segunda-feira, 21 de maio de 2012

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 28)


VINTE E OITO
As próximas horas foram as mais longas da minha vida.
Nosso grupo conseguiu chegar ao campus em segurança, embora a maior parte do trajeto fora
feita correndo – o que foi difícil com tantos feridos.O tempo todo eu sentia náuseas,
presumidamente por que os Strigoi estavam perto. Se eles estivesse, eles nunca nos
alcançaram, e era possível que eu simplesmente estivesse me sentindo mal devido tudo o que
tinha acontecido nas cavernas.
Quando voltamos para trás das wards, os outros novatos e eu fomos esquecidos. Estavamos
seguros, e os adultos agora tinham outras coisas para se preocupar. Todos os seqüestrados
tinham sido resgatados – todos que estavam vivos. Como eu temia, os Strigoi resolveram
comer um antes de chegarmos lá. Isso significava que tínhamos resgatado 12. Seis guardiões –
incluindo Dimitri – tinham sido perdidos. Esses não eram números ruins considerando quantos
Strigoi´s enfrentamos, mas se você tirasse a diferença, significava que tínhamos salvado
apenas 6 vidas. A perda de todos aqueles guardiões tinha valido a pena?
“Você não olhar desse jeito,” Eddie me disse enquanto andávamos para a clinica. Todos,
prisioneiros e agressores, tinham recebi ordens de serem avaliados. “Você não salvou apenas
aquelas vidas. Vocês mataram quase 30 Strigoi, fora os do campus. Pensem em todas as
pessoas que eles teriam matado. Você essencialmente salvou a vida dessas pessoas também.”
Uma parte racional de mim sabia que ele tinha razão. Mas o que racionalidade tem a ver com
qualquer coisa quando Dimitri pode estar morto? Era bem egoísta e pequeno, mas nesse
momento, eu queria trocar todas aquelas vidas pela dele. Ele não iria querer isso, no entanto.
Eu sabia.
E pela pequena, pequeníssima chance, havia uma possibilidade que ele não estivesse morto.
Embora a mordida tivesse parecido bem seria, aquele Strigoi podia ter incapacitado ele e
então fugido. Ele podia estar deitado nas cavernas agora, morrendo e precisando de
assistência medica. Me deixava maluca, pensar nele daquele jeito e nós incapazes de ajudar.
Não tinha jeito de podermos voltar, no entanto. Não até a luz do dia. Outro bando iria então
para trazer de volta nossos mortos para podermos enterrar eles. Até lá, eu tinha que esperar.
A Dra. Olendzki me deu uma rápida checada, decidiu que eu não tinha uma concussão, e então
me mandou cuidar dos meus próprios arranhões. Ela tinha muitos outros para se preocupar
agora que estavam em condições muito piores.
Eu sabia que a coisa esperta era ir ao meu dormitório ou ir atrás de Lissa. Eu precisava do
descanso, e pela nossa ligação, eu senti ela chamando por mim. Ela estava preocupada. Ela
estava com medo. Eu sabia que ela descobrira a noticia logo. Ela não precisava de mim, e eu
não queria ver ela. Eu não queria ver ninguém.Então ao invés de ir para o meu dormitório, eu
fui para a capela. Eu precisava fazer algo até as cavernas serem analisadas. Rezar era tão boa
opção quanto qualquer outra.
A capela normalmente estava vazia no meio do dia, mas não dessa vez. Eu não deveria estar
surpresa. Considerando a morte e tragédia das ultimas 24 horas, era natural que as pessoas
buscassem conforto. Alguns estavam sentados sozinhos, alguns em grupos. Eles choravam.
Eles estavam ajoelhados. Eles rezavam. Alguns simplesmente encaravam o nada, claramente
incapazes de acreditar no que tinha acontecido. O Padre Andrew se movia pelo santuário,
falando com muitos deles.
Eu encontrei um banco vazio no canto de trás e sentei. Arrastando meus joelhos para perto de
mim, eu enrolei meus braços ao redor dele e descansei minha cabeça. Nas paredes, ícones de
santos e anjos olhavam por nós.
Dimitri não podia estar morto. Não tinha jeito dele estar. Certamente, se ele estivesse, eu
saberia. Ninguém podia tirar uma vida daquelas desse mundo. Ninguém que tinha me
segurado na cama como ele tinha ontem poderia estar morto. Ele era muito quente, muito
vivo. A morte não podia seguir algo assim.
O chotki de Lissa estava em volta do meu pulso, e eu passei meus dedos pela cruz e pelo
entalhos. Eu tentei desesperadamente colocar meus pensamentos em formas de oração, mas
eu não sabia como. Se Deus fosse real, eu acho que ele é poderoso o bastante para saber o
que o que eu estava dizendo sem necessariamente precisar de palavras.
Horas passaram. Pessoas vieram e foram. Eu fiquei cansada de ficar sentada e eventualmente
me estiquei pelo banco. Pelo teto pintado de dourado, mais santos e anjos olhavam para mim.
Tanta ajuda divina, eu pensei, mas que bondade eles realmente estavam fazendo?
Eu nem percebi que eu adormeci até que Lissa me acordou. Ela mesma parecia um anjo, seu
cabelo pálido caído ao redor do seu rosto. Os olhos dela eram tão gentis e misericordiosos
quanto qualquer um dos santos.
“Rose,” ela disse. “Estivemos procurando por você.Você estava aqui o tempo todo?”
Eu sentei, me sentindo cansada e com a visão turva. Considerando que eu não tinha dormido
na noite anterior e depois tinha ido em uma enorme missão, minha fatiga era compreensível.
“Basicamente,” eu disse a ela.
Ela balançou a cabeça. “Isso foi a horas atrás. Você deveria ir comer algo.”
“Eu não estou com fome.” Horas atrás. Eu agarrei o braço dela. “Que horas são? O sol já
apareceu?”
“Não. Ainda falta,hum, umas cinco horas.”
Cinco horas. Como eu podia esperar tanto?
Lissa tocou meu rosto. Eu senti a mágica queimando pela nossa ligação, e então o calor e o frio
passando pela minha própria pele. Machucados e cortes desapareceram.
“Você não deveria fazer isso,” eu disse.
Um sorriso fraco cruzou os lábios dela. “Eu estive fazendo o dia todo. Eu estive ajudando a Dra.
Olendski.”
“Eu soube disse, mas wow. É tão estranho. Sempre mantivemos escondido, sabe?”
“Não importa se todos sabem agora,” ela disse dando nos ombros. “Depois de tudo que
aconteceu, eu precisava ajudar. Tantas pessoas feridas, e se isso significa meu segredo vazar...
bem, tinha que acontecer mais cedo ou mais tarde. Adrian tem ajudado também, embora ele
não possa fazer muito.”
E então, me atingiu. Eu me ajeite.
“Oh Deus, Lissa. Você pode salvar ele. Você pode ajudar Dimitri.”
Profunda triste encheu todo o rosto dela e nossa ligação. “Rose,” ela disse baixo. “Eles dizem
que Dimitri está morto.”
“Não,’ eu disse. “Ele não pode estar. Você não entende...eu acho que ele só se machucou.
Provavelmente bastante. Mas se você estiver lá você pode trazer ele de volta, você pode curar
ele.” Então, a idéia mais louca veio para mim.” E se...e se ele realmente morreu...” As palavras
doíam ao sair. “Você pode trazer ele de volta! Como você fez comigo. Ele será um shadowkissed
também.”
O rosto dela ficou ainda mais triste.Tristeza – por mim agora – irradiava dela. “Eu não posso
fazer isso. Trazer as pessoas de volta dos mortos drena muito poder...e além do mais,eu não
acho que eu poderia fazer isso por uma pessoa que está morta,um, a tanto tempo. Eu acho
que tem que ser recente.”
Eu podia ouvir o desespero maluco em minha própria voz. “Mas você tem que tentar.”
“Eu não posso...” ela engoliu.”Você ouviu o que eu disse para a rainha. Eu falei sério. Eu não
posso passar por aí trazendo todas as pessoas mortas de volta a vida. Isso entra naquele tipo
de abuso que Victor queria. É por isso que mantemos isso em segredo.”
“Você o deixaria morrer? Você faria isso? Você não faria isso por mim?” Eu não estava
gritando, mas minha voz definitivamente estava alta demais para uma igreja. Quase todos
tinham ido embora agora, e com o nível de dor por aqui, eu duvidei que alguém pensasse
muito sobre uma explosão. “Eu faria qualquer coisa por você. Você sabe disse. E você não faria
isso por mim?” Eu estava prestes a chorar.
Lissa me observou, um milhão de pensamentos em sua mente. Ela avaliou minhas palavras,
meu rosto, minha voz. E bem assim, ela finalmente entendeu. Ela finalmente percebeu o que
eu sentia por Dimitri, que era uma ligação maior do que aluno-professor. Eu senti o
reconhecimento acender na mente dela. Inumeras conexões de repente se ligaram na mente
dela: comentários feitos, jeitos que Dimitri e eu agíamos perto um do outro... tudo fazia
sentido para ela agora, coisas que ela tinha estado muito cega para notar. Perguntas
imediatamente se espalharam, mas ela não perguntou nada ou mencionou o que ela tinha
percebido. Ao invés disso, ela apenas pegou minha mão e me puxou para mais perto dela.
“Eu sinto muito, Rose. Eu sinto tanto, tanto. Eu não posso.”
Eu deixei ela me arrastar para longe depois disso, presumidamente para pegar comida. Mas
quando eu sentei na cafeteria e encarei aquele prato na minha frente, a ideia de comer algo
me fez sentir mais doente do que eu tinha estado perto dos Strigoi. Ela desistiu depois disso,
percebendo que nada ia acontecer até eu saber o que tinha acontecido com Dimitri. Fomos
para o quarto dela, e eu deitei na cama. Ela sentou perto de mim, mas eu não queria
conversar, e eu logo adormeci.
Da outra próxima vez que eu acordei, era minha mãe que estava ao meu lado.
“Rose, vamos checar as cavernas. Você não pode entrar nelas, mas você pode ir para as
fronteiras da escola conosco se quiser.”
Era o melhor que eu podia. Se significava que eu podia descobrir sobre Dimitri um segundo
mais rápido do que se eu ficasse aqui, eu faria. Lissa veio comigo, e passamos por trás do
grupo de guardiões que se reunia. Eu ainda estava magoada com a recusa dela de curar
Dimitri, mas uma parte de mim secretamente achava que ela não seria capaz de se segurar
quando ela o visse.
Os guardiões tinham montado um grupo grande para chegar as cavernas, só por precaução.
Tinhamos certeza que os Strigoi tinham ido embora, no entanto. Eles perderam sua vantagem
e tinham que saber que se voltássemos pelos mortos, seria com números renovados. Qualquer
um deles que tivesse sobrevivido teria ido embora.
Os guardiões passaram pelas wards, e o resto de nós que tinham seguido atrás esperamos na
fronteira. Quase ninguém falou. Provavelmente levaria 3 horas antes deles voltarem, contando
o tempo de viagem. Tentando ignorar o obscuro e pesado sentimento dentro de mim, eu
sentei no chão e descansei minha cabeça no ombro de Lissa, desejando que os minutos
voassem. Um Moroi usuário de fogo criou uma fogueira, e todos nos esquentamos com ela.
Os minutos não voaram, mas ele eventualmente passaram. Alguem gritou que os guardiões
estavam voltado. Eu levantei e corri para olhar. O que eu vi me fez parar.
Macas. Macas carregando os corpos daqueles que tinham sido mortos. Guardiões mortos,
seus rostos pálidos e olhos vidrados. Um dos Moroi que observava vomitou. Lissa começou a
chorar. Um por um, os mortos passaram por nós. Eu me assustei, sentindo o frio e o vazio, me
perguntado se eu veria o fantasmas deles quando eu fosse para fora das wards.
Finalmente, o grupo todo passou. Cinco corpos, mas parecia ter sido 500. E tinha um corpo
que eu não vi. Um que eu estive esperando. Eu corri até minha mãe. Ela estava ajudando a
carregar uma maca. Ela não olhava para mim e sem duvidas sabia o que eu tinha vindo
perguntar.
“Onde está Dimitri?” eu exigi.”Ele está...” Era muito para esperar, muito para perguntar. “Ele
está vivo?” Oh Deus. E se as minhas preces tivessem sido atendidas? E se ele estivesse lá
ferido, esperando por eles mandarem um médico?
Minha mãe não respondeu imediatamente. Eu mal reconheci a voz dela quando ela falou.
“Ele não estava lá, Rose.”
Eu tropecei no chão e tive que me apressar para alcançar ela de novo, “Espera, como
assim?Talvez ele só estivesse ferido e saiu para buscar ajuda...”
Ela ainda não olhava para mim. “Molly também não estava lá.”
Molly era o Moroi que tinha sido comida. Ela tinha minha idade, alta e bonita. Eu vi o corpo
dela na caverna, drenado. Ela definitivamente estava morta. Não tinha jeito dela estar ferida e
ter saído. Molly e Dimitri. O corpo de ambos desaparecido.
“Não,” eu arfei. “Você não acha...”
Uma lagrima caiu do olho da minha mãe. Eu nunca tinha visto nada assim vindo dela antes. “Eu
não sei o que pensar, Rose. Se ele sobreviveu, é possível... é possível que eles o tenham levado
para mais tarde.”
A idéia de Dimitri como um ‘lanche’ era muito horrível para palavras – mas não era tão horrível
quanto a alternativa. Nós duas sabíamos.
“Mas eles não levariam Molly para mais tarde. Ela estava morta a algum tempo.”
Minha mãe acenou. “Eu sinto muito, Rose. Não podemos ter certeza. É provável que os dois
estejam apenas mortos, e que os Strigoi arrastaram seus corpos para fora.”
Ela estava mentido. Era a primeira vez em toda a minha vida que minha mãe contava uma
mentira para me proteger. Ela não era do tipo reconfortante, não era do tipo que inventava
histórias bonitas para fazer alguém se sentir melhor. Ela sempre me disse a dura verdade.
Não dessa vez.
Eu parei de andar, e o grupo continuou a passar por mim. Lissa nos alcançou, preocupada e
confusa.
“O que está acontecendo?” ela perguntou.
Eu não respondi. Ao invés disso, eu virei e corri de volta, de volta em direção as wards. Ela
correu atrás de mim, chamando meu nome. Ninguém mais nos notou porque honestamente,
quem no mundo seria estúpido o suficiente para cruzar as wards depois de tudo que tinha
acontecido?
Eu era, embora na luz do dia, eu não sentisse medo. Eu passei pelo lugar onde o grupo de Jesse
tinha atacado ela, passando pelas linhas invisíveis que marcavam as fronteiras da Academia.
Lissa hesitou por um momento e se juntou a mim. Ela estava sem fôlego por correr atrás de
mim.
“Rose, o que você-“
“Mason!” Eu chorei. “Mason, eu preciso de você.”
Levou um tempo para ele se materializar. Dessa vez, ele não só parecia ultra-palido, ele
também parecia estar piscando, como uma luz prestes a queimar. Ele ficou parado ali, me
observando, e embora sua expressão fosse a mesma de sempre, eu tive a estranha sensação
que ele sabia o que eu ia perguntar. Lissa, ao meu lado, ficava olhando para frente e para trás
entre eu e o ponto para qual eu estava falando.
“Mason, Dimitri está morto?”
Mason negou.
“Ele está vivo?”
Mason negou.
Nem vivo nem morto. O mundo girou ao meu redor, faíscas de cores dançando ao meu redor.
A falta de comida tinha me deixado tonta, e eu estava prestes a desmaiar. Eu tinha que ficar
controlada. Eu tinha que perguntar a próxima pergunta. De todas as vitimas... de todas as
vitimas que eles podiam ter escolhido, certamente eles não teriam escolhido ele.
As próximas palavras ficaram presas na minha garganta, e eu cai de joelhos e as falei.
“Ele... Dimitri é um Strigoi?”
Mason hesitou por um segundo, como se ele estivesse com medo de me responder, e então –
ele acenou.
Meu coração se despedaçou. Meu mundo se despedaçou.
Você vai perder o que mais valoriza...
Rhonda não estava falando de mim. Não estava falando nem mesmo da vida de Dimitri.
O que você mais valoriza.
Era a alma dele.

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