domingo, 26 de fevereiro de 2012

house of night - marcada (capitulo 12)

mas capítulos livro house of night - marcada



DOZE
“Zoey! Aqui!”
Eu quase chorei de alivio quando ouvi a voz de Damien e vi suas mãos balançando
para uma mesa vazia perto dele.
“Oi.” Eu sentei e sorri agradecida para ele.
“Pronta para o primeiro dia?”
Não.
Eu acenei. “Sim.” Eu queria dizer mais, mas então um sino tocou e o som de
conversa morreu quando Neferet entrou na sala. Ela estava usando uma saia longa preta
dividia no lado para mostrar uma bota linda, e um suéter púrpura. Sobre o seio esquerdo,
bordado em prata, estava a imagem da deusa com os braços levantados, colocados na lua
crescente. O cabelo preto dela estava puxado para trás em uma intricada trança. As várias
e delicadas ondas de tatuagem que emolduravam o rosto dela a faziam parecer uma
antiga princesa guerreira. Ela sorriu para nós eu pude perceber que a turma toda estava
tão presa quanto eu pela atenção poderosa dela.
“Boa noite! Eu estava ansiosa para começar essa unidade. Mergulhar na rica
sociologia das Amazonas é um dos meus tópicos favoritos.” Ela apontou para mim. “É uma
excelente hora para Zoey Redbird se juntar a nós. Eu sou a mentora de Zoey, então
espero que meus alunos dêem boas vindas a ela. Damien, você pode, por favor, pegar um
livro para Zoey? O armário dela é do lado do seu. Enquanto você explica nosso sistema de
armários para ela eu quero que o resto de vocês pensem sobre as noções pré concebidas
que vocês tem sobre as antigas vampiras guerreiras conhecidas como Amazonas.”
O tipo barulho de papel e sussurro de alunos começou quando Damien me levou
para o fim da sala onde estavam os armários. Ele abriu o que tinha o número “12” em
prata. O armário continha prateleiras cheias de livros e suplementos.
“Na House of Night não a armários como os das escolas normais. Aqui, o primeiro
período é nossa sala de preparação e cada um de nós tem um armário. A sala sempre
estará aberta, então se você vier aqui para pegar livros e etc, como se você estivesse indo
para o seu armário. Aqui está o seu livro de sociologia.”
Ele me deu um livro grosso com capa de couro com a silueta da deusa estampada na
capa junto com o titulo, Sociologia Vampira 101. Eu peguei o caderno e algumas canetas.
Quando fechei a porta do armário eu hesitei.
“Não tem uma fechadura ou algo assim?”
“Não,” Damien baixou a voz. “Eles não precisam de fechaduras aqui. Se alguém
roubar algo, os vampiros vão saber. Eu nem quero pensar com o que aconteceria com
alguém estúpido o bastante para fazer isso.”
Nós nos sentamos e eu comecei a escrever sobre a única coisa que eu sabia em
relação as Amazonas – que elas eram mulheres guerreiras que não tinham muita utilidade
para homens – mas minha mente não estava no trabalho. Ao invés disso, eu estava me
perguntando por que Damien, Stevie Rae, e até mesmo Erin e Shaunee surtam sobre se
meter em problemas. Eu quero dizer, eu sou uma boa garota – ok, não perfeita, mas
ainda sim. Eu só tinha ido para detenção uma vez, e não foi minha culpa. Verdade. Algum
garoto idiota me disse para chupar o pau dele. O que eu deveria fazer? Chorar? Rir?
Agüentar? Umm... não... Então ao invés disso eu dei um tapa nele (embora eu prefira a
palavra “esmaguei”), e então fui para a detenção por isso.
De qualquer jeito, detenção não era tão ruim. Eu fiz meu dever de casa e comecei o
novo livro de Gossip Girl. Claramente detenção na House of Night era mais do que ir para
a sala dos professores por 45 minutos de “silencio” depois da aula. Eu tenho que lembrar
de perguntar a Stevie Rae...
“Primeiro, que partes da tradição amazona ainda praticamos na House of Night?”
Neferet perguntou, chamando minha atenção de volta para aula.
Damien levantou a mão. “A reverencia de respeito, com nosso punho por cima do
coração, vem das Amazonas, e também o jeito como apertamos a mão – por segurar o
antebraço.”
“Correto, Damien.”
Huh. Isso explica o estranho aperto de mão.
“Então, que noções pré concebidas temos sobre as guerreiras amazonas?” ela
perguntou para a turma.
Uma loira que sentava do outro lado da sala disse, “As amazonas eram muito
matriarcais, a lenda tende a adicionar uma camada adicional na história.”
“O que você quer dizer com isso?”
“Bem, pessoas – especialmente humanos – pensam que as Amazonas odiavam
homens,” disse Damien.
“Exato. E que aprendemos é que só porque uma sociedade é matriarcal, a nossa é,
não significa automaticamente que ela odeia os homens. Até Nyx tem um parceiro, o deus
Erebus, a quem ela é devotada. As amazonas eram únicas, no entanto, porque elas
escolheram ser uma sociedade de vampiras que resolver proteger e lutar sozinha. Como a
maior parte de vocês já sabe, nossa sociedade hoje ainda é matriarcal mas respeitamos e
apreciamos os Filhos da Noite, e os consideramos nossos protetores e parceiros. Agora,
abram seus livros no Capitulo Três e vamos dar uma olhada sobre a maior guerreira
Amazona, Penthesilea, mas tenham cuidado para manter lenda e historia separados na
mente de vocês.”
E daí Neferet começou uma das aulas mais legais que eu já tive. Eu não tinha idéia
que uma hora tinha passado; quando o sino tocou foi uma surpresa. Eu tinha acabado de
colocar meu livro de sociologia de volta no armário (ok, eu sei que Damien e Neferet os
chamavam de gabinetes, mas por favor – isso totalmente me lembra dos gabinetes que
costumávamos ter no jardim de infância) quando Neferet chamou meu nome. Eu peguei
meu caderno e uma caneta e fui até a mesa dela.
“Como você está?” ela perguntou, sorrido afetuosamente.
“Estou bem. Estou legal.” Eu disse rapidamente.
Ela levantou uma sobrancelha para mim.
“Bem, eu suponho que esteja um pouco nervosa e confusa.”
“É claro que você está. É muita coisa pra absorver e mudar de escola sempre é difícil
– muito mais mudar de escola e vida.” Ela olhou por cima do meu ombro. “Damien, você
levaria Zoey para a aula de teatro?”
“Claro,” Damien disse.
“Zoey, eu vejo você hoje a noite no ritual. Oh, e Afrodite lhe deu um convite oficial
para que você se junte as Filhas Negras na sua cerimônia privada depois?”
“Sim.”
“Eu queria checar de novo com você para ter certeza que você se sinta legal sobre
participar. Eu iria, é claro, entender se você não quisesse participar, mas eu encorajo você
a ir; eu quero que você aproveite cada oportunidade aqui, que as Filhas Negras é uma
excelente organização. É um elogio que elas já estejam interessadas em você como um
possível membro.”
“Estou bem sobre ir.” Eu forcei minha voz e um sorriso indiferente. Obviamente ela
esperava que eu fosse, e a ultima coisa que eu queria era que Neferet ficasse
desapontada comigo. Além do mais, de jeito nenhum eu iria fazer algo que fizesse a
Afrodite pensar que eu tinha medo dela.
“Muito bem.” Neferet disse com entusiasmo. Ela apertou meu braço e eu
automaticamente sorri para ela. “Se você precisar de mim meu escritório é na mesma área
que a enfermaria.” Ela olhou para minha testa. “Eu vejo que os pontos dissolveram quase
que completamente. Isso é excelente. Sua cabeça ainda dói?”
Minha cabeça imediatamente se dirigiu para a minha têmpora. Eu só podia sentir o
calombo de um ponto ou outro hoje quando havia pelo menos 10 ontem. Muito, muito
estranho. E, ainda mais estranho, eu não tinha pensado no corte desde hoje de manhã.
Eu também percebi que eu não pensei sobre minha mãe ou Heath ou mesmo a Vovó
Redbird...
“Não,” eu disse, percebendo que Neferet e Damien estavam esperando minha
resposta. “Não, minha cabeça não dói nem um pouco.”
“Ótimo! Bem, é melhor vocês dois irem. Eu sei que você ama teatro. Eu acho que a
Professora Nolan acabou de começar a trabalhar com monólogos.”
Eu estava na metade do corredor, correndo para acompanhar Damien quando eu
percebi.
“Como ela sabia que eu iria fazer Teatro? Eu decidi só hoje de manha.”
“Vampiros adultos sabem de mais às vezes,” Damien sussurrou. “Risque isso. Adultos
vampiros sabem demais o tempo todo, especialmente quando essa vampira é a Alta
Sacerdotisa.”
Devido ao que eu não estava contando a Neferet eu não queria pensar muito sobre
isso.
“Hey, gente!” Stevie Rae disse se aproximando. “Como foi Sociologia Vamp? Vocês
começaram a ver as Amazonas?”
“Foi legal.” Eu estava feliz por mudar de assunto dos muito misteriosos vampiros. “Eu
não tinha idéia que elas realmente cortavam seu seio direito para tirar eles do caminho.”
“Elas não teriam que fazer isso se fossem tão chatas quanto eu,” disse Stevie Rae,
olhando para seu próprio peito.
“Ou eu,” disse Damien dramaticamente.
Eu ainda estava rindo quando eles me mostraram a sala de teatro.
A professora Nolan não esvaia poder como Neferet. Ao invés disso ela esvaia energia.
Ela tinha um atlético, mas de algum jeito, corpo em forma de pêra. Seu cabelo moreno
era longo e liso. E Stevie Rae estava certa – ela tinha um sotaque texano muito
carregado.
“Zoey, bem vinda! Sente em qualquer lugar.”
Eu disse oi e sentei perto da garota Elizabeth que eu reconheci da aula de Sociologia
Vampira. Ela parecia amigável o suficiente e eu já sabia que ela era esperta. (Nunca é
ruim sentar perto de um garoto esperto.)
“Estávamos para começar a escolher que monologo cada um de vocês vai apresentar
na aula em algum horário semana que vem. Mas primeiro, eu achei que você gostaria de
ver uma demonstração de como um monologo deve ser apresentado, então eu pedi a um
dos nossos talentosos veteranos para passar aqui e recitar um famoso monologo de Otelo,
escrito por antigo escritor de peças vampiro, Shakespeare.” A professora Nolan parou e
olhou para a janela na porta. “Aqui está ele.”
A porta abriu e oh Jesus Maria do céu eu acredito que meu coração parou de bater.
Eu tenho certeza que minha boca abriu como se eu fosse uma retardada. Ele era o cara
mais lindo que eu já tinha visto. Ele era alto e tinha cabelo escuro que fazia aquela coisa
curvadinha com o cabelo igual ao do Superman. Os olhos dele eram de um azul safira
incrível e...
Oh. Inferno! Inferno! Inferno! Era o cara do corredor.
“Entre, Erik. Como sempre, seu timing para entrar é perfeito. Já estamos prontos
para o seu monologo.” Ela virou para a turma. “A maior parte de vocês já conhece o
quintanista, Erik Night, e sabem que ele ganhou a competição mundial de monólogos da
House of Night ano passado, as finais se passaram em Londres. Ele também já está
criando uma confusão em Hollywood assim como na Broadway por sua performance no
semestre passado como Tony na nossa produção de “West Side Story.” A turma é sua,
Erik.” A professora Nolan disse.
Como se meu corpo de repente estivesse funcionando no modo automático, eu bati
palmas com o resto da turma. Sorrindo e confiante, Erik pisou no pequeno palco que
estava situado no centro da sala arejada.
“Olá. Como vocês estão?”
Ele falou diretamente para mim. Eu quero dizer, diretamente para mim. Eu podia
sentir meu rosto ficando mais quente.
“Monólogos podem parecer intimidantes, mas a chave é ter suas falas decoradas, e
então imaginar que você realmente está atuando com um grupo de atores. Se engane a
pensar que não está sozinho, desse jeito...”
E ele começou o monologo de Otelo. Eu não sei muito sobre a peça, a não ser que é
uma das tragédias de Shakespeare, mas a atuação de Erik era incrível. Ele era um cara
alto, provavelmente tinha pelo menos 1,80m, mas foi quando ele começou a falar que ele
pareceu mais velho e alto e mais poderoso. A voz dele era profunda e ele tinha um
sotaque que eu não reconhecia. Os incríveis olhos dele escureceram e se estreitaram, e
quando ele disse o nome de Desdemona era como se ele estivesse rezando. Era obvio que
ele a amava, mesmo antes dele terminar de falar as linhas:
Ela me ama pelos perigos que eu passei, e eu amo que ela não tenha diminuído eles.
Enquanto ele dizia as duas ultimas falar os olhos dele se prenderam nos meus, e
como tinha acontecido no corredor no dia anterior, pareceu que não havia mais ninguém
na sala – mais ninguém no mundo. Eu senti um calafrio profundo, muito parecido com o
que eu tinha sentido nas duas vezes que tinha sentido o cheiro de sangue desde que fui
Marcada, só que nenhum sangue tinha sido derramado na sala. Só havia Erik. E então ele
sorriu, tocou os lábios nos dedos como se estivesse me mandando um beijo, e fez uma
reverencia. A classe toda aplaudiu feito louca, incluindo eu. Verdade. Eu não consegui
impedir.
“Agora, é assim que se faz,” A professora Nolan disse. “Então, tem copias de
monólogos nas prateleiras vermelhas atrás da sala. Cada um de vocês vai pegar vários
livros e começar a procurar por eles. O que vocês estão tentando achar é uma cena que
signifique muito para você – que toque alguma parte da alma de vocês. Eu vou circular e
posso responder qualquer pergunta que vocês tenham sobre os monólogos individuais.
Quando escolherem suas peças, eu vou passar os passos que precisam ser tomados
enquanto vocês se preparam para sua apresentação.” Com um sorriso energético e um
aceno, ela disse a nós para começar a procurar pelos zilhões de livros de monologo.
Eu ainda me sentia corada e sem ar, mas levantei com o resto da turma, embora não
conseguisse parar de espiar para Erik por cima dos ombros. Ele estava (infelizmente)
saindo da sala, mas não antes de virar e me pegar olhando para ele. Eu corei (de novo).
Ele encontrou meus olhos e sorriu diretamente para mim (de novo). E então saiu.
“Ele é tão gostoso,” alguém sussurrou no meu ouvido. Eu virei, e chocantemente, a
Srta. Estudante Perfeita Elizabeth estava olhando Erik sair e ventilando.
“Ele tem namorada?” eu comentei como uma idiota.
“Só nos meus sonhos,” Elizabeth disse. “Na verdade, dizem os rumores que ele e
Afrodite costumavam ficar, mas eu estou aqui a alguns meses e eles já acabaram desde
então. Aqui vamos nós,” ela jogou alguns livros de monologo para mim. “Eu sou Elizabeth,
sem sobrenome.”
Meu rosto era um ponto de interrogação.
Ela suspirou. “Meu sobrenome era Titswoeth. Você consegue imaginar? Quando
cheguei aqui, algumas semanas atrás e meu mentor explicou que eu podia mudar meu
nome para o que eu quisesse, eu sabia que eu iria me livrar do Titswoeth, mas daí tinha
todo o problema de escolher um novo sobrenome que me estressava demais. Então eu
decidi manter meu nome e não ter um sobrenome.” Elizabeth Sem Sobrenome deu nos
ombros.
“Bem, olá,” eu disse. Tem alguns garotos muito estranhos por aqui.
“Hey,” ela disse quando voltamos para nossas mesas. “Erik estava olhando você.”
“Ele estava olhando para todo mundo,” eu disse, embora eu pudesse sentir meu
estúpido rosto ficando cada vez mais quente e vermelho.
“Yeah, mas ele realmente estava olhando para você.” Ela riu e acrescentou, “Oh, eu
acho que a sua Marca colorida é legal.”
“Obrigado.” Provavelmente estava muito estranha com meu rosto vermelho.
“Qualquer pergunta sobre escolher um monologo, Zoey?” A professora Nolan
perguntou, me fazendo dar um pulo.
“Não, professora Nolan. Eu já fiz eles antes na aula de teatro de SIHS.”
“Muito bom. Me diga se tiver que esclarecer personagens para você.” Ela deu um
tapinha no meu braço e continuou se movendo pela sala. Eu abri o primeiro livro e
comecei a virar as paginas, tentando (Sem sucesso) esquecer sobre Erik e me concentrar
no monologo.
Ele estava olhando para mim. Mas por quê? Ele deveria saber que era eu no
corredor. Então que tipo de interesse em mim ele estava mostrando? E eu queria que um
cara gostasse de mim sendo que ele estava sendo chupado por aquela nojenta da
Afrodite? Eu provavelmente não deveria. Eu quero dizer, eu definitivamente não iria
continuar onde ela parou. Ou talvez ele só estivesse curioso pela minha Marca colorida,
como praticamente todos estavam.
Mas não foi isso que pareceu... pareceu que ele estava olhando para mim. E eu
gostei.
Eu olhei para o livro que eu estive ignorando. As paginas estavam abertas no sub
capitulo: Monólogos Dramáticos para Mulheres. O primeiro monologo era “Sempre
Ridícula” por Jose Echegaray.
Bem, diabos. Era provavelmente um sinal.

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