sexta-feira, 25 de maio de 2012

A.Vampiro - promessa de sangue (capitulo 6)


CAPÍTULO SEIS
Eu levantei rapidamente, cada parte de mim acordada e alerta. Não haviam luzes
da cidade para brilhar, e eu levei vários segundos para distinguir qualquer coisa no
quarto escuro. Sydney estava deitada em sua cama, seu rosto em paz enquanto
dormia.
Onde estava o Strigoi? Definitivamente não no nosso quarto. Ele estava na casa?
Todos diziam que a estrada para casa de Dimitri era perigosa. Ainda sim, eu pensei que
Strigoi iriam atrás de Moroi e dhampir – embora humanos fossem uma grande parte
da dieta deles também. Pensando no casal gentil que nos deu boas vindas a sua casa,
em senti algo se apertar no meu peito. De jeito nenhum eu iria deixar alguma coisa
acontecer com eles.
Saindo silenciosamente da cama, eu peguei minha estaca e sai do quarto sem
perturbar Sydney. Mais ninguém estava acordado, e assim que eu cheguei na sala, a
náusea sumiu. Ok. O Strigoi não estava dentro, o que era uma boa coisa. Ele estava do
lado de fora, aparentemente do lado da casa perto do meu quarto. Ainda me movendo
silenciosamente, eu sai pela porta da frente e virei a esquina, tão silenciosa quanto a
noite ao meu redor.
A náusea ficou mais forte enquanto me aproximava do celeiro, e eu não conseguia
me impedir de me sentir orgulhosa. Eu ia surpreender esse Strigoi que pensou que
poderia vir de fininho em um vilarejo humano para jantar. Ali. Perto da entrada do
celeiro, eu podia ver uma longa sombra se movendo. Te peguei, eu pensei. Eu aprontei
minha estaca e comecei a me mover para frente –
– e então algo me atingiu no meu ombro.
Eu tropecei, surpresa, e olhei para o rosto de um Strigoi. Com o canto do olho, eu
vi a sombra perto do celeiro se materializar em outro Strigoi se movendo para frente.
Pânico passou por mim. Haviam dois, e meu sistema de detecção secreto não foi capaz
de dizer a diferença. Pior, eles me agarraram.
Um pensamento imediatamente passou pela minha mente: E se um deles fosse
Dimitri?
Não era. Pelo menos, o mais perto de mim não era. Era uma mulher. Eu ainda
precisava ver o segundo. Esse estava se aproximando do meu outro lado, se movendo
rápido. Eu tinha que lidar com a ameaça imediata e ataquei a mulher com minha
estaca, esperando ferir ela, mas ela se esquivou tão rapidamente, que eu mal vi ela se
mover. Ela foi em minha direção de um jeito casual. Eu não fui rápida o bastante para
reagir e fui voando em direção ao outro Strigoi – um cara que não era Dimitri.
Eu respondi rapidamente, pulando e chutando ele. Eu estava segurando a estaca,
dando uma distância entre nós, mas ajudou pouco quando a mulher veio por trás de
mim e me agarrou, trazendo meu corpo contra o dela. Eu dei um choro abafado e senti
as mãos dela na minha garganta. Ela provavelmente ia quebrar meu pescoço, eu
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percebi. Era uma técnica rápida e fácil para os Strigoi que permitia que eles
arrastassem sua vitima para se alimentar.
Eu lutei, me soltando levemente das mãos dela, mas enquanto o outro Strigoi se
inclinava na nossa direção, eu soube que era inútil. Eles me surpreenderam. Eles eram
dois. Eles eram fortes.
Pânico passou por mim de novo, um senso de medo e desespero que me
sobrepujou. Eu tinha medo toda vez que lutava com um Strigoi, mas medo estava
atingindo seu limite. Ele era desfocado e fora de controle, e eu suspeitava que era o
toque de loucura e escuridão que eu absorvia de Lissa. Os sentimentos explodiram
dentro de mim, e eu me perguntei se eles iriam me destruir antes dos Strigoi. Eu
estava correndo um real perigo de morrer aqui – de deixar Sydney e os outros serem
mortos. A raiva e o estresse desse pensamento me sufocou.
Então, de repente, foi como se a terra tivesse se aberto. Formas translúcidas,
brilhando suavemente na escuridão, se espalhavam em toda parte. Alguns pareciam
pessoas normais. Outras eram horríveis, seus rostos magros e com forma de crânio.
Fantasmas. Espíritos. Eles nos cercaram, sua presença fazendo meu cabelo levantar e
enviando dor de cabeça pelo meu crânio.
Os fantasmas viraram em nossa direção. Isso aconteceu antes, no avião, quando
aparições tinham enxameado e ameaçado me consumir. Eu me preparei, tentando
desesperadamente convocar forças para construir as barreiras que iriam me cortar do
mundo dos espíritos. Era uma habilidade que tive que aprender, uma que eu
normalmente mantinha sem esforço. O desespero e o pânico dessa situação
quebraram meu controle. Naquele horrível momento, eu de novo de forma egoísta
desejei que Mason não tivesse encontrado paz e deixado esse mundo. Eu teria me
sentido melhor se o fantasma dele estivesse aqui.
Então eu percebi que não era o alvo.
Os fantasmas estavam indo em direção dos dois Strigoi. Os espíritos não tinham
formas sólidas, mas todo lugar que eles tocavam e passavam parecia gelo para mim. A
mulher Strigoi imediatamente começou a mexer seus braços para espantar as
aparições, rosnando de raiva e algo como quase medo. Os fantasmas não pareciam ser
capazes de machucar os Strigoi, mas eles eram bem irritantes – e distrativos.
Eu empalei o homem Strigoi antes dele sequer chegar a me ver chegar.
Imediatamente, os fantasmas ao redor dele se moveram em direção a mulher. Ela era
boa, eu admito. Apesar da luta para se livrar dos espíritos, ela ainda foi capaz de se
desviar muito bem dos meus ataques. Um soco de sorte dela fez estrelas brilharem nos
meus olhos e me jogou contra a parede do celeiro. Eu ainda tinha a dor de cabeça
induzida pelos fantasmas, e minha cabeça bater contra o celeiro não ajudou.
Levantando, tonta, eu voltei até ela e continuei meus esforços para acertar o coração
dela. Ela conseguiu manter seu peito fora de alcance – pelo menos até que um
fantasma particularmente assustador a pegou desprevenida. Sua distração
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momentânea me deu uma chance, e eu a empalei também. Ela caiu no chão – me
deixando sozinha com os espíritos.
Com o Strigoi, os fantasmas claramente queriam atacar eles. Comigo, foi como no
avião. Eles pareciam estar fascinados comigo, desesperados para chamar minha
atenção. Só que, com dezenas de fantasmas pairando, era como se eu tivesse sido
atacada.
Desesperadamente, eu tentei de novo convocar minhas paredes, para bloquear os
fantasmas de mim como tinha feito um longo tempo atrás. O esforço era excruciante.
De alguma forma, minhas emoções descontroladas tinham trazido esses espíritos, e
enquanto eu estava me acalmando, esse controle era mais difícil de trazer. Minha
cabeça continuava a latejar.
“Vão embora,” eu assoviei. “Eu não preciso mais de vocês.”
Por um momento, parecia que meus esforços seriam inúteis. Então, devagar, um
por um, os espíritos começaram a sumir. Eu senti o controle gradualmente voltar ao
seu lugar. Logo, não havia nada a não ser eu, a escuridão, e o celeiro – e Sydney.
Eu notei ela assim que cai no chão. Ela estava correndo para fora da casa de
pijama, rosto pálido. Ajoelhada ao meu lado, ela me ajudou a sentar, medo legitimo
em seu rosto. “Rose! Você está bem?”
Eu senti como se cada fragmento de energia em meu cérebro e corpo tivessem
sido sugados. Eu não conseguia me mover. Eu não conseguia pensar.
“Não,” eu disse a ela.
E então eu desmaiei.
Eu sonhei com Dimitri de novo, os braços dele ao meu redor e seu rosto lindo
inclinando perto de mim para cuidar de mim como ele fazia tão frequentemente
quando estava doente. Memórias de coisas do passado vieram para mim, nós dois
rindo de uma piada. As vezes, nesses sonhos, ele me carregava para longe. As vezes,
estávamos andando de carro. Ocasionalmente, o rosto dele começava a tomar aquelas
feições de Strigoi cuja imagem sempre me atormentava. Então eu rapidamente
ordenei que minha mente espantasse esses pensamentos.
Dimitri tinha cuidado de mim tantas vezes e sempre esteve lá quando precisei
dele. Eu admito, ele não parecia acabar na enfermaria tanto quanto eu. Essa era minha
sorte. Mesmo quando ele estava ferido, ele não reconhecia. E eu estava sonhando e
alucinando, imagens que vinham a mim das poucas vezes que fui capaz de cuidar dele.
Logo antes da escola ser atacada, Dimitri estava envolvido em vários testes comigo
e alguns dos meus colegas para ver o quão bem reagíamos a ataques surpresa. Dimitri
era tão duro que era quase impossível vencer ele, embora ele se machucasse algumas
vezes. Eu encontrei ele no ginásio uma vez durante essas provas, e fiquei surpresa por
ver um corte na bochecha dele. Dificilmente era fatal, mas havia uma quantidade
grande de sangue saindo.
“Você percebeu que está sangrando até a morte?” Eu exclamei. Era meio que um
exagero, mas mesmo assim.
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Ele tocou sua bochecha distraído e pareceu notar o ferimento pela primeira vez.
“Eu não exageraria tanto. Não é nada.”
“Não é nada até você ficar com uma infecção!”
“Você sabe que isso é improvável,” ele disse obstinado. Essa era a verdade. Moroi
– fora nas vezes que contraiam uma doença rara, como a que Victor tinha –
dificilmente ficavam doentes. Nós dhampir tínhamos herdado isso deles, assim como
as tatuagens de Sydney davam a ela alguma proteção. Mas mesmo assim, eu não iria
deixar Dimitri ficar sangrando.
“Anda,” eu disse, apontando para o pequeno banheiro do ginásio. Minha voz era
poderosa, e para minha surpresa, ele obedeceu.
Depois de molhar um algodão, eu gentilmente limpei o rosto dele. Ele continuou a
protestar a principio, mas finalmente ficou quieto. O banheiro era pequeno, e
estávamos a centímetros um do outro. Eu conseguia sentir o cheiro limpo e intoxicante
dele e estudei cada detalhe de seu rosto e corpo forte. Meu coração batia rápido no
meu peito, mas deveríamos nos comportar, então eu tentei parecer tranquila e
composta. Ele estava calmo também, mas quando coloquei o cabelo dele atrás da
orelha para limpar o resto do seu rosto, ele recuou. A ponta dos meus dedos tocavam
sua pele e enviavam ondas de choque através de mim, e ele também as sentiu. Ele
pegou minha mão e se afastou.
“Chega,” ele disse, sua voz rouca. “Estou bem.”
“Tem certeza?” eu perguntei. Ele não tinha soltado minha mão. Estávamos tão,
tão perto. O pequeno banheiro parecia pronto para explodir com a eletricidade
crescendo entre nós. Eu sabia que isso não poderia durar mas odiava deixar ele ir.
Deus, era difícil ser responsável as vezes.
“Sim,” ele disse. A voz dele era suave, e eu sabia que ele não estava bravo comigo.
Ele tinha medo, medo do quão pouco era preciso para acender um fogo entre nós.
“Obrigado, Roza.”
Ele soltou minha mão, e nós saímos, nós dois fomos fazer nossas próprias coisas.
Mas o senso de sua pele e cabelo ficaram comigo durante horas depois...
Eu não sei porque sonhei com essa memória depois de ser atacada perto do
celeiro. Parecia estranho eu ter sonhado em cuidar de Dimitri quando era eu quem
precisava de cuidado. Eu acho que não faz realmente diferença que tipo de memória
era, desde que envolvesse ele. Dimitri sempre me fez sentir melhor, mesmo em meus
sonhos, me dando força e determinação.
Mas enquanto eu estava naquele delírio saindo e voltando a ficar consciente, o
rosto reconfortante dele ocasionalmente ficava com aqueles olhos vermelhos e presas.
Eu chorei, lutando para deixar isso de lado. Outras vezes, ele nem parecia com Dimitri.
Ele se transformava em um homem que eu não conhecia, um Moroi mais velho com
cabelo escuro e olhos astutos, joias douradas brilhando eu sem pescoço e orelhas. Eu
chorei por Dimitri de novo, e eventualmente, o rosto dele retornou, seguro e
maravilhoso.
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Em certo ponto, a imagem mudou de novo, e dessa vez era de uma mulher.
Claramente, ela não era Dimitri, mas tinha algo em seus olhos castanhos que me
lembravam dele. Ela era mais velha, nos seus 40 anos talvez, e uma dhampir. Ela
colocou uma toalha fria na minha testa, e eu percebi que não estava mais sonhando.
Meu corpo doía, e eu estava em uma cama desconhecida, em um quarto
desconhecido. Nenhum sinal de Strigoi. Eu tinha sonhado com eles também?
“Não tente se mover,” a mulher disse com um fraco traço de sotaque russo. “Você
foi atingida com força.”
Meus olhos se alargaram enquanto os eventos do celeiro voltavam para mim, a
convocação dos fantasmas. Não tinha sido um sonho. “Onde está Sydney? Ela está
bem?”
“Ela está bem. Não se preocupe.” Algo na voz da mulher me disse que eu podia
acreditar nela.
“Onde estou?”
“Em Baia.”
Baia, Baia. Em algum lugar, no fundo da minha mente, esse nome era familiar. De
repente a ficha caiu. Muito, muito tempo atrás, Dimitri havia dito. Ele mencionou o
nome da sua cidade apenas uma vez, e mesmo eu tendo tentado, eu nunca fui capaz
de lembrar. Sydney nunca me diria o nome. Mas agora estávamos aqui. A casa de
Dimitri.
“Quem é você?” eu perguntei.
“Olena,” ela disse. “Olena Belikova.”

A.Vampiro - promessa de sangue (capitulo 5)


CAPÍTULO CINCO
O resto da viagem passou sem nada de especial. Sydney nunca perdeu totalmente
o desconforto que ela parecia ter ao meu redor, mas às vezes, enquanto eu estava
tentando entender a televisão russa, ela explicava o que estava acontecendo. Havia
algumas diferenças culturais entre aqueles shows e os que nós tínhamos crescido
vendo, então tínhamos isso em comum. De vez em quando, ela dava um sorriso sobre
algo que nós duas achávamos engraçado, e parecia que havia alguém ali que eu
poderia ser amiga. Eu sabia que nunca encontraria um substituto para Lissa, mas acho
que uma parte de mim ainda anseia preencher o vazio de amizade que fora aberto
quando a deixei para trás.
Sydney dormiu de dia, e eu comecei a pensar que ela tinha insônia com aquele
padrão de sono bizarro. Ela também continuou seu tratamento estranho com comida,
mal tocando nas refeições. Ela sempre deixava eu comer as sobras e era um pouco
mais aventurosa na cozinha russa. Eu tive que experimentar quando cheguei, e era
sempre bom ter o guia de alguém que, embora não fosse local, sabia muito sobre esse
país do que eu.
No terceiro dia de viagem, chegamos em Omsk. Omsk era uma cidade mais grande
e bonita do que eu esperava da Sibéria. Dimitri sempre me provocou sobre as imagens
de que a Sibéria parecia a antártica eram erradas, e eu percebi que ele tinha razão –
pelo menos em relação a parte sul da região. O clima não era muito diferente do que
Montana esse ano, vento frio de primavera ocasionalmente esquentado pelo sol.
Sydney me disse que quando chegássemos aqui iríamos conseguir uma carona
com um Moroi que ela conhecia. Vários viviam na cidade, se misturando com a grande
população. Ainda sim enquanto o dia passava, descobrimos que tínhamos um
problema. Nenhum Moroi podia nos levar para o vilarejo. Aparentemente, a estrada
era perigosa. Strigoi geralmente ficavam por lá durante a noite, esperando pegar um
viajante Moroi ou dhampir. Quanto mais Sydney explicava, o mais preocupada eu
ficava com meu plano. Aparentemente, não tem muitos Strigoi na cidade de Dimitri.
Segundo ela, eles ficam no perímetro da cidade, mas poucos viviam lá
permanentemente. Se esse fosse o caso, minhas chances de encontrar Dimitri
diminuíam. As coisas ficaram ainda piores enquanto Sydney continuava a descrever a
situação.
“Vários Strigois viajam pelo país procurando vitimas, o vilarejo é só uma área de
passagem,” ela explicou. “As estradas são meio remotas, então algum Strigoi fica por
um tempo e tenta conseguir uma presa fácil. Então eles seguem em frente.”
“Nos EUA, Strigoi geralmente se escondem em cidades grande,” eu disse agitada.
“Eles fazem isso aqui também. É mais fácil para eles tomar vitimas sem serem
notados.”
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Sim, isso definitivamente atrapalha meus planos. Se Dimitri não estivesse
residindo na cidade, eu iria ter sérios problemas. Eu sei que Strigoi gostam de cidades
grandes, mas de alguma forma, eu me convenci que Dimitri iria voltar para o lugar que
ele cresceu.
Mas se Dimitri não estivesse lá... bem, de repente, o tamanho da Sibéria me
atingiu. Eu soube que Omsk não era nem a maior cidade da região, e encontrar mesmo
um Strigoi aqui poderia ser difícil. Procurar por ele em várias cidades que podem ser
ainda maiores? As coisas iriam ficar muito feias se meu palpite se provasse errado.
Desde que saí para encontrar Dimitri, eu ocasionalmente tinha momentos de
fraqueza que eu esperava nunca encontrar ele. A ideia dele como um Strigoi ainda me
atormentava. Eu também era visitada por outras imagens... imagens do jeito que ele
era e das memórias do tempo que passamos juntos.
Eu acho que minha memória mais preciosa era aquela de logo antes dele ser
transformado. Foi quando eu sujei muita escuridão induzida pelo espírito de Lissa. Eu
estava fora de controle, incapaz de me segurar. Eu estava com medo de me tornar um
monstro, com medo de me matar como outro guardião shadow-kiss tinha feito.
Dimitri me trouxe de volta, me emprestando sua força. E então eu percebi o quão
forte era nossa conexão, o quão perfeitamente nos entendíamos. Eu fui cética sobre
pessoas serem alma gêmeas no passado, mas naquele momento, eu soube que era
verdade. E com aquela conexão emocional veio a física. Dimitri e eu finalmente
tínhamos cedido a atração. Juramos que nunca iríamos, mas... bem, nossos
sentimentos eram simplesmente fortes demais. Ficar longe um do outro se tornou
impossível. Nós transamos, e foi minha primeira vez. As vezes eu sentia certeza que
seria minha única vez.
O ato em si fora incrível, e eu fui incapaz de separar a alegria física da emocional.
Depois, ficamos deitados juntos naquela pequena cabana por tanto quanto nos
atrevemos, e isso foi incrível também. Tinha sido um daqueles poucos momentos onde
eu senti que ele era realmente meu.
“Você se lembra do feitiço de luxuria de Victor?” eu perguntei, me aproximando
dele.
Dimitri olhou para mim como se eu fosse louca. “É claro.”
Victor Dashkov era da realeza Moroi, alguém que tinha sido amigo de Lissa e sua
família. Pouco sabíamos que ele secretamente estudava espírito e tinha identificado
Lissa como uma usuária de espírito antes dela sequer saber. Ele a torturou com todo
tipo de jogos mentais que realmente a fizeram pensar que ela estava ficando maluca.
Os esquemas dela tinham culminado em sequestro e tortura até que ela o curou da
doença que estava matando ele.
Victor agora estava preso para sempre, tanto pelo que ele fez por Lissa e por causa
dos seus planos de traição para se rebelar contra o governo Moroi. Ele era um dos
poucos a saber da minha relação com Dimitri, algo que me preocupou até o fim. Ele
até facilitou nossa relação criando um feitiço de luxuria – um colar fundindo com terra
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e compulsão. O feitiço estava cheio de magia perigosa que fez Dimitri e eu cedermos a
nossos instintos mais básicos. Tínhamos nos afastados no último momento, e até
nossa noite na cabana, eu acreditei que nosso encontro induzido pelo encanto tinha
sido nosso pico em encontro físico.
“Eu não imaginei que poderia melhor,” eu disse a Dimitri depois que dormimos
juntos. Eu me senti um pouco tímida em falar sobre isso. “Eu pensei sobre isso o
tempo todo... o que aconteceu entre nós.”
Ele virou para mim, erguendo as cobertas. A cabana estava fria, mas sua cama
tinha cobertores quentes. Eu suponho que pudéssemos ter colocado as roupas, mas
essa era a última coisa que eu queria fazer. Ficar pressionada pele contra pele era
bom.
“Eu também.”
“Você pensou?” eu perguntei, surpresa. “Eu pensei... eu não sei. Eu pensei que
você era muito disciplinado para isso. Eu pensei que você tentaria esquecer.”
Dimitri riu e beijou meu pescoço. “Rose, como eu poderia esquecer de estar
pelado com alguém tão linda quanto você? Eu fiquei acordado tantas noites,
repassando todos os detalhes. Eu me disse de novo e de novo que era errado, mas
você era impossível de esquecer.” Seus lábios se moveram para a minha clavícula, e
sua mão acariciou meus lábios. “Você queimou em minha mente para sempre. Não
tem nada, nada nesse mundo que nunca irá mudar isso.”
E eram memórias assim que faziam tão difícil compreender essa busca para matar
ele, mesmo que ele fosse um Strigoi. Ainda sim... ao mesmo tempo, era exatamente
por causa de memórias assim que eu tinha que destruir ele. Eu precisava lembrar dele
como o homem que me amava e me segurou na cama. Eu precisava lembrar que
aquele homem não iria querer permanecer um monstro.
Eu não estava muito excitada quando Sydney me mostrou o carro que ela
comprou, particularmente já que eu dei o dinheiro para ele.
“Vamos nisso?” eu exclamei. “Podemos sequer chegar até lá?” A viagem
aparentemente era de sete horas.
Ela me deu um olhar chocado. “Você está falando sério? Você sabe o que é isso? É
um citroen 19723. Essas coisas são incríveis. Você tem ideia do quão difícil deve ter
sido trazer isso de volta para o país no tempo dos Soviéticos? Eu não acredito que esse
cara vendeu. Ele não tem noção.”
Eu sabia pouco sobre os soviéticos e ainda menos sobre carros clássicos, mas
Sydney acariciou o capo vermelho como se ela estivesse apaixonada. Quem iria
adivinhar? Ela gostava de carros. Talvez ele tivesse valor e eu simplesmente não
conseguisse apreciar. Eu gostava mais de carros esportivos novos. Para ser justa, não
tinha nenhum amassado e arranhões, e fora o visual antigo, ele parecia limpo e bem
cuidado.
3 Esse carro: http://www.volga.nl/eigenauto/Citroen%20DSuper%2020%201972.jpg
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“Vai ligar?” eu perguntei.
Se possível, a expressão dela ficou ainda mais incrédula. “É claro!”
E ele ligou. O motor ligou firme, e do jeito que ele acelerou, eu comecei a
entender a fascinação dela. Ela queria dirigir, e eu estava prestes a discutir que foi o
meu dinheiro que o comprou. Vendo o olhar de adoração no rosto dela, no entanto, eu
finalmente decidi não ficar entre o carro e ela.
Eu só estava feliz por estarmos partindo. Já era tarde. Se a estrada era tão
perigosa quanto todos alegavam, não iríamos querer estar lá no escuro. Sydney
concordou mas disse que poderíamos fazer a maior parte da viagem antes do pôr-dosol
e então passar a noite em um lugar que ela conhecia. Chegaríamos no nosso
destino amanhã.
Quanto mais dirigíamos para longe de Omsk, o terreno se tornava mais remoto.
Enquanto eu o estudava, eu comecei a entender o amor de Dimitri por essa terra. Ele
tinha um visual miserável e estéreo, verdade, mas a primavera estava transformando o
terreno em verde, e havia algo lindo sobre ver toda aquela selvagem intocada. Me
lembrava de Montana de certa forma e ainda sim tinha uma certa qualidade que era
própria sua.
Eu não pude me impedir de usar a adoração de Sydney pelo carro para conversar.
“Você sabe muito sobre carros?” eu perguntei.
“Um pouco,” eu disse. “meu pai é o alquimista da nossa família, mas minha mãe é
uma mecânica.”
“Verdade?” eu perguntei, surpresa. “Isso é meio... raro.” É claro, eu dificilmente
posso falar sobre o papel dos sexos. Considerando que minha vida era dedicada para
lutar e matar, eu não poderia alegar ter um papel feminino normal também.
“Ela é muito boa e me ensinou muito. Eu não teria me importado em fazer isso
para viver. Não teria me importado em ir para faculdade também.” Tinha um tom
amargo em sua voz. “Eu suponho que tem várias outras coisas que eu gostaria de
fazer.”
“O que poderia fazer?”
“Eu tive que ser a próxima alquimista da família. Minha irmã... bem, ela é mais
velha, e normalmente são os mais velhos que fazem o trabalho. Mas, ela é meio que...
inútil.”
“Isso é duro.”
“Yeah, talvez. Mas ela não conseguiu lidar com esse tipo de coisa. Quando se trata
de organizar a coleção de gloss dela, ninguém a para. Mas lidar com o tipo de ligações
e pessoas que conversamos? Não, ela nunca é capaz. Papai diz que eu sou a única
capaz.”
“Pelo menos isso é um elogio.”
“Eu suponho.”
Sydney parecia tão triste agora que eu me senti mal por tocar no assunto. “Se
você pudesse ir para faculdade, o que você estudaria?”
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“Arquitetura grego romano.”
Eu decidi então que era uma boa coisa por eu não estar atrás do volante, porque
provavelmente teria dirigido para fora da estrada. “Sério?”
“Você sabe alguma coisa sobre isso.”
“Um, não.”
“É incrível.” A expressão triste foi substituída por de maravilha – ela parecia quase
tão enamorada quanto pelo carro. Eu entendi então porque ela gostou da estação de
trem. “A ingenuidade que era necessária para alguém fazer isso... bem, isso é surreal.
Se os alquimistas não me mandarem de novo para os EUA, estou esperando ser
designada para Grécia ou Itália.”
“Isso seria legal.”
“Yeah.” O sorriso dela sumiu. “Mas não tem garantias de que você vai conseguir o
que quer nesse trabalho.”
Ela ficou em silêncio depois disso, e eu decidi que persuadir ela a conversar tinha
sido um vitória. Eu a deixei com seus próprios pensamentos de carros clássicos e
arquitetura enquanto minha mente divagava sobre assuntos próprios. Strigoi. Dever.
Dimitri. Sempre Dimitri...
Bem, Dimitri e Lissa. Era sempre uma luta sobre quem me causaria mais dor. Hoje,
enquanto o carro me atraía em deslumbramento, era com Lissa que me preocupava,
graças principalmente a recente visita de Adrian a meus sonhos.
Cedo da noite na Rússia significava cedo da manhã em Montana. É claro, já que a
escola tinha um horário noturno, era tecnicamente noite para eles também, apesar do
sol. Era hora de se recolher, e todo mundo teria que voltar para seus próprios
dormitórios.
Lissa estava com Adrian, no seu quarto. Adrian, como Avery, tinha se formado,
mas como o único outro usuário de espírito, ele veio ficar indefinitivamente na escola
e trabalhar com Lissa. Lissa deitou, esticando seus braços sobre a cabeça.
“Isso é inútil,” ela gemeu. “Eu nunca vou aprender.”
“Nunca supus que você fosse uma desistente, prima.” A voz de Adrian era
irreverente como sempre, mas eu percebi que ele estava cansado também. Eles não
eram primos de verdade; esse era apenas o termo que a realeza usava para chamar
uns aos outros.
“Eu só não entendendo como fazer isso.”
“Eu não sei como explicar. Eu só penso, e... bem, acontece.” Ele deu nos ombros e
pegou um cigarro que ele sempre carregava. “Você se importa?”
“Sim,” ela disse. Para minha surpresa, ele o guardou. O que diabos? Ele nunca me
perguntou se eu me importava quando ele fumava – que eu me importava. Na
verdade, na maior parte do tempo, eu juro que ele fazia para me irritar, o que não
fazia sentido. Adrian passou da idade quando os caros tentavam atrair garotas que eles
gostam zombando delas.
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Ele tentou explicar o processo. “Eu só penso sobre como eu quero e meio que... eu
não sei. Expando minha mente em direção a eles.”
Lissa sentou e cruzou as pernas. “Soa muito como Rose descrevia me ler.”
“Provavelmente é o mesmo principio. Olha, você levou um tempo para aprender
sobre auras. Isso não é diferente. E você não é a única com uma curva de aprendizado.
Eu estou apenas agora finalmente passando de curar arranhões, e você pode trazer os
mortos de volta, o que – me chame de louco – é meio hard-core.” Ele pausou. “É claro,
alguns iriam discutir que eu sou louco.”
Ao mencionar auras, ela o estudou e convocou a habilidade para ver o campo de
luz que brilhava ao redor de tudo. A aura dele entrou em foco, o cercando com um
brilho dourado. De acordo com Adrian, a aura dela era igual. Nenhum outro Moroi
tinha esse tipo de dourado puro. Lissa e Adrian achavam que era único para usuários
de espírito.
Ele sorriu, adivinhando o que ela estava fazendo. “Como está?”
“O mesmo.”
“Vê o quão boa você está agora? Só seja paciente com sonhos.”
Lissa queria tanto andar nos sonhos do jeito que ele podia. Apesar da sua
decepção, eu estava feliz por ver que ela não conseguia. As visitas nos sonhos de
Adrian eram difíceis o bastante para mim. Ver ela seria... bem, eu não tinha certeza,
mas faria essa atitude legal e dura que eu estava tentando manter na Rússia muito
mais difícil.
“Eu só queria saber onde ela está,” disse Lissa baixo. “Eu não suporto não saber.”
Era a conversa com Christian de novo.
“Eu a vi o outro dia. Ela está bem. E eu vou de novo em breve.”
Lissa acenou. “Você acha que ela vai fazer isso? Você acha que ela pode matar
Dimitri?”
Adrian demorou para respondeu. “Eu acho que ela pode. A questão é se vai matar
ela no processo.”
Lissa recuou, e eu estava um pouco surpresa. A resposta foi tão direta quanto a de
Christian. “Deus, eu queria que ela não tivesse decidido ir atrás dele.”
“Desejar é inútil agora. Rose tem que fazer isso. É a única forma de conseguirmos
ela de volta.” Ele pausou. “É o único jeito que ela vai ser capaz de seguir em frente.”
Adrian às vezes me surpreendia, mas esse foi demais. Lissa achava que era tolo e
suicida ir atrás de Dimitri. Eu sabia que Sydney concordaria se eu contasse a ela a
verdade sobre essa viagem. Mas Adrian... tolo, superficial, e festeiro Adrian entendia?
Estudando ele pelos olhos de Lissa, eu percebi que ele entendia. Ele não gostava, e eu
podia ouvir a magoa em suas palavras. Ele se importava comigo. Eu ter sentimentos
tão fortes por outra pessoa causava a ele dor. E ainda sim... ele realmente acreditava
que eu estava fazendo a coisa certa – a única coisa que eu poderia fazer.
Lissa olhou para o relógio. “Eu tenho que ir antes do toque de recolher. Eu
provavelmente deveria estudar para minha prova de história também.”
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Adrian sorriu. “Estudar é superestimado. Só encontre alguém inteligente para
colar.”
Ela levantou. “Você está dizendo que não sou inteligente?”
“Diabos não.” Ele se levantou e foi se servir de um drink do bar totalmente
estocado que ele mantinha a mão. Auto medicação era o jeito irresponsável dele de
controlar o efeito do espírito, e se ele esteve usando espírito a noite toda, ele iria
querer a dormência dos vícios dele. “Você é a pessoa mais inteligente que conheço.
Mas isso não significa que você tem que fazer um trabalho desnecessário.”
“Você não pode ter sucesso na vida se não trabalhar. Copiar dos outros não te leva
a lugar nenhum.”
“Tanto faz,” ele disse com um sorriso. “Eu colei a escola toda, e olhe onde estou
hoje.”
Virando os olhos, Lissa deu a ele um rápido abraço de despedida e partiu. Fora de
vista, o sorriso dela sumiu um pouco. Na verdade, os pensamentos dela viraram negros
inesperadamente. Me mencionar tinha trazido todo tipo de pensamento a tona. Ela
estava preocupada comigo – desesperadamente preocupada. Ela disse a Christian que
ela se sentia mal pelo que havia acontecido entre nós, mas a força total disso não me
atingiu até agora. Ela estava se remoendo de culpa e confusão, continuamente se
castigando pelo o que ela deveria ter feito. E acima de tudo, ela sentia minha falta. Ela
tinha os mesmos sentimentos que eu – como se uma parte dela tivesse sido cortada.
Adrian vivia no quarto andar, e Lissa optou pelas escadas ao invés do elevador.
Enquanto isso, a mente dela girava em preocupação. Preocupação sobre quando ela
iria dominar o espírito. Preocupação por mim. Preocupada por não estar sentindo os
efeitos negros do espírito, o que a fez se perguntar se eu estava absorvendo eles,
como a guardiã chamada Anna fazia. Ela viveu séculos atrás e estava ligada a Santo
Vladimir, a quem a escola foi nomeada. Ela absorvia os efeitos horríveis do espírito
dele – e ficou louca.
No segundo andar, Lissa podia ouvir sons e gritaria, mesmo através da porta que
separava a escadaria do corredor. Apesar de saber que não tinha nada a ver com ela,
ela hesitou, a curiosidade se apoderando dela. Um momento depois, ela
silenciosamente empurrou a porta e parou no corredor. As vozes estavam vindo do
canto. Ela cuidadosamente espiou – não que ela precisasse. Ela reconheceu as vozes.
Avery Lazar estava no corredor, as mãos nos quadris enquanto ela encarava seu
pai. Ele estava na porta que deveria levar para sua suíte. Suas posturas estavam rígidas
e hostis, e raiva passava entre eles.
“Eu faço o que eu quero,” ela gritou. “Não sou sua escrava.”
“Você é minha filha,” ele diz com uma voz calma e condescendente. “Embora às
vezes eu deseje que você não fosse.”
Ouch. Lissa e eu ficamos chocadas.
“Então porque você está me fazendo ficar nesse buraco do inferno? Me deixe
voltar para a Corte!”
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“E me envergonhar ainda mais? Nós mal saímos sem manchar a reputação da
família – muito. De jeito nenhum vou te mandar sozinha e deixar você fazer só Deus
sabe o que.”
“Então me mande para minha mãe! Suíça tem que ser um lugar melhor do que
esse lugar.”
Houve uma pausa. “Sua mãe está... ocupada.”
“Oh, ótimo,” disse Avery, a voz cheia de sarcasmo. “Esse é um jeito educado de
dizer que ela não me quer. Nenhuma surpresa. Eu só vou interferir com ela e aquele
cara que ela está dormindo.”
“Avery!” A voz dele saiu alta e furiosa. Lissa se esquivou e deu um passo para trás.
“Essa conversa terminou. Volte para o seu quarto e se acalme antes que alguém te
veja. Te espero no café amanhã, e espero que você esteja respeitável. Temos visitas
importantes.”
“Yeah, Deus sabe que temos mantido as aparências.”
“Vá para seu quarto,” ele repetiu. “Antes que eu ligue para Simon e faça ele te
arrastar para lá.”
“Sim, senhor,” ela sorriu com afetação. “Imediatamente, senhor. O que você
disser, senhor.”
E com isso, ele bateu a porta. Lissa, abaixada atrás do canto, mal podia acreditar
que ele disse aquelas coisas para sua própria filha. Por alguns momentos, houve
silêncio. Então, Lissa ouviu o som de passos – vindo em direção a ela. Avery de repente
virou o canto e parou na frente de Lissa, nos dando a primeira boa olhada nela.
Avery estava usando um vestido apertado feito de algum tipo de tecido azul que
brilhava em prata na luz. O cabelo dela era longo e selvagem, e haviam lágrimas saindo
dos olhos azul acinzentados que destruíram a pesada maquiagem que ela usava. O
cheiro de álcool vinha forte e claro. Ela rapidamente passou a mão sobre os olhos,
obviamente embaraçada por ser vista assim.
“Bem,” ela disse. “Eu acho que você ouviu nosso drama familiar.”
Lissa se sentia igualmente envergonhada por ter sido pega espionando. “Eu – eu
sinto muito. Eu não queria. Eu só estava passando...”
Avery deu uma risada dura. “Bem, eu não acho que importa. Provavelmente todos
no prédio nos ouviram.”
“Sinto muito,” Lissa repetiu.
“Não sinta. Você não fez nada errado.”
“Não... quero dizer, eu sinto muito por ele... você sabe, ter tido aquelas coisas
para você.”
“É parte de ser uma “boa família”. Todos tem esqueletos em seus armários.”
Avery cruzou os braços e se inclinou contra a parede. Mesmo chateada e bagunçada,
ela era linda. “Deus, eu odeio ele às vezes. Sem ofensa, mas esse lugar é tão chato. Eu
encontrei uns veteranos para andar hoje a noite, mas... eles também eram bem
chatos. A única coisa que eles tinham a favor deles era a cerveja.”
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“Porque... porque seu pai te trouxe aqui?” Lissa perguntou. “Porque você não
está... eu não sei, na faculdade?”
Avery deu um risada dura. “Ele não confia em mim o bastante. Quando estávamos
na Corte, eu me envolvi com um cara bonito que trabalhava lá – totalmente não real, é
claro. Papai enlouqueceu e estava com medo que as pessoas descobrissem. Então
quando ele ganhou o trabalho aqui, ele me trouxe junto para manter um olho em mim
– e me torturar. Eu acho que ele tem medo que eu fuja com um humano se eu for para
faculdade.” Ela suspirou. “Eu juro por Deus, se Reed não estivesse aqui, eu
simplesmente fugiria, ponto final.”
Lissa não disse nada por um longo tempo. Ela saiu do seu caminho para evitar a
diligência de Avery. Com todas aquelas ordens que a rainha estava dando a Lissa
ultimamente, esse parecia o único jeito de Lissa poder lutar contra e se impedir de ser
controlada. Mas agora, ela se perguntava se ela estava errada sobre Avery. Avery não
parecia uma espiã para Tatiana. Ela não parecia alguém que queria moldar Lissa em
alguém perfeito da realeza. Na maior parte, Avery parecia uma garota triste e
magoada, cuja vida estava saindo de controle. Alguém que estava recebendo tantas
ordens quanto Lissa ultimamente.
Com um profundo suspiro, Lissa falou rapidamente as próximas palavras. “Você
quer almoçar comigo e Christian amanhã? Ninguém iria se importar se você viesse no
nosso horário de almoço. Não posso prometer que vá ser, um, tão excitante quanto
você quer.”
Avery sorriu de novo, mas dessa vez, um pouco menos amarga. “Bem, meus
outros planos eram ficar bêbada sozinha no meu quarto.” Ela ergueu uma garrafa do
que parecia ser uísque da sua bolsa. “Consegui algumas coisas sozinha.”
Lissa não tinha certeza de que tipo de resposta isso era. “Então... te vejo no
almoço?”
Agora Avery hesitou. Mas devagar, um fraco brilho de esperança e interesse
apareceu no rosto dela. Concentrando-se, Lissa tentou ver a aura dela. Ela teve um
pouco de dificuldades a princípio, provavelmente cansada por causa do treino com
Adrian hoje a noite. Mas quando ela finalmente foi capaz de ver a aura de Avery, ela
viu uma mistura de cores: verde, azul e dourado. Não era incomum. Ela estava
atualmente tendendo ao vermelho, como acontecia quando as pessoas ficavam
chateadas. Mas diante dos olhos de Lissa, a vermelhidão sumiu.
“Yeah,” Avery disse finalmente. “Séria ótimo.”
“Eu acho que aqui é o máximo que podemos ir hoje.”
Do outro lado do mundo, a voz de Sydney me tirou dos pensamentos de Lissa. Eu
não sabia quanto tempo estive sonhando acordada, mas Sydney tinha saído da estrada
principal e estava dirigindo até uma cidade pequena que se encaixava perfeitamente
na imagens de florestas da Sibéria. Na verdade, “cidade” era um exagero total. Haviam
algumas casas espalhadas, uma loja, um posto de gasolina. Terra a ser arada se
esticava além dos prédios, e eu vi mais cavalos do que carros. As poucas pessoas que
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estavam na rua olhavam nosso carro maravilhados. O céu se tornou de um laranja
profundo, e o sol estava afundando mais e mais no horizonte. Sydney tinha razão. Já
era quase o anoitecer, e precisávamos sair da estrada.
“Estamos apenas a umas duas horas de distância no máximo,” ela continuou.
“Fizemos um bom tempo e devemos chegar lá bem cedo da manhã.” Ela dirigiu até o
outro lado do vilarejo – o que levou, tipo, um minuto – e estacionou na frente de uma
casa branca com um celeiro do lado. “Vamos ficar aqui.”
Saímos do carro e nos aproximamos da casa. “Eles são seus amigos?”
“Não. Nunca os conheci. Mas estão nos esperando.”
Mais conexões misteriosas de Alquimista. A porta foi atendida por uma humana
com aparência amigável que tinha vinte e poucos e nos fez entrar. Ela só falou algumas
palavras de inglês, mas Sydney traduziu com habilidade. Sydney estava mais
extrovertida e charmosa do que eu tinha visto até agora, provavelmente porque
nossos hospedeiros não eram uma horrível cria de vampiros.
É de se imaginar que ficar num carro um dia todo fosse cansativo, mas eu me
sentia exausta e ansiosa para que amanhã chegasse. Então depois da janta e um pouco
de TV, Sydney e eu fomos para o quarto que tinha sido preparado para nós. Era
pequeno e sem graça mas tinha duas camas cobertas num grosso e peludo cobertor.
Eu me aninhei na minha, grata por um pouco de suavidade e calor, e me perguntei se
iria sonhar com Lissa ou Adrian. Eu não sonhei. Eu acordei, no entanto, acordei com
náusea passando por mim – a náusea que me disse que havia um Strigoi por perto.

house of night - escolhida (capitulo 16)


DEZESSEIS
Eu soube o segundo que Heath voltou para a cidade porque ele interrompeu meu
sonho. Eu estava deitada no sol (vê, claramente um sonho) em uma grande bóia que
flutuava num enorme lago no meio do espírito (vai saber?), quando de repente tudo
desapareceu e eu ouvi a voz familiar de Heath passar pelo meu crânio.
“Zo!”
Meus olhos abriram. Nala estava me encarando com olhos verdes mal humorados.
“Nala? Você ouviu algo?”
A gata “mee-uf-owed,” espirrou, levantou tempo o suficiente para andar ao redor e
ao redor varias vezes, então deitou e voltou a dormir de novo.
“Você realmente não esta ajudando,” eu disse.
Ela me ignorou.
Eu olhei para o relógio e gemi, eram 7 da noite. Jeesh, eu dormi 8 oras mas meus
olhos eram como lixa. Ugh, O que eu tinha que fazer hoje?
Então eu lembrei da professora Nolan e da conversa com a minha mãe e meu
estomago se apertou.
Eu deveria contar a alguém as minhas suspeitas? Como Loren tinha dito, as Pessoas
de Fé já tinham sido implicadas no assassinato pelo horrível bilhete que deixaram. Então,
eu realmente precisava dizer algo sobre o fato de que eu não ficaria surpresa se meu
padrasto-perdedor estivesse envolvido? Minha mãe deixou claro para mim que ele estava
em casa ontem a noite, e essa manha. Pelo menos, foi o que ela disse.
Ela poderia estar mentindo?
Um calafrio passou pelo meu corpo. É claro que ela podia. Ela faria qualquer coisa
por aquele homem nojento. Ela já tinha provado que tinha virado as costas para mim. Mas
se ela estava mentindo, e eu dedurasse ela, eu seria responsável pelo que acontecesse a
ela. Eu odiava John Heffer, mas eu odiava ele o bastante para fazer minha mãe cair com
ele?
Eu tinha vontade de vomitar.
“Se o padrasto-perdedor está ligado com o assassinato, a polícia vai descobrir. Se
isso acontecer, nada vai acontecer por minha causa.” Eu disse as palavras em voz alta,
deixando minha voz me acalmar, “Espere e veja o que acontece.” Eu não podia fazer isso.
Eu simplesmente não podia. Ela era horrível, mas era minha mãe, e eu ainda lembrava de
quando ela costumava me amar.
Então eu não ia fazer nada a não ser tentar tirar minha mãe e meu padrastoperdedor
da minha mente. Ponto. Eu falo serio.
Enquanto eu estava tentando me convencer que tinha feito a escolha certa, eu
lembrei do que mais ia acontecer hoje. O Ritual de Lua Cheia das Filhas Negras. Meu
coração se afundou no meu estomago. Normalmente, eu estaria excitada e um pouco
nervosa. Hoje eu só estava estressada. Acima de tudo, ter Afrodite se juntando ao circulo
não ia ser algo popular. Tanto faz. Meus amigos iam ter que lidar com isso. Eu suspirei.
Minha vida era uma droga. Além do mais, eu estava provavelmente deprimida. Pessoas
deprimidas não dormem tipo, sempre? Eu fechei meus olhos, cedendo ao meu auto
diagnostico e estava quase adormecendo quando “Zoey baby!” gritou na minha mente
quando meu alarme começou a tocar. Alarme? Era final de semana. Eu não tinha ligado o
alarme.
Meu celular estava fazendo barulho que fazia quando eu recebia uma mensagem de
texto. De mal humor, eu abri o celular. Ao invés de encontrar uma mensagem, encontrei
4.
Zo! Voltei!
Zoey preciso ver vc!
Ainda te amo
Zo? Me liga.
“Heath.” Eu suspirei e sentei na cama. “Merda. Isso só está ficando cada vez pior.” O
que diabos eu ia fazer sobre ele?
Ele e eu tivemos um Imprint a mais de um mês atrás. Ele também foi provado pelos
nojentos amigos mortos vivos de Stevie Rae e quase foi morto. Eu banquei a cavalaria (ou
no mínimo a Tempestade dos X-Men) e resgatei ele, mas antes de podermos escapar,
Neferet apareceu e tirou nossas memórias. Por causa dos meus dons com Nyx, eu
recuperei minha memória. Eu não fazia idéia se Heath lembrava de alguma coisa.
Ok, claramente ele lembra do Imprint. Ou de que ainda estamos saindo. Embora nós
realmente não estejamos. Eu suspirei de novo. Como eu me sentia em relação a Heath?
Ele é meu ex, meu atual, namorado desde a terceira serie e ele na quarta serie. Graças a
Deus, quase estávamos saindo de novo quando ele decidiu ter uma profunda relação com
uma cerveja. Eu com certeza não quero um namorado bêbado, então eu larguei ele,
embora ele não tivesse entendido porque eu o larguei. Nem ser Marcada e me mudar para
a House of Night fez ele entender que tínhamos acabado.
Eu acho que eu sugar o sangue dele e ficar com ele provavelmente não ajudou ele a
perceber que a gente terminou.
Jeesh, estou virando uma vadia.
Pela zilhionezima vez eu queria ter alguém para poder conversar sobre meus
problemas com garotos. Na verdade, com Loren eu deveria dizer meu problema com
garotos-homens. Eu esfreguei minha testa e tentei colocar meu cabelo no lugar.
Ok, eu realmente preciso tomar uma decisão e me acertar de novo.
1. Eu gosto de Heath. Eu posso até amar ele. E a ânsia por sangue dele era muito
quente, embora eu não deva beber o sangue dele. Eu queria terminar com ele? Não. Eu
deveria terminar com ele? Definitivamente.
2. Eu gosto de Erik. Eu gosto muito dele. Ele é inteligente e divertido e um cara
legal. Ele é o mais fofo e popular calouro dessa escola. E, como ele me lembrou mais de
uma vez, ele e eu tínhamos muito em comum. Eu queria terminar com ele? Não. Eu
deveria terminar com ele? Bem, só se eu continuar traindo ele com o cara numero 1 e o
cara numero 3.
3. Eu gosto de Loren. Ele existe num universo totalmente diferente de Erik e Heath.
Ele.é.um.homem. Um vampiro adulto, com todo o poder que a posição dele trazia. Ele
sabia coisas que eu só estava começando a adivinhar. Ele me fazia sentir como alguém
que ninguém nunca conseguiu me fazer sentir antes; ele me faz sentir uma mulher de
verdade. Eu queria terminar com ele? Não. Eu deveria terminar com ele? Não apenas sim,
com diabos sim.
Então era obvio o que eu deveria fazer. Eu precisava terminar com Heath (pra valer
dessa vez), continuar saindo com Erik, e (como se tivesse algum senso) nunca, nunca
ficar sozinha com Loren Blake de novo.
Além do mais, com todas as merdas acontecendo na minha vida - como em minha
melhor amiga morta viva, tentar lidar com Afrodite, que todos os meus amigos odeiam, e
o horror do que tinha acontecido com a professora Nolan - eu realmente não tinha tempo
ou a energia para lidar com o drama de namoros.
Sem mencionar o fato de que não estou acostumada a me sentir uma vadia. Não era
um pressentimento que eu particularmente gosto. (Embora o estilo de vida parece ter
vindo com um boas jóias.)
Então tomei uma decisão, e dessa vez era uma que precisa de ação. Ação imediata.
Eu abri meu celular e mandei uma mensagem para Heath.
Precisamos conversar
A resposta dele foi quase instantânea. Eu praticamente podia ver o fofo sorriso dele.
Sim! Hj?
Eu mordi o lábio enquanto pensava nisso. Antes de tomar uma decisão eu abri a
janela e espirei. O dia tinha começado nublado e frio. Ótimo. Isso significa menos chances
de pessoas andando na rua, especialmente já que já está noite. Eu estava pensando onde
deveríamos nos encontrar quando meu telefone vibrou de novo.
Eu posso ir ateh vc.
NÃO.
Eu respondi rapidamente. A última coisa que eu precisava era para o fofo, sem
noção e totalmente Imprint Heath aparecer na House Of Night. Mas onde eu podia
encontrar ele? Fugir provavelmente não seria fácil, já que uma professora nossa tinha sido
morta. Meu telefone vibrou. Eu suspirei.
Onde?
Merda. Onde? Então eu me dei conta que conhecia o lugar perfeito. Eu sorri e
respondi para Heath.
Starbucks em 1 hora.
Ok!
Agora tudo que eu precisava fazer era descobrir como realmente terminar com
Heath. Ou pelo menos descobrir um jeito de manter ele a distancia até o Imprint sumir.
Se sumir. Certamente ia sumir.
Eu fui até o banheiro e lavei o rosto com água fria, tentando acordar. Sem sentir
vontade de responder um batalhão de perguntas de para onde eu estava indo, eu joguei
na minha bolsa a maquiagem que esconde as marcas que os calouros são obrigados a
usar sempre que saem da escola para se misturar com o pessoal local (o que nos faz
parecer cientistas fazendo estudos de campo enquanto tentamos nos misturar com a
população alien). Eu suponho que eu realmente não precisava olhar para janela para ver
como estava o tempo. Meu longo cabelo escuro estava extra maluco hoje, o que só podia
significar chuva e umidade. De propósito peguei roupas nada sexys, decidindo por um top
preto, meu canguro nerd da Invasão Borg 4D, e meu jeans mais confortável. Mantendo
em mente que eu precisava passar na cozinha e pegar uma lata de coca - cheia de cafeína
e açúcar - eu abri a porta para ver Afrodite parada com a mão para cima pronta para
bater.
“Olá,” eu disse.
“Hey,” ela olhou pelo corredor todo.
“Entra,” eu dei um passo para o lado e fechei a porta atrás de nós. “Eu tenho pressa,
no entanto. Vou encontrar alguém fora do campus.”
“É parte do motivo do porque estou aqui. Eles não estão deixando ninguém sair.”
“Eles?”
“Os vampiros e seus guerreiros.”
“Os guerreiros já estão aqui?”
Afrodite acenou. “Vários Filhos de Erebus. Eles são muito bons de se olhar - eu digo,
realmente e seriamente gostosos - mas eles definitivamente vão nos atrapalhar.”
E então eu percebi o que ela estava dizendo. “Ah, droga. Stevie Rae.”
“Ela vai ficar sem sangue amanha. Isso é, se ela já não estiver sem. Ela é uma
porquinha tomando aqueles sacos de sangue,” Afrodite disse com um sorriso.
“Eu vou ligar para ela e dizer para ela economizar, mas vamos ter que levar mais
para ela. Logo. Droga!” eu disse de novo. “Eu realmente preciso ir nesse, uh,
compromisso.”
“Então Heath voltou para a cidade?”
Eu franzi para ela. “Talvez.”
“Oh, por favor. Seu rosto é totalmente fácil de ler.” Então ela ergueu uma das suas
sobrancelhas perfeitas. “Aposto que Erik não sabe sobre esse compromisso.”
Mantendo em mente que Afrodite é a ex-namorado da Erik, e não importa o quão
amigáveis eu e ela podemos estar parecendo eu sabia que ela ia pular na primeira
oportunidade para ter Erik de volta, eu dei nos ombros de forma relaxada. “Erik vai saber
assim que eu voltar. Eu vou terminar com Heath. Não que isso seja da sua conta.”
“Eu soube que quebrar um laço por Imprint é quase impossível,” ela disse.
“Isso num Imprint com um vampiro adulto. É diferente para calouros.” Pelo menos
era o que eu esperava. “Além do mais, ainda não é da sua conta.”
“Ok. Sem problemas. Não é da minha conta que você precisa sair do campus, então
não tem porque te contar como sair daqui.”
“Afrodite não tenho tempo para joguinhos.”
“Ótimo,” ela começou a virar e eu entrei na frente dela. “Você está sendo uma vaca.
De novo,” eu disse.
“E você está quase xingando. De novo,” ela disse.
Eu cruzei o braço e bati o pé.
Afrodite virou os olhos. “Ok, tanto faz. Você pode sair se for para a parte do muro
que fica nos estábulos, a sessão que é perto do pequeno pasto. Tem um bosque no fim e
uma árvore que foi dividida por um raio alguns anos atrás. Ela está inclinada contra o
muro. Por ela ter sido dividida fica fácil subir. Pular de cima do muro não é grande coisa.”
“Como você volta para o campus? Tem uma árvore do outro lado também?”
Ela me deu um sorriso maldoso. “Não, mas alguém deixou convenientemente
amarrada no galho. Subir de volta pelo muro não é difícil, mas é péssimo para as unhas.”
“Ok, Entendi. Agora tudo que tenho que fazer é descobrir como tirar mais sangue da
cozinha.” Eu estava falando mais comigo mesma do que com Afrodite. “Eu só tenho o
suficiente para me encontrar com Heath, ir até Stevie Rae, e voltar aqui para o ritual.”
“Você tem menos tempo que isso. Neferet vai fazer um ritual da Lua Cheia próprio e
ela quer todos lá,” Afrodite disse.
“Porcamiseria! Eu pensei que Neferet não ia fazer um ritual esse mês por causa das
férias de inverno.”
“As férias de inverno foram oficialmente canceladas. Todos os vampiros e calouros
receberam ordens para voltar ao campus imediatamente. E porcamiseria não é uma
palavra de verdade.”
Eu ignorei o comentário dela sobre o meu não xingamento. “As férias foram
canceladas por causa do que aconteceu com a professora Nolan?”
Afrodite acenou. “Foi realmente horrível, não foi?”
“Yeah.”
“Porque você não vomitou?”
Eu dei nos ombros desconfortavelmente. “Eu acho que estava muito apavorada para
vomitar.”
“Eu queria não ter vomitado,” Afrodite disse.
Eu olhei para meu relógio. Eram quase oito. Eu ia ter que sair dali rapidamente para
poder voltar a tempo. “Eu preciso ir.” Eu já estava me sentindo enjoada por ter que
descobrir um jeito de tirar sangue daqui da provavelmente cheia cozinha.
“Aqui.” Afrodite me entregou uma bolsa que ela estava carregando nos ombros.
“Leve isso para Stevie Rae.”
A bolsa estava cheia de bolsas de sangue. Eu pisquei surpresa. “Como você
conseguiu?”
“Eu não consegui dormir, e achei que os vampiros iam chamar muita ajuda por causa
do que aconteceu com a professora Nolan, o que significa que a cozinha ia ficar ocupada
de novo. Então achei melhor fazer uma rápida viagem para o suprimento de sangue antes
de pegar mais. Eu mantive na minha mini geladeira no meu quarto.”
“Você tem uma mini geladeira.” Droga. Eu realmente queria ter uma mini geladeira.
Ela me deu um olhar muito Afrodite enquanto olhava para baixo com seu nariz
empinado para mim. “É um dos privilégios de ser uma veterana.”
“Bem, obrigado. Foi muito gentil da sua parte pegar isso para Stevie Rae.”
O olhar dela se aprofundou. “Olha, eu não estava sendo gentil. Eu só não quero que
Stevie Rae passe fome e coma os empregados dos meus pais. Como mamãe diz, bons
empregados ilegais são difíceis de achar.”
“Você é um amor, Afrodite.”
“Nem mencione.” Ela virou e abriu a porta, olhando pelo corredor para ver se não
havia ninguém por perto. Então ela olhou para mim. “E eu falei serio: Não mencione.”
“Eu te vejo no Ritual das Filhas Negras. Não esqueça.”
“Infelizmente, eu não esqueci. E mais triste ainda, eu estarei lá.”
Então ela saiu com pressa do meu quarto e desapareceu no corredor. “Problemas,”
eu murmurei enqu

house of night - escolhida (capitulo 15)


QUINZE
Tudo aconteceu rápido depois disso, mas para mim pareceu estar acontecendo com
outra pessoa que temporariamente tinha tomado meu corpo. Neferet imediatamente
assumiu. Ela ajudou Afrodite e eu e decidiu (infelizmente) que eu era a única forte o
bastante para voltar com eles até o corpo. Ela chamou Dragon Lankford, que apareceu
armado. Eu ouvi Neferet chegando com Dragon sobre quais guardiões tinham voltado das
férias. Pareceu que segundos depois dois altos, e musculosos vampiros apareceram. Eu os
reconheci vagamente. Tinha sempre vampiros adultos indo e vindo para a escola. Eu
aprendi cedo que a sociedade vampira era matriarcal, o que significa que as mulheres
mandam. Mas não significa que vampiros homens não são respeitados. Eles são. É só que
os dons deles são mais físicos e o das mulheres são mais intelectuais e intuitivos. Para
resumir, vampiros homens são incríveis guerreiros e protetores. Aqueles dois mais Dragon
e Loren me fizeram sentir um zilhão de vezes mais segura.
Isso não significa que eu estava ansiosa para levar eles até o corpo da professora
Nolan. Entramos num SUV da escola e voltamos pelo caminho que eu tinha seguido até a
escola. Com a mão tremula eu apontei para o ponto onde eu tinha parado do lado da rua.
Dragon estacionou a SUV.
“Eu estava passando por aqui quando Afrodite disse que sentia algo errado,” Eu
comecei nossa em enorme mentira. “Não podíamos ver muito daqui.” Meus olhos
passaram pela parte escura da área perto da porta escondida. “Eu me senti estranha
também, então decidimos ver o que estava errado.” Eu respirei fundo. “Eu acho que
pensei que havia um garoto que estava tentando voltar para o dormitório, mas não podia
encontrar a porta.” Eu engoli claramente a aperto na garganta. “Então nos aproximamos
do muro e pudemos ver que tinha algo ali. Algo terrível. E - e eu senti o cheiro de sangue.
Quando percebemos o que era - que era a professora Nolan - fomos direto para vocês.”
“Você pode ir lá de novo, ou prefere ficar aqui e esperar por nós?” A voz de Neferet
era gentil e compreensiva, e eu desejei com tudo dentro de mim que ela ainda fosse um
dos caras do bem.
“Eu não quero ficar sozinha,” eu disse.
“Então você vem comigo,” ela disse. “Os guerreiros vão nos proteger. Você não tem
nada a temer, Zoey.”
Eu acenei e fui para a SUV. Os dois guerreiros, Dragon e Loren, protegeram Neferet
e eu. Pareceu levar só alguns segundos para atravessar a grama e poder cheirar - ver o
corpo crucificado. Eu senti meus joelhos tremerem quando o horror do que havia sido
feito a ela se registrou nos meus sentidos já chocados.
“Oh, graciosa deusa!” Neferet arfou. Ela se moveu para frente até alcançar a cabeça
estacada. Eu vi ela acariciar o cabelo da professora Nolan e então colocar a mão na testa
da mulher morta. “Encontre paz, minha amiga. Descanse nas campinas com nossa deusa.
É lá que todos nós, um dia, iremos nos encontrar de novo.”
Quando senti meus joelhos cederem eu senti mãos fortes me segurando pelo
cotovelo.
“Você está bem. Você vai superar isso.”
Eu olhei para cima para Loren e tive que piscar com força para me focar nele. Ele
continuou me segurando, mas tirou de um dos bolsos um daqueles antigos canivetes. Foi
quando eu notei que estava chorando.
“Loren, leve Zoey de volta para o dormitório. Ela não pode fazer mais nada aqui.
Assim que ela estiver bem protegida, eu vou chamar a policia humana,” Neferet disse, e
virou seu olhar para Dragon. “Chame os outros guerreiros para cá agora.” Dragon abriu o
celular e começou a fazer ligações. Então Neferet virou sua atenção para mim. “Eu sei que
isso foi uma coisa terrível para você ver, mas estou orgulhosa que você tenha sido tão
forte para passar por isso.”
Eu não consegui fazer minha voz funcionar, então apenas acenei.
“Vamos para casa, Zoey.” Loren murmurou.
Enquanto Loren me ajudava a voltar para a SUV uma chuva fria começou a cair
suavemente ao redor de nós. Eu olhei para trás por cima dos ombros e vi que estava
lavando o sangue da professora Nolan como se a própria deusa estivesse chorando a
perda dela.
Em todo caminho de volta para a escola Loren ficou falando comigo. Eu não lembro
o que ele dizia. Eu só sei que ele estava me dizendo que tudo ia ficar bem naquela voz
linda e rica. Eu podia sentir ela se envolver ao meu redor tentando me manter quente. Ele
estacionou e me levou pela escola, ainda segurando meu braço com força. Quando ele
deu a volta que nos levava para o salão de jantar ao invés do dormitório eu olhei
questionadoramente para ele.
“Você precisa comer e beber algo. Então você precisa dormir. Eu vou me certificar
que você tenha os dois primeiros antes da segunda.” Ele pausou e sorriu tristemente.
“Embora você pareça estar pronta para desmaiar.”
“Eu não estou com fome,” eu disse.
“Eu sei, mas comer vai fazer você se sentir melhor.” As mãos dele deslizaram do
meu cotovelo para segurar a minha mão. “Me deixe cozinhar para você, Zoey.”
Eu deixei ele me levar até a cozinha. A mão dele era quente e forte, e eu percebi que
ela estava começando a soltar a forte dormência que tinha se apossado de mim.
“Você pode cozinhar?” eu perguntei a ele, me agarrando a qualquer assunto que não
fosse morte e horror.
“Sim, mas não bem,” ele riu, parecendo como um lindo garotinho.
“Isso não parece muito promissor,” eu disse. Eu me senti sorrir, mas parecia um
sorriso duro e constrangedor, como se eu tivesse esquecido como sorrir.
“Não se preocupe, vou ser gentil com você.” Ele me puxou para um banco no canto
da cozinha e pegou uma longa faca que estava no centro da enorme cozinha. “Senta,” ele
ordenou.
Eu fiz o que ele disse, aliviada por não ter mais que ficar de pé. Ele virou para os
armários e começou a tirar coisas deles e andou até a geladeira (mas não a que eles
mantinham o sangue.)
“Aqui, beba isso. Devagar.”
Eu pisquei surpresa para a enorme taça de sangue. “Eu não gosto -“
“Você vai gostar desse vinho.” Os olhos negros dele seguraram os meus. “Confie em
mim e beba.”
Eu fiz o que ele me disse. O gosto explodiu em minha língua, mandando faíscas de
calor pelo meu corpo. “Tem sangue nele!” eu arfei.
“Tem.” Ele estava fazendo um sanduíche e nem olhou para mim. “É como vampiros
bebem vinho - misturado com sangue.” Ele olhou para cima e então encontrou meus
olhos. “Se você não gosta do sangue, eu pego outra coisa para você beber.”
“Não, está tudo bem. Eu bebo esse,” eu dei outro gole, me forçando a não beber
tudo de uma vez.
“Eu tive o pressentimento que você não teria problemas com ele.”
Meus olhos encontraram os dele. “Porque você achou isso?” Eu podia sentir minha
força assim como meu senso voltando para mim enquanto o maravilhoso sangue parecia
se espalhar no meu corpo.
Ele continuou fazendo o sanduíche e deu nos ombros. “Você teve um Imprint com
um garoto humano, não teve? Foi como você foi capaz de encontrar e resgatar ele do
serial killer.”
“Yeah.”
Quando eu não disse mais nada ele olhou para mim e sorriu. “Foi o que eu pensei.
Às vezes a gente tem um Imprint acidental.”
“Calouros não. Nem deveríamos beber sangue humano,” eu disse.
O sorriso de Loren era quente e cheio de apreciação. “Você não é uma caloura
normal, então as regras normais não se aplicam a você.” O olhar dele segurou o meu e
parecia que ele estava falando de muito mais coisas do que beber acidentalmente sangue
humano.
Ele me fez sentir frio e calor - assustada, mas totalmente adulta e sexy - tudo ao
mesmo tempo.
Eu mantive minha boca fechada e voltei a beber o sangue com vinho. (Eu sei que
soa completamente nojento, mas era delicioso.)
“Aqui, come isso.” Ele passou o prato para mim que tinha um sanduíche de presunto
e queijo que ele tinha feito por mim. “Espera, você precisa de um pouco disso também.”
Ele procurou num armário até que fez um pequeno “ahha!” e me entregou um grande
saco de Doritos com sabor queijo.
Eu sorri. Dessa vez minha boca pareceu mais natural fazendo isso. “Doritos! Isso é
perfeito” Eu dei uma enorme mordida e eu percebi que estava faminta. “Você sabe, eles
não gostam que calouros comam comida porcaria como essa.”
“Como eu disse” - Loren deu um sorriso devagar e sexy para mim de novo - “você
não é como o resto dos calouros. E acontece que eu acredito que algumas regras são
feitas para serem quebradas.” Os olhos dele passaram dos meus olhos para os brincos de
diamante que estavam na minha orelha.
Eu senti meu rosto ficando quente, então eu voltei a prestar atenção na comida,
olhando apenas de vez enquando para ele. Loren não fez um sanduíche para ele, mas
serviu uma taça de vinho que estava bebendo devagar enquanto me observava comer. Eu
estava me aprontando para dizer a ele que ele estava me deixando nervosa quando ele
finalmente disse algo.
“Desde quando você e Afrodite são amigas?”
“Não somos,” eu disse dando uma mordida no sanduíche (que estava muito bom -
então ele é ridiculamente lindo, sexy, inteligente, e sabe cozinhar!). “Eu estava voltando
pra a escola e vi ela andando.” Eu levantei um ombro se tivesse cansado dela. “Eu achei
que era parte do meu trabalho como a líder das Filhas Negras ser gentil, mesmo para ela.
Então eu dei a ela uma carona.”
“Estou um pouco surpreso por ela ter aceito a sua carona. Vocês duas não são
inimigas juradas?”
“Tanto faz! Inimigas juradas? Eu nem penso nela.” Eu queria poder contar a Loren a
verdade sobre Afrodite. Na verdade, eu odiava mentir (eu não sou muito boa nisso,
embora eu pareça estar melhorando com a prática). Mas mesmo quando pensei em contar
a verdade a Loren, eu tive o pressentimento que eu não deveria dizer nada para ele.
Então eu sorri e mordi meu sanduíche e basicamente tentei me focar no fato de estar me
sentindo menos como a Noite dos Mortos Vivos.
O que me lembrou da professora Nolan. Eu soltei o sanduíche meio comido e bebi
mais vinho.
“Loren, quem pode ter feito aquilo com a professora Nolan?”
A expressão do lindo rosto dele escureceu. “Eu acho que a citação deixa bem obvio.”
“Citação?”
“Você não viu o que estava escrito no papel que eles empalaram nela?”
Eu balancei a cabeça, me sentindo fraca de novo. “Eu sei que tinha algo escrito no
papel, mas não olhei o suficiente para poder ler.”
“Dizia, “Não permitirás que viva uma feiticeira. Êxodo 22:18.” E ARREPENDA-SE foi
escrito varias vezes.”
Algo passou pela minha memória e senti uma queimação começar dentro de mim
que não tinha nada a ver com o sangue no meu vinho. “As Pessoas de Fé.”
“É o que parece.” Loren balançou a cabeça. “Eu me pergunto o que as sacerdotisas
estavam pensando quando decidiram comprar esse lugar para instalar a House of Night
aqui. Parece que estavam pedindo por problemas. Tem poucas partes do país onde as
pessoas tem a mente tão pequena e falam sobre o que chamam de suas crenças
religiosas.” Ele balançou a cabeça e parecia realmente irritado. “Embora eu não entenda
adorar um deus que denigra as mulheres e cuja ‘Verdadeira crença’ parece não aceitar
qualquer um que acredite no que eles acreditam.”
“Nem todos são assim em Oklahoma,” eu disse firmemente. “Tem também um forte
sistema de crenças Nativo Americanas, e muitas pessoas normais que não caem na
estúpida crença das Pessoas da Fé.”
“Independentemente, são as Pessoas da Fé que tem mais voz.”
“Só porque eles tem a maior boca não significa que eles estejam certos.”
Ele riu e seu rosto relaxou. “Você está se sentindo melhor.”
“Yeah, eu acho que sim.” Eu bocejei.
“Melhor, mas exausta, eu aposto,” ele disse. “Hora de ir para o seu dormitório de
volta para cama. Você precisa descansar e se preparar para o que está por vir.”
Eu senti uma onda de medo no meu estomago, e desejei não ter comido tanto
salgadinho. “O que vai acontecer?”
“Já faz décadas desde que houve um ataque aberto dos humanos aos vampiros. Isso
muda as coisas.”
Eu podia sentir o medo se expandido. “Muda as coisas? Como?”
Loren me olhou nos olhos. “Não iremos sofrer um insulto sem devolver o insulto.” A
expressão dele era dura, e de repente ele parecia mais guerreiro do que poeta, mais
vampiro do que humano. Ele parecia poderoso e perigoso e exótico e mais do que um
pouco assustador. Ok, honestamente ele era a coisa mais gostosa que eu já tinha visto.
Então, como se tivesse percebido que disse demais, ele sorriu e andou para ficar
perto de mim. “Mas você não precisa se preocupar com nada disso. Em 24 horas a escola
ficara cheia da elite de vampiros guerreiros, os Filhos do Erebus. Nenhum humano
fanático ira nos tocar de novo.”
Eu franzi, me preocupando com as conseqüências de aumentar a segurança. Como
diabos eu ia sair sozinha com uma bolsa de sangue para Stevie Rae com um zilhão de
guerreiros cheio de testosterona andando por ai e sendo super protetores?
“Hey, você ficara segura. Eu prometo.” Loren pegou meu queixo e levantou meu
rosto.
Nervosa antecipação fez minha respiração ficar mais rápida e meu estomago flutuar.
Eu tentei tirar ele da minha mente, tentei não pensar no beijo dele e do jeito que o meu
sangue batia quando ele olhava para mim, mas a verdade era que mesmo sabendo o
quanto machucaria Erik estar com Loren, e com o estresse de Stevie Rae e Afrodite e o
horror do que tinha acontecido com a professora Nolan, eu ainda podia sentir os lábios
dele nos meus. Eu queria que ele me beijasse de novo e de novo.
“Eu acredito em você.” Eu sussurrei. Naquele momento, eu juro que teria acreditado
em qualquer coisa que ele me dissesse.
“Estou feliz em ver que você está usando meus brincos.”
Antes de poder dizer qualquer coisa, ele se curvou e me beijou, um beijo longo e
profundo. A língua dele encontrou a minha e eu podia sentir o vinho e uma sedutora pista
de sangue na boca dele. Depois do que pareceu ser muito tempo ele tirou sua boca da
minha. Os olhos dele estavam escuros e ele respirava com dificuldade.
“Eu preciso levar você de volta ao dormitório antes que tente te manter ao meu lado
para sempre,” ele disse.
Eu usei todo o brilhantismo da minha mente para conseguir dizer, “Ok.”
Ele pegou meu braço de novo, como ele tinha me apoiado quando chegamos aqui.
Dessa fez o toque dele era quente e intimo. Nossos corpos se tocavam enquanto
andávamos pela manhã até o dormitório das garotas. Ele me fez subir as escadas e abriu
a porta. A grande sala estava deserta. Eu olhei para o relógio e mal podia acreditar que já
passava das 9 da manhã.
Loren ergueu minha mão rapidamente para sua boca, a beijando antes de soltar. “Mil
vezes boa noite. Mil vezes o pior, a te querer a luz. Amor passa por amor assim como
garotos passam por seus livros, mas amor por amor, passa pela escola com um olhar
pesado.”
Eu mal reconheci as falar de Romeo e Julieta. Ele estava dizendo que me amava?
Meu rosto corou com o nervosismo e excitação.
“Tchau,” eu disse suavemente. “Obrigado por cuidar de mim.”
“Foi um prazer, minha senhora,” ele disse. “Adieu.” Ele se curvou para mim,
colocando o punho por cima do coração da forma respeitosa que os vampiros faziam uma
saudação de um guerreiro a uma Alta Sacerdotisa, e então ele foi embora.
Em uma onda de choque e me sentindo leve pelo beijo que Loren, eu praticamente
tropecei nas escadas enquanto ia para meu quarto. Eu pensei em ir ver Afrodite, mas eu
estava na beira de uma exaustão total e só havia uma coisa que eu tinha energia o
suficiente para fazer antes de desmaiar. Primeiro, eu busquei no lixo as duas metades do
horrível cartão de aniversario que minha mãe e meu padrasto-perdedor me mandaram.
Eu senti uma onda de enjôo no estomago quando juntei as duas metades e vi que
lembrava certo. Era uma cruz com um bilhete nela. Sim. Eu lembrei mais cedo com o que
tinham feito a professora Nolan.
Antes de poder mudar de idéia, eu tirei meu celular, e respirando fundo, disquei o
numero. Minha mãe atendeu no terceiro toque.
“Alô! É uma linda manha!” ela disse alegre. Claramente ela não tinha visto o
identificador de chamada.
“Mãe, sou eu.”
Como esperado, o tom dela mudou instantaneamente. “Zoey? O que aconteceu
agora?”
Eu estava cansada demais para brincar dos nossos joguinhos de mãe e filha como
sempre.
“Onde John estava ontem a noite?”
“Como assim, Zoey?”
“Mãe, eu não tenho tempo para essa porcaria. Só me diga. Depois que vocês dois
saíram da Utica Square, o que vocês fizeram?”
“Eu não acho que gosto do seu tom, mocinha.”
Eu segurei a vontade de gritar de frustração. “Mãe, isso é importante. Muito
importante. Como em vida ou morte.”
“Você é sempre tão dramática,” ela disse. Então deu uma pequena risada nervosa e
falsa. “Seu pai veio para casa comigo, é claro. Assistimos um jogo de futebol na TV e
fomos dormir.”
“Que horas ele saiu para o trabalho de manhã?”
“Que pergunta boba! Ele saiu cerca de uma hora e meia atrás, como sempre. Zoey,
do que isso se trata?”
Eu hesitei. Eu podia contar a ela? O que Neferet tinha dito sobre chamar a policia?
Certamente o que tinha acontecido com a professora Nolan ia sair em todos os jornais
mais tarde. Mas ainda não. Não agora. E eu sabia muito bem que não podia confiar em
minha mãe para manter nada em segredo.
“Zoey? Você não vai me responder?”
“Só apenas assista o noticiário. Você vai saber do que se trata,” eu disse.
“O que você fez?” Eu percebi que ela não parecia preocupada ou chateada, apenas
resignada.
“Nada. Não fui eu. É melhor você olhar mais perto de casa para quem fez o que. E
lembre-se, eu não vivo mais na sua casa.”
A voz dela se tornou amarga. “É verdade. Você certamente não vive. Eu nem sei por
que você está ligando para cá. Você e sua odiosa avó não disseram que não iam mais
falar comigo?”
“Sua mãe não é odiosa,” eu disse automaticamente.
“Ela é para mim!” Minha mãe surtou.
“Esquece. Você tem razão. Eu não deveria ter ligado. Tenha uma boa vida mãe,” Eu
disse, e então desliguei.
Minha mãe estava certa sobre uma coisa. Eu nunca deveria ter ligado para ela. O
cartão foi provavelmente apenas uma coincidência. Quero dizer só tem cerca de um zilhão
de lojas especializadas em religião em Tulsa e Broken Arrow. Todos eles tem esses cartão
idiotas. E todos parecem a mesma coisa - ou patos e ondas lavando as pegadas de areia
na praia, ou uma cruz e sangue e unhas. Necessariamente não significa nada. Significa?
Minha mente sentiu a tontura quando o meu estomago ficou enjoado. Eu precisava
pensar, e não podia pensar enquanto estivesse tão cansada. Eu ia dormir e então tentar
descobrir o que deveria fazer. Ao invés de jogar o cartão fora, eu coloquei os dois pedaços
na minha gaveta. Então tirei minhas roupas e coloquei meu pijama confortável. Nala já
estava roncando no meu travesseiro. Eu deitei perto dela, fechei os olhos, forcei minha
mente a se clarear da horrível imagem e perguntas não faladas, e ao invés disso me
concentrei na minha gata roncando até que finalmente cai no sono exausta.

house of night - escolhida (capitulo 14)


QUATORZE
“Me deixa na porta escondida no muro. Eu ainda acho que não é uma boa idéia as
pessoas acharem que estamos andando juntas,” Afrodite disse.
Eu virei a direita na rua Peoria e me dirigi de volta a escola. “Estou surpresa por você
se importar tanto com o que as acham.”
“Eu não me importo. Eu me importo com o que a Neferet descobre. Se ela achar que
nós duas somos amigas, ou apenas não somos inimigas, ela vai descobrir que
compartilhamos informações sobre ela.”
“E isso seria muito ruim,” eu terminei por ela.
“Definitivamente,” ela disse.
“Mas ela vai nos ver juntas de vez enquando porque você ira evocar a terra nos
meus círculos.”
Afrodite me encarou. “Não, eu não vou.”
“É claro que vai.”
“Não, eu não vou.”
“Afrodite, Nyx te deu uma afinidade com a terra. Você pertence ao circulo. A não ser
que você queira ignorar a vontade de Nyx.” Eu não acrescentei a palavra “de novo”, mas
pareceu permanecer ficar no ar conosco.
“Eu já disse que vou fazer a vontade de Nyx,” ela disse através dos dentes cerrados.
“O que significa que você vai fazer parte do Ritual da Lua Cheia hoje a noite,” eu
disse.
“Isso vai ser um pouco difícil, já que eu não sou mais membro das Filhas Negras.”
Merda. Eu esqueci disso.
“Bem, então, você vai ter que voltar para as Filhas Negras.” Ela começou a dizer
algo. Eu levantei a voz e falei mais alto que ela. “O que significa que você vai ter que jurar
seguir nossas regras.”
“Idiotas,” ela murmurei.
“Você está fazendo aquela coisa com péssima atitude novo,” eu disse. “Então, você
vai jurar?”
Eu pude ver que ela estava mordendo os lábios. Eu esperei se ninguém dizer nada e
continuei dirigindo. Isso era algo que Afrodite ia ter que decidir sozinha. Ela disse que
queria reparar as merdas que fez e seguir a vontade da deusa. Mas querer algo e fazer
são duas coisas bem diferentes. Afrodite tem sido egoísta e maldosa por muito tempo. As
vezes eu podia ver uma faísca de mudança nela, mas a maior parte das vezes eu só via a
garota que as Gêmeas chamavam de Bruxa do Inferno.
“Yeah, tanto faz.”
“Como assim.”
“Eu disse sim. Eu vou jurar obedecer suas regras idiotas.”
“Afrodite, parte do juramento significa que você não acredita que as regras são
idiotas.”
“Não, não tem nada no juramento que diz que não posso achar as regras idiotas. Só
diz que eu tenho que ser autentica pelo ar, fiel pelo fogo, sábia pela água, empática pela
terra, e sincera pelo espírito. Então sou autentica dizendo que as regras são idiotas.”
“Se é isso que você acha, porque as memorizou?”
“Conheça teu inimigo,” ela citou.
“Quem disse isso, afinal?”
Ela deu nos ombros. “Alguém antigamente. O “teu” deixa claro que foi alguém
velho.”
Eu achei que ela estava falando cocô, mas não quis dizer nada (especialmente já que
ela goza de mim por dizer cocô ao invés da palavra com m).
“Ok, aqui está.” Eu encostei. Graças a Deus, as nuvens que apareciam de
madrugada tinham se multiplicado, e a manhã estava escura e emburrada. Tudo que
Afrodite tinha que fazer era cruzar o pequeno gramado que ficava entre a grama e o muro
que cercava a escola, passar pela porta escondida, e então seguir a calçada até o
dormitório. Como as Gêmeas diriam, fácil-fácil. Eu olhei para o céu, considerando se
deveria pedir para o vento trazer mais nuvens para deixar ainda mais escuro, mas eu olhei
para o rosto de Afrodite e decidi que não, ela podia lidar com a luz do sol. “Então, você
estará no ritual hoje a noite, certo?” eu perguntei, imaginando do porque estar levando
tanto tempo para ela sair do carro.
“Yeah, estarei lá.”
Ela soava distraída. Tanto faz. A garota era apenas estranha às vezes.
“Ok, te vejo mais tarde,” eu disse.
“Yeah, te vejo mais tarde,” ela murmurou, abrindo a porta e (finalmente) saindo do
carro. Mas antes dela fechar a porta, ela se curvou e disse, “Algo parece errado. Você
também não está sentindo?”
EU pensei. “Eu não sei. Eu estou me sentindo meio inquieta e estressada, mas isso
pode ser por causa da morte da minha melhor amiga - ou melhor morta viva.” Então olhei
mais perto para ela. “Você está ficando pronta para ter uma visão?”
“Eu não sei. Eu nunca sei dizer quando vou ter uma. Mas eu tenho pressentimentos
sobre as coisas às vezes e não tenho uma visão.”
Ela parecia muito pálida e até um pouco suada (o que definitivamente não era
normal para Afrodite). “Talvez você devesse voltar para o carro. Provavelmente não tem
ninguém acordado para nos ver entrar juntas de qualquer forma.” Afrodite era uma chata,
mas ver como as visões a faziam ficar indefesa e doente eu realmente não gostava da
idéia de deixar ela ficar na luz do sol sozinha quando uma atingisse ela.
Ela se balançou, me lembrando de um gato saindo na chuva. “Vou ficar bem. Eu
provavelmente só estou imaginando coisa. Vejo você hoje a noite.”
Eu vi ela se apressar até o muro de pedra e tijolos que cercavam o terreno da
escola. Enormes e antigos carvalhos se alinhavam no muro, fazendo sobras que de
repente pareciam sinistras. Jeesh, agora eu estava imaginando coisa? Eu tinha a mão no
volante e estava mudando a marcha para poder me aproximar quando Afrodite gritou.
Às vezes eu não penso. Meu corpo assume e eu apenas ajo. Essa foi uma dessas
horas. Eu sai do carro e estava correndo até Afrodite antes de poder pensar. Quando
cheguei até ela, eu soube duas coisas ao mesmo tempo. Uma era que algo tinha um
cheiro maravilhoso, meio familiar. O que quer que fosse, era um cheiro que estava na
área como uma deliciosa nevoa e eu automaticamente respirei fundo. A segunda coisa é
que Afrodite estava curvada, vomitando e chorando ao mesmo tempo, o que não foi muito
agradável de se ver. Eu estava muito ocupada olhando para ela e tentando descobrir o
que estava acontecendo e distraída pelo maravilhoso cheiro para notar. A principio.
“Zoey!” Afrodite chorou, ainda vomitando, “Chame alguém! Rápido!”
“O que foi - uma visão? Qual problema?” Eu peguei ela nos ombros e tentei dar
apoio a ela enquanto ela continuava a vomitar.
“Não! Atrás de mim! Contra o muro...” Ela ficou ânsia, mas não teve tempo para
vomitar. “É tão horrível.”
Eu não queria, mas meus olhos automaticamente olharam para cima atrás dela nas
sombras do muro da escola.
Foi a coisa mais horrível que eu já vi. A principio minha mente nem registrou o que
viu. Mais tarde eu pensei que provavelmente era um mecanismo de defesa. Infelizmente,
não durou muito. Eu pisquei e olhei por entre a escuridão. Algo parecia manchado, e
molhado e-
E eu sabia o que era aquele doce e sedutor cheiro era. Eu lutei contra a vontade de
cair de joelhos e vomitar ao lado de Afrodite. Eu senti o cheiro de sangue. Não era o
cheiro ordinário de sangue humano, que já era muito delicioso. O que eu estava sentindo
o cheiro era do sangue derramado de um vampiro adulto.
O corpo dela estava pregado grotescamente em uma cruz de madeira que estava
parada contra o muro. Eles não pregaram só os pulsos e tornozelos dela. Eles também
passaram uma grossa estaca de madeira no coração dela. Havia algum tipo de papel por
cima do coração dela, preso num lugar perto da grotesca estaca. Eu podia ver que havia
algo escrito nela, mas meus olhos não se focaram bem o bastante ara ver o que estava
escrito nele.
Eles também cortaram a cabeça dela, a cabeça da professora Nolan. Eu sabia que
era ela porque eles colocaram a cabeça dela numa estaca de madeira do lado do corpo
dela. O longo cabelo preto dela se mexia suavemente contra a brisa, parecendo
obscenamente gracioso. A boca dela estava aberta em uma terrível careta, mas os olhos
dela estavam fechados.
Eu agarrei o cotovelo de Afrodite e fiz ela levantar. “Anda! Temos que chamar
ajuda.”
Se apoiando uma na outra, voltamos para o meu carro. Eu não sei como consegui
ligar o Fusca e me afastar.
“Eu - eu - eu acho que eu vou vomitar de novo.” Os dentes de Afrodite batiam tanto
que ela mal podia falar.
“Não, você não vai.” Eu não podia acreditar no quão calma eu soava. “Respire. Se
concentre. Tire forças da terra.” Eu percebi que eu estava automaticamente fazendo o que
eu disse para ela fazer, só que no meu caso eu estava tirando força dos cinco elementos.
“Você está bem,” eu disse a ela com a energia canalizado do vento, fogo, água, terra, e
espírito para manter longe a histeria e o choque a qual eu queria ceder. “Estamos bem.”
“Estamos bem... estamos bem...” Afrodite continuou repetindo. Ela estava tremendo
tanto que eu peguei o canguro que eu mantinha no banco de trás. “Coloque isso ao seu
redor. Estamos quase lá.”
“Mas todos foram embora! A quem você vai contar?”
“Nem todo mundo foi embora.” Minha mente trabalhou. “Lenobia nunca deixa os
cavalos sozinhos por muito tempo. Ela provavelmente está aqui. “E então arfei para a
escuridão. “E eu vi Loren Blake ontem. Ele vai saber o que fazer.”
“Ok... ok...” Afrodite murmurou.
“Me escute Afrodite,” eu disse firmemente. Ela virou os olhos bem apertos e
chocados para mim. “Eles vão querer saber por que estávamos juntas, e especialmente eu
estava te largando tão perto do muro.”
“O que diremos?”
“Eu não estava com você e eu não estava te largando. Eu fui visitar minha avó. Você
estava...” eu pausei, tentando forçar minha mente atordoada a pensar. “Você estava em
casa. Eu vi você voltando para a escola e te dei uma carona. Quando passamos pelo muro
você sentiu que algo estava errado e paramos para olhar. Foi assim que achamos ela.”
“Ok. Ok. Eu posso dizer isso.”
“Você vai lembrar?”
Ela respirou fundo. “Eu vou lembrar.”
Eu não me incomodei em parar numa vaga direito. Eu parei o mais perto possível do
prédio principal que tinha a residência dos professores. Eu esperei o suficiente para pegar
Afrodite de novo, e juntas corremos pela calçada até a antiga porta de madeira do prédio
que parecia um castelo. Silenciosamente agradecendo a deusa pela política de não trancar
as portas, eu abri a porta e entrei junto com Afrodite.
E eu me encontrei com Neferet.
“Neferet! Você tem que vir! Por favor! É horrível!” Eu chorei e me joguei nos braços
dela. Eu não pude me impedir. Minha mente sabia que ela tinha feito coisas horríveis, mas
a um mês atrás Neferet era uma mãe para mim. Não, na verdade, ela se tornou a mãe
que eu queria ter, e eu meu pânico ver ela mandou uma onda de alivio pelo meu corpo.
“Zoey? Afrodite?”
Afrodite caiu contra a parede ao nosso lado e eu podia ouvir ela chorando. Eu
percebi que eu comecei a chorar tanto que se não fosse pelos braços fortes de Neferet ao
meu redor eu provavelmente não seria capaz de me manter de pé. A Alta Sacerdotisa me
segurou gentilmente, mas firme longe de mim para poder olhar meu rosto. “Fale comigo,
Zoey. O que aconteceu?”
Eu tremi mais. Eu curvei a cabeça e cerrei os dentes, tentando me concentrar de
novo e retirar força o suficiente dos elementos para poder falar.
“Eu ouvi algo e-” Eu reconheci nossa professora de equitação, Lenobia, uma voz
clara se aproximado no corredor de nós. “Pela deusa!” Do canto do olho eu vi que ela se
apressou até Afrodite e estava tentado dar apoio ao corpo fraco dela.
“Neferet? Qual o problema?”
Minha mente se quebrou quando ouvi a voz familiar e vi Loren, o cabelo todo
bagunçado como se ele estivesse dormindo, vindo da escadaria que levava pra o loft dele
enquanto ele colocava um moletom da House of Night. Meu olhar se trancou no dele e de
alguma forma eu consegui encontrar força para falar.
“É a professora Nola,” eu disse, e me perguntei o quão clara e forte minha voz suava
quando senti meu corpo se quebrando em pequenos pedaços. “Ela está perto da porta
escondida no muro leste. Alguém matou ela.”