segunda-feira, 21 de maio de 2012

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 29) final


eu acabei de ler o livro laço de espirito, e esse livro de deixar na expectativa do proximo, por mas que nesse livro a luta de rose acabe, tudo ficou para ser resolvido no ultimo livro ultimo sacrificio, o laço de espirito so começa a acontecer alguma ação na metade do livro e isso me deixa muito irritada com a autora que tem a mania de fazer isso, mas nesse livro ela exagerou. por mas que eu tenha no meu pc o ultimo livro da saga vou espera para o lançamento do livro...



VINTE E NOVE
Quase uma semana depois, eu apareci no quarto de Adrian.
Não tinhamos aula desde o ataque, mas nosso toque de recolher normal ainda estava
funcionando, e já era quase hora de dormir. O rosto de Adrian registrou um choque completo
e total quando ele me viu. Era a primeira vez que eu o procurava, ao invés de ser ao contrario.
“Pequena dhampir,” ele disse, dando um passo para o lado.”Entre.”
Eu entrei, e quase fique assoberbada com o cheiro de álcool que senti quando passei por ele. A
casa de convidados da Academia era boa, mas ele claramente não fez muito para manter sua
suíte limpa. Eu tinha a impressão que ele provavelmente estava bebendo sem parar desde o
ataque. A TV estava ligada, e numa pequena mesa perto do sofá estava uma garrafa de vodka
pela metade. Eu a peguei e li o rotulo. Estava em russo.
“Má hora?” eu perguntei, a colocando de volta.
“Nunca uma má hora para você,” ele me disse galantemente. O rosto dele parecia cansado. Ele
ainda era tão bonito como sempre foi, mas tinha círculos escuros embaixo de seus olhos como
se ele não tivesse dormindo bem. Ele me levou em direção a uma cadeira e sentou no sofá.
“Não vi muito você.”
Eu me inclinei para trás.”Eu não queria ser vista,” eu admiti.
Eu mal falei com qualquer um desde o ataque. Eu passei muito tempo sozinha ou com Lissa. Eu
me confortava em estar ao redor dela, mas não tínhamos falado muito. Ela entendia que eu
precisava processar as coisas e simplesmente esteve lá por mim, não insistindo em coisas que
eu não queria falar – em pensar que tinha várias coisas que ela queria perguntar.
A dos estudantes da Academia tinha sido honrada em um funeral, embora suas famílias
tivessem feito arranjos para cada um ter um funeral particular. Eu fui ao funeral maior. A
capela tinha sido cheia. O Padre Andrew tinha lido o nome dos mortos, listando Dimitri e Molly
entre eles. Ninguém estava falando sobre o que tinha acontecido com eles. Tinha muita
tristeza mesmo assim. Estávamos afundados nela. Ninguém nem sabia como a Academia ia
juntar os pedaços e começar a funcionar de novo.
“Você parece pior do que eu,” eu disse a Adrian. “Eu não achei que isso fosse possível.”
Ele colocou a garrafa nos lábios e deu um longo gole. “Nah, você quase parece bem. Quanto a
mim... bem, é dificil explicar. As auras estão me atingindo.Tem muito pesar por aqui.Você não
pode nem começar a entender. Irradia de todos em um nível espiritual. É demais. Faz sua aura
negra parecer alegre.”
“É por isso que você está bebendo?”
“Sim.Fecha a minha visão das auras, graças a Deus, então não posso te fazer seu relatório do
dia.” Ele me ofereceu a garrafa, e eu neguei. Ele deu nos ombros e tomou outro gole. “Então o
que posso fazer por você, Rose? Eu tenho o pressentimento que você não está aqui para ver se
estou bem.”
Ele estava certo, e eu só me sentia um pouco mal sobre o porque deu estar aqui. Eu pensei
muito nessa semana. Processar meu pesar por Mason tinha sido difícil. Na verdade, eu nem
tinha resolvido isso direito quando o negocio dos fantasmas começou. Agora eu tinha que
estar de luto de novo. Afinal de conta, mais do que Dimitri tinha sido perdido. Professores
morreram, guardiões e Moroi igualmente. Nenhum dos meus amigos íntimos tinha morrido,
mas pessoas que eu conhecia da aula tinham. Eles estavam estudando na Academia a tanto
tempo quanto eu,e era estranho pensar que eu nunca mais os veria. Isso era muita perda para
lidar, muitas pessoas para dar adeus.
Mas... Dimitri. Ele era um caso diferente. Afinal de contas, como dizemos adeus a alguém que
não morreu exatamente? Esse era o problema.
“Eu preciso de dinheiro,” eu disse a Adrian, sem me incomodar em fingir.
Ele arqueou uma sobrancelha. “Inesperado. De você, pelo menos. Eu recebo esse tipo de
pedido de outras pessoas bastante. Me conte, o que eu estarei patrocinando?”
Eu olhei para longe dele, me focando na TV. Era um comercial para algum tipo de desodorante.
“Estou deixando a Academia,” eu disse finalmente.
“Também inesperado. Falta só alguns meses para a formatura.”
Eu encontrei os olhos dele. “Não importa.Eu tenho coisas a fazer agora.”
“Eu nunca imaginei que você abandonaria os guardiões. Você vai se juntar as meretrizes de
sangue?”
“Não,” eu disse. “É claro que não.”
“Não pareça tão ofendida. Essa não é uma presunção não razoável. Se você não vai ser uma
guardiã, o que você vai fazer?”
“Eu disse a você. Eu tenho coisas a fazer.”
Ele arqueou uma sobrancelha. “Coisas que vão te meter em problemas?”
Eu dei nos ombros. Ele riu.
“Pergunta idiota, hein? Tudo que você faz te mete em problemas.” Ele sustentou o seu
cotovelo no braço do sofá e descansou o seu queixo na sua mão.”Pra que você veio pegar
dinheiro comigo?”
“Porque você tem.”
Isso também o fez rir. “E porque você acha que eu vou te dar?”
Eu não disse nada. Eu só olhei para ele, forçando o máximo de charme feminino que eu
pudesse em minha expressão. O sorriso dele sumiu, e seus olhos verdes se apertaram em
frustração. Ele olhou para o outro lado.
“Merda, Rose. Não faça isso. Não agora. Você está brincando em como eu me sinto em relação
a você.Isso não é justo.” Ele bebeu mais vodka.
Ele estava certo. Eu vim até ele porque achei que podia usar seus sentimentos para conseguir
o que eu queria. Era um golpe baixo, mas eu não tinha escolha. Me levantando, eu me movi
para sentar ao lado dele. Eu segurei a mão dele.
“Por favor, Adrian,” eu disse. “Por favor me ajude. Você é o único a quem eu posso recorrer.”
“Isso não é justo,” ele repetiu, modulando um pouco suas palavras. “Você está usando esses
olhos vem-aqui em mim, mas não sou eu quem você quer. Nunca fui eu. Sempre foi Belikov, e
só Deus sabe o que você vai fazer agora que ele morreu.”
Ele estava certo sobre isso também.”Você vai me ajudar?” eu perguntei, ainda brincando de
ser carismática. “Você é o único com quem eu podia falar... o único que realmente me
entende... “
“Você vai voltar?” ele perguntou.
“Eventualmente.”
Colocando sua cabeça para trás, ele suspirou fundo. O cabelo dele, que eu sempre achei que
era estilosamente bagunçado, simplesmente parecia bagunçado hoje. “Talvez seja melhor
você ir embora. Talvez você o supere mais rápido se você ficar fora algum tempo. Não iria ser
ruim ficar longe da aura de Lissa também. Pode deixar a sua escurecer mais devagar – parar
essa raiva que você sempre parece ter. Você precisa ser feliz. E parar de ver fantasmas.”
Minha sedução caiu por um momento. “Não é por causa de Lissa que estou vendo fantasmas.
Bem, ela é, mas não do jeito que você acha. Eu vejo fantasmas porque eu sou uma shadowkissed.
Estou ligada com o mundo da morte, e quanto mais eu mato, mais forte fica essa
ligação.É por isso que eu vejo os mortos e por isso que me sinto estranha perto dos Strigoi. Eu
posso sentir eles agora. Eles estão ligados com aquele mundo também.”
Ele franziu. “Você está dizendo que as auras não significam nada? Que você não está pegando
os efeitos do Espírito?”
“Não. Isso está acontecendo também. É por isso que tudo tem sido tão confuso. Eu achei que
só tinha uma coisa acontecendo, mas tem duas. Eu vejo os fantasmas porque eu sou uma
shadow-kissed. Eu fico... chateada e irritada... malvada, até mesmo... porque eu estou
pegando o lado negro de Lissa. É por isso que minha aura é escura, porque estou ficando tão
enfurecida ultimamente. Agora, tudo só parece como se eu tivesse um mal temperamento...”
eu franzi, pesando na noite que Dimitri tinha me impedido de ir atrás de Jesse. “Mas eu não sei
o que vai acontecer em seguida.”
Adrian suspirou. “Porque tudo é tão complicado com você?”
“Você vai me ajudar?Por favor, Adrian?” eu passei meus dedos pela mão dele. “Por favor me
ajude.”
Baixo, baixo. Isso era tão baixo para mim, mas não importava. Apenas Dimitri importava.
Finalmente, Adrian olhou para mim. Pela primeira vez, ele parecia vulnerável. “Quando você
voltar, você vai me dar uma chance?”
Eu escondi minha surpresa. “Como assim?”
“É como eu disse. Você nunca me quis, nunca nem me considerou. As flores, o flerte... não
atingiu você. Você estava tão caída por ele, e ninguém notou. Se você vai fazer suas coisas,
você vai me levar a serio? Você vai me dar uma chance quando voltar?”
Eu me assustei. Eu definitivamente não esperava isso. Meu instinto inicial era dizer não, que
eu nunca poderia amar alguém de novo, que meu coração tinha sido despedaçado junto com
os pedaços da minha alma que Dimitri possuía. Mas Adrian estava me olhando tão seriamente,
e não havia nenhuma de suas brincadeiras nisso. Ele falou sério, e eu percebi que a afeição que
ele tinha por mim que ele sempre brincava também não era uma brincadeira. Lissa estava
certa sobre os sentimentos dele.
“Você vai?” ele repetiu.
Só Deus sabe o que você vai fazer agora que ele morreu.
“É claro,” Não era uma resposta honesta, mas uma necessária.
Adrian olhou para o outro lado e bebeu mais. Não tinha mais muito sobrando. “Quando você
vai embora?”
“Amanha.”
Soltando a garrafa, ele levantou e entrou no quarto. Ele voltou com uma grande pilha de
dinheiro. Eu me perguntei se ele mantinha de baixo da cama dele ou algo assim. Ele me deu
sem falar nada e pegou o telefone e fez algumas ligações. O sol estava brilhando, no mundo
humano, que lidava com a maior parte do dinheiro dos Moroi, que também estava acordado.
Eu tentei assistir TV enquanto ele falava, mas eu não conseguia me concentrar. Eu ficava
querendo coçar a minha nuca. Porque como não tinha como saber quantos Strigoi eu e os
outros tinhamos matado, todos recebemos uma tatuagem diferente das molnija. Eu tinha
esquecido o nome, mas essa tatuagem parecia uma pequena estrela. Significa que o portador
tinha estado em uma luta e matado muitos Strigoi.
Quando ele finalmente terminou suas ligações, Adrian me deu um pedaço de papel. Tinha o
nome e endereço de um banco em Missoula.
“Vá até lá,’ ele disse. “Eu suponho que você tenha que ir a Missoula primeiro se você vai ir a
qualquer lutar civilizado. Tem uma conta preparada para você... com muito dinheiro nela. Fale
com eles, e eles vão terminar a papelada para você.”
Ele levantei e coloquei as notas na minha jaqueta. “Obrigado,” eu disse.
Sem hesitar, eu o abracei. O cheiro de vodka era forte, mas eu sentia que devia a ele.Eu estava
me aproveitando dos sentimentos dele para poder aumentar meus próprios recursos. Ele pos
seus braços ao meu redor e me segurou por vários segundos antes de me soltar. Eu passei
meus lábios na bochecha dele antes de nos separarmos, e eu pensei que ele tivesse parado de
respirar.
“Eu não vou esquecer disso,” eu murmurei na orelha dele.
“Eu não suponho que vá me contar onde está indo?” ele perguntou.
“Não,” eu disse. “Sinto muito.”
“Só mantenha sua promessa e volte.”
“Eu não disse a palavra prometo,” eu apontei.
Ele sorriu e pressionou seus lábios na minha testa. “Você está certa. Eu vou sentir sua falta,
pequena dhampir. Tenha cuidado. Se você precisar de qualquer coisa, me avise. Eu vou
esperar por você.”
Eu agradeci de novo e fui embora, sem me incomodar em dizer que ele poderia ter que
esperar muito tempo. Tinha uma possibilidade bem real que eu não voltasse.
No outro dia, eu levantei cedo, muito antes de qualquer um no campus acordar. Eu mal dormi.
Eu pus uma mochila por cima do meu ombro e fui até o escritório principal no prédio
administrativo. O escritório também não estava aberto ainda, então sentei no chão no
corredor na frente dele. Estudando minhas mãos enquanto esperava, eu notei dois pedaços
pequenos de dourado da minhas unhas do pé. Eles eram o que restava da minha manicure.
Cerca de 20 minutos depois, a secretária apareceu com as chaves e me deixou entrar.
“O que posso fazer por você?” ela perguntou, assim que sentei na mesa dela.
Eu entreguei a ela um pedaço de papel que estava segurando. “Estou me retirando.”
Os olhos dela abriram a um tamanho impossível. “Mas... o que... você não pode...”
Eu apontei para o papel. “Eu posso. Está tudo preenchido.”
Ainda gaguejando, ela murmurou algo sobre mim esperar, e então saiu da sala. Alguns minutos
depois, ela voltou com a Direto Kirova. Kirova tinha aparentemente sido informada e estava
olhando para mim de forma bem desaprovadora.
“Srta. Hathaway, qual o significado disso?”
“Estou saindo,” eu disse. “Desistindo. Abandonando. Tanto faz.”
“Você não pode fazer isso,” ela disse.
“Bem, obviamente eu posso, já que vocês mentem uns papeis de desistência na livraria. Está
tudo preenchido como o necessário.”
A raiva dela mudou para algo mais triste e ansioso. “Eu sei que muita coisa aconteceu
ultimamente – todos estamos tendo problemas para nos ajustar – mas isso não é motivo para
tomar uma decisão precipitada. De tudo, precisamos de você mais agora do que nunca.”Ela
estava quase implorando. Difícil acreditar que seis meses atrás ela queria me expulsar. “Isso
não é precipitado,” eu disse. “Eu pensei muito sobre isso.”
“Pelo menos me deixe chamar sua mãe para que possamos conversar sobre isso.”
“Ela partiu para a Europa 3 dias atrás. Não que importasse.” Eu apontei para a linha de cima do
formulário que dizia data de nascimento. “Tenho 18 anos hoje. Ela não pode fazer mais nada.
Essa é minha escolha. Agora, você vai aceitar o formulário, ou vai tentar me segurar? Tenho
certeza que eu poderia te derrubar numa luta, Kirova.”
Eles aceitaram meus papeis, nada felizes. A secretaria fez uma copia do papel oficial que
declarava que eu não era mais uma estudante da Academia St. Vladimir. Eu precisava sair pelo
portão principal.
Era uma longa caminhada até a frente da escola, e o céu estava vermelho então o sol
desaparecia no horizonte. O tempo esquentou, mesmo a noite. A primavera finalmente tinha
chegado. Fez ser um tempo bom para caminhas já que eu ainda tinha muito chão para
percorrer até chegar na estrada. De lá, eu iria pegando carona para Missoula. Pegar carona
não era seguro, mas a estaca de prata no meu casaco me fez sentir bem segura sobre tudo que
eu enfrentasse. Ninguém tinha pegado ela de mim depois da luta, e funcionaria tão bem
contra humanos esquisitos como contra Strigoi.
Eu estava quase fora dos portões quando eu a senti. Lissa. Eu parei de andar e me vire em
direção a umas arvores. Ela estava perto delas, perfeitamente parada, e tinha conseguido
esconder seus pensamentos tão bem que eu nem percebi que ela estava praticamente do meu
lado. Os cabelos e olhos dela brilhavam no por do sol, e ela parecia ser muito bonita e muito
suave para fazer parte da paisagem.
“Hey,” eu disse.
“Hey.” Ela colocou os braços ao seu redor, com frio mesmo com o casaco. Moroi não tinham a
mesma resistência a mudanças de temperatura que os dhampirs tinham. O que eu achava
quente e agradável ainda era frio para ela. “Eu sabia,” ela disse. “Desde o dia que eles falaram
que o corpo dele sumiu. Algo me disse que você faria isso. Eu estava só esperando.”
“Você pode ler minha mente agora?” eu perguntei com tristeza.
“Não, eu posso ler você. Finalmente. Eu não posso acreditar o quão cega eu era. Eu não
consigo acreditar que eu nunca notei. O comentário de Victor... ele estava certo.” Ela olhou
para o por do sol, e então virou seu olhar de volta para mim.Um flash de raiva, dos seus
sentimentos e olhas, me atingiram. “Porque você não me contou?” ela chorou. “Porque você
não disse que amava Dimitri?”
Eu me assustei. Não conseguia lembrar a ultima vez que Lissa tinha gritado com qualquer um.
Talvez no outono passado, quando toda a insanidade com Victor tinha acontecido. Explosão
eram minha praia, não dela. Mesmo quando estava torturando Jesse, a voz dela tinha sido
baixa.
“Eu não podia contar a ninguém,” eu disse.
“Eu sou sua melhor amiga, Rose. Passamos por tudo juntas. Você acha mesmo que eu teria
contado? Eu poderia ter mantido em segredo.
Eu olhei para o chão. “Eu sei que você teria. Eu só... eu não sei. Eu não podia falar sobre isso.
Nem com você. Eu não consigo explicar.”
“O quão...” Ela buscou a pergunta que sua mente já tinha formado. “O quão sério foi? Foi só
você ou -?”
“Foi nós dois,” eu disse a ela. “Ele sentia a mesma coisa. Mas sabíamos que não podíamos ficar
juntos, não com nossa idade...e, bem, não quando deveríamos estar protegendo você.”
Lissa franziu. “Como assim?”
“Dimitri sempre disse que se nos envolvêssemos, nos preocuparíamos mais em nos proteger
do que proteger você. Não podíamos fazer isso.”
Culpa passou por ela ao pensar que ela era a responsável por nos manter separados.
“Não é sua culpa,” eu disse rapidamente.
“Certamente...deveria ter um jeito... não seria um problema...”
Eu suspirei, sem vontade de mencionar o nosso ultimo beijo na floresta, quando Dimitri e eu
tinhamos pensado em uma solução para nosso problema.
“Eu não sei,” eu disse. “Só tentamos ficar separados. As vezes funcionava. As vezes não.”
A mente dela era um redemoinho de emoções. Ela sentia pena de mim, mas ao mesmo tempo
ela estava braba. “Você deveria ter me dito,” ela repetiu. “Eu sinto como se você não confiasse
em mim.”
“É claro que eu confio em você.”
“É por isso que você está fugindo?”
“Isso não tem nada a ver com confiança,” eu admiti. “Sou eu... bem, eu não queria falar para
você. Eu não podia agüentar te contar que eu estava indo embora ou explicar porque.”
“Eu já sei,” ela disse. “Eu descobri.”
“Como?” eu perguntei. Lissa estava cheia de surpresa hoje.
“Eu estava lá. Ultimo outono quando pegamos aquela van para Missoula. A viagem de
compras? Você e Dimitri estavam falando sobre Strigoi, sobre como se tornar algo cruel...
como destrói a pessoa que você costumava ser e faz você fazer coisas horríveis. E eu ouvi...”
Ela estava com problemas para dizer. Eu tinha dificuldades em ouvir, e meus olhos estavam
úmidos. A memória era muito dura, pensar em estar sentada com ele aquele dia, quando
recém tínhamos nos apaixonado. Lissa engoliu e continuou. “Eu ouvi vocês dois dizerem que
preferiam morrer a se tornar um monstro daqueles.”
Silencio caiu entre nós. O vento aumentou e soprou nosso cabelo, escuro e claro.
“Eu tenho que fazer isso, Liss. Eu tenho que fazer por ele.”
“Não,” ela disse firmemente. “Você não precisa. Você não prometeu nada.”
“Não em palavras, não. Mas você... você não entende.”
“Eu entendo que você está tentando superar e isso é o melhor jeito. Você precisa encontrar
outro jeito de deixar ele para trás.”
Eu balancei a cabeça. “Eu tenho que fazer isso.”
“Mesmo que isso signifique me deixar?”
Do jeito que ela disse, o jeito que ela olhou para mim... oh Deus. Várias memórias passaram
pela minha mente. Estávamos juntas desde a infância. Inseparáveis. Ligadas. E ainda sim...
Dimitri e eu tínhamos nos conectado também. Merda. Eu nunca quis ter que escolher entre
eles.
“Eu tenho que fazer isso,” eu disse de novo. “Desculpe.”
“Você deveria ser minha guardiã e ir comigo a faculdade,” ela discutiu. “Você é uma shadowkissed.
Deveríamos ficar juntas. Se você for embora...”
A horrível escuridão estava começando a crescer na minha mente e no meu coração. Minha
voz tremeu quando e falei. “Se eu deixar você, eles vão te conseguir outro guardião. Dois
deles. Você é a ultima Dragomir. Eles vão te manter segura.”
“Mas eles não são você, Rose,” ela disse. Aqueles olhos luminosamente verdes se fixaram em
mim, e a raiva em mim esfriou. Ela era tão linda, tão doce... e ela parecia razoável. Ela estava
certa. Eu devia a ela. Eu precisava –
“Pare!” eu gritei, me virando. Ela estava usando mágica. “Não use compulsão comigo. Você é
minha amiga. Amigos não usam seus poderes nos outros.”
“Amigos também não abandonam os outros,” ela disse. “Se você fosse minha amiga você não
faria isso.”
Eu me aproximei dela, tomando cuidado para não olhar muito fundo nos olhos dela, caso ela
tentasse usar compulsão comigo de novo. A raiva em mim explodiu.
“Não é sobre você, ok? Dessa vez, é sobre mim. Não você. É minha vida, Lissa... toda a minha
vida, tem sido a mesma. Eles vem primeiro. Eu vivi minha vida por você.Eu me treinei para ser
sua sombra, mas você sabe o que?Eu quero vir primeiro. Eu preciso cuidar de mim uma vez. Eu
estou cansada de ter que cuidar de todo mundo e ter que colocar de lado o que eu quero.
Dimitri e eu fizemos isso, e olha o que aconteceu. Ele morreu. Eu nunca vou segurar ele de
novo. Agora eu devo a ele fazer isso. Eu sinto muito se te magoa, mas essa é a minha escolha!”
Eu gritei as palavras, não pausando nem para respirar, e eu esperava que minha voz não
tivesse chamado atenção dos guardiões que estavam nos portões. Lissa estava olhando para
mim, chocada e magoada. Lagrimas passaram pelas bochechas dela, e parte de mim tremeu ao
perceber que eu estava magoando a pessoa que eu jurei proteger.
“Você ama ela mais do que a mim.” Ela disse baixo, soando bem jovem.
“Ele precisa de mim agora.”
“Eu preciso de você. Ele morreu, Rose.”
“Não,” eu disse. “Mal ele vai morrer logo.”Eu levantei a minha manga e peguei o chotki que ela
tinha me dado no natal. Eu entreguei a ela. Ela hesitou e então o pegou.
“Pra que isso?” ela disse.
“Eu não posso usar. É para o guardião dos Dragomir. Eu vou pegar de novo quando eu...” eu
quase tinha dito se, e não quando. Eu acho que ela soube disse. “Quando eu voltar.”
As mãos delas se fecharam nas contas. “Por favor, Rose. Por favor, não me deixe.”
“Desculpe,” eu disse. Não havia outras palavras para oferecer. “Desculpe.”
Eu deixei ela lá chorando e andei em direção ao portão. Um pedaço da minha alma tinha
morrido quando DImitri caiu. Virar minhas costas a ela agora, eu senti que outro pedaço da
minha alma também tinha morrido. Logo não havia nada sobrando dentro de mim.
Os guardiões no portão ficaram tão chocados quanto a secretaria e Kirova tinham estado, mas
não tinha nada que eles pudesse fazer. Feliz aniversário para mim, eu pensei amargamente.
Dezoito finalmente. E não era nada como eu tinha esperado.
Eles abriram os portões e eu sai, para fora do terreno da escola e da proteção das wards. As
linhas eram invisíveis, mas eu me sentia estranhamente vulnerável e exposta, como se eu
tivesse pulado um grande abismo. E ainda sim, ao mesmo tempo, eu me sentia livre e no
controle. Eu comecei a andar pela estreita estrada. O sol tinha quase sumido; eu teria que
confiar na luz da lua.
Quando eu estava fora da linha de visão dos guardiões, eu parei e falei.’Mason.’
Eu tive que esperar muito tempo. Quando ele apareceu, eu mal podia ver ele. Ele estava quase
completamente transparente.
“Está na hora, não é? Você está indo... você finalmente está seguindo em frente...”
Bem, eu não fazia idéia de para onde ele estava indo. Eu não sabia o que tinha além, qualquer
que fosse o reino que o Padre Andrew acreditava ou algum mundo completamente diferente
do que eu tinha visitado. Ainda sim, Mason entendeu e acenou.
“Já passaram mais de 40 dias,” eu murmurei. “Então eu acho que você está atrasado. Estou
feliz...eu quero dizer, eu espero que você encontre paz. Embora eu meio que esperava que
você me levasse até ele.”
Mason balançou a cabeça, e ele não precisou dizer uma palavra para mim entender o que ele
queria me dizer. Você está sozinha, Rose.
Está tudo bem. Você merece seu descanso. Além do mais, eu acho que sei onde começar a
procurar.” Eu pensei nisso constantemente na ultima semana. Se Dimitri estava onde eu
acreditava que ele estava, eu tinha muito trabalho pela frente.A ajuda de Mason teria sido
bom, mas eu não queria continuar incomodando ele. Parecia que ele já tinha o suficiente para
lidar.
“Adeus,” eu disse a ele. “Obrigada pela sua ajuda... eu... vou sentir sua falta.”
Ele ficou cada vez mais fraco, e pouco antes de desaparecer, eu vi um pequeno sorriso, aquela
risada e sorriso maravilhoso que eu sempre amei tanto. Pela primeira vez desde que a morte
dele, pensar sobre Mason não me devastava. Eu estava triste e sentiria falta dele, mas eu
sabia que ele tinha ido para algum lugar bom – algum lugar muito bom. E eu não me sentia
mais culpada.
Me virando,eu encarei a longa estrada na minha frente. Eu suspirei. Essa viagem pode levar
um tempo.
“Então comece a andar, Rose,” eu murmurei pra mim mesma.
E eu sai, sai para matar o homem que eu amava.

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 28)


VINTE E OITO
As próximas horas foram as mais longas da minha vida.
Nosso grupo conseguiu chegar ao campus em segurança, embora a maior parte do trajeto fora
feita correndo – o que foi difícil com tantos feridos.O tempo todo eu sentia náuseas,
presumidamente por que os Strigoi estavam perto. Se eles estivesse, eles nunca nos
alcançaram, e era possível que eu simplesmente estivesse me sentindo mal devido tudo o que
tinha acontecido nas cavernas.
Quando voltamos para trás das wards, os outros novatos e eu fomos esquecidos. Estavamos
seguros, e os adultos agora tinham outras coisas para se preocupar. Todos os seqüestrados
tinham sido resgatados – todos que estavam vivos. Como eu temia, os Strigoi resolveram
comer um antes de chegarmos lá. Isso significava que tínhamos resgatado 12. Seis guardiões –
incluindo Dimitri – tinham sido perdidos. Esses não eram números ruins considerando quantos
Strigoi´s enfrentamos, mas se você tirasse a diferença, significava que tínhamos salvado
apenas 6 vidas. A perda de todos aqueles guardiões tinha valido a pena?
“Você não olhar desse jeito,” Eddie me disse enquanto andávamos para a clinica. Todos,
prisioneiros e agressores, tinham recebi ordens de serem avaliados. “Você não salvou apenas
aquelas vidas. Vocês mataram quase 30 Strigoi, fora os do campus. Pensem em todas as
pessoas que eles teriam matado. Você essencialmente salvou a vida dessas pessoas também.”
Uma parte racional de mim sabia que ele tinha razão. Mas o que racionalidade tem a ver com
qualquer coisa quando Dimitri pode estar morto? Era bem egoísta e pequeno, mas nesse
momento, eu queria trocar todas aquelas vidas pela dele. Ele não iria querer isso, no entanto.
Eu sabia.
E pela pequena, pequeníssima chance, havia uma possibilidade que ele não estivesse morto.
Embora a mordida tivesse parecido bem seria, aquele Strigoi podia ter incapacitado ele e
então fugido. Ele podia estar deitado nas cavernas agora, morrendo e precisando de
assistência medica. Me deixava maluca, pensar nele daquele jeito e nós incapazes de ajudar.
Não tinha jeito de podermos voltar, no entanto. Não até a luz do dia. Outro bando iria então
para trazer de volta nossos mortos para podermos enterrar eles. Até lá, eu tinha que esperar.
A Dra. Olendzki me deu uma rápida checada, decidiu que eu não tinha uma concussão, e então
me mandou cuidar dos meus próprios arranhões. Ela tinha muitos outros para se preocupar
agora que estavam em condições muito piores.
Eu sabia que a coisa esperta era ir ao meu dormitório ou ir atrás de Lissa. Eu precisava do
descanso, e pela nossa ligação, eu senti ela chamando por mim. Ela estava preocupada. Ela
estava com medo. Eu sabia que ela descobrira a noticia logo. Ela não precisava de mim, e eu
não queria ver ela. Eu não queria ver ninguém.Então ao invés de ir para o meu dormitório, eu
fui para a capela. Eu precisava fazer algo até as cavernas serem analisadas. Rezar era tão boa
opção quanto qualquer outra.
A capela normalmente estava vazia no meio do dia, mas não dessa vez. Eu não deveria estar
surpresa. Considerando a morte e tragédia das ultimas 24 horas, era natural que as pessoas
buscassem conforto. Alguns estavam sentados sozinhos, alguns em grupos. Eles choravam.
Eles estavam ajoelhados. Eles rezavam. Alguns simplesmente encaravam o nada, claramente
incapazes de acreditar no que tinha acontecido. O Padre Andrew se movia pelo santuário,
falando com muitos deles.
Eu encontrei um banco vazio no canto de trás e sentei. Arrastando meus joelhos para perto de
mim, eu enrolei meus braços ao redor dele e descansei minha cabeça. Nas paredes, ícones de
santos e anjos olhavam por nós.
Dimitri não podia estar morto. Não tinha jeito dele estar. Certamente, se ele estivesse, eu
saberia. Ninguém podia tirar uma vida daquelas desse mundo. Ninguém que tinha me
segurado na cama como ele tinha ontem poderia estar morto. Ele era muito quente, muito
vivo. A morte não podia seguir algo assim.
O chotki de Lissa estava em volta do meu pulso, e eu passei meus dedos pela cruz e pelo
entalhos. Eu tentei desesperadamente colocar meus pensamentos em formas de oração, mas
eu não sabia como. Se Deus fosse real, eu acho que ele é poderoso o bastante para saber o
que o que eu estava dizendo sem necessariamente precisar de palavras.
Horas passaram. Pessoas vieram e foram. Eu fiquei cansada de ficar sentada e eventualmente
me estiquei pelo banco. Pelo teto pintado de dourado, mais santos e anjos olhavam para mim.
Tanta ajuda divina, eu pensei, mas que bondade eles realmente estavam fazendo?
Eu nem percebi que eu adormeci até que Lissa me acordou. Ela mesma parecia um anjo, seu
cabelo pálido caído ao redor do seu rosto. Os olhos dela eram tão gentis e misericordiosos
quanto qualquer um dos santos.
“Rose,” ela disse. “Estivemos procurando por você.Você estava aqui o tempo todo?”
Eu sentei, me sentindo cansada e com a visão turva. Considerando que eu não tinha dormido
na noite anterior e depois tinha ido em uma enorme missão, minha fatiga era compreensível.
“Basicamente,” eu disse a ela.
Ela balançou a cabeça. “Isso foi a horas atrás. Você deveria ir comer algo.”
“Eu não estou com fome.” Horas atrás. Eu agarrei o braço dela. “Que horas são? O sol já
apareceu?”
“Não. Ainda falta,hum, umas cinco horas.”
Cinco horas. Como eu podia esperar tanto?
Lissa tocou meu rosto. Eu senti a mágica queimando pela nossa ligação, e então o calor e o frio
passando pela minha própria pele. Machucados e cortes desapareceram.
“Você não deveria fazer isso,” eu disse.
Um sorriso fraco cruzou os lábios dela. “Eu estive fazendo o dia todo. Eu estive ajudando a Dra.
Olendski.”
“Eu soube disse, mas wow. É tão estranho. Sempre mantivemos escondido, sabe?”
“Não importa se todos sabem agora,” ela disse dando nos ombros. “Depois de tudo que
aconteceu, eu precisava ajudar. Tantas pessoas feridas, e se isso significa meu segredo vazar...
bem, tinha que acontecer mais cedo ou mais tarde. Adrian tem ajudado também, embora ele
não possa fazer muito.”
E então, me atingiu. Eu me ajeite.
“Oh Deus, Lissa. Você pode salvar ele. Você pode ajudar Dimitri.”
Profunda triste encheu todo o rosto dela e nossa ligação. “Rose,” ela disse baixo. “Eles dizem
que Dimitri está morto.”
“Não,’ eu disse. “Ele não pode estar. Você não entende...eu acho que ele só se machucou.
Provavelmente bastante. Mas se você estiver lá você pode trazer ele de volta, você pode curar
ele.” Então, a idéia mais louca veio para mim.” E se...e se ele realmente morreu...” As palavras
doíam ao sair. “Você pode trazer ele de volta! Como você fez comigo. Ele será um shadowkissed
também.”
O rosto dela ficou ainda mais triste.Tristeza – por mim agora – irradiava dela. “Eu não posso
fazer isso. Trazer as pessoas de volta dos mortos drena muito poder...e além do mais,eu não
acho que eu poderia fazer isso por uma pessoa que está morta,um, a tanto tempo. Eu acho
que tem que ser recente.”
Eu podia ouvir o desespero maluco em minha própria voz. “Mas você tem que tentar.”
“Eu não posso...” ela engoliu.”Você ouviu o que eu disse para a rainha. Eu falei sério. Eu não
posso passar por aí trazendo todas as pessoas mortas de volta a vida. Isso entra naquele tipo
de abuso que Victor queria. É por isso que mantemos isso em segredo.”
“Você o deixaria morrer? Você faria isso? Você não faria isso por mim?” Eu não estava
gritando, mas minha voz definitivamente estava alta demais para uma igreja. Quase todos
tinham ido embora agora, e com o nível de dor por aqui, eu duvidei que alguém pensasse
muito sobre uma explosão. “Eu faria qualquer coisa por você. Você sabe disse. E você não faria
isso por mim?” Eu estava prestes a chorar.
Lissa me observou, um milhão de pensamentos em sua mente. Ela avaliou minhas palavras,
meu rosto, minha voz. E bem assim, ela finalmente entendeu. Ela finalmente percebeu o que
eu sentia por Dimitri, que era uma ligação maior do que aluno-professor. Eu senti o
reconhecimento acender na mente dela. Inumeras conexões de repente se ligaram na mente
dela: comentários feitos, jeitos que Dimitri e eu agíamos perto um do outro... tudo fazia
sentido para ela agora, coisas que ela tinha estado muito cega para notar. Perguntas
imediatamente se espalharam, mas ela não perguntou nada ou mencionou o que ela tinha
percebido. Ao invés disso, ela apenas pegou minha mão e me puxou para mais perto dela.
“Eu sinto muito, Rose. Eu sinto tanto, tanto. Eu não posso.”
Eu deixei ela me arrastar para longe depois disso, presumidamente para pegar comida. Mas
quando eu sentei na cafeteria e encarei aquele prato na minha frente, a ideia de comer algo
me fez sentir mais doente do que eu tinha estado perto dos Strigoi. Ela desistiu depois disso,
percebendo que nada ia acontecer até eu saber o que tinha acontecido com Dimitri. Fomos
para o quarto dela, e eu deitei na cama. Ela sentou perto de mim, mas eu não queria
conversar, e eu logo adormeci.
Da outra próxima vez que eu acordei, era minha mãe que estava ao meu lado.
“Rose, vamos checar as cavernas. Você não pode entrar nelas, mas você pode ir para as
fronteiras da escola conosco se quiser.”
Era o melhor que eu podia. Se significava que eu podia descobrir sobre Dimitri um segundo
mais rápido do que se eu ficasse aqui, eu faria. Lissa veio comigo, e passamos por trás do
grupo de guardiões que se reunia. Eu ainda estava magoada com a recusa dela de curar
Dimitri, mas uma parte de mim secretamente achava que ela não seria capaz de se segurar
quando ela o visse.
Os guardiões tinham montado um grupo grande para chegar as cavernas, só por precaução.
Tinhamos certeza que os Strigoi tinham ido embora, no entanto. Eles perderam sua vantagem
e tinham que saber que se voltássemos pelos mortos, seria com números renovados. Qualquer
um deles que tivesse sobrevivido teria ido embora.
Os guardiões passaram pelas wards, e o resto de nós que tinham seguido atrás esperamos na
fronteira. Quase ninguém falou. Provavelmente levaria 3 horas antes deles voltarem, contando
o tempo de viagem. Tentando ignorar o obscuro e pesado sentimento dentro de mim, eu
sentei no chão e descansei minha cabeça no ombro de Lissa, desejando que os minutos
voassem. Um Moroi usuário de fogo criou uma fogueira, e todos nos esquentamos com ela.
Os minutos não voaram, mas ele eventualmente passaram. Alguem gritou que os guardiões
estavam voltado. Eu levantei e corri para olhar. O que eu vi me fez parar.
Macas. Macas carregando os corpos daqueles que tinham sido mortos. Guardiões mortos,
seus rostos pálidos e olhos vidrados. Um dos Moroi que observava vomitou. Lissa começou a
chorar. Um por um, os mortos passaram por nós. Eu me assustei, sentindo o frio e o vazio, me
perguntado se eu veria o fantasmas deles quando eu fosse para fora das wards.
Finalmente, o grupo todo passou. Cinco corpos, mas parecia ter sido 500. E tinha um corpo
que eu não vi. Um que eu estive esperando. Eu corri até minha mãe. Ela estava ajudando a
carregar uma maca. Ela não olhava para mim e sem duvidas sabia o que eu tinha vindo
perguntar.
“Onde está Dimitri?” eu exigi.”Ele está...” Era muito para esperar, muito para perguntar. “Ele
está vivo?” Oh Deus. E se as minhas preces tivessem sido atendidas? E se ele estivesse lá
ferido, esperando por eles mandarem um médico?
Minha mãe não respondeu imediatamente. Eu mal reconheci a voz dela quando ela falou.
“Ele não estava lá, Rose.”
Eu tropecei no chão e tive que me apressar para alcançar ela de novo, “Espera, como
assim?Talvez ele só estivesse ferido e saiu para buscar ajuda...”
Ela ainda não olhava para mim. “Molly também não estava lá.”
Molly era o Moroi que tinha sido comida. Ela tinha minha idade, alta e bonita. Eu vi o corpo
dela na caverna, drenado. Ela definitivamente estava morta. Não tinha jeito dela estar ferida e
ter saído. Molly e Dimitri. O corpo de ambos desaparecido.
“Não,” eu arfei. “Você não acha...”
Uma lagrima caiu do olho da minha mãe. Eu nunca tinha visto nada assim vindo dela antes. “Eu
não sei o que pensar, Rose. Se ele sobreviveu, é possível... é possível que eles o tenham levado
para mais tarde.”
A idéia de Dimitri como um ‘lanche’ era muito horrível para palavras – mas não era tão horrível
quanto a alternativa. Nós duas sabíamos.
“Mas eles não levariam Molly para mais tarde. Ela estava morta a algum tempo.”
Minha mãe acenou. “Eu sinto muito, Rose. Não podemos ter certeza. É provável que os dois
estejam apenas mortos, e que os Strigoi arrastaram seus corpos para fora.”
Ela estava mentido. Era a primeira vez em toda a minha vida que minha mãe contava uma
mentira para me proteger. Ela não era do tipo reconfortante, não era do tipo que inventava
histórias bonitas para fazer alguém se sentir melhor. Ela sempre me disse a dura verdade.
Não dessa vez.
Eu parei de andar, e o grupo continuou a passar por mim. Lissa nos alcançou, preocupada e
confusa.
“O que está acontecendo?” ela perguntou.
Eu não respondi. Ao invés disso, eu virei e corri de volta, de volta em direção as wards. Ela
correu atrás de mim, chamando meu nome. Ninguém mais nos notou porque honestamente,
quem no mundo seria estúpido o suficiente para cruzar as wards depois de tudo que tinha
acontecido?
Eu era, embora na luz do dia, eu não sentisse medo. Eu passei pelo lugar onde o grupo de Jesse
tinha atacado ela, passando pelas linhas invisíveis que marcavam as fronteiras da Academia.
Lissa hesitou por um momento e se juntou a mim. Ela estava sem fôlego por correr atrás de
mim.
“Rose, o que você-“
“Mason!” Eu chorei. “Mason, eu preciso de você.”
Levou um tempo para ele se materializar. Dessa vez, ele não só parecia ultra-palido, ele
também parecia estar piscando, como uma luz prestes a queimar. Ele ficou parado ali, me
observando, e embora sua expressão fosse a mesma de sempre, eu tive a estranha sensação
que ele sabia o que eu ia perguntar. Lissa, ao meu lado, ficava olhando para frente e para trás
entre eu e o ponto para qual eu estava falando.
“Mason, Dimitri está morto?”
Mason negou.
“Ele está vivo?”
Mason negou.
Nem vivo nem morto. O mundo girou ao meu redor, faíscas de cores dançando ao meu redor.
A falta de comida tinha me deixado tonta, e eu estava prestes a desmaiar. Eu tinha que ficar
controlada. Eu tinha que perguntar a próxima pergunta. De todas as vitimas... de todas as
vitimas que eles podiam ter escolhido, certamente eles não teriam escolhido ele.
As próximas palavras ficaram presas na minha garganta, e eu cai de joelhos e as falei.
“Ele... Dimitri é um Strigoi?”
Mason hesitou por um segundo, como se ele estivesse com medo de me responder, e então –
ele acenou.
Meu coração se despedaçou. Meu mundo se despedaçou.
Você vai perder o que mais valoriza...
Rhonda não estava falando de mim. Não estava falando nem mesmo da vida de Dimitri.
O que você mais valoriza.
Era a alma dele.

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 27)


esse capitulo e o mas triste de todo o livro, sempre que leio eu choro !!!!
todos os sonhos acabam aqui e começa uma nova luta para Rose que seque ate o ultimo livro, a perca do seu amor!!!



VINTE E SETE
Nenhum dos outros pareceu notar nossa ausência. Mais guardiões, como prometido, tinham
aparecido, e agora nós quase tínhamos cinqüenta. Era um verdadeiro exercito, e como
aconteceu com os Strigoi, o número era sem precedentes, fora as velhas lendas européias de
grandes batalhas épicas entre nossas raças.Tinhamos mais guardiões no campus, mas alguns
tinham que ficar e proteger a escola. Muitos dos meus colegas tinham sido incobidos desse
dever, mas mais ou menos 10 (incluindo eu) iriam acompanhar os outros nas cavernas.
Uma hora antes da partida, nos encontramos de novo para repassar o plano. Tinha uma
grande câmera na parte mais distante da caverna, e fazia mais sentido que os Strigoi
estivessem lá para que eles fossem embora assim que a noite chegasse. Iriamos atacar dos
dois lados. Quinze guardiões iriam de cada lado, acompanhados por três Moroi. Dez guardiões
iriam ficar na entrada para pegar qualquer Strigoi que estivesse fugindo. Eu fui designada a
cuidar da entrada no lado mais distante. Eu queria desesperadamente poder estar lá com eles,
mas eu sabia que eu tinha sorte só de poder ir junto. E numa missão dessas, todo trabalho era
importante.
Nosso pequeno exercito saiu, se movendo nun passo rápido para cobrir 80km. Descobrimos
que iria levar um pouco menos de uma hora, e ainda havia luz do dia suficiente para a luta e
volta da viagem. Nenhum Strigoi estaria em guarda, então podíamos entrar nas cavernas sem
sermos notados. Quando nosso pessoal entrasse, no entanto, era quase certo que a audição
superior dos Strigoi iriam imediatamente os alertar do ataque.
Então houve pouca conversa quando nos aproximamos. Ninguém estava afim de conversar, e
a maior parte da conversa era de natureza logística. Eu andei com os novatos, mas de vez
enquanto, eu olhei e encontrei os olhos de Dimitri. Eu sentia como se houvesse uma ligação
invisível entre nós agora, tão grossa e intensa que era de se admirar que todos não pudessem
ver. O rosto dele estava pronto para batalha, mas eu vi o sorriso nos olhos dele.
Nosso grupo se separou quando chegamos na entrada mais perto para a caverna. Dimitri e
minha mãe iriam aqui, e eu dei a eles um ultimo olhar, meus sentimentos tinham pouco a ver
com meu interlúdio romântico de mais cedo. Tudo que eu sentia era preocupação,
preocupação de nunca mais os ver de novo. Eu tive que me lembrar que eles eram durões –
dois dos melhores guardiões por aí. Se alguém iria sair disso, eram eles.Eu era a única que
precisava ter cuidado, e quando entramos na outra base a 700 metros, eu cuidadosamente
coloquei minhas emoções em um compartimento no fundo da minha mente. Eles teriam que
ficar lá até tudo isso acabar. Eu estava no modo batalha agora e não podia deixar meus
sentimentos me distraírem.
Quando estávamos quase na nossa entrada, eu vi algo prateado pelo canto do olho. Eu estive
mantendo as imagens fantasmagóricas que viviam fora das wards longe, mas esse era um que
eu queria ver. Olhando ao redor, eu vi Mason. Ele estava parado ali, dizendo nada, usando sua
perpetua expressão de tristeza. Ele ainda parecia estranhamente pálido para mim. Enquanto
nosso grupo passava, ele levantou uma mão, como uma despedida ou benção, eu não sabia.
Na entrada da caverna, nosso grupo se dividiu. Alberta e Stan estavam liderando o grupo para
entrar. Eles ficaram posicionados na abertura, esperando pela hora exata que eles
concordaram com o outro grupo em entrar. A Sra. Carmack, minha professora de mágica,
estava entre os Moroi que iria entrar com eles. Ela parecia nervosa mas determinada.
O momento chegou, e os adultos se dispersaram. O resto de nós ficou parado ali, alinhado em
um circulo perto da caverna. Nuvens cinzas estavam no céu. O sol tinha começado a descer,
mas ainda tínhamos algum tempo.
“Isso vai ser fácil,” murmurou Meredith, uma das outras três garotas na turma dos veteranos.
Ela falou incerta, mais para ela do que para mim, eu acho. “Vai ser fácil. Eles vão acabar com os
Strigoi antes deles perceberem. Não vamos ter que fazer nada.”
Eu esperava que ela estivesse certa. Eu estava pronta para lutar, mas se eu não precisasse,
significa que tudo tinha saído como planejado.
Nós esperamos. Não tinha mais nada para fazer. Cada minuto parecia uma eternidade. Então
ouvimos: o som de luta. Choros abafados e gemidos. Alguns gritos. Todos nós estávamos
tensos, corpos tão rígidos que quase quebramos. Emil era nosso líder nisso, e ele estava
parado perto da entrada, a estaca na mão e suor se formando em sua sobrancelha enquanto
ele observava a escuridão, pronto para qualquer sinal de Strigoi.
Alguns minutos depois, ouvimos o som de passos vindo na nossa direção. Nossas estacas
estavam prontas. Emil e outro guardião foram mais pertos para a entrada, prontos para pular e
matar o Strigoi que fugia.
Mas não foi um Strigoi que apareceu. Era Abby Badica. Ela estava machucada e suja, mas fora
isso, ela estava viva. O rosto dela estava nervoso e cheio de lagrimas. A principio, ela gritou
quando nós viu. Então ela percebeu quem nós éramos e caiu nos braços da primeira pessoa
que ela pode – Meredith.
Meredith parecia surpresa, mas ela deu a Abby um abraço resseguro. “Está tudo bem,”
Meredith disse. “Tudo vai ficar bem. Você está no sol.”
Gentilmente, Meredith soltou Abby e a colocou numa arvore ali perto. Abby sentou na base,
com o rosto enterrado nas mãos. Meredith voltou para sua posição. Eu queria confortar Abby.
Eu acho que todos queríamos, mas teríamos que esperar.
Um minuto depois, outro Moroi saiu.Era o Sr. Ellsworth, um professor que eu tive na quinta
série. Ele também parecia cansado, e o pescoço dele mostravam marcas de perfuração. Os
Strigoi o tinham usado para se alimentar,mas não o tinham matado ainda. Ainda sim, apesar
dos horrores que ele devia ter passado, o Sr. Ellsworth estava calmo, os olhos dele alertas e
atentos. Ele reconheceu a situação e imediatamente saiu do nosso circulo.
“O que está acontecendo lá?” perguntou Emil, os olhos dele na caverna. Alguns dos guardiões
tinham fones de ouvido, mas eu imaginei que no meio da batalha, era difícil fazer um relatório.
“Está uma confusão,” disse o Sr. Ellsworth. “Mas estamos fugindo – nas duas direções. É difícil
dizer uqem está lutando com quem, mas os Strigoi estão distraídos. E alguém...” ele
franziu,”eu vi alguém usar fogo nos Strigoi.”
Nenhum de nós respondeu. Era muito complexo para explicar agora. Ele pareceu perceber isso
e se afastou para sentar perto da triste Abby.
Dois Moroi e um dhampir que eu não conhecia se juntaram a Abby e ao Sr. Ellsworth. Toda vez
que alguém saia, eu rezava que fosse Eddie. Tínhamos 5 vitimas até agora, e eu tinha que
assumir que os outros estavam escapando pela entrada mais próxima da escola.
Vários minutos passaram, no entanto, e mais ninguém saiu. Minha camiseta ensopada com o
meu suor. Eu tinha que mudar a mão que eu segurava a estaca de vez em quando. Meu aperto
era tão forte que meus dedos estavam duros. De repente, eu vi Emil hesitar. Eu percebi que
ele estava recebendo uma mensagem através do fone. O rosto dele mostrava uma intensa
concentração, e então ele murmurou algo em resposta. Olhando para nós, ele apontou para
três novatos.
“Você – os leve de volta para a escola.” Ele gesticulou em direção aos refugiados, então virou
para os guardiões adultos. “Entrem. A maior parte dos prisioneiros saiu, mas nosso pessoal
está preso. Tem um empate.“ Os guardiões entraram sem hesitar, e alguns segundos depois,
os novatos e seus protegidos foram embora.
Isso deixava 4 de nós, dois adultos – Emil e Stephen – e dois novatos, eu e Shane. A tensão ao
nosso redor era tão grossa, que mal podíamos respirar. Mas ninguém estava saindo.Mais
nenhum relatório estava sendo feito. Emil olhava e parecia alarmado. Eu segui seu olhar. Mais
tempo tinha passado do que percebi. O sol estava significativamente baixo. Emil de repente
hesitou de novo enquanto outra mensagem vinha.
Ele olhou para todos nós, seu rosto perturbado. “Precisamos de mais gente lá dentro para
cobrir a fuga dos outros. Não parece que perdemos muito. Eles ainda estão tendo problemas
com a retirada.”
Muitos, ele disse. Não, nenhum. Isso significava que perdemos pelo menos uma pessoa. Eu
senti frio.
“Stephen, entre você,” disse Emil. Ele hesitou, e eu podia ler o dilema dele como um livro. Ele
queria entrar também, mas como o líder desse lado ele precisava ficar posicionado aqui até o
ultimo momento possível. Ele estava prestes a desobedecer aquelas ordens, eu percebi. Ele
estava considerando entrar com Stephen e deixar Shane e eu aqui. Ainda sim, ao mesmo
tempo, ele não conseguia se permitir deixar dois novatos sozinhos, caso algo inesperado
acontecesse. Emil suspirou, e olhou para nós. “Rose, vá com ele.”
Eu não desperdicei um segundo. Seguindo Stephen, eu entrei na caverna, e imediatamente,
senti a náusea em mim. Tinha estado frio lá fora, mas ficou ainda mais frio enquanto
entravamos mais fundo. E também mais escuro. Nossos olhos podiam agüentar uma boa
quantidade de escuridão, mas logo ficou escuro demais. Ele ligou uma pequena luz que estava
presa em sua jaqueta.
“Eu queria poder te dizer o que fazer, mas não sei o que vamos encontrar,” ele me
disse.”Esteja pronta para tudo.”
A escuridão na nossa frente começou a sumir. Os sons ficaram mais altos. Nós aumentamos o
ritmo, olhando para todas as direções.De repente, nos encontramos em na grande câmera
mostrada no mapa. Fogo queimava em um canto – uma que os Strigoi tinham feito, nada
mágica – que estava providenciando a luz. Olhando ao redor, eu imediatamente vi o que tinha
acontecido.
Parte da parede tinha caído, criando pilhas de pedra. Ninguém tinha sido esmagado embaixo,
mas tinha quase bloqueado toda a abertura do outro lado da caverna. Eu não sabia se mágica
tinha causado isso, ou se a luta tinha. Talvez tivesse sido uma coincidência. Qualquer que fosse
a razão, sete guardiões – incluindo Dimitri e Alberta – estavam presos contra 10 Strigoi.
Nenhum usuário Moroi de fogo tinha sido pego desse lado, mas os flashs de luz vindo através
da abertura me mostrou que eles ainda estavam lutando do outro lado. Eu vi corpos deitados
no chão. Dois eram de Strigoi, mas eu não podia identificar os outros.
O problema era obvio. Passar pela abertura iria precisar de alguém praticamente se arrastasse.
Iria colocar a pessoa numa posição vulnerável. Isso significava que os Strigoi precisavam ser
mortos antes dos guardiões poderem fugir. Stephen e eu iríamos ajudar a melhorar as
chances. Fomos por trás dos Strigoi, mas três deles nos sentiram de algum jeito e viraram na
nossa direção. Dois deles pularam em Stephen, e outro veio em mim.
Instantaneamente, eu entrei no modo de batalha.Toda a raiva e frustração saindo de mim. A
caverna fez a luta ser mais próxima, mas eu ainda fui capaz de lutar. Na verdade, o pouco
espaço foi minha vantagem porque o Strigoi, mais alto, tinha problemas para se desviar e
atacar. Eu fiquei fora do alcance dele, embora ele tenha conseguido me segurar o suficiente
para me jogar contra a parede. Eu nem senti. Eu só continuei, me movendo ofensivamente. Eu
desviei do próximo ataque, e acertei um golpe, e, com meu pequeno tamanho, consegui
deslizar e empalar ele antes do seu próximo ataque. Eu arranquei a lamina num segundo e fui
ajudar Stephen. Ele tinha matado um dos agressores, e entre nós dois, ele matou o outro.
Sobravam 7 Strigoi agora. Não, seis. Os guardiões presos – que estavam tendo problema com
suas posições apertadas – tinham matado outro. Stephen e eu tiramos o Strigoi perto de nós
do circulo. Ele era forte – muito velho, e muito poderoso – e mesmo entre nós dois, foi difícil
matar ele. Finalmente, conseguimos. Com o número de Strigoi reduzido, os outros guardiões
estavam tendo mais facilidade em matar os outros. Eles começaram a se liberar das posições
apertadas, e seus números sozinhos agora eram uma vantagem.
Quando só sobrava dois Strigoi, Alberta gritou para nós para começar a escapar. Nosso
alinhamento no lugar tinha mudado. Agora nós éramos quem cercavam os últimos dois Strigoi.
Isso deixava o caminho livre para três guardiões escaparem pela caminho que tínhamos
entrado. Stephen, enquanto isso, se arrastou pelo buraco para o outro lado. Dimitri empalou
um dos dois Strigoi. Só sobrava um. Stephen enfiou sua cabeça de volta e gritou algo para
Alberta que eu não consegui entender. Ela respondeu sem olhar para ele. Ela, Dimitri e outros
dois estavam indo para o ultimo Strigoi.
“Rose,” gritou Stephen, acenando.
Seguir ordens. Era isso que fazíamos. Eu sai da briga, passando pelo buraco mais facilmente
que ele, graças a meu pequeno tamanho. Outro guardião imediatamente seguiu atrás de mim.
Ninguem estava desse lado da caverna. A luta ou tinha acabado ou ido para outro lugar.
Corpos mostravam que as coisas tinham sido intensas, no entanto, eu vi mais Strigoi, assim
como um rosto familiar: Yuri. Eu apressadamente olhei em direção de Stephen, que estava
ajudando outro guardião. Alberta veio em seguida.
“Eles estão mortos,” ela disse. “Parece que tem mais alguns bloqueado a saída aqui. Vamos
terminar isso antes do sol sumir.”
Dimitri veio por ultimo. Ele e eu trocamos breves, e aliviados olhares, e então estávamos em
movimento. Essa era a parte mais longa do túnel, e corremos por ela, ansiosos para tirar o
resto do nosso pessoal. A principio, não encontramos nada, e então flash´s de luz indicavam
que outra luta mais adiante. A Sra. Carmack e minha mãe estavam lutando com três Strigoi.
Meu grupo se aproximou, e em segundos, os Strigoi estavam no chão.
“Já acabou para esse grupo,” minha mãe arfou. Eu estava agradecida por ver ela viva também.
“Mas eu acho que tem mais aqui do que pensamos. Eu acho que eles deixaram alguns pra trás
quando foram atacar a escola. O resto do nosso pessoal – que sobreviveu – já saiu.”
“Tem outros outras sessões na caverna,” disse Alberta. “Strigoi podem estar escondidos lá.”
Minha mãe concordou. “Eles poderiam. Alguns sabem que estão ultrapassados e vão apenas
esperar nós sairmos para escapar. Outros podem vir atrás de nós.”
“O que vamos fazer?” perguntou Stephen.”Matar eles? Ou nos retirar?”
Viramos para Alberta. Ela fez uma decisão rápida. “Nós vamos nos retirar. Pegamos o máximo
que podiamos, e o sol está se pondo. Precisamos voltar para trás das wards.”
Nós saímos, tão perto da vitoria, abastecidos pela luz que desaparecia. Dimitri estava ao meu
lado enquanto nos movíamos. “Eddie saiu?” eu não tinha visto o corpo dele, mas eu também
não estava prestando muita atenção.
“Sim,” disse Dimitri, respirando com dificuldade. Só Deus sabia com quantos Strigoi ele tinha
lutado hoje. “Tivemos que praticamente o obrigar a sair. Ele queria lutar.” Isso parecia bem
Eddie.
“Eu lembro dessa curva,” minha mãe disse quando viramos a curva. “Não é mais muito longe.
Logo veremos a luz.” Até aqui, éramos apenas guiados pelas luzes nas jaquetas.
Eu senti a náusea apenas um segundo antes deles atacarem. Em uma interseção T, sete Strigoi
pularam em nós. Eles deixaram alguns escapar, mas estiveram esperando por nós, três de um
lado quatro do outro. Um guardião, Alan, nem viu chegando. Um Strigoi o agarrou e quebrou o
pescoço de Alan tão rápido que pareceu rápido. Provavelmente foi. Era tão parecido com o
que tinha acontecido com Mason que eu quase fiquei paralisada. Ao invés disso, eu voltei,
pronta para lutar.
Mas estávamos em uma parte estreita do túnel, e nem todos nós podíamos passar pelos
Strigoi. Eu estava presa atrás. A Sra. Carmack estava ao meu lado, e ela tinha visibilidade o
suficiente para iluminar alguns Strigoi, facilitando para aqueles guardiões na luta matar eles.
Alberta olhou para mim e os outros guardiões. “Comecem a retirada!” ela gritou.
Nenhum de nós queria sair, mas não tinha muita coisa que pudéssemos fazer. Eu vi um
guardião cair, e meu coração doeu. Eu não o conhecia, mas não importava. Em segundos
minha mãe estava no Strigoi agressor, passando sua estaca através do coração dele.
Então eu perdi a visão da luta enquanto eu virava o canto com os três guardiões comigo. Mais
distante no corredor, eu vi fracas luzes púrpuras. A saída. Rostos de outros guardiões
apareceram para nós. Conseguimos. Mas onde estavam os outros?
Corremos em direção a saída, emergindo pelo ar. Meu grupo se amontoou perto da entrada,
ansioso pelo que tinha acabado de acontecer.
O sol, eu estava apavorada em ver, tinha quase desaparecido. A náusea não tinha
desaparecido, o que significava que os Strigoi ainda estavam vivos.
Momentos mais tarde, o grupo da minha mãe apareceu no final do corredor. Por números,
mais um tinha caído. Mas eles estavam tão perto. Todos ao meu redor ficaram tensos. Tão
perto, tão perto, tão perto.
Mas não perto o bastante. Três Strigoi esperavam em um canto. Passamos por eles, mas eles
nos deixaram passar. Tudo aconteceu tão rápido; ninguém poderia reagir a tempo. Um dos
Strigoi agarrou Celeste, sua boca e presas indo para o pescoço dela. Eu ouvi um grito
estrangulado e vi sangue em toda parte. Um dos Strigoi foi pegar a Sra. Carmack, mas minha
mãe a tirou do caminho e a empurrou em nossa direção.
O terceiro Strigoi agarrou Dimitri. Desde que eu o conheço, eu nunca vi Dimitri hesitar. Ele era
sempre rápido, sempre mais forte que todo mundo. Não dessa vez. Esse Strigoi o tinha pego
de surpresa, e aquela pequena vantagem foi o necessário.
Eu me assustei. Era o Strigoi loiro. O que tinha falado comigo na batalha.
Ele agarrou Dimitri e o empurrou para o chão. Eles lutaram, força contra força, e então eu vi
aquelas presas se afundarem no pescoço de Dimitri. Os olhos vermelhos levantaram e fizeram
contato com os meus.
Eu ouvi outro grito – dessa vez, era o meu.
Minha mãe começou a voltar para onde eles tinham caído, mas então mais cinco Strigoi
apareceram. Era um caos. Eu não conseguia mais ver Dimitri; eu não conseguia ver o que tinha
acontecido com ele. Indecisão passou pelas feições de minha mãe enquanto ela tentava
decidir entre fugir ou lutar, e então, com arrependimento por todo o rosto ela, ela continou
correndo em direção a nós e a saída. Enquanto isso, eu estava tentado correr de volta para
dentro, mas alguém estava me impedindo. Era Stan.
“O que você está fazendo, Rose? Mais estão vindo.”
Ele não entendia? Dimitri estava lá. Eu tinha que pegar Dimitri.
Minha mãe e Alberta saíram, arrastando a Sra. Carmack. Um grupo de Strigoi estava atrás
delas, derrapando numa parada na beira da luz. Eu ainda estava lutando com Stan. Ele não
precisava de ajuda, mas minha mãe me segurou e me empurrou para longe.
“Rose, temos que sair daqui!”
“Ele está lá!” eu gritei, lutando o máximo que eu podia. Como eu podia ter matado Strigoi e
não ser capaz de me livrar desses dois? “Dimitri está lá!Temos que voltar por ele!Não
podemos ir embora!”
Eu estava resmungando, histericamente, gritando para todos eles que tínhamos que resgatar
Dimitri. Minha mãe me chacoalhou com força e se aproximou para que só houvesse alguns
centímetros entre nós.
“Ele está morto, Rose!Não podemos voltar lá. O sol vai desaparecer em 15 minutos, e eles
estão esperando por nós. Vamos ficar no escuro antes de podermos voltar para as wards.
Precisamos de cada segundo que conseguirmos – e ainda sim pode não ser o bastante.”
Eu podia ver os Strigoi reunidos na entrada, seus olhos vermelhos brilhando de antecipação.
Eles enchiam completamente a abertura, eram 10. Talvez mais. Minha mãe estava certa. Com
a velocidade deles, mesmo nossa distancia de 15 minutos talvez não fosse o suficiente. E ainda
sim, eu ainda não consegui dar um passo. Eu não podia parar de encarar a caverna, onde
Dimitri estava, onde metade da minha alma estava. Ele não podia estar morto. Se ele
estivesse, então certamente eu também estaria morta.
Minha mãe me bateu, a dor me tirando da minha inconsciência.
“Corra!” ela gritou para mim. “Ele está morto! Você vai se juntar a ele!”
Eu vi o pânico no seu próprio rosto, pânico por mim – sua filha – sendo morta. Eu lembrei de
Dimitri dizer que ele preferia morrer a me ver morta. E se eu ficasse parada ali de forma
estúpida, deixando os Strigoi se aproximarem, eu falharia nas duas coisas.
“Corra!” ela chorou de novo.
Com lagrimas correndo pelo meu rosto, eu corri.

house of night - escolhida (capitulo 6)


SEIS
Oh.Meu.Deus. Eu queria morrer. Eu queria morrer e virar pó e ter a brisa me levando
para qualquer lugar desde que eu ficasse longe. Ao invés disso eu me virei. Certa, Loren
Blake, Vampiro poeta Laureate e o homem mais bonito que eu conheço no universo,
estava parado ali com um sorriso em seu rosto classicamente lindo.
“Oh, uh, oi,” eu disse, e porque isso não soava idiota o bastante eu acrescentei,
“Você estava na Europa.”
“Eu estava. Voltei essa tarde.”
“Então como foi a Europa?” Calmo e controlado, Erik colocou um braço relaxado ao
redor dos meus ombros.
O sorriso de Loren ficou maior e ele olhou do Erik para mim. “Não tão amigável
quanto aqui.”
Erik, que parecia estar se divertindo, riu suavemente. “Bem, não é onde você vai, é
quem você conhece.”
Loren ergueu uma sobrancelha perfeita. “Obviamente.”
“É o aniversário de Zoey. Só estávamos fazendo o negocio do beijo de aniversário,”
Erik disse. “Você sabe que Z e eu estamos saindo.”
Eu olhei de Erik para Loren. A testosterona era quase visível no ar entre os dois.
Jeesh, eles estavam agindo totalmente como homens. Especialmente Erik. Eu juro que
não ficaria surpresa se ele me derrubasse e ficasse me arrastando pelos cabelos. O que
não era uma imagem atraente.
“Sim, eu ouvi falar que vocês dois estavam saindo,” Loren disse. O sorriso dele
parecia estranho - meio sarcástico e quase um desdém. Então ele apontou para o meu
lábio. “Você tem um pouco de sangue ai, Zoey. É melhor limpar.” Meu rosto se inflamou.
“Oh, e feliz aniversário.” Ele virou e foi para calçada logo alcançando uma sessão da
escola que mantinha os quartos dos professores.
“Eu não sei o que é mais embaraçoso,” eu disse depois de lamber o sangue do meu
lábio e arrumar o meu suéter.
Erik deu nos ombros e riu.
Eu dei um tapa na bochecha dele antes de pegar minha planta e meu livro. “Eu não
sei por que você acha isso tão engraçado,” eu disse quando comecei a marchar para o
dormitório. Naturalmente, ele me seguiu.
“Só estávamos nos beijando, Z.”
“Você estava apenas beijando. Eu estava sugando seu sangue.” Eu olhei de lado
para ele. “Oh, e tem o pequeno a sua-mão-embaixo-da-minha-camiseta detalhe. Melhor
não esquecer disso.”
Ele pegou a planta de lavanda e segurou a minha mão. “Eu não vou esquecer disso,
Z.”
Eu não tinha uma mão livre para bater nele de novo, então eu me conformei com
um olhar, “É embaraçoso. Eu não acredito que Loren nos viu.”
“É apenas Blake, ele nem é um professor integral.”
“É embaraçoso,” eu repeti, desejando que meu rosto esfriasse. Eu também queria
sugar mais o sangue do Erik, mas eu não ia mencionar isso.
“Não é embaraçoso. Estou feliz por ele ter nos visto,” Erik disse presunçoso.
“Você está feliz? Desde quando ficar publicamente te excita?” Ótimo. Erik era um
cara maluco e eu estava descobrindo isso agora.
“Ficar publicamente não me excita, mas ainda estou feliz por Blake ter nos visto.”
Toda a diversão tinha sumido da voz de Erik, e o sorriso dele se tornou amargo. “Eu não
gosto do jeito que ele olha para você.”
Meu estomago se apertou. “Como assim? Como ele olha para mim?”
“Como se você não fosse um estudante e ele um professor.” Ele pausou. “Então você
não notou?”
“Erik, acho que você está louco.” Eu cuidadosamente não respondi a pergunta.
“Loren não olha para mim como nada.” Meu coração estava batendo como se pudesse sair
do meu peito. Diabos, sim, eu notei como Loren olha para mim! Notei até demais. Eu até
falei para Stevie Rae sobre isso. Mas com tudo que aconteceu ultimamente, alem de Loren
ter ido embora a quase um mês, eu tinha me convencido que tinha imaginado a maior
parte do que tinha acontecido entre nós.
“Você o chamou de Loren,” Erik disse.
“Yeah, como você disse, ele não é um professor de verdade.”
“Eu não o chamo de Loren.”
“Erik, ele me ajudou com a pesquisa para as novas regras das Filhas Negras.” Isso
era mais um exagero do que uma mentira. Eu estava pesquisando, Loren estava lá. Nós
conversamos. Então ele tocou meu rosto. Definitivamente não pensando sobre isso eu me
apressei, “Além do mais, ele perguntou sobre as minhas tatuagens.” E ele tinha. De baixo
da lua cheia e eu despi minhas costas para ele poder ver elas... e tocar elas... e deixar
elas inspirarem a poesia dele. Eu me afastei desse pensamento também, e terminei com,
“Então eu meio que o conheço.”
Erik rosnou.
Minha mente parecia um bando de gerbils* (*eh uma espécie de rato) estavam
andando em rodinhas dentro de mim, mas eu fiz minha voz soar leve e brincando. “Erik,
você tem ciúmes de Loren?”
“Não.” Erik olhou para mim, olhou para longe, e então encontrou meus olhos de
novo. “Sim. Ok, talvez.”
“Não tenha. Não tem porque você ter ciúmes. Não tem nada acontecendo entre eu e
ele. Prometo.” Eu bati meu ombro no dele. E naquele momento eu falei serio. Era
estressante o bastante o que eu ia fazer com o Heath e o imprint. A última coisa que eu
precisa era um caso secreto que era ainda mais fora dos limites do que meu ex-namorado
humano. (Infelizmente, parecia que a última coisa que eu precisava era normalmente a
primeira coisa que eu tinha.)
“Ele apenas é estranho para mim,” Erik disse.
Paramos na frente do dormitório das garotas e, ainda segurando a mão dele, eu virei
para ele e pisquei os olhos inocentemente. “Então você sentiu o Loren também?”
Ele olhou com raiva. “Nem mesmo vagamente possível.” Ele me puxou para ele e pôs
seus braços ao meu redor. “Desculpe por surtar sobre Blake, eu sei que não tem nada
acontecendo entre vocês dois. Eu acho que estava sendo ciumento e idiota.”
“Você não é idiota, e eu não me importo que sinta ciúmes. Pelo menos um
pouquinho.”
“Você sabe que eu sou louco por você, Z,” Ele disse enquanto se curvava e
acariciava minha orelha. “Queria que não fosse tão tarde.”
Eu tremi. “Eu, também.” Mas eu podia ver o céu começar a clarear por cima dos
ombros dele. Além do mais, eu estava exausta. Entre o meu namorado, minha mãe e o
padrasto perdedor, e minha amiga morta viva, eu realmente precisava de um tempo para
pensar e uma boa noite (ou em meu dia, dias) de sono. Mais isso não me impediu de
acariciar Erik também.
Ele me beijou no topo da cabeça e me manteve próximo, “Hey, você já sabe quem
vai representar a terra durante o ritual da Lua Cheia?”
“Não, ainda não,” eu disse. Merda. O Ritual da Lua Cheia era daqui duas noites e eu
estive evitando pensar nisso. Substituir Stevie Rae seria horrível o bastante se ela
estivesse morta morta. Saber que ela era uma morta viva e andava nos becos fedidos e
nos túneis nojentos fazia substituir ela deprimente. Sem mencionar errado.
“Você sabe que eu faço isso. Você só tem que pedir.”
Eu virei minha cabeça para cima e olhei para ele. Ele era do Conselho dos Prefeitos,
junto com as Gêmeas, Damien, e, é claro, eu. Eu era a Prefeita Sênior embora eu
tecnicamente fosse uma novata e não sênior. Stevie Rae também era parte do conselho.
E, não, eu não tinha decidido quem ia substituir ela. Na verdade, eu tinha que Sapatear
ou escolher dois estudantes para o conselho e eu não tinha pensando nisso também.
Deus, eu estava estressada. Eu respirei fundo. “Você, por favor, poderia representar a
terra no circulo para o nosso ritual da Lua Cheia?”
“Sem problemas, Z. Mas você não acha uma boa idéia fazermos um circulo de
pratica antes? Com todos vocês tendo uma afinidade pelos elementos, ou no seu caso
pelos 5 elementos, é melhor se certificar que tudo vai dar certo quando um cara sem dons
aparece.”
“Você não é exatamente sem dons.”
“Bem, eu não estava falando da minha habilidade super dotada de beijar.”
Eu virei os olhos. “Nem eu.”
Ele me puxou mais para perto para que meu corpo ficasse moldado contra o dele.
“Acho que preciso te mostrar mais do meu talento.”
Eu ri e ele me beijou. Eu ainda podia sentir um pouco do gosto do sangue no lábio
dele, o que fez o beijo ser ainda mais doce.
“Suponho que vocês dois tenham feito as pazes,” Erin disse.
“Parece mais uma ficada do que fazer as pazes, Gêmea,” Shaunee disse.
Dessa vez Erik e eu não nos afastamos. Nós apenas suspiramos.
“Não existe privacidade nessa escola,” Erik murmurou.
“Olá! Vocês estavam sugando o rosto um do outro a vista de todo mundo,” Erin
disse.
“Eu acho que é meio fofo,” Jack disse.
“Isso porque você é doce,” Damien disse, passando seu braço ao redor de Jack
enquanto desciam as enormes escadas do dormitório.
“Gêmea, eu posso vomitar. Que tal você?” Shaunee disse.
“Definitivamente. Como um projétil,” Erin disse.
“Então essa coisa de amor de pombinhos deixa as duas enjoadas, huh?” Erik
perguntou com um brilho maligno nos olhos. Eu me perguntei o que estava acontecendo.
“Super nauseadas,” Erin disse.
“Idem,” Shaunee concordou.
“Então vocês não estariam interessadas no que Cole e T.J queriam passar para
vocês?”
“Cole Clifton?” Shaunee disse.
“T.J Hawkins?” Erin disse.
“Sim e Sim,” Erik disse.
Eu observei Shaunee e Erin instantaneamente mudarem suas atitudes negativas.
“Cole é tão booommmm,” Shaunee praticamente ronronou. “Aquele cabelo loiro e
aqueles lindos olhos azuis me fazem querer bater nele.”
“T.J.” - Erin desmaiou dramaticamente - “Aquele garoto pode cantar, E ele é alto...
Oohm ele é maravilhoso.”
“Todo esse drama significa que vocês realmente estão interessados em um
relacionamento?” Damien perguntou com presunção.
“Sim, Rainha Damien,” Shaunee disse, enquanto Erin estreitava os olhos para ele e
acenava.
“Então você tinha algo pra dizer para as Gêmeas de Cole e T.J.?” Eu perguntei a Erik
antes de Damien poder responder as Gêmeas, o que me fez sentir falta de Stevie Rae pela
zilionessima vez. Ela mantinha a paz melhor que eu.
“Só que achamos que seria legal se Shaunee e Erin e você” - ele apertou meus
ombros - “fossem no IMAX amanha com a gente.”
“Nós como em você, Cole e T.J?” Shaunee perguntou.
“Yep. Oh, e Damien e Jack também estão convidados.”
“O que vamos ver?” Jack perguntou.
Erik pausou para um efeitos dramático, então disse, “300 está passando de novo
como um especial de férias do IMAX.”
Damien riu. “Estamos nessa.”
“Nós também.” Shaunee disse, enquanto Erin acenava tão vigorosamente em
concordância que o cabelo loiro dela balançou ao redor, fazendo ela parecer uma líder de
torcida maluca.
“Sabe, 300 pode ser um filme perfeito. Tem algo nele para todo mundo,” eu disse.
“Homens fortes pra quem gosta disso. E peitos de garotas para quem gosta disso. Além
do mais muita ação, quem não gosta disso?”
“E é uma exibição a meia noite do IMAX pra quem não gosta do sol,” Erik disse.
“Beira a perfeição,” Damien disse.
“Verdade,” disseram as Gêmeas juntas.
Eu só fiquei parada ali com um sorriso. Eu era louca por eles. Cada um dos cinco. Eu
ainda sentia falta de Stevie Rae constantemente, mas pela primeira vez em um mês eu
estava sentindo como mim mesma - contente, até feliz.
“Então é um encontro?” Erik perguntou.
Todos falaram seus sim’s juntos.
“Melhor voltar para nosso dormitório. Não quero ser pego no território sagrado das
garotas depois do toque de recolher,” ele provocou.
“Yeah, é melhor a gente ir,” Damien disse.
“Hey Zoey, feliz aniversario,” Jack disse.
Jeesh, ele é um garoto doce. Eu ri para ele, “Obrigado, querido.” Então olhei para o
resto dos meus amigos. “Eu sinto muito por ter sido uma chata mais cedo. Eu realmente
gostei dos meus presentes.”
“O que significa que você vai usar eles?” Shaunee disse com seus olhos estreitados e
afiados para mim.
“Yeah, você vai usar aquelas lindas botas que nós gastamos 295,52 dólares?” Erin
acrescentou.
Eu engoli. As famílias de Erin e Shaunee tinham dinheiro. Eu, por outro lado, não
estava acostumada a ser dona de botas de 300 dólares. Na verdade, agora que eu percebi
o quão caras elas eram eu estava começando a gostar delas mais e mais. “Sim. Eu irei
usar aquelas ótimaaasss botas.” Eu imitei Shaunee.
“A manta de cashmere não foi exatamente barata também,” Damien disse rindo. “Eu
mencionei que é cashmere? 100%.”
“Mais vezes do que podemos contar,” Erin murmurou.
“Eu adoro meu negocio de cashmere,” eu assegurei a ele.
Jack estava franzindo e olhando para os pés. “Meu globo de neve não foi tão caro.”
“Mas é fofo, e seguiu o tema do boneco de neve, combinando perfeitamente com
meu colar de boneco de neve, que eu nunca vou tirar.” Eu sorri para Erik.
“Mesmo no verão?” ele perguntou.
“Mesmo no verão,” eu disse.
Erik suspirou, “Obrigado Z.” E me beijou suavemente.
“Estou sentindo meu enjôo crescer de novo,” Shaunee disse.
“Vomitando um pouco na minha boca,” Erin disse.
Erik me abraçou mais uma vez antes de alcançar Jack e Damien, que já estavam se
afastando. Por cima dos ombros ele chamou, “Então eu digo a Cole e T.J que vocês duas
não gostam do negocio de se beijar.”
“Faça e matamos você,” Shaunee disse docemente.
“Você estará morto como uma rocha,” Erin disse, tão doce quanto.
Eu ri junto com a risada que desaparecia de Erik enquanto pegava meu vaso de
lavanda, enquanto abraçava o livro de Drácula no peito, e entrava no dormitório com
minhas amigas. E eu comecei a achar que eu podia bolar uma solução para o problema
com Stevie Rae e todos podermos ficar juntos de novo.
Infelizmente, essa idéia se provou ser tão ingênua quanto era impossível

house of night - escolhida (capitulo 5)


CINCO
Com esse aviso não tão positivo, Stevie Rae virou e andou para trás do beco,
desaparecendo na escuridão da noite. Muito mais devagar, eu voltei para o meu Fusca. Eu
estava triste e inquieta e tinha que pensar demais para voltar diretamente para escola,
então ao invés disso, eu fui até o IHOP* (*restaurante) 24 horas que era no sul de Tulsa
na Rua 27, pedi um milk shake de chocolate grande e panquecas de chocolate, e pensei
enquanto comia algo para aliviar o estresse.
Acho que tudo foi bem com Stevie Rae. Quero dizer, ela concordou em me encontrar
amanha. E ela não tentou me morder, o que foi um bônus. É claro, todo aquele tentarcomer-
a-mulher-sem-teto foi altamente perturbador, assim como o jeito totalmente
nojento que ela parecia e cheirava. Mas debaixo daquela odiosa loucura da garota morta
viva exterior eu juro que ainda podia sentir minha Stevie Rae, minha melhor amiga. Eu ia
segurar firme nisso e ver se eu podia trazer ela de volta para a luz. Obvio, falando de
forma figurativa. Eu acho que a luz a incomoda mais do que a mim ou outro vampiro
adulto. O que é compreensível. Os vampiros nojentos mortos vivos eram definitivamente o
estereotipo dos vampiros. Eu me pergunto se ela pegaria fogo se a luz do sol a tocasse.
Merda. Isso definitivamente seria ruim, especialmente já que vamos nos encontrar as 3 da
manha, que é só algumas horas antes do amanhecer. Merda de novo.
Como se me preocupar com luz do sol e coisas assim não fosse ruim o bastante, eu
tinha que começar a pensar no que fazer quando todos os professores (Neferet em
particular) voltassem para a escola num futuro próximo, e o fato de que eu tinha que
manter o conhecimento de que Stevie Rae era uma viva morta versus o morta morta de
todo mundo. Não. Eu ia me preocupar com isso depois que Stevie Rae estivesse limpa e
num lugar seguro. Eu tinha acabado de dar um pequeno passo de baby e esperava que
Nyx, que claramente me levou até Stevie Rae, fosse me dar uma ajuda para resolver isso.
Quando eu voltei para escola já estava quase amanhecendo. O estacionamento da
escola estava quase deserto, e eu não encontrei ninguém enquanto andava devagar do
lado do prédio parecido com um castelo que era a House of Night. O dormitório das
garotas era do lado oposto do campus, mas eu ainda não estava com pressa. Além do
mais, eu tinha algo pra fazer antes e voltar para o dormitório e mais provavelmente me
encontrar com um dos meus amigos desgostosos. (Ugh, eu realmente, realmente odeio
meus aniversários.)
O prédio ficava na frente do prédio principal da House of Night, era feito da mesma
estranha mistura de velhos tijolos e pedras que o resto da escola, mas ele era menor e
redondo, e na frente dele havia uma estatua de mármore da nossa deusa, Nyx, com seus
braços para cima como se suas mãos estivessem tocando a lua. Eu parei olhando para a
deusa. Os antigos postes de luz que iluminavam o campus não machucavam nossos olhos.
Eles criavam uma suave e quente luz que brilhava como uma carinhosa e brilhante viva na
estatua de Nyx.
Me sentindo mais do que apenas um pouco medo da deusa, eu soltei minha lavanda
e o Drácula (gentilmente), e então comecei a procurar perto da grama na base da estatua
de Nyx, até encontrar a alta vela verde que tinha caído de lado. Eu a arrumei, e então
fechei os olhos e me concentrei, me focando no calor e na beleza da chamas de luz e
como uma vela podia lançar luz o suficiente para mudar toda a atmosfera de um quarto
escuro.
“Eu chamo a chama - luz para mim, por favor,” eu sussurrei.
Eu ouvi a fraca explosão e senti uma onda de calor contra meu rosto. Quando abri
meus olhos, eu vi que a vela verde, que representa o elemento da terra, estava
queimando alegremente. Eu sorri de satisfação. Eu não estava exagerando para Stevie
Rae. Eu estive praticando chamar os elementos durante o mês, e estava ficando muito
boa nisso. (não que meus poderes dados pela deusa me ajudassem a tranqüilizar os
sentimentos magoados dos meus amigos, mas ainda sim.)
Eu coloquei a vela acessa nos pés de Nyx. Invés de curvar a cabeça, eu ergui a
cabeça para que meu rosto ficasse aberto e olhasse para a majestade do céu da noite.
Então rezei para minha deusa, mas eu admito que o jeito que eu rezei parecia mais com
uma conversa. Isso não era só porque eu sou desrespeitosa com Nyx. É só como eu sou.
Do primeiro dia que eu fui Marcada e a deusa apareceu para mim, eu me senti próxima a
ela - como se ela fosse realmente cuidadosa com o que acontece na minha vida, versus
ser um deus sem nome no alto que olha para mim com um franzido e um caderno em que
preenche um passe para o inferno.
“Nyx, obrigado por me ajuda hoje. Estou confusa e acho a situação com Stevie Rae
completamente estranha, mas sei que se você me ajudar - nos ajudar - podemos superar
isso. Cuide dela, por favor, e me ajude a saber o que fazer. Eu sei que você me Marcou e
me deu poderes especiais por um motivo, e estou começando a achar que a razão tem
algo a ver com Stevie Rae. Eu não vou mentir para você; isso me assusta. Mas você sabia
que maricas eu era quando me escolheu,” eu sorri para o céu. Durante minha primeira
conversa com Nyx eu disse a ela que não podia ser Marcada como especial por ela porque
eu não sabia nem fazer baliza. Isso não pareceu importar para ela, e eu esperava que
ainda não importasse, “De qualquer forma, eu só queria acender isso para Stevie Rae para
simbolizar o fato que eu não vou esquecer dela, e não vou me afastar do que preciso
fazer, não importa o quanto sem noção eu tenha dos detalhes.”
Eu planejava me sentar ali por um tempo e esperar que talvez eu recebesse outro
sussurro na minha mente que pudesse me dar uma idéia de como lidar com o encontrar
Stevie Rae amanha. Então eu ainda estava sentada na frente de estatua de Nyx e olhando
para o céu quando a voz de Erik me deu um baita susto.
“A morte de Stevie Rae realmente te abalou, não é?”
Eu dei um pulo e dei um grito nada atraente. “Jeesh, Erik! Você me assustou a tanto
que eu quase me mijei. Não apareça assim.”
“Ótimo. Desculpe. Eu não deveria ter te incomodado. Até depois.” Ele começou a se
afastar.
“Espere, eu não quero que você vá. Você só me surpreendeu. Da próxima vez faça
um barulho ou tussa ou algo. Ok?”
Ele parou de andar virou para mim. O rosto dele estava cauteloso, mas ele me deu
um leve aceno e disse, “Ok.”
Eu levantei e sorri o que eu esperava ser um sorrio encorajador. Fora a amiga morta
viva, e o namorado Imprinted, eu realmente gostava de Erik e definitivamente não queria
terminar com ele. “Na verdade, estou feliz por você estar aqui. Eu precisava me desculpar
pelo que aconteceu antes.”
Erik fez um gesto brusco com sua mão. “Não se preocupe, e você não tem que usar
o colar de boneco de neve, ou você pode devolver e trocar. Ou algo assim. Eu tenho o
recibo.”
Minhas mãos tocaram o boneco de neve. Agora que eu podia perder ele (e Erik) e de
repente percebi que ele era meio fofo. (Erik era mais do que meio fofo.) “Não! Eu não
quero devolver.” Eu parei e me segurei para não soar maluca e desesperada. “Ok, esse é
o negocio. Tem uma distinta possibilidade que eu possa ser um pouco super sensível
sobre todo o negocio de aniversário-natal. Eu realmente deveria ter contado a vocês como
eu me sentia, mas eu tive péssimos aniversários por tanto tempo que eu acho que nem
pensei. Ou pelo menos até hoje. E então era tarde demais. Eu não ia dizer nada e vocês
nem saberiam se não fosse pelo bilhete de Heath.”
Eu lembrei que ainda estava usando o lindo bracelete de Heath no meu pulso então
eu coloquei minha mão para baixo e pressionei contra o lado, desejando que os adoráveis
pequenos corações parassem de fazer barulhinhos. Então acrescentei, “Alem do mais,
você tem razão. Stevie Rae realmente me abalou.” Então fechei a boca porque percebi
que eu tinha (de novo) falado sobre a suposta morte de Stevie Rae como se ela ainda
estivesse viva, ou no caso dela, eu suponho, eu deveria dizer não morta. E, é claro, eu
estava tagarelando como uma maluca desesperada que eu estava tentado aparentar não
ser.
Os olhos azuis de Erik pareceram olhar dentro de mim. “As coisas seriam mais fáceis
para você se eu me afastasse e te deixasse sozinha por um tempo?”
“Não!” Ele realmente estava fazendo meu estomago doer. “Definitivamente não seria
mais fácil se você se afastasse.”
“Você simplesmente não está aqui desde que Stevie Rae morreu. Eu posso entender
se você precisar de um pouco de espaço.”
“Erik a verdade é que não é só Stevie Rae. Tem outras coisas acontecendo comigo
que são muito difíceis de explicar.”
Ele se aproximou e me pegou minha mão, entrelaçando seus dedos no meu. “Você
pode me contar? Eu sou muito bom em consertar coisas. Talvez eu pudesse ajudar.”
Eu olhei nos olhos dele e queria tanto falar a verdade para ele sobre Stevie Rae e
Neferet e até mesmo Heath que eu podia me sentir balançar em direção a ele. Erik fechou
o espaço que sobrava entre nós e eu deslizei para seus braços com um suspiro. Ele
sempre cheirava tão bem e incrivelmente forte e sólido.
Eu descansei minha bochecha contra o peito dele, “Você está brincando, é claro que
é bom em resolver problemas. Você é bom em tudo. Na verdade, você é
assustadoramente perfeito.”
Eu senti o peito dele se estufar quando ele riu. “Você diz como se isso fosse uma
coisa ruim.”
“Não é uma coisa ruim - é uma coisa intimidadora,” eu murmurei.
“Intimidadora!” Ele se afastou para poder olhar para mim. “Você tem que estar
brincando!” Ele riu de novo.
Eu franzi para ele. “Porque você está rindo de mim?”
Ele me abraçou e disse, “Z, você tem idéia de como é namorar a garota que é a
caloura mais poderosa da história dos vampiros?”
“Não, eu não namoro garotas.” Não que tenha algo errado com lésbicas.
Ele pôs meu queixo em sua mão e levantou meu rosto. “Você pode ser assustadora,
Z. Você controla elementos, todos eles. Em falar em uma namorada que não deve ficar
fula com você.”
“Oh, por favor! Não seja bobo. Eu nunca surtei com você.” Eu não comentei que
andava surtando com as pessoas. Mas especificamente com pessoas mortas vivas. Bem, e
sai ex-namorada, Afrodite (que é quase tão odiosa e irritante quanto as pessoas mortas
vivas.) mas provavelmente é uma boa idéia não mencionar eles.
“Só estou dizendo que você não precisa se sentir intimidado por ninguém. Você é
incrível, Zoey. Você não sabe disso?”
“Acho que não. As coisas tem sido meio enevoadas ultimamente.”
Erik se afastou de novo e olhou para mim. “Então me deixe te ajudar a esclarecer
para você.”
Eu me senti nadando em seus olhos azuis. Talvez eu pudesse contar a ele. Erik era
um quintanista, e estava no meio do seu terceiro ano na House of Night. Ele tinha quase
19 anos e é um ator incrivelmente talentoso. (Ele também pode cantar.) Se qualquer
calouro pudesse guardar um segredo seria ele. Mas quando abri minha boca para contar a
ele a verdade sobre a Stevie Rae morta viva eu senti um terrível aperto no estomago e
isso fez as palavras congelarem na minha garganta. Era aquele sentimento de novo.
Aquele pressentimento que eu tinha e me dizia para manter a boca fechada ou correr feito
louca ou algo só para respirar e pensar. Agora estava me dizendo para em um jeito
impossível para ignorar que eu precisava manter minha boca fechada, o que as próximas
palavras de Erik reforçaram.
“Hey, eu sei que você prefere falar com Neferet, mas ela só volta daqui uma semana
mais ou menos. Eu podia substituir ela até lá.”
Neferet era a única pessoa ou vampiro que eu não poderia conversar. Diabos,
Neferet e sua loucura eram a razão deu não poder falar com meus amigos ou Erik sobre
Stevie Rae.
“Obrigado, Erik.” Automaticamente eu comecei a me afastar dos braços dele. “Mas
eu tenho que fazer isso sozinha.”
Ele me soltou tão de repente que eu quase cai para trás. “É ele, não é?”
“Ele?”
“Aquele cara humano. Heath. Seu antigo namorado. Ele volta em dois dias e é por
isso que você está agindo de forma estranha.”
“Eu não estou agindo de forma estranha. Pelo menos não tão estranha.”
“Então porque você não me deixa te tocar?”
“Do que você está falando? Eu deixo você me tocar. Eu acabei de abraçar você.”
“Por 2 segundos. Então você se afastou, como você tem feito a um tempo. Olha, se
eu fiz algo errado você precisa me dizer e-”
“Você não fez nada errado!”
Erik não disse nada por vários segundos, e quando ele falou ele soava mais velho do
que quase 19 anos e mais do que um pouco triste. “Eu não posso competir com um
Imprint. Eu sei disso. E eu não estou tentando. Eu só achei que você e eu tínhamos algo
especial. Bom pelo menos mais do que uma coisa biológica que você tem com um
humano. Você e eu somos iguais, e você e Heath não. Pelo menos não mais.”
“Erik, você não está competindo com Heath.”
“Eu pesquisei sobre o Imprint. Tem a ver com sexo.”
Eu podia sentir meu rosto ficando quente. É claro que ele tinha razão, Imprint era
sexual porque o ato de beber sangue de um humano liga o mesmo receptor no cérebro de
um vampiro e no de um humano que é ligado durante um orgasmo. Não que eu queira
discutir isso com Erik. Então ao invés disso eu decidi manter os fatos superficiais e não me
aprofundar no assunto. “É sobre sangue, não sexo.”
Ele me deu um olhar que dizia que ele tinha (infelizmente) dito a verdade. Ele
pesquisou.
Naturalmente, eu fiquei na defensiva. “Eu ainda sou virgem, Erik, e não estou pronta
para mudar isso.”
“Eu não disse que você-”
“Parece que você está me confundido com sua última namorada,” eu interrompi. “A
que eu vi de joelhos na frente de você tentando te dar outro boquete.” Ok, não era justo
da minha parte comentar sobre o nojento incidente que eu acidentalmente testemunhei
entre Afrodite e ele. Eu nem conheci Erik ali, mas no momento começar uma briga com
ele parecia muito mais fácil do que falar sobre a ânsia de sangue que eu definitivamente
sentia sobre Heath.
“Eu não estou te confundindo com Afrodite,” ele disse entre os dentes cerrados.
“Bem, talvez isso não seja sobre eu agir estranho. Talvez isso seja sobre você querer
mais do que eu posso te dar no momento.”
“Isso não é verdade, Zoey. Você sabe muito bem que eu não te pressiono em
relação a sexo. Eu não quero alguém como Afrodite. Eu quero você. Mas eu quero ser
capaz de te tocar sem você se afastar de mim como se eu fosse um leproso.”
Eu ando fazendo isso? Merda. Eu provavelmente ando. Eu respirei fundo. Brigar
assim com Erik era idiota, e eu ia acabar perdendo ele se eu não descobrisse um jeito dele
se aproximar de mim sem deixar ele saber coisas que ele poderia acidentalmente contar a
Neferet. Eu olhei para o chão, tentando descobrir o que eu podia ou não dizer. “Eu não
acho que você é um leproso. Eu acho que você é o cara mais gostoso da escola.”
Eu ouvi Erik suspirar. “Bem, você já disse que não sai com garotas, então isso
deveria significar que você deveria gostar quando eu toco você.”
Eu olhei para ele. “Significa. Eu gosto.” Então eu decidi que eu ia contar para ele a
verdade. Ou pelo menos o máximo da verdade que eu pudesse. “É só difícil deixar você se
aproximar de mim quando estou lidando com, bem, coisas.” Oh, ótimo. Eu chamei de
coisas. Eu sou uma retardada. Porque o cara ainda gosta de mim?
“Z, essas coisas tem a ver com descobrir como lidar com seus poderes?”
“Yeah.” Ok, isso era basicamente uma mentira, mas não totalmente. Todas as coisas
(AKA, Stevie Rae, Neferet, Heath) tinham acontecido comigo por causa dos meus poderes
e eu estava tendo que lidar com isso, embora claramente eu não estivesse fazendo um
bom trabalho. Eu senti como se devesse cruzar meus dedos atrás das minhas costas, mas
fiquei com medo de Erik notar.
Ele deu um passo em minha direção. “Então as coisas não é que você odeia quando
te toco?”
“Odiar que você me toque definitivamente não é as coisas. Definitivamente não.
Definitivamente.” Eu dei um passo em direção a ele.
Ele sorriu e de repente seus braços estavam ao meu redor, só que dessa vez ele se
curvou para me beijar. Ele tinha um gosto tão bom quanto seu cheiro, então o beijo foi
bom e em algum lugar no meio dele eu percebi a quanto tempo Erik e eu não tínhamos
uma boa ficada. Eu quero dizer, eu não sou nenhuma vadia como Afrodite, mas também
não sou freira. E eu não estava mentindo quando disse a Erik que eu gostava que ele me
tocasse. Eu deslizei meus braços em nos ombros largos dele, me inclinando nele ainda
mais. Não nos encaixávamos bem. Ele é muito alto, mas eu gosto disso. Ele me faz sentir
baixa e garota e protegida, e eu gosto disso também. Eu deixei meus dedos brincarem
com a nuca dele onde o cabelo negro dele começava grosso e um pouco cacheado.
Minhas unhas provocaram a suave pele ali, e eu senti ele tremer e ouvi o pequeno gemido
na garganta dele.
“Você é tão boa,” ele sussurrou contra meus lábios.
“E você também,” eu sussurrei em resposta. E então num impulso (um impulso
vadio) eu tirei a mão dele das minhas costas e movi para cima para que ele tocasse meu
seio. Ele gemeu de novo e o beijo dele ficou mais forte e profundo. Ele deslizou sua mão
por cima e por baixo do meu suéter, e então subiu de novo para colocar sua mão em meu
seio, nu com exceção do meu sutiã.
Ok, eu vou admitir, eu gostei dele tocar meu peito. Foi bom. Eu me senti
especialmente bem por estar provando a Erik que eu não o tinha rejeitado. Eu me mexi
para ele sentir melhor e de alguma forma esse pequeno e inocente (bem, semi-inocente)
movimento fez nossas bocas escorregarem e meu dente mordeu seu lábio.
O gosto do sangue dele me atingiu com tanta força que eu arfei contra a boca dele.
Era rico e quente e indescritivelmente salgado doce. Eu sei que soa nojento, mas eu não
pude impedir minha resposta instantânea. Eu pus a mão no rosto de Erik e coloquei o
lábio dele dentro da minha boca. Eu lambi levemente, o que fez o sangue sair mais
rápido.
“Sim, vá em frente. Beba,” Erik disse, a voz dele rouca e sua respiração ficando cada
vez mais rápida.
Esse foi todo o encorajamento que eu precisava. Eu suguei o lábio dele para minha
boca, experimentando o incrível e mágico sangue dele. Não era como o sangue de Heath,
Não me deu um prazer tão intenso que era quase doloroso, quase descontrolado. O
sangue de Erik não era a explosão de paixão quente que o de Heath era. O sangue de Erik
era como uma pequena fogueira de acampamento, algo quente e firme e forte. Enchia
meu corpo com uma chama que derramava um liquido de prazer até meus dedos dos pés,
e me fez querer mais - mais de Erik mais do sangue dele.
“Uh-hum!”
O som de uma garganta sendo conspicuamente (e altamente) sendo limpa fez Erik e
eu nos afastarmos como se tivéssemos sendo eletrocutados. Eu vi os olhos de Erik se
alargarem quando ele olhou atrás de mim, e então vi o sorriso dele, o que fez ele parecer
um garotinha sendo pego com sua mão em um pote de biscoitos (aparentemente meu
pote de biscoitos).
“Desculpe, professor Blake. Pensamos que estávamos sozinhos.”

house of night - escolhida (capitulo 4)


QUATRO
Vovó tentou salvar o resto da celebração do meu aniversário. Andamos pela Utica
Square até o Restaurante Stonehorse, onde decidimos comer um bolo de aniversário
descente. O que significa que vovó tomou duas taças de vinho tinto e eu tomei uma coca
com um enorme, e grudento pedaço de bolo do diabo. (Sim, nós gostamos da ironia.)
Vovó não tentou fabricar alguma porcaria de desculpa sobre a minha mãe não ter
falado sério... ela vai dar a volta por cima... só dê a ela tempo... blá... blá... blá. Vovó foi
muito mais pratica e muito mais legal que isso.
“Sua mãe é uma mulher fraca que só consegue encontrar identidade através de um
homem,” ela disse enquanto tomava um gole de vinho. “Infelizmente, ela escolheu um
péssimo homem.”
“Ela nunca vai mudar, vai?”
Vovó tocou minha bochecha gentilmente. “Ela pode, mas eu honestamente duvido.
Zoeybird.”
“Eu gosto que você não minta pra mim, vó,” eu disse.
“Mentir não conserta as coisas. Nem facilita as coisas, pelo menos não a longo prazo.
Melhor falar a verdade e então limpar uma honesta confusão.”
Eu suspirei.
“Querida, você tem uma confusão que precisa limpar?” Vovó perguntou.
“Yeah, mas infelizmente não é uma honesta.” Eu dei a vovó um sorriso
envergonhado e contei a ela sobre a minha desastrosa festa de aniversário.
“Sabe, você vai ter que dar um jeito nesse problema com namorado. Heath e Erik
não vão agüentar um ao outro por muito tempo.” Ela levantou seus dedos, medindo um
centímetro junto a palavra “muito tempo.”
“Eu vou, mas Heath esteve no hospital por quase uma semana depois de todo o
problema do serial killer que eu o salvei, e então seus pais o levaram para as Ilhas
Cayman para as férias de Natal. Eu não o vejo a um mês. Então não tive chance para
resolver os problemas sobre Heath e Erik.” Eu me concentrei em raspar o fundo do prato
ao invés de olhar para vovó. O “todo o problema do serial killer” era mentira. Eu salvei
Heath, mas não foi de algum humano maluco. Eu o salvei de um grupo de criaturas que
minha melhor amiga, a morta viva Stevie Rae, foi (e provavelmente ainda é) a líder. Mas
eu não podia contar a vovó isso. Eu não podia contar a ninguém, porque atrás disso
estava a Alta Sacerdotisa da House of Night, minha mentora, Neferet, e ela psíquica
demais para o meu próprio bem. Ela parece não conseguir ler minha mente, pelo menos
não muito bem, mas se eu conto a alguém - ela lê a mente dele - e ficamos com muitos
problemas.
Em falar em estresse.
“Talvez você devesse ir pra casa e resolver,” vovó disse. Então, quando ela viu meu
olhar assustado ela acrescentou, “Quero dizer, resolver seus problemas com presente de
natal-aniversário, com Heath e Erik.”
“Oh, ótimo. Yeah, eu deveria fazer isso.” Eu parei, pensando sobre o que ela tinha
dito. “Sabe, ele realmente se transformou em casa.”
“Eu sei.” Ela sorriu. “Estou feliz por você. Você está encontrando seu lugar, Zoeybird,
e estou orgulhosa de você.”
Vovó me levou até onde eu estacionei o antigo VW Fusca, e me abraçou dando
tchau. Eu a agradeci por seus grandes presentes de novo, e nenhuma de nós mencionou
minha mãe. Isso é algo que não faz bem nenhum comentar. Eu disse a vovó que eu ia
voltar para a House of Night para consertar as coisas com meus amigos, e falei sério. Mas
ao invés disso eu descobri dirigindo para o centro. De novo.
No último mês toda a noite que eu podia dar uma desculpa esfarrapada para sair
sozinha, eu andei assombrando as ruas do centro de Tulsa. Assombrando... eu bufei para
mim mesma. Essa era uma excelente palavra para usar em minha busca por minha
melhor amiga, Stevie Rae, que morreu a um mês atrás, e se tornou uma morta viva.
Sim, era tão estranho quanto soa.
Calouros morrem. Todos sabemos disso. Eu testemunhei a morte de dois dos três
que morreram desde que estive na House of Night. Ok, então todos sabíamos que
podíamos morrer. O que ninguém sabia era que os últimos três calouros que morreram
foram ressuscitados, ou reviveram, ou... diabos! Eu suponho que um jeito fácil de
descrever é que eles se transformaram nos estereotipo dos vampiros: vivos mortos que
são monstros que sugam sangue sem humanidade. E todos cheiram mal, também.
Eu sabia por que tinha tido o asas para ver o que primeiro eu achei que fosse o
fantasma dos dois calouros que morreram. Então adolescentes humanos começaram a ser
mortos, e parecia que alguém estava tentando fazer parecer que um vampiro era o
assassino. Isso foi uma droga, especialmente porque eu conhecia os dois primeiros
garotos que foram mortos, e a atenção da policia se voltou para mim por um tempo. O
que foi ainda pior era que Heath foi o terceiro humano a ser seqüestrado.
Bem, eu não podia deixar ele ser morto. Além do mais, nós meio que acidentalmente
tivemos um Imprint. Com a ajuda de Afrodite eu descobri como seguir o Imprint até
Heath. A policia achou que eu resgatei um bem acabado Heath de um humano serial
killer.
O que eu realmente tinha descoberto?
Minha amiga morta viva e seus nojentos seguidores. Eu tirei Heath de lá (o “lá” eram
os velhos túneis proibidos no centro, embaixo do abandonado deposito de Tulsa) e
confrontei Stevie Rae. Ou o que sobrou dela.
Vê, um problema era que eu não acreditava que toda a humanidade dela tinha sido
destruída, como parecia ter acontecido com os outros mortos vivos e muito nojentos excalouros
que estavam tentando se alimentar de Heath.
O segundo problema era Neferet. Stevie Rae me disse que ela era a responsável por
aquilo. Eu sabia que era verdade porque Neferet colocou um horrível feitiço em Heath e
eu logo depois da policia aparecer. Ele deveria nos fazer esquecer tudo que tinha
acontecido nos túneis. Eu acho que funcionou com Heath. Só funcionou comigo
temporariamente. Eu usei o poder dos cinco elementos para quebrar o feitiço em mim.
Então, resumindo. Desde então eu estava preocupada com o que diabos eu ia fazer
sobre: um, Stevie Rae; dois, Neferet; três, Heath. Pode parecer que nenhuma das minhas
preocupações esteve por perto no último mês, mas não ajudou.
“Certo,” eu disse em voz alta, “é meu aniversário, e que aniversario de merda ele foi,
até mesmo para mim. Então, Nyx, só vou pedir para você um favor de aniversário. Eu
quero encontrar Stevie Rae.” Eu adicionei com pressa ,”por favor.” (Como Damien teria
me lembrado, quando falar com a deusa é melhor ser educada.)
Eu não esperava nenhum tipo de resposta, então quando as palavras abaixe sua
janela, continuou indo ao redor da minha mente, eu pensei que eram as letras de uma
musica do radio. Mas meu radio não estava ligado, e as palavras não tinham nenhuma
musica com elas - além do mais, elas estavam dentro da minha cabeça e não saindo do
meu radio.
Me sentindo mais do que um pouco nervosa em abaixei minha janela.
Esteve raramente quente a semana toda. Hoje o pico foi 15 graus, o que era
estranho para o dezembro, mas era Oklahoma, e estranho era só outra palavra para o
tempo de Oklahoma. Ainda sim, era perto da meia noite e a noite definitivamente esfriava.
Não que me incomodasse. Vampiros adultos não sentem o frio na mesma intensidade que
os humanos. Não, não é porque eles são pedaços frios e mortos de carne reanimada
(eesh, mais pode ser o que Stevie Rae é). É porque o metabolismo deles é muito diferente
dos humanos. Como uma caloura, especialmente que é mais avançada que a maior parte
dos garotos que foram marcados a apenas dois meses, minha resistência para o frio já era
muito melhor que de garotos humanos. Então o ar frio entrando no meu Fusca não me
incomodou, o que foi estranho porque de repente eu comecei a espirrar e me sentir meio
assustada.
Uhg, o que era esse cheiro? Era como um porão com fungos e salada de ovo que
não foi refrigerada rápido o bastante e sujeira tudo misturado junto para fazer um nojento
perfume que era nojentamente familiar.
“Ah, diabos!” Eu percebi o que estava sentindo e passei meu Fusca por um beco
para estacionar um pouco ao norte da estação de ônibus do centro. Mal demorei para
fechar minha janela e fechar a porta (eu morreria se minha primeira edição de Drácula
fosse roubada) antes de sair do carro e correr para calçada onde fiquei bem parada e
cheirei o ar. Eu senti o cheiro imediatamente. Uhg. Era horrível demais para ignorar. Era
muito horrível para ignorar. Ainda cheirando como um cão retardado, eu comecei a seguir
meu nariz pela calçada para longe das confortáveis luzes da estação de ônibus.
Eu a encontrei em um beco. Primeiro eu achei que ela estava inclinada por cima de
uma enorme sacola cheia de lixo e meu coração se apertou. Eu tinha que tirar ela desse
tipo de vida - eu tinha que descobrir um jeito de manter ela segura até essa coisa horrível
que aconteceu com ela ser consertada. Ou ela precisa morrer de uma vez por todas. Não!
Eu fechei minha mente para esse tipo de pensamento. Eu vi Stevie Rae morrer uma vez.
Eu não ia fazer isso de novo.
Mas antes de poder chegar até ela e a envolver em meus braços (enquanto segurava
a respiração) e dizer a ela que tudo ficaria bem, o lixo se gemeu e se mexeu e eu percebi
que Stevie Rae não estava cavando dentro de um lixo, ela estava mordendo um sem teto
no pescoço!
“Oh, deus! Jessh, dá pra parar!”
Com uma velocidade nada humana, Stevie Rae virou. O sem teto caiu no chão, mas
Stevie Rae se manteve segurando um dos pulsos sujos dele. Os dentes cerrados e olhos
brilhando em um tom muito assustador de vermelho ela assoviou para mim. Eu estava
enojada demais para ficar assustada ou até mesmo surtar. Além do mais, eu acabei de ter
um terrível aniversario e as pessoas, mesmo a minha melhor amiga morta viva, estavam
me irritando.
“Stevie Rae, sou eu. Da pra parar com essa merda. Além do mais, é um ridículo
clichê vampiro.”
Ela não disse nada por um segundo, e eu tive o terrível pensamento de que ela
poderia de alguma forma ter deteriorado no mês desde que eu a vi, a um ponto em que
ela praticamente igual ao resto deles - bestial e inalcançável. Meu estomago deu uma
virada dolorosa, mas eu encontrei os olhos vermelhos dela e virei os meus. “E, por favor,
você está fedendo. Não tem chuveiros na Terra Assustadora dos Mortos Vivos?”
Stevie Rae franziu, o que foi uma melhora, porque os lábios dela cobriram seus
dentes. “Vá embora, Zoey.”
A voz dela era fria e chata, fazendo o que costumava ser um doce sotaque Okie soar
como rouco, mas ela disse meu nome, o que era todo o encorajamento que eu precisava.
“Não vou a lugar nenhum até conversarmos. Então solte o sem teto - eesh, Stevie
Rae, ela provavelmente tem piolho e quem sabe o que mais - e vamos conversar.”
“Se você quer conversar vai ter que esperar eu terminar de comer.” Stevie Rae
colocou sua cabeça de lado em um movimento que parecia de um inseto. “Eu não lembro
que você teve um Imprint com seu pequeno brinquedinho humano? Me parece que você
também gosta de sangue. Quer se juntar a mim?” Ela sorriu e lambeu as presas.
“Ok, nojento, apenas nojento! E para sua informação Heath não é meu
brinquedinho. Ele é meu namorado, ou um deles pelo menos. Eu suguei o sangue dele por
acidente. Eu ia te contar, mas você morreu. Então, não. Eu não quero morder essa
pessoa. Eu nem sei onde ela andou.” Eu dei a pobre, mulher com olhos bem abertos e
cabelo desarrumado um fraco sorriso. “Uh, sem ofensa, senhora.”
“Ótimo. Mais para mim.” Stevie Rae começou a se curvar de volta para a garganta
da mulher.
“Pare!”
Ela olhou por cima dos ombros pra mim. “Como eu disse, vá embora, Zoey. Você não
pertence aqui.”
“Nem você,” eu disse.
“Isso é só uma das muitas coisas em que você está errada.”
Quando ela virou de volta para a mulher, que agora estava chorando e repetindo
“por favor, oh por favor” de novo e de novo, eu dei alguns passos para frente e levantei
minhas mãos por cima da cabeça. “Eu disse para soltar ela.”
A resposta de Stevie Rae foi assoviar e abrir sua boca para sugar o pescoço da
mulher. Eu fechei meus olhos e rapidamente me concentrei. “Ar, venha até mim!” eu
comandei. Eu circulei uma mão na minha frente, imaginando um mini-tornado. Eu abri
meus olhos quando virei meu pulso e joguei poder do ar em direção a chorosa sem teto.
Exatamente como eu tinha imaginado, o ar a cercou, e mal tocou em um fio de cabelo de
Stevie Rae, pegando a vitima dela e carregando ela pelo beco, a soltando apenas quando
ela chegou em segurança para o poste de luz. “Obrigado, ar,” eu murmurei, e senti a brisa
passar pelo meu rosto carinhosamente antes de desaparecer.
“Você está ficando boa nisso.”
Eu virei para Stevie Rae. Ela estava me observando com uma expressão obviamente
alerta, como se ela achasse que eu ia conjurar outro tornado e prender ela dentro dele.
Eu dei nos ombros. “Estive praticando. Tem a ver com controle e concentração. Você
saberia disso se também estivesse praticando.”
Um flash de dor passou pelo rosto magro de Stevie Rae tão rapidamente que eu me
perguntei se eu realmente o tinha visto ou apenas imaginado. “Os elementos não tem
nada a ver comigo agora.”
“Isso é bobagem, Stevie Rae. Você tem uma afinidade pela terra. Você tinha antes
de morrer, ou algo assim,” eu pensei sobre o quão estranho era falar para a Stevie Rae
morta viva sobre estar morta. “Esse tipo de coisa não desaparece. Além do mais, lembra
dos túneis? Você ainda tem uma afinidade com eles.”
Stevie Rae balançou a cabeça e seus cachos curtos e loiros, os que não estavam
grudados e sujos, balançaram, me lembrando de como ela costumava parecer.
“Desapareceu. Quando eu morri e junto com ela a minha parte humana. Você precisa
aceitar isso e seguir em frente. Eu segui.”
“Eu nunca vou aceitar isso. Você é minha melhor amiga. Eu não vou seguir em
frente.”
De repente Stevie Rae fez um horrível som feral, e seus olhos brilharam de um
vermelho sangue. “Eu pareço sua melhor amiga?”
Eu ignorei o jeito que me coração estava batendo no meu peito. Ela estava certa. O
que ela se tornou não tinha nada a ver com a Stevie Rae que eu conheci. Mas eu não ia
acreditar que ela tinha desaparecido por completo. Eu vi deslumbres da minha melhor
amiga nos túneis e isso significava que eu não ia desistir dela. Eu queria chorar, mas ao
invés disso eu me segurei e forcei minha voz a soar normal.
“Bem, diabos, não, você não parece com a Stevie Rae. Quanto tempo faz desde que
você lavou o cabelo? E o que você está usando?” Eu apontei para as calças de ginástica e
camiseta muito grande que estavam cobertas por um longo, nojento casaco preto como
um daqueles que os bizarros garotos góticos gostam de usar mesmo quando está 50
graus do lado de fora. “Eu não iria parecer como eu se também estivesse vestida assim.”
Eu suspirei e dei alguns passo em direção a ela. “Porque você não vem comigo? Eu te levo
escondida para o dormitório. Vai ser fácil - não tem praticamente ninguém lá. Neferet não
está lá,” eu acrescentei, e então me apressei (eu duvidava que qualquer um de nós
quisesse falar sobre Neferet ali - diabos, que algum dia iríamos querer falar dela). “A
maior parte dos professores estão de férias e o pessoal esta fazendo viagens rápidas para
ver suas famílias. Absolutamente nada está acontecendo. Nem seremos incomodadas por
Damien e as Gêmeas e Erik porque eles estão fulos comigo. Então você pode ir junto,
tomar um banho, e vou te conseguir algumas roupas de verdade, então podemos
conversar.” Eu estava olhando nos olhos nela, então eu vi a saudade que os encheu. Só
durou um instante, mas eu sabia que estavam ali. Então ela olhou rapidamente para
longe.
“Eu não posso ir com você. Eu preciso me alimentar.”
“Não tem problema. Vou conseguir algo para você comer na cozinha do dormitório.
Hey, eu aposto que posso encontrar uma tigela de Lucky Charms,” eu sorri. “Lembra, eles
são magicamente deliciosos - e tem absolutamente nenhum valor nutricional.”
“Como se Count Chocula tivesse?”
Meu sorriso aumentou aliviado quando Stevie Rae retomou nossa antiga discussão
sobre quais dos nossos cereais favoritos eram o melhor. “Count Chocula tem chocolate.
Cacau é uma planta. É saudável.”
Os olhos de Stevie Rae encontraram os meus. Os dela não estavam mais brilhando
em vermelho, e ela também não estava tentando esconder as lagrimas que os estavam
enchendo e caindo nas suas bochechas. Eu automaticamente me mexi para abraçar ela,
mas ela se afastou.
“Não! Eu não quero que você me toque, Zoey, Eu não sou quem costumava ser.
Estou suja e nojenta.”
“Então volte para a escola comigo e se limpe!” Eu implorei. “Vamos dar um jeito
nisso - eu prometo.”
Stevie Rae balançou a cabeça tristemente e limpou as lagrimas. “Não tem como dar
um jeito nisso. Quando digo que estou suja e nojenta não digo do lado de fora. O que
você vê no meu exterior não é metade do nojento que eu sou do lado de dentro. Zoey, eu
tenho que me alimentar. Isso não é comer cereais ou sanduíches e beber coca. Eu preciso
de sangue. Sangue humano. Se não -” Ela parou e vi o terrível tremor que se moveu pelo
corpo dela. “Se não, a dor vai me consumir, da fome que queima e eu não vou agüentar.
E você precisa entender que eu quero me alimentar. Eu quero abrir as gargantas de
humanos e beber o quente sangue tão cheio de terror e raiva e dor que me faz ficar
tonta.” Ela parou de novo, dessa vez respirando com força.
“Você não pode realmente querer matar as pessoas, Stevie Rae.”
“Você está errada, eu quero.”
“Você diz isso, mas eu sei que ainda tem partes da minha melhor amiga dentro de
você, e Stevie Rae não ficaria confortável batendo num filhote, muito menos matando
alguém.” Eu me apressei quando ela abriu a boca para discordar de mim. “E se eu te
conseguir sangue humano para que não tenha que matar ninguém?”
Naquele tom sem emoção ela disse, “Eu gosto de matar.”
“Você também gosta de ficar imunda e fedendo e parecer nojenta?” eu surtei.
“Eu não me importo mais com o que eu pareço.”
“Verdade? E se eu te dissesse que posso te conseguir sua jeans Roper, botas de
cowboy, e uma camiseta boa de manga cumprida que é muito bem passada?” Eu vi uma
faísca nos olhos dela e sabia que tinha conseguido tocar a antiga Stevie Rae. Minha mente
se apressou, tentando bolar a coisa certa para dizer enquanto eu ainda tinha uma parte
dela ouvindo. “Então esse é o negocio. Me encontre amanha a meia noite - não, espere.
Amanha é sábado. De jeito nenhum as coisas vão estar calmas o bastante pra mim sair.
Então as 3 da manha no gazebo do Philbrook.” Eu parei um segundo para rir para ela.
“Você lembra daquele lugar, certo?” É claro que eu sabia que ela definitivamente
lembraria onde era. Ela esteve lá comigo antes, só que aquela noite ela estava tentando
me salvar, e não ao contrario.
“Sim. Eu lembro.” Ela disse as palavras com a mesma voz fria e chata.
“Ok, então me encontre lá. Eu vou ter sua roupa comigo e também sangue. Você
pode comer, ou beber, ou o que seja, e mudar de roupa. Então podemos começar a dar
um jeito nisso.” Eu acrescentei para mim mesma que eu também teria sabão e shampoo e
iria conjurar água para a garota se lavar. Eesh, ela tinha um cheiro tão ruim quanto a sua
aparência. “Ok?”
“Não tem por que.”
“Você pode, por favor, me deixar decidir isso? Além do mais, eu não te contei o
horror do meu aniversário ainda. Vovó e eu tivemos uma horrível cena com minha mãe e
o padrasto-perdedor. Vovó chamou o meu padrasto-perdedor de cocô de macaco.”
Uma risada saiu de Stevie Rae o som tão parecido com o que ela costuma ser que
minha visão ficou borrada com lagrimas e eu tive que piscar freneticamente para afastálas.
“Por favor, vá,” eu disse, minha voz rouca com as emoções. “Eu sinto tanto a sua
falta.”
“Eu vou,” Stevie Rae disse. “Mas você vai se arrepender.”