quarta-feira, 16 de maio de 2012

house of night - traída (capitulo 26)


VINTE E SEIS
“Aqui, Zoey, vai te ajudar se você passar isso pela boca.” Cega eu peguei o que quer que fosse
que Erin me entregou, aliviada quando vi que era só água fria. Eu gospi na nojenta de vomito.
“Ugh,m tire isso daqui,” eu disse, suprindo minha ânsia quando senti o cheiro do vomito. Eu
queria cobrir o rosto com as mãos e começar a chorar, mas eu sabia que a sala toda estava
olhando para mim, então eu devagar ajeitei os ombros e coloquei meu cabelo atrás das
orelhas. Eu não tinha o luxo de me dissolver em um ataque de pânico. Minha mente já estava
processando as coisas que eu precisava fazer – tinha que fazer. Por Heath, ele era o que
importava agora, não eu, e não minha necessidade para esteria. “Eu tenho que ver Neferet,”
eu disse segura e levantei, surpresa de ver o quão firme meus joelhos tinham se ficado.
“Eu vou com você,” Erik disse.
“Obrigado, mas primeiro eu preciso escovar os dentes e colocar um sapato.” (eu tinha
colocado só um par de meias grossas quando desci para ver TV.)Eu sorri para Erik. “Eu vou
correndo até o meu quarto e já volto.” Eu pude sentir as Gêmeas se aprontando para me
seguir. “Ficarei bem. Só me dêem um segundo.” Então virei e corri subindo as escadas.
Eu não parei no meu quarto, mas continuei indo pelo corredor, virei a direita, e parei na frente
do número 124. Eu levantei meu punho, mas não tinha batido quando a porta abriu.
“Eu pensei que seria você.” Afrodite me deu um olhar frio, mas deu um passo para o lado.
“Entre.”
Eu entrei, surpresa pelas cores bonitas do interior do quarto. Eu acho que esperei que ele
fosse escuro e assustador, como um preto.
“Você tem um flúor? Eu acabei de vomitar e seriamente me enojei.”
Ela apontou com o queixo para o armário de remédios em cima da pia. “Ali. O copo na pia está
limpo.”
Eu lavei minha boca, aproveitando a oportunidade para organizar meus pensamentos. Quando
terminei virei para olhar para ela. Decidindo não perder tempo com merda, eu fui direto ao
ponto. “Como você sabe se uma visão é real ou só um sonho?”
Ela sentou em uma das camas e colocou seu longo e perfeito cabelo para trás. “É um
sentimento dentro de você. Visões nunca são fáceis ou confortáveis ou flores enroladas como
nos filmes. Visões são uma merda. Pelo menos as reais. Basicamente, se te faz sentir que nem
merda, provavelmente é real e não só um sonho.” Os olhos azuis dela olharam para mim
cuidadosamente. “Então, você está tendo visões?”
“Eu pensei ter tido um sono a noite passada, um pesadelo na verdade. Hoje eu acho que era
uma visão.”
Afrodite virou os lábios apenas um pouco. “Bem, isso é uma merda para você.”
Eu mudei de assunto. “O que está acontecendo com Neferet?” O rosto de Afrodite ficou
cuidadosamente em branco. “Como assim?”
“Eu acho que você sabe exatamente do que estou falando. Tem algo errado com ela. Eu quero
saber o que.”
“Você é a protegida dela. A favorita dela. A nova garota de ouro dela. Você acha que eu vou
dizer alguma merda para você? Eu posso ser loira, mas eu definitivamente não sou idiota.”
“Se é assim que você realmente se sente, porque você me alertou sobre beber o remédio que
ela me deu?”
Afrodite olhou para o outro lado. “Minha primeira colega de quarto morreu seis meses depois
que cheguei aqui. Eu tomei o remédio. Ele – ele me afetou. Por um longe tempo.”
“Como assim? Como afetou você?”
“Me fez me sentir engraçada, desapegada. Parou minhas visões. Não permanentemente, só
por algumas semanas. E então foi difícil para mim lembrar até como ela parecia.” Afrodite
parou. “Venus. O nome dela era Venus Davis.” Os olhos dela encontraram os meus
novamente. “Ela foi a razão pela qual escolhi meu novo nome como Afrodite. Éramos
melhores amigas e achamos que era legal.” Os olhos dela estavam cheios de tristeza. “Eu me
fiz lembrar de Venus, e eu achei que você iria querer lembrar de Stevie Rae.”
“Eu quero. Eu vou. Obrigado.”
“Você deveria ir. Não será bom para nenhuma de nós se souberem que você está aqui falando
comigo,” Afrodite disse.
Eu percebi que ela provavelmente estava certa, e eu me virei para a porta. A voz dela me
parou.
“Ela faz você pensar que ela é boa, mas ela não é. Nem tudo que é luz é bom, e nem tudo que
é escuridão é sempre ruim.”
Escuridão nem sempre equivale ao mal, assim como a luz nem sempre trás o bem. As palavras
que Nyx tinha dito para mim no dia que fui Marcada estavam espelhadas no aviso de Afrodite.
“Em outras palavras, tenha cuidado perto de Neferet e não confie nela,” eu disse.
“Yeah, mas eu não disse isso.”
“Disse o que? Nem estamos tendo essa conversa.” Eu fechei a porta atrás de mim e corri para
meu quarto onde lavei meu rosto e escovei os dentes, coloquei um sapato, e então corri para a
sala.
“Pronta?” Erik perguntou.
“Vamos também,” Damien disse, incluindo as Gêmeas, Jack, e Drew.
Eu comecei a dizer para eles não, mas não consegui fazer a palavra sair. A verdade era que eu
estava feliz por eles estarem aqui, felizes por eles obviamente sentirem a necessidade para
juntar forças ao meu redor e me proteger. Eu me preocupei por muito tempo que meus
poderes extras e minha estranha Marca escolhi pela deusa fosse me rotular como uma
aberração e eu não me encaixasse, não teria nenhum amigo. Mas o oposto parecia estar
acontecendo.
“Ok, vamos.” Fomos para a porta. Eu não tinha certeza absoluta do que eu ia dizer a Neferet.
Tudo o que eu sabia é que eu não podia continuar a manter a boca fechada, e que eu tinha o
terrível pressentimento de que meu “sonhp” tinha sido uma visão, e que tinha mais sobre os
“espíritos” que eu andava vendo do que apenas fantasmas. Mas acima de tudo, eu tinha medo
que eles tivessem levado Heath. O que isso dizia sobre o que Stevie Rae tinha se tornado fez
meu interior tremer, mas não mudava o fato de que Heath estava desaparecido, e que eu
achava que sabia quem tinha levado ele (se não o que tinha levado ele).
Não tínhamos chegado na porta ainda quando ela abriu e Neferet escorreu para dentro da sala
com uma onda do cheiro de neve no ar. Ela era seguida pelos Detetives Marx e Marin. Eles
estavam usando jaquetas azuis que estavam fechadas até o queixo deles. O chapéu deles
estava coberto com a neve branca e seus narizes estavam vermelhos. Neferet, como sempre,
parecia perfeitamente posicionada, perfeitamente limpa, e perfeitamente no controle.
“Ah, Zoey, bom. Isso me poupa de ter que te procurar. Os dois detetives tem duas noticias
ruins, e eles também gostariam de falar com você por um segundo.”
Eu nem olhei para Neferet, e eu pude sentir ela endurecer enquanto eu respondia diretamente
para os detetives. “Eu já ouvi as noticias sobre o desaparecimento de Heath. Se tiver qualquer
coisa que eu puder fazer para ajudar, eu farei.”
“Podemos usar a biblioteca de novo?” Detetive Marx perguntou. “É claro,’ Neferet disse
suavemente.
Eu comecei a seguir Neferet e os Detetives para a biblioteca, mas eu parei e olhei para Erik.
“Estaremos aqui,” ele disse.
“Todos nós,” Damien disse.
Eu acenei. Me sentindo melhor, eu fui para a biblioteca. Eu mal entrei no aposento quando o
Detetive Martin começou a me interrogar.
‘Zoey, você pode me dizer onde estava entre as 6:30 e 8:30 dessa manha?”
Eu acenei. “Eu estava lá em cima no meu quarto. Perto dessa hora estava falando no telefone
com a minha avó, e então Heath e eu trocamos mensagens algumas vezes.” Eu peguei meu
celular de dentro das jeans. “Eu não deletei as mensagens. Você pode ver se quiser.”
“Você não tem que dar a ele seu telefone, Zoey,” Neferet disse. Eu me fiz sorrir para ela.
“Está tudo bem. Eu não me importo.”
Detetive Martin pegou meu telefone e começou a passar pelo arquivo de mensagens,
copiando algumas mensagens. “Você viu Heath essa manhã?” Detetive Marx perguntou. “Não.
Ele perguntou se podia vir me ver, mas eu disse não para ele.”
“Aqui diz que você estava planejando ver ele na sexta,” Detetive Martin disse.
Eu podia sentir os olhos afiados de Neferet em mim. Eu respirei fundo. O único jeito deu fazer
isso era me manter o mais perto da verdade que eu pudesse.
“Yeah, eu ia sair com ele sexta depois do jogo.”
“Zoey, você sabe que existem regras estritas sobre continuar a sair com humanos da sua vida
passada.” Eu notei, pela primeira vez, o nojo que enchia a voz dela quando ela disse humanos.
“Eu sei. Sinto muito.” De novo, eu disse a verdade, só omitindo o fato do Imprint, e o detalhe
do eu-não-confio-mais-em-você. “É só que Heath e eu temos tanta história juntos que é difícil
parar de falar com ele completamente, embora eu soubesse que eu preciso. Eu achei melhor
encontrar com ele e dizer na cara dele, de uma vez por todas, que não podíamos mais nos ver.
Eu teria contado a você, mas eu queria cuidar disso sozinha.”
“Então, você não o viu hoje de manha?” Detetive Marx repetiu.
“Não. Depois que terminamos com as mensagens eu fui dormir.”
“Alguém pode testemunhar que você ficou no seu quarto o tempo todo?” Detetive Martin
perguntou, me entregando meu telefone.”
A voz de Neferet era gelada. “Cavalheiros, eu já expliquei a vocês a terrível experiencia que
Zoey passou ontem. A colega de quarto dela morreu. Então, como alguém pode testemunhar
onde ela estava se –“
“Um, com licença, Neferet, mas na verdade eu não estava dormindo sozinha. Minhas amigas
Shaunee e Erin não queriam ficar sozinhas, então vieram para meu quarto e dormiram
comigo.” Eu não comentei sobre Damien. Não tinha porque meter ele em problemas.
“Oh, isso foi gentil da partedelas,” Neferet disse gentilmente, mudando do modo vampira
assustadora para mãe preocupada. Eu tentei não pensar sobre o quão não enganada eu estava
por ela.
“Você tem alguma idéia de onde Heath pode estar?” perguntou o Detetive Marx (eu ainda
gostava mais dele).
“Não. A caminhonete dele foi encontrada não muito longe do muro da escola, mas a neve está
caindo tanto que qualquer rastro de onde ele pode ter estado foi completamente coberto.”
“Bem, eu acho que invés de perder tempo interrogando minha caloura, a policia deveria
passar mais tempo procurando o adolescente na sarjeta,” Neferet disse em um tom
improvisado que me fez querer gritar.
“Senhora?” Marx disse.
“Me parece claro o que aconteceu. O garoto estava tentando ver Zoey, de novo. E só foi no
mês passado que ele e aquela namorada dele subiram nos nossos muros dizendo que iam
resgatar ela da escola.” Neferet acenou a mão dispensando.” Ele estava bêbado e alto, ele
provavelmente estava bêbado e alto nessa manha também. A neve foi muito para ele, e ele
provavelmente caiu na sarjeta em algum lugar. Não é ai onde os bêbados normalmente
terminam?”
“Senhora, ele é um adolescente, não um bêbado. E seus pais e amigos dizem que ele não bebe
a mais de um mês.”
A suave risada de Neferet deixou obvio o quanto ela não acreditava nele.
Surpreendentemente, Marx ignorou ela e me estudou com cuidado. “Como é, Zoey? Vocês
dois saíram durante alguns anos, certo? Você consegue pensar em algum lugar para onde ele
possa ter ido?”
“Não por aqui. Se a caminhonete dele estivesse sumida na estrada Grove Oak em BA eu
poderia dizer a você em que festa ele estava.” Eu não quis dizer isso como uma piada,
especialmente depois do que Neferet falou sobre Heath, mas o detetive pareceria estar
tentando não sorrir, o que de repente o fez parecer gentil, e mais aberto. Antes de mudar de
idéia, eu falei, “mas eu tive um sonho estranho essa manhã que pode não ser um sonho e sim
algum tipo de visão sobre Heath.”
No silencio a voz de Neferet soou cortante e dura. “Zoey, você nunca antes demonstrou uma
afinidade para visões ou profecias.”
“Eu sei.” Eu propositalmente me fiz soar insegura e um pouco assustada (a parte do assustada
não era exatamente um fingimento). “Mas é muito estranho eu ter sonhado com Heath perto
do muro leste, e ele ser pego lá.”
“O que pegou ele, Zoey?” A voz de Detetive Marx era urgente. Ele definitivamente estava me
levando a serio.
“Eu não sei.” O que definitivamente não era uma mentira. “Eu não sei se eram calouros ou
vampiros. Em meu sonho 4 pessoas de capa o arrastavam para longe.”
“Você viu para onde eles foram?”
“Não, eu acordei gritando pelo Heath.” Eu não tive que fingir as lagrimas que encheram meus
olhos. “Talvez você devesse procurar tudo perto da escola. Tem algo lá, algo pegando
adolescentes,mas não é nós.”
“É claro que não é nós.” Neferet se aproximou de mim e colocou um braço ao meu redor,
dando tapinhas em meu ombro e fazendo sons suaves de mãe. “Cavalheiros, eu acho que Zoey
já fez mais do que o suficiente para um dia só. Porque eu não apresento vocês a Shaunee e
Erin, que, eu tenho certeza, vão colaborar como álibi dela.”
Álibi. A palavra parecia fria.
“Se você lembrar de mais alguma coisa, ou tiver outros sonhos estranhos, por favor não hesite
em me contatar, qualquer hora dia ou noite,”Detetive Marx disse.
Essa era a segunda vez que ele dava seu cartão – ele certamente era persistente. Eu peguei o
cartão dele e o agradeci. Então enquanto Neferet o guiava pra fora da biblioteca o Detetive
Marx hesitou e voltou até mim.
“Minha irmã gêmea foi Marcada e Mudou 15 anos atrás,” ele disse suavemente. “Ela e eu
ainda somos próximos, embora ela devesse esquecer sua família humana. Então quando eu
digo que você pode me ligar a qualquer hora, e me contar qualquer coisa, você pode acreditar
em mim. Você também pode confiar em mim.”
“Detetive Marx?” Neferet parou na porta.
“Só estou agradecendo Zoey de novo, e dizendo a ela como sinto pela colega de quarto dela,”
ele disse suavemente enquanto ele caminhava pelo aposento.
Eu fiquei onde eu estava, tentando organizar meus pensamentos. A irmã de Marx era uma
vampira? Bem, isso não era tão bizarro. O que era bizarro era que ele ainda a amava. Talvez eu
pudesse confiar nele.
A porta fechou e eu pulei surpresa. Neferet estava parada de costas, me observando com
cuidado.
“Você Imprint no Heath?”
Eu tive um instante de frio e branco pânico. Ela ia ser capaz de me ler. Eu estava me engando.
Não tinha como eu ser párea para a Alta Sacerdotisa. Então eu senti uma onda de uma brisa
impossível... o calor de um fogo invisível... o frescura da chuva de primavera.... a doçura verde
de uma campina fértil... e o poderosa força preenchendo meu espírito. Com uma nova
confiança eu olhei para os olhos de Neferet.
“Mas você disse que eu não tive um Imprint. Você me disse que o que aconteceu com ele e
comigo no muro não foi o suficiente para um Imprint.” Eu me certifiquei que minha voz soasse
confusa e chateada.
Os ombros dela relaxaram quase imperceptivelmente. “Eu não acho que você teve um Imprint
com ele. Então, você está dizendo que não esteve com ele desde então? Você não se
alimentou dele de novo?”
“De novo!” Eu me deixei soar chocada enquanto sentia o perturbador, e ainda sim sedutor
pensamento de me alimentar de Heath. “Mas eu realmente não me alimentei dele daquela
vez, me alimentei?”
“Não, não, é claro que não,” Neferet me garantiu. “O que você fez foi muito insignificante, de
fato. É só que seus sonhos me fizeram imaginar se você esteve com seu namorado de novo.”
“Ex-namorado,” eu disse quase automaticamente. “Não. Mas ele tem me ligado e mandado
várias mensagens ultimamente, então achei que seria melhor encontrar ele e tentar fazer ele
entender, de uma vez por todas, que não podemos mais nos ver. Sinto muito. Eu deveria ter
contado a você, mas eu queria resolver isso sozinha. Quero dizer, eu me meti nessa confusão.
Eu deveria ser capaz de sair dela.”
“Bem, eu elogio seu senso de responsabilidade, mas não acho sábio fazer os detetives
pensarem que seu sonho pode ter sido uma visão.”
“É que parecia tão real,” eu disse.
“Tenho certeza que sim. Zoey, você tomou o remédio que eu te pedir para tomar ontem a
noite?”
“Você diz aquela coisa leitosa? Yeah, Shaunee me deu.” E ela tinha dado, mas eu joguei aquela
merda no ralo da pia.
Neferet parecia ainda mais relaxada. “Ótimo. Se você continuar tento sonhos perturbadores,
venha até mim e vou te dar uma mistura mais forte. Isso deveria manter os pesadelos longe de
você, mas eu claramente subestimei a dosagem que você precisa.”
A dosagem não foi tudo que ela subestimou.
Eu sorri. “Obrigado, Neferet. Eu agradeço por isso.”
“Bem, você deve voltar a seus amigos agora. Eles protegem muito você, e tenho certeza que
estão preocupados.”
Eu acenei e fui com ela até a sala, tomando cuidado para não mostrar meu nojo quando ela
me abraçou na frente de todos e disse tchau com o calor de uma mãe. Na verdade, ela era
exatamente como uma mãe, mais especificamente minha mãe, Linda Heffer. A mulher tinha
me traído por um homem e se importava mais consigo e com as aparências do que comigo. A
similaridade entre Neferet e Linda estavam se tornando cada vez mais claras.

house of night - traída (capitulo 25)


VINTE E CINCO
Estava nevando no meu sonho. Primeiro eu achei que isso era legal. Quero dizer, era
realmente lindo... parecia o mundo parecer a Disney e ser perfeito, como se nada ruim
pudesse acontecer, ou se acontecesse fosse apenas temporário, porque todos sabem que a
Disney é a favor do felizes para sempre...
Eu andei devagar, sem sentir o frio. Parecia ser logo antes do amanhecer, mas era difícil dizer
com o céu todo enevoado e cinza. Eu coloquei a cabeça para trás e olhei para como a neve se
amontoava nos galhos de velho carvalho, e fazia o muro leste parecer suave, e menos
imponente.
O muro leste.
No meu sonho eu hesitei quando percebi onde estava. Então eu vi as figuras, encapuzadas e
com capa, paradas nun grupo de quatro pessoas na frete na porta escondida do muro.
Não! Eu disse para a eu do sonho, Eu não quero estar aqui. Não tão cedo depois da morte de
Stevie Rae. Depois da ultima vez que dois calouros morreram eu vi seus fantasmas ou espíritos
ou corpos mortos vivos ou o que quer que eles fossem. Mesmo que eu tivesse recebido o dom
de ver os mortos de Nyx. Chega era chega! Eu não queria –
A menor figura de capa virou e minha discussão interna saiu da minha mente. Era Stevie Rae!
Só que não era ela. Ela parecia muito pálida e magra. E tinha outra coisa sobre ela. Eu encarei,
e minha hesitação inicial foi sobrepujada pela terrível necessidade que eu tinha de entender.
Quero dizer, se realmente fosse Stevie Rae, então eu não precisava ter medo dela. Mesmo
estranhamente mudada pela morte, ela ainda era minha melhor amiga. Não era? Eu não pude
me impedir de ir para frente até ficar parada a apenas 30 centímetros de distancia do grupo.
Eu segurei o fôlego, esperando que eles se virassem para mim, mas ninguém me notou. No
meu mundo de sonho era como se eu fosse invisível para eles. Então me aproximei ainda mais,
incapaz de tirar os olhos de Stevie Rae. Ela parecia terrível – frenética – e ela continua a se
mexer inquieta, passando os olhos ao redor como se estivesse extremamente nervosa ou com
muito medo.
“Não deveríamos estar aqui. Deveríamos ir embora.”
Eu pulei ao ouvir o som da voz de Stevie Rae. Ela inda tinha o sotaque Okie, mas nada mais era
reconhecível. O tom era grosso, faltando qualquer emoção a não ser um nervosismo
animalesco.
“Você não é nossa donaaaa,” uma das outras figuras de capa disse, cerrando os dentes para
Stevie Rae. Oh, ugh! Era aquela criatura Elliott. Embora o corpo dele estivesse estranhamente
encurvado, ele parou perto dela de forma agressiva. Os olhos dele começaram a brilhar com o
vermelho sujo. Eu estava com medo por ela, mas ela não deixou ele a intimdar, ao invés disso
Stevie Rae cerrou os próprios dentes, o olhar dela queimava em um vermelho escarlate, e ela
deu um feio resmungo. Então ela disse para ele,”A terra responde a você? Não!” Ela andou
para frente, e Elliott automaticamente deu vários passos para trás. “E até responder, você vai
me obedecer! Isso é o que ela disse.”
Elliott fez uma estranha reverencia servil que as outras duas figuras de capa imitaram. Então
Stevie Rae apontou para a porta escondida. “Agora, vão rapidamente.” Mas antes de qualquer
um deles se mover eu ouvi uma voz familiar do outro lado do muro.
“Hey, algum de vocês conhece Zoey Redbird? Eu preciso dizer a ela que estou aqui e-“
A voz de Heath se quebrou quando as quatro criaturas, com uma super velocidade, saíram pela
porta atrás dele.
“Não! Parem! O que diabos vocês vão fazer?” eu gritei. Meu coração estava batendo tão forte
que doía enquanto eu corria para a porta em tempo de ver eles agarrando Heath. Eu ouvi
Stevie Rae dizer, “Ele nos viu. Agora ele vem com a gente.”
“Mas ela disse mais nenhum!” Elliott gritou enquanto mantinha o aperto em Heath que se
debatia.
“Ele nos viu!” Stevie Rae repetiu. “Então ele vem conosco até ela dizer o que fazer com ele!”
Eles não discutiram com ela, e com uma força sobre humana eu o arrastaram para longe. A
neve pareceu engolir os gritos dele.
Eu sentei de repente na cama, respirando com força, suando e tremendo. Nala ronronou. Eu
olhei para o quarto e me senti momentaneamente em pânico. Eu estava sozinha! Eu tinha
sonhado com tudo que tinha acontecido ontem? Eu olhei para a cama vazia de Stevie Rae, e
pela falta de todas as coisas dela no quarto. Não. Eu não sonhei. Minha melhor amiga estava
morta. Eu deixei o peso da tristeza se apoderar de mim, e eu sabia que eu iria carregar ele
comigo por um longo tempo.
Mas as Gêmeas e Damien não tinham dormido aqui? Ainda grogue, eu esfreguei os olhos e
olhei para o relógio. 17 horas. Eu devo ter adormecido entre 6:30 e 7. Sheesh, eu
definitivamente dormi o bastante. Eu levantei, fui para a janela, e espiei para fora.
Incrivelmente, ainda estava nevando, e embora fosse cedo, os postes de luz estavam
iluminando a noite e brilhando com pequenas aureolas de neve.Calouros estavam fazendo
coisas típicas de garotos – fazendo bonecos de neve e guerra de bola de neve. Eu vi alguém
que achei ser aquela Cassie Kramme a garota que tinha se saído tão bem na competição de
monologo fazendo anjos de neve com outras garotas. Stevie Rae teria adorado. Ela teria me
feito acordar horas atrás e teria me feito ir com ela no meio de toda a diversão (se eu quisesse
ou não). Pensar sobre isso, me fazia não saber se eu queria chorar ou sorrir.
“Z? Você está acordada?” Shaunee deu uma tentativa atrás da porta entre aberta.
Eu fiz menção para ela entrar. “Onde vocês foram?”
“Levantamos a algumas horas. Estavamos vendo uns filmes. Quer vir com a gente? Erik e Cole,
aquele amigo totalmente ótttttiiimooo dele, vão vir.” Então ela olhou ao redor culpada, como
se lembrasse que Stevie Rae tinha partido e pedisse desculpa por agir de forma tão normal.
Algo dentro de mim me fez falar.
“Shaunee, temos que continuar. Temos que sair e ser felizes e viver nossas vidas. Nada é
garantido, a morte de Stevie Rae prova isso. Não podemos desperdiçar o tempo que foi nos
dado. Quando eu disse que ia me certificar de que ela fosse lembrada, eu não quis dizer que
iríamos ficar tristes para sempre. Eu quis dizer que lembraria da felicidade que ela trouxe para
nós, e manter o sorriso dela perto do meu coração. Sempre.”
“Sempre,” Shaunee concordou.
“Se você me der um segundo eu vou por uma jeans e encontro vocês lá embaixo.”
“Ok,” ela disse com um sorriso.
Quando Shaunee saiu, uma parte da minha atuação feliz diminui. Eu falei sério sobre o que
disse a ela, mas a parte de agir é que seria difícil. Além do mais, eu estava tendo dificuldades
para esquecer o pesadelo. Eu sabia que era só um sonho, mas ainda me incomodava. Era como
se eu pudesse ouvir os ecos dos gritos de Heath no opressivo silencio do meu quarto. Me
movendo automaticamente, eu vesti minha jeans mais confortável e camiseta mais quente
que eu comprei da loja da escola algumas semanas atrás. Por cima do meu coração eu tinha a
insígnia de Nyx parada com as mãos erguidas na lua, e de alguma forma me fez sentir melhor.
Eu escovei o cabelo e olhei meu reflexo no espelho. Eu parecia um cocô. Então eu coloquei
uma base nas minhas olheiras, um rimel e um gloss que cheirava a morango. Me sentindo mais
pronta para encarar o mundo, eu desci.
E parei no fim da escada. A cena era familiar, e ainda sim completamente mudada. Garotas
amontuadas perto das TVs. Elas deveriam estar conversando, e estavam, mas definitivamente
era suave. Meu grupo de amigos estava sentado perto da TV que mais gostávamos: as Gêmeas
em suas cadeiras combinando, Damien e Jack (muito aconchegados) estavam sentados no
chão perto do sofá, Erik estava no sofá, e eu fiquei surpresa por ver que seu ótttttiiimooo
amigo, Cole, pegou uma cadeira e estava sentado entre as Gêmeas. Eu senti meus lábios se
erguerem. Ou ele era muito corajoso ou ele era um idiota.Todos estavam conversando
suavemente, e definitivamente não estavam prestando atenção no Retorno da Mumia, que
estava passando na TV. Então, a não ser por duas coisas, era uma cena perfeitamente familiar.
Primeiro, eles estavam sendo muito quietos. Segundo, Stevie Rae deveria estar sentada no
sofá com seus pés pra cima e dizendo a todos para ficarem quietos para poder ver o filme.
Eu engoli as lagrimas, sentindo minha garganta queimar. Eu tinha que continuar. Nós tínhamos
que continuar.
“Oi, gente,” eu disse, tentando soar normal.
Dessa vez não houve um silencio desconfortável com a minha presença. Ao invés disso houve
um desconfortável todos-falando-ao-mesmo-tempo.
“Oi, Z!”
“Zoey!”
“E aí, Z!”
Eu consegui não virar os olhos quando sentei do lado de Erik. Ele pos seus braços ao meu redor
e apertou, o que me fez sentir estranhamente melhor mas culpada. Melhor – porque ele era
totalmente doce e gostoso e eu ainda estava surpresa por ele parecer gostar tanto de mim.
Culpada – bem, isso poderia ser resumido em uma palavra: Heath.
“Ótimo! Agora que Z está aqui podemos começar a maratona,” Erik disse.
“Você a nerdtona,” Shaunee disse com uma bufada.
“É o final de semana que poderíamos chamar de semana nerd,” Erin disse.
“Me deixe adivinhar.” Eu olhei para Erik. “Você trouxe os DVDs.”
“Sim eu trouxe!”
O resto do grupo gemeu em uma dor exagerada.
“O que significa que vamos assistir, Star Wars,’ eu disse.
“De novo,” o amigo dele, Cole, murmurou.
Shaunee arqueeou uma sobrancelha perfeita para Coe. “Você está dizendo que não é um
grande fã de Star Wars?”
Ele sorriu para Shaunee, e mesmo da onde eu estava sentada eu podia ver o brilho de flerte
nos olhos dele. “Assistir a versão mais longa com os cortes do diretor de Star Wars pela
milésima vez não é o motivo deu ter vindo aqui. Eu sou seu fã, mas não do Darth ou do Chewbacca.”
“Você está dizendo que a Princessa Leia serve pra você?” Shaunee respondeu.
“Não, sou mais colorido que isso,’ ele disse, se inclinando na direção dela. “Eu também não
estou aqui por que sou fã de Star Wars,” Jack disse, dando a Damien um olhar adorável.
Erin riu. “Bem, sabemos que a Princessa Leia não serve pra você.”
“Graças a Deus,” Damien disse.
“Eu queria que Stevie Rae estivesse aqui,” Erik disse. “Ela estaria toda, Gente, vocês não estão
sendo muito legaaaisss.”
As palavras de Erik fizeram todos se calarem. Eu olhei para ele e vi que ele corou, como se
tivesse percebido o que disse só depois que falou. Eu sorri e descansei minha cabeça no ombro
dele.
“Você está certo. Stevie Rae estaria nos xingando como uma mãe.”
“E então ela faria pipoca e diria para a gente dividir bem, “Damien disse. “Embora ela fosse
dizer gentilmente.”
“Eu gostava do jeito que Stevie Rae avacalhava a língua inglesa,” Shaunee disse.
“Yeah, ela transformava em uma palavra Okie, “Erin disse.
Todos sorrimos uns para os outros, e eu senti um pouco de calor começar a surgir no meu
peito. É assim que começa – era assim que íamos lembrar de Stevie Rae – com sorrisos e amor.
“Uh, posso sentar com vocês?”
Eu olhei para cima e vi o fofo Drew Partain parado nervosamente na ponta do nosso grupo. Ele
parecia pálido e triste, e seus olhos estavam vermelhos como se tivesse chorado. Eu lembrei
do jeito que ele tinha olhado para Stevie Rae, e senti uma pontada de simpatia por ele.
“Claro!” Eu disse gentilmente. “Pegue uma cadeira.” Então uma idéia me fez acrescentar,
“Tem espaço perto de Erin.”
Os olhos azuis de Erin se alargaram um pouco, mas ela se recuperou rapidamente. “Yeah,
pegue uma cadeira, Drew. Mas fique avisado, estamos assistindo Star Wars.”
“Tudo bem por mim, “Drew disse, dando a Erin um hesitante sorriso. “Baixo, mas fofo,” eu
ouvi Shaunee sussurrar para Erin, e eu acredito que vi Erin corar.
“Hey, eu vou fazer pipoca. Além do mais, eu preciso da minha –“
“Coca!” Damien, as Gêmeas, e Erik falaram juntos.
Eu me desembaracei dos braços de Erik e fui para a cozinha, me sentindo mais leve desde que
Stevie Rae começou a tossir. Tudo ficaria bem. A House of Night era minha casa. Meus amigos
eram minha família. Eu seguiria meu conselho e levaria um dia por vez – um problema por vez.
Eu iria descobrir um jeito de resolver meus problemas com namorado. Eu faria meu melhor
para evitar Neferet (sem ficar obvio demais que eu estava a evitando) até descobrir o que
estava acontecendo com ela e o Elliott não morto (que era o suficiente para dar a qualquer um
pesadelos – não era de se admirar que eu tenha tido um sonho tão terrível sobre Stevie Rae e
Heath).
Eu pus um saco de pipoca com mantega extra em cada um dos nossos quatro microondas e
peguei enormes tigelas enquanto elas começavam a estourar. Talvez eu devesse lançar outra
circulo privado e pedir a Nyx por ajuda e entendimento para o problema no nojento do Elliott.
Meu estomago se apertou quando percebi que eu estaria sem Stevie Rae. Como eu ia lidar
com substituir ela? Isso me fez sentir enjoada, mas tinha que ser feito. Se não agora, para o
meu ritual privado, eu teria que encontrar alguém antes do próximo Ritual da Lua Cheia. Eu
fechei meus olhos contra a dor de sentir saudades de Stevie Rae e da realidade de continuar
sem ela. Por favor me mostre o que fazer, eu rezei silenciosamente para Nyx.
“Zoey, você precisa vir para a sala.”
Meus olhos saltaram abertamente quando a voz de Erik passou por mim. O olhar no rosto dele
fez minha adrenalina subir e passar pelo meu corpo. “O que está acontecendo?”
“Só vem aqui.” Ele pegou minha mão e me tirou com pressa da cozinha. “É o noticiário.”
Embora a sala estivesse cheia de gente, tinha ficado completamente silenciosa. Todos estavam
olhando para a TV, onde Chera Kimiko estava olhando para a câmera e falando solenemente.
“...a policia esta avisando o publico para não entrar em pânico, embora esse seja o terceiro
adolescente a desaparecer. Eles estão investigando, e asseguraram ao Fox News que tem
várias pistas viáveis. Para repetir esse blotem especial, um adolescente da Broken Arrow,
outro jogador de futebol, está desaparecido. Seu nome é Heath Luck.”
Meus joelhos não mais me sustentavam, e eu teria caído se Erik não tivesse passado seus
braços ao redor da minha cintura e me ajudado a chegar até o sofá. Eu senti que não
conseguia recuperar o fôlego enquanto Chera continuou:
“A caminhonete de Heath foi encontrada do lado de fora da House of Night, mas a Alta
Sacerdotisa, Neferet, assegurou a policia que ele não entrou na escola, e que ele não foi visto
por ninguem lá. É claro a muita especulação sobre o desaparecimento dele, especialmente
desde que o relatório do legista para a causa da morte dos outros dois garotos seqüestrados
foi perda de sangue devido a muitas mordidas e lacerações. E embora seja verdade que
vampiros não mortem quando pegam o sangue de humanos, as lacerações são consistentes
com a de um vampiro se alimentado. É importante lembrarmos ao publico que vampiros tem
um contrato legal com humanos de não se alimentar de nenhum humano sendo contra a
vontade dele. Teremos mais dessa historia as 10 horas, e é claro quando mais noticias
estiverem disponíveis...”
“Alguem pegue uma tigela, eu vou vomitar!” Eu consegui gritar por cima do zunido na minha
cabeça. Uma tigela foi posta em minhas mãos e eu vomitei as tripas para fora dentro dela.

house of night - traída (capitulo24)


VINTE E QUATRO
Quando eu sai do banheiro Shaunee e Erin estavam sentadas na cama de Stevie Rae.Havia uma
bandeja entre elas com uma tigela de sopa, algumas bolachas, e uma lata de coca, normal. Elas
estavam falando em voz baixa, mas assim que entrei no quarto elas se calaram.
Eu suspirei e sentei na minha cama. “Se vocês começarem a agir anormalmente ao meu redor
eu não vou ser capaz de suportar.”
“Desculpe,” ela murmuraram juntas, olhando com timidez uma para a outra. Então Shaunee
me entregou a bandeja. Eu olhei para comida como se não conseguisse lembrar o que fazer
com ela.
“Você precisa começar para poder tomar o negocio que a Neferet nos deu para dar a você,”
Erin disse.
“Além do mais, pode fazer você se sentir melhor,” Shaunee disse.
“Eu não acho que algum dia vou me sentir melhor.”
Os olhos de Erin se encheram de lágrimas que rolaram pelas bochechas dela. “Não diga isso,
Zoey. Se você nunca mais se sentir melhor isso vai significar que nenhum de nós vai se sentir
também.”
“Você tem que tentar, Zoey. Stevie Rae ficaria irritada se você não tentasse,” Shaunee disse,
através das lagrimas.
“Você está certa. Ela ficaria.” Eu peguei a colher e comecei a remexer a sopa. Era de galinha, e
fez um caminho familiar e quente pela minha garganta, expandindo no meu corpo e
espantando alguns dos terríveis calafrios que eu estava sentindo.
“E quando ela ficava irritada aquele terrível sotaque saía de controle,” Shaunee disse.
Isso fez Erin e eu sorrirmos.
“Bem seja boaaazinhaa,” Erin falou fanhosa, repetindo as palavras que Steve Rae disse as
Gêmeas um zilhão de vezes.
Nós sorrimos com isso, e a sopa começou a parecer mais fácil de engolir. Na metade da tigela,
eu tive um pensamento repentino. “Eles não vão fazer um funeral nem nada disso para ela,
vão?”
As Gêmeas balançaram a cabeça. “Não,” Shaunee disse. “Eles nunca fazem,” Erin disse.
“Bem, Gêmea, eu acho que alguns dos pais fazem, mas isso é na cidade natal deles.”
“Verdade, Gêmea,” Erin disse. “Mas eu não acho que ninguém daqui vai viajar para...” ela
parou, pensando. “Qual o nome daquela cidadezinha rústica de onde Stevie Rae veio?”
“Henrietta,” eu disse. “Lar das Galinhas Lutadoras.”
“Galinhas Lutadoras?” as Gêmeas falaram juntas.
Eu acenei.”Deixava Stevie Rae maluca. Mesmo com sua rusticidade ela não achava legal ser
uma Galinha Lutadora.”
“Galinhas lutam?” Shaunee perguntou.
Erin deu nos ombros. “Como eu vou saber, Gêmea?”
“Eu achava que só galos brigam,” eu disse. Nós todas nos olhamos e falamos, “Galos!”* (a
palavra em inglês para galo é cocks, o que também significa pênis) e então começamos a rir,
que rapidamente foi misturado com lagrimas. “Stevie Rae teria achado isso hilário,” eu disse
quando recuperei o fôlego.
“Vai realmente ficar tudo bem, Zoey?” Shaunee perguntou.
“Vai?” Erin ecoou.
“Eu acho que sim,” eu disse.
“Como?” Shaunee perguntou.
“Eu realmente não sei. Acho que vamos ter que levar um dia por vez.”
Surpreendentemente eu terminei minha sopa. Eu me sentia melhor – mais quente, mais
normal. Eu também estava incrivelmente cansada. As Gêmeas devem ter notado meus olhos
ficando pesados, porque Erin pegou minha bandeja. Shaunee me entrou um pequeno frasco
com um liquido leitoso.
“Neferet disse que você deveria beber isso, que vai te ajudar a dormir sem ter pesadelos,” ela
disse.
“Obrigado.” Eu peguei dela, mas não bebi. Ela e Erin só ficaram ali olhando para mim. “Eu vou
tomar num minuto. Depois que eu for para o banheiro. Só deixe minha coca aí caso tenha um
gosto ruim.”
Isso pareceu satisfazer elas. Antes de saírem Shaunee disse, “Zoey, podemos fazer mais
alguma coisa por você?”
“Não, obrigado.”
“Nos ligue se precisar de qualquer coisa, certo?” Erin disse. “Prometemos a Stevie Rae...” a voz
dela morreu e Shaunee terminou por ela, “Nós prometemos que cuidaríamos de você, e nós
cumprimos nossas promessas.”
“Eu ligo,” eu disse.
“Ok,” elas falaram. “Noite...”
“Noite,” eu falei para a porta fechada.
Assim que elas saíram eu derramei o liquido cremoso na pia e joguei o frasco fora.
Então eu estava sozinha. Eu olhei para o meu relógio, 6 horas. Era incrível como as coisas
podiam mudar em apenas algumas horas. Eu tentei não pensar, mas os flashes da morte de
Stevie Rae continuaram a brincar na minha mente, como se fosse um filme de terror grudado
dentro dos meus olhos. Eu pulei quando meu celular tocou, e chequei o identificador de
chamadas. Era o número da minha avó! Alivio passou por mim. Eu abri o telefone e lutei para
não começar a chorar.
“Estou tão feliz por você ter ligado, vovó!”
“Pequena Ave, eu tive um sonho com você. Está tudo bem?” O tom de preocupação dela me
disse que ela já sabia que não estava, o que não me surpreendeu. A minha vida toda minha
avó e eu tivemos uma ligação.
“Não. Nada está certo,” eu sussurrei e comecei a chorar de novo. “Vovó, Stevie Rae morreu
hoje a noite.”
“Oh, Zoey! Eu sinto tanto!”
“Ela morreu nos meus braços, vovó, minutos depois de Nyx dar a ela a afinidade com a terra.”
“Deve ter sido um grande conforto para ela que você tenha estado lá no final.” Eu pude ouvir
que vovó também estava chorando agora.
“Todos estavamos com ela, todos os meus amigos.”
“E Nyx devia estar com ela também.”
“Sim,” minha voz ficou presa nun soluço. “Eu acho que a deusa estava, mas eu não entendo,
vovó. Não faz sentido Nyx dar um dom a Stevie Rae, e então deixar ela morrer.”
“Morte nunca faz sentido quando acontece com os jovens. Mas eu acredito que sua deusa
estava perto de Stevie Rae, mesmo com a sua morte acontecendo tão cedo, e agora ela esta
descansando pacificamente com Nyx.”
“Eu espero que sim.”
“Eu queria poder visitar você, mas com toda essa neve as estradas estão impossíveis. Que tal
eu jejuar e rezar por Stevie Rae hoje?”
“Obrigada, vovó. Eu sei que ela iria gostar.”
“E, querida, você tem que superar isso.”
“Como, vovó?”
“Honrando a memória dela vivendo a vida que ela ficaria orgulhosa por você viver. Viva por ela
também.”
“É difícil, vovó, especialmente quando os vampiros querem que a gente esqueça de quem
morreu. Eles tratam isso como paralelepípedos, algo para parar um pouquinho, e então
continuar.”
“Eu não quero contradizer sua Alta Sacerdotisa, ou nenhum dos vampiros adultos, mas isso
parece uma visão míope. A morte é mais difícil se, se torna desconhecida.”
“É o que eu acho. Na verdade, é o que Stevie Rae também achava.“ Então eu tive uma idéia,
junto com o pressentimento de que era a coisa certa a fazer. “Eu posso mudar isso. Com ou
sem permissão, eu vou me certificar de que a morte de Stevie Rae seja honrada. Ela vai ser
mais do que só um paralelepípedo.”
“Não se meta em problemas, querida.”
“Vovó, eu sou a caloura mais poderosa da história dos vampiros. Eu acho que eu posso me
meter em problemas por algo que eu sinto que está errado.”
Vovó pausou, e então disse, “Eu acho que você pode estar certa sobre isso, Zoeybird.”
“Eu amo você, vovó.”
“Eu também te amo, u-we-tsi a-ge-hu-tsa." A palavra Cherokee para filha me fez sentir amada
e segura. “E agora eu quero que você tente dormir. Saiba que estarei orando por você, e
pedindo ao espírito de nossos ancestrais para cuidar e confortar você.”
“Obrigada, vovó. Tchau.”
“Tchau, Zoeybird.”
Eu fechei o telefone suavemente. Eu me sentia melhor agora que tinha falado com vovó. Antes
parecia haver um grande e invisível peso pressionando o meu peito. Agora que parte disso
estava fora era mais fácil respirar. Eu comecei a deitar, e Nala entrou pela porta de gato, pulou
na minha cama, e instantemente começou a me-uf-ow-ing para mim. Eu a acariciei e disse o
quão feliz eu estava por ver ela ali, e então ela olhou para a cama vazia de Stevie Rae. Ela
sempre ria da rabugice de Nala, e dizia que ela soava como uma mulher velha, mas ela tinha
amado a gata tanto quanto eu. Lagrimas saíram dos meus olhos e eu me perguntei se havia um
limite de quanto algum poderia chorar. Então meu telefone tremeu me dizendo que eu tinha
uma nova mensagem. Eu esfreguei os olhos e abri o telefone.
Vc está bem? Algo estah errado.
Era Heath. Bem, pelo menos agora não havia duvidas de que eu e ele estávamos ligados por
um Imprint. E o que diabos eu ia fazer sobre isso eu não tinha idéia.
Dia ruim. Minha melhor amiga morreu. Eu respondi para ele.
Demorou tanto tempo que eu não achei que ele fosse responder. Então meu telefone
finalmente vibrou de novo.
Meus amigos morreram também.
Eu fechei os olhos. Como posso ter esquecido que dois amigos de Heath tinham recentemente
sido mortos?
Desculpe. Eu respondi.
Eu tb. Vc quer que eu vah te ver?
O instantâneo e poderoso sim! que passou pelo meu corpo me surpreendeu, mas eu suponho
que não deveria. Seria maravilhoso ficar nos braços de Heath... na sedução escarlate do
sangue de Heath...
Não, eu digitei rapidamente, minhas mãos tremendo. Você tem aula.
Nuh uh DIA DE NEVE!
Eu sorri, e passei um doce segundo ou dois desejando poder voltar para o tempo quando um
dia de neve significa um mini-feriado vagabundeando pela neve com meus amigos, e então
indo assistir filmes alugados e comer pizza. Meu celular vidrou de novo, quebrando minha
fantasia.
Vou te fazer sentir melhor sexta
Eu suspirei. Eu esqueci completamente que tinha prometido a Heath encontrar ele depois do
jogo na sexta. Eu não deveria encontrar ele. Na verdade, eu deveria ir até Neferet e confessar
tudo sobre Heath e fazer ela me ajudar a consertar as coisas.
Neferet mente. A voz de Afrodite passou pela minha mente. Não. Eu não podia ir até Neferet,
e por mais razões do que apenas o aviso de Afrodite. Algo parecia errado em relação a
Neferet. Eu não podia confiar nela. Meu telefone vibrou.
Zo?
Eu suspirei. Eu estava tão cansada que estava ficando difícil se concentrar. Eu comecei a
responder e dizer a Heath que eu não podia encontrar ele, não importava o quanto eu
gostaria. Eu até apertei o N o à e o O. Então eu parei, apaguei tudo, e digitei: OK.
Que diabos. Eu sentia que minha vida estava tão descosturada quanto a borda de uma saia
antiga. Eu não queria dizer não a Heath, e me preocupar com nosso Imprint era só uma das
muitas coisas para me preocupar agora.
OK! Veio sua rápida resposta.
Eu suspirei de novo, desliguei o telefone, e sentei pesadamente na cama, acariciando Nala,
olhando para o nada, e desejando desesperadamente poder voltar o relógio em um dia... ou
talvez até um ano... Eventualmente eu notei que, por qualquer que fosse a razão, os vampiros
que pegaram as coisas de Stevie Rae tinham esquecido o antigo, acolchoado feito a mão que
ela mantinha na sua cama. Eu pus Nala no meu travesseiro e levantei, tirando o acolchoado da
cama de Stevie Rae.Então Nala e eu nos aconchegamos por cima dele.
Eu senti como se cada molécula do meu corpo estivesse cansada, mas eu não podia dormir. Eu
acho que eu sentia falta dos suaves roncos de Stevie Rae e da sensação de não estar sozinha.
Uma tristeza se apoderou de mim e era tão profunda que eu pensei que iria me afogar nela.
Duas batidas suaves na minha porta. E então ela se abriu devagar. Eu meio que sentei para ver
Shaunee e Erin, as duas de pijama e pantufas, agarradas a seus travesseiros e cobertores.
“Podemos dormir com você?” Erin perguntou.
“Não queríamos ficar sozinhas,” Shaunee disse.
“Yeah, e achamos que você também não iria querer ficar sozinha,” Erin terminou.
“Vocês têm razão. Eu não quero.” Eu engoli mais lagrimas. “Entrem.”
Elas entraram, com apenas uma pequena hesitação, subiram na cama de Stevie Rae. O enorme
gato cinza delas, Bellzebub, subiu com elas. Nala levantou sua cabeça do travesseiro para olhar
para ele, e então, como se ele estivesse muito abaixo do nível de rainha dela para ela notar,
ela se aconchegou e foi dormir.
Eu estava me preparando para dormir quando outra suave batida veio a porta. Dessa vez ela
não abriu, então eu disse, “Quem é?”
“Eu.”
Shaunee, Erin, e eu piscamos uma para a outra. Então eu corri até a porta e a abri para
encontrar Damien parado no corredor usando pijamas de flanela com ursos rosa como
estampa. Ele parecia meio úmido, e flocos de neve não derretidos estavam em seu cabelo. Ele
estava carregando um saco de dormir e um travesseiro. Eu agarrei o braço dele e o coloquei
rapidamente para dentro do quarto. O gato gordinho dele, Cameron, entrou com ele.
“O que você está fazendo aqui, Damien? Você sabe que vai ter muitos problemas se for pegou
aqui.”
“Yeah, já passou muito tempo do toque de recolher,” Erin disse.
“Você pode estar aqui para nos desvirginar,” Shaunee disse. Então ela e Erin olharam uma para
a outra e começaram a rir, o que me fez sorrir. Era estranho ter um sentimento feliz no meio
de tamanha tristeza, que foi provavelmente o motivo para a risada das Gêmeas e meu sorriso
desaparecem rapidamente.
“Stevie Rae não iria querer que deixássemos de ser felizes,” Damien disse no silencio
desconfortável. Então ele andou para o meio do quarto espalhou seu saco de dormir no chão
entre as camas. “E estou aqui porque precisamos ficar juntos. Não porque eu quero pegar
nenhuma de vocês, mesmo que todas ainda sejam virgens, embora eu tenha apreciado o seu
vocabulário.”
Erin e Shaunee bufaram, mas pareciam mais divertidas do que ofendidas, e eu fiz uma nota
para fazer a eles perguntas sobre sexo mais tarde.
“Bem, fico feliz que você tenha vindo, mas vamos ter vários problemas tirando você daqui
quando todos estiverem comendo o café e se apressando antes da aula,’ eu disse, tentando
bolar planos de fuga na mente.
“Oh, não se preocupe com isso. Os vampiros falaram que a aula está cancelada hoje por causa
da neve. Ninguém vai se apressar para ir a lugar nenhum. Eu só vou sair com vocês.”
“Cancelada? Quer dizer que não teríamos que acordar, se vestir, e descer antes de descobrir
que não haveria aula? Isso é uma droga,” eu disse.
Eu podia ver o sorriso na voz de Damien. “Eles anunciaram na estação de radio local como as
escolas normais fazem. Mas você e Stevie Rae escutam as noticias enquanto você pega...”
Damien parou, e eu percebi que ele começou a fazer a pergunta como se Stevie Rae ainda
estivesse viva.
“Não,” eu disse rapidamente, tentando encobrir o engano dele. “Nós costumávamos ouvir
musica country. E sempre me fazia me apressar e me vestir rapidamente para fugir.”Meus
amigos riram suavemente. Eu esperei até todos se calarem de novo, e então disse, “Eu não vou
esquecer ela, e não vou fingir que a morte dela não significa nada para mim.”
“Nem eu,” Damien disse.
“Eu também não,” Shaunee disse.
“Idem, Gêmea,” Erin disse.
Depois de um tempo eu disse, “Eu não achei que isso podia acontecer com um calouro que
ganhou uma afinidade de Nyx. Eu – eu achei que isso não aconteceria.”
“Não é garantido que alguém sobreviva a mudança, nem mesmo aqueles que receberam dons
da deusa,” Damien disse quietamente.
“Isso só significa que temos que ficar juntos,’ Erin disse.
“É o único jeito de passarmos por isso,” Shaunee disse.
“É o que faremos então – ficarmos juntos,” eu disse finalmente.
“E prometer que se o pior acontecer, e mais alguém de nós não consiga, os outros não
permitiram que ele seja esquecido.”
“Prometemos,” meus três amigos disseram solenemente.
Todos olhamos para biaxo. O quarto não parecia mais tão solitário, e antes de dormir eu
sussurrei, “Obrigado por não me deixar ficar sozinha...” e não tinha certeza se estava
agradecendo a meus amigos, minha deusa, ou a Stevie Rae.

A.Vampiro tocada pelas sombras (capitulo 18)


DEZOITO
Tudo ficou confuso depois disso.Eu tive uma vaga impressão de entrar e sair da consciência, de
pessoas dizendo o meu nome, e de estar no ar de novo. Eventualmente, eu acordei na
enfermaria da escola e encontrei a Dra. Olendzki olhando para mim.
“Olá, Rose,’ ela disse. Ela era uma Moroi de meia idade e freqüentemente brincava que eu era
sua paciente numero um. “Como está se sentindo?”
Os detalhes do que tinha acontecido voltaram. Os rostos. Mason. Os outros fantasmas. A dor
horrível na minha cabeça. Tudo tinha sumido.
“Ótima,” eu disse, meio surpresa de dizer aquelas palavras. Por um segundo, eu imaginei se
tinha sido um sonho. Então eu olhei além dela e vi Dimitri e Alberta aparecendo ali perto. Seu
jeito e rostos me disseram que os eventos no avião tinham realmente acontecido.
Alberta limpou a garanta, e a Dra. Olendzki olhou para trás. “Podemos?” Alberta perguntou. A
doutora acenou, e os dois vieram para frente.
Dimitri, como sempre, era um balsamo para mim. Não importa o que aconteça, eu sempre me
sinto segura na sua presença. E no entanto nem ele foi capaz de parar o que tinha acontecido
no aeroporto. Quando ele olha pra mim do jeito que ele estava olhando agora, com uma
expressão de tanta ternura e preocupação, dispara sentimentos misturados. Parte de mim
ama que ele se importe tanto. A outra parte quer ser forte para ele e não fazer ele se
preocupar.
“Rose...” começou Alberta incerta. Eu percebi que ela não tinha idéia de como falar sobre isso.
O que tinha acontecido era além de uma experiência comum. Dimitri assumiu.
“Rose, o que aconteceu lá?” Antes de eu falar uma palavra, ele me cortou. “E não diga que não
foi nada dessa vez.”
Bem, se eu não podia dar essa resposta, então eu não sabia o que dizer.
A Dra. Olendzki puxou seus óculos que estavam na ponta do seu nariz. “Só queremos ajudar
você.”
“Eu não preciso de ajuda,” eu disse. “Estou bem.” Eu soava como Brandon e Brett. Eu
provavelmente estava a um passo de dizer,”eu cai.”
Alberta finalmente se recuperou. “Você estava bem quando estávamos no ar. Quando
pousamos, você definitivamente não estava bem.”
“Estou bem agora,” eu respondi friamente, sem encontrar os olhos dela.
“O que aconteceu então?” ela perguntou. “Porque você gritou? O que você quis dizer quando
disse que nós precisávamos fazer “eles” irem embora?”
Eu considerei dar outra resposta, aquela sobre o estresse. Isso soava completamente estúpido
agora. Então, de novo, eu não disse nada. Para minha surpresa, eu senti lagrimas saírem dos
meus olhos.
“Rose,” murmurou Dimitri, a voz tão suave como seda contra a minha pele. “Por favor.”
Algo dentro de mim quebrou. Era tão difícil para mim ficar contra ele. Eu virei minha cabeça e
encarei o teto.
“Fantasmas,” eu sussurrei. “Eu vi fantasmas.”
Nenhum deles esperava isso, mas honestamente, como eles poderiam? Um forte silencio caiu.
Finalmente, a Dra. Olendzki falou em uma voz vacilante.
“C-como assim?”
Eu engoli. “Ele tem em seguido nas ultimas semanas. Mason. No campus. Eu sei que parece
loucura – mas é ele. Ou o seu fantasma. Foi isso que aconteceu com Stan. Eu congelei porque
eu vi Mason lá, e eu não sabia o que fazer. No avião... eu acho que ele estava lá também... e
outros. Mas eu não consiga ver ele exatamente quando estávamos no ar. Só deslumbres... e a
dor de cabeça. Mas quando pousamos em Martinville, ele estava com sua forma completa. E –
e ele não estava sozinho. Tinha outros com ele. Outros fantasmas.” Uma lagrima escapou dos
meus olhos, e eu a limpei com presa, esperando que ninguém a tivesse visto.
Então eu esperei, sem ter certeza do que esperar. Alguém iria rir? Me dizer que eu estava
louca? Me acusar de mentir e exigir saber o que realmente tinha acontecido?
“Você os conhecia?” Dimitri finalmente perguntou.
Eu virei e encontrei seus olhos. Ele ainda tinha um olhar sério e preocupado, não de zombação.
”Sim... eu vi alguns dos guardiões de Victor e as pessoas do massacre. Os... os familiares de
Lissa também.”
Ninguem disse nada depois disso. Eles só meio que trocaram olhares, esperando que talvez um
deles pudesse ter uma resposta para isso.
A Dra. Olendzki suspirou. “Posso falar com vocês dois em particular?”
Os três saíram da sala de exames, fechando a porta atrás dela. Eu tomei vantagem.
Levantando da cama, eu atravessei a sala e parei perto da porta. A pequena abertura foi o
suficiente para minha audição de dhampir ouvir a conversa. Eu me senti mal por espionar, mas
eles estavam falando sobre mim, e eu não conseguia parar de achar que meu futuro estava em
risco.
“-obvio o que está acontecendo,” disse a Dra. Olendkzi. Era a primeira vez que eu a ouvia soar
tão irada. Com pacientes, ela era a visão da serenidade. Era difícil imaginar ela com raiva, mas
ela claramente estava irritada agora. “Aquela pobre garota. Ela está passando por um estresse
pós traumático, e não é de se admirar depois de tudo o que aconteceu.”
“Você tem certeza?” perguntou Alberta. “Talvez seja outra coisa...” Mas quando as palavras
dela saiam, eu percebi que ela não sabia o que mais poderia ser.
“Veja os fatos: uma garota adolescente que testemunha seu amigo sendo assassinado e então
teve que matar os assassinos. Você não acha que isso é traumático? Você não acha que isso
teve o mínimo efeito nela?”
“Tragédia é algo que todos os guardiões tem que lidar,” disse Alberta.
“Talvez não tenha muito que possa ser feito com guardiões em campo, mas Rose ainda é uma
estudante aqui. Existem recursos que podem ajudar ela.”
“Como o que?” perguntou Dimitri. Ele soava curioso e preocupado, não como se tivesse
desafiando ela.
”Aconselhamento. Falar com alguém sobre o que aconteceu pode fazer muito bem. Vocês
deveriam ter feito isso assim que ela voltou. Vocês deveriam fazer isso pelos outros que
estavam com ela. Porque ninguém pensa nessas coisas?”
“É uma boa idéia,” disse Dimitri. Eu reconheci o tom na sua voz – a mente dele estava girando.
“Ela poderia fazer isso no seu dia de folga.”
“Dia de folga? Mais para todo dia. Vocês devem retirar ela da experiência de campo. Ataques
falsos de Strigoi não são jeito de se recuperar de um ataque real.”
“Não!” Eu abri a porta antes que me desse conta. Todos eles me encaravam, e imediatamente
eu me senti idiota. Eu acabei de me flagrar espionando.
“Rose,” disse a Dra. Olendzki, voltando para seu preocupado (mas levemente punitivo) modelo
de médica. “Você deveria ir se deitar.”
“Estou bem.E você não pode me fazer desistir da experiência de campo. Eu não vou me formar
se eu desistir.”
“Você não está bem, Rose,e não tem motivos para ter vergonha pelo que aconteceu com você.
Pensar que está vendo fantasmas de pessoas que morreram não é muito estranho quando
você considera as circunstancias.”
Eu comecei a corrigir ela no “pensar que esta vendo” mas então eu parei. Discutir que eu
realmente estava vendo fantasmas provavelmente não iria me ajudar, e decidi, mesmo que eu
estivesse começando a acreditar que era exatamente isso que eu estava vendo.
Freneticamente, eu tentei pensar em uma maneira de convencer a ela que eu ficasse na
experiência de campo. Eu normalmente era muito boa eu me tirar de situações ruins.
“A não ser que você vá me por em aconselhamento 24 horas por dia, você só vai fazer as
coisas piorarem. Eu preciso fazer algo. A maior parte das minhas aulas estão suspensas. O que
eu deveria fazer? Esperar? Pensar de novo e de novo no que aconteceu? Eu vou ficar louca –
de verdade. Eu não quero sentar e esperar para sempre. Eu preciso movimentar meu futuro.”
Isso fez eles começarem a argumentar sobre o que fazer comigo. Eu escutei, mordendo a
língua, sabendo que eu precisava ficar de fora. Finalmente, com alguma discussão da doutora,
todos decidiram que eu participaria por meio período da experiência de campo.
Provou ser o compromisso ideal para todos – bem, exceto para mim. Eu só queria que a vida
funcionasse do mesmo jeito que antes. Ainda sim, eu sabia que provavelmente era uma boa
idéia aceitar. Eles decidiram que eu faria 3 dias de experiência de campo por semana, com
nenhum serviço a noite. Durante os dias, eu teria que fazer um treinamento e qualquer
trabalho que eles arranjassem para mim.
Eu também tinha que ver um conselheiro, o que não me deixou muito animada. Eu não tinha
nada contra o conselheiro. Lissa tinha visto um, e foi útil para ela. Falar sobre as coisas ajuda.
Era só... bem, isso era algo que eu não queria conversar.
Mas se era isso ou ser expulsa da experiência de campo, eu estava mais que feliz em aceitar
isso. Alberta achava que eles ainda podiam justificar eu passar com meio período. Ela também
gostava da idéia deu ver um conselheiro enquanto lidava com os ataques falsos dos Strigoi – só
em caso deles realmente serem traumatizantes.
Depois de mais uns exames, a Dra. Olendzki me liberou e disse que eu podia voltar para o meu
dormitório. Alberta saiu depois disso, mas Dimitri ficou me levar.
“Obrigado por pensar naquela coisa do meio período,” eu disse a ele. A passarela estava
molhada porque o tempo tinha esquentado depois da tempestade. Não era o tempo pra por
roupa de banho nem nada, mas muito do gelo e da neve estava derretendo. Água pingava das
arvores, e tínhamos que desviar das poças.
Dimitri parou abruptamente e virou para que ficasse parado bem na minha frente, bloqueando
o meu caminho. Eu escorrei, quase dando um encontrão nele. Ele agarrou o meu braço, me
puxando para perto dele de um jeito que eu não esperava que ele fizesse em publico. Os
dedos dele afundaram em mim, mas não doeu.
“Rose,” ele disse, a dor em sua voz fazendo meu coração parar,”essa não deveria ter sido a
primeira vez que eu ouvi sobre isso!Porque você não me contou?Você sabe como foi? Você
sabe como foi para mim ver você daquele jeito e não saber o que estava acontecendo?Você
sabe o quão assustado eu fiquei?”
Eu estava atordoada, pela explosão dele e pela nossa proximidade. Eu engoli, sem conseguir
falar no inicio. Tinha tanto no rosto dele, tantas emoções. Eu não conseguia lembrar a ultima
vez que eu vi tanto dele sendo mostrado. Era maravilhoso e assustador ao mesmo tempo. E
então eu disse a coisa mais estúpida possível.
“Você não tem medo de nada.”
“Eu tenho medo de muitas coisas. Eu estava com medo por você.” Ele me soltou, e deu um
passo para trás. Ainda tinha paixão e preocupação em todo ele. “Eu não sou perfeito. Eu não
sou invulnerável.”
“Eu sei, eu só...” Eu não sabia o que dizer. Ele estava certo. Eu sempre via Dimitri maior que a
vida. Como se ele soubesse tudo. Invencível. Era difícil para mim acreditar que ele pudesse se
preocupar tanto comigo.
“E isso tem acontecido a muito tempo também,” ele acrescentou. “Estava acontecendo com
Stan, quando você estava conversando com o Padre Andrew sobre fantasmas – você estava
lidando com isso o tempo todo!Porque você não contou a ninguém? Porque você não contou
para Lissa...ou...eu?”
Eu encarei aqueles negros, negros olhos, aqueles olhos que eu amava. “Você teria acreditado
em mim?”
Ele franziu a sobrancelha. “Acreditado no que?”
“Que eu estou vendo fantasmas.”
“Bem... eles não são fantasmas, Rose. Você apenas acha que eles são porque-“
“Foi por isso,” eu interrompi. “Foi por isso que eu não podia te contar ou a ninguém. Ninguém
acreditaria em mim, não sem pensar que eu estava louca.”
“Eu não acho que você está louca,” ele disse. “Mas eu acho que você passou por muita coisa.”
Adrian tinha tido quase exatamente a mesma coisa quando eu perguntei a ele como saber se
eu estava louca ou não.
“É mais que isso,” eu disse. Eu comecei a andar de novo.
Sem dar outro passo, ele se aproximou e me agarrou de novo. Ele me puxou para perto dele,
então ficamos ainda mais perto que antes. Eu olhei ao redor de novo, me perguntando se
alguém pudesse nos ver, mas o campus estava deserto. Era cedo, o sol nem tinha se posto
ainda, tão cedo que a maioria das pessoas provavelmente nem levantaram para a aula ainda.
Não variamos movimentação por aqui pelo menos por outra hora. Ainda sim, eu estava
surpresa por ver Dimitri arriscar tanto.
“Então me diga,” ele disse. “Me diga como é mais do que isso.”
“Você não vai acreditar em mim,” ele disse. “Você não entende? Ninguém vai. Até você... de
todas as pessoas.” Algo naquele pensamento fez minha voz morrer. Dimitri entendia tanto de
mim. Eu queria – precisava – que ele entendesse isso também.
“Eu vou...tentar.Mas eu ainda não acho que você não entende o que está acontecendo como
você.”
“Eu entendo,” eu disse firmimente. “E isso que ninguem entende. Olha, você tem que decidir
de uma vez por todas se você realmente confia em mim. Se você acha que eu sou uma criança,
muito inocente para entender o que está acontecendo com sua mente frágil, então você
deveria continuar andando. Mas se você confia em mim o suficiente para lembrar que eu vi
coisas e sei de coisas que ultrapassam aqueles da minha idade... bem, então você deveria
entender que eu talvez saiba um pouco sobre o que eu estou falando.”
Uma brisa quente, carregada com o cheiro de neve derretida, passou por nós. “Eu confio em
você, Roza. Mas... eu não acredito em fantasmas.”
A serenidade estava ali. Ele queria me alcançar para entender... mas mesmo que ele fizesse,
existiam crenças que ele não estava pronto para mudar ainda. Era irônico, considerando que
as cartas do taro aparentemente o assustaram.
“Você vai entender?” eu perguntei. “Ou pelo menos vai tentar não por isso como algum tipo
de psicose?”
“Sim. Isso eu posso fazer.”
Então eu falei para ele sobre as primeiras vezes que eu vi Mason e como eu tive medo de
explicar o incidente de Stan para qualquer um. Eu falei sobre as formas que eu vi no avião e
descrevi mais detalhes sobre o que eu tinha visto em terra.
“Não parece meio,um, especifico para uma reação de estresse ao acaso?” eu perguntei
quando terminei.
“Eu não sei se você pode esperar que “reações de estresse” sejam ao acaso ou especificas. Eles
são imprevisíveis por natureza.” Ele tinha aquela expressão pensativa que eu conhecia tão
bem, a que me dizia que ele estava pensado todo tipo de coisa. Eu também percebi que ele
ainda não achava que isso era uma história real de fantasmas mas que ele estava tentando
muito manter sua mente aberta. Ele afirmou um segundo depois: “Porque você tem tanta
certeza que isso não são apenas coisas que você está imaginando?”
“Bem, a principio eu pensei que estava imaginando tudo. Mas agora... eu não sei. Tem algo
sobre isso que parece real... em pensar que eu sei que isso não é realmente uma evidencia.
Mas você ouviu o que disse o Padre Andrew – sobre fantasmas ficarem aqui depois de
morrerem de quando jovens e de forma violenta.”
Dimitri mordeu seu lábio. Ele iria me dizer para não levar ao pé da letra o que disse o padre. Ao
invés disso ele perguntou, “Então você acha que Mason voltou para se vingar?”
“Eu pensei isso no inicio, mas agora não tenho certeza. Ele nunca tentou me machucar. Só
parece que ele quer algo. E então... todos esses outros fantasmas parecem querer algo
também – mesmo aqueles que eu não conhecia. Porque?”
Dimitri me deu um olhar sábio. “Você tem uma teoria.”
“Eu tenho. Eu estava pensando sobre o que Victor disse. Ele mencionou que porque eu sou
uma shadow-kissed – porque eu morri – eu tenho uma conexão com o mundo da morte. Que
eu nunca vou deixar isso inteiramente. “
A expressão dele endureceu. “Eu não colocaria todas as minhas moedas no que Victor Dashkov
diz a você.”
“Mas ele sabe coisas! Você sabe que ele sabe, não importa o quão filho da puta ele seja.”
“Ok, vamos supor que isso seja verdade, que ser uma shadow-kissed permite que você veja
fantasmas, porque isso está acontecendo agora? Porque não aconteceu logo depois do
acidente de carro?”
“Eu pensei nisso,” eu disse. “Foi outra coisa que Victor disse – que agora que eu estava lidando
com a morte, eu estava mais perto do outro lado. E se causar a morte de outra pessoa
fortaleceu minha conexão e agora fez isso possível? Eu acabei de matar alguém. Duas
pessoas.”
“Porque é tão acidental?” perguntou Dimitri. “Porque aconteceu, quando aconteceu? Porque
no avião? Porque não na Corte?”
Meu entusiasmo diminuiu um pouco. “O que é você, um advogado?” Eu surtei. “Você está
questionando tudo que eu estou dizendo. Eu pensei que você ia manter sua mente aberta.”
“Eu estou. Mas você também precisa. Pense. Porque esse padrão de avistamentos?”
“Eu não sei,” eu admiti. Eu me curvei derrotada. “Você ainda acha que eu sou louca.”
Ele se estendeu e segurou meu queixo, levantando meu rosto para olhar para ele. “Não.
Nunca. Nenhuma dessas teorias me faz pensar que você é louca. Mas eu sempre acreditei que
a explicação mias simples faz sentido. A Dra. Olendzki acha. A teoria dos fantasmas tem
buracos. Mas, se você puder descobrir mais... então podemos ter algo para trabalhar.”
“Nós?” eu perguntei.
“É claro. Não vou deixar você sozinha nisso, não importa o que. Você sabe que eu nunca vou
abandonar você.”
Tinha algo muito doce e nobre sobre suas palavras, e eu senti que eu precisava retornar isso,
embora a maior parte soou idiota. “E eu não vou abandonar você, sabe. Eu quero dizer... não
que esse tipo de coisa aconteça com você, é claro, mas se você começar a ver fantasmas ou
qualquer coisa assim, eu vou ajudar você.”
Ele deu uma pequena e suave risada. “Obrigado.”
Nossas mãos se encontraram, os dedos se entrelaçando juntos. Nós ficamos daquele jeito por
um minuto, nenhum de nós disse nada. O único lugar que nos tocávamos eram nossas mãos. A
brisa começou de novo, e embora a temperatura estivesse baixa, para mim parecia primavera.
Eu esperava que as flores florescessem ao nosso redor. Como se tivéssemos dividindo o
mesmo pensamento, soltamos a mãos ao mesmo tempo.
Chegamos no meu dormitório logo depois disso, e Dimitri perguntou se eu estava bem para ir
sozinha. Eu disse a ele que eu ficaria bem e que ele deveria ir fazer suas próprias coisas. Ele
saiu, mas quando eu estava prestes a alcançar a porta do lobby, eu percebi que minha mala
ainda estava na clinica. Murmurando algumas coisas que me fariam entrar em detenção, eu
me virei e corri de volta para a direção que eu tinha acabado de vir.
A recepcionista da Dra. Olendzski me levou em direção a sala de exame quando eu disse a ela
porque estava lá. Eu peguei minha mala do meu quarto agora vazio e me virei em direção ao
corredor para sair. De repente, no quarto oposto ao meu, eu vi alguém deitado na cama. Não
tinha sinal de ninguem que trabalhasse na clinica, e minha curiosidade – sempre tirando o
melhor de mim – me fez espiar lá dentro.
Era Abby Badica, uma Moroi veterana. Fofa e alegre eram adjetivos que vinham a mente
quando eu descrevia Abby, mas dessa vez, ela era tudo menos isso. Ela estava machucada e
arranhada, e quando ela virou seu rosto para olhar para mim, eu vi machucados vermelhos.
“Me deixe adivinhar,” eu diss. “Você caiu.”
“O-que?”
“Você caiu. Eu ouvi que essa é a resposta padrão: Brandon, Brett, e Dane. Mas te digo a
verdade – vocês precisam criar outra coisa. Eu acho que a doutora está começando a
suspeitar.”
Os olhos dela ficaram selvagens. “Você sabe?”
Foi ai que percebi meu erro com Brandon. Eu fui até ele exigindo respostas, o que o deixou
relutante para dividir qualquer coisa. Aqueles que questionaram Brett e Dane tinham tido
resultados similares. Com Abby, eu percebi que tinha que agir como se eu já soubesse as
respostas, e então ela liberaria a informação.
“É claro que eu sei. Eles me contaram tudo.”
“O que?” ela chiou. “Eles juraram eu não iriam. É parte das regras.”
Regras? Do que ela estava falando? O grupo vigilante da realeza não parecia ser o tipo que
tinha regras. Tinha outra coisa acontecendo com ela.
“Bem, eles não tiveram muita escolha. Eu não sei porque, mas eu continuo encontrando vocês
depois. Eu tive que ajudar a cobrir para eles. Eu digo a você, eu não sei quanto tempo isso
pode durar antes que alguém comece a fazer perguntas.” Eu falei como se eu fosse uma
simpatizante, querendo ajudar se pudesse.
“Eu deveria ter sido mais forte. Eu tentei, mas não foi o bastante.” Ela parecia cansada – e com
dor. “Só mantenha tudo em segredo até tudo se acertar, ok? Por favor?”
“Claro,” eu disse, morrendo de vontade de saber o que ela “tentou.” “Eu não vou arrastar mais
ninguém pra isso. Como você acabou aqui? Você deveria evitar de chamar atenção.” Ou foi o
que eu assumi.Eu estava totalmente inventado isso.
Ela olhou. “A responsável pelo dormitório notou e me fez vir aqui. Se o resto da Mână
descobrir, eu vou ter problemas.”
“Quem sabe a doutora te libere antes que eles descubram. Ela é meio ocupada. Você tem as
mesmas marcas que Brett e Brandon, e nenhum deles estava em estado grave.”Eu esperava.
“A...uh, marcas de queimadura são um pouco complicadas, mas eles não tiveram problemas.”
Eu estava jogando meu próprio jogo. Não só eu não tinha idéia sobre os detalhes específicos
sobre os machucados de Brett, eu também não sabia que se as marcas que Jill tinha descrito
nele eram queimaduras. Se não fossem, eu poderia ter terminado com o meu fingimento. Mas,
ela não me corrigiu, e os dedos dela inconscientemente passar pelos machucados.
“Sim, eles falaram que os danos não iam durar muito. Eu só vou ter que inventar algo para a
Olendzki.” Um pequeno brilho de esperança brilhou nos olhos dela. “Eles disseram que não
iriam, mas talvez... talvez eles me deixem tentar de novo.”
Foi naquele momento que a boa doutora retornou. Ela estava surpresa por me ver ainda ali eu
precisava voltar pro dormitório e descansar. Eu disse tchau para as duas e andei de volta para
o frio. Eu mal notei o tempo enquanto andava, pensando. Finalmente, finalmente, eu tinha
uma pista do quebra cabeça. Mână.

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 17)


DEZESSETE
Na pista, Christian estava parado perto da entrada do avião, junto com outros guardiões. Lissa
correu para falar com ele, deixando eu e Dimitri sozinhos. Não tínhamos dito uma palavra o
caminho de volta todo do SPA. Duro e silencioso era um comportamento típico para ele, mas
algo sobre o humor dele me atingiu de maneira nada usual.
“Você ainda está pensando sobre o que Rhonda disse? Aquela mulher é uma vigarista.”
“Porque você diz isso?” ele perguntou, parando não muito longe de onde estavam os outros.
Um vento afiado passou por nossos rostos, e eu esperei que a gente pudesse embarcar logo.
“Porque ela não nos disse nada! Você devia ter ouvido meu futuro. Era, tipo, uma frase
dizendo o obvio. Lissa teve mais sorte,” eu admiti,”mas não foi nada tão profundo. Rhonda
disse que ela será uma grande líder. Eu quero dizer, serio, o quão difícil é descobrir isso?”
Dimitri sorriu para mim. “Você teria acreditado se ela tivesse dado uma leitura mais
interessante?”
“Talvez se fosse boa.” Quando ele riu, eu perguntei, “Mas você levou a sério. Porque? Você
realmente acredita nesse tipo de coisa?”
“Não é que eu acredite... ou que não acredite.” Ele usava um chapéu preto por cima de sua
cabeça hoje e o empurrou para baixo para cobrir melhor suas orelhas. “Eu só respeito pessoas
como ela. Elas tem acesso a um conhecimento que outras pessoas não tem.”
“Ela não é uma usuária de Espírito, no entanto, então não tenho certeza da onde ela consegue
o conhecimento. Eu ainda acho que ela é uma farsante.”
“Ela é uma vrăjitoare, na verdade.”
“Uma...” eu não ia nem tentar falar isso. “Uma o que? Isso é russo?”
“Romeno. Quer dizer... bem, não tem uma tradução. “Bruxa” é perto, mas não é o certo. A
idéia de bruxa não é a mesma que a dos amercanos.”
Eu nunca esperei ter esse tipo de conversa com ele. Eu só não pensei que Dimitri seria o tipo
supersticioso. Por um segundo, eu pensei que ele se acreditava em algo como bruxas e
videntes, talvez ele pudesse lidar com fantasmas. Eu considerei dizer algo para ele mas
prontamente não falar nada. Eu não tive a chance de dizer nada porque de qualquer forma,
Dimitri continuou falando.
“Minha avó era como Rhonda,” ele explicou. “Quer dizer, ela praticava as mesmas artes. Em
questão de conselhos, elas são muito diferentes.”
“Sua avó era uma... v – tanto faz?”
“Se chama outra coisa em russo, mas sim, o mesmo significado. Ela costumava ler cartas e dar
conselhos. Era como ela ganhava a vida.”
Eu mordi meu comentário sobre fraudes. “Ela acertava? Em suas predições?”
“As vezes. Não me olhe desse jeito.”
“Que jeito?”
“Você tem esse olhar no seu rosto que diz que você acha que eu estou me iludindo, mas que
você é muito educada para dizer alguma coisa.”
“Se iludindo é meio pesado. Só estou surpresa, só isso. Eu nunca esperei que você acreditasse
nesse tipo de coisa.”
“Bem eu cresci com isso, então não parece muito estranho pra mim. E como eu disse, eu não
tenho 100% certeza.”
Adrian se juntou ao grupo perto do avião e estava protestando alto sobre não poder embarcar
ainda.
“Eu nunca pensei que você tivesse uma avó viva, também,” eu disse a Dimitri. “Eu quero dizer,
obviamente, você teve. Mas ainda sim... é só estranho pensar sobre você crescendo com
uma.” Contato com minha mãe já era raro, e nunca conheci mais ninguém da minha família.
“Era estranho ter uma avó bruxa? Assustador? Ela sempre, tipo, ameaçava lançar feitiços se
você se comportasse mal?”
“A maior parte do tempo ela só ameaçava me mandar pro quarto.”
“Isso não parece muito assustador para mim.”
“É porque você não a conhece.”
Eu percebi a o tempo verbal. “Ela ainda está viva?”
Ele acenou. “Sim.É necessário mais do que idade para matar ela. Ela é durona. Ela na verdade
foi uma guardiã por um tempo.”
“Verdade?” Como Ambrose, minhas idéias sobre dhampirs, guardiões, e meretrizes de sangue
estavam mudando. “Então ela desistiu porque – uh, para ficar com filhos?”
“Ela tem idéias muito fortes sobre família – idéias que provavelmente soariam machistas para
você. Ela acredita que todos os dhampirs deveriam treinar e ser guardiões, mas todas as
mulheres deveriam eventualmente voltar para casa para criar seus filhos.”
“Mas não os homens?”
“Não,” ele disse. “Ela acha que os homens ainda precisam ficar e matar os Strigoi.”
“Wow.” Eu lembrei de Dimitri me contando sobre sua família. O pai dele aparecia de vez em
quando, mas era só isso que havia de homens na vida dele. Todos os seus irmãos eram
mulheres. E honestamente, a idéia não parecia machista. Eu tinha as mesmas idéias sobre
homens irem a luta, o que fez encontrar Ambrose esquisito. “Você teve que ir. As mulheres na
sua família te expulsaram.”
“Dificilmente,” ele riu. “Minha mãe me aceitaria de volta em um segundo se eu voltasse para
casa.” Ele ainda estava sorrindo como se fosse uma piada, mas eu vi algo em seus olhos que
pareciam como saudades de casa. Desapareceu em um segundo, no entanto, e Dimitri virou
quando Adrian começou a chorar sobre como finalmente podíamos embarcar.
Quando sentamos no avião, Lissa mal pode esperar para contar as novidades a nossos amigos.
Ela começou contanto sobre como eu tinha sido chamada pela rainha. Esse não era um tópico
que eu queria discutir, mas ela insistiu, excitada para contar sobre como eu tinha sido
“elogiada” pela rainha. Todos pareciam impressionados menos Adrian. O olhar no rosto dele
me disse que ele tinha certeza que ela não tinha me chamado para isso. No entanto, tinha um
olhar desconfiado o suficiente nele para me dizer que ele não sabia do que o assunto
realmente se tratava. Já era hora deu saber algo que ele não sabia. Eu tinha a impressão que
ele ficaria tão chocado com a idéia de ficar com Lissa quanto eu.
Lissa disse a eles sobre a oferta de viver na Corte e ir para a Lehigh. “Eu ainda não posso
acreditar,’ ela disse. “É bom demais para ser verdade.’
Adrian bateu pegou um vidro do que parecia ser uísque. Como ele pegou isso tão cedo? “Vinda
da minha tia-avó? É muito bom para ser verdade.”
“Como assim?” eu perguntei. Depois de ser acusada de estar noiva em um romance fictício por
Tatiana e descobrir que ela tinha um amante/alimentador dhampir, nada no mundo me
surpreendia mais. “Lissa está com problemas?”
“O que, pessoalmente?” Nah. É só que, minha tia-avó não faz as coisas pela bondade de seu
coração. Bem,” Adrian emendou, “as vezes ela faz. Ela não é uma vaca total. E eu acho que ela
fala serio quando diz que está preocupada com os Dragomirs. Eu ouvi que ela gostava dos seus
pais. Mas porque ela está fazendo isso... eu não sei. Você tem idéias radicais. Talvez ela queira
ouvir uma opinião diferente. Ou talvez ela queira manter o olho em você, te impedir de causar
problemas.”Ou talvez ela queira casar você e Lissa, eu adicionei silenciosamente.
Christian não gostou. “Ele está certo. Eles poderiam estar tentando controlar você. Você
deveria viver com tia Tasha. Você não tem que ir a uma escola Moroi.”
“Mas ela vai estar mais segura se ela for,” eu admiti.
Eu era totalmente a favor em lutar contra o sistema – e manter Lissa longe dos planos da
realeza – mas se ela fosse para uma faculdade que não era protegida pelos Moroi, ela correria
perigo, e eu certamente não queria isso. Eu comecei a acrescentar mais, mas então, o avião
decolou. Assim que ficamos no ar, minha dor de cabeça voltou. Era como se todo o ar ao redor
estivesse sendo pressionado contra meu crânio.
“Filho da mãe,” eu gemi, colocando a mão na testa.
“Você está doente de novo?” perguntou Lissa,preocupada. Eu acenei.
“Você sempre teve problemas pra voar?” perguntou Adrian, fazendo um gesto para alguém
fazer mais um drink.
“Nunca,” eu disse. “Droga. Eu não quero passar por isso de novo.”
Eu cerrei os dentes e tentei ignorar a dor, assim como as manchas negras também. Foi
necessário algum esforço, mas se eu me focasse o bastante, eu conseguia fazer eles
desaparecerem um pouco. Estranho. Ainda sim, eu não quis falar muito depois disso, e todos
me deixaram em paz. A conversa sobre a universidade terminou.
Horas passaram. Era quase hora de chegar na Academia. Uma das aeromoças Moroi andou até
nosso grupo com o as sobrancelhas franzidas. Alberta instantaneamente ficou atenta. “Qual o
problema?”
“Uma tempestade de gelo acabou de passar na área,” disse a aeromoça. “Não podemos
pousar na St. Vladimir porque a pista não está acessível com o gelo e o vento. Precisamos de
combustível, no entanto, então vamos pousar no Marinville Regional. É um pequeno
aeroporto, algumas horas de distancia de carro, mas eles não foram afetados tanto. Nosso
avião vai pousar lá, abastecer, então voar para a Academia assim que eles limparem a pista. É
a menos de uma hora por ar.”
Era uma noticia chata, mas não soava ruim. Além do mais, o que podíamos fazer? Pelo menos,
teríamos algum alivio logo. Se minha dor de cabeça se comportasse como antes, iria sumir
quando pousássemos. Sentamos nos nossos assentos e colocamos o cinto, se preparando para
pousar. O tempo parecia miserável lá fora, mas o piloto era bom e ele pousou sem
dificuldades.
E então aconteceu.
Quanto tocamos o chão, meu mundo explodiu. A dor de cabeça não sumiu; ela ficou pior.
Muito pior – e eu não pensei que isso fosse possível. Eu senti como se meu crânio todo
estivesse sendo aberto.
Mas esse foi só o começo. Porque de repente, ao meu redor, haviam rostos.Rostos e corpos
fantasmagóricos, e translúcidos - como os de Mason. E oh Deus, eles estavam em todo lugar.
Eu nem conseguia ver o assento dos meus amigos. Só aqueles rostos – e suas mãos. Pálidas, e
brilhantes mãos que se estendiam para mim. Bocas abertas como se eles fossem falar, e todos
aqueles rosto pareciam querer algo de mim.
E quanto mais eles se aproximavam de mim, mais deles eu reconhecia. Eu vi os guardiões de
Victor, os que tinham morrido quando Lissa foi resgatada. Os olhos dele eram selvagens e
assustados – com o que? Eles estavam revivendo suas mortes? Junto com eles havia crianças
que eu não reconheci de imediato. Então – eu soube. Eram elas que Dimitri e eu tínhamos
encontrado mortas depois do massacre dos Strigoi. Essas crianças tinham o mesmo olhar triste
que Mason tinha, mas seus pescoços estavam cobertos de sangue, como eles tinham estado
na casa. As cicatrizes se contrastavam com seus corpos iluminados.
O rosto deles ficou cada vez mais espesso. Embora nenhum deles tenha dito nada, parecia ter
um zumbido em minha orelha que ficou mais alta enquanto mais deles vinham. Tinham novas
figuras junto com a multidão. Elas deveriam ter se misturado com o resto, mas eles se
destacaram tanto quanto as crianças ensangüentadas.
Era a família de Lissa.
A mãe, o pai, e o irmão dela Andre. Eles pareciam exatamente do mesmo jeito que eu os tinha
visto pela ultima vez, antes do acidente. Loira. Linda. Da realeza. Como Mason, não havia
marcas da morte deles, embora eu soubesse que a batida tivesse feito algumas coisas terríveis
com eles. E como Mason, eles me olhavam com olhos tristes, sem falar mas claramente
querendo me dizer algo. Mas, diferente do que aconteceu com Mason, eu entendi a
mensagem.
Tinha uma grande mancha negro atrás de Andre que estava ficando cada vez maior. Ele
apontou para mim, e então ele apontou para aquilo. Eu soube, sem entender como eu sabia,
que era a entrada para o mundo da morte, o mundo de onde eu tinha voltado. Andre – que
tinha me idade quando morreu – apontou de novo. Os pais dele se juntaram. Eles não
precisavam falar para mim entender o que eles estavam dizendo: você não deveria ter vivido.
Você precisa voltar conosco.
Eu comecei a gritar. E a gritar.
Eu achei que alguém no avião estava falando comigo, ma seu não tinha certa, eu não
conseguia ver nada a não ser aqueles rosto, mãos, e a escuridão atrás de Andre. De vez em
quando, o rosto de Mason se materializava perto, triste e solene.Eu pedi a ajuda dele.
“Faça eles irem embora!” eu gritei. “Faça eles irem embora!”
Mas não tinha nada que ele fizesse – ou pudesse fazer. Freneticamente, eu tentava soltar meu
cinto e levantar. Os fantasmas não me tocaram, mas eles estavam muito perto, ainda
apontando com suas mãos magras. Eu levantei meus braços para me defender, gritando para
alguém me ajudar e fazer isso tudo parar.
Mas não houve ajuda. Não tinha ajuda para todas aquelas mãos e olhos profundos ou para a
dor que me consumia. Ficou tão ruim que pontos negros começaram a dançar no meu campo
de visão. Eu tive o pressentimento que eu iria desmaiar, e eu dei boas vindas a isso. Iria fazer a
dor desaparecer e me salvar daqueles rostos. Os pontos ficaram cada vez maior, e logo eu não
consegui ver mais nada. Os rostos desapareceram, assim como a dor enquanto a escuridão me
arrastava para a inconsciência

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 16)


DEZESSEIS
“Assim como você,”ele provocou.
“Yeah, mas eu só achei – “
“que eu era um humano? Por causa das marcas de mordidas?”
“Yeah,”eu admiti. Sem motivo para mentir.
“Todos nós temos que sobreviver,”ele disse. “E dhampirs são bons em encontrar meios.”
“Yeah, mas a maioria de nos vira guardiões,”eu apontei. “Especialmente os homens.” Eu ainda
não acreditava que ele era um dhampir – ou que eu não tinha sacado isto imediatamente.
Há muito tempo, dhampirs tinham nascido da relação entre humanos e Moroi. Nós somos
meio – vampiro, meio – humano. Com o passar do tempo, Moroi começaram a se manter
sepados dos humanos. Humanos evoluíam e não mais precisavam da mágica Moroi. Moroi
agora temiam se tornarem experiências humanas se fossem descobertos. Então mais nenhum
dhampir eram concebido daquela maneira, e por uma coisa estranha da genética, dhampir
tendo relações com dhampirs não podiam criar novos dhampirs.
O único meio da minha raça continuar reproduzir era através da combinação Moroi e dhampir.
A lógica normal faria você pensar que um dhampir e um Moroi fariam crianças que seriam ¾
Moroi. Não. Nos nascemos com genes perfeitos de dhampirs, meio a meio, misturando os
melhores traços das duas raças. A maioria dos dhampirs são de mulheres dhampirs e homens
Moroi. Por séculos, essas mulheres tinham mandado suas crianças para serem criados em
outro lugar, assim as mães poderiam voltar a serem guardiãs. Isso foi o que a minha tinha
feito.
Com o passar do tempo, entretanto, algumas mulheres dhampirs tinham decidido que elas
queriam criar seus filhos elas mesmas. Elas se recusavam a serem guardiãs e ao invés disso se
juntavam em comunidades. Foi isso que a mãe de Dimitri tinham feito. Muitos dos feios
rumores que rodeavam essas mulheres eram causados pela freqüente visita de homens Moroi
na esperança de conseguir sexo barato. Dimitri tinha me dito que um monte essas historias
eram exageradas e que a maioria das mulheres dhampirs não eram assim fáceis. Os rumores
vinham do fato que essas mulheres eram quase sempre mães solteiras que não tinham
nenhum contato com o pai de suas crianças – e porque algumas dhampirs deixavam Moroi
beber sangue durante o sexo. Isso era uma coisa pervertida e suja na nossa cultura e foi onde
o apelido para essas dhampirs não – guardiãs tinha começado: meretrizes do sangue.
Mas eu nunca tinha pensado sobre um homem meretriz do sangue.
Minha mente estava rodando. “A maioria dos caras que não querem ser guardiões apenas
fogem,”eu disse. Era raro, mas acontecia. Caras driblavam a guarda do colégio e desapareciam
para se esconderem entre os humanos. Era outra coisa vergonhosa.
“Eu não quis fugir,”Ambrosa falou, parecendo muito divertido com tudo isso. “Mas eu também
não queria lutar com Strigoi. Então eu sai.”
Ao me lado, Lissa estava atordoada. Meretrizez do sexo ficavam as margens do nosso mundo.
Tendo um bem em frente a ela – ainda mais um cara – era incrível.
“Isso é melhor que ser um guardião?” eu perguntei com descrença.
“Bem, vamos ver. Guardiões passam todo o seu tempo cuidando dos outros, arriscando suas
vidas, e calcando sapatos ruins. Eu? Eu tenho sapatos bons, estou atualmente massageando
uma bonita garota, e durmo em uma incrível cama.”
Eu fiz uma careta. “Não vamos falar sobre onde você dorme, ok?”
“E dar sangue não é assim tão ruim quanto você pensa. Eu não dou tanto quanto um
alimentador, mas a sensação é bem legal.”
“Também não vamos falar sobre isso,” eu disse. De jeito nenhum eu ia admitir que eu sabia
que as mordidas dos Moroi realmente eram “bem legais.”
“Legal. Mas pode dizer o que quiser, minha vida é boa.” Ele me deu um sorriso torto.
“Mas as pessoa não agem, como ... bem, você não se importa com elas?elas devem dizer
coisas ...”
“Oh sim,”ele concordou. “Coisas horríveis. Eu já fui chamado de muitos nomes feios. Mas você
sabe com o quem eu mais sofro? Com outros dhampirs. Moroi tendem a me deixar só.”
“Isso é porque eles não entendem o que é ser um guardião, como isso é importante.”ocorreu a
mim, com alguma desconforto, que eu soava exatamente como minha mãe. “Isso é o que os
dhampirs estão destinados a fazer.”
Ambrose levantou, desdobrando suas pernas e me dando uma visão total dos músculos de seu
peito. “Você tem certeza? Você gostaria de descobrir o que realmente você esta destinada a
fazer? Eu conheço alguém que poderia se capaz de te dizer.”
“Ambrose, não faça isso.” Gemeu a manicure de Lissa. “Aquela mulher é louca.”
“Ela é psíquica. Eve.”
“Ela não é psíquica, e você não pode levar a princesa Dragomir para vê-la.”
“A própria rainha foi a ela para se aconselhar,” ele argumentou.
“Isso foi um erro também,” Eve murmurou.
Eu e Lissa trocamos olhares. Ela tinha se apegado na palavra psíquica. Psíquicos e adivinhos
eram geralmente considerados com a mesma descrença que os fantasmas – exceto que eu e
Lissa tínhamos recentemente aprendido que habilidades psíquicas que nós anteriormente
acreditávamos ser fantasia eram na verdade parte do espírito. Esperança de que ela poderia
ter tropeçado em outro usuário de espírito passou por Lissa.
“Nós adoraríamos ver uma psíquica. Nós podemos ir? Por favor?”Lissa olhou para um relógio
próximo. “E logo? Nós temos um vôo para pegar.”
Eve claramente pensava que isso era um desperdício de tempo, mas Ambrose mal podia
esperar para nos mostrar. Nos recolocamos nossos tênis e fomos levadas da área de
massagem. As salas do SPA ficavam em um labirinto de corredores atrás do salão dianteiro, e
nós logo nos encontramos em outro labirinto que era ainda mais longo.
“Não há direções aqui,”eu disse enquanto andávamos passando por portas fechadas. “Para o
que são esses quartos?”
“Tudo e qualquer coisa pelas quais pessoas irão pagar,”ele disse.
“Como o que?”
“Ah, Rose. Você é tão inocente.”
Nos finalmente alcançamos uma porta no final do corredor. Nos entramos e encontramos uma
pequena sala que tinha apenas uma mesa. A porta fechou atrás de nos. Um Moroi na mesa nos
olhou, obviamente reconhecendo Ambrose. Ele andou ate ela, e eles dois tiveram uma
silenciosa discussão enquanto ele tentava fazer ela nos deixar entrar. Lissa virou para mim,
mantendo a voz baixa. “O que você esta pensando?”
Meus olhos estavam em Ambrose. “Que todos esses músculos são um desperdício.”
“Esqueça já essa coisa de meretriz de sangue. Eu estou falando sobre essa coisa de psíquica.
Voce acha que achamos outro usuário do espírito?” ela perguntou avidamente.
“Se um festeiro como Adrian pode ser um usuário de espírito, então uma mulher que lê o
futuro provavelmente também é.”
Ambrose retornou para nós, sorrindo. “Suzanne ficou feliz em encaixar vocês no horário antes
de seu vôo. Será em apenas um minuto enquanto Rhonda acaba com o seu atual cliente.”
Suzanne não parecia muito feliz em nos encaixar, mas eu não tinha tempo para ponderar isso
porque a porta a outra porta abriu e uma idoso Moroi saiu,encantado. Ele deu a Suzzane
dinheiro, acenou para o resto de nos, e saiu. Ambrose levantou e fez um largo movimento para
a porta.
“A vez de vocês.”
Eu e Lissa entramos na outra sala. Ambrose nos seguiu e fechou a porta atrás de nos. Era como
andar para dentro do coração de alguém. Tudo era vermelho. Carpete vermelho de pelúcia,
um sofá de veludo vermelho, papel de parede vermelho bordado com ouro, e almofadas de
cetim vermelho no chão. Sentada nas almofadas estava uma Moroi em seus quarenta, com
cabelos pretos ondulados e olhos igualmente negros. Havia um frado tom de oliva em sua
pele, mas seu aspecto geral era pálido, como todos os Moroi. Sua roupa preta formava um
contraste total com o quarto vermelho, e jóias da cor das minhas unhas brilhavam em seu
pescoço e mãos. Eu esperava que ela falasse com uma voz fantasmagórica e misteriosa – uma
com um exótico acento – mas suas palavras soaram suavemente americanas.
“Por favor, sentem.” Ela apontou para algumas almofadas do outro lado dela. Ambrose sentou
no sofá. “Quem voce trouxe?” ela perguntou a ele enquanto eu e Lissa sentávamos.
“Princesa Vasilisa Dragomir, e a sua futura guardiã Rose. Elas precisam de uma leitura rápida
do futuro.”
“Porque voce sempre que apressar as coisas?” Rhonda perguntou.
“Hey, não sou eu. Ela tem um avião para pegar.”
“Seria a mesma coisa se não tivessem. Voce sempre esta com presa.”
Eu afastei meu choque como o quarto o suficiente para prestar atenção na simples provocação
deles e o cabelo similar. “vocês são parentes?”
“esta é minha tia,”Ambrosa disse ternamente. “Ela me adora.”Rhonda rolou os olhos.
Isto era uma surpresa. Dhampirs raramente tinham contato com o resto de suas famílias,mas
entretanto, Ambrose não era muito normal. Lissa estava intrigada com tudo isso também, mas
seu interesse era diferente do meu. Ela estava estudando Rhonda intensamente, tentando
encontrar qualquer indicação que a mulher pudesse ser uma usuária de espírito.
“Você é uma cigana? Eu perguntei.
Rhonda fez uma careta e começou a embaralhar as cartas. ‘eu sou de Roma,”ela disse. “Um
monte de pessoas nos chamas de ciganos, apesar do termo não ser precisamente correto. E
realmente, eu sou primeiro Moroi.” Ela embaralhou um pouco mais as cartas, então as deu
para Lissa.
“Corte, por favor.”
Lissa ainda estava encarando, meio esperando que ela pudesse ver a aura. Adrian podia sentir
outros usuários de espírito, mas ela ainda não tinha essa habilidade. Ela cortou o baralho e o
devolveu. Rhonda juntou o baralho e pegou três cartas para Lissa.
Eu me inclinei para frente. “Legal.”elas eram cartas de taro. Eu não sabia muito sobre elas,
apenas que elas supostamente tinham poderes mágicos e podiam dizer o futuro. Eu não
acreditava nessas coisas muito mais do que eu já tinha acreditado na religião, mas porem, ate
recentemente, eu nunca tinha acreditado em fantasmas, também.
As três cartas eram a Lua, a Imperatriz, e o Ás de copas. Ambrose se inclinou por cima do meu
ombro para olhar as cartas. “Ooh,”ele disse. “Muito interessante.”
Rhonda olhou para ele. “Silencio. Voce não sabe sobre o que esta falando.” Ela voltou para as
cartas e apontou para o Ás de Copas. “Você esta na beira de um novo começo, um
renascimento de grande poder e emoção. Sua vida ira mudar, mas esta será uma chance que a
levera em uma direção que, mesmo difícil, ira no final das contas iluminar o mundo.”
“Whoa,’eu disse.
Rhonda então apontou para a Imperatriz. “Poder e liderança estão a sua frente, o que voce ira
conduzir com graça e inteligência. As sementes já estao no lugar, entretanto há uma margem
de incerteza – um enigmático jogo de influencias que esta ao seu redor como uma nevoa. “A
atenção dela estava na Lua quando ela disse aquelas palavras. “ Mas munha impressão geral é
que esses fatores não a deterão de seu destino.”
Os olhos de Lissa estavam arregalados. ‘Você pode falar isso só pelas cartas?”
Rhonda encolheu os ombros. “Esta mas cartas, sim, mas eu também tenho um dom que me
deixa ver alem das forças que as pessoas normais percebem.”
Ela embaralhou as cartas de novo e entao as deu para eu cortar. Eu cortei, e ela tirou três
cartas a mais. O Nove de Espadas, o Sol, e o Ás de Espadas. A carta do Sol estava de cabeça
para baixo.
Agora, eu não sabia nada sobre essas coisas, mas eu imediatamente tinha o sentimento de
que eu estava a ponto de receber um tratamento injusto comparado ao de Lissa. A carta da
Imperatriz tinha mostrado uma mulher em um longo vestido, com estrelas na cabeça. A Lua
tinha mostrado uma lua cheia com dois cachorros debaixo, e o Ás de Copas tinham um cálice
enfeitado cheio de flores.
Enquanto isso, meu Nove de Espadas mostrava uma mulher chorando na frente de uma
parede de espadas, e o Ás de Espadas era uma entediante mão segurando uma espada de
ferro plana. O Sol pelo menos parecia alegre. Tinha o que parecia um anjo calvagando um
cavalo branco, com um brilhante sol incandescente acima.
“isso não esta de cabeça para baixo?” Eu perguntei.
“Não,”ela disse, olhos nas cartas. Depois de vários momentos de pesado silencio, ela disse,
“Você ira destruir aquilo que é morto – vivo.”
Eu esperei uns trintas secundos para ela continuar, mas ela não continuou. “Espera, é isso?”
Ela confirmou. “É isso que as cartas dizem.”
Eu apontei para elas. “Parece que elas tinham muito mais para dizer do que isso. Voce deu a
Lissa toda uma enciclopédia de informação de valor! E eu já sei que eu vou matar mortos –
vivos. Esse é o meu trabalho.” Ruim o bastante eu tinham conseguido uma sorte minúscula.
Isso foi totalmente não original.
Rhonda encolheu os ombros, como se isso fosse algum tipo de explicação.
Eu comecei a dizer a ela que era melhor nem mesmo pensar em me cobrar por essa leitura de
merda quando houve uma leve batida na porta. ela abriu, e para minha surpresa, Dimitri
colocou sua cabeça dentro. Seus olhos caíram em mim e Lissa. “Ah, eles disseram que vocês
estavam aqui.” Ele entrou e notou Rhonda. Para minha surpresa de novo, ele deu a ela um
pequeno aceno de respeito e disse muito polidamente, “Me desculpe por interromper, mas eu
preciso levar essas duas para o avião.”
Rhonda o examinou - mas não do tipo dando uma sacada nele. Era mais como ele fosse um
mistério que ela queria decifrar. “Não tem nada para se desculpar. Mas talvez você tenha
tempo para uma leitura?”
Com nossas visões semelhantes sobre religião, eu esperei que Dimitri dissesse a ela que ele
não tinha tempo para uma fraude. Porem o olhar nos rosto dele ficou serio, e ele finalmente
confirmou com a cabeça, sentando ao meu lado, me deixando sentir o doce cheiro de couro e
loção por barba. “Obrigado.” Suas palavras ainda era muito polidas.
“Eu serei breve.”Rhonda já estava embaralhando minha inúteis cartas. Em um tempo recorde,
ela as tinha prontas para cortar e tirar as três cartas na frente de Dimitri. O Cavaleiro de Paus,
a Roda da Fortuna, e o Cinco de Copas. Eu não pude deduzir nada dessa vez. O Cavaleiro de
Paus era o que soava, um homem nas costas de um cavalo com uma longa lança de madeira.
A Roda da Fortuna era um circulo com estranhos símbolos que flutuavam nas nuvens. O Cinco
de Copas mostrava cinco xícaras derramando algum tipo de liquido enquanto um homem
estava de costas para elas.
Ela passou os olhos pelas cartas, olhou para Dimitri, então voltou para as cartas. A expressão
dela estava em branco. “Você ira perder o que você mais valoriza, então aprecie isso enquanto
você pode.” Ela apontou para a carta Roda da Fortuna. “A roda esta girando, sempre girando.”
A leitura não estava tão boa quanto a de Lissa, mas ele tinha conseguido muito mas coisa do
que eu. Lissa me acotovelou em uma advertência silenciosa para ficar quieta, o que
primeiramente me assustou. Sem mesmo perceber, eu tinha aberto minha boca para
protestar. Eu a fechei e fiz cara feia.
O rosto de Dimitri estava escuro e pensativo enquanto ele olhava para as cartas. Eu não sabia
se ele sabia algo sobre isso, mas ele estava olhando para as imagens como se elas realmente
guardassem todos os segredos do mundo. Finalmente, ele deu a Rhonda outro aceno de
respeito. “Obrigada.”
Ela acenou de volta, e então nos três nos levantamos para pegar o nosso vôo. Ambrose nos
disse que as leituras tinham sido por conta dele e que ele se resolvia com Suzanne depois.
“Isso valeu a pena,” ele me disse. “Valeu a pena ver você pensar dias vezes sobre o seu
destino.”
Eu ridicularizei. “Nenhuma ofensa, mas essas cartas não me fizeram muito sobre qualquer
coisa.” Como tudo mais, isso só o fez rir.
Nós estamos quase saindo da pequena sala de Suzanne quando Lissa de repente lançou-se de
volta pela porta aberta de Rhonda. Eu a segui logo depois.
“Um, com licença,” Lissa disse.
Rhonda olhou para cima enquanto embaralhava de novo, seu rosto se agitou.
“Sim?”
“isso vai soar estranho, mas ... um, você poderia me dizer em qual elemento você se
especializou?”
Eu podia sentir Lissa segurando a respiração. Ela queria tanto, tanto que Rhonda dissesse que
ela não tinha se especializado, o que era freqüentemente um sinal de ter espírito. Havia ainda
tanto para aprender, e Lissa amava a idéia de encontrar outros que poderiam ensiná-la – e ela
amava especialmente a idéia de alguém ensinando-a a predizer o futuro.
“Ar,”disse Rhonda. Uma leve brisa passou pelo nosso cabelo para provar. “Porque?”
Lissa soltou a respiração, desapontamento me inundando pelo nosso laço. “Nenhum razão.
Obrigada de novo.”