quarta-feira, 23 de maio de 2012

A.Vampiro - promessa de sangue (capitulo 1)


Vampire Academy – Blood Promise


LIGADA POR AMOR, MAS JURADA A MATAR…
O resto do mundo estava considerando Dimitri morto. E a uma certa extensão, ele
estava. Mas eu não fui capaz de esquecer a conversa que eu e ele tivemos uma vez.
Nós dois concordamos que seria melhor morrer – morrer de verdade – que andar pelo
mundo como um Strigoi. Era hora de honrar essas palavras.
A vida da guardiã Rose Hathaway nunca será a mesma.
O recente ataque a Academia St. Vladimir devastou todo o mundo Moroi. Muitos estão
mortos. E, pelas poucas vitimas carregadas pelos Strigoi, o destino deles é ainda pior.
Uma rara tatuagem agora adorna o pescoço de Rose, uma marca que diz que ela
matou Strigoi demais para contar. Mas apenas uma vitima importa... Dimitri Belikov.
Rose agora deve escolher, um de dois caminhos bem diferentes: princesa – ou,
abandonar a academia para sair sozinha em uma caça para matar o homem que ela
ama. Ela terá de ir ao fim do mundo para encontrar Dimitri e manter a promessa que
ele implorou para ela fazer. Mas a pergunta é, quando a hora chegar, ele irá querer ser
salvo?
Agora, com tudo em jogo – e mundos de distancia da St. Vladimir e sua desprotegida e
vulnerável, e recentemente rebelde, melhor amiga – Rose pode encontrar forças para
destruir Dimitri?
Ou, ela vai se sacrificar para ter uma chance em um amor eterno?”



CAPÍTULO UM
Eu estava sendo seguida.
Era meio irônico, considerando o jeito que eu tenho seguido outros nas últimas
semanas. Pelo menos não era um Strigoi. Eu saberia. Um recente efeito de ser
Shadow-Kissed é a habilidade de sentir os mortos vivos – atrás de um ataque de
náusea, infelizmente. Ainda sim, eu apreciava o aviso antecipado do meu corpo e
estava aliviada por meu perseguidor de hoje a noite não ser um insanamente rápido e
cruel vampiro. Eu lutei com o baste desses recentemente, e eu meio que queria a noite
de folga.
Eu tinha que chutar que meu perseguidor era um dhampir como eu,
provavelmente um do clube. Na verdade, essa pessoa estava se movendo de maneira
um pouco menos firme do que eu esperaria de um dhampir. Seus passos eram
claramente audíveis contra o pavimento da escura calçada em que eu estava, e, uma
vez, eu vi um breve deslumbre de uma sombra. Ainda sim, considerando minha reação
afobada hoje a noite, um dhampir era o culpado mais provável.
Tudo tinha começou no Nightingale1. Esse não era o verdadeiro nome do bar, só
uma tradução. Seu nome verdadeiro era algo em Russo que estava além da minha
habilidade de pronunciar. Nos EUA, o Nightingale é bem conhecido entre os ricos
Moroi que viajam para o exterior, e agora eu podia entender porque. Não importava
que hora do dia seja, as pessoas no Nightingale se vestem como se estivessem num
baile imperial. E, bem, todo o lugar meio que parecia como algo dos tempos antigos da
realeza russa, com paredes de marfim cobertas com ornamentos espirais e mofo. Ele
me lembrava muito o Palácio de Inverno, uma residência real deixada da época em
que a Rússia ainda era regida pelo czar. Eu a visitei quando cheguei em São
Petersburgo.
No Nightingale, elaborados lustres cheios de velas de verdade brilhavam no ar,
iluminando a decoração dourada, para que mesmo com pouca luz, todo o
estabelecimento brilhasse. Havia um grande salão de jantar com mesas envolvidas em
veludo e barracas, assim como um lounge e um bar onde as pessoas podiam se
misturar. Tarde da noite, uma banda se colocaria ali, e casais poderiam dançar.
Eu não tinha me incomodado com o Nightingale quando eu cheguei à cidade duas
semanas atrás. Eu fui arrogante o bastante para pensar que eu podia encontrar Moroi
que imediatamente me direcionariam para a cidade natal de Dimitri, na Sibéria. Com
nenhuma outra pista sobre onde Dimitri tinha ido na Sibéria, a cidade que ele cresceu
me pareceu a melhor chance de me aproximar dele. Só que, eu não sabia onde era, e
era por isso que eu estava tentando encontrar Moroi para me ajudar. Haviam várias
cidades e comunidades de dhampir na Rússia mas quase nenhuma na Sibéria, o que
1 Rouxinol (passarinho).

me fez acreditar que a maior parte dos Moroi locais saberiam o lugar que ele nasceu.
Infelizmente, acabou que os Moroi que viviam em cidades humanas eram muito bons
em se esconder. Eu chequei o que pensei mais provavelmente ser os locais onde Moroi
ficavam, só para não encontrar nada. E sem esses Moroi, eu não tinha respostas.
Então, eu comecei a visitar o Nightingale, o que não foi fácil. Era difícil para uma
garota de 18 anos se misturar em um dos clubes de maior elite da cidade. Eu logo
descobri que roupas caras e gorjetas altas o bastante me ajudariam bastante. Os
garçons passaram a me conhecer, e se eles achavam que minha presença era estranha,
eles não falaram nada e ficavam felizes em me dar a mesa de canto que eu sempre
pedia. Eu acho que eles pensaram que eu era a filha de algum magnata ou político.
Qualquer que fosse meu histórico, eu tinha o dinheiro para estar lá, e isso era tudo
com que eles se importavam.
Mesmo assim, minhas primeiras noites lá foram desencorajadoras. O Nightingale
pode ser um local de elite para os Moroi, mas também era frequentado por humanos.
E a principio, pareceu que esses eram os únicos clientes do clube. As multidões
ficavam cada vez maiores conforme a noite progredia, e observando através das mesas
cheias e das pessoas amontoadas no bar, eu não tinha visto nenhum Moroi. A coisa
mais notável que eu havia visto era uma mulher com longo cabelo loiro platinado
andando pelo lounge com um grupo de amigos. Por um momento, meu coração havia
parado. A mulher estava de costas para mim, mas ela parecia tanto com Lissa que eu
senti certeza que eu havia sido rastreada. O estranho era que, eu não sabia se deveria
me sentir excitada ou horrorizada. Eu sentia tanta, tanta falta de Lissa – mas ainda sim,
ao mesmo tempo, eu não queria ela envolvida nessa perigosa viagem minha. Então a
mulher virou. Não era Lissa. Ela nem era Moroi, só humana. Devagar, minha respiração
voltou ao normal.
Finalmente, mais ou menos uma semana atrás, eu avistei alguns pela primeira vez.
Um grupo de mulheres Moroi tinha chego para um almoço tardio, acompanhadas por
dois guardiões, um homem e uma mulher, que sentavam cumprindo seu dever
silenciosamente na mesa enquanto elas fofocavam e riam bebendo champagne a
tarde. Evitar guardiões tinha sido a parte mais difícil. Para aqueles que sabiam o que
procurar, Moroi eram fácil de se ver: mais altos que a maior parte dos humanos,
pálidos, e super magros. Eles também tinham um jeito engraçado de sorrir e manter
seus lábios numa posição em que não mostrasse suas presas. Dhampir, com nosso
sangue humano, apareciam... bem, humanos.
Era assim que eu certamente parecia para o destreinado olhar humano. Eu tinha
cerca de 1,70m e onde Moroi tendem ter um corpo de modelo irreal, o meu era
atleticamente construído e tinha curvas no peito. Os genes do meu desconhecido pai
turco e tempo demais no sol tinham me dado um leve bronzeado assim como um
longo, e quase negro cabelo e olhos igualmente escuros. Mas aqueles que haviam sido
criados no mundo Moroi podiam me ver como uma dhampir através de um exame

mais detalhado. Eu não tenho certeza o que era – talvez algum instinto que nos leva
para nossa própria espécie e nos faz reconhecer a mistura de sangue Moroi.
Independentemente, era imperativo que eu parecesse humana para aqueles
guardiões, então eu não levantei suspeitas. Eu sentei do outro lado do aposento, no
meu canto, pegando caviar e fingindo ler meu livro. Para registro, eu acho caviar
nojento, mas ele parece estar em todo lugar na Rússia, particularmente nos bons
lugares, isso e borscht – um tipo de sopa de beterraba. Eu quase nunca termino minha
comida no Nightingale e vou com entusiasmo no Mc Donalds depois, embora os
restaurantes russos do Mc Donalds fossem um pouco diferentes dos com os quais eu
cresci nos EUA. Ainda sim, uma garota precisa comer.
Então se tornou um teste de minha habilidade, estudar os Moroi quando seus
guardiões não estavam observando. Na verdade, guardiões tem pouco a temer
durante o dia, já que não tem nenhum Strigoi sob o sol. Mas é da natureza dos
guardiões observar tudo, e os olhos deles varriam o aposento continuamente. Eu tinha
o mesmo treinamento e sabia seus truques, então eu consegui espionar sem ser
detectada.
A mulher voltou várias vezes, normalmente tarde. St. Vladimir tinha um horário
noturno, mas os Moroi e dhampir vivendo entre os humanos ou viviam de dia ou algo
no meio termo. Por um tempo, eu considerei me aproximar deles – ou até mesmo de
seus guardiões. Algo me segurou. Se alguém soubesse onde vários dhampir viviam,
seriam Moroi homens. Muitos deles visitavam as cidades dhampir na esperança de
conseguir garotas dhampir. Então eu me prometi que eu tinha que esperar outra
semana para ver se algum cara aparecia. Caso contrário, eu veria que tipo de
informação a mulher poderia me dar.
Finalmente, dois dias atrás, dois Moroi tinham começado a aparecer. Eles tendiam
a vir tarde da noite, quando os verdadeiros festeiros chegavam. Os homens eram cerca
de 10 anos mais velhos que eu e muito bonitos, usando ternos de marca e gravatas de
seda. Eles andavam como poderosas e importantes pessoas, e eu apostaria muito
dinheiro que eles eram da realeza – particularmente já que cada um tinha um
guardião. Os guardiões eram sempre os mesmos; jovens homens que usam terno para
se misturar mas ainda sim observavam o lugar cuidadosamente com aquela inteligente
natureza guardiã.
E havia mulheres – sempre mulheres. Os dois Moroi eram terríveis no flerte,
sempre observando e flertando com qualquer mulher a vista, até mesmo humanas.
Mas eles nunca foram para casa com nenhuma humana. Esse era um tabu ainda
firmemente integrado no nosso mundo. Moroi se mantiveram separados dos humanos
por séculos, temendo serem detectados por um raça que tinha crescido muito e era
poderosa.
Ainda sim, isso não significa que os homens iam para casa sozinhos. Em algum
ponto na noite, mulher dhampir apareciam – diferentes a cada noite. Elas vinham em
vestidos com bainha curta e muita maquiagem, bebendo muito e rindo de tudo que os

caras diziam – o que provavelmente não era nem engraçado. As mulheres sempre
usavam seus cabelos soltos, mas de vez em quando, elas viram sua cabeça de uma
forma que mostrava seu pescoço, que estava coberto de machucado. Elas eram
meretrizes de sangue, dhampirs que deixavam Moroi beber seu sangue durante o
sexo. Isso também era um tabu – embora ainda aconteça em segredo.
Eu fiquei esperando pegar um homem Moroi sozinho, longe dos olhos vigilantes
dos seus guardiões para que eu pudesse questionar eles. Mas era impossível. Os
guardiões nunca deixavam seus Moroi desprotegidos. Eu até tentei seguir eles, mas
cada vez que o grupo saia do clube, eles quase que imediatamente subiam numa
limusine – deixando impossível para mim seguir eles a pé. Era frustrante.
Eu finalmente decidi hoje a noite que eu tinha que me aproximar do grupo todo e
arriscar ser detectada pelos dhampir. Eu não sabia se alguém de casa estava de fato
procurando por mim, ou se o grupo sequer ia se importar com quem eu era. Talvez eu
só tivesse que manter minhas opiniões para mim mesma. Era definitivamente possível
que ninguém estivesse preocupado com uma desistente fugitiva. Mas se alguém
estivesse procurando por mim, minha descrição sem sombra de dúvidas tinha
circulado entre os guardiões ao redor do mundo. Embora eu tivesse 18 anos agora,
isso não me faria passar por algumas das pessoas que eu sei que me enviariam de volta
aos EUA, e eu não podia retornar até encontrar Dimitri.
Então, justo quando eu estava considerando como iria agir com o grupo de Moroi,
uma das mulheres dhampir saiu da mesa e foi até o bar. Os guardiões a observaram, é
claro, mas pareciam confiantes sobre a segurança dela e estavam mais ocupados com
os Moroi. Todo esse tempo estive pensando que homens Moroi seriam o melhor jeito
de conseguir informações sobre uma vila de dhampirs e meretrizes de sangue – mas
que jeito melhor de localizar esse lugar do que perguntar para uma meretriz de sangue
de verdade?
Eu saí casualmente da minha mesa e me aproximei do bar, como se eu fosse pegar
uma bebida. Eu fique parada enquanto a mulher esperava pelo bartender e a estudei
em meu perímetro. Ela era loira e vestia um longo vestido coberto com lantejoulas
prateadas. Eu não conseguia decidir se isso fazia meu vestido preto aparecer de bom
gosto ou chato. Todos os movimentos dela – até mesmo a forma como ela ficava
parada – eram graciosos, como o de uma dançarina. O bartender estava atendendo
outros, e eu sabia que era agora ou nunca. Eu me inclinei na direção dela.
“Você fala inglês?”
Ela pulou surpresa e olhou para mim. Ela era mais velha do que eu esperava, a
idade dela inteligentemente escondida pela maquiagem. Os olhos azuis dela me
olharam rapidamente, me reconhecendo como dhampir. “Sim,” ela disse
cuidadosamente. Mesmo a única palavra carregava um forte sotaque.
“Estou procurando por uma cidade... uma cidade onde dhampir vivem, na Sibéria.
Você sabe do que estou falando? Eu preciso encontrá-la.”

De novo ela me estudou, e eu não consegui ler a expressão dela. Ela podia muito
bem ser uma guardiã por tudo que o rosto dela revelou. Talvez ela tenha treinado em
alguma época da vida.
“Não,” ela disse rapidamente. “Deixe para lá.” Ela se virou, o olhar dela de volta no
bartender, enquanto ele fazia algum coquetel azul adornado com cerejas.
Eu toquei o braço dela. “Eu preciso encontrar. Tem um homem...” eu quase me
afoguei com a palavra. E lá se foi meu frio interrogatório. Só de pensar em Dimitri fazia
meu coração grudar na minha garganta. Como eu poderia explicar isso para essa
mulher? Que eu estava seguindo uma pista distante, procurando o homem que eu
mais amava no mundo – o homem que tinha se tornado um Strigoi e que agora eu
precisava matar? Mesmo agora, eu podia perfeitamente visualizar o calor em seus
olhos castanhos e o jeito que as mãos dele costumavam me tocar. Como eu poderia
fazer o que eu tinha cruzado o oceano para fazer?
Se concentre, Rose. Se concentre.
A mulher Dhampir olhou de volta para mim. “Ele não vale a pena,” ela disse,
confundindo o que eu quis dizer. Sem dúvida ela pensava que eu era uma garota
apaixonada, correndo atrás de algum namorado – o que, eu suponho, era mais ou
menos isso. “Você é muito jovem... não é tarde demais para você evitar isso.” O rosto
dela podia ser impassível, mas havia uma tristeza na voz dela. “Vá fazer outra coisa da
vida. Fique longe daquele lugar.”
“Você sabe onde é!” Eu exclamei, muito agitada para explicar que eu não eu ia ser
uma meretriz de sangue. “Por favor – você tem que me dizer. Eu tenho que chegar lá!”
“Algum problema?”
Tanto ela quanto eu viramos para olhar para o poderoso rosto de um dos
guardiões. Merda. A mulher dhampir pode não ser a principal prioridade deles, mas
eles notaram alguém incomodando ela. O guardião era apenas um pouco mais velho
que eu, e eu dei a ele um doce sorriso. Eu posso não estar escorregando para fora do
meu vestido como essa mulher, mas eu sabia que a bainha curta fazia maravilhas pelas
minhas pernas. Certamente nem mesmo um guardião seria imune a isso? Bem,
aparentemente ele era. A expressão dura dele mostrou que meu encanto não estava
funcionando. Ainda sim, eu achei que era melhor tentar minha sorte com ele ao tentar
conseguir informação.
“Estou tentando encontrar uma cidade na Sibéria, uma cidade onde dhampirs
vivem. Você conhece?”
Ele nem piscou. “Não.”
Maravilhoso. Os dois estavam sendo difíceis. “Yeah, bem, talvez seu chefe
conheça?” eu perguntei modestamente, esperando soar como uma aspirante a
meretriz de sangue. Se os dhampir não podiam falar, talvez um Moroi falasse. “Talvez
ele queira companhia e fale comigo.”
“Ele já tem companhia,” o guardião respondeu. “Ele não precisa de mais.”

Eu mantive o sorriso. “Tem certeza?” Eu disse. “Talvez devêssemos perguntar para
ele.”
“Não,” respondeu o guardião. Com aquela única palavra, eu ouvi o desafio e a
ordem. Se afaste. Ele não hesitaria em derrubar ninguém que ele achasse que fosse
uma ameaça para o seu mestre – mesmo uma dhampir. Eu considerei continuar a
insistir mas rapidamente decidi seguir o aviso e de fato recuei.
Eu dei nos ombros despreocupadamente. “A perda é dele.”
E com nenhuma outra palavra, eu andei casualmente de volta para minha mesa,
como se a rejeição não fosse nada demais. Enquanto eu segurava o fôlego, meio que
esperando que o guardião me arrastasse para fora do clube pelos cabelos. Isso não
aconteceu. Ainda sim, enquanto eu pegava meu casaco e colocava dinheiro na mesa,
eu vi ele me observando, olhos atentos e calculistas.
Eu saí do Nightingale com aquele mesmo ar despreocupado, me dirigindo em
direção a rua movimentada. Era sábado a noite, e haviam vários restaurantes e clubes
por perto. Festeiros enchiam as ruas, alguns vestidos tão ricamente quanto os clientes
da Nightingale; outros eram da minha idade e estavam vestidos casualmente. Filas se
formavam fora dos clubes, música dançante alta e com muito baixo. Restaurantes com
uma fachada de vidro mostravam elegantes jornais e ricas mesas. Enquanto eu andava
pelas multidões, cercada por conversa em russo, eu resisti a vontade de olhar para
trás. Eu não queria aumentar ainda mais suspeitas se aquele dhampir estivesse
observando.
Ainda sim, quando eu virei numa silenciosa rua, que era um atalho para o meu
hotel, eu podia ouvir o suave som de passos. Eu aparentemente tinha chamado
atenção o bastante para o guardião decidir me seguir. Bem, de jeito nenhum eu ia
deixar ele por as mãos em mim. Eu posso ser menor que ele – e estar usando um
vestido e salto alto – mas eu tinha lutado com vários homens, incluindo Strigoi. Eu
podia lidar com esse cara especialmente se eu usasse o elemento de surpresa. Depois
de observar essa vizinhança por tanto tempo eu conhecia suas entradas e saídas bem.
Eu aumentei meu ritmo e virei algumas esquinas, uma delas me levou a um beco
escuro e deserto. Assustador, yeah, mas eu consegui um bom ponto de emboscada
perto de uma porta. Silenciosamente tirei meu salto alto. Eles eram pretos com faixas
de couro, mas não eram ideais para lutar, a não ser que eu planejasse furar o olho de
alguém com o salto. Na verdade essa não é uma má ideia. Mas eu não estava tão
desesperada ainda. Sem eles o pavimento era frio embaixo dos meus pés. Havia
chovido mais cedo.
Eu não tive que esperar muito. Alguns minutos depois eu ouvi os passos e vi a
sombra do meu perseguidor aparecer no chão, feita pela luz fraca do poste de luz da
rua adjacente. Meu perseguidor parou, sem dúvidas procurando por mim. Na verdade,
eu pensei, esse cara é descuidado. Nenhum guardião em perseguição teria sido tão
óbvio. Ele deveria se mover mais silenciosamente, e não se revelar tão facilmente.
Talvez o treinamento para guardião aqui na Rússia não fosse tão bom quanto o que eu

cresci. Não isso não poderia ser verdade. Não do jeito que Dimitri acabava com seus
inimigos. Eles o chamavam de deus na Academia.
Meu perseguidor deu mais alguns passos e foi então que agi. Eu pulei, deixando
meus punhos prontos. “Ok,” eu exclamei. “Eu só queria fazer algumas perguntas,
então só afaste ou então -”
Eu congelei, o guardião do clube não estava parado ali.
Uma humana estava.
Uma garota, nem mais velha que eu. Ela tinha minha altura, cabelo loiro escuro,
usando um casaco azul marinho que parecia caro. Debaixo eu podia ver uma calça e
botas de couro que pareciam tão caras quanto o casaco. O mais surpreendente era
que eu a reconheci. Eu a havia visto duas vezes no Nightingale, conversando com
homens Moroi. Eu assumi que ela era só mais uma das mulheres que eles gostavam de
flertar e tinha ignorado ela. Afinal de contas, que uso teria um humano para mim?
O rosto dela estava parcialmente coberto por sombras, mas mesmo com pouca luz
não pude deixar de notar a expressão irritada dela. Isso não era o que eu esperava. “É
você não é?” ela perguntou. Mais choque, o inglês dela era tão americano como o
meu. “E você quem tem deixado corpos de Strigoi pela cidade. Eu te vi no clube hoje à
noite, e soube que só pode ter sido você.”
“Eu...” Nenhuma palavra se formou nos meus lábios. Eu não fazia ideia de como
responder. Um humano falando casualmente sobre Strigoi? Nunca tinha ouvido falar
disso. É mais surpreendente do que se encontrar com um Strigoi aqui. Eu nunca tinha
visto algo assim na minha vida. Ela não pareceu se importar com meu estado de
estupefação.
“Olha, você não pode simplesmente fazer isso, ok? Você sabe que saco é para eu
lidar com isso? Esse estágio é ruim o bastante sem que você faça bagunça. A polícia
encontrou o corpo que você deixou no parque. Você nem consegue imaginar quantos
favores tive que pedir para cobrir aquilo.”
“Quem... quem é você?” Eu perguntei finalmente. Era verdade. Eu tinha deixado
um corpo no parque, mas sério, o que eu deveria fazer? Arrastar ele de volta para meu
hotel e dizer ao mensageiro que meu amigo havia bebido muito?
“Sydney,” a garota disse ansiosa. “Meu nome é Sydney. Eu sou a Alquimista
designada para cá.”
“A, o que?”
Ela suspirou alto, e eu tinha certeza que ela havia virado os olhos. “É claro. Isso
explica tudo.”
“Não, na verdade não,” eu disse finalmente me recompondo. “Na verdade, eu
acho que é você que tem muito a explicar.”
“E atitude também. Você é algum tipo de teste que eles mandaram para mim? Oh,
cara. É isso.”

Eu estava ficando com raiva agora. Eu não gostava de ser perseguida. Eu
certamente não gostava de ser perseguida por um humano que fazia soar como se eu
matar Strigoi fosse algo ruim.
“Olha, eu não sei quem você é ou como você sabe sobre essas coisas, mas eu não
vou ficar parada aqui e -”
Náusea tomou conta de mim e eu fiquei tensa, minha mão imediatamente se
dirigiu para minha estaca de prata que eu mantinha no bolso do casaco. Sydney ainda
estava com aquela expressão irritada, mas estava misturada com confusão agora,
devido a brusca mudança na minha atitude. Ela era observadora, isso ela era.
“Qual o problema?” ela perguntou.
“Você vai ter outro corpo para lidar,” eu disse, assim que um Strigoi a atacou.





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