domingo, 26 de fevereiro de 2012

A.Vampiro - beijo das sombras (capitulo 20)

mas capitulos livro academia de vampiro - beijo das sombras


VINTE
A minha boca caiu. “Uh…espera… vocês querem dizer sexo?”
Meu espanto me impedindo de dar uma resposta melhor. Mason estava histérico.
Jesse parecia que queria morrer.
“É claro que eu quero dizer sexo. Ela disse que faria se nós falássemos...você sabe...”
Eu fiz uma cara. “Vocês dois, não,uh, fizeram ao mesmo tempo, fizeram?”
“Não,” disse Jesse angustiado. Ralf meio que parecia que não teria se importado.
“Otimo,” eu murmurei, tirando o cabelo do meu rosto. “Eu não acredito que ela nós odeia
tanto.”
“Hey,” exclamou Jesse, entendendo minha insinuação. “O que isso quer dizer? Nós não somos
tão ruins. E você e eu- nós estivemos bem perto de-“
“No. Nós não estivemos nem perto disso.” Mason riu de novo, e alguem me atingiu. “Se isso...
se isso tivesse acontecido naquele tempo, então... ela ainda tinha que estar namorando o
Aaron.”
Os três caras concordaram.
“Oh.Whoa.”
Mia realmente nos odiava. Ela tinha acabado de passar da garata-pobre-enganada-pelo-irmãoda-
Lissa e vai para o território dos sociopatas. Ela dormiu com esses dois caras e traiu o seu
namorado que parecia adorar ela. Jesse e Ralf pareciam incrívelmente aliviados quando nós
saímos de lá. Mason colocou um braço disfarçadamente no meu ombro. “Bom? O que você
acha? Eu commando, certo? Você pode me dizer. Eu não vou me importer.”
Eu ri.”Como você descobriu ?”
“Eu cobrei vários favores. Usei algumas ameaças. O fato de que a Mia não pode fazer nada
ajudou também.”
Eu me lembrei de Mia me seguindo no outro dia. Eu não achava que estava completamente
desprotegida ainda mas não disse nada.
“Eles vão começar a contar para as pessoas na segunda.” Ele continuou. “Eles prometeram.
Todos vão saber até a hora do almoço.”
“Porque não agora?” Eu perguntei mal humorada. “Eles transaram com uma garota. Vai
machucar mais ela do que eles.”
“É.Verdade.Eles não queriam lidar com isso hoje a noite. Você pode começar a contar pras
pessoas se você quiser. Nós podíamos fazer uma faixa.”
Com todas aquelas vezes que a Mia tinha me chamado do vadia e vaca?Não era uma má idéia.
“Você tem caneta e papel?...”
Minhas palavras morreram quando eu vi no ginásio onde estava Lissa, cercada por
admiradores, com os braços de Aaron envolvendo-a. Ela usava um vestido com uma bainha de
algodão de um tom de cor de rosa de uma tonalidade que nunca cairia bem em mim. Seu
cabelo loiro tinha sido amarrado em um coque onde ela tinha posto pequenos grampos com
cristais na ponto. Quase parecia como se ela usasse uma coroa.
Princesa Vasilisa.Os mesmos sentimentos de antes tinham surgido em mim, ansiedade e
excitação. Ela simplesmente não conseguia simplesmente se divertir hoje a noite.
Observando-a do outro lado do salão, escondido da escuridão, estava Christian. Ele
praticamente tinha se misturado com a janela. “Pare com isso,“ Mason me censurou, notando
quem eu encarava. “Não se preocupe com ela hoje a noite.”
“Dificil não se preocupar.”
“Faz você parecer deprimidar. E você está muito gostosa nesse vestido para parecer
deprimida. Vamos,lá está o Eddie.”
Ele me arrastou para longe, mas não antes deu lançar um olhar para Lissa por cima do meu
ombro. Nossos olhos se encontraram brevemente. Arrependimento passou pela ligação. Mas
eu a tirei da minha mente – figurativamente falando – e consegui fazer uma cara legal quando
nos juntamos com os outros novatos. Nós ganhamos muitos pontos ao contar sobre o
escândalo de Mia e,com pena ou não, vendo o meu nome sendo limpo e me vingar dela foi
muito bom. E eu pude ver a noticia se espalhando enquanto aqueles que estavam no nosso
grupo andavam por todos os cantos se misturando com outros. E nós íamos esperar até
segunda. Tanto faz. Eu não me importava. Eu estava me divertindo na verdade. Eu voltei a
minha antiga eu, feliz por ver que eu não tinha ficado enferrujada em fazer graça e a flertar.
Ainda sim, conforme o tempo passou e a festa do Eddie se aproximou, eu comecei a sentir a
ansiedade de Lissa aumentando. Preocupada, eu parei de falar e me virei para olhar ao redor,
procurando por ela.
Lá. Ela ainda estava com um grupo de pessoas, ela ainda era o sol no sistema solar deles. Mas
Aaron estava se apoiando nela, dizendo algo no ouvido dela. Um sorriso que eu reconheci
como falso estava em seu rosto, e a ansiedade dela aumentou ainda mais. E então eu avistei.
Mia estava andando até eles. O que quer que fosse que ela tinha ido dizer, ela não perdeu
tempo dizendo. Com os olhos admirados de Lissa nos dela, a pequena Mia com seu vestido
vermelho balançando selvagemmente, a boca trabalhando animada. Eu não podia ouvir as
palavras, mas o sentimento ficou cada vez mais negro através da nossa ligação.
“Eu tenho que ir,” Eu disse a Mason.
Eu meio que andei, meio que corri para o lado de Lissa, pegando apenas o final do discurso de
Mia. Ela estava gritando com Lissa com toda vontade e chegando perto dela. Pelo que eu pude
perceber, ela tinha ouvido sobre o Jesse e o Ralf terem delatado ela.
“-você e sua amiga piranha! Eu vou contar pra todo mundo o quão louca você é e como eles
tiveram que trancar você na clinica porque você é maluca. Eles estão medicando você. É por
isso que você e Rose partiram antes que alguém pudesse descobrir-“
“Uou, nada bom. Assim como nosso primeiro encontra na cafeteria, eu a peguei e a empurrei
para longe.
“Hey,” eu disse. “A amiga piranha está aqui. Lembra o que eu disse sobre ficar perto demais
dela?”
Mia resmungou mostrando as presas. Como eu tinha notado antes, eu não podia sentir mais
pena dela.Ela era perigosa. Ela tinha decido muito baixo para se vingar de mim. Agora, de
alguma forma, ela sabia sobre a Lissa se cortar. Sabia mesmo; ela não estava só chutando. A
informação que ela tinha agora pareciam o que os guardiões tinha relatado, assim como o que
eu tinha contado a eles sobre a história da Lissa. Talvez alguma coisa confidencial sobre
médico e paciente. Mia roubou as fichas de algum jeito. Lissa se deu conta também, e pelo
olhar no seu rosto- assustado e fragil, não mais real – eu tomei minha decisão. Não importava
o que a Kirova tinha dito sobre me dar liberdade, porque eu estava me comportando, e que eu
podia ir a festa hoje a noite. Eu ia arruinar tudo, aqui e agora. Eu não sou muito boa
controlando impulsos. Eu soquei Mia o mais forte que eu pude – mais forte, eu acho, que até
mesmo eu tinha batido no Jesse.Eu ouvi um crack no primeiro impacto do meu punho com o
nariz dela, e sangue começou a sair. Alguem gritou. Mia gritou e voou para trás. Garotas que
não queriam sangue nos seus vestidos gritavam. Eu me lancei em cima dela, dando mais um
soco muito bom nela antes que alguem nos separasse.
Eu não lutei contra quem me segurou como quando eles tinham me levado da classe do Sr.
Nagy. Eu esperei por isso assim que eu a ataquei. Parando com qualquer sinal de resistência,
eu deixei dois guardiões me levarem para fora enquanto a Sra. Kirova tentava trazer alguma
senso de ordem. Eu não me importava com que eles fizessem comigo. Não mais. Punimento
ou expulsão. Tanto faz. Eu podia lidar com aquilo-
Na nossa frente, atraves da orda dos alunos passando pelas portas, eu vi uma figura de rosa.
Lissa. Minha própria falta de controle tinha suprimido a dela, mas ali elas estavam, voltando
pra mim. Devastação. Desespero. Todos sabiam o segredo dela agora. Ela estava encarando
mais que especulação agora. Tudo estava desmoronando. Ela não podia lidar com isso.
Sabendo que eu não ia a lugar nenhum, eu procurei freneticamente por algo que a ajudasse.
Uma figura negra me chamou atenção.”Christian!” Eu gritei. Ele estava olhando para a figura
de Lissa de longe, mas ergueu a cabeça quando ouviu seu nome.
Um dos meus acompanhantes silenciou e pegou meu braço.”Fique quieta.”
Eu ignorei ela. “Vá atrás dela,” eu gritei para Christian.”Depressa.”
Ele estava só parado lá, e eu suprimi um rugido.
‘Vá, seu idiota!”
Meus guardiões me repreenderam mandando eu ficar quieta de novo, mas algo dentro de
Christian acordou. Saindo da sua posição, ele foi em direção a onde Lissa estava.
Ninguem queria lidar comigo aquela noite. Seria o inferno amanhã – eu ouvi uma conversa
sobre suspensão ou quem sabe até mesmo expulsão – mas Kirova tinha suas mãos cheias com
uma Mia sangüenta e um corpo de estudantes histérico. Os guardiões me levaram até o meu
guardo e eu fiquei sobre a forte vigilância da matrona do meu dormitório que me informou
que viria me checar de hora em hora para ter certeza que eu estava no meu quarto. Dois
guardiões também iriam ficar perto da entrada do dormitório. Aparentemente eu era um alto
risco a segurança. Eu provavelmente tinha acabado de arruinar a festa do Eddie; um grupo
nunca ia escapar para o quarto dele agora.
Descuidando o meu vestido, eu batia o pé contra o chão do meuquarto, cruzando minhas
pernas abaixo de mim. Eu alcancei Lissa.Ela estava mais calma agora. Os eventos do baile ainda
a magoavam muito, mas Christian estava confortando ela de algum jeito, o que é que ele
estava fazendo, falando coisas simples ou macumba, eu não sabia dizer. Eu não me importava.
Desde que ela se sentisse melhor e não fizesse nada estúpido. Eu voltei a mim mesma.
Sim, as coisas iam ficar uma bagunça agora. As acusações de Mia e Jesse iam botar a escola em
fogo agora. Eu provávelmente seria expulsa e teria que viver com um bando de dhampir
vadias. Pelo menos Lissa deve ter percebido o quão chato o Aaron é e que ela quer ficar com
Christian. Mas mesmo se isso for a coisa certa, ainda significa- Christian. Christian.
Christian estava ferido.
Eu voltei pro corpo de Lissa, de repente sendo sugada pelo terror que passava por ela. Ela
estava cercada, cercada por homens e mulheres que tinham vindo de lugar nenhum, entrando
no sótão da igreja onde ela e Christian tinham ido para conversar. Chistian se acendeu, fogo
saindo dos dedos dele. Um dos invasores bateu na cabeça dele com algo duro,fazendo seu
corpo cair no chão.
Eu desesperadamente esperava que ele estivesse bem, mas eu não podia desperdiçar mais
energia me preocupando com ele. Todo meu medo era por Lissa agora. Eu não podia deixar o
mesmo acontecer com ela. Eu não podia deixar eles machucarem ela. Eu precisava salvar ela,
tirar ela de lá. Mas eu não sabia como. Ela estava muito longe,e no momento eu nem podia
sair da cabeça dela, muito menos sair correndo para buscar ajuda. Os agressores se
aproximaram dela, chamando ela de princesa e dizendo para que ela não se preocupasse, que
eles eram guardiões. E eles pareciam guardiões. Definitivamente dhampirs. Se movendo
precisa e de forma eficiente. Mas eu não os reconheci como guardiões da escola. Nem Lissa.
Guardiões não teriam atacado Christian. E guardiões certamente não estariam amordançando
e colocando uma venda nela. Algo me forçou para fora da cabeça dela, e eu franzi as
sobrancelhas, olhando ao redor do meu quarto. Eu precisava voltar para ela e descobrir o que
estava acontecendo. Normalmente nossa conexão diminuía ou eu a fechava, mas isso – isso
era como se algo realmente tivesse me tirado da ligação. Me puxado de volta. Minha mente
ficou em branco. Eu não consegui lembrar sobre o que eu estava pensando. Tudo tinha
sumido. Como estática no meu cérebro. Onde eu estava? Com Lissa? O que tinha a Lissa?
Me levantando, eu coloquei meus braços ao meu redor, confusa, tentando descobrir onde eu
estava indo. Lissa. Alguma coisa com Lissa. Dimitri, uma voz de repente disse. Vá até Dimitri.
Sim.Dimitri. Meu corpo e espirito queimaram por ele de repente, e eu queria estar com ele
mais do que eu jamais tinha querido. Eu não podia ficar longe dele.Ele saberia o que fazer. E
ele tinha me dito para ir até ele se algo estivesse errado com Lissa. Pena que eu não consegui
lembrar o que era. Eu sabia que ele cuidaria de tudo.
Ir para a ala do pessoal não foi dificil, já que eles queriam me manter lá dentro hoje a noite. Eu
não sabia onde o quarto dele era, mas não importava. Algo estava me puxando para ele, me
encorajando a chegar mais perto. Um instinto me fez parar em um das portas e eu bati. Depois
de alguns momentos, ele abriu, seus olhos marrons chocados quando ele me viu.
“Rose?”
“Me deixe entrar. É a Lissa.”
Ele imediatamente abriu espaço pra mim entrar. Eu aparentemente o tinha pego dormindo,
porque as cobertas estavam viradas e apenas uma pequena lâmpada brilhava na escuridão.
Além do mais ele usava apenas calças de pijama; seu peito – que eu nunca tinha visto antes, e
wow, parecia incrível – estava nu. As pontas do seu cabelo negro úmidos e grudados no seu
queixo como se ele tivesse acabado de tomar um banho.
“Qual o problema?”
O som da voz dele me animou, e eu não pude responder. Eu não podia parar de olhar pra ele.
A força que tinha me feito chegar aqui me puxava para ele. Eu queria tanto que ele me
tocasse, tanto que eu mal podia agüentar. Ele era tão incrível. Tão incrivelmente lindo. Eu
sabia que em algum lugar algo estava errado, mas não pareceu importante. Não quando eu
estava com ele. Com quase 10 centimentros nos separando, não tinha jeito de que eu
conseguisse beijar ele sem sua ajuda. Então ao invés disso, eu mirei no seu peito, querendo
sentir o gosto daquela pele quente e sexy.
“Rose!” ele exclamou, dando um passo pra trás. “O que você está fazendo?”
“O que você acha?”
Eu movi em direção a ele de novo, precisando tocar nele e beijar ele e tantas outras coisas.
“Você está bêbada?” ele perguntou, colocando suas mãos num gesto protetor.
“Bem que eu queria.” Eu tentei desviar em volta dele, e então parei, momentaneamente em
duvida. “Eu pensei que você queria- você não acha que eu sou bonita?” Todo o tempo que a
gente se conhecia, com toda essa atração que tinha sido criada, ele nunca tinha me dito que
eu era bonita. Ele tinha dado dicas, mas isso não era o mesmo. E apesar de toda a segurança
que eu tinha que os outros caras achavam que eu era a coisa mais gostosa do mundo, eu
precisava ouvir isso do cara que eu queria.
“Rose, eu não sei o que está acontecendo, mas você precisa voltar para o seu quarto.”
Quando eu fui na direção dele de novo, ele segurou meus pulsos. Com esse toque, uma
corrente magnética passou por nós dois, e eu vi ele esquecer o que quer que fosse que ele
estivesse preocupado. Algo também o agarrou, algo que de repente fez ele me querer tanto
quanto eu o queria.
Soltando meus pulsos, ele moveu suas mãos para os meus braços, deslizando devagar pela
minha pele. Me segurando em sua negra e faminta contemplação, ele me puxou para ele, me
pressionando contra o seu corpo. Uma de suas mãos se moveram para o minha nuca, seus
dedos torcendo meu cabelo e inclinando meu rosto até o dele. Ele trouxe seus lábios para
baixo, mal tocando eles contra os meus.
Engolindo, eu perguntei de novo, “Você acha que eu sou bonita?”
Ele me deu um olhar serio, como ele sempre fazia. “Eu acho que você é linda.”
“Linda?”
“Você é tão linda, que as vezes chega a me doer.”
Seus labios se moveram no meu, gentilmente no inicio, e depois com mais força e fome. As
suas mãos que estavam em meus braços desceram, para os meus quadris, até ponta do meu
vestido. Ele juntou o tecido com suas mãos e começou a o empurrar acima da minha perna. Eu
derreti com seu toque, com o seu beijo e com o jeito que ele queimava contra a minha boca.
Suas mãos continuaram deslizando cada vez mais pra cima, e ele puxou o vestido por cima da
minha cabeça e o jogou no chão.
“Você... você se livrou do vestido rápido,” eu apontei entre as nossas respirações pesadas. “Eu
pensei que você gostava dele.”
“Eu gosto,” ele disse. Sua respiração tão pesada como a minha. “Eu amo.”
E então ele me levou para a cama.

A.Vampiro - beijo das sombras (capitulo 19)



DEZENOVE
É difícil dizer o que finalmente me fez agir. Eu guardei o muitos segredos por muito tempo,
fazendo o que eu acreditava que era o melhor para proteger Lissa. Mas proteger o fato de que
ela se cortava não fazia nada para ajuda-la. Eu não tinha sido capaz de fazer ela parar – e na
verdade, eu agora me pergunto se foi minha culpa por ela ter começado. Nada disso tinha
acontecido até ela me curar do acidente. E se ela tivesse me deixado machucada? Talvez eu
tivesse me recuperado. Talvez ela estivesse bem hoje.
Eu fiquei na clinica enquanto Dimitri foi buscar Alberta. Ele tinha hesitado por um segundo,
quando eu disse a ele onde Lissa estava. Eu disse que estava em perigo, e ele saiu
imediatamente. Tudo depois disso se mexeu meio que um pesadelo em câmera lenta. Os
minutos se arrastaram enquanto eu esperava. Quando ele finalmente voltou com Lissa
inconsciente, uma confusão se formou na clinica, e todos queriam que eu ficasse longe. Ela
tinha perdido muito sangue, e enquanto eles tinha um alimentador em mãos despertar ela o
bastante para que ela bebesse o sangue foi difícil. Só foi até a metade da noite na Academia
que ela estava estável o suficiente pra mim visitá-la.
“É verdade?” ela perguntou quando eu entrei no quarto. Ela estava deitada na cama, com os
pulsos bem enfaixados. Eu sabia que eles tinham colocado muito sangue de volta nela, mas ela
ainda parecia pálida pra mim. “Eles disseram que foi você. Você contou pra eles.”
“Eu precisei,” eu disse, com medo de me aproximar. “Liss... você se cortou pior do que jamais
tinha se cortado. E depois de me curar... e tudo o que aconteceu com Christian... você não
conseguiu dar conta. Você precisa de ajuda.”
Ela fechou os olhos. “Christian. Você sabe sobre isso. É claro que você sabe. Você sabe tudo.”
“Eu sinto muito. Eu só queria ajudar.”
“O que aconteceu com o que a Sra. Karp disse? Sobre manter tudo em segredo?”
“Ela estava falando sobre as outras coisas. Eu não acho que ela queria que você continuasse a
se cortar.”
“Você contou a eles sobre “as outras coisas”?”
Eu balancei minha cabeça.”Ainda não.”
Ela se virou pra mim, os olhos gelados. “’Ainda”.Mas você vai.”
“Eu preciso. Você pode curar outras pessoas... mas está matando você.”
“Eu curei você.”
“Eu teria ficado bem eventualmente. O tornozelo teria se curado. Não vale a pena pelo o que
faz com você. E eu acho que eu sei como começou... quando você me curou pela primeira
vez...”
Eu expliquei minhas descobertas sobre o acidente e como todos os outros poderes e a
depressão tinham começado depois disso. Eu também apontei sobre como a nossa ligação se
formar depois do acidente também, embora eu não entendesse direito ainda.
“Eu não sei o que está acontecendo, mas isso é entre nós. Nós precisamos da ajuda de
alguém.”
“Eles vão me levar embora,” ela disse sem rodeios. “Como fizeram com a Sra. Karp.”
“Eu acho que eles vão tentar ajudar você. Eles estão realmente preocupados. Liss, eu estou
fazendo isso por você. Eu só quero que você fique bem.”
Ela se virou para longe de mim. “Vai embora,Rose.”
E eu fui.
Eles a liberaram no dia seguinte com a condição de que ela voltasse todos os dias para falar
com o conselheiro. Dimitri me disse que eles também planejavam colocá-la em algum tipo de
medicação para ajudar com a depressão. Eu não era muito fã de pílulas, eu mas eu torci por
qualquer coisa que pudesse ajuda-la. Infelizmente, algum estudante do segundo ano tinha ido
a clinica por causa de um ataque de asma. Ele a tinha visto entrar com Dimitri e Alberta. Ele
não sabia porque ela tinha sido internada, mas isso não o impediu de contar as pessoas o que
ele tinha visto. E então eles contaram para outros no café da manhã. Até o almoço, todos
sabiam da sua visita a clinica. E mais importante, todos sabiam que ela não estava falando
comigo. E bem assim, qualquer vida social que eu tinha desapareceu. Ela não me condenou
diretamente mas o seu silencio movia legiões, e as pessoas se comportavam de acordo.
O dia todo, eu andei pela Academia feito um fantasma. As pessoas me observavam e
ocasionalmente falavam comigo, mas poucos faziam algum esforço para isso. Eles seguiram a
liderança de Lissa, imitando o silencio dela. Ninguem foi abertamente maldoso comigo – eles
provavelmente não queriam arriscar caso nós fizéssemos as pazes. Ainda sim eu ouvi “Meretriz
de Sangue” sussurrado de vez enquanto quando alguém achava que eu não estava ouvindo.
Mason teria me dado as boas vindas na sua mesa do almoço, mas alguns dos seus amigos não
teriam sido tão gentis. Eu não queria ser a causa de uma abriga entre eles. Então eu escolhi
Natalie ao invés dele.
“Eu ouvi que Lissa tentou fugir de novo, e você a impediu,” Natalie disse. Ninguem tinha idéia
do porque ela tinha estado na clinica ainda. Eu esperava que permanecesse desse jeito.
Fugir? Da onde diabos isso tinha saído? “Porque ela iria dizer isso?”
“Eu não sei.” Ela abaixou o tom de voz. “Porque ela partiu antes? Foi só o que eu ouvi.”
A história se arrastou com o passar do dia, assim como todo o tipo de rumor sobre porque a
Lissa tinha ido até a clinica. Gravidez e aborto eram uma teoria popular. Alguem sugeriu que
ela talvez tivesse pego a doença de Victor. Ninguem nem chegou perto da verdade. Saindo da
nossa ultima aula o mais rápido possível, eu fiquei impressionada quando Mia começou a
andar na minha direção.
“O que você quer? Eu exigi. “Eu não posso sair pra brincar hoje, garotinha.”
“Você com certeza tem atitude, pra alguém que não existe no momento.”
“Ao contrario de você?” Eu perguntei. Lembrando sobre o que Christian tinha dito, eu sentia
um pouco de pena dela. Essa culpa desapareceu quando eu olhei pro rosto dela. Ela pode ter
sido uma vitima, mas algo ela era o monstro. Tinha alguma coisa no olhar frio e perspicaz dela,
bem diferente daquele olhar desesperado e deprimido que ela tinha no outro dia. Ela não
tinha ficado se martirizando pelo que Andre tinha feito com ela – se isso fosse pelo menos
verdade, e eu acreditava que era – e eu duvidava que ela ficasse com o que Lissa fez pra ela
também. Mia era uma sobrevivente.
“Ela se livrou de você,e você é muito orgulhosa para admitir.” Seus olhos azuis praticamente
saltados de fúria.
“Você não quer se vingar dela?”
“Você está mais maluca que o usual? Ela é minha melhor amiga. E porque você ainda está me
seguindo?”
Mia fez um barulho com a lingua. “Ela não gosta de você.Anda, me conta o que aconteceu na
clinica. É algo grande, não é? Ela realmente está grávida, certo? Me diga o que é.”
“Vá embora.”
“Se você me contar, eu faço Jesse e Ralf dizerem que eles invetaram aquelas coisas.”
Eu parei de andar e me virei para encara-la. Assustada, ela deu uns passos pra trás. Ela deve
ter lembrado de algo do meu passado violento. “Eu já sei que eles inventaram aquilo, porque
eu não fiz nada daquilo. E se você tentar me virar contra a Lissa mais uma vez, as histórias vão
ser sobre você sangrando, porque eu arranquei o seu pescoço!”
Minha voz foi ficando mais alta a cada palavra até que eu praticamente gritei. Mia se afastou
mais, claramente apavorada.
“Você é realmente maluca. Não é de se admirar que ela largou você de mão.” Ela deu nos
ombors. ‘Tanto faze. Eu vou descobrir o que está acontecendo sem você.”
Quando o dia do baile chegou aquele final de semana, eu decidi que eu não queria ir. Tinha
parecido idiota pra começo de conversa, e eu estava interessada em ir apenas em festas
depois do baile de qualquer jeito. Mas sem Lissa, era improvável que eu ganhasse algum
convite. Então, eu fiquei no meu quarto, tentando – e falhando – fazer algum dever de casa.
Atraves da ligação, eu senti um mix de emoções através dela, particulamente ansiedade e
excitação. Tinha que ser difícil andar a noite toda com um cara que você não gostava. Cerca de
10 minutos depois do baile começar, eu decidi limpar tudo e tomar um banho. Quando eu
voltei do banheiro para o corredor, com uma toalha em volta da minha cabeça, eu vi Mason
parado perto da minha porta. Ele não estava exatamente vestido, mas ele também não estava
usando jeans. Era inteligente.
“Aí estava você, garota festeira. Eu já estava quase pronto pra desistir.”
“Você começou outro incêndio? Os caras não são permitidos nesse corredor.”
“Tanto faz. Como se fizesse alguma diferença.” Verdade. A escola podia ser capaz de manter os
Strigoi longe, mas eles faziam um péssimo serviço em nos manter longe uns dos outros. “Me
deixe entrar. Você tem que se aprontar.”
Levei um minuto para entender o que ele queria dizer. “Não. Eu não vou.”
“Anda,” ele falou, me seguindo pra dentro.”Porque você brigou com a Lissa? Vocês duas vão
fazer as pazes. Não tem razão pra você ficar aqui a noite toda. Se você não quer ficar perto
dela, Eddie vai fazer uma festinha no quarto dele depois.”
Meu espírito velho e adorador de diversão se infiltrou na minha cabeça só um pouco. Nada de
Lissa, provavelmente ninguém da realeza. “É?” Vende que ele estava começando a me
convencer, Mason riu. Olhando para os meus olhos, eu percebi de novo o quanto ele gostava
de mim. E de novo em me perguntei, porque eu não podia ter um namorado normal? Porque
eu queria o gostoso, e velho mentor – o mentor que eu provavelmente acabaria sendo
responsável pela demissão?
“São só novatos,“Mason continuou, inconsciente dos meus pensamentos. “E eu tenho uma
surpresa pra você quando chegarmos lá.”
“Está numa garrafa?” Se Lissa queria me ignorer, eu não tinha razão para ficar sóbria.
“Não, isso é com o Eddie. Anda logo e se vista. Eu sei que você não vai usando isso.”
Eu olhei para as minhas jeans rasgadas e minha camiseta da Universidade de Oregon. É.
Definitivamente não vou usando isso.
15 minutos depois, nós passamos pela quadra, rindo quando lembramos o quão desastrado
tinha sido um dos nossos colegas de aula que tinha conseguido dar a si mesmo um olho roxo
no treinamento. Andar rápido pelo chão congelado não era fácil, e ele ficava agarrando meu
braço para me impedir de cair no chão, meio que me arrastando junto. Fez a gente rir ainda
mais. Um sentimento feliz começou a se apoderar de mim – Eu não estava completamente
livre da coceira que era a Lissa, mas já era um começo. Talvez eu não tivesse ela ou seus
amigos, mas eu tinha os meus amigos. E também era bem possível que eu fosse ficar super
bebada está noite, o que, embora não fosse um jeito legal para resolver meus problemas, seria
pelo menos engraçado. É. Minha vida podia ser pior. E então eu encontrei Dimitri e Alberta.
Eles estavam a caminho de algum lugar, falando sobre assuntos de guardiões. Alberta sorriu
quando ela nos viu, nos dando um olhar meio indulgente que as pessoas sempre dão as mais
novas que parecem estar se divertindo e agindo como bobos. Como se ela achasse que nós
fossemos fofos. Que coragem. Nós tropeçamos quando paramos e Mason colocou sua mão no
meu braço para me segurar.
“Sr. Ashford, Srta. Hathaway. Estou surpresa que vocês já não estejam no salão.”
Mason deu a ela um olhar angelical, do estilo cãozinho sem dono. “Nós atrasamos, Guardiã
Petrov. Você sabe como são as garotas. Sempre tem que ter a aparencia perfeita. Você
especialmente deve saber sobre isso.”
Normalmente eu teria levantado as sombrancelhas por ele ter dito algo tão estúpido, mas eu
estava encarando Dimitri incapaz de falar. Talvez o mais importante, ele estava me encarando.
Eu estava usando o vestido preto, e era tudo o que eu tinha esperado que fosse. De fato, era
de se admirar que Alberta não falou algo sobre o código de vestimenta da escola. O vestido
marcava todos os lugar, e os peitos de nenhuma garota Moroi iriam segurar esse vestido. O
colar de Victor estava pendurado no meu pescoço, e eu tinha secado o meu cabelo
rapidamente, deixando ele solto do jeito que eu sabia que Dimitri gostava. Eu não estava
usando meia-calças porque ninguém usava meia-calças com esses vestidos mais, então meus
pés estavam congelando nos saltos. Tudo belo bem da boa aparência. E eu tinha certeza que
eu parecia muito bem, mas o rosto de Dimitri não estava deixando transparecer nada. Ele
apenas olhou pra mim-olhou, olhou e olhou. Talvez isso dissesse algo sobre a minha aparência
ao invés de palavras. Me lembrando de como Mason meio que tinha segurando minha mão,
eu me afastei dele. Ele e Alberta tinham terminado suas piadinhas, e nós fomos para caminhos
diferentes.
O som da musica estava alto no salão quando chegamos, luzes de natal brancas e – ugh – uma
bola de discoteca lançava para todos os lugares a única luz do que teria sido um quarto escuro.
Corpos giravam, a maioria eram nossos colegas, amontoados na pista de dança. Aqueles que
eram da nossa idade que eram do grupo dos muito descolados se amontoado nas pontas do
salão, esperando por uma oportunidade pra se mandar. Uma quantidade de acompanhantes,
professores, guardiões e Moroi, patrulhavam o lugar, separando os pares que faziam algo mais
que dançar.
Quando eu vi Kirova numa vestido sem mangas, eu virei para Mason e disse, “Você tem
certeza que nós não podemos pegar as bebidas ainda?”
Ele riu e pegou minha mão de novo. “Anda, hora da surpresa.”
Deixando ele me guiar, eu andei pelo salão, cortando caminho pelos calouros que pareciam
jovens de mais para fazer o tipo de exercício pélvico que eles estavam tentando. Onde
estavam os acompanhantes quando nós precisávamos deles? E então eu vi pra onde ele estava
me levando e dei uma parada repentina.
“Não,” Eu disse, sem me mover quando ele segurou minha mão.
“Anda, vai ser ótimo.”
“Você está me levando até o Jesse e o Ralf. O único jeito de que algum dia eu possa ser vista
com eles, e se eu tiver um objeto cortante e estiver mirando entre as pernas deles.”
Ele me puxou de novo.”Não mais. Anda.”
Relutantemente, eu finalmente comecei a me mover: meus piores pesadelos se realizaram
quando alguns pares de olhos se viraram na nossa direção. Otimo. Tudo estava recomeçando.
Jesse e Ralf não nos notaram a principio, mas quando eles perceberam, uma expressão de
entretenimento passou por seus rostos. Primeiro eles viram meu corpo e vestido. A
testosterona tomou conta quando a luxuria puramente masculina brilhou no rosto deles. E
então eles pareceram se dar conta de que era eu e prontamente ficaram aterrorizados. Ótimo.
Mason deu a Jesse um cutucão no seu ombro com a ponta do seu dedo. “Está certo, Zeklos.
Conte a ela.”
Jesse não disse nada, e Mason repetiu o gesto, só que mais forte.
“Conte a ela.”
Sem olhar para os meus olhos, Jesse murmurou, “Rose, nós sabemos que nada daquelas coisas
aconteceram.”
Eu quase engasguei com a minha própria risada. “É mesmo? Wow. Eu estou muito feliz de
ouvir isso.Porque você vê, até você dizer isso, eu estava pensando que tinha acontecido.
Graças a Deus que vocês estavam aqui para arrumar as coisas em seu devido lugar e me dizer
o que diabos eu fiz ou não fiz!”
Ele recuou, e a expressão de Mason se escureceu para algo mais negro.
“Ela sabe disso,” ele rugiu. “Conte a ela o resto.”
Jesse suspirou. ‘Nós fizemos isso porque a Mia nos mandou.”
“E?” Estimulou Mason.
“Nós sentimos muito.”
Mason se virou para Ralf. “Eu quero ouvir de você, garotão.”
Ralf também não me olhava nos olhos, mas ele murmurou algo que parecia vagamente como
um pedido de desculpas.
Parecendo derrotados, Mason ficou mais alegre. “Você ainda não ouviu a melhor parte.”
Eu dei a ele um olhar pelo canto dos olhos. “É? Como a parte onde nós voltamos no tempo e
nada disso aconteceu?”
“Quase tão bom quanto.” Ele cutucou Jesse de novo. “Conte a ela. Conte a ela porque você fez
isso.”
Jesse olhou pra cima e trocou olhares ansiosos com Ralf.
“Caras,” avisou Mason, claramente satisfeito com algo, “Vocês estão fazendo com que
Hathway e eu fiquemos bem irritados. Contem a ela porque vocês fizeram isso.”
Com olhares de que nada poderia ficar pior, Jesse finalmente me olhou nos olhos. “Nós
fizemos isso, porque ela dormiu com nós a gente. Com nós dois.”

A.Vampiro - beijo das sombras (capitulo 18)


DEZOITO
Eu acordei encarando o teto sem graça e branco da clinica. Uma luz filtrada - amenizada para
os pacientes Moroi –brilhava em mim. Eu me sentia estranha, meio desorientada, mas sem
dor.
‘Rose.”
A voz era como seda na minha pele. Gentil.Rica. Virando minha cabeça, eu encontrei os negros
olhos de Dimitri. Ele estava sentado numa cadeira ao lado da cama onde eu estava deitada,
seus cabelos que batiam em seu ombro inclinado pra frente emoldurando seu rosto.
“Hey,” Eu disse, minha voz soando como um resmungo.
“Como você se sente?”
“Estranha. Meio groge.”
“A Dra. Olendzki deu pra você algo pra dor – você parecia bem mal quando nós te trouxemos
aqui.”
“Eu não me lembro disso... quanto tempo eu estive inconsciente?”
“Algumas horas.”
“Deve ter sido forte. Ainda deve ser forte.” Alguns detalhes voltaram. O banco.Meu tornozelo
ficando preso. Eu não conseguia me lembrar muito depois disso.Tentada, eu tentei mover os
dedos do meu pé saudável. “Não dói nada.”
Ele balançou sua cabeça. “Não.Porque você não ficou muito machucada.”
O som do meu tornozelo quebrando voltou na minha mente. “Você tem certeza? Eu lembro...o
jeito que eu cai.Não. Algo deve ter quebrado.” Eu consegui me sentar, para que eu pudesse
olhar para o meu tornozelo.
“Ou pelo menos torcido.”
Ele se moveu pra frente para me impedir. “Tome cuidado. Seu tornozelo pode estar bom, mas
você provavelmente ainda está um pouco fora de si.”
Eu cuidadosamente fui para a ponta da cama e olhei pra baixo.Meus jeans estavam dobrados
pra cima. O tornozelo estava um pouco vermelho, mas eu não tinha machucados ou marcas.
“Deus, eu tive sorte. Se eu tivesse me machucado, isso me tiraria do treino por um tempo.”
Sorrindo, ele voltou pra cadeira. “Eu sei. Você ficou me dizendo isso enquanto eu carregava
você. Você estava bem chateada.”
“Você... me carregou até aqui?”
“Depois que nos quebramos o banco e soltamos o seu pé.”
Cara. Eu perdi bastante coisa. A única coisa melhor que imaginar Dimitri me carregando em
seus braços, era imaginar ele me carregando sem camiseta em seu braços. Então a realidade
da situação me atingiu.
“Eu fui derrubada por um banco,” eu suspirei.
“O que?”
“Eu sobrevivi o dia todo com o negocio de ser guardiã da Lissa, e vocês disseram que eu fiz um
bom trabalho. Então eu voltei pra cá, e conheci a minha queda em um banco.” Ugh. “Você
sabe o quão embaraçoso isso é?E todos aquelas caras viram, também.”
“Não foi sua culpa,” ele disse. “Ninguém sabia que o banco estava podre. Parecia ótimo.”
“Ainda sim. Eu deveria ter ficado na calçada como uma pessoa normal. Os outros novatos vão
gozar com a minha cara quando eu voltar.”
Os lábios dele seguraram um sorriso.”Talvez presentes te animem.”
Eu sentei direito. “Presentes?”
O sorriso escapou, e ele me entregou uma pequena caixa com um pequeno papel.
“Isso é do Principe Victor.”
Surpresa no fato de Victor ter me dado qualquer coisa, eu li a nota. Eram só algumas linhas
escritas com pressa em um pedaço de papel.
Rose-
Estou muito feliz de ver que você não sofreu ferimentos sérios devido a sua queda. Na verdade
foi um milagre. Você leva uma vida charmosa, e Vasilisa tem sorte em ter você.
“Isso foi gentil dele,” eu disse, abrindo a caixa. E então eu vi o que tinha dentro. “Whoa. Muito
gentil.”
Era o colar rosa, o que a Lissa tinha querido me dar mas não podia pagar. Eu o segurei, virando
sua corrente entre as minhas mãos para que o brilhante, diamante ficasse pendurado e livre.
“Isso é bem extremo pra um presente de ‘fique bem logo,” Eu notei, lembrando o preço.
“Na verdade ele comprou em homenagem a você ter ido tão bem no seu primeiro dia como
uma guardiã oficial. Ele viu você e Lissa olhando isso.”
“Wow.” Era tudo o que eu podia dizer. “Eu não acho que eu fiz um trabalho tão bom.”
“Eu acho.”
Sorrindo, eu coloquei o colar de volta na caixa e a coloquei numa mesa ali perto. ‘Você disse
“presentes,” certo? Tipo, mais de um?”
Ele riu abertamente, e o som me envolveu como um carinho. Deus, eu adorava o som da
risada dele. “Isso é meu pra você.”
Ele me deu uma sacola pequena e plana. Deslumbrada e excitada, eu a abri. Gloss, o tipo que
eu gostava. Que eu tinha reclamado pra ele um numero enorme de vezes pra ele que estava
acabando, mas que eu nunca pensei que ele estava prestando atenção.
“Como você conseguiu comprar isso?Eu vi você o tempo todo no shopping.”
“Segredos de guardião.”
“Pra que foi isso? Pelo meu primeiro dia?”
“Não,” ele disse simplesmente. “Porque eu pensei que iria fazer você ficar feliz.”
Sem nem ao menos pensar, eu me inclinei pra frente e o abracei.”Obrigado.”
Julgando pela sua postura dura, eu claramente o peguei de surpresa. E sim... também tinha me
pego de surpresa. Mas ele relaxou alguns momentos depois, e quando ele pos as mão nas
minhas costas, eu pensei que fosse morrer.
“Estou feliz que você esteja bem,” ele disse. Sua boca soava quase como se estivesse quase em
meu cabelo, um pouco acima do meu ouvido.
“Quando eu vi você cair...”
“Você pensou, “Wow, ela é uma perdedora.’”
“Não foi isso que eu pensei.”
Ele foi levemente pra trás, para que ele pudesse me ver melhor, mas ele não disse nada. Seus
olhos eram tão negros e profundos que eu queria mergulhar neles. Olhar pra eles me fez sentir
calor em todo o meu corpo, como se eles tivessem fogo dentro deles. Devagar, com cuidado,
aqueles longos dedos dele traçaram a beira das minhas bochechas, se movendo para cima do
meu rosto. Ao primeiro toque da pele dele na minha, eu me arrepiei. Ele segurou um pouco do
meu cabelo com um dedo, como ele tinha feito na academia. Engolindo, eu arrastei meus
olhos para os seus lábios. Eu estava contemplando o que parecia que seria um beijo. O
pensamento me excitava e assustava, o que era estúpido. Eu tinha beijado muitos caras e
nunca pensei muito sobre isso. Não tinha razão para que outro – mesmo um mais velho –
devesse significar tanto. Ainda sim o pensamento dele diminuindo a distancia e colocando seus
lábios no meu fez o mundo girar. Houve uma batida suave na porta, e eu apressadamente fui
pra trás. A Dra. Olendzki enfiou sua cabeça pra dentro. “Eu pensei que tinha ouvido você falar.
Como se sente?”
Ela andou para mais perto e fez eu me deitar. Tocando e curvando meu tornozelo, ela
procurou por qualquer dano e finalmente balançou a cabeça e então ela tinha terminado.
“Você tem sorte. Com todo o barulho que você fez vindo aqui, eu pensei que teria que
amputar seu pé. Deve ter sido só choque.” Ela deu um passo pra trás.”Eu me sentiria melhor
se você não fizesse seu treinamento normal amanha, mas fora isso, você pode ir.”
Eu dei um suspiro de alivio. Eu não lembrava da minha histeria – e na verdade era meio
embaraçoso que eu tinha feito algo assim – mas eu estava certa sobre o fato de que o tombo
deveria ter causado um osso quebrado ou uma torção. Eu não podia perder tempo aqui; eu
precisava fazer meus testes e me graduar na primavera.
A Dra. Olendzki me liberou pra ir e então eu sair do quarto. Dimitri foi até uma outra cadeira e
me trouxe meus sapatos e um casaco. Olhando pra ele, eu me senti corar um pouco enquanto
eu lembrava o que tinha acontecido antes da doutora entrar.
Ele observou enquanto eu colocava um sapato. “Você tem um anjo da guarda.”
“Eu não acredito em anjos,” eu disse a ele. “Eu acredito no que eu posso fazer por mim
mesma.”
“Bom, então você tem um corpo incrível.” Eu olhei pra cima para ele com um olhar
questionador.
“Para se curar, eu quero dizer. Eu ouvi sobre o acidente...”
Ele não expecificou que acidente era, mas só podia ser um. Falar sobre isso normalmente me
encomodava, mas com ele, eu sentia que podia dizer qualquer coisa.
“Todos falaram que eu não deveria ter sobrevivido,” eu expliquei. “Por causa do lugar onde eu
estava sentada e a forma com o carro bateu na arvore. Lissa era realmente a única que estava
sentada num lugar seguro. Ela e eu saímos ilesas com apenas alguns arranhões.”
“E você não acredita em anjos ou milagres.”
“Nope. Eu –“
É verdadeiramente, um milagre. Você leva uma vida encantadora...
E bem assim, um milhão de pensamentos vieram na minha mente. Talvez... talvez eu tivesse
um anjo da guarda afinal de contas...
Dimitri notou a mudança dos meus sentimentos imediatamente. “Qual o problema?”
Procurando dentro da minha mente, eu tentei expandir nossa ligação e afastar os efeitos
dormentes da medicação. Alguns outros sentimentos de Lissa vieram através da ligação.
Ansiedade. Magoa.
“Onde está Lissa? Ela está aqui?”
“Eu não sei onde ela está. Ela não saia do seu lado quando eu te trouxe aqui. Ela ficou bem
perto da cama, até o doutor chegar. Você se acalmou quando ela sentou perto de você.”
Eu fechei meus olhos e senti como se eu fosse desmaiar. Eu tinha me acalmado quando Lissa
estava perto de mim porque ela tinha aliviado a dor. Ela tinha me curado...
Assim como ela tinha feito na noite do acidente.
Tudo fazia sentido agora. Eu não deveria ter sobrevivido. Todo mundo tinha dito isso. Quem
sabia que tipo de ferimentos eu realmente tinha sofrido? Hemorragia interna. Ossos
quebrados. Não importava porque Lissa tinha concertado, assim como ela concertava tudo
mais. É por isso que ela estava inclinada perto de mim quando eu acordei. É provavelmente
por isso também, que ela desmaiou de exaustão quando eles a levaram para o hospital. Ela
tinha estado exausta por dias depois disso. E foi ai que a sua depressão começou. Tinha
parecido uma reação normal depois de parecer sua família, mas agora eu me perguntava se
não tinha mais além disso, se me curado tinha tido algum papel na situação.
Abrindo minha mente de novo, eu a alcancei, precisando encontra-la. Se ela tinha me curado
não dava pra saber como ela estava se sentindo agora. Seu humor e magia eram ligados, e
esse tinha sido um show de mágica bem intenso. As drogas estavam quase fora do meu
sistema, e bem assim, eu entrei na mente dela. Era quase fácil agora. Uma onda de emoções
tomou conta de mim, pior do que quando os pesadelos dela tomavam conta de mim. Eu nunca
tinha sentido tanta intensidade dela antes. Ela estava sentada na capela, chorando. Ela não
sabia direito porque ela estava chorando. Ela se sentia feliz e aliviada que eu não estava ferida,
que ela tinha sido capaz de me curar. E ao mesmo tempo, ela se sentia fraca tanto mental
quanto fisicamente. Ela estava exausta, como se ela tivesse perdido parte de si. Ela se
preocupava que eu ficasse com raiva porque ela tinha usado seus poderes. Ela temia passar
por mais um dia de aula amanhã, fingindo que ela gostava de estar perto de um bando de
gente que não tinha outro interesse a não ser gastar o dinheiro de sua família e gozar com a
cara daqueles mais feios ou menos populares. Ela não queria ir ao baile com Aaron e ver ele a
olhar com tamanha adoração – e sentir ele tocar ela – quando ela só sentia amizade por ele. A
maioria dessas preocupações eram normais, mas elas a atingiram com força, com mais força
que eles atingiriam uma pessoa normal, eu imaginei. Ela não consegui passar por eles ou
imaginar como resolve-los.
“Você está bem?”
Ela olhou pra cima e tirou seu cabelo de onde estava grudado em suas bochechas. Christian
estava parado na entrada do sótão da igreja. Ela nem tinha ouvido ele subir as escadas. Ela
estava muito perdida em sua própria dor. Um vacilo tanto de raiva como de saudade acendeu
dentro dela.
“Eu estou ótima,’ ela surtoi. Fungando, ela tentou parar de chorar, não querendo que ele a
visse como uma fraca.
Se apoiando contra a parede, ele cruzou seus braços e tinha uma expressão ilegível.
“Você... você quer conversar?”
“Oh...” Ela riu duramente. “Você quer conversar agora?Depois que eu tentei tantas vezes-“
“Eu não queria aquilo! Aquilo foi a Rose-“
Ele a cortou e eu estremeci. Eu tinha sido completamente.
Lissa levantou e foi em direção a ele. “O que tem a Rose?”
“Nada,” Sua mascara de indiferença de volta em seu lugar. “Esqueça.”
“O que tem a Rose?” ela deu um passo mais pra perto. Mesmo através da sua raiva, ela ainda
sentia uma atração inexplicável por ele. E então ela entendeu. “Ela obrigou você, não é? Ela
falou pra você parar de falar comigo?”
Ele ficou olhando pra frente. “Foi provavelmente pro melhor. Eu teria estragado as coisas pra
você. Você não estaria onde está agora.”
“O que isso quer dizer?”
“O que você acha que significa? Deus. As pessoas vivem ou morrem ao seu comando agora,
Vossa Altesa.”
“Você está sendo meio melodramático.”
“Eu estou? O dia todo, eu escuto pessoas falando sobre o que você está fazendo e o que você
está pensando e o que você está usando. O que você aprova. Quem você gosta.Quem você
odeia. Eles são suas marionettes.”
“Não é desse jeito.Além do mais, eu tinha que fazer isso. Para me vingar de Mia...”
Virando seus olhos, ele olhou pra longe dela. “Eu nem sei pelo que você está se vingando
dela.”
A raiva de Lissa aumentou. “Ela fez com o que o Jesse e o Ralf disessem aqueles coisas sobre a
Rose!Eu não podia deixar ela escapar ilesa disso.”
“Rose é durona. Ela teria superado.”
“Você não a viu,” ela respondeu obstinada. “Ela estava chorando.”
“E daí? As pessoas choram. Você está chorando.”
“A Rose não.”
Ele se virou pra ela, com um sorriso negro em seus labios. “Eu nunca vi nada como vocês duas.
Sempre tão preocupadas uma com a outra. Eu entendo ela – é algum tipo de coisa dos
guardiões – mas você é igual.”
“Ela é minha amiga.”
“Eu acho que é assim tão simples. Eu não saberia.” Ele suspirou momentaneamente pensativo,
e então voltou para o modo sarcástico. “De qualquer forma. Mia. Então você se vingou sobre o
que ela fez com a Rose. Mas você está perdendo o ponto. Porque ela fez isso?”
Lissa franzir as sobrancelhas. “Porque ela estava com inveja de mim e Aaron-“
“Tem mais que só isso, Princessa. Porque ela teria ciúmes? Ela já tinha ele. Ela não precisava
atacar você para tê-lo. Ela poderia ter feito um grande show sobre estar com ele. Meio como o
que você faz agora,” ele adicionou ironicamente.
“Ok. O que mais tem aí,então? Porque ela quer arruinar minha vida? Eu nunca fiz nada pra ela
– antes disso tudo, eu quero dizer.”
Ele se inclinou pra frente, com seus olhos azuis-cristalinos encarando os dela.
“Você está certa. Você não fez- mas seu irmão sim.”
Lissa se afastou dele. “Você não sabe nada sobre o meu irmão.”
“Eu sei que ele fudeu a Mia. Literalmente”
“Pare, pare de mentir.”
“Eu não estou. Eu juro por Deus ou pelo que mais você quiser acreditar. Eu costumava
conversar com a Mia de vez em quando, quando ela ainda era caloura. Ela não era muito
popular, mas ela era esperta. Ainda é.Ela costumava trabalhar em muitos comitês com a
realeza – bailes e coisas assim. Eu não sei de tudo. Mas ela conheceu o seu irmão em um
desses comitês, e eles meio que ficaram juntos.”
“Eles não ficaram. Eu saberia. Andre teria me dito.”
“Não. Ele não disse a ninguem. Ele disse a ela não contar também. Ele a convenceu que
deveria ser algum tipo de romance secreto quando, na realidade, ele só não queria que
nenhum de seus amigos soubessem que ele estava ficando pelado com uma garota caloura
que não era da realeza.”
“Se a Mia te falou isso, ela estava inventando,” exclamou Lissa.
“Sim, bom, eu não acho que ela estava inventando quando eu a vi chorando. Ele se cansou
dela algumas semanas depois e a largou. Disse a ela que ela era muito nova e não poderia ficar
serio com uma pessoa que não era de uma boa família. Pelo que eu entendi, ele nem foi legal
sobre o que aconteceu – nem se incomodou com a parte do ‘vamos ser apenas amigos””
Lissa foi pra perto do rosto de Christian. “Você nem conhecia Andre! Ele nunca faria isso.”
“Você não o conhecia. Eu tenho certeza que ele era legal com sua irmãzinha; tenho certeza
que ele te amava. Mas na escola, com os amigos dele, ele era tão idiota quanto o resto da
realeza. Eu o vi porque eu vejo tudo. É fácil quando ninguém nota você.”
Ela segurou um soluço, sem saber se devia ou não acreditar nele. “Então é por isso que Mia me
odeia?”
“Sim. Ela te odeia por causa dele.Isso, e porque você é da realeza e ela fica insegura ao redor
de todos da realeza, e é por isso que ela trabalhou tanto para subir no rank e ser amiga deles.
Eu acho que foi uma coincidência que ela acabou com o seu ex-namorado, mas agora que você
voltou, isso provavelmente fez a situação piorar. Entre rouba-lo e espalha aquela história sobre
os pais dela, vocês escolheram o melhor jeito para fazê-la sofrer. Bom trabalho.”
Uma pequena quantidade de culpa se apoderou dela. “Eu ainda acho que você está
mentindo.”
“Eu sou muitas coisas, mas não sou um mentiroso.Esse é o seu departamento. E o de Rose.”
“Nós não –“
“Contam histórias exageradas sobre a família das pessoas? Dizem que me odeiam? Fingem ser
amigas de pessoas que vocês odeia? Namoram caras que vocês não gostam?”
“Eu gosto dele.”
“Gosta ou GOSTA?”
“Oh, tem uma diferença?”
“Sim. Gosta é quando você namora um grande e loiro idiota e ri das suas piadas estúpidas.”
E então do nada, ele se inclinou pra perto dela e a beijou. Foi quente e rápido e furioso, uma
efusão de raiva e paixão e desejo que Christian sempre manteve preso dentro de si.
Lissa nunca tinha sido beijada daquele jeito, e eu senti a resposata dela, a resposta dela pra ele
– como ele a fazia sentir tão mais viva do que quando ela estava com Aaron ou qualquer outra
pessoa. Christian se afastou do seu beijo mas menteve seu rosto perto do dela. “Isso é o que
você faz com alguém que você GOSTA.”
O coração de Lissa batia com raiva e desejo. “Bom, eu não gosto ou GOSTO de você. E eu acho
que você e Mia estão mentindo sobre Andre. Aaron nunca inventaria algo assim.’
“Isso é porque Aaron não diz nada que necessite de palavras de mais de uma silaba.”
Ela se afastou. “Vai embora.Fique longe de mim.”
Ele olhou em volta se divertindo. “Você não pode me expulsar. Ambos assinamos o aluguel.”
“Sai. Daqui!” ela gritou. “Eu odeio você!”
Ele se curvou. “O que você quiser, Vossa Altesa.” Com um ultimo olhar negro, ele saiu do
sótão.
Lissa caiu de joelhos, deixando sair as lagrimas que ela tinha segurando. Eu mal podia fazer
sentido do que estava machucando ela. Só Deus sabia das coisas que me deixavam chateada –
como o incidente com o Jesse – mas eles não me atacavam da mesma forma. Eles faziam uma
confusão nela, batendo no seu cérebro. As histórias sobre o Andre. O ódio de Mia. O beijo de
Christian. Me curar. Isso, eu percebi, era o que a verdadeira depressão era. Era como se sentir
maluca. Sujeita a sua própria dor aterradora, Lissa tomou a única decisão que ela pode.A única
coisa que ela podia fazer para canalizar aquelas emoções. Ela abriu sua bolsa e encontrou uma
pequena navalha que ela sempre carregava...
Afundando, e ainda sim incapaz de se quebrar, eu senti quando ela cortou seu braço, fazendo
marcas perfeitas, assisti quando o sangue fluiu através de sua pele. Como sempre, ela evitou
veias, mas seus cortes eram mais profundos dessa vez. A dor do corte era horrível, ainda sim
fazendo isso, ela era capaz de se focar na dor física, e se distrair da angustia mental para que
ela pudesse sentir no controle.
Pingos de sangue respingaram no chão sujo, e ela começou a ficar tonta. Ver seu próprio
sangue a intrigava. Ela tinha tirado sangue de outros a sua vida toda. De mim. Dos
alimentadores. Agora, aqui estava vazando. Com uma risada nervosa, ela decidiu que era
engraçado.Talvez por deixar ele sair, ela estivesse dando de volta para aqueles de quem ela
tinha roubado. Ou talvez ela estivesse desperdiçando, desperdiçando o sagrado sangue
Dragomir por qual todo mundo era tão obcecado.
Eu forcei minha saída da cabeça dela, e agora eu podia entender. As emoções dela tinham me
entrelaçado agora – elas eram fortes e muito poderosas. Mas eu tinha que escaper – eu sabia
com todo o meu ser. Eu tinha que impedi-la. Ela estava muito fraca por ter me curado para
perder tanto sangue. Era hora de contar a alguém. Quebrando nossa ligação, eu me encontrei
de volta na clinica. As mãos de Dimitri em cima da minha gentilmente me balançando
enquanto ele dizia o meu nome de novo e de novo num esforço de chamar minha atenção. A
Dra. Olendzki estava atrás dele, com a face negra de preocupação. Eu encarei Dimitri, vendo
de verdade o quanto ele se preocupava e se importava comigo. Christian tinha me dito para
arranjar ajuda, para arranjar alguém a quem eu confiava pra ajudar Lissa. Eu ignorei seus
avisos porque eu não confiava em ninguém exceto ela. Mas olhando para Dimitri agora,
sentindo aquele senso de compreensão que nós partilhávamos, eu sabia que eu confiava em
mais alguém. Eu senti minha voz rachar quando eu falei. “Eu sei onde ela está. Lissa. Nós
temos que ajuda-la.”

A.Vampiro - beijo das sombras (capitulo 17)


DEZESSETE
Alguns dias depois, Lissa me encontrou longe do pessoal e me deu a melhor noticia do mundo.
“O tio Victor vai pegar a Natalie e a levar ela esse final de semana para o ir ao shopping em
Missoula. Para o baile. Eles disseram que eu podia ir junto.”
Eu não disse nada. Ela parecia surpresa com o meu silencio.
“Isso não é legal?”
“Pra você, eu acho. Não vejo nenhum shopping ou baile no meu futuro.”
Ela sorriu excitada. “Ele disse Natalie que ela podia levar duas pessoas além de mim. Eu a
convenci em levar você e Camille.”
Eu ergui minhas mãos. “Bom, valeu, mas eu não posso nem ir na biblioteca depois da aula.
Ninguem vai me deixar ir até Missoula.”
“O tio Victor acho que ele pode convencer a diretora Kirova em deixar você ir. Dimitri também
está tentando.”
“Dimitri?”
“Eh. Ele tem que ir comigo se eu sair do campus.” Ela sorriu, pegando meu interesse em
Dimitri tanto quanto no shopping. “Eles descobriram minhas finanças finalmente – eu tenho
minha mesada de volta. Então nós podemos comprar outras coisas além do vestido. E você
sabe, se eles deixarem você ir ao shopping, eles vão deixar você ir no baile.”
“Nós vamos a bailes agora?” Eu disse. Nós nunca tínhamos ido antes. Eventos patrocinados
pela escola? De jeito nenhum.
“É claro que não. Mas você sabe que vai haver todo tipo de festa secreta. Nós vamos no inicio
da baile e depois saímos de fininho.” Ela disse feliz. “Mia está com tanto ciúmes que ela mal
consegue agüentar.”
Ela continuou falando sobre todas as lojas onde a gente iria, e todas as coisas que podíamos
comprar.Eu admito, eu estava meio ansiosa sobre a perspectiva de comprar roupas novas, mas
eu duvidava que eu pudesse pegar os novos lançamentos míticos.
“Oh ei,” ela disse excitada. “Você deveria ver os sapatos que a Camille me emprestou. Eu
nunca soube que a gente usava o mesmo tamanho. Guenta aí.” Ela abriu sua mochila e
começou a remexer.
De repente, La gritou e jogou pra longe. Livros e sapatos caíram. E também uma pomba morta.
Era uma das pombas marrom pálido que ficavam em fios na estrada e sob as arvores no
campus. Tinha tanto sangue que eu pude imaginar qual eram os ferimentos. Quem ia saber
que algo tão pequeno ia ter tanto sangue assim? Independentemente, o pássaro
definitivamente estava morto.
Cobrindo sua boca, Lissa encarou sem palavras, com os olhos arregalados.
“Filho da mãe,” eu xinguei. Sem hesitar, eu peguei um graveto e tirei o corpo da pequena ave.
Quando estava fora do caminho, eu comecei a colocar as coisas dela de volta na mochila,
tentando não pensar em germes de aves mortas. “Porque diabos isso continua- Liss!”
Eu me abaixei e peguei ela, puxando-a para longe. Ela estava ajoelhada no chão, com suas
mãos esticadas para o pombo. Eu não acho que ela nem se deu conta do que ela estava
prestes a fazer. O instinto nela era tão forte, que agiu sozinho.
“Lissa,” eu disse, endurecendo minhas mãos ao redor dela. Ela ainda estava se inclinando em
direção ao pássaro.”Não. Não faça isso.”
“Eu posso salva-lo.”
“Não, você não pode. Você prometeu,lembra? Algumas coisas tem que permanecer mortas.
Deixa isso pra lá.” Ainda sentindo sua tenção, eu implorei. “Por favor, Liss. Você prometeu.
Nada mais de curas. Você disse que não faria. Você me prometeu.”
Depois de mais alguns minutos, eu senti sua mão relaxar e o seu corpo tropeçar no meu. “Eu
odeio isso, Rose. Eu odeio tudo isso.”
Natalie apareceu, inconsciente da vista horrível que a esperava.
“Hey,vocês – oh meu Deus!” Ela gritou, vendo o pombo.”O que é isso?”
Eu ajudei Lissa a se levantar. “Outra, hum, brincadeira.”
“Isso...tá morto?” Ela fez um careta de nojo.
“Sim”, eu disse com firmemente.
Natalie, absorvendo nossa tensão, olhou pra nós. “O que mais está errado?”
“Nada.” Eu entreguei pra Lissa sua mochila.”Isso é só uma estúpida e doente piada, e eu vou
contar pra Kirova para que eles limpem isso.”
Natalie se virou, parecendo um pouco verde. “Porque as pessoas continuam fazendo isso com
você? É horrível.”
Lissa e eu trocamos olhares.
“Eu não faço idéia,” eu disse. E no entanto enquanto eu andava para o escritório de Kirova, eu
comecei a me perguntar.
Quando nós encontramos a raposa, Lissa tinha achado que alguém deveria saber sobre o
corvo. Eu não tinha acreditado nisso. Nós estávamos sozinhas na floresta aquela noite, e a Sra.
Karp não teria contado pra ninguém. Mas e sem alguém realmente tivesse visto? E se alguém
ficava fazendo isso, não para assustar ela, mas fazer se ela podia fazer de novo? O que a nota
que estava junto com o coelho dizia? Eu sei o que você é.
Eu não comentei nada disso com Lissa; Eu acho que só existe um certo numero das minhas
teorias de conspiração que ela pode agüentar. Além do mais, quando eu a vi no outro dia, ela
tinha praticamente esquecido sobre o pombo devido as outras noticias: Kirova tinha me dado
permissão para ir na viagem do fim de semana. A perspectiva de um shopping pode fazer com
que muitas situações negras se iluminem – mesmo assassinato de animais – e eu pus minhas
preocupações em espera.
Mas, quando veio a hora, eu descobri que eu fui liberada com algumas condições.
“A diretora Kirova acha que você tem se saído bem desde que voltou,” Dimitri me disse.
“Fora o fato de ter começado uma briga na aula do Sr. Nagy?”
“Ela não culpa você por isso. Não inteiramente. Eu a convenci de que você precisa de um
tempo... e que você poderia usar isso como um exercicio de treinamento.”
‘Exercício de treinamento?”
Ele me deu uma explicação breve enquanto nós andávamos para nos encontrar com os outros
que iam conosco. Victor Dashkov, mais doente que nunca, estava lá com seus guardiões, e
Natalie praticamente grudada a ele. Ele sorriu e deu a ela um cuidadoso abraço, que terminou
quando uma tosse tomou conta. Os olhos da Natalie se alargaram de preocupação enquanto
ela esperava a tosse passar.
Ele alegou que estava bem para nós acompanhar, e enquanto admirava sua determinação, eu
pensei que ele estava passando por bastante coisa só sair as compras com um bando de
garotas adolescentes.
Nós fizemos uma viagem de duas horas até Missoula numa van escolar grande, partindo logo
depois do sol nascer. Muitos Moroi viviam separados dos humanos, mas muitos também
viviam junto com eles, e para fazer compras no shopping, você tinha que ir no horário deles. A
janela de trás da van tinha cobertura para filtrar a luz e manter o pior longe dos vampiros.
Nós tínhamos nove pessoas no grupo: Lissa, Victor, Natalie, Camille, Dimitri,eu e mais três
outros guardiões. Dois dos guardiões, Bem e Spiridon, sempre viajavam com Victor. O terceiro
era um guardião da escola: Stan, o idiota que tinha me humilhado no primeiro dia de volta.
“Camille e Natalie não tem guardiões pessoais ainda,” Dimitri me explicou. “Ambas estão sob
proteção dos guardiões de sua família. Já que elas são estudantes da academia saindo do
campus, um guardião da escola tem que acompanha-las – Stan. Eu vou porque eu sou o
guardião responsável por Lissa. A maioria das garotas da idade dela não teria um guardião
responsável ainda, mas as circunstancias a faz especial.”
Eu sentei no fundo da van com ele e Spiridon, para que eles pudessem me mandar mais da
sabedoria dos guardiões como parte do “exercício de trainamento.” Bem e Stan sentaram na
frente, enquanto os outros sentaram no meio. Lissa e Victor conversam entre si bastante,
botando a fofoca em dia. Camille, criada para ser educada entre outros da realeza, sorria e
concordava. Natalie, por outro lado, parecia deslocada e ficava tentando tirar a atenção do seu
pai de Lissa. Não funcionou. Ele aparentemente tinha aprendido a se desligar da conversa dela.
Eu me virei de volta pra Dimitri. “Ela supostamente deveria ter dois guardiões. Príncipes e
princesas sempre tem.”
Spiridon era da idade de Dimitri, com cabelos loiros pontudos e uma atitude mais casual.
Apesar do seu nome grego, ele tinha um sotaque sulista. “Não se preocupe, ela terá vários
quando a hora chegar. Dimitri já é um deles. As chances são de que você será a outra.E é por
isso que você está aqui hoje.”
“A parte do treinamento,” eu chutei.”
“Sim. Você será a parceira do Dimitri.”
Houve um momento de silencio esquisito, provavelmente ninguém notaria a não ser eu e
Dimitri. Nossos olhos se encontraram.
“Parceira guardiã,” Dimitri especificou sem necessidade, como se talvez ele também estivesse
pensando em outro tipo de parceria.
‘É,” concordou Spiridon.
Sem perceber a tensão envolta dele, ele continuou explicando como as duplas de guardiões
funcionavam. Eram coisas padrão, tiradas direto dos meus livros, mas significa mais agora que
estávamos fazendo no mundo real. Guardiões eram enviados ao Moroi baseados na
importância. Dois era o mais comum, um provavelmente trabalharia com Lissa. Um guardião
ficaria perto do alvo; o outro ficava atrás e ficava de olho nos arredores.
De forma maçante, aqueles que ficavam suas posições eram chamados de guardiões de perto
e de longe.
“Você provavelmente sempre será a guardiã de perto,” Dimitri me disse. “Você é mulher e da
mesma idade que a princesa. Você pode ficar perto dela sem chamar muita atenção.”
“E eu não posso nunca tirar meus olhos dela,” eu acenei. “Ou você.”
Spiridon riu de novo e levantou uma sobrancelha para Dimitri. “Você tem uma estudante
brilhante aqui. Você deu a ela uma estaca?”
“Não. Ela não está pronta.”
“Eu estaria se alguém me mostrasse como usar uma,” eu discuti. Eu sabia que todo guardião
na van tinha uma estaca e uma arma escondida.
“Tem mais do que simplesmente usar uma estaca,” disse Dimitri do seu jeito velho sábio.
“Você ainda tem que estudá-las. E você tem que ser capaz de matá-los.”
“Porque eu não seria capaz?”
“A maioria dos Strigoi costumavam ser Moroi que se transformaram de propósito. As vezes
eles são Moroi ou dhampirs que foram forçados a mudar. Não importa. Tem uma
probabilidade bem alta de que você conheça algum deles. Você poderia matar alguém que
você costumava conhecer?”
Essa viagem estava ficando cada vez menos divertida a cada minuto.
“Eu acho que sim. Eu teria que fazer isso, certo? Se for eles ou a Lissa...”
“Ainda sim você pode hesitar,” disse Dimitri. “E essa hesitação poderia matar você. E ela.”
“Então como você se certifica de que não vai hesitar?”
“Você tem que ficar repetindo a si mesmo que aquelas não são mais as pessoas que você
costumava conhecer. Eles se transformaram em algo negro e distorcido. Algo que não é
natural. Você tem que abandonar o que te ligava a eles e fazer o que é certo. Se eles tiverem
qualquer vestígio deles mesmos, eles provavelmente ficaram agradecidos.”
“Agradecidos por eu mata-los?”
“Se alguém te transformasse numa Strogoi, o que você gostaria?” ele perguntou.
Eu não sabia como responder isso, então eu não disse nada. Sem nunca tirar seus olhos de
mim, ele continuou pressionando.
‘O que você iria querer se você soubesse que eles iriam te converter em um Strigoi contra a
sua vontade?” Se você soubesse que iria perder todo o senso de moral e entendimento do que
é certo e errado? Se você soubesse que iria viver o resto da sua vida – sua vida imortal –
matando pessoas inocentes? O que você iria querer?”
A van tinha ficado desconfortavelmente silenciosa. Encarando Dimitri, exausta por todas
aquelas perguntas, eu de repente entendi porque eu e ele tínhamos essa atração estranha,
fora a beleza. Eu nunca tinha conhecido ninguém que levava tão serio ser um guardião, que
entendi as consquencias de vida ou morte. Certamente ninguém da minha idade; Mason não
havia sido capaz de entender porque eu não podia relaxar e beber na festa. Dimitri tinha dito
que eu entendia meu trabalho melhor que muitos guardiões mais velhos, e eu não entendi
porque – especialmente quando eles teriam visto tantas mortes e perigo. – Mas eu soube
naquele momento que ele tinha razão, que eu tinha um senso esquisito de como vida ou
morte, bondade e maldade funcionavam entre si. E ele também. Nós podemos nos sentir
sozinhos as vezes.Nós talvez tenhamos que colocar nossa diversão de lado. Nós talvez não
sejamos capazes de viver nossas vidas do jeito que a gente quiser. Mas esse era o jeito que
tinha que ser. Nós nos entendíamos, entendíamos que tínhamos outros pra proteger.Nossas
vidas nunca seriam fáceis.
E tomar decisões dessas era apenas uma parte dela.
“Se eu me transformasse numa Strigoi... eu iria querer que alguém me matasse.”
“Eu também,” ele disse baixo.Eu pude perceber que ele teve os mesmos flash de
entendimento , o mesmo senso de conexão entre nós.
“Me lembrou de Mikhail caçando Sonya,” murmurou Victor que estava pensativo.
“Quem eram Mikhail e Sonya?” Perguntou Lissa?
Victor parecia surpreso. “Bom, eu pensei que você sabia. Sonya Karp.”
“Sonya Kar... você quer dizer a Sra. Karp? O que temela?” Ela olhou pra mim e para o tio dela.
“Ela... se transformou numa Strigoi,” Eu disse, sem olhar para os olhos de Lissa. “Por escolha.”
Eu sabia que Lissa ia descobrir algum dia. Era a peça final da saga da Sra. Karp, um segredo que
eu mantive pra mim mesma. Um segredo que me preocupava constantemente. O rosto de
Lissa e o nosso laço registrou um enorme choque, crescendo intensamente enquanto ela se
dava conta, que eu sabia e nunca tinha contado para ela.
“Mas eu não sei quem é Mikhail,” eu acrescentei.
“Mikhail Tanner,” disse Spiridon.
“Oh. O guardião Tanner. Ele estava lá antes de partimos.” Eu congelei. “Porque ele estava
perseguindo a Sra. Karp?”
“Para matá-la,” disse Dimitri. “Eles eram amantes.”
O negocio todo do Strigoi mudou de foco diretamente pra mim. Se encontrar com um Strigoi
durante a batalha era uma coisa. Caçar propositalmente alguém... alguém que eu havia
amado. Eu não sabia se eu seria capaz de fazer isso, mesmo que fosse tecnicamente a coisa
certa se fazer.
‘Talvez esteja na hora de falar sobre outra coisa,’ disse Victor gentilmente.”Hoje não é um dia
de ficar arrastando tópicos deprimentes.”
Eu acho que todos nós ficamos aliviados ao chegar no shopping. Mudando para o papel de
guarda-costas, eu fiquei ao lado de Lissa enquanto nós íamos de loja a loja, olhando pra todos
os estilos que tinham ali. Era bom estar em publico de novo e fazer algo com ela que era só
divertido e não envolvia nenhuma outra política distorcida da Academia. Era quase como nos
velhos tempos. Eu sentia falta da gente só sair juntas. Eu sentia falta da minha melhor amiga.
Embora recém tinha passado metade de novembro, o shopping estava cheio de enfeites de
natal e decorações. Eu decidi que eu tinha o melhor trabalho do mundo. Eu admito, eu me
senti um pouco excluída quando eu me dei conta que eu não tinha um daqueles aparelhos de
comunicação que os outros guardiões tinham.Quando eu protestei por não ter um, Dimitri
havia me dito que eu aprenderia mais sem usar um. Que se eu pudesse dar conta de proteger
Lissa do jeito antigo, eu podia lidar com qualquer coisa.
Victor e Spiridon ficaram conosco enquanto Dimitri e Ben se espalhavam, de alguma forma
conseguindo não parecer uns perseguidores de garotas adolescentes esquisitos.
“Isso é tão você,” disse Lissa na loja Macy, me entregando uma camisa sem manga enfeitada
com laços.’Eu foi comprar pra você.”
Eu olhava aquilo ansiosa, já me imaginando naquilo. Então, fazendo com que meus olhos se
encontrassem com o de Dimitri eu balancei a cabeça e voltei pra realidade. “O inverno está
chegando. Eu vou ficar com frio.”
“Nunca impediu você antes.”
Dando nos ombros, ela colocou de volta. Ela e Camille experimentaram uma quantidade
imensa de roupas, suas mesadas enormes permitindo que preço não fosse um problema. Lissa
se ofereceu pra comprar qualquer coisa que eu quisesse. Nós tínhamos sido generosas com
nós mesmas nossa vida toda, e eu não hesitei em aceitar a oferta. Minha escolha a
surpreendeu.
“Você tem três camisas térmicas e um canguru.” Ela me informou, revirando uma montanha
de jeans BCBG. “Você agindo como uma chata, comigo.”
“Hey, eu não vejo você comprando tops de vadias.”
“Não sou eu que os uso.”
“Muito obrigado.”
“Você sabe o que eu quero dizer. Você está até mesmo usando o seu cabelo preso.”
Era verdade. Eu tinha aceitado o conselho de Dimitri e tinha prendido meu cabelo em um
coque, ganhando um sorriso quando ele o viu. Se eu tivesse tatuagens molnija, elas estariam
aparecendo. Olhando ao redor, ela se certificou que mais ninguém pudesse nos ouvir. Os
sentimentos na nossa ligação mudando para algo mais problemático.
“Você sabia sobre a Sra. Karp.”
“Sim. Eu ouvi sobre isso mais ou menos um mês depois que ela partiu.”
Lissa jogou um par de calças jeans decoradas por cima do braço, sem olhar pra mim. “Porque
você não me disse?”
“Porque você não precisava saber.”
“Você achou que eu não conseguia dar conta?”
Eu mantive meu rosto em branco. Enquanto eu a encarava, minha mente voltava ao tempo,
dois anos atrás. Já tinham se passado dois dias desde a minha suspensão por supostamente ter
destruído o quarto de Wade quando um da realeza visitou a escola. Eu tinha recebi permissão
pra ir para a recepção mas estava sobre forte guarda para terem certeza que eu não “tentaria
nada.”Dois guardiões me escoltaram pela cafeteria e conversavam baixo entre eles no
caminho.
“Ela matou o doutor que estava cuidando dela e quase pegou metade dos pacientes e
enfermeiras que estavam no caminho.”
“Eles tem alguma idéia de pra onde ela foi”?
“Não, eles a estão perseguindo... mas, bem, você sabe como é.”
“Eu nunca esperei que ela fizesse isso. Ela não parecia o tipo.”
“É, bom, Sonya era maluca. Você viu como ela estava ficando violenta perto do fim?Ela era
capaz de qualquer coisa.”
Eu estava me arrastando miseravelmente quando eu levantei minha cabeça pra cima.
“Sonya?Você quer dizer a Sra. Karp?” Eu perguntei. “Ela matou alguém?”
Os dois guardiões trocaram olhares. Finalmente, um disse seriamente. “Ela se tornou uma
Strigoi, Rose.”
Eu parei de andar e o encarei. “A Sra. Karp? No... ela não faria...”
“Eu temo que sim,” o outro respondeu. “Mas... você deve manter isso pra você mesma. É uma
tragédia. Não faça fofoca disso pela escola.”
Eu passei o resto da noite confusa. A Sra. Karp. Karp Louca. Ela tinha matado alguém para se
tornar uma Strigoi. Eu não podia acreditar.
Quando a recepção acabou, eu consegui escapar dos meus guardiões e consegui alguns
minutos precisos com Lissa. A ligação já estava forte, e eu não precisei ver seu rosto pra saber
o qual miserável ela estava se sentindo.
“Qual o problema?”Eu perguntei pra ela. Nós estávamos no canto do corredor, perto da
cafeteria. Seus olhos estavam vazios. Eu podia sentir que ela estava com dor de cabeça; a dor
se transferiu pra mim. “Eu... eu não sei.Eu me sinto esquisita. Eu sinto como se estivesse sendo
seguida, como se eu tivesse que ter cuidado, sabe?”
Eu não sabia o que dizer. Eu não achei que ela estava sendo seguida, mas a Sra. Karp
costumava dizer a mesma coisa. Sempre paranóica. “Provavelmente não é nada.” Eu disse
rapidamente.
“Provavelmente,” ela concordou. Seus olhos de repente se estreitaram. “Mas Wade não é. Ele
não para de falar sobre o que aconteceu. Você não pode acreditar nas coisas que estão
dizendo sobre você.”
Eu podia, mas eu não estava nem ai.”Esqueça ele. Ele não é nada.”
“Eu odeio ele,” ela disse. Sua voz estava afiada de maneira não característica. “Eu estou no
comitê para angariar fundos com ele, e eu odeio ouvir ele falar com a sua boca gorda todo dia
vendo ele fletar com qualquer garota que passa.Você não deveria ter sido punida pelo que ele
fez. Ele precisa pagar.”
Minha boca ficou seca. “Está tudo bem... eu não ligo. Se acalme, Liss.”
“Eu me importo,” ela surto, virando sua raiva pra mim. “Eu queria que tivesse um jeito de fazer
ele fazer ele pagar. Algum jeito de machucar ele como ele machucou você.” Ela colocou suas
mãos nas costas e se remexeu pra frente e pra trás furiosa, seus passos fortes e decididos. O
ódio e a raiva estavam fervendo dentro dela. Eu podia sentir através da ligação. Parecia uma
tempestade, e me assustou pra caramba. Ao redor de tudo estava uma incerteza, uma
instabilidade que fazia com que Lissa não soubesse o que fazer, mas ela queria
desesperadamente fazer algo.Qualquer coisa. Minha mente voltou para a noite com o taco de
baseball. E então em pensei na Sra. Karp. Ela se tornou uma Strigoi, Rose. Foi o momento mais
assustador da minha vida. Mais assustador que vê-la no quarto de Wade. Mais assustador que
vê-la curar o corvo. Mais assustador que os guardiões me pegarem. Porque naquele momento,
eu não conhecia minha melhor amiga. Eu não sabia do que ela era capaz. Um ano antes, eu
teria rido de qualquer um que dissesse que ela queria ser uma Strigoi. Mas a um ano, eu
também teria rido de qualquer um que me dissesse que ela queria cortar seus pulsos ou fazer
alguém “pagar.”Naquele momento, eu de repente acreditava que ela poderia fazer o
impossível. E eu tinha que ter certeza que ela não o faria.
Salve ela. Salve ela de si mesma.
“Nós estamos indo embora,” eu disse, pegando o braço dela e a guiando pelo corredor. “Agora
mesmo.” Confusão substituiu a raiva momentaneamente. “O que você quer dizer?Você quer ir
pra floresta ou algo assim?”
Eu não respondi. Algo em minha atitude ou palavras deve ter assustado ela, porque ela não fez
perguntas enquanto eu a levava para fora da cafeteria, passando pelo campus em direção ao
estacionamento onde os visitantes chegavam.Estava cheio de carros, que pertenciam aos
convidados da festa. Um deles era um carro Lincoln Town grande, e eu observei quando o
motorista o ligou.
“Alguem está indo embora cedo,” eu disse, olhando pra ele por um amontoado de arbustos.Eu
olhei para trás de nós e não vi nada. “Eles provavelmente estarão aqui em um minuto.”
Lissa entendeu. “Quando você disse, “Nós estamos indo embora.” Você quis dizer... não.Rose,
nós não podemos sair da Academia. Nós nunca iríamos passar pelos pontos de checagem.”
“Nós não precisamos,” eu disse firme. “Ele passa.”
“Mas como ele vai nos ajudar?”
Eu respirei fundo, me arrependendo do que eu tinha que dizer mas vendo que era o menor
dos males. “Você sabe como você fez Wade fazer aquelas coisas?”
Ela hesitou e acenou.
“Eu preciso que você faça a mesma coisa. Vá até aquela cara e diga a ele que ele precisa nós
esconder no carro.”
Choque e medo se apoderaram dela. Ela não entendeu, e ela estava assustada. Extremamente
assustada. Ela tinha estado assustada a semanas agora, desde ter curado o corvo e o humor e
Wade. Ela estava frágil e a beira de algo que nenhuma de nós ia entender. Mas apesar de tudo
isso, ela confiava em mim. Ela acreditava que eu a manteria segura.
“Ok,” ela disse. Ela deu alguns passos em direção a ele, e então olhou de volta pra mim.
“Porque? Porque nós estamos fazendo isso?”
Eu pensei na raiva de Lissa, seu desespero, seu desejo de fazer qualquer coisa para se vingar
de Wade. E eu pensei na Sra. Karp – na bonita e instável Sra. Karp – se tornando uma Strigoi.
“Eu vou cuidar de você,” eu disse. “Você não precisa saber de mais nada.”
No shopping de Missoula, parada entre cabides de roupas desejáveis, Lissa perguntou de novo,
“Porque você não me disse?”
“Você não precisava saber,” eu repeti.
Ela foi em direção ao provador, ainda sussurrando pra mim.”Você estava preocupada que eu
fosse perder a cabeça. Você está preocupada que eu me torne uma Strigoi também?”
“Não. De jeito nenhum. Isso foi só ela.Você nunca faria isso.”
“Mesmo se eu fosse louca?”
“Não,” eu disse, tentando fazer uma piada. “Você apenas rasparia a cabeça e viveria com 30
gatos.”
Os sentimentos de Lissa ficaram mais obscuros, mas ela não disse mais nada. Parando fora do
provador, ela puxou um vestido preto do cabide. Ela o lustrou um pouquinho.
“Esse é o vestido para o qual você nasceu. Eu estou me lixando pro quão pratica você é agora.”
Feito de um sedoso material preto, o vestido não tinha alças nem mangas, caindo até os
joelhos. Embora tivesse uma leve barra de saia, o resto parecia que definitivamente seria
capaz de arranjar seria ação. Super sexy. Talvez até desafiando-o-código-de-vestimenta-daescola
sexy.
“Esse é o meu vestido,” eu admiti. Eu continuei olhando pra ele, o querendo tanto que eu senti
uma coceira no peito. Esse era o tipo de vestido que podia mudar o mundo. O tipo de vestido
que começava religiões. Lissa colocou perto de mim. “Experimente.”
Eu balancei minha cabeça e comecei a me afastar. “Eu não posso. Comprometeria você. Um
vestido não vale a sua morte horrenda.”
“Então nós vamos simplesmente comprar sem que você o experimente.” Ela comprou o
vestido.
A tarde continuou, e eu me encontrei ficando cansada. Sempre observando e estando em
guarda de repente se tornou bem menos divertido. Quando nós chegamos na nossa ultima
parada, uma loja de jóias, eu me senti meio feliz.
“Aqui vamos nós,” disse Lissa, apontando para uma nas caixas. “O colar feito para ir com o
vestido.”
Eu olhei. Uma pequena corrente de ouro com dourado e cheio de diamantes pendente rosa.
Ênfase na parte do diamantes.
“Eu odeio coisas rosas.”
Lissa sempre tinha adorado me dar coisas rosas – só para ver minha reação, eu acho. Quando
ela viu o preço do colar, o sorrisou dela desapareceu.
“Oh, veja isso. Até mesmo você tem limites,” eu provoquei. “Seus gastos loucos são parados
finalmente.”
Nós esperamos que Victor e Natalie terminasse. Ele aparentemente estava comprando algo
pra ela, e ela parecia que podia criar asas e voar para longe de tanta felicidade.Eu estava feliz.
Ela estava morrendo pra ter sua atenção. Talvez ele estivesse comprando pra ela algo
extremamente caro para compensar. Nós voltamos pra casa em silencio, nosso horário de
dormir todo invertido por causa da viagem de dia. Sentada perto de Dimitri, eu me reclinei
contra o banco e bocejei, muito ciente que nossos braços estavam se tocando. Aquele
sentimento de proximidade e conexão queimou entre nós. “Então, eu posso algum dia
experimentar roupas de novo?” Eu perguntei baixinho sem querer acordar os outros. Victor e
os guardiões estavam acordados, mas as garotas tinham dormido.
“Quando você está em serviço, você não pode. Você pode fazer quando estiver de folga.”
“Eu nunca vou querer folga. Eu quero sempre cuidar de Lissa.” Eu bocejei de novo. “Você viu
aquele vestido?”
“Eu vi o vestido.”
“Você gostou?”
Ele não respondeu. Eu entendi como um sim.
“Eu vou por em perigo minha reputação se eu o usar no baile?”
Quando ele falou, eu mal pude ouvir ele. “Você vai por em perigo a escola.”
Eu sorri e peguei no sono.
Quando eu acordei, minha cabeça descansava contra os ombros dele. Aquele casaco longo
dele- a capa- me cobria como um cobertor. A van tinha parado; nós estávamos de volta na
escola.Eu tirei a capa e levantei procurando por ele, de repente me sentindo bem acordada e
feliz. Pena que a minha liberdade estava pra acabar.
“De volta a prisão,” eu suspirei, andando ao lado de Lissa nos dirigindo até a cafeteria. “Talvez
se você fingir um ataque cardíaco, eu posso dar uma escapada.”
“Sem as suas roupas?” Ela me entregou minha sacola, e eu a balancei feliz. “Eu não posso
esperar pra ver o vestido.”
“Eu também não. Se eles me deixarem ir.Kirova ainda está decidindo se eu fui boa o
suficiente.”
“Mostre a ela aquelas camisetas sem graça que você comprou. Ela vai entrar em coma.Eu
estou quase entrando.”
Eu ri e saltei num daqueles bancos de madeira, andando junto com ela enquanto eu andava
junt. Eu pulei de volta pro chão quando eu cheguei no fim do banco. “Eles não são tão sem
graça.”
“Eu não sei o que eu penso dessa nova, e responsável Rose.”
Eu pulei em outro banco. “Eu não sou tão responsável.”
“Hey,” chamou Spiridon. Ele e o resto do grupo nos seguiram mais atrás. “Você ainda está em
serviço. Diversão não é permitida aqui.”
“Não tem diversão aqui,” eu respondi, ouvindo uma risada em sua voz. “Eu juro – merda.”
Eu estava no terceiro banco, perto do fim dele. Meus musculos tensos, prontos pra pular pra
baixo. Mas quando eu tentei, meu pé não foi comigo.A madeira que parecia forte e solida,
tinha quebrado sobre os meus pés, quase como papel. Se desintegrou. Meu pé atravessou o
buraco, meu tornozelo ficando preso no buraco enquanto o resto do meu corpo tentava ir em
outra direção. O banco me segurou, empurrando meu corpo pro chão ainda segurando o meu
pé. Meu tornozelo se curvou em uma direção nada natural. Eu cai.Eu ouvi o som de algo
quebrando que não era a madeira. A pior dor da minha vida passou pelo meu corpo. E então
eu desmaiei.

A.Vampiro - beijo das sombras (capitulo 16)


DEZESSEIS
No outro dia, me atingiu em cheio o quanto as coisas tinham mudado desde que os rumores
de Jesse e Ralf haviam começado. Para algumas pessoas, eu permaneci com uma fonte infinita
de fofocas e risadas. Dos convertidos de Lissa, eu recebi amistosas e ocasionais defesas. No
geral, eu percebi, nossos colegas me já davam pouco da atenção deles. Isso se tornou
especialmente real quando algo novo os distraiu.
Lissa e Aaron.
Aparentemente, Mia tinha descoberto sobre a festa e tinha explodido quando ela soube que
Aaron tinha estado lá sem ela. Ela reclamou com ele, e disse a ele que se ele quisesse ficar com
ela ele não podia correr pra ficar com Lissa. Então Aaron havia decidido que ele não queria
ficar com ela. Ele terminou com ela naquela manhã... e seguiu em frente.
Agora ele e Lissa não se largavam. Eles ficaram perto do hall na hora do almoço, com os braços
segurando um ao outro, rindo e conversando. Minha ligação com Lissa mostrou apenas um
pequeno interesse, apesar dos olhares que pareciam achar que ele era a coisa mais fascinante
do planeta. A maior parte disso era pra se mostrar, sem ele saber. Ele parecia como se pudesse
construir um santuário aos pés dela a qualquer momento.
E eu? Eu me sentia doente.
Meus sentimentos, no entanto, não eram nada comparados ao de Mia. No almoço, ela se
sentou o mais longe possível de nós, com os olhos fixos pra frente, ignorando as consolações
dos amigos que estavam perto dela. Ela tinha manchas cor de rosa, em sua pálidas e redondas
bochechas, e os seus olhos estavam vermelhos. Ela não disse nada quando eu passei.
Nenhuma piada. Nenhum olhar de gozação. Lissa a tinha destruído, assim como Mia tinha
jurado fazer conosco.
A única pessoa mais miserável que Mia era Christian. Diferente dela, ele não tinha problemas
em encarar o casal feliz enquanto demonstrava um olhar de ódio em seu rosto. Como de
costume, ninguém nem mesmo notou.
Depois de assistir Lissa e Aaron ficarem pela décima vez, eu sai do almoço mais cedo e fui ver a
Sra. Carmack, a professora que ensinava “Elementos Básicos.” Eu andava querendo falar com
ela fazia um tempo.
“Rose, certo?” Ela parecia surpresa em me ver mas não irritada ou incomodando como metade
dos professores parecia ultimamente.
‘Sim. Eu tenho uma pergunta sobre, hum, mágica.”
Ela levantou uma sobrancelha. Novatos não tinham aula de mágica. “Claro. O que você quer
saber?”
“Eu estava ouvindo o padre falar sobre o Santo Vladimir no outro dia... Você sabe em que
elemento ele era especializado? Vladimir, eu quero dizer. Não o padre.”
Ela amarrou a cara. “Estranho. Famoso como ele é, estou surpresa que isso nunca tenha vindo
a tona. Eu não sou nenhum expert, mas em todas as histórias que eu ouvi, ele nunca fez nada
que se conectasse com ninguém dos elementos. Ou é isso, ou ninguém nunca gravou nada.”
“E quanto aos seus poderes de cura?” Eu fui adiante. “Tem um elemento que permite que
você faça isso?”
“Não, não que eu saiba.” Seus lábios se abrindo num pequeno sorriso. “Pessoas de fé
poderiam dizer que ele curava através dos poderes de Deus, não através de algum elemento
mágico. Afinal de contas, uma coisa certa nas histórias era que ele era “cheio de espírito”.
“É possível que ele não tinha uma especialização em um elemento?”
O sorriso dela sumiu. “Rose, isso realmente é sobre o santo Vladimir? Ou é sobre a Lissa?”
“Não exatamente...” eu murmurei.
“Eu sei que é difícil pra ela- especialmente na frente dos outros colegas- mas ela tem que ser
paciente,” ela explicou gentilmente. “Vai acontecer. Sempre acontece.”
“Mas as vezes não acontece.”
“Raramente.Mas eu não acho que ela vá ser um desses. Ela tem uma apitude maior que o
normal para os quatro elementos, mesmo que ela não tenha se especializado em um. Um
deles vai se destacar a qualquer dia em breve.”
Isso me deu uma idéia. “É possível se especializar em mais de um elemento?”
Ela riu e balançou a cabeça. “Não. Muito poder. Ninguem poderia lidar com tanta mágica, não
sem perder a cabeça.”
Ah. Ótimo.
“Ok. Obrigado.” Eu comecei a ir embora, e então pensei em mais uma coisa. “Hey, você se
lembra da Sra. Karp? No que ela era especializa?
Sra. Carmack deu um olhar desconfortável o mesmo que qualquer professor fazia quando
alguém comentava sobre a Sra. Karp.
“Na verdade-“
“O que?”
“Eu quase esqueci. Eu acho que ela era um dos raros que nunca se especializou. Ela sempre
mantinha um controle bem baixo dos quatro elementos.”
Eu passei o resto das aulas da tarde pensando sobre as palavras da Sra. Carmack, tentando
encaixa-las na minha teoria Kissa-Karp-Vladimir. Eu também espionei Lissa. Tantas pessoas
queriam falar com ela agora que ela mal notou o meu silencio. Mas de vez enquanto eu a via
olhar para mim sem sorrir, com um olhar cansado. Rir e fofocar o dia todo com pessoas que
ela só meio gostava estava cansando-a.
“Missão cumprida,” eu disse a ela depois da aula. “Você pode parar com o Projeto Lavagem
cerebral.”
Nós nos sentamos em bancos no jardim, e ela balançava suas pernas pra frente e pra trás. “O
que você quer dizer?”
“Você conseguiu. Você fez as pessoas pararem de fazer minha vida horrível. Você destruiu Mia.
Você roubou Aaron. Brinque com ele por mais algumas semanas, então largue ele e os outros
da realeza de mão. Você ficará mais feliz.”
“Você não acha que eu estou feliz agora?”
“Eu sei que você não está. Algumas das festas são divertidas, mas você odeia fingir ser amiga
de pessoas que você não gosta – e você não gosta deles. Eu sei o quanto Xander irritou você
aquela noite.”
“Ele é um idiota, mas eu posso lidar com isso. Se eu parar de andar com eles, tudo vai voltar a
ser como era. Mia vai começar de novo. Desse jeito, ela não pode nos incomodar.”
“Não vale apena se tudo o que você está fazendo está te incomodando.”
“Nada está me incomodando.” Ela soava um pouco defensiva.”
“É?” Eu perguntei vilmente. “Porque você ama tanto o Aaron? Porque você não consegue
esperar em transar com ele de novo?”
Ela me encarou. “Eu mencionei que você pode ser uma enorme vaca as vezes?”
Eu ignorei. “Eu estou simplesmente dizendo que você já tem muita merda pra se preocupar.
Você está se cansando com tanta compulsão que você está usando.”
“Rose!” Ela olhou ansiosa ao redor. “Fique quieta!”
“Mas é verdade. Usar todo esse tempo vai mexer com a sua cabeça.De verdade.”
“Você não acha que está exagerando?”
“E quanto a Sra. Karp?”
A expressão de Lissa ficou bem parada. “O que tem ela?”
‘Você. Você é igual a ela.”
‘Não, eu não sou!”Ultraje passou pelos seus olhos verdes.
“Ela tinha o poder de cura também.”
Me ouvindo falar sobre isso a chocou. Esse tópico sempre havia nos cansado, mas nós
praticamente nunca falávamos sobre ele.
“Isso não significa nada.“
“Você não acha que significa? Você conhece mais alguém que consegue fazer isso? Ou que
consegue usar compulsão em dhampirs e Moroi?”
“Ela nunca usou compulsão desse jeito, “ ela argumentou.
“Ela usou.Ela tentou usar em mim na noite que nós partimos. Começou a funcionar, mas então
eles a levaram embora antes que ela tivesse terminado.” Ou será que tinha funcionado? Afinal
de contas, foi apenas um mês depois que eu e Lissa fugimos da Academia. Eu sempre pensei
que tinha sido idéia minha, mas talvez a sugestão da Sra. Karp tenha sido a verdadeira
responsável.
Lissa cruzou os braços. Seu rosto parecia desafiante, mas suas emoções estavam instáveis.
“Otimo. E daí? Então ela é uma aberração como eu. Isso não significa nada. Ela ficou louca
porque... bom, porque esse era o jeito que ela era. Isso não tem nada a ver com
absolutamente nada.”
“Mas não é só ela,” eu disse devagar. “Tem mais alguém como vocês, também. Alguém que eu
descobri.” Eu hesitei. “Você sabe, o Santo Vladimir...”
E foi então que eu finalmente contei tudo. Eu disse a ela sobre como ela, a Sra. Karp, e o santo
Vladimir podiam curar e usar super compulsão. Embora a tivesse feito se contorcer, eu contei
a ela como eles ficavam facilmente chateados e como eles se machucavam.
“Ele tentou se matar,” eu disse, sem encontrar os seus olhos. “E eu costumava notar marcas na
pele da Sra. Karp – como se ela tivesse arranhado seu próprio rosto. Ela tentava esconder com
o seu cabelo, mas eu podia ver os antigos arranhões e então ela fazia novos.”
“Não significa nada,” insistiu Lissa. “É – é tudo coincidência.”
Ela soava como se ela quisesse acreditar nisso, e dentro dela, alguma parte dela realmente
acreditava. Mas tinha outra parte dela, uma parte desesperada que queria a tanto tempo
saber que ela não era uma aberração, que ela não estava sozinha. E mesmo que as noticias
não fossem boas, ao menos ela sabia que tinham outros iguais a ela.
“É uma coincidência que nenhum deles parece ter se especializado em nada?”
Eu contei sobre a minha conversa com a Sra. Carmack e expliquei minha teoria sobre a
especialização em quatro elementos. Eu também repeti o comentário da Sra. Carmack sobre
como ele faria a pessoa enlouquecer.
Lissa esfregou seus olhos quando eu terminei, borrando um pouco da sua maquiagem. Ela me
deu um sorriso fraco. “Eu não sei o que é mais maluco: o que você está me dizendo ou o fato
de que você realmente leu algo pra descobrir tudo isso.“
Eu fiquei aliviada pelo fato de que ela tinha feito uma piada. “Hey, eu sei como ler também.”
“Eu sei que você sabe.Eu também sei que você levou um ano para ler o Código Da Vinci.” Ela
riu.
“Aquilo não foi minha culpa! E não tente mudar de assunto.”
“Eu não estou.” Ela sorriu, então suspirou. “Eu só não sei o que pensar sobre isso.”
“Não tem nada o que pensar. Só não faça as coisas que te deixar triste. Lembra quando você
estava no meio termo? Volte a isso. É muito mais fácil pra você.”
Ela balançou a cabeça.”Eu não posso fazer isso. Ainda não.”
“Porque não? Eu já disse pra você-“ Eu parei, me perguntando porque eu não tinha entendido
antes. “Não é só a Mia. Você está fazendo isso porque você sente que é a sua obrigação. Você
ainda está tentando ser o Andre.”
“Meus pais iriam querer que eu-“
“Seus pais iriam querer que você fosse feliz.”
“Não é tão fácil,Rose.Eu não posso ignorar essas pessoas pra sempre. Eu também sou da
realeza.”
“A maior parte deles são umas merda.”
“E muitos deles vão ajudar a reinar os Moroi. Andre sabia disso. Ele não era como os outros,
mas ele fazia o que ele tinha que fazer porque ele sabia o quão importante era.”
Eu me encostei no banco. “Bom, talvez esse seja o problema. Você está decidindo quem é
‘importante’ baseado apenas na família,então nós acabamos com essas pessoas problemáticas
tomando as decisões. É por isso que os números dos Moroi estão caindo e vacas como a
Tatiana são rainhas. Talvez seja necessário um novo sistema de realeza.”
“Anda, Rose. Isso é do jeito que é; essa é a forma que tem sido por séculos. Nós temos que
viver desse jeito.”Eu discordei. “Ok, e que tal isso?” ela continuou. “Você está preocupada
sobre eu ficar igual a eles – como a Sra. Karp e o Santo Vladimir – certo? Bom, ela disse que eu
não deveria usar meus poderes,que iria fazer as coisas ficarem piores se eu usasse. E seu eu
simplesmente parasse? Compulsão, cura, tudo.”
Eu estreitei meus olhos. “Você poderia fazer isso?” A compulsão conveniente, era tudo o que
eu queria que ela fizesse. A sua depressão tinha começado ao mesmo tempo que seus poderes
emergiram, logo depois do acidente. Eu tinha que acreditar que eles estavam conectados,
particularmente tendo em vista as evidencias e os avisos da Sra. Karp.
‘Sim.”
Sua face estava completamente composta, sua expressão seria e firme. Com o seu cabelo
pálido preso em uma trança francesa e um blazer por cima do seu vestido, ela parecia que
podia tomar o lugar dos seus pais no conselho agora mesmo.
“Você tem que parar com tudo,’ eu a avisei. “Nada de cura, não importa o quão fofinho o
animal seja. E nada mais de compulsão e deslumbrar a realeza.“
Ela concordou seria. “Eu posso fazer isso. Isso vai fazer você se sentir melhor?”
“Sim, mas eu ia me sentir ainda melhor se você parasse com a mágica e voltasse a andar com a
Natalie.”
“Eu sei, eu sei. Mas eu não posso parar, ainda não.”
Eu não consegui fazer ela desistir daquele – ainda – mas saber que ela iria evitar usar seus
poderes já era um alivio para mim.
“Tudo bem,” eu disse, pegando a minha mochila. Eu estava atrasada para o treino. De novo.
“Você pode continuar brincando com o bando de pirralhos, desde que você mantenha as
outras coisas sob controle.” Eu hesitei. “E você sabe, você já fez seu ponto com Aaron e Mia.
Você não tem que o manter por perto pra continuar andando com os outros da realeza.”
“Porque eu sempre tenho a sensação que você não gosta mais dele?”
“Eu acho ele ok – o que é tudo que você acha dele. E eu não acho que você deve ficar quente e
suada com alguém que você só acha ‘ok’”
Lissa escondeu seus olhos num falso espanto. “Isso é Rose Hathaway falando? Você foi
reformada? Ou você tem alguém que gosta “mais que ok’?”
“Hey“ eu disse desconfortável, “Eu só estou cuidando de você. Isso, e eu nunca notei o quão
chato Aaron era antes.”
Ela brincou. “Você acha todo mundo chato.”
“O Christian não é.”
Escapou antes que eu pudesse impedir. Ela parou de sorrir.”Ele é um idiota. Ele simplesmente
parou de falar comigo sem motivo nenhum um dia.”Ela cruzou os braços. “E você não odeia
ele de qualquer forma?”
“Eu ainda posso odiar ele e achar ele interessante.”
Mas eu também estava começando a pensar que eu tinha cometido um erro com Christian. Ele
era esquisito e negro e gostava de colocar as pessoas em chamar, é verdade. Mas por outro
lado, ele era esperto e engraçado – de um jeito maluco – e de algum jeito ele acalmava Lissa.
Mas eu tinha estragado tudo. Eu deixei minha raiva e inveja tomar conta de mim e separei
eles. Se eu tivesse deixado ele ira até o jardim aquela noite, talvez ela não tivesse se cortado.
Talvez eles estivesse juntos agora, longe da política da escola.
O destino devia estar pensando a mesma coisa, porque 5 minutos depois que eu deixei Lissa,
eu passei por Christian andando na quadra. Nossos olhos se encontraram por um momento
antes da gente passar. Eu quase continuei andando. Quase. Respirando fundo, eu parei.
‘Espera... Christian.” Eu o chamei. Droga, eu estava tão atrasada para o treinamento. Dimitri ia
me matar.
Christian se virou para me encarar, as mãos no bolso do seu longo casaco preto, sua postura
relaxada e sem se importar.
“Sim?”
“Obrigado pelos livros. “Ele não disse nada. “Aqueles que você deu para o Mason.”
“Oh, eu pensei que você tinha falado dos outros livros.”
Sabichão.”Você não vai perguntar pra que eles eram?”
“Problema seu. Apenas imaginei que você estava entediada já que está suspensa.”
“Eu teria que estar muito entediada pra ler livros.”
Ele não riu da minha piada.”O que você quer,Rose?Eu tenho lugares pra ir.”
Eu sabia que ele estava mentindo, mas meu sarcasmo não parecia mais engraçado como era.
“Eu quero que você, hum, saia com a Lissa de novo.”
“Você está falando sério?” Ele me estudou de perto, suspeita o enchendo.”Depois do que você
disse pra mim?”
“Sim, bom... O Mason não te disse?...”
Os lábios de Christian zombaram. “Ele me disse algo.”
“E?”
“E eu não quero ouvir do Mason.” Sua zombação aumentou e eu o encarei. “Você o mandou
para se desculpar por você. Faça isso você mesma.”
“Você é um idiota.” Eu o informei.
“Sim. E você é uma mentirosa. Eu quero ver você comer o seu orgulho.”
“Eu tenho comido o meu orgulho a duas semanas,”eu rugi.
Dando nos ombros, ele se virou e começou a ir embora.
“Espere!” Eu chamei, colocando minha mão no ombro dele. Ele parou e me olhou. “Tá bem, ta
bem. Eu menti sobre como ela se sentia. Ela nunca disse nada daquilo,ok? Ela gosta de você.
Eu inventei aquilo, porque eu não gosto de você.”
“E ainda sim você quer que eu fale com ela.”
Quando as próximas palavras saíram da minha boca, eu mal pude acreditar. “Eu acho... que
você pode... ser bom pra ela.”
Nós nos encaramos por alguns momentos.O seu sorriso afetado diminui um pouco. Não tinha
muita coisa que o surpreendia. Isso surpreendeu.
“Eu sinto muito. Eu não ouvi você. Dá pra repetir?” Ele finalmente perguntou.
Eu quase soquei a cara dele. “Dá pra você parar? Eu quero que você saia com ela de novo.”
“Não.”
“Olha, eu disse pra você, eu menti-“
“Não é isso. É ela.Você acha que eu posso falar com ela agora. Ela é a princesa Lissa de novo.”
Veneno derramou de suas palavras. “Eu não posso chegar perto dela, não quando ela está
perto de tantos da realeza.”
“Você é da realeza também,” eu disse, mais pra mim mesma do que pra ele. Eu fico
esquecendo que os Ozera também era uma das doze famílias reais.
“Não significa muita coisa numa família de Strigoi, né?”
“Mas você não é – espera. É por isso que ela se conecta com você. “Eu me dei conta.
“Porque eu vou me tornar um Strigoi?” Ele perguntou falsamente.
“Não...porque você também perdeu seus pais. Vocês dois os viram morrer.”
“Ela viu os dela morrer. Eu vi os meus serem assassinados.”
Eu recuei. “Eu sei. Eu sinto muito, deve ter sido... bom, eu não tenho idéia de como deve ter
sido.”
Aqueles olhos azuis cristais ficaram desfocados. “Era como ver um exercito de invasores da
morte na minha casa.”
“Você quer dizer...seus pais?”
Ele balançou a cabeça. “Os guardiões que vieram para matá-los. Eu quero dizer, meus pais
eram assustadores, sim, mas eles ainda pareciam meus pais – um pouco mais pálidos, eu acho.
Seus olhos estavam vermelhos. Mas eles andavam e falavam do mesmo jeito. Eu não sabia que
tinha alguma coisa errada com eles, mas minha tia sabia. Ela estava tomando conta de mim
quando eles vieram por mim.“
“Eles iam mudar você?” Eu esqueci minha missão original aqui, para saber mais sobre a
história.
“Você era bem pequeno.”
“Eu acho que eles iam cuidar de mim até que eu fosse mais velho, e ainda me transformar.
Minha tia Tasha não deixou eles me levarem. Eles tentaram ser razoáveis com ela, converter
ela também, mas quando ela não os ouvir, eles tentaram pega-la a força. Ela lutou com eles –
foi uma bagunça – e então os guardiões apareceram.” Seus olhos se voltaram pra mim. Ele
sorriu, mas não tinha felicidade ali. “Como eu disse, um exercito da morte. Eu acho que você é
louca, Rose, mas se você ficar igual ao resto deles, você vai ser capaz de fazer um serio dano
algum dia. Mesmo eu não vou mexer com você.”
Eu me senti horrível. Ele tinha uma vida miserável, e eu tinha tirado dele uma das poucas
coisas boas. “Christian, eu sinto muito por estragar as coisas entre você e Lissa.Foi idiota. Ela
quer estar com você. Eu acho que ela ainda quer.Se você pudesse só –“
“Eu disse, eu não posso.”
“Eu estou preocupada com ela. Ela se meteu nessa coisa com a realeza porque ela acha que vai
se vingar da Mia – ela esta fazendo isso por mim.”
“E você não é agradecida?” O sarcasmo retornou.
“Estou preocupada. Ela não agüenta brincar com todos essas jogos políticos. Não é bom pra
ela, mas ela não me escuta. Eu podia... eu podia usar uma ajuda.”
“Ela podia usar uma ajuda. Hey, não fique tão surpresa – eu sabia que tinha algo estranho
acontecendo com ela. E eu não estou nem falando sobre o negocio dos pulsos dela.”
Eu dei um pulo. “Ela contou pra você?...” Porque não? Ela contou a ele todo o resto.
“Ela não precisou, ele disse. “Eu tenho olhos.” Eu devia parecer patética, porque ele suspirou e
colocou a mão no cabelo. “Olha, se eu pegar a Lissa sozinha... eu vou tentar falar com ela. Mas
honestamente... se você quer mesmo ajuda-la...bom, eu sei que eu deveria ser contra as
regras, mas você pode conseguir a ajuda que precisa falando com alguem.Kirova. O seu cara
guardião. Eu não sei. Alguem que saiba algo. Alguem que você confia.”
“Lissa não gostaria disso.” Eu considerei. “E nem eu.”
“Yeah, bom, todos temos que fazer coisas que não gostamos. É a vida.”
Eu me assombrei. “O que você é, um especial de depois da aula?”
Um sorriso fantasmagórico cruzou seu rosto. “Se você não fosse tão psicótica, você seria legal
de andar junto.”
“Engraçado, eu sinto a mesma coisa em relação a você.”
Ele não disse mais nada, mas o seu sorriso aumentou, e ele se afastou.