segunda-feira, 5 de março de 2012

A.Vampiro - tocada pelas sombras

considerado o melhor livro ate agora. Academia de Vampiro - Tocada Pelas Sombras


UM
Os dedos dele deslizavam pelas minhas costas, aplicando quase nenhuma pressão, ainda sim
mandando ondas de choque pela minha pele. Devagar, devagar, as mãos deles se moveram na
minha pele, para o lado do meu estomago para finalmente descansar nas curvas do meu
quadril. Abaixo da minha orelha, eu senti seus lábios se pressionarem contra o meu pescoço,
seguido por outro beijo um pouco mas abaixo, então outro, e outro...
Os lábios dele se moveram do meu pescoço em direção a minha bochecha e então finalmente
encontrou minha boca. Ele beijou, nos enrolando mais perto um do outro. Meu sangue ferveu,
e eu me senti mais viva naquele momento do que eu jamais havia me sentido. Eu o amava,
amava Christian tanto que -
Christian?
Oh não.
Alguma parte coerente de mim imediatamente percebeu o que estava acontecendo – e cara,
eu estava furiosa. O resto de mim, no entanto, ainda estava vivendo esse encontro, sentindo
como se eu estivesse sendo tocada e beijada. Essa parte de mim não conseguia escapar. Eu
emergi tanto em Lissa, e para todas as intenções e propósitos, isso estava acontecendo
comigo.
Não, eu disse a mim mesma firmemente. Não é real – não pra você. Saia daí.
Mas como eu podia ouvir a lógica quando cada nervo do meu corpo estava sendo colocado em
chamas?
Você não é ela. Essa não é a sua cabeça. Sai daí.
Os lábios dele. Não havia nada no mundo no momento a não ser os lábios dele.
Não é ele. Sai daí.
Os beijos eram os mesmos, exatamente os que eu lembrada de ter feito com ele...
Não, não é Dimitri. Saí daí!
O nome de Dimitri era como água fria acertando o meu rosto. Eu saí.
Eu sentei na cama, de repente me sentindo sufocada. Eu tentei chutar as cobertas mas a maior
parte acabou se enrolando nas minhas pernas ainda mais. Meu coração batia com força no
meu peito, e eu tentei respirar fundo para me firmar e voltar para minha própria realidade.
Os tempos com certeza mudaram. A muito tempo atrás, os pesadelos de Lissa eram o que me
acordavam a noite. Agora era a vida sexual dela. Dizer que os dois eram diferentes não seria
atenuação. Eu na verdade peguei o jeito de bloquear os seus encontros românticos – pelo
menos quando eu estava acordada. Dessa vez Lissa e Christian tinham (sem intenção) me
enganado. No sono, minhas defesas abaixam, permitindo que emoções fortes passem pela
ligação que me conecta com minha melhor amiga. Isso não seria um problema se os dois
estivessem na cama como pessoas normais – e por “na cama,” eu quero dizer “dormindo.”
“Deus,” eu murmurei, sentando e balançando minhas pernas no lado da cama. Minha voz
estava abafada por um bocejo. Lissa e Christian não podiam manter suas mãos longe um do
outro até a hora de todos estarem de pé?
Pior do que ser acordada, no entanto, era o jeito que eu ainda me sentia. Claro, nada daquela
pegação tinha acontecido comigo. Não era a minha pele que ele havia tocado nem meus lábios
que haviam sido beijados. E ainda sim meu corpo parecia sentir pesar. Fazia muito tempo
desde que eu não me encontrava nesse tipo de situação. Eu me sentia dolorida e com calor.
Era idiota, mas de repente, desesperadamente, eu queria que alguém me tocasse – mesmo
que fosse só para me segurar. Mas definitivamente não Christian. A memória dos lábios dele
nos meus voltaram para minha mente, como eles eram, e como eu dormindo tinha tido tanta
certeza que era Dimitri quem me beijava.
Eu me levantei com as pernas tremendo, me sentindo inquieta e....bem, triste. Triste e vazia.
Precisando me livrar do meu humor estranho, eu pus um roupão, chinelos e sai do meu quarto
e fui para o banheiro no fim do corredor. Eu joguei água fria no meu rosto e encarei o espelho.
O reflexo olhando de volta para mim tinha um cabelo embaraçado e olhos vermelhos. Parecia
que eu não havia dormido, mas eu não queria voltar para cama. Eu não queria arriscar pegar
no sono ainda. Eu precisava de algo para me acordar e me distrair do que eu tinha visto.
Eu sai do banheiro e me virei para a escadaria, meus pés dando passos leves enquanto eu
descia. O primeiro andar do meu dormitório ainda estava silencioso. Era quase meio dia – o
meio da noite para os vampiros, já que o horário deles é noturno. Indo para a beirada do
corredor, eu dei uma olhada no lobby. Estava vazio, a não ser pelo homem Moroi que bocejava
e estava sentando na recepção.
Ele folheava uma revista, ainda consciente por pouco. Ele chegou no fim da revista e bocejou
de novo. Virando em sua cadeira giratória, ele jogou a revista na mesa atrás dele e alcançou
algo que deveria ser mais alguma coisa pra ler.
Enquanto ele estava virado de costas, eu passei por ele e fui em direção a porta dupla que
dava para fora. Rezando para a porta não ranger, eu cuidadosamente abri uma brecha, apenas
o suficiente para passar. Lá fora, eu fechei a porta o mais gentilmente possível. Nada de
barulho. No máximo, o cara ia sentir um vento. Me sentindo como uma ninja, eu fui para o
meio da luz do dia.
O frio invernal bateu no meu rosto, mas era exatamente isso que eu precisava. Os galhos sem
folhas das arvores oscilavam no vento, arranhando as laterais do dormitório como unhas. O sol
batia em mim entre nuvens, me lembrando que eu deveria estar na cama e dormindo.
Piscando por causa da luz, eu puxei meu roupão para mais perto e andei ao lado do prédio, em
direção a um ponto no ginásio que não estava muito exposto a todos esses elementos. A lama
na calçada afundou no meu chinelo, mas eu não me importei.
Eh, era um típico e miserável inverno em Montana, mas esse era o ponto. O ar fez muito para
me acordar e afastar os restos da cena virtual de amor. Além do mais, me manteve filme em
minha própria mente. Me focando no frio em meu corpo era melhor que lembrar como era ter
as mãos de Christian em mim. Parada ali, olhando para um grupo de arvores sem realmente
ver elas, eu estava surpresa de sentir um pouco de raiva contra Lissa e Christian. Deve ser
bom, eu pensei amargamente, fazer o que diabos você quiser. Lissa comentava
frequentemente que ela queria sentir minha mente e experiências do jeito que eu sentia as
dela. A verdade era, que ela não tinha idéia da sorte que ela tinha. Ela não fazia idéia de como
era ruins os pensamentos de outra pessoas invadirem o seu, a experiência de outra pessoa se
confundindo com a sua. Ela não sabia como era viver a vida amorosa perfeita de outra pessoa
quando a sua não existe. Ela não entendia ser preenchida por um amor tão forte que fazia seu
peito doer – um amor que você só podia sentir não expressar. Manter o amor enterrado era
como manter a raiva enclausurada, eu aprendi. Te corrói por dentro até que você quer gritar e
chutar algo.
Não, Lissa não entendida nada disso. Ela não precisava. Ela podia manter seus casos
românticos, sem se importar com o que ela estava fazendo comigo.
Eu notei que eu estava respirando pesado de novo, dessa vez com raiva. O sentimento
repulsivo que eu tinha tido por sentir o pegação noturna de Lissa e Christian tinha sumido.
Havia sido substituído por raiva e inveja, sentimentos nascidos de algo que eu não podia ter e
que era tão fácil para ela. Eu fiz o possível para empurrar aquelas emoções de volta; eu não
queria me sentir daquele jeito em relação a minha melhor amiga.
“Você é sonâmbula?” uma voz perguntou atrás de mim.
Eu me virei, encarei. Dimitri estava parado ali me observando, parecendo divertido e curioso. É
de se imaginar que enquanto eu estava me corroendo devido a injustiça da minha vida
amorosa, a fonte desses problemas iria me encontrar. Eu não ouvi ele se aproximar. Lá se vai
minhas habilidades ninjas. E honestamente, eu teria morrido por ter penteado o cabelo antes
de sair? Com pressa, eu passei minha mão no meu longo cabelo, sabendo que era um pouco
tarde. Provavelmente parecia como se um animal tivesse morrido em cima da minha cabeça.
“Eu estava testando a segurança do dormitório,” eu disse. “É uma droga.”
Uma idéia de sorriso se mostrou no rosto dele. O frio estava realmente começando a ter
efeitos em mim, e eu não pude deixar de notar o quão quente o seu longo casaco de couro
parecia. Eu não teria me importando em me enrolar ao redor dele.
Como se ele estivesse lendo a minha mente, ele disse,”Você de estar congelando. Você quer
meu casaco?”
Eu balancei a cabeça, decidindo não mencionar que eu não conseguia sentir meus pés. “Estou
bem. O que você está fazendo aqui?Você também está testando a segurança?”
“Eu sou a segurança. É o meu turno.”Turnos de guardiões sempre patrulhavam a escola
enquanto todos dormiam. Strigoi, vampiros vivo-mortos que perseguiam os vampiros vivos
Moroi como Lissa, não saiam na luz do sol, mas estudantes que quebram regras – vamos dizer,
tipo, saindo dos seus dormitórios – era um problema dia e noite.
“Bem, bom trabalho,” eu disse. “Estou feliz por ter testado alguém tão habilidoso. Eu deveria ir
agora.”
“Rose-“ Dimitri pegou meu braço, e apesar de todo o vendo e frio, calor passou por mim. Ele
me soltou rapidamente, como se ele também tivesse se queimado.
“O que você realmente está fazendo aqui?”
Ele estava usando a voz “pare de brincadeiras,” então eu dei a ele um olhar pensativo e
respondi como pude. “Eu tive um sonho ruim. Precisava de ar.”
“Então você simplesmente saiu. Quebrar as regras nem passou pela sua cabeça – e você nem
pos um casaco.”
“É,” eu disse.”Isso basicamente resumi tudo.”
“Rose,Rose.” Dessa vez era uma voz exasperada. “Você nunca muda. Sempre agindo sem
pensar.”
“Isso não é verdade,” eu protestei. “Eu mudei bastante.”
A diversão no rosto dele de repente desapareceu, a expressão dele ficou perturbada. Ele me
estudou por vários segundos. As vezes eu sentia como se aqueles olhos pudesse ver dentro da
minha alma. “Você está certa. Você mudou.”
Ele não parecia muito feliz com essa admissão. Ele provavelmente estava pensando sobre o
que tinha acontecido quase a três semanas atrás, quando alguns dos meus amigos e eu
tínhamos sido seqüestrados por Strigoi. Foi apenas por um golpe de sorte que conseguimos
escapar – e não foi todos nós. Mason, um bom amigo meu e um cara que era louco por mim,
tinha sido morto, e uma parte de mim nunca se perdoaria por isso, mesmo que eu tivesse
matado os responsáveis pela morte dele.
Isso havia me dado uma visão obscura da minha vida. Bem, tinha dado a todos aqui da
Academia St. Vladimir uma visão obscura, mas para mim especialmente. Outros começaram a
notar a diferença em mim. Eu não gostava de ver Dimitri preocupado, no entanto, então eu
brinquei com a sua observação com uma piada.
“Bem, não se preocupe. Meu aniversário está chegando. Assim que eu tiver 18 anos, eu serei
uma adulta, certo? Tenho certeza que vou acordar naquela manhã toda madura e tudo mais.”
Como eu esperava, ele se franziu em um pequeno sorriso. “Sim, eu tenho certeza. Que é,
daqui a um mês?”
“31 dias,” eu anunciei com exatidão.
“Não que você esteja contando.”
Eu dei nos ombros, e ele riu.
“E eu suponho que você também tenha feito uma lista de aniversário. Dez folhas?Espaço
único? Organizada por ordem de prioridade?” O sorriso ainda estava no rosto dele. Era um dos
relaxados, e genuínos sorrisos que eram tão raro de ver.
Eu comecei a fazer outra piada, mas a imagem de Lissa e Christian apareceu na minha mente
de novo. O sentimento triste e de vazio em meu estomago retornou. Qualquer coisa que eu
quisesse – novas roupas, um iPod, tanto faz – de repente pareciam trivial. O que coisas
matérias como essas significavam comparadas com a coisa que eu mais queria? “Deus, eu
realmente mudei.
“Não,” eu disse baixinho. “Nada de lista.”
Ele inclinou sua cabeça para me olhar melhor, fazendo um pouco do seu cabelo cumprido cair
em seu rosto. O cabelo dele era marrom, como o meu, mas não tão escuro. O meu parecia
preto as vezes. Ele colocou o cabelo para trás, apenas para fazer eles voltarem imediatamente
para seu rosto. “Eu não posso acreditar que você não quer nada. Vai ser um aniversário
chato.”
Liberdade, eu pensei. Era o único presente que eu esperava, liberdade para fazer minhas
próprias escolhas. Liberdade para amar quem eu quisesse.
“Não importa,” eu disse ao invés.
“O que você –“ Ele parou. Ele entendeu. Ele sempre entendia. Era parte do porque nós nos
conectávamos como nos conectávamos, apesar dos 7 anos de distancia entre nossas idades.
Nós tínhamos nos apaixonado quando ele era meu instrutor de luta. Quando as coisas
esquentaram entre nós, descobrimos que tínhamos mais para nos preocupar do que só nossa
idade. Nós dois iríamos proteger Lissa quando ela se formasse, e não podíamos deixar nossos
sentimentos um pelo outro nos distrair quando ela era a prioridade.
É claro, era mais fácil falar do que fazer porque eu não achei que nossos sentimentos um pelo
outro algum dia fossem desaparecer. Nós dois tínhamos momentos de fraqueza, momentos
que levavam a beijos roubados ou dizer coisas que nós realmente não deveríamos. Depois que
eu escapei dos Strigoi, Dimitri havia me dito que ele me amava e tinha basicamente admitido
que ele nunca poderia ficar com mais ninguém por causa disso. Ainda sim,também tinha se
tornado claro que nós ainda não podíamos ficar juntos, e ambos nos escondemos em nossos
antigos papeis de nos manter longe um do outro e fingir que nossa relação era estritamente
profissional.
Em uma tentativa não muito obvia de tentar mudar de assunto, ele disse, “você pode negar o
quanto quiser,mas eu sei que você está congelando. Vamos entrar. Eu levo você por trás.”
Eu não pude deixar de me sentir um pouco surpresa. Dimitri raramente evitava assuntos
desconfortáveis. Na verdade, ele era notório por me forçar a entrar tópicos que eu não queria
lidar. Mas falar sobre nossa relação malfadada e defeituosa? Esse era um lugar que ele
aparentemente não queria ir hoje. É. As coisas definitivamente estão mudando.
“Eu acho que é você quem está com frio,” eu provoquei,enquanto nós andávamos do lado do
dormitório onde os guardiões novatos viviam. “Você não deveria ser resistente e tudo mais já
que você veio da Siberia?”
“Eu não acho que a Siberia é exatamente como você imagina.”
“Eu imagino que seja o paraíso do gelo,” eu disse pensativa.
“Então definitivamente não é como você imagina.”
“Você sente falta?” eu perguntei, olhando para onde ele andava ao meu lado. Era algo que eu
nunca tinha considerado antes. Na minha mente, todos iriam querer viver nos EUA ou,bem,
eles pelo menos não iriam querer viver na Siberia.
“Todo o tempo,” ele disse, sua voz um pouco desejosa. “As vezes eu desejo-“
“Belikov!”
Uma voz foi carregada pelo vento atrás de nós. Dimitri murmurou algo, então ele me
empurrou para o canto que eu tinha acabado de passar. “Fique fora de vista.”
Eu me abaixei em um espaço perto de três arvores que ladeavam o prédio. Elas não tinham
nenhuma ponta, mas as grossas aglomerações de folhas pontudas e afiadas me arranhavam
onde minha pele estava exposta. Considerando a temperatura congelante ou possibilidade da
descoberta do meu passeio a meia noite, alguns arranhões eram o menor dos meus problemas
agora.
“Você não está de guarda,” eu ouvi Dimitri dizer depois de vários segundos.
“Não, mas eu precisava falar com você.” Eu reconheci a voz. Era de Alberta, capita dos
guardiões da Academia. “Só vai levar um minuto. Nós precisamos misturar alguns dos turnos
enquanto você estiver no julgamento.”
“Eu imaginei,” ele disse. Tinha um tom engraçado quase desconfortável na voz dele. “Eu vou
ter que dar um tempo em todo o resto – timing ruim.”
“Sim, bem, a rainha funciona em seu próprio horário.” Alberta parecia frustrada, e eu tentei
descobrir o que estava acontecendo. “Celeste vai assumir seus turnos, e ela e Emil vão dividir
seus horários de treinamento.”
Horários de treinamento? Dimitri não iria me treinar semana que vez porque – Ah.Era isso, eu
percebi. A experiência de campo. Amanha iria começar seis semanas de pratica para os
novatos. Nós não teríamos aula e teríamos que proteger Moroi noite e dia enquanto os
adultos nos testavam. Os “horários de treinamento” devia ser quando Dimitri deveria
participar disso. Mas o que era esse julgamento que ela tinha mencionado? Ela como os
exames que nós tínhamos que passar no final do ano escolar?
“Eles falaram que não se importam com o trabalho extra,” continuou Alberta, “mas eu estava
imaginando se você podia acertar as coisas e diminuir um pouco do peso deles antes de você
partir?”
“Claro,” ele disse, palavras ainda curtas e duras.
“Obrigado. Eu acho que isso vai ajudar.” Ela suspirou. “Eu queria saber quanto tempo vai levar
o julgamento. Eu não quero ficar longe por tanto tempo.Era de se esperar que fosse um
negocio acertado com Dashkov, mas agora eu ouvi que a rainha está ficando nervosa sobre
colocar na prisão um importante da realeza.”
Eu endureci. Um calafrio que não tinha nada a ver com o frio percorreu meu corpo. Dashkov?
“Eu tenho certeza que eles vão fazer a coisa certa,” disse Dimitri. Eu percebi naquele momento
porque ele não estava falando muita coisa.Isso não era algo que eu deveria saber.
“Eu espero que sim. E eu espero que só leve alguns dias, como eles falaram. Olha, aqui está
horrível. Você se importa de ir até o escritório por um segundo para que possamos olhar os
horários?”
“Claro,” ele disse. “Só me deixe checar uma coisa primeiro.”
“Está certo.Vejo você logo.”
Silencio caiu, e eu assumi que Alberta estava se afastando. Como não podia deixar de ser,
Dimitri deu a volta no canto e parou na frente do arbusto. Eu levantei do ponto em que estava
escondida. O olhar no rosto dele me disse que ele já sabia o que estava por vir.
“Rose-“
“Dashkov?” eu exclamei, tentando manter minha voz baixa para que Alberta não nos ouvisse.
“Como em Victor Dashkov?”
Ele nem se incomodou em negar. “Sim. Victor Dashkov.”
“E vocês estavam falando sobre...você quer dizer...”Eu estava tão surpresa, tão abismada que
eu mal podia formar palavras. Isso era inacreditável. “Eu pensei que ele estava preso!Você está
dizendo que ele não foi julgado ainda?”
Sim. Isso definitivamente era inacreditável. Victor Dashkov. O cara que tinha seqüestrado e
torturado o corpo e a mente de Lissa para poder controlar os poderes dela. Cada Moroi usa
um dos quatro elementos da magia: terra, ar, água ou fogo. Lissa, no entanto, usava um quinto
elemento chamado Espírito. Ela podia curar qualquer coisa – incluindo os mortos. Era a razão
pela qual eu estava psiquicamente ligada a ela agora – “shadow-kissed,” alguns chama. Ela me
trouxe de volta de um acidente de carro que tinha matado seus pais e seu irmão, nos ligando
em um jeito que me permite sentir os pensamentos e experiências dela.
Victor soube antes de qualquer um de nós que ela podia curar, e ele queria prender ela e a
usar como sua própria fonte da juventude. Ele também não hesitou em matar qualquer um
que esteve em seu caminho – ou, no caso Dimitri e eu, usar jeitos mais criativos de nos parar.
Eu fiz muitos inimigos em 17 anos,mas eu tinha certeza que não tinha nenhum que eu odiasse
mais que Victor Dashkov – pelo menos entre os vivos.
Dimitri tinha um olhar em seu rosto que eu conhecia bem. Era o que ele tinha quando ele
achava que eu ia socar alguém.”Ele esteve preso - mas não, não houve um julgamento
ainda.Os procedimentos legais as vezes demoram bastante.”
“Mas vai haver um julgamento agor? E você vai?” Eu falei por entre os dentes, tentando ficar
calma. Eu suspeitei que eu ainda tinha aquele “eu vou socar alguém” olhar no meu rosto.
“Semana que vem. Eles precisam que eu e alguns dos outros guardiões testemunhem sobre o
que aconteceu com você e Lissa aquela noite.” A expressão dele mudou a menção sobre o que
tinha acorrido 4 meses atrás, e de novo, eu reconheci o olhar. Era um olhar selvagem e
protetor que ele adquiria quando aqueles que ele gostava estavam em perigo.
“Me chame de louca por perguntar, mas, um, Lissa e eu vamos com você?” Eu já tinha
adivinhado a resposta, e eu não gostei.
“Não.”
“Não?”
“Não.”
Eu pus as mãos nos meus quadris. “Olha,não parece razoável que se você vai falar sobre o que
aconteceu conosco, então eles devessem ter a gente lá?”
Dimitri, ligando seu modo instrutor, balançou a cabeça. “A rainha e alguns dos outros
guardiões pensaram que fosse melhor que vocês não fossem. Tem evidencias o suficiente
entre nós, e além do mais, criminoso ou não, ele é – ou era – um dos mais poderosos da
realeza no mundo. Os que sabem sobre esse julgamento querem manter discrição.”
“Então, o que, você acha que se nos levar vamos contar pra todo mundo?” eu exclamei. “Anda,
camarada.Você realmente acha que faríamos isso? A única coisa que queremos ver é Victor
preso. Pra sempre. Talvez mais tempo. E se tem uma chance de que talvez ele se safe, você
tem que nos deixar ir.”
Depois que Victor foi pego, e levado para prisão, eu pensei que tudo tinha acabado. Eu pensei
que eles o deixariam apodrecer na cadeia. Nunca tinha me ocorrido – talvez devesse – que
haveria um julgamento antes. Mas naquela hora, seus crimes tinham parecido tão óbvios.
Mas, embora o governo Moroi fosse separado do humano, operava de maneiras muito
parecidas. Processos legais e tudo isso.
“Não é minha decisão para fazer,” Dimitri disse.
“Mas você tem influencia. Você pode falar por nós, especialmente se...” Um pouco da minha
raiva diminuiu só um pouco, e foi substituída por um repentino medo. Eu quase não pude dizer
as próximas palavras. “Especialmente se realmente tem uma chance dele se safar. Tem? Tem
uma chance da rainha deixar ele livre?”
“Eu não sei. Não tem como dizer o que ela ou outros da realeza vão fazer as vezes.” Ele de
repente parecia cansado. Ele colocou a mão nos bolsos e me jogou um conjunto de chaves.
“Olha, eu sei que você está chateada, mas não podemos conversar agora. Eu tenho que ir
encontrar Alberta, e você precisa entrar. A chave do dormitório vai fazer você entrar pela
porta mais distante. Você sabe qual.”
Eu sabia. “É. Obrigado.”
Eu estava de mau humor e odiava estar desse jeito – especialmente já que ele estava me
salvando de entrar em problemas – mas eu não podia impedir. Victor Dashkov era um
criminoso – um vilão, até mesmo. Ele tinha sede de poder e ganância e não importava em
quem entrasse no seu caminho. Se ele ficasse solto de novo... bem, não havia como dizer o
que poderia acontecer com Lissa ou com qualquer outro Moroi. Me irritava pensar que eu
podia fazer algo para ajudar colocar ele na prisão mas que ninguém me deixava.
Eu dei alguns passos para longe quando Dimitri me chamou. “Rose?” eu olhei para trás. “Eu
sinto muito,” ele disse. Ele pausou, e sua expressão de pesar se tornou cuidadosa. “E é melhor
você me devolver essas chaves amanha.”
Eu me virei e continuei andando.Era provavelmente injusto, mas alguma parte infantil de mim
não acreditava que Dimitri não pudesse fazer nada. Se ele realmente quisesse Lissa e eu no
julgamento, eu tinha certeza que ele conseguiria.
Quando eu estava quase na porta, eu percebi um movimento com minha visão periférica. Meu
humor caiu. Ótimo. Dimitri tinha me dado suas chaves para voltar escondida, e agora outra
pessoa tinha me achado. Isso era típico da minha sorte. Meio que esperando que um professor
exigisse saber o que eu estava fazendo, eu me virei e preparei uma desculpa.
Mas não era um professor.
“Não,” eu disse suavemente. Isso tinha que ser um truque.”Não.”
Por meio segundo, eu imaginei se eu realmente tinha acordado. Talvez eu ainda estivesse na
cama, dormindo e sonhando.
Porque certamente, certamente essa era a única explicação para o que eu estava vendo na
minha frente no gramado da Academia, espreitando na sombra de um carvalho antigo.
Estava Mason.

A.Vampiro - aura negra (capitulo 23)final


VINTE E TRÊS
O tempo esquentou no dia da minha cerimônia molnija. Na verdade, estava tão quente que
muita da neve do campus tinha derretido, derramando na lateral dos prédios de pedra da
Academia. O inverno estava longe de acabar, então eu sabia que tudo congelaria de novo em
alguns dias.Por agora, eu pensei, eu sentia como se o mundo inteiro estivesse chorando.
Eu tinha escapado do incidente em Spokane com pequenos ferimentos e cortes. As
queimaduras de quando as algemas foram derretidas tinham sido os piores ferimentos. Mas
eu ainda estava dificuldades em lidar com as mortes que eu tinha causado e a morte que eu
tinha visto. Eu queria ir me esconder em algum lugar e não falar com ninguém, exceto talvez
Lissa. Mas no meu quarto dia de volta a Academia, minha mãe me encontrou e me disse que
era hora de receber minhas marcas.
Eu tinha levado vários minutos para entender o que ela estava falando. Então me ocorreu que
ao decapitar 2 Strigoi, eu havia merecido receber as tatuagens molnija. As minhas primeiras. A
realização disso me atordoou. Toda a minha vida, considerando meu trabalho como guardiã,
eu havia esperado por receber as marcas. Eu as via como uma marca de honra. Mas agora?
Elas iriam ser lembretes de coisas que eu queria esquecer.
A cerimônia ocorreu no prédio dos guardiões, em um salão grande que eles usavam para
encontros e banquetes. Não era nada comparado ao grande salão do hotel. Era eficiente e
pratico, como os guardiões eram. O carpete era de um tom verde. As paredes brancas tinham
fotos preto e brancas de St. Vladimir pelos anos. Não havia outras decorações ou sons, mas
ainda sim solenidade e poder eram apalpáveis no momento.Todos os guardiões no campus – a
não ser novatos – participaram. Eles se juntaram em círculos no prédio principal, se juntando
em grupos e sem falar. Quando a cerimônia começou, eles se arrumaram de forma obediente
e me observaram.
Eu sentei num banco no canto do aposento, me inclinando para frente com meu cabelo no
rosto. Atrás de mim, um guardião chamado Lionel segurava uma agulha de tatuagem na minha
nuca. Eu o conheci o tempo todo que estive na Academia, mas nunca soube que ele era
treinado em fazer marcas molnija.
Antes dele começar, ele conversou murmurando com minha mãe e com Alberta.
“Ela não tem uma marca da promessa,” ele disse.”Ela ainda não se formou.”
“Acontece,” disse Alberta. “Ela os matou. Faça as marcas molnijas, e ela faz a marca da
promessa mais tarde.”
Considerando a dor que normalmente eu me deixava passar, eu não esperava que as
tatuagens doessem tanto quando doeram. Mas eu mordi meu lábio e permaneci em silencio
enquanto Lionel fazia as marcas. O processo pareceu levar uma eternidade. Quando terminou,
ele me deu um espelho, e com alguma manobra eu fui capaz de ver a minha nuca. Duas
pequenas marcas estavam ali, lado a lado, contra a minha avermelhada e sensível pele.
Molnija significa trovão em russo, e era isso que a forma simbolizava. Duas marcas. Uma por
Isaiah, outra por Elena.
Depois que eu as vi, ele colocou uma bandagem e então me deu algumas instruções sobre
cuidados enquanto elas saravam. A maior parte eu perdi, mas achei que poderia perguntar
depois. Eu ainda estava meio chocada com tudo.
Depois disso, todos os guardiões vieram até mim um por um. Cada um me dava algum sinal de
afeição-um abraço, um beijo na bochecha- e palavras gentis.
“Bem vinda ao rank,” disse Alberta, seu rosto envelhecido e gentil quando ela me puxou para
um abraço.
Dimitri não disse nada quando foi a vez dele, mas como sempre, seus olhos falaram por ele.
Orgulho e ternura enchiam a expressão dele, e eu engoli as lagrimas. Ele colocou uma mão
gentilmente na minha bochecha, acenou, e se afastou.
Quando Stan – o instrutor que eu sempre tinha me desentendido veio – ele me abraçou e
disse, “Agora você é uma de nós. Eu sempre soube que você seria a melhor,” eu pensei que
fosse desmaiar.
E então quando a minha mãe veio até mim, eu não pude evitar a lagrima que derramou pela
minha bochecha. Ela a limpou e então passou seus dedos na minha nuca. “Não esqueça
nunca,” ela me disse.
Ninguém disse, “Parabéns,” e eu fiquei feliz.Morte não é algo para se animar.
Quando isso acabou, bebida e comida foram servidas. Eu andei pela mesa do Buffet e fiz um
prato para mim com miniaturas de quiches e um pedaço de cheesecake de manga. Eu comi
sem sentir o gosto da comida e respondi perguntas dos outros sem nem mesmo saber o que
dizer na maior parte do tempo. Era como se eu fosse uma Rose robô, deixando as coisas passar
conforme era esperado. Na minha nuca, minha pele pulsava por causa das tatuagens, e na
minha mente, eu ficava vendo os olhos azuis de Mason e os olhos vermelhos de Isaiah.
Eu me senti culpada por não aproveitar meu grande dia, mas foi um alivio quando o grupo
finalmente começou a se dispersar. Minha mãe andou até mim enquanto os outros se
despediam. Fora as palavras dela aqui na cerimônia, nós não tínhamos conversado muito
desde meu colapso no avião. Eu ainda me sentia um pouco engraçada sobre isso – e um pouco
envergonhada também. Ela nunca comentou sobre ele, mas algo muito pequeno tinha
mudado na natureza da nossa relação. Nós não estávamos nem perto de sermos amigas... mas
nós não éramos exatamente inimigas mais também.
“O Lord Szelsky estará partindo em breve,” ela me disse enquanto estávamos perto do
corredor, não muito longe de onde eu tinha gritado com ela no primeiro dia que nos
encontramos. “Eu vou com ele.”
“Eu sei,” eu disse. Não havia duvidas de que ela iria partir. Era assim as coisas funcionavam.
Guardiões seguiam os Moroi. Eles vem primeiro.
Ela me olhou por alguns segundos, seus olhos marrons pensativos. Pela primeira vez em um
longo tempo, eu senti que estávamos nos olhado nos olhos, ao contrário dela me olhar de
maneira superior. Já era hora,também, considerando que eu era 15 centímetros mais alta que
ela.
“Você se saiu bem,” ela disse finalmente. “Considerando as circunstancias.”
Era apenas meio elogio, mas eu não merecia mais que isso. Eu entendia agora os erros e falta
de julgamento que haviam me levado até a casa de Isaiah. Alguns tinham sido minha culpa;
alguns não. Eu queria poder mudar algumas das coisas, mas eu sabia que ela estava certa. Eu
fiz o melhor que eu pude no final com a bagunça na minha frente.
“Matar os Strigoi não foi tão glamoroso quanto eu pensei que seria,”eu disse a ela.
Ela me deu um sorriso triste. “Não.Nunca é.”
Eu pensei sobre as marcas no meu pescoço, e nas mortes. Eu me arrepiei.
“Oh, hey.” Ansiosa para mudar de assunto, eu pus a mão no bolso e tirei o pequeno pingente
de um olho azul que ela havia me dado. “Essa coisa que você me deu. É um na-nazari” eu
gaguejei pra falar a palavra. Ela parecia surpresa.
“Sim. Como você sabe?”
Eu não queria explicar o sonho que tive com Adrian. “Alguem me disse. É para proteção,
certo?”
Um olhar pensativo cruzou o rosto dela, então ela suspirou e concordou. “Sim. Vem de uma
velha superstição no Oriente Médio... algumas pessoas acreditaram que aqueles que querem
machucar você podem te amaldiçoar com um “olhar maligno.” O nazar serve para repelir o
olhar maligno... e apenas trazer proteção em geral para aqueles que o usam.
Eu passei meus dedos pelo vidro. “Oriente Médio....então, lugares como, um, Turquia?”
Os lábios da minha mãe se contraíram. “Lugares exatamente como a Turquia.” Ela hesitou.
“Foi um...presente. Um presente que eu ganhei muito tempo atrás...” O olhar dela ficou
perdido em pensamentos.”Eu chamava muita....atenção dos homens quando eu tinha a sua
idade.Atenção que parecia um elogia no inicio mas no final não era. É difícil dizer a diferença
as vezes, entre o que é afeição real e o que é alguém apenas querer tirar vantagem de você.
Mas quando você sente a coisa verdadeira...bem, você sabe.”
Eu entendi porque ela era tão super protetora sobre a minha reputação – ela havia arriscado
sua própria quando ela tinha a minha idade. Talvez feito mais do que apenas a danificado.
Eu também sabia porque ela tinha dado o nazar para mim. Meu pai havia dado para ela. Eu
não achei que ela quisesse me contar mais sobre isso, então eu não perguntei. Mas era o
suficiente para saber que talvez, apenas talvez, a relação deles não tinha sido só sobre genes e
negócios afinal de contas.
Nós nos despedimos, e eu voltei para as minhas aulas. Todos sabiam onde eu estava essa
manhã, e meus companheiros queriam ver as marcas molnija. Eu não os culpava. Se nossos
papeis fossem ao contrario, eu teria ficado curiosa também.
“Anda, Rose,” implorou Shane Rayes. Nós estavamos indo para nossa aula pratica, e ele ficava
mexendo no meu rabo de cavalo. Eu fiz uma nota mental para usar meu cabelo solto amanha.
Vários outros nos seguiam e ecoavam o seu pedido.
“É, anda. Deixe a gente ver o que você conseguiu por suas habilidades com a espada!”
Os olhos deles brilhavam com excitação e entusiasmo. Eu era uma heroína, a colega de aula
que tinha acabado com o líder de um bando de Strigoi que havia aterrorizado nosso natal. Mas
eu encontrei os olhos de alguém parado no fundo do grupo, alguém que não parecia
entusiasmado ou excitado. Eddie. Encontrando meu olhar, ele me deu um pequeno, e triste
sorriso. Ele entendia.
“Desculpe, gente.” Eu disse, me virando para os outros. “Eles tem que ficar com o curativo.
Ordens médicas.”
E depois disso logo vieram duvidas sobre como eu tinha matado os Strigoi. Decapitação era
uma das técnicas mais difíceis e raras de se matar um vampiro; não é como se carregar uma
espada seja conveniente. Então eu fiz o melhor que eu pude para contar aos meus amigos o
que tinha acontecido, me certificando de contar os fatos e não glorificar as mortes.
O dia escolar acabou um momento muito cedo, e Lissa andou comigo até o meu dormitório.
Ela e eu não tivemos a chance de conversar muito desde tudo que havia acontecido em
Spokane. Eu havia passado por muitas perguntas, e então ouve o funeral de Mason. Lissa
também tinha suas próprias distrações com a realeza Moroi indo embora do campus, então ela
também não tinha muito tempo livre.
Estar perto dela me fez sentir melhor. Em pensar que eu podia entrar na cabeça dela a
qualquer hora, mas não era o mesmo que realmente ficar perto fisicamente de pessoas viva
que se importa com você.
Quando chegamos na porta do meu quarto, eu vi um buque de flores no chão. Suspirando, eu
senti a fragrância das flores sem nem olhar para o cartão que estava junto.
“O que são isso?” perguntou Lissa enquanto eu destrancava a porta.
“São de Adrian,“ eu disse a ela. Nós entramos, e eu apontei para minha mesa, onde alguns
outros buques estavam. Eu pus o novo junto deles. “Ficarei feliz quando ele sair do campus. Eu
não acho que consigo agüentar muito mais disso.”
Ela se virou para mim surpresa. “Oh.Um, você não sabe.”
Eu captei aquele aviso através da nossa ligação e ele me disse que eu não iria gostar do que
estava por vir.
“O que foi agora?”
“Ele não vai embora. Ele vai ficar aqui por um tempo.”
“Ele tem que ir embora,” eu discuti. Até onde eu sabia, a única razão para voltar aqui era por
causa do funeral de Mason, e eu ainda não tinha certeza do porque ele tinha feito isso, já que
ele mal conhecia Mason. Talvez Adrian só quisesse se mostrar. Ou talvez para continuar
perseguindo Lissa e eu. “Ele está na faculdade. Ou talvez reformatório. Eu não sei, mas ele faz
algo.”
“Ele está tirando férias desse semestre.”
Eu a encarei.
Sorrindo devido ao meu choque, ela acenou. “Ele vai ficar e trabalhar comigo...e a Sra.
Carmack. Todo esse tempo, ele nunca nem soube o que Espírito era. Ele só sabia que não era
especializado em nada mas que tinha umas estranhas habilidades. Ele as manteve para si,
exceto quando ele ocasionalmente encontrava outro usuário de Espírito. Mas eles não sabiam
muito mais do que ele sabia.”
“Eu deveria ter descoberto mais cedo,” eu meditei. “Tinha algo sobre estar perto dele... eu
sempre queria falar com ele, sabe?Ele só tinha um...carisma. Como você. Eu suponho que tudo
esteja ligado ao Espírito e compulsão e tanto faz. Me faz gostar dele...embora eu não goste
dele.”
“Você não gosta?” ela provocou.
“Não,” eu respondi rapidamente. “E eu não gosto do negocio do sonho, também.”
Os olhos de jade dela me olharam com fascínio. “Isso é legal,” ela disse. “Você sempre foi
capaz de dizer o que está acontecendo comigo, mas eu nunca fui capaz de me comunicar com
você do mesmo jeito. Fico feliz que vocês fugiram...mas eu queria ter ajudado a descobrir onde
vocês estavam.”
“Eu não,” eu disse. “Estou feliz que Adrian não fez você parar com os remédios.”
Eu tinha descoberto isso apenas alguns dias depois de ter estado em Spokane. Lissa
aparentemente tinha rejeitado a oferta de Adrian de parar com as pílulas e aprender mais
sobre Espírito. Ela tinha admitido para mim mais tarde, no entanto, que se Christian e eu
ficássemos desaparecidos por muito mais tempo,ela teria cedido.
“Como você tem se sentido ultimamente?” eu perguntei, lembrando da preocupação dela em
relação aos remédios. “Ainda sente que as pílulas não estão funcionando?”
“Mmm...bem, é difícil explicar. Eu ainda me sinto perto da mágica, como se talvez eles não
estejam mais me bloqueando tanto. Mas não estou sentindo nenhum outro efeito mental...
nada de ficar triste nem nada.”
“Wow, isso é otimo.”
Um lindo sorriso iluminou o rosto dela. “Eu sei.Me faz pensar que talvez haja esperança para
mim aprender a usar a mágica algum dia.”
Ver ela tão feliz fez meu sorriso voltar. Eu não tinha gostado daqueles sentimentos negros
começando a voltar e eu estava feliz por eles terem desaparecido. Eu não entendia como ou
porque, mas desde que ela se sentisse bem –
Todos tem luz ao redor deles, exceto por você. Você tem sombras. Você as pega de Lissa.
As palavras de Adrian apareceram na minha mente. Inquieta, eu pensei sobre meu
comportamento essas ultimas semanas. Alguns ataques de raiva. Minha rebeldia – nada usual
até mesmo para mim. Minha própria emoção negra, se movimentando em meu peito...
Não, eu decidi. Não havia similaridades. Os sentimentos negros de Lissa eram baseados na
mágica. Os meus eram baseados no estresse. Além do mais,eu me sentia bem agora.
Vendo ela me observar, eu tentei lembrar onde nós paramos a conversa. “Talvez você
eventualmente consiga achar um jeito de usar ela. Eu quero dizer, se Adrian achou um jeito de
usar Espírito que não precisa de remédios...”
Ela começou a rir. “Você não sabe, sabe?”
“O que?”
“Que Adrian se auto medica.”
“Ele se medica?Mas ele disse – “ eu gemi.”É claro que ele se medica. Os cigarros. A bebida. Só
Deus sabe o que mais.”
Ela acenou. “É. Ele quase sempre tem algo no seus sistema.”
“Mas provavelmente não a noite... e é por isso que ele entra nos meus sonhos.”
“Cara, eu queria poder fazer isso,” ela disse.
“Talvez você aprenda algum dia. Só não se transforme numa alcoólatra no processo.”
“Eu não vou,” ela me assegurou. “Mas eu vou aprender. Nenhum dos outros usuários de
Espírito podiam fazer isso, Rose- bem, fora o Santo Vladimir. Eu vou aprender como ele
aprendeu. Eu vou aprender a usar – e eu não vou deixar ele me machucar.”
Eu sorri e toquei a mão dela. Eu tinha fé absoluta nela. “Eu sei.”
Nós conversamos pela maior parte do dia. Quando chegou a hora de ir praticar com Dimitri, eu
me separei dela. Enquanto eu andava para longe, eu pensei sobre algo que estava me
incomodado. Embora os ataques do grupo dos Strigoi tivesse muito mais membros, os
guardiões sentiam confiança que Isaiah tinha sido o líder. Isso não significava que não haveria
mais ameaças no futuro, mas eles levariam mais tempo para se reagrupar.
Mas eu não podia deixar de pensar sobre a lista que eu tinha visto no túnel em Spokane, a que
tinha a lista da família real por tamanho. E Isaiah tinha mencionado o nome dos Dragomirs. Ele
sabia que eles quase tinham desaparecido, e ele soou como se ele quisesse acabar com eles.
Claro, ele estava morto agora... mas havia outros Strigoi com a mesma idéia?
Eu balancei a cabeça. Eu não podia me preocupar com isso. Não hoje. Eu ainda precisava me
recuperar de todo o resto. Mas em breve. Em breve eu ia lidar com isso.
Eu nem sabia se nossa aula pratica ainda ia acontecer mas eu fui para meu armário de
qualquer jeito. Depois de colocar roupas para pratica, eu me dirigi ao ginásio e encontrei
Dimitri no quarto de suprimentos, lendo um dos livros de faroeste que ele tanto amava. Ele me
olhou quando entrei. Eu mal tinha visto ele nos últimos dias e achei que ele estava ocupado
com Tasha.
“Eu pensei que você viria,” ele disse, colocando um marca paginas no livro.
“É hora de treinar.”
Ele balançou a cabeça. “Não. Nada de treino hoje. Você ainda precisa se recuperar.”
“Eu estou com uma ótima saúde. Pronta pra treinar.”Eu tentei demonstrar o máximo da
corajosa Rose Hathaway com as minhas palavras.
Dimitri não caiu. Ele fez um gesto para mim sentar ao lado dele. “Sente-se,Rose.”
Eu hesitei por um momento antes de obedecer. Ele moveu sua própria cadeira para mais perto
da minha para que sentássemos um na frente do outro. Meu coração bateu mais rápido,
enquanto eu olhava para aqueles lindos olhos.
“Ninguem supera sua primeira matança... uma matança... fácil. Mesmo com Strigoi...bem, é
tecnicamente tirar uma vida. Isso é difícil. E depois de tudo mais que você passou...” Ele
acenou, então pos minha mão na dele. Os dedos dele eram exatamente como eu me
lembrava, longos e fortes, com calos devido aos anos de treinamento. “Quando eu vi seu
rosto... quando eu te encontrei naquela casa... você não pode imaginar como eu me senti.”
Eu engoli.”Como....como você se sentiu?”
“Devastado...a dor me atingiu. Você estava viva, mas o jeito que você estava...eu não pensei
que você fosse se recuperar. E isso me arrasou pensar que isso aconteceu com você tão
jovem.” Ele apertou minha mão. “Você vai se recuperar – eu sei disso agora, e estou feliz. Mas
você ainda não está lá. Ainda não. Perder alguém que você gosta nunca é fácil.”
Meus olhos se abaixaram e eu estudei o chão. “É minha culpa,” eu disse baixo.
“Hmm?”
“Mason. Ter morrido.”
Eu não precisei ver o rosto de Dimitri pra saber que compaixão o tinha enchido. “Oh,Roza.Não.
Você fez umas decisões ruins...você deveria ter dito para outros onde você estava indo...mas
você não pode se culpar. Você não matou ele.”
Lagrimas surgiram em meus olhos e eu olhei para ele. “É como se eu tivesse. Ele foi para lá –
por minha culpa. Nós brigamos... e eu contei pra ele sobre Spokane, mesmo depois que você
me pediu para não contar...”
Uma lagrima caiu pelo canto do meu olho. Verdade, eu tenho que aprender a parar com isso.
Como a minha mãe tinha feito, Dimitri delicadamente limpou a lagrima da minha bochecha.
“Você não pode se culpar por isso,” ele me disse. “Você pode se arrepender pelas decisões, e
desejar ter feito as coisas diferentes, mas no final, Mason também tomou uma decisão. Isso foi
o que ele escolheu fazer. Foi a decisão dele no final, não importa seu papel.” Quando Mason
tinha voltado por mim, eu percebi, que ele deixou seus sentimentos por mim atrapalhar. Era o
que Dimitri sempre temeu, que se ele e eu tivéssemos algum tipo de relação, nós colocaria – e
os Moroi que nos protegemos – em perigo.
“Eu só queria ter sido capaz de... eu não sei, fazer algo...”
Engolindo as lagrimas, eu tirei minhas mãos de Dimitri e levantei antes de dizer algo estúpido.
“Eu deveria ir,” eu disse rapidamente. “Me avise quando vamos começar a treinar de novo. E
obrigado pela... conversa.”
Eu comecei a me virar; então eu o ouvi dizer bruscamente, “Não.”
Eu olhei pra ele. “O que?”
Ele me olhou, e algo quente e maravilhoso e poderoso ficou entre nós.
“Não,” ele repetiu.”Eu disse não para ela. Tasha.”
“Eu...” eu fechei a boca antes que ela atingisse o chão. “Mas...porque? Esse era o negocio de
uma vida. Você poderia ter tido um filho. E ela...ela era, você sabe, afim de você...”
O fantasma de um sorriso apareceu em seu rosto. “Sim, ela era. E é por isso que eu tive que
dizer não. Eu não poderia retornar isso...não poderia dar a ela o que ela queria. Não
quando...”Ele deu alguns passos em minha direção. “Não quando meu coração pertence a
outra pessoa.”
Eu quase comecei a chorar de novo. “Mas você parecia afim dela. E você fica falando sobre o
quão jovem eu ajo.”
“Você age como jovem,” ele disse, “porque você é jovem. Mas você sabe coisas, Roza. Coisas
que pessoas mais velhas que você não sabem. Aquele dia...” eu soube instantaneamente ao
qual dia ele se referia. Aquele que eu o joguei contra a parede. “Você estava certa, sobre como
eu luto para permanecer em controle. Mas ninguém descobriu isso – e isso me assustou. Você
me assusta.”
“Porque? Você não quer que ninguém saiba?”
Ele deu nos ombros. “Se eles sabem ou não desse fato não importa. O que importa é que
ninguém – além de você – me conhece tão bem. Quando uma pessoa pode ver a sua alma, é
difícil. Força você a se abrir. A ficar vulnerável. É muito mais fácil estar com alguém que é só
seu amigo casual.”
“Como Tasha.”
‘Tasha Ozera é uma mulher incrível. Ela é linda e brava. Mas ela não-“
“Ela não entende você,” eu terminei.
Ele acenou. “Eu sei disso. Mas eu ainda queria a relação. Eu sabia que seria mais fácil e que ela
podia me manter longe de você. Eu pensei que ela poderia me fazer esquecer você.”
Eu pensei a mesma coisa em relação ao Mason. “Mas ela não conseguiu.”
“Sim. E, bem...esse é o problema.”
“Porque é errado para nós ficarmos juntos.”
“Sim.”
“Por causa da diferença de idade.”
“Sim.”
“Mas mais importante porque nós vamos ser os guardiões de Lissa e nós precisamos nos focar
nela – não em nós.”
“Sim.”
Eu pensei sobre isso por um momento e então olhei ele nos olhos. “Bem,” eu disse
finalmente,”do jeito que eu vejo, nós não somos guardiões da Lissa ainda.”
Eu me preparei para a resposta. Eu sabia que seria uma lição de vida Zen. Algo sobre força
interior e perseverança, sobre como as escolhas que nós fazemos hoje são o modelo para o
futuro ou alguma outra bobagem.
Ao invés disso ele me beijou.
O tempo parou enquanto ele me alcançava e colocava meu rosto entre suas mãos. Ele colocou
sua boca para baixou e a deslizou contra meus lábios. Mal era um beijo a principio mas logo
aumentou, se tornando mais profundo e forte. Quando ele finalmente se afastou, foi para
beijar minha testa.Ele deixou seus lábios ali por vários segundos enquanto ele me segurava
perto dele.
Eu queria que o beijo tivesse continuado para sempre. Quebrando o abraço,ele passou alguns
dedos em meu cabelo e bochecha. Ele deu um passo em direção a porta.
“Vejo você depois,Roza.”
“No nosso próximo treino?” eu perguntei. “Nós vamos recomeçar eles, certo? Eu quero dizer,
você ainda tem coisas para me ensinar.”
Parado na porta, ele olhou para mim e sorriu. “Sim.Muitas coisas

A.Vampiro - aura negra (capitulo 22)


VINTE DOIS
Horror e choque me consumiram, tanto que eu pensei que minha alma murcharia, que o
mundo poderia acabar agora mesmo e aí- porque seguramente, seguramente ele não poderia
continuar depois disso. Ninguém poderia continuar depois disso. Eu queria gritar minha dor
para o universo. Eu queria chorar até derreter. Eu queria afundar ao lado de Mason e morrer
com ele.
Elena me libertou, decidindo que aparentemente eu não estava em posição de oferecer perigo
já que estava posicionada entre ela e Isaiah. Ela se virou em direção ao corpo de Mason.
Ai eu parei de sentir. Eu simplesmente reagi.
“Não. Toque .Nele.”eu mal reconheci minha própria voz.
Ela rolou os olhos. “ Boa dor, você esta me irritando. Eu estou começando a ver o ponto de
Isaiah – você precisa sofrer antes de morrer.” Se virando, ela se ajoelhou no chão e virou
Mason sobre suas costa.
“Não toque nele!”Eu gritei. Eu a empurrei com pouco efeito. Ela empurrou de volta, quase
batendo em mim. Era tudo que eu poderia fazer me firmar nos meus pés e permanecer ereta.
Isaiah olhou com um interesse divertido; então seu olhar caiu para o chão. O chotki de Lissa
tinha caído do bolso do meu casaco. Ele o pegou. Strigoi podiam tocar objetos sagrados – as
histórias sobre eles temerem cruzes não eram verdadeiras. Eles apenas não podiam entrar em
solos sagrados. Ele virou a cruz e passou seus dedos pelo dragão entalhado.
“Ah, os Dragomirs,” ele disse divertido.”Eu esqueci sobre eles. É fácil. Tem o que, um? Dois
deles sobrando? Mal vale a pena lembrar.” Aqueles horríveis olhos vermelhos se focaram em
mim. “Você conhece algum deles?Eu vou ter que me encontrar com um deles algum dia. Não
será muito difícil –“
De repente, eu ouvi uma explosão.O aquário se explodiu em pedaços quando a água vazou, e
despedaçou o vidro. Pedaços vieram na minha direção, mas eu mal notei. A água se juntou no
ar formando uma bola torta. Começou a flutuar. Em direção a Isaiah. Eu senti minha boca abrir
em surpresa.
Ele também a olhava, mais admirado do que assustado. Pelo menos até ela se enrolar ao redor
do rosto dele e começar a sufocar ele.
Como as balas, ele não iria morrer sufocado. Mas iria causar um belo desconforto.
As mãos dele voaram para seu rosto, desesperadamente tentando “espalhar” a água para
longe. Foi inútil. Os dedos dele simplesmente passavam por dentro da água. Elena esqueceu
de Mason e deu um pulo.
“O que é isso?” ela gritou. Ela o sacudiu em um esforço inútil para tentar libertá-lo.”O que está
acontecendo?
De novo, eu não senti. Eu agi. Minhas mãos pegaram um enorme pedaço de vidro do aquário
quebrado.Era irregular e afiado, cortando minha mão.
Indo para frente, eu afundei o vidro no peito de Isaiah, mirando no coração que eu tinha
trabalhado tanto para encontrar nas aulas de pratica. Isaiah emitiu um enorme grito através da
água e caiu no chão. Os olhos dele viraram para trás enquanto ele desmaiava por causa da dor.
Elena me encarou, tão chocada quanto eu tinha ficado quando Isaiah tinha matado Mason.
Isaiah não estava morto, é claro, mas ele estava temporariamente fora da jogada. O rosto dela
mostrava que ela claramente não achava que isso era possível.
A coisa inteligente para se fazer naquele ponto seria correr em direção a porta em direção a
segurança do sol. Ao invés disso, eu corri para direção oposta, em direção a lareira. Eu agarrei
uma das espadas antigas e me virem em direção a Elena. Eu não tive que ir longe, porque ela
tinha se recuperado e estava se dirigindo para mim.
Resmungando com raiva, ela tentou me pegar. Eu nunca tinha treinado com uma espada, mas
eu tinha sido ensinada a lutar com qualquer arma que eu pudesse encontrar. Eu usei a espada
para manter uma distancia entre nós, meus movimentos desajeitados mas efetivos por
enquanto.
Presas braças apareceram na boca dela. “Eu vou fazer você-“
“Sofrer, pagar, me arrepender de ter nascido?” eu sugeri.
Eu lembrei da luta com a minha mãe, como eu tinha agido defensivamente o tempo todo. Isso
não ia funcionar dessa vez. Eu tinha que atacar. Me jogando para frente, eu tentei acertar um
golpe em Elena. Não tive sorte. Ela antecipou cada ataque meu.
De repente, atrás dela, Isaiah gemeu quando ele começou a recobrar a consciência. Ela olhou
para trás, o momento que eu precisava para empurrar a espada através do peito dela. Cortou
o tecido da camiseta dela e atravessou a pele, mas nada mais. Ainda sim, ela se encolheu e
olhou para baixo em pânico. Eu acho que o vidro passando pelo coração de Isaiah ainda era
uma memória fresca na cabeça dela.
E era disso que eu precisava.
Eu usei toda a minha força, me afastei um pouco, e empurrei a espada.
A lamina atingiu a lateral do pescoço dela, com força e profundamente. Ela deu um horrível e
cortante grito, um som agudo que fez minha pele se arrepiar. Ela tentou se mover em minha
direção. Eu me afastei e a atingi de novo. As mãos dela se mexeram para a sua garganta, e seus
joelhos cederam. Eu a acertei e acertei, a espada se afundando profundamente eu seu pescoço
toda vez. Cortar a cabeça de alguém foi mais difícil do que eu pensei que seria. A espada velha
e enferrujada provavelmente não estava ajudando.
Mas finalmente, eu recobrei senso suficiente para perceber que ela não estava se mexendo. A
cabeça dela estava ali, descolada do corpo dela. Mia estava na entrada, olhos arregalados e a
pele verde como se ela estivesse prestes a vomitar. No fundo da minha mente, eu percebi que
tinha sido ela a fazer o aquário explodir. Magia de água aparentemente não era inútil afinal de
contas.
Ainda um pouco afetado, Isaiah tentou se levantar. Mas eu estava em cima dele antes que ele
conseguisse. A espada se afundou, derramando sangue e dor a cada golpe. Eu me sentia como
um velha profissional agora. Isaiah caiu no chão. Em minha mente, eu continuava vendo ele
quebrar o pescoço de Mason, e eu o esfaqueei e esfaqueei com o máximo de força que eu
pude, como se afundar a lamina o suficiente pudesse de alguma forma banir a memória.
“Rose!Rose!”
Através do meu nevoeiro de ódio, eu mal ouvi a voz de Mia.
“Rose,ele está morto!”
Devagar, instavelmente, eu segurei o ultimo golpe e olhei para o corpo dele – e a cabeça já não
estava mais grudada no corpo. Ela estava certa. Ele estava morto. Muito,muito morto.
Eu olhei para o resto do quarto. Tinha sangue em todo lugar, mas o horror não se registrou em
mim. Meu mundo tinha se atrasado, se atrasado para cumprir duas tarefas simples. Matar o
Strigoi. Proteger Mason. Eu não podia processar nada além disso.
“Rose,” sussurrou Mia. Ela estava tremendo, as palavras dela cheias de medo. Ela estava com
medo de mim, não do Strigoi. “Rose, nós temos que ir. Anda.”
Eu arrastei meus olhos para longe dela e olhei para os restos de Isaiah. Depois de vários
segundos eu fui até o corpo de Mason, ainda me agarrando a espada.
“Não,” eu resmunguei. “Eu não posso deixar ele. Outros Strigoi podem vir...”
Meus olhos queimavam como se eu desesperadamente quisesse chorar. Eu não podia dizer
com certeza. A vontade de ver sangue ainda estava em mim, violência era a única emoção que
eu era capaz de sentir.
“Rose, vamos voltar por ele. Se outro Strigoi estiver vindo, nós temos que sair daqui.”
“Não,” eu repeti, sem nem olhar pra ele. “Eu não vou deixar ele. Eu não vou deixar ele
sozinho.” Com minha mão livre, eu acariciei o cabelo de Mason.
“Rose-“
Eu levantei minha cabeça.”Sai daqui!” eu gritei para ela.”Saia daqui, e nos deixe em paz.”
Ela deu alguns passos para frente, e eu ergui minha espada. Ela congelou.
“Saia daqui,” eu repeti. “Vá encontrar os outros.”
De vagar, Mia se virou para a porta. Ela me deu um ultimo olhar desesperado, antes de sair
correndo para fora.
Silencio caiu, e eu relaxei minha mão na espada mas me recusei a soltar ela. Meu corpo se
arrastou para frente, e eu pus minha cabeça no peito de Mason. Eu me tornei inconsciente a
tudo: o mundo ao meu redor, ao próprio tempo. Segundos poderiam ter passado. Horas
poderiam ter passado. Eu não sabia.Eu não sabia de nada a não ser que eu não podia deixar
Mason sozinho. Eu existia em um estado alterado, um estado onde eu mal podia sentir o
terror e a perda. Eu não conseguia acreditar que Mason estava morto. Eu não podia acreditar
que eu tinha acabado de testemunhar a morte dele. Enquanto eu me recusasse a reconhecer
isso, eu podia fingir que isso não tinha acontecido.
Passos e vozes eventualmente surgiram, e eu ergui minha cabeça. Pessoas apareceram na
porta, muitas pessoas. Eu não conseguia perceber nenhum deles. Eu não precisei. Eles eram
ameaças, ameaças das quais eu precisava manter Mason longe. Dois deles se aproximaram de
mim, e eu pulei, segurando a espada e protegendo o corpo dele.
“Fique longe,” eu avisei. “Fique longe dele.”
Eles continuaram a se aproximar.
“Fique longe!” eu gritei. Eles pararam. Exceto por um.
“Rose,” uma voz suave disse. “Largue a espada.”
Minhas mãos tremeram. Eu engoli. “Fique longe de nós.”
“Rose.”
A voz falou de novo, uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar.Hesitado, eu finalmente
me deixei perceber os meus arredores, deixei os detalhes penetrarem em mim. Eu deixei meus
olhos se focarem nas feições do homem que estava parado ali. Os olhos marrom de Dimitri,
gentis e firmes, olhavam para mim.
“Está tudo bem,” ele disse. “Tudo vai ficar bem. Você pode soltar a espada.”
Minhas mãos tremeram ainda mais enquanto eu lutava para segurar o punho. “Eu não posso.”
As palavras doíam ao sair. “Eu não posso deixar ele sozinho. Eu tenho que proteger ele.”
“Você protegeu,” disse Dimitri.
A espada caiu da minha mão, com um alto barulho quando aterrissou no chão de madeira. Eu
a segui, caindo no chão, querendo chorar mais ainda sendo incapaz.
Os braços de Dimitri me enrolaram e me ajudaram a levantar. Haviam vozes ao nosso redor, e
um por um, eu reconheci as pessoas que eu conhecia e confiava. Ele começou a me levar em
direção a porta, mas eu me recusei a me mover ainda. Minha mão agarraram sua camisa,
enrugando o tecido. Ainda mantendo um braço ao meu redor, ele colocou meu cabelo para
longe do meu rosto. Eu inclinei minha cabeça contra ele, e ele continuou a mexer no meu
cabeço, murmurando algo em russo. Eu não entendi uma palavra, mas o tom gentil me
acalmou.
Guardiões estavam se espalhando na casa, examinando cada centímetro. Alguns deles se
aproximaram de nós e se ajoelharam perto dos corpos, eu me recusei a olhar.
“Ela fez isso? Com os dois?”
“Essa espada não é afiada a anos!”
Um som esquisito saiu da minha garganta. Dimitri apertou meus ombros confortavelmente.
“Tire ela daqui, Belikov,” eu ouvi uma mulher dizer atrás dele, sua voz familiar.
Dimitri apertou meu ombro de novo. “Anda, Roza. Está na hora de ir.”
Dessa vez, eu fui. Ele me guiou para fora da casa, me segurando enquanto eu dava os
agonizantes passos. Minha mente ainda se recusava a processar o que tinha acontecido. Eu
não conseguia fazer muito mais do que seguir ordens daqueles ao meu redor.
Eu eventualmente acabei em um dos jatos da Academia. Motores faziam barulho ao nosso
redor enquanto o avião decolava. Dimitri murmurava algo sobre voltar logo e me deixou
sozinha em meu acento. Eu olhava para frente, estudando os detalhes do acento na minha
frente.
Alguem sentou ao meu lado e colocou um cobertor nos meus ombros. Eu notei então o quanto
eu estava tremendo. Eu puxei as beiradas do cobertor.
‘Estou com frio,” eu disse. “Porque estou com tanto frio?”
“Você está em choque,” Mia respondeu.
Eu me virei e olhei para ela, estudando seu cabelos loiros e grandes olhos azuis.Algo sobre ver
ela libertou minhas memórias. Tudo voltou. Eu fechei meus olhos apertados.
“Oh Deus,” eu perdi o fôlego. Eu abri meus olhos e os foquei nela de novo. “Você me salvoume
salvou quando explodiu o aquário. Você não deveria ter feito isso. Você não deveria ter
voltado.”
Ela deu nos ombros. “Você não deveria ter ido pegar a espada.”
Ponto. “Obrigado,” eu disse a ela. “O que você fez... eu nunca teria pensado nisso. Foi
brilhante.”
“Eu não sei quanto a isso,” ela meditou, sorrindo relutantemente. “Água não é uma arma,
lembra?”
Eu segurei uma risada, embora eu realmente não tivesse achado as palavras dela engraçadas.
Não mais.
“Água é uma ótima arma,” eu disse finalmente. “Quando voltarmos, vamos ter que praticar
como se usa.”
O rosto dela se iluminou. Ferocidade brilhou nos olhos dela. “Eu gostaria disso. Mais do
qualquer coisa.”
“Eu sinto muito...sobre a sua mãe.”
Mia simplesmente acenou. “Você tem sorte por ainda ter a sua.Você não sabe quanto de
sorte.”
Eu me virei e voltei a encarar o acento. As próximas palavras que saíram da minha boca me
assustaram: “Queria que ela estivesse aqui.”
“Ela está,” disse Mia, parecendo surpresa. “Ela estava com o grupo que entrou na casa. Você
não a viu?”
Eu balancei a cabeça.
Nós ficamos em silencio. Mia levantou e saiu. Um minuto depois, alguém sentou do meu lado.
Eu não tive que ver ela para saber quem era. Eu só sabia.
“Rose,” disse minha mãe. Pela primeira vez na vida, ela soava insegura de si. Assustada, talvez.
“Mia disse que você queria me ver.” Eu não respondi.Eu não olhei para ela. “O que... o que
você precisa?”
Eu não sabia o que eu precisava. Eu não sabia o que fazer. A dor em meus olhos aumentou, e
antes que eu percebesse, eu estava chorando. Um choro grande e doloroso tomou conta do
meu corpo. As lagrimas que eu tinha segurado por tanto tempo derramaram dos meus olhos.
O medo e a dor que eu recusei me deixar sentir finalmente se libertaram, queimando em meu
peito. Eu não consegui respirar direito.
Minha mãe colocou seus braços ao meu redor, e eu enterrei meu rosto no peito dela,
chorando ainda mais.
“Eu sei,” ela disse suavemente, apertando seu abraço. “Eu entendo.”

A.Vampiro - aura negra (capitulo 21)


VINTE UM
Eu não precisava saber disso agora.Eu poderia lidar com qualquer outra coisa que Adrian
fizesse:bater nela, fazer ela fumar um daqueles cigarros ridículos, tanto faz.Mas isso não. Lissa
desistir das pílulas era exatamente o que eu queria evitar.
Relutantemente eu sai da cabeça dela e voltei para minha própria situação assustadora. Eu
teria gostado de ver o que mais se desenvolvia entre Adrian e Lissa, mas observar eles não
faria bem nenhum. Ok. Eu realmente precisava de um plano agora. Eu precisava de ação. Eu
precisava nos tirar daqui.Mas,olhando ao redor, eu me encontrei tão próxima de escapar
quanto mais cedo, e eu passei as próximas horas pensando e especulando.
Nós tínhamos três guardas hoje. Eles pareciam um pouco entediados mas não o suficiente
para serem negligentes. Ali perto, Eddie aparecia estar inconsciente, e Mason olhava o nada
no chão. No outro lado, Christian olhava para nada em particular, e eu acho que Mia estava
dormindo. Dolosamente consciente do quão dolorida minha garganta estava, eu quase ri
lembrando como eu havia dito a ela que usuários de água são inúteis. Eles poderiam não fazer
uma grande luta, mas eu daria qualquer coisa por ela invocar um pouco –
Mágica.
Porque eu não pensei nisso antes? Nós não estávamos indefesos. Não completamente.
Um plano devagar se formou na minha mente – um plano que provavelmente era insano mas
também era o melhor que nós tínhamos. Meu coração batia forte em antecipação, e eu
imediatamente arrumei minhas feições para que ficassem calmas antes que os guardas
notassem minha repentina mudança. Do outro lado do lugar, Christian estava me observando.
Ele tinha visto o breve brilho de antecipação e percebeu que eu tinha pensado em algo. Ele me
olhava curioso, tão pronto para ação quanto eu.
Deus. Como eu ia conseguir fazer isso?Eu precisava da ajuda dele, mas eu não tinha um jeito
real de falar pra ele o que se passava na minha cabeça. Na verdade, eu nem tinha certeza se
ele podia me ajudar – ele estava bem fraco.
Eu segurei o olhar dele, tentando fazer ele entender que algo iria acontecer. Havia confusão no
rosto dele, mas junto havia determinação.Depois de ter certeza que nenhum dos guardas
estavam olhando para mim, eu me virei devagar, puxando um pouco meu pulso.Eu olhei para
trás de mim o máximo que eu pude, então encontrei os olhos de Christian de novo. Ele franziu,
e eu repeti o gesto.
“Hey,” eu disse alto. Mia e Mason ambos deram um pulo de surpresa. “Vocês vão continuar a
nos deixar passar fome?Não podemos pelo menos ter um pouco de água ou algo assim?”
“Cala a boca,” disse um dos guardas. Era uma resposta padrão pra quando quer que a gente
falasse.
“Anda.” Eu usei minha voz mais vaca. “Nem um gole ou algo assim?Minha garganta está
queimando. Praticamente em chamas.” Meu olhar se virou para Christian enquanto eu dizia
aquelas ultimas palavras, e então eu me virei de volta para o guarda que falou.
Como era de se esperar, ele se levantou da sua cadeira e veio em direção a mim. “Não me faça
repetir,” ele rosnou. Eu não sabia se ele faria algo violento, mas eu não tinha interesse em
forçar nada ainda. Além do mais, eu consegui meu objetivo. Se Christian não entendesse a
dica, não havia nada mais para ser feito.Esperando que eu parecesse com medo, eu calei a
boca.
O guarda voltou para sua cadeira, e depois de um tempo, ele parou de me olhar. Eu olhei para
Christian de novo e virei meu pulso de novo. Anda, anda, eu pensei. Entenda de uma vez,
Christian.
As sobrancelhas dele de repente levantara, e ele me olhava assombrado. Bem. Ele parecia ter
entendido algo. Eu só esperava que fosse o que eu queria. Seu olhar se tornou questionador, e
ele me olhava como se me perguntando se eu estava falando serio. Eu acenei enfaticamente.
Ele franziu em pensamento por alguns segundos e então deu um grande e forte suspiro.
“Tudo bem,” ele disse. Todo mundo pulou de novo.
“Cala a boca,” disse um dos guardas automaticamente. Ele soava cansado.
“Não,” disse Christian.”Estou pronto. Pronto para beber.”
Todos no quarto congelaram por alguns segundos, incluindo eu. Isso não era exatamente o
que eu tinha em mente.
O líder dos guardas levantou. “Não brinque com a gente.”
“Eu não estou,” disse Christian. Ele tinha um olhar febril e desesperado em seu rosto que eu
não achei que fosse inteiramente falso.”Estou cansado disso. Eu quero sair daqui, e eu não
quero morrer. Eu vou beber – e eu quero ela.”Ele acenou em minha direção. Mia deu um
guincho alarmado.Mason chamou Christian de algo que teria dado uma suspensão para ele na
escola.
Isso definitivamente não era o que eu tinha em mente.
Os dois guardas olharam para seu líder questionadoramente. “Deveríamos pegar Isaiah?”
perguntou um deles.
“Eu não acho que ele está aqui,” disse o líder. Ele estudou Christian por alguns segundos e
então tomou uma decisão. “E eu não quero incomodar ele se isso for uma brincadeira. Soltem
ele, e nós vamos ver.”
Um dos homens pegou um alicate. Ele se moveu para trás de Christian e se abaixou. Eu ouvi o
som do plástico rompendo enquanto as algemas se soltavam. Pegando o braço de Christian, o
guarda o fez levantar e o levou para perto de mim.
“Christian,” exclamou Mason, fúria em sua voz. Ele lutou contra as algemas, balançando a
cadeira dele um pouco. “Você perdeu a cabeça?Não deixe eles fazerem isso!”
“Vocês tem que morrer, mas eu não,” respondeu Christian, tirando seu cabelo preto fora dos
olhos. “Não tem outro jeito de eu fazer isso.”
Eu não sabia o que estava acontecendo agora, mas eu tinha certeza que eu deveria estar
mostrando muito mais emoção se eu fosse morrer. Dois guardas ficaram um em cada lado de
Christian, olhando atentamente enquanto ele se dirigia até a mim.
“Christian,” eu sussurrei, surpresa de ver o quão fácil era parecer assustada. “Não faça isso.”
Seus lábios se torceram em um daqueles sorrisos amargos que ele dava tão bem. “Você e eu
nunca vamos gostar um do outro, Rose. Eu tenho que matar alguém, é melhor que seja você.”
As palavras dele eram geladas, precisas. Acreditáveis. “Além do mais, eu pensei que você
queria isso.”
“Não isso. Por favor, não-“
Um dos guardas empurrou Christian. “Anda logo, ou vou colocar você de volta em sua
cadeira.”
Ainda com aquele sorriso negro, Christian deu nos ombros. “Desculpe, Rose. Você vai morrer
de qualquer jeito. Porque não por uma boa causa?” Ele colocou seu rosto perto do meu
pescoço. “Isso provavelmente vai doer,” ele acrescentou.
Na verdade eu duvidava... se ele realmente fosse fazer. Porque ele não ia...certo? Eu me mexi
agitada. Por todos os meios, se vai ter sangue sugado de você, você também ganha endorfinas
o suficiente bombeadas durante o processos para quase não haver dor. Era como ir dormir. É
claro, isso tudo era especulação. Pessoas que morreram por mordidas de vampiros não
voltavam para contar como era.
Christian tocou seu nariz no meu pescoço, movendo seu rosto por baixo do meu pescoço para
que o escondesse parcialmente. Os lábios dele escovaram minha pele, tão macios quanto eu
lembrava de ter visto ele e Lissa se beijarem. Um segundo depois, as presas dele tocaram
minha pele.
Então eu senti dor. Muita dor.
Mas não estava vindo da mordida. Seus dentes só estavam pressionados contra a minha pele;
eles não a perfuraram. A língua dele se movia contra o meu pescoço lambendo, mas não havia
sangue para sugar. Se tanto, era mais algo como um beijo esquisito e maluco.
Não, a dor estava vindo dos meus pulsos. Uma dor que queimava. Christian estava usando sua
magia para canalizar calor nas algemas, bem como eu queria. Ele entendeu a mensagem. O
plástico ficou cada vez mais quente enquanto ele fingia estar bebendo. Qualquer um que
estivesse olhando mais de perto poderia dizer que ele estava fingindo, mas meu cabelo estava
bloqueando a visão dos guardas.
Eu sabia que plástico era difícil de derreter, mas apenas agora eu realmente entendia,
realmente entendia o que isso significava. A temperatura necessária para fazer qualquer dano.
Era como colocar minhas mãos em lava. A algema queimava minha pele, quente e horrível. Eu
me torci, esperando que eu pudesse aliviar a dor. Eu não pude. O que eu notei, no entanto, foi
que as algemas cederam um pouco quando eu me mexi. Elas estavam ficando mais macias. Ok.
Isso já era algo. Eu só tinha que agüentar mais um pouco. Desesperadamente, eu tentei me
focar na mordida de Christian e me distrair. Funcionou por cinco segundos. Ele não estava me
dando muitas endorfinas, certamente não o suficiente para combater a dor horrivelmente
crescente. Eu choraminguei, provavelmente me fazendo parecer mais convicente.
“Eu não posso acreditar,” murmurou um dos guardas. “Ele realmente está fazendo.” Atrás
deles, eu ouvi o som de Mia chorando.
A queimação aumentou. Eu nunca senti nada tão doloroso na minha vida inteira, e eu já passei
por muita coisa. Desmaiar logo se tornou uma possibilidade.
“Hey,“ um dos guardas finalmente disse. “Que cheiro é esse?”
Esse cheiro era plástico derretido. Ou talvez minha pele derretida. Honestamente, não
importou porque da próxima vez que eu mexi meu pulso, elas quebraram a algema queimante.
Eu tinha 10 segundos de surpresa, e eu os usei. Eu levantei da minha cabeça, empurrando
Christian para trás no processo. Ele tinha um guarda de cada lada, e um deles ainda segurava o
alicate. Em um único movimento, eu agarrei o alicate do cara e o coloquei no pescoço dele. Ele
deu algum tipo de grito gargarejado, mas eu não esperei para ver acontecer. Minha janela de
surpresa estava se fechando, e eu não podia perder tempo. Assim que eu soltei o alicate, eu
dei um soco no outro cara. Meu chute era mais forte que meus socos geralmente, mas eu
ainda o bati com força o suficiente assustar ele e o fazer cambalear.
Mas então, o líder dos guardas entrou em ação. E como eu temia, ele ainda tinha a arma, e ele
foi pegar ele. “Não se mexa!” ele gritou, mirando em mim.
Eu congelei. O cara que eu soquei veio na minha direção e agarrou meu braço. Ali perto, o cara
que eu esfaqueie estava gemendo no chão. Ainda apontado a arma para mim, o líder começou
a dizer algo e então gritou em alarme. A arma de repente ficou laranja e caiu da mão dele.
Onde ele a tinha segurado, a pele se tornou vermelha e irritada. Christian tinha esquentado o
metal, eu percebi.É. Nós definitivamente deveríamos ter usado mágica desde o principio. Se
nós saíssemos dessa, eu iria apoiar a causa de Tasha. O costume dos Moroi anti-mágica, estava
tão aprofundado em nossas mentes que nós nem pensamos em tentar isso antes. Era
estúpido.
Eu me virei para o cara que estava me segurando. Eu não acho que ele esperava que uma
garota do meu tamanho fosse capaz de tal luta, e além do mais ele ainda estava meio
atordoado com o que quer que fosse que tinha acontecido com o cara que estava segurando a
arma. Eu consegui espaço suficiente para chutar ele no estomago, um chute que teria recebido
um A na minha aula de combate. Ele gemeu com o impacto, força do impacto o empurrou
contra a parede. Em um segundo, eu estava em cima dele. Agarrando um punhado do cabelo
dele, eu bati a cabeça dele contra o chão forte o suficiente para fazer ele perder a consciência,
não para matar ele.
Imediatamente, eu me virei, surpresa pelo líder não ter vindo atrás de mim ainda. Não deveria
ter levado tanto tempo para ele se recuperar do choque do calor da arma. Mas quando eu me
virei, o quarto estava quieto. O líder estava inconsciente no chão – com um Mason nervoso
por cima dele. Ali perto, Christian segurava o alicate numa mão e a arma na outra. Deveria
ainda estar quente, mas os poderes de Christian o faziam imune. Ele estava mirando no cara
que eu tinha esfaqueado. O cara não estava inconsciente, apenas sangrando, mas como eu
tinha feito, ele congelou quando viu a arma.
“Puta merda,” eu murmurrei, observando o cenário. Indo em direção a Christian, eu levantei a
mão. “Me dê isso antes que você machuque alguém.”
Eu esperava um olhar amargo, mas ele simplesmente me deu a arma com suas mãos tremulas.
Eu a enfiei no meu cinto. Olhando ele mais de perto, eu vi o quão pálido ele estava. Ele parecia
que podia desmaiar a qualquer momento. Ele tinha feito muita mágica para alguém que estava
passando fome a dois dias.
“Mase, pegue as algemas,” eu disse. Sem virar suas costas para o resto de nós, Mason deu
alguns passos para trás em direção a caixa onde nossos raptores mantinham algemas novas.
Ele pegou trás tiras de plástico e outra coisa. Com um olhar questionador para mim, ele pegou
um rolo de fita adesiva.
“Perfeito,” eu disse.
Nós prendemos nossos raptores nas cadeiras. Um permanecia consciente, mas nos o fizemos
perder a consciência e colocamos fita adesiva na boca deles. Eles eventualmente acordariam, e
eu não queria que eles fizessem nenhum barulho.
Depois de soltar Mia e Eddie, nós cinco nos aproximamos e planejamos nosso próximo
movimento. Christian e Eddie mal podiam ficar de pé, mas pelo menos Christian tinha noção
dos seus arredores. O rosto de Mia estava marcado de lagrimas, mas eu suspeitei que ela seria
capaz de obedecer ordens. Isso deixava Mason e eu como os mais funcionais do grupo.
“O relógio daquele cara diz que é de manhã,” ele disse. “O que nós temos que fazer é ir para
fora, e eles não poderão nos tocar. Desde que não haja mais nenhum humano, pelo menos.”
“Eles falaram que Isaiah não estava,” disse Mia baixinho. “Nós devemos ser capazes de sair,
certo?”
“Esses homens não saiem daqui faz horas,” eu disse. “Eles podem estar errados. Não podemos
fazer nada estúpido.”
Cuidadosamente, Mason abriu a porta do nosso quarto e olhou para o corredor vazio. “Você
acha que tem um jeito de sair aqui embaixo?”
“Isso facilitaria nossas vidas,” eu murmurei. Eu olhei para os outros. “Fiquem aqui. Nós vamos
checar o resto do porão.”
“E se alguém vier?”exclamou Mia.
“Eles não vão,” eu assegurei a ela. Na verdade eu tinha certeza que não havia mais ninguém no
porão, eles teriam vindo correndo com todo aquele barulho. E se alguém tentasse descer as
escadas, nós iríamos ouvir eles primeiro.
Ainda sim,Mason e eu nos movemos cuidadosamente enquanto avaliávamos o porão,
cuidando das costas um do outro e olhando os cantos. Era um labirinto de ratos como eu havia
lembrando quando fomos capturados. Corredores tortos e muitos quartos. Um por um,nós
abrimos cada porta. Cada quarto estava vazio, salvo por uma cadeira ocasional. Eu tremi,
pensando que todos aqueles quartos provavelmente eram usados para outros prisioneiros,
assim como nós tínhamos disso.
“Não tem uma merda de uma janela no lugar todo,” eu murmurei quando terminamos nossa
varredura. “Nós temos que subir.”
Nós voltamos para nosso quarto, mas antes de chegarmos lá, Mason pegou a minha mão.
“Rose...”
Eu parei e olhei pra ele. “Sim?”
Os olhos azuis dele- estavam mais sérios do que jamais haviam estados – olhavam pra mim
arrependido – “Eu realmente fiz merda.”
Eu pensei sobre todos os eventos que tinham levado a isso.”Nós fizemos merda, Mason.”
Ele concordou. “Eu espero... eu espero que quando tudo isso acabar, nós ainda possamos
sentar e conversar e ajeitar as coisas. Eu não deveria ter ficado com raiva de você.”
Eu queria dizer a ele que isso não ia acontecer, que quando ele desapareceu, eu na verdade
estava querendo contar para ele que as coisas não ficariam melhores entre nós. Já que essa
não parecia a hora ou o lugar para comentar isso, eu menti.
Eu apertei a mão dele. “Eu também espero.”
Ele sorriu, e nós voltamos para os outros.
“Certo,” eu disse a eles. “É assim que vamos fazer.”
Nós rapidamente bolamos um plano e fomos para as escadas. Eu liderei, seguida por Mia
enquanto ela tentava dar apoio para um relutante Christian. Mason ficou na retaguarda,
praticamente arrastando Eddie.
“Eu deveria ir na frente,” Mason murmurou enquanto estávamos no topo da escada.
“Você não vai,” eu respondi, colocando minhas mãos na maçaneta.
“É, mas se algo acontecer-“
“Mason,” eu interrompi. Eu olhei para ele, e de repente, eu tive um flash da minha mãe
quando o ataque aos Drozvov tinha sido descoberto. Calma e controlada, mesmo a beira de
algo horrível. Eles precisavam de um líder, assim como esse grupo precisava agora, e eu tentei
o máximo que eu pude canalizar o comportamento dela. “Se algo acontecer, você os tira
daqui. Corra rápido e para longe. Não volte sem uma multidão de guardiões.”
“Você vai ser quem será atacada primeiro!O que eu deveria fazer? “ ele assobiou. “Abandonar
você?”
“Sim.Você esquece de mim e os tira daqui.”
“Rose, eu não vou-“
“Mason.” Eu de novo imaginei minha mãe, lutando por aquela força e poder para liderar os
outros. “Você pode fazer isso ou não?”
Nós nos encaramos por vários segundos enquanto os outros seguravam sua respiração.
“Eu posso fazer isso,” ele disse duramente. Eu acenei e me virei.
A porta do porão rangeu e então abriu, e eu fiz uma careta por causa do som. Mal me
arriscando a respirar, eu fiquei perfeitamente parada no topo da escada, esperando e ouvindo.
Essa casa e sua decoração esquisita parecia a mesma a qual tínhamos sido trazidos. Cortinas
escuras tapavam as janelas, mas nas beiradas, eu podia ver a luz do sol aparecendo.A luz do sol
nunca tinha parecido algo tão bom como parecia nesse momento. Chegar até ela significava
liberdade.
Não havia sons ou movimentos. Olhando ao redor, eu tentei me lembrar onde era a porta da
frente. Era do outro lado da casa – realmente não era muito longe mas agora parecia haver um
abismo de distancia.
“Vasculhe comigo,” eu sussurrei para Mason, esperando fazer ele se sentir melhor por ele ter
que trazer os guardiões.
Ele deixou Eddie se apoiar em Mia por um momento e foi comigo para fazer uma rápida
varredura da área. Nada. O caminho estava livre até a porta da frente. Eu expirei em alivio.
Mason pegou Eddie de novo, e nós nos fomos em frente, todos nós tensos e nervosos. Deus.
Nós vamos fazer isso, eu percebi. Todos nós vamos fazer isso. Eu não podia acreditar na nossa
sorte. Estivemos tão perto do desastre – e mal tínhamos conseguido. Era um daqueles
momentos que faz você apreciar a vida e querer mudar as coisas. Uma segunda chance que
você jura que não vai desperdiçar. A realização de que –
Eu os ouvi se mexer quase ao mesmo tempo em que eu os vi ficarem na nossa frente. Era
como se magicamente Isaiah e Elena tivessem aparecido. Mas, eu sabia que não havia mágica
envolvida dessa vez. Strigoi apenas se moviam bem rápido. Eles deviam estar do outro lado
que nós assumimos estar vazio – nós não queríamos perder tempo extra olhando. Eu me irritei
comigo mesma internamente por não ter checado cada centímetro daquele andar. Em algum
lugar, no fundo da minha memória, eu me ouvi falando com a minha mãe na aula de Stan:”Me
parece que vocês fizeram besteira. Porque vocês não vasculharam o lugar todo e se
certificaram que não haviam Strigoi pra começo de conversa? Me parece que vocês teriam se
poupado de muitos problemas.”
Karma é uma merda.
“Crianças, crianças,” cantarolou Isaiah. “Não é assim que o jogo funciona. Vocês estão
quebrando as regras.” Um sorriso cruel apareceu nos seus lábios. Ele nos achava divertidos, e
não uma ameaça. Honestamente? Ele estava certo.
“Rápido e longe, Mason,” eu disse em voz baixa, sem tirar meus olhos do Strigoi.
“Ora, ora... se um olhar pudesse matar...” Isaiah arqueou suas sobrancelhas quando algo
ocorreu a ele. “Você acha que pode derrotar nós dois sozinha?” Ele riu. Elena riu. Eu cerrei os
dentes.
Não, eu não achava que pudesse derrotar os dois.Na verdade, eu tinha certeza que ia morrer.
Mas eu também tinha certeza que eu podia providenciar uma bela de uma distração antes.
Eu me arremessei contra Isaiah mas pus a arma contra Elena. Você pode pegar os humanos
desprevenidos – mas não um Strigoi. Eles me virando chegando praticamente antes deu me
mexer. Eles não esperavam que eu tivesse uma arma no entanto. E enquanto Isaiah bloqueava
meu ataque com quase nenhum esforço, eu ainda consegui dar tiros em Elena antes dele
pegar a arma e me conter. O barulho da arma foi alto nos meus ouvidos, e ela gritou em dor e
surpresa. Eu mirei no estomago dela mas atingi a coxa dela.Não que importasse. Nenhum
deles teria matado ela, mas no estomago teria doido muito mais.
Isaiah segurava meu pulso com tanta força, que eu pensei que ele iria quebrar os ossos. Eu
larguei a arma.Ela bateu no chão, saltou, e deslizou em direção a porta. Elena gritou com raiva
e me arranhou. Isaiah disse a ela para ela se controlar e me tirou do alcance dela. Enquanto
isso, eu me debati o máximo possível, não para escapar mas para chamar a atenção deles para
mim.
E então: o mais doce dos sons.
A porta da frente abrindo.
Mason tinha se aproveitado da minha distração. Ele saiu com Eddie e Mia, desviando de mim e
do Strigoi para ir em direção a porta. Isaiah se virou com aquela super velocidade dele – e
gritou quando a luz do sol o dominou. Mas mesmo com ele sofrendo, seus reflexos ainda eram
rápidos. Ele se empurrou para fora do caminho da luz para dentro do quarto, arrastando Elena
e eu com ele – ela pelo braço, e eu pelo pescoço.
“Tire eles daqui!” eu gritei.
“Isaiah-“ começou Elena, se soltando.
Ele me empurrou para o chão e olhou ao redor, encarando suas vitimas que haviam escapado.
Eu buscava ar agora que seu aperto na minha garganta havia se soltado e eu olhei para porta
através do meu cabelo. Foi em tempo de ver Mason arrastar Eddie para a rua, na segurança da
luz. Mia e Christian já tinham saído. Eu quase chorei de alivio.
Isaiah se virou para mim com a fúria de uma tempestade, seus olhos pretos e terríveis
enquanto ele se aproximava de mim com sua enorme altura. O rosto dele, que sempre havia
sido assustador, se tornou algo quase além da compreensão. “Monstruoso” nem começava a
descrever.
Ele me levantou pelo cabelo. Eu chorei pela dor, e ele abaixou seu rosto para que nossos
rostos estivesse pressionados um contra o outro.
“Você quer uma mordida, garota?” ele exigiu. “Você quer ser uma meretriz de sangue?Bem,
nós podemos conseguir isso. Em todo sentido da palavra. E não vai ser doce. E não vai ser
indolor. Vai ser doloroso – compulsão funciona dos dois jeitos, você sabe, e eu vou me
certificar que você acredite estar sofrendo a pior dor da sua vida. E eu também vou me
certificar que a sua morte leve muito, muito tempo. Você vai gritar. Você vai chorar. Você vai
me implorar para acabar com tudo e deixar você morrer-“
“Isaiah,” chorou Elena em exasperação. “Só a mate de uma vez. Se você tivesse feito isso antes
como eu disse, nada disso estaria acontecendo.”
Ele continuou me segurando mas virou seus olhos em direção a ela. “Não me interrompa.”
“Você está sendo melodramático,” ela continuou.Sim, ela realmente era uma reclamadora. Eu
nunca pensei que um Strigoi pudesse ser isso. Era quase cômico.”E desperdiçado.”
“Não me responda,também,” ele disse.
“Estou com fome. Estou apenas dizendo que nós deveríamos-“
“Deixe ela em paz, ou eu mato você.”
Nós todos nos viramos para a nova voz, uma voz negra e irritada. Mason estava na entrada,
emoldurado pela luz, segunda a arma que eu tinha derrubado. Isaiah o estudou por alguns
segundos.
“Claro,” Isaiah disse. Ele parecia entediado. “Tente.”
Mason não hesitou. Ele atirou e continuou atirando até o esvaziar o cartucho inteiro no peito
de Isaiah. Cada bale fez o Strigoi se encolher um pouco, mas fora isso, ele continuou parado
me segurando. Isso era o que significa ser um velho e poderoso Strigoi, eu percebi. Uma bala
daquelas tinha machucado uma Strigoi nova como Elena. Mas Isaiah? Levar vários tiros no
peito era simplesmente divertido.
Mason percebeu isso também, e suas feições se endureceram quando ele derrubou a arma no
chão.
“Saia daqui!” eu gritei. Ele ainda estava no sol, ainda seguro.
Mas ele não me ouviu. Ele correu em nossa direção, fora da luz protetora. Eu redobrei minha
luta, esperando tirar a atenção de Isaiah para longe de Mason. Eu não consegui. Isaiah me
empurrou para Elena antes de Mason estar na metade do caminho. Rapidamente Isaiah
bloqueou e segurou Mason, exatamente como ele tinha feito comigo antes.
Mas, diferente de mim, Isaiah não segurou os braços de Mason. Ele não pegou os cabelos de
Mason ou fez longas ameaças sobre uma morte agonizante. Isaiah simplesmente parou o
ataque, pegando a cabeça de Mason com as duas mãos, e deu um rápido giro. Ouve o som de
algo quebrando. Os olhos de Mason ficaram desfocados. E então ficaram vazios.
Com um olhar impaciente, Isaiah soltou seu aperto e jogou o corpo mole de Mason em direção
a onde Elena me segurava. Ele pousou na nossa frente. Minha visão ficou borrada quando a
náusea e a tontura tomaram conta de mim.
“Aí,” disse Isaiah para Elena. “Veja se isso acalma sua fome. E guarde um pouco para mim.”

A.Vampiro - aura negra (capitulo 20)


VINTE
Nós precisávamos de um plano de fuga, e precisávamos rápido.Infelizmente, minhas únicas
idéias pediam coisas que não estavam no meu controle. Como nós estarmos completamente
sozinhos para fugirmos de fininho. Ou ter guardas estúpidos que poderiam ser facilmente
enganados. Pelo menos, eles deveriam ter uma segurança descuidada para que pudéssemos
nos libertar.
Mas nada disso estava acontecendo. Depois de quase 24 horas, nossa situação não tinha
mudado. Nós ainda éramos prisioneiros, ainda éramos firmemente vigiados. Nossos raptores
permaneceram vigilantes, quase tão eficientes quanto qualquer guardião. Quase.
Quanto mais perto nós chegamos da liberdade mas fortemente éramos supervisionados – e
extremamente embaraçosas – pausas para ir ao banheiro. Os homens não nos deram comida
ou água. Isso era difícil para mim, mas a mistura de humano com vampiro fazia os dhampir
mais fortes. Eu podia lidar em me sentir desconfortável, embora eu estivesse chegando a um
ponto onde eu mataria por um hambúrguer e pouco de batatas fritas muito, muito gordurosas.
Já Mia e Christian... bem, para eles era um pouco mais difícil. Moroi podiam passar semanas
sem comida ou água se eles ainda tivessem sangue. Sem sangue, eles poderiam agüentar
apenas por alguns dias antes de ficar doente e fraco, desde que tivessem alguma outra
sustância. Foi assim que Lissa e eu vivemos sozinhas, já que eu não era capaz de alimentar ela
todo dia.
Tire a comida, água, e sangue, e a resistência dos Moroi despenca. Eu estava com fome, mas
Mia e Christian estavam vorazes. O rosto deles já estava mais magro, seus olhos quase febris.
Isaiah fazia as coisas ficarem ainda pior durante suas visitas. Toda vez, ele aparecia e falava do
seu jeito irritante. Então, antes de sair, ele se alimentava de Eddie. Na terceira visita, eu pude
praticamente ver Christian e Mia salivando. Entre as endorfinas e falta de comida, eu estava
quase certa que Eddie nem sabia onde ele estava.
Eu não podia dormir nessas circunstancias, mas no segundo dia, eu comecei a cochilar de vez
em quando. Fome e exaustão fazem isso com você. Em certo ponto, eu realmente sonhei,
surpreendente já que eu não achava que eu podia pegar no sono durante essas condições
insanas.
No sonho – e eu sabia perfeitamente bem que era um sonho – eu estava numa praia. Levei um
segundo para reconhecer que praia era. Era na costa do Oregon – areia e calor, com o pacifico
a distancia. Lissa e eu tínhamos viajado para cá quando vivíamos em Portland. Tinha sido um
dia maravilhoso, mas ela não conseguia ficar fora em tanto sol. Nós fizemos uma visita rápida
como resultado, mas eu sempre desejei ter ficado um pouco mais naquele dia. Agora eu tinha
toda luz e calor que eu poderia querer.
“Pequena dhampir,” disse uma voz atrás de mim. “Já era hora.”
Eu me virei surpresa e encontrei Adrian Ivashkov me observando. Ele usava uma camisa solta
cor de caqui – em um surpreendente estilo casual para ele – não havia sapatos. Vento bateu
no cabelo marrom dele, e ele manteve as mãos enfiadas no bolso enquanto ele me olhava com
aquele sorriso que era sua marca registrada.
“Você ainda tem sua proteção,” ele disse.
Franzindo, eu pensei por um momento que ele estava olhando para o meu peito. Então eu
percebi que os olhos dele se afundaram no meu estomago. Eu estava usando jeans e o top de
um biquíni, e mais uma vez, a pequeno pingente azul estava pendurado no meu piercing. O
chotki estava no meu pulso.
“E você está sol de novo,” eu disse. “Então eu acho que isso é seu sonho.”
“É nosso sonho.”
Eu mexi meus dedos contra a areia. “Como duas pessoas podem dividir um sonho?”
“Pessoas dividem sonhos o tempo todo, Rose.”
Eu olhei pra ele e franzi. “Eu preciso saber o que você quis dizer. Sobre ter escuridão ao meu
redor. O que isso significa?”
“Honestamente, eu não sei. Todos tem luz ao seu redor, exceto por você. Você tem sombras.
Você as pega de Lissa.”
Minha confusão aumentou. “Eu não entendo.”
“Eu não posso explicar agora,” ele me disse. “Não é por isso que eu estou aqui.”
“Você está aqui para uma razão?” eu perguntei, meus olhos na água azul. Era hipnótico. “Você
não está ... aqui por estar aqui?”
Ele deu um passo pra frente e pegou minha mão, me forçando a olhar para ele. Toda a
diversão tinha desaparecido. Ele estava completamente serio. “Onde você está?”
“Aqui,” eu disse, confusa. “Como você.”
Adrian balançou a cabeça.”Não, não é o que eu quis dizer. No mundo real. Onde está você?”
No mundo real? Ao nosso redor a praia de repente ficou borrada, como um filme fora de foco.
Momentos mais tarde, tudo voltou a ficar filme. Eu puxei meu cérebro. O mundo real. Imagens
vieram para mim. Cadeiras. Guardas. Algemas.
“Em um porão...” eu disse devagar. Alarme de repente arrancou a beleza do momento e tudo
voltou para mim. “Oh Deus, Adrian. Você tem que ajudar Mia e Christian. Eu não posso –“
Adrian segurou minha mão mais firme. “Onde?” O mundo tremeu de novo, e dessa vez não
entrou em foco de novo. Ele xingou. “Onde você está,Rose?”
O mundo começou a desintegrar. Adrian começou a desintegrar.
“Um porão. Numa casa. Em-“
Ele desapareceu. Eu acordei. O som da porta do quarto abrindo me trouxe de volta a
realidade.
Isaiah entrou com Elena atrás dele. Eu tive lutar com o desprezo quando eu a vi. Eleera
arrogante e maldosa e ruim. Mas ele era desse jeito porque ele era velho. Ele tinha a força e o
poder para segurar sua crueldade – mesmo que eu não gostasse. Mas Elena? Ela era uma
lacaia. Ela nos ameaçava e fazia comentários depreciativos para nós, mas a sua habilidade
vinha porque ela era amiga dele. Ela era uma puxadora de saco total.
“Olá, crianças,” ele disse. “Como vocês estão hoje?”
Olhares mau humorados responderam a ele.
Ele olhou para Mia e Christian, as mãos dobradas atrás de suas costas. “Alguma mudança de
idéia desde a minha ultima visita? Vocês estão levando muito tempo, e está chateado Elena.
Ela está com muita fome, vocês vêem, mas – eu suspeito – que não esteja com tanta fome
quanto vocês.”
Christian estreitou os olhos. “Vá se fuder,” ele disse com os dentes cerrados.
Elena resmungou e se mexeu para frente. “Não se atreva –“
Isaiah a mandou parar. “Deixe ele em paz. Só significa que vamos esperar um pouco mais, e na
verdade, é uma espera divertida.”
Os olhos de Elena se afiaram contra Christian.
“Honestamente, continuou Isaiah, observando Christian, “Eu não consigo decidir o que é mais
divertido: matar você ou fazer você se juntar a nós. Qualquer uma delas é divertido para nós.”
“Você não cansa de se ouvir falar?” perguntou Christian.
Isaiah considerou. “Não. Na verdade não. E eu não me canso disso, também.”
Ele se virou e andou em direção a Eddie. O pobre Eddie mal podia continuar sentado direito
em sua cadeira depois de toda essa alimentação. Pior,Isaiah nem precisava mais usar
compulsão. O rosto de Eddie simplesmente se iluminava com um estúpido sorriso, ansioso
pela próxima mordida. Ele estava tão viciado quanto um alimentador.
Raiva e nojo flutuavam em mim.
“Merda!” eu gritei. “Deixe ele em paz!”
Isaiah olhou para mim. “Fique quieta, garota. Eu não acho você é tão divertida quanto eu acho
o Sr. Ozera.”
“É?” eu disse.”Se eu irrito você tanto assim, então me use para provar seu ponto estúpido. Me
morta ao invés dele. Me coloque no meu lugar, e me mostra o quão fodão você é.”
“Não!” exclamou Mason. “Me use.”
Isaiah virou os olhos. “Meu Deus. Que nobres. Vão não são todos espartanos, são?”
Ele se afastou de Eddie e pos seus dedos no queixo de Mason, levantando a cabeça dele. “Mas
você,” Isaiah disse,” não está falando sério. Você apenas se ofereceu por causa dela.”Ele soltou
Mason e andou para perto de mim, olhando para baixo com aqueles olhos extremamente
negros. “E você... eu não acreditei em você no inicio. Mas agora?” Ele se ajoelhou para que ele
fosse da minha altura. Eu me recusei a olhar nos olhos dele, sabendo que isso me colocava em
risco para ele usar compulsão. “Eu acho que você está falando sério. E não é por um motivo
inteiramente nobre, também. Você quer. Você realmente foi mordida antes.” A voz dele era
mágica. Hipnótica. Ele não estava usando compulsão, exatamente, mas ele definitivamente
tinha um carisma nada natural ao redor dele. Como Lissa e Adrian. Eu esperei por cada palavra
dele. “Muitas vezes, eu suponho,” ele acrescentou.
Ele se inclinou na minha direção, seus hálito quente contra o meu pescoço. Em algum lugar
atrás dele, eu podia ouvir Mason gritando algo, mas todo a minha atenção estava em quão
próximo os dentes de Isaiah estavam da minha pele. Nos últimos meses, eu só tinha sido
mordida uma vez – e foi quando Lissa tinha tido uma emergência. Antes disso, ela me mordeu
pelo menos duas vezes por semana durante dois anos, e eu apenas recentemente tinha me
dado conta do quão viciante isso era. Não tem nada – nada – no mundo como uma mordida de
um Moroi, com a felicidade ela produzia. É claro, até onde eu sabia, mordidas de Strigoi eram
ainda mais poderosas...
Eu engoli, percebendo o quão pesada estava minha respiração e meu coração disparado.
Isaiah deu uma risada baixa.
“Sim. Você é uma meretriz em produção. Infelizmente para você – porque eu não vou te dar o
que você quer.”
Ele se afastou, e eu cai na minha cadeira. Sem atraso, ele se virou para Eddie e bebeu dele.Eu
não podia ver, mas era por causa da inveja dessa vez, não nojo. Desejo queimou dentro de
mim. Eu esperei por aquela mordida, esperei com cada nervo do meu corpo.
Quando Isaiah terminou, ele começou a sair do quarto, e então parou. Ele dirigiu suas palavras
para Mia e Christian. “Não demorem” ele disse. “Aproveitem a oportunidade de serem salvos.”
Ele virou sua cabeça para mim. “Vocês até tem uma vitima disposta.”
Ele saiu. No quarto, Christian encontrou meus olhos. De algum jeito, o rosto dele parecia ainda
mais voraz do que a algumas horas atrás. Fome queimava em seu olhar, e eu sabia que eu era
o complemento: o desejo de satisfazer essa fome. Deus. Nós estamos tão ferrados. Eu acho
que Christian percebeu a mesma coisa. Seus lábios se torceram em um pequeno e amargo
sorriso.
“Você nunca pareceu tão boa, Rose,” ele disse, um pouco antes dos guardas mandarem ele
calar a boca.
Eu entrei e sai de um cochilo o dia todo, mas Adrian não voltou para os meus sonhos. Ao invés
disso, enquanto mal estava consciente, eu me encontrei deslizando para um território familiar:
A mente de Lissa. Depois de toda a estranheza daqueles dois dias, estar na mente dela parecia
boas vindas.
Ela estava em um dos salões de banquete do hotel, mas ele estava vazio. Ela estava sentada no
chão no canto mais distante, tentando permanecer discreta. Nervosismo a enchia. Ela estava
esperando por algo – ou melhor, alguém. Alguns minutos depois, Adrian apareceu.
“Prima,” ele disse brevemente cumprimentando ela. Ele sentou perto dela e ergueu os joelhos,
sem se preocupar com suas calças caras. “Desculpe o atraso.”
“Está tudo bem,” ela disse.
“Você não sabia que eu estava aqui até que você me viu, sabia?”
Ela balançou a cabeça, desapontada. Eu me senti mais confusa do que nunca.
“E sentada comigo... você não consegue notar nada?”
“Não.”
Ele deu nos ombros. “Bem. Com sorte vai vir logo.”
“Como parece para você?” ela perguntou, queimando de curiosidade.
“Você sabe o que são auras?”
“Elas são tipo... luzes em volta das pessoas,certo? Algo New Age?”
“Algo assim. Todos tem uma energia espiritual que irradia de si. Bem, quase todo mundo.” A
hesitação dele me fez imaginar se ele estava pensando em mim e nas sobras que eu
supostamente tinha. “Baseado na cor e a aparência, você pode dizer muito sobre uma
pessoa...bem, se alguém realmente pudesse ver auras.”
“E você consegue,” ela disse. “E você pode dizer que eu uso Espírito por causa da minha aura?”
“A sua é quase dourada. Como a minha. Muda para outras cores dependendo da situação, mas
o dourado sempre permanece.”
“Quantas pessoas lá fora parecem nós?”
“Não muitos. Eu apenas os vejo de vez em quando. Eles meio que mantem isso para si mesmo.
Você é o primeira com quem eu falo. Eu nem sabia que se chamava “Espirito.” Eu queria ter
sabido disso quando eu não me especializei. Eu apenas achei que eu era algum tipo de
aberração.”
Lissa segurou seu braço e encarou, deixando ela ver a luz ao redor. Nada. Ela suspirou e
abaixou seu braço.
E foi ai que eu entendi.
Adrian também era um usuário do Espírito. É por isso que ele estava tão curioso em relação a
Lissa, porque ele queria falar com ela e perguntar sobre a ligação e no que ela tinha se
especializado. Também explicava várias outras coisas – como o carisma que eu não parecia ser
capaz de ignorar. Ele tinha usado compulsão aquele quando Lissa e eu estivemos no quarto
dele – foi isso que fez Dimitri soltar ele.
“Então, eles finalmente deixaram você ir?” Adrian perguntou a ela.
“É. Eles finalmente decidiram que realmente não sei de nada.”
“Ótimo,” ele disse. Ele franziu, e eu percebi que ele estava sóbrio para valer. “E você tem
certeza que não sabe?”
“Eu já te disse. Eu não posso fazer a ligação funcionar desse jeito.”
“Humm.Bem.Você tem que.”
Ela encarou. “O que, você acha que eu estou me segurando? Se eu pudesse encontrar ela, eu
encontraria!”
“Eu sei, mas para ter tudo, vocês devem ter uma ligação forte. Use isso para entrar nos sonhos
dela. Eu tentei, mas eu não consegui permanecer tempo o suficiente para-“
“O que você disse?” exclamou Lissa. “Falar com ela nos sonhos dela?”
Agora ele parecia admirado. “Claro. Você não sabe como fazer isso?”
“Não! Você está brincando?Isso é possível?”
Meus sonhos...
Eu lembrei de Lissa falando sobre inexplicáveis fenômenos Moroi, e como o Espirito podiam
ser usados para fazer outras coisas se não curar, coisas que ninguém sabia ainda. Parecia que
Adrian entrar em meus sonhos não era coincidência. Ele conseguiu entrar na minha cabeça,
talvez de um jeito parecido com o que eu usava para entrar na cabeça de Lissa. A idéia me
deixou inquieta. Lissa mal podia falar.
Ele passou a mão no cabelo e colocou sua cabeça para trás, olhando para o lustre de cristal
enquanto ele pensava. “Ok.Então.Você não vê auras, e você não fala com as pessoas nos
sonhos dela.O que você faz?”
“Eu...eu posso curar as pessoas.Animais. Plantas, também. Eu posso trazer os mortos de volta
a vida.”
“Verdade?” ele parecia impressionado. “Ok. Você ganha credito por isso. O que mais?”
“Um, eu posso usar compulsão.”
“Nós podemos fazer isso.”
“Não, eu posso usar mesmo. Não é difícil. Eu posso fazer as pessoas fazerem tudo que eu
quiser – até mesmo coisas ruins.”
“Eu também.” Seus olhos se ergueram. “Eu me pergunto o que aconteceria se você tentasse
usar em mim...”
Ela hesitou e distraída passou os dedos pela textura do tapete vermelho. “Bem...eu não
posso.”
“Você acabou de dizer que podia.”
“Eu posso –mas não agora.Eu tomo um remédio...para depressão e outras coisas... e me corta
da minha magia.”
Ele jogou seus braços no ar. “Como eu posso ensinar você a entrar em sonhos então?Como
vamos encontrar Rose?”
“Olha,” ela disse com raiva, “Eu não quero tomar remédio. Mas quando eu tomava...eu fiz
coisas bem loucas. Coisas perigosas. É isso que o Espírito faz com você.”
“Eu não tomo nada. Estou bem,” ele disse.
Não ele não estava, eu percebi. Lissa também percebeu.
“Você estava muito estranho naquele dia quando Dimitri estava no seu quarto,”ela disse.
“Você começou a falar coisas e você não fazia sentido nenhum.”
“Oh,aquilo?É... acontece de vez em quando. Mas sério, não é comum. Uma vez por mês, se
tanto.” Ele soava sincero.
Lissa encavara ele, de repente reavaliando tudo. E se Adrian conseguisse? E se ele usasse
Espírito sem as pílulas e sem nenhum efeito colateral prejudicial? Seria tudo pelo qual ela
estava esperando. Além do mais, ela não tinha nem certeza se as pílulas iam continuar
funcionando mais...
Ele sorriu, adivinhando o que ela estava pensando.
“O que você diz, prima?” ele perguntou. Ele não precisou usar compulsão. A oferta dele já era
muito tentadora. “Eu posso ensinar o que eu sei se você for capaz de usar a magia. Vai levar
um tempo para as pílulas saírem do seus sistema, mas quando elas saírem...”