

—Ah… Obrigada, Senhor.

—O que vou fazer com você, tudo o que vai sentir pode parecer doloroso; mas é dor para conseguir um prazer sublime. A dor não é o fim dos açoites: é o meio para fazer que voe. Uma sessão de BDSM, um castigo, não tem por que te aterrorizar. Pode pensar nisso como uma cena de filme de suspense em que não sabe o que vai acontecer. Sentirá um golpe, e depois, na mesma área, dois beijos ou duas lambidas; um açoite, e depois uma carícia reconfortante. E a soma de tudo isso, a soma de sentimentos e do grande contraste da dor e do prazer é o que faz do BDSM algo tão incrível. Sexo bestial e doçura infinita, suavidade e dureza, inferno e céu… Imagine uma discussão e depois quão incrível é a reconciliação. Aqui é o mesmo: depois que a flagelam ou a castigam, o melhor é que cuidam de você e a mimam. —Inclinou-se sobre ela e lhe deu um beijo fugaz nos lábios. — Vou cuidar de você, meu bem.

Antes sequer que Cleo pudesse saborear e entender o motivo desse beijo, chegou a primeira carícia vertical das extremidades do flogger. Golpeou-a sobre o estômago, aproveitando seu próprio peso para que as estremidades não se enredassem e fossem todas na mesma direção.

Cleo se esticou e com as mãos se agarrou às correntes.

Primeiro chegou um e depois outro e outro e outro… Chegavam a grande velocidade e impactavam sobre a pele nua da jovem, que apertava os olhos com força e punha todo o corpo em tensão

—Não gosto dos vergões, nem marcas na pele, nem cortes… Os sádicos, não os amos que gostam da dominação e da submissão —esclareceu, — abusam dos chicotes — Zás!, no seio esquerdo, — inclusive dos floggers com objetos cortantes. — Outro zás no outro seio. — Mas os sádicos têm outra psique e gostam de infligir dor por dor. A mim não.

Cleo estava tremendo, aguentando as sensações tão facilmente como podia. Lion parou, e agora sentia como a pele atiçada formigava e esquentava. E, então, chegou outro tipo de golpe sobre suas coxas. Um igualmente estimulante.

A pele picava e não sabia se o que estava experimentando era dor ou prazer.

Depois de trabalhar suas coxas, Lion subiu o flogger de novo sobre o estômago; e então chegou o primeiro raio de dor forte quando as caudas foram parar em sua virilha.

—Oh, meerda! —exclamou ela apertando os dentes.

—Doeu este, Cleo? Assim?

Ele fez de novo: e Cleo saltou da maca-mesa ao sentir o açoite na vagina.

Mas quando a sensação picante desaparecia, ficava de novo aquela estranha estimulação em toda sua pele, como se alguém a tocasse, mas sem tocá-la. E se sentia arder.

—Aguenta, Cleo. Isto é somente para te preparar. É um aquecimento. —centrou-se de novo em seus seios e passou de maneira continuada as caudas do flagelador como uma carícia sussurrante, para logo voltar a começar.

Esteve longos minutos trabalhando sua parte dianteira, até que toda sua pele estava vermelha devido à estimulação.

—Deus… É tão bonita.

Cleo não podia falar. Estava convencida que seu cérebro estava fritando. O que acontecia com seu corpo?

Acaso queria mais? Não podia ser…

Ele acariciou seu rosto e retirou a vermelha franja de seus olhos.

—Faz que queira fodê-la agora mesmo, Cleo. Está se entregando para mim. — Colocou a palma da mão sobre sua vagina e a deixou ali, sem mover os dedos. — Nota? Está umedecendo, querida.

Estava se entregando a ele? O que acontecia era que estava ardendo como um maldito vulcão. Não queria que parasse de tocá-la. Não queria que afastasse a mão dali.

—Lion…

Zás! A primeira bofetada com a mão aberta sobre seu sexo: spanking vaginal; e deixou a mão ali, retendo todo o calor.

Saltaram lágrimas dela, mas, incompreensivelmente de novo, desejou muito mais.

—Como me chamo?

—Senhor.

—Sim, assim é —passou os dedos pelos lábios do seu sexo, mas não fez nada mais. — Boa garota.

Sem saber muito bem como, Lion a liberou das correntes e a virou como um frango; ficou de barriga para baixo sobre a mesa. Ele a aprisionou outra vez e começou a flagelá-la tal e como fez com sua parte dianteira. O fazia num ritmo e velocidade que continham uma força hipnótica. Não forte, porque aquele não era o castigo principal, mas sim com suficiente pressão e cadência constante para que sua pele se preparasse.

—Deus —gemeu Cleo, colocando o rosto para o lado contrário de onde ele estava. Ardia-lhe a pele, certamente que a estava irritando; mas seu corpo mergulhava numa hipnose provocada pelo contato das extremidades, por como alternava um golpe e outro: um mais forte, outro mais frouxo, um mais suave… Depois parava e passava as mãos por cima da área torturada, como se a quisesse consolar e acariciar, pedindo perdão pelo castigo que estava infligindo. E ela, nesse momento, sentia vontade de chorar. Mas não o faria. Devia ser forte.

—No torneio só eu a tocarei. Não vou deixar que ninguém se aproxime, Cleo. Para isso devemos ser os mais rápidos em encontrar os cofres; e, se não o fizermos, temos que ganhar os duelos. Mas se em algum momento tiver que enfrentar às Criaturas ou ceder ao que o Amo do Calabouço ou Uni exijam, tem que se preparar para qualquer coisa — Zás! Um açoite entre as nádegas que fez que sua linda pele se avermelhasse. — OH, gatinha… Veja. — Passou as mãos por seu traseiro e se inclinou para lhe dar um beijo.

—Lion? —soluçou ela muito necessitada dessa boca.

Zás! Um açoite com a mão aberta.

E ela se queixou pelo contato.

—Senhor!

Esfregou a área em que deu a bofetada e se inclinou de novo para beijá-la.

—É muito importante que nos castigos nunca pronuncie meu nome. Pense que você e eu temos outras identidades, e que essas serão as oferecidas aos organizadores do torneio. Um engano desse tipo chamaria muito a atenção dos Vilões.

—Sim, senhor.


—Já está preparada para seu castigo.

Desencadeou-a e a deixou sentada de novo sobre a mesa-maca. Com o flogger na mão ainda, retirou seu cabelo do rosto e pôs uma mão de cada lado de suas pernas, sobre o suporte, de modo que a deixou presa entre seu corpo e a maca, nua, afetada pelos açoites e vermelha como um tomate.

Cleo nunca foi tão consciente de seu corpo como nesse momento.

—Deixa-me louco que confie em mim desse modo, Cleo.

—Ob... Obrigada, Senhor.

—Está indo muito bem em seu papel, não é, bonita?

Lion retirou o cabelo vermelho e úmido pelo suor do seu rosto. Encostou sua testa à dela e a olhou nos olhos. Ansiava beijá-la.

Mas não queria confundí-la nesse momento; como tampouco ele queria se confundir.

—Me olhe.

Cleo levantou a vista, confusa. Não sabia como devia se sentir, mas se sentia tão bem e descansada… Tão ativada.

Lion a agarrou nos braços e a deixou em frente ao seu punching bag.

—Coloque suas mãos no saco, Cleo, e segure.

O olhou por cima do ombro.

Não se sentia tão desorientada para não o advertir com seus olhos, muito verdes, o que aconteceria se a machucasse de verdade.

—Disse que confiava em mim — a recriminou, captando a mensagem desse olhar— Olhe para a frente.

—Sim, senhor. —Ela mordeu a língua e esperou paciente que chegasse o golpe.

—Quero que você mesma aceite a dor voluntariamente. Por isso não a amarro.

—Bem. —Cleo se posicionou melhor para receber o castigo.

—Deve se manter quieta, sim?

—Sim, senhor.

—O início da dor vai crescer porque liberou muitas endorfinas, e por isso é mais difícil que saiam hematomas. No pré-aquecimento, as carícias servem para que as endorfinas se

se acumulem na pele. Está vermelha e abrasada, querida. Vou golpeá-la num ritmo lento para que tenha tempo de absorver cada golpe e antecipe a sensação do próximo. Ontem me ofendeu três vezes. Serão cinco chicotadas por cada ofensa.

—Quinze, senhor? —perguntou estreitando os olhos e desejando que a tocasse de uma vez: não importava se vinha um açoite, uma bofetada ou uma carícia.

Queria que continuasse estimulando-a, não queria esfriar.

—Uma, quando me disse que queria outro amo, quando o que eu pretendia era te proteger de cair nas mãos erradas; a segunda, quando insinuou que não me preocupavam suas necessidades, quando a domesticação de ontem a preparava para mim; e a terceira, quando disse que não era irresistível, quando Cleo —se aproximou dela e sussurrou ao ouvido, — vejo o brilhante que está entre as pernas, gatinha. E é pelo muito que gosta do que faço. Mas vamos acrescentar cinco mais.

—Por que?! —replicou.

Ele permaneceu em silêncio durante uns segundos. Essas respostas mereciam outro castigo, mas esperaria que Cleo se dessa conta que não devia falar com ele assim.

—Senhor? —perguntou sem entusiasmo.

—Por insinuar que Clint morreu por minha culpa e que minha incompetência fez que sequestrassem Leslie.

Aquelas palavras a afundaram. Era verdade que disse isso e se arrependeu imediatamente, mas não pediu perdão ainda. Como se atreveu a atacá-lo assim?

—Está pronta? —Acariciou sua nádega esquerda e a beliscou suavemente—Está ardendo.

—Sim, senhor —respondeu com um fio de voz.

—Vai contar em voz alta as chicotadas. Tenho um chicote de nove caudas nas mãos, Cleo. Isto vai doer um pouquinho mais. —Usou a velocidade e o peso do chicote para golpear sobre suas nádegas, fazendo alavanca com seu braço e o cabo.

O som das caudas cortando o vento podia ser atemorizante, mas era mais espetacular escutar como açoitavam a pele.

—Um! —gritou Cleo cravando os dedos no saco de boxe. Deus… Como ardia. Depois de dez segundos, chegou o segundo contato, na mesma área, entre as nádegas— Doooiiis! —exclamou cravando os pés na grama para manter a postura. Os golpes cada vez eram mais fortes, mas iam mudando de lugar para não fazer muito dano. O três e o quatro alcançaram a área traseira das coxas. O cinco e o seis golpearam a parte baixa das costas. A pele do traseiro doía e ao mesmo tempo picava. Não sabia se queria se coçar, esfregar ou que continuasse a golpeando. O sete e o oito caíram de novo sobre as nádegas. Não. Não queria que continuasse batendo nela. Ou sim? Aquilo era muito confuso. — Nove! Dez!

Lion sabia que Cleo aguentaria com isso e com mais. Era a mulher mais forte, obstinada, valente e entregue que jamais conheceu. Mas devia aprender a suportar isso com ele, pois seria ele quem jogaria com ela no torneio. A jovem tremia e se apoiava no saco, quase se abraçando a ele.

—Doze! Treze!

As exalações e os ruidinhos indefesos de Cleo percorreram a alma de Lion.

Era por ela que estava ali.

Era por ela que cuidava de Leslie.

Não o contrário.

Entenderia isso algum dia? Como ia saber se nunca disse nada a ela?

—Dois mais, gatinha!

—Dezenoooveee! —gritou grunhindo.

As extremidades da última chicotada a pegaram de repente nas bochechas avermelhadas das nádegas e a agente caiu, cansada de seu próprio exercício. — Vinte… vinte… Deus… — soluçou — Vinte! — deixou-se cair no chão, mantendo-se abraçada ao saco, completamente abandonada.

Lion atirou o chicote no chão e pegou Cleo nos braços, embalando-a contra ele, consolando-a com seu corpo e sua pele.

Cleo nem sequer se atreveu a fugir.

Aquilo era um castigo de BDSM; e sabia que ardia seu corpo, era consciente da reação de sua psique pela representação da flagelação, mas não entendia a outra sensação que se estendia sob sua pele.

—Venha aqui, querida. Fez isso tão bem… — a felicitou. — Agora me deixe cuidar de você.

—Não… Deixe-me em paz.

—Chist, Cleo. —Olhou-a nos olhos e caminhou com a jovem nos braços até sentar na poltrona de vime, com ela montada sobre suas pernas. —Sei que agora não sabe como se sente. Mas também sei que, na realidade, de verdade, não foi dor que sentiu. —Seus peitos nus se colaram um no outro. Lion a beijou na cabeça e na têmpora, depois pelas bochechas… Também passou as mãos pelas costas e nádegas para consolar sua aflição e sua ardência. Cleo se abraçou a ele, sem pedir permissão nem chamá-lo de senhor. Apoiou sua cabeça sobre seu peito e permitiu que lhe desse o calor que precisava. Carinho. Só queria carinho.

“Console-me, por favor”, dizia em seu interior.

—Sinto muito. Sinto o que te disse — gemeu sobre ele. — Não acho que teve culpa de nada… Fui horrível. Fui uma vadia má. Perdoe-me. Você perdeu seu melhor amigo no caso e eu…

—Chist. Está bem, querida…

—Não, Lion —o chamou por seu nome, mas nem se importou. Segurando-o pelo rosto, disse: — diga que me perdoa, por favor…

—Sim. Claro que sim —Seus olhos azuis se impregnaram por tão bonita e viva que estava.

—Perdão —soluçou, abraçando-o.

Lion a acalmou e mimou, feliz por tê-la assim. Era a primeira vez que Cleo não o olhava mal, nem lançava uma palavra venenosa, nem ria dele…

Agora era acessível. E terna.

—No começo —explicou ele, — quando sente que gosta do que te fazem, sente-se desorientada. Mas, na verdade não é dor, não de verdade — explicou ele beijando-a no ombro e massageando suas carnes doloridas. — É uma dor prazerosa. —Segurou seu rosto entre as mãos e o ergueu um pouco para que ambos ficassem cara a cara. —A gente chora e se limpa. É como uma catarse. E há outros que acabam destruídos depois de uma sessão de BDSM, que ficam deprimidos por alguns dias. Tiram tanta merda e se esvaziam tanto que não sabem dar nome à paz interior que sentem.

—Estou bem. Só… Só dolorida. —Secou as lágrimas com o dorso das mãos. Dolorida prazerosamente. Sentia-se ardida, mas também muito, muito sensual e acesa para qualquer coisa.

—Estou bem

—Ouça… Antes me beijou. Me deu um beijo. —O recriminou. — Podemos nos beijar quando bancamos os personagens de amo e submissa? Isso está bem? —perguntou insegura.

Lion sorriu ao ver que ela voltava a ter lágrimas nos olhos; mas eram lágrimas purificadoras. As limpou sorvendo-as com os lábios.

E ela ficou estática ao se dar conta que Lion cumpria suas promessas:

“Quando chorar, beberei suas lágrimas”.

—Para mim sim. Se preciso fazer, faço —explicou ele. — Queria te beijar, Cleo.

—Precisava me beijar?

—É uma submissa muito especial, e muito sexy —murmurou sobre sua bochecha. — Entregou-se a mim, Cleo. É óbvio que queria te beijar. E a beijarei sempre que me agradar.

—Porque você diz?

—Porque eu digo.

Ela deixou cair os olhos e voltou a se apoiar sobre seu peito. Não ia falar disso com ele; os beijos sempre eram algo mais. Se tinham que se beijar, se beijariam de novo, mas dessa vez ela tomaria o controle, não a pegaria de surpresa.

—Foi tão intenso… —murmurou sobre sua pele— Minha pele arde, arde em mim lá embaixo, e meu traseiro… Meu pobre traseiro — choramingou entre risadas. — O deixou como um tomate, selvagem.

Lion começou a rir.

—Ontem me ofendeu. Como submissa no jogo, deverá acatar os castigos, e lembre que haverá gente nos observando. Não poderá me ofender e permanecer impune. Tem que aprender a agir como se requer no torneio.

—Sei. — gemeu ao sentir que a pele da virilha se ressentia ao roçar contra… OH, certo!— Ups…

—Oh! —Lion sorriu abertamente e olhou abaixo—Está acordado desde que chegou ao jardim.

Cleo engoliu saliva. Sim, já tinha se dado conta que Lion quase sempre estava preparado.

—Dói? —perguntou ele.

—Onde? —perguntou ela.

—Aqui. —Lion deslizou a mão entre seus corpos e cobriu seu sexo com a mão.

A jovem se sobressaltou, mas ele a manteve em seu lugar.

— Sabe o que acontece aos homens depois de uma situação de risco?

—O que?

—A adrenalina e as endorfinas se aglomeram em nossos órgãos sexuais e nos deixa duros.

—Como agora. —Arqueou uma sobrancelha vermelha e gostou de sentir a mão de Lion acalmando seu lugar mais íntimo.

—É o mesmo que acontece com as mulheres. Mas vocês incham e umedecem. —Lion deslizou um dedo por sua fatia ardente e inflamada e se encontrou com a suavidade e a excitação de Cleo. — Como agora.

—Isto também é instrução ou pode se considerar apalpar discretamente?

—Isto faz parte da sua disciplina. Vamos fazer tudo que nos compete representar em Dragões e Masmorras DS.

Cleo estava hipnotizada pela expressão de Lion. Parecia que estava tocando um pedacinho do céu.

—E o que vai fazer a respeito, senhor? —Ela fechou os olhos e se agarrou aos seus ombros.

—Depois do açoite, vem os carinhos, querida.

Lion a elevou e a sentou sobre a mesa de vime, com cuidado de não roçar muito a pele flagelada.

—Se abra e me mostre como é aí, Cleo.

—Saiba que não faço isso com todos. Só estou fazendo porque o FBI me ordenou.

Lion lhe deu uma bofetada no interior da coxa esquerda.

—Sou o único a quem deve obedecer, descarada. Agora, se abra.

Ela não estava em situação de contrariar ninguém, e desejava como uma louca que ele a acariciasse. A tinha estimulado de um modo muito selvagem, e agora não havia nada que pudesse acalmá-la a não ser que a levasse ao êxtase. Jamais imaginou que as surras sexuais podiam excitá-la até esse ponto. Mas seu corpo saltava com desejo de começar.

E se eram amo e submissa, deviam representar o papel à perfeição.

Ia se jogar em Lion.

Ou seria ele quem se jogaria sobre ela?

Que importância tinha? Queria uma maldita gratificação por suportar o castigo.

Abriu as pernas e apoiou os pés, com fibras de grama, na mesa escura de vime.

—Está… —Lion ficou sem voz e aproximou a cadeira da mesa, de modo que o sexo de Cleo permanecia aberto diante de seu rosto. Estava vermelho e, também, inchado.

Mas o que mais estava era úmida. Sua vagina tinha fome e resultava que ele também. Com as mãos, manteve suas pernas abertas e a obrigou a se estirar em cima da mesa.

—O que deseja? Minha língua ou meu pênis? Decide, porque agora só terá um deles.

O que disse? Cleo fechou os olhos e colocou o antebraço sobre eles. Com a outra mão se ergueu um pouco para segurar sua cabeça e a guiar até a área que chorava pelo castigo e por ele.

Ele riu e com um grunhido disse:

—Sim, eu também. Quero te comer. — Abrindo a boca abrangeu todo seu sexo de cima abaixo e começou a lambê-la como se fosse um doce.

Foi muito rápido e fulminante. Sentia-o muito intenso.

Notou sua língua e boom!, Cleo se elevou ao sétimo céu, gozando numa velocidade vertiginosa.

Lion assentiu orgulhoso dela e satisfeito por sua resposta, enquanto continuava a beijando e lambendo.

Aparentemente, acreditava que era o fim do mundo, e que ela era um maldito salva-vidas. Capturou suas pernas com força e começou a sugá-la de cima abaixo. Golpeou o clitóris com sua suave língua e depois a penetrou em sua cavidade.

As paredes de Cleo se estreitavam e tremiam, sob sua inspeção.

—É muito gostosa… —murmurou sobre sua entrada.

Cleo sentiu a voz do amo entrar por seu útero e chegar ao estômago, reverberando como um eco em seu interior. Gozou uma vez e gozaria outra mais.

Balançou os quadris para cima e para baixo e deixou cair o pescoço atrás. Nunca se sentiu assim. Teve sexo oral outras vezes, mas Lion era…, era… Não tinha palavras para descrevê-lo. Talvez os açoites a houvessem hipersensibilizado, mas, depois da surra, notar algo tão suave como sua língua, tão flexível e elástica, e com essa textura tão especial, a deixou louca.

Agarrou-o pela cabeça com as duas mãos e o manteve no lugar que ela precisava.

Lion não se moveu dali. Fustigava-a com sua língua e os lábios e depois a mordia carinhosamente com os dentes; absorveu seus lábios exteriores, primeiro o direito e depois o esquerdo e, em seguida, começou a fazer o mesmo percurso desde o início.

Tinha tudo estudado. Queria a martirizar.

Foi numa das profundas imersões de sua língua que Cleo voltou a gozar em sua boca; enquanto ele continuava a mimando como somente um amo podia fazer depois de um castigo.

Se essa era a recompensa por sofrer sua disciplina, esse mesmo dia lhe diria que era feio, vesgo e um nazista pelo menos vinte vezes.

Mas seus cuidados não acabaram aí.

Depois de gozar uma vez mais, Lion pegou o que restava dela e colocou ambos na jacuzzi. A água estava fria, assim ativou as borbulhas e colocou Cleo entre suas pernas para lhe dar uma massagem cheia de sabão sobre os ombros doloridos e as costas irritadas.

Permaneceram em silêncio enquanto ele cuidava dela.

—Obrigada, senhor — disse realmente agradecida.

Lion a beijou na nuca e passou as mãos pela parte baixa de suas costas para logo percorrer as nádegas com os dedos.

—Como está seu traseiro?

—Melhor. A água me acalma.

—Acrescentei sais de banho calmantes. Depois, quando sairmos daqui, farei uma massagem com uma loção especial para que sua pele se restabeleça. É feita de folhas de carvalho.

—É um detalhista —sussurrou fechando os olhos. — Também sabe fazer massagens, senhor?

—Sei fazer de tudo —murmurou brincalhão. — Já sei como está seu bumbum... E você, Cleo, como está?

—Mmm… Incrivelmente bem. É como se tivesse corrido uma maratona. Agora me sinto tão cansada e maleável… —suspirou. — Mas feliz. Isto de ter um amo não é má ideia — brincou com a água entre seus dedos. — Poderia deixar que me castigassem, se depois tenho tudo isto.

Um pensamento cruzou a mente de Lion.

Cleo estaria com ele como amo enquanto durasse a missão. Os supervisores concordavam que o modo de finalizar o caso era no torneio, uma vez que entrassem no círculo dos Vilões; mas isso implicava que ficariam juntos só até a conclusão do caso. Não gostou do comentário de Cleo. Sugeria que ela pudesse escolher outro amo depois que tudo acabasse.

Com amargura disse:

—Há castigos que não têm recompensa. Há castigos disciplinadores que não acabam em orgasmos. Mas prefiro que acabem assim. É muito melhor para ambos.

Cleo se apoiou sobre seu peito. Estava bem e era correto estar assim com ele.

Ambos tinham uma missão a cumprir e iam se conhecer melhor que ninguém; assim intimidade a esses níveis não era inadequado.

—Acredito que ficaria arrasada se alguém me castigasse como você fez e depois não me consolasse.

—Há amos muito cruéis, Cleo. Mas as submissas que procuram são muito submissas, e aceitam o que façam porque é o que necessitam.

—Sim. Sim…, já sei.

—Ninguém está com um amo por obrigação.

—Exceto… Exceto as mulheres que possam traficar utilizando o torneio de BDSM. Talvez não todas, mas as estão obrigando a ficar lá, e algumas perderam inclusive a vida.

—Exato. Faltam quatro dias, Cleo — moldou suas nádegas e as abriu para que as borbulhas batessem justo nessa área. — E restam coisas para aprender.

—Ouça… — se esticou divertida. — Isso faz cócegas. Sabe? É a primeira vez que utilizo a jacuzzi com outra pessoa.

—Sério?

Ele soltou uma gargalhada enquanto a colocava sobre um jorro de água.

—Vamos para o quarto, querida.