sexta-feira, 2 de março de 2012

house of night 2 - traída (capitulo 1)


UM
“Garota nova. Olha lá,” Shaunee disse enquanto deslizava pelo banco que sempre alegávamos
ser nosso para cada refeição servida no salão de janta (tradução: cafeteria de classe alta).
“Trágico, Gêmea, trágico.”A voz de Erin ecoava totalmente a de Shaunee. Ela e Shaunee
tinham algum tipo de ligação psíquica que as fazia bizarramente similar, que é por isso que o
apelido deles era “as Gêmeas,” embora Shaumee fosse café-com-leite Jamaica americano de
Connecticut e Erin era branca com cabelo loiro e olhos azuis de Oklahoma.
“Graças a Deus, ela é colega de quarto de Sarah Freebird.” Damien acenou em direção a
garotinha com um cabelo preto que mostrava aquele olhar perdido de garota nova ao redor
do salão, o olhar afiado dele para moda, checando as roupas das duas garotas – de sapato a
brinco – em um olhar rápido. “Claramente o senso de movo dela é melhor que o de Sarah.
Apesar do estresse de ser Marcada e mudar de escola. Talvez ela seja capaz de ajudar Sarah
com a infeliz propensão dela a sapatos horríveis.”
“Damien,” Shaunee disse. “De novo você está me –“
“ – irritando com essa porcaria de vocabulário,” Erin terminou por ela.
Damien fungou, parecendo ofendido e superior e mais gay do que ele costuma parecer
(embora ele definitivamente seja gay). “Se o vocabulário de vocês não fosse não abismal vocês
não teriam que carregar um dicionário com vocês para me acompanhar.”
As Gêmeas estreitaram seus olhos para ele e sugaram o ar para começar um novo round,o
que, graças a Deus, minha colega de quarto interrompeu. Com seu complicado sotaque de
Oklahoma, Stevie Era fanhosamente falava as duas definições como se estivesse dando pistas a
uma abelha. “Propenso – é uma intensa preferência natural. Abismal – absolutamente
horrível. Aí. Agora vocês podem parar de reclamar e serem bonzinhos? Vocês sabem que é
quase hora para a visitação dos pais, e não deveríamos agir como retardados quando eles
aparecerem.”
“Ah, merda,” eu disse. “Eu esqueci totalmente sobre a visita dos pais.”
Damien gemeu e colocou a cabeça na mesa, batendo com nela sem ser muito gentil. “Eu
esqueci totalmente também.” Nós quatro demos um olhar simpático para ele. Os pais de
Damien não se importaram com ele ser Marcada, se mudar para a House of Night, e começar a
Mudança que, ou iria transformar ele, ou se o seu corpo rejeitasse a mudança, matá-lo. Eles
tem problemas com ele ser gay.
Pelo menos os pais de Damien estavam bem com algo em relação a ele. Minha mãe e seu
marido atual – meu padrasto-perdedor, John Heffer – por outro lado, odeiam absolutamente
tudo em relação a mim.
“Meus pais não vem. Eles vieram mês passado. Esse mês estão ocupados demais.”
“Gêmea, mas uma vez provamos nossa gêmisse,” Erin disse. “Meus pais me mandaram um
email. Eles também não vem por causa de uma viagem de Ação de Graças que eles decidiram
fazer para o Alaska com minha tia Alane e tio Liar Lloyd. Tanto faz.” Ela riu – aparentemente
tão despreocupada quanto Shaunee pela ausência de seus pais.
“Hey, Damien, talvez seus pais também não apareçam,” Stevie Rae disse com um sorriso
rápido.
Ele suspirou. “Eles estarão aqui. É o mês do meu aniversário. Eles vão trazer presentes.”
“Isso não parece ruim,” eu disse. “Você estava falando sobre precisar de um novo bloco de
desenhos.”
“Eles não vão me dar um bloco de desenho,” ele disse. “Ano passado pedi um suporte para
moldura* (*aqueles que suportam as telas, enquanto o pintor trabalha). Eles me deram coisas
para acampar e uma assinatura da Sports Illustraded.”
“Eca!” disseram Shaunee e Erin juntas enquanto Stevie Rae e eu enrugávamos nossos narizes e
fazíamos barulhos de simpatia.
Claramente querendo mudar de assunto, Damien virou para mim. “Essa será a primeira visita
dos seus pais. O que você espera?”
“Um pesadelo,” eu suspirei. “Total, absoluto, e completo pesadelo.”
“Zoey? Eu achei que deveria trazes minha nova colega de quarto para conhecer você. Diana,
essa é Zoey Redbird – a líder das Filhas Negras.”
Felizes por não ter que falar sobre meus horríveis problemas com os pais, eu olhei para cima,
sorrindo, para o som da voz nervosa de Sarah.
“Wow, é realmente verdade!” a nova garota disse antes que eu pudesse dar oi. Como sempre
ela estava encarando minha testa e corando. “Eu quero dizer, uh...desculpe. Eu não queria ser
rude nem nada...” ela disse, parecendo miserável.
“Está tudo bem. É, é verdade. Minha Marca está completa e tem complementos.” Eu mantive
meu sorriso, tentando fazer ela se sentir melhor, embora eu realmente odiasse parecer a
atração principal do show dos bizarros. De novo.
Graças a Céu, Stevie Rae entrou na conversa antes do silencio entre Diana e eu ficar mais
desconfortável.
“Yeah, Z ganhou essa tatuagem de espiral legal no rosto e pelos ombros quando ela salvou seu
ex-namorado de uns fantasmas vampiros apavorantes,” Stevie Rae disse alegremente.
“Foi o que Sarah me disse,” Diana disse tentativamente. “É algo tão inacreditável que, bem, eu
uh...”
“Não acreditou?” Damien disse esperançoso.
“Yeah. Desculpe,” ela repetiu, inquieta e olhando para as unhas.
“Hey, não se preocupe.” Eu deu um quase autentico sorriso. “Parece bem bizarro para mim as
vezes, e eu estava lá.”
“E arrasou,” Stevie Rae disse.
Eu dei a ela meu olhar você-totalmente-não-está-ajudando, que ela ignorou. Sim, eu algum dia
posso ser a Alta Sacerdotisa deles, mas não sou a chefe dos meus amigos.
“De qualquer forma esse lugar todo pode parecer meio estranho no começo. Vai melhorar,”
eu disse para a nova garota.
“Obrigado,” ela disse com um genuíno calor.
“Bem, é melhor irmos para que eu possa mostrar a Diana onde o seu quinto período será,”
Sarah disse, e então ela totalmente me embaraçou de novo ficando séria e formal e me
saudando do jeito tradicional dos vampiros como um sinal de respeito, punho no coração e
curvou sua cabeça, antes de sair.
“Eu realmente odeio quando eles fazem isso,” eu murmurei, cutucando minha salada.
“Eu acho legal,” Stevie Rae disse.
“Você merece que te mostrem respeito,”Damien disse com a voz de um professor. “Você é a
única terceiranista que já existiu a liderar as Filhas Negras e a única caloura ou vampira da
história que mostrou afinidade com os 5 elementos.”
“Aceite, Z,” Shaunee disse depois de dar uma mordida na salada enquanto gesticulava para
mim com seu garfo.
“Você é especial.”Erin terminou por ela (como sempre).
Um terceiranista é como a House of Night chama um calouro – então um quarteiranista seria
do segundo ano, etc. E, sim, eu sou a única terceiranista a ser líder das Filhas Negras. Sorte
minha.
“Em falar nas Filhas Negras,” Shaunee disse. “Você decidiu o que você quer que seja as novas
exigências para ser um membro?”
Eu reprimi a vontade de gritar, Diabos não, eu ainda não consigo acreditar que estou no
comando dessa coisa! Ao invés disso eu balancei a cabeça, e decidi - com o que eu esperava
ser um brilhante golpe – colocar um pouco da pressão neles.
“Não, eu não sei quais deverem ser as novas exigências. Na verdade, estava esperando que
vocês me ajudassem. Então, alguma idéia?”
Como eu suspeitava, os quatro ficaram quietos. Eu abri minha boca para agradecer pelo
silencio deles, mas a voz da nossa Alta Sacerdotisa passou pela comunicação interna da nossa
escola. Por um segundo eu fiquei feliz pela interrupção, e então percebi o que ela estava
dizendo e meu estomago começou a se apertar.
“Estudantes e professores, por favor vão até a recepção. Está na hora da nossa visita mensal
dos pais.”
Bem, diabos.
“Stevie Rae! Stevie Rae! OhmeuDeus eu senti sua falta!”
“Mama!” Stevie Rae chorou e voou para os braços da mulher que parecia igual a ela, só que 22
quilos mais pesada e 20 e tantos anos mais velha.
Damien e eu ficamos parados constrangedoramente dentro do hall, que estava começando a
se encher com pais humanos que pareciam desconfortáveis, alguns irmãos humanos, um
bando de calouros, e vários dos nossos professores vampiros.
“Bem, ali estão meus pais,” Damien disse com um suspiro. “É melhor acabar com isso de uma
vez. Vejo você depois.”
“Até mais,” eu murmurei e observei ele se juntar a duas pessoas totalmente comuns que
estavam carregando um presente embrulhado. A mãe dele deu um rápido abraço e o pai dele
apertou a mão dele com uma exuberante masculinidade. Damien parecia pálido e estressado.
Eu fui até a longa mesa que passava por uma comprida parede. Estava cheia com caras
bandejas de queijos e sobremesas, e café, chá, e vinho. Eu estou na House of Night a um mês,
e ainda fico um pouco chocada por ver vinho ser servido tanto por aqui. Parte da razão é
simples – a escola tem seu modelo baseado nas Houses of Nights européias. Aparentemente,
na Europa vinho com refeições é como chá e Coca nas refeições aqui – nada demais. A outra
razão é o fato genérico – vampiros não ficam bêbados – calouros mal podem ficar tontos (pelo
menos com álcool - sangue, infelizmente, é outra história). Então vinho literalmente não é
nada demais, embora eu achasse que seria interessante ver como os pais de Oklahoma iriam
reagir a bebida na escola.
“Mama!Você tem que conhecer minha colega de quarto. Lembra que eu te falei sobre ela?
Essa é Zoey Redbird. Zoey essa é minha mãe.”
“Olá, Sra. Johnson. É bom conhecer você,” eu disse educadamente.
“Oh,Zoey! É tão bom conhecer você! E,oh meu!Sua Marca é tão bonita quanto Stevie Rae disse
que era.” Ela me surpreendeu com um suave abraço de mãe e sussurrou, “estou feliz que você
esteja cuidando de Stevie Rae.Me preocupo com ela.”
Eu apertei as costas dela e sussurrei, “Sem problemas, Sra. Johnson. Stevie Rae é minha
melhor amiga.” E embora fosse totalmente nada realístico, eu de repente desejei que minha
mãe me abraçasse e se preocupasse comigo como a Sra. Johnson se preocupava com sua filha.
“Mama, você trouxe para mim algum biscoito de chocolate?”Stevie Rae perguntou.
“Sim, querida, eu trouxe, mas acabei de perceber que deixei no carro.” A mãe de Stevie Rae
respondeu em com seu sotaque Okie que era idêntico ao da filha. “Porque você não vem
comigo e me ajuda a trazer eles para cá. Eu fiz mais para os seus amigos desta vez.”
Ela sorriu gentilmente para mim. “Você é mais que bem vinda para vir conosco também,
Zoey.”
“Zoey.”
Eu ouvi minha voz falar como um eco congelado da quente bondade da Sra. Johnson, e olhei
por cima dos ombros dela para ver minha mãe e John entrando no hall. Meu coração caiu no
meu estomago. Ela trouxe ele. Porque diabos ela não veio sozinha e deixar ser apenas ela para
variar? Mas eu sabia a resposta para isso. Ele nunca permitiria. E ele não permitir significava
que ela não faria. Ponto. Fim do assunto. Desde que ela casou com John Heifer minha mãe não
teve que se preocupar com dinheiro. Ela vivia numa enorme casa em um silencio subúrbio. Ela
era voluntaria para o PTA* (*uma associação americana em que pais cuidam de filhos). Ela
fazia varias atividades para a igreja. Mas durante os 3 anos do seu “perfeito” casamento ela se
perdeu completamente.
“Desculpe, Sra. Johnson. Eu vi meu pais, é melhor eu ir.”
“Oh, querida, eu adoraria conhecer sua mãe e pai.” E, como estivéssemos em qualquer outro
evento de escola,a Sra. Johnson virou, sorrindo, para conhecer meus pais.
Stevie Rae olhou para mim, e eu olhei para ela. Desculpe, eu murmurei para ela. Eu quero
dizer, eu não tinha certeza absoluta que algo mal ia acontecer, mas com meu padrastoperdedor
se aproximando como se fosse um general cheio de testosterona liderando a marcha
da morte, eu achei que as chances estavam boas para um cena de um pesadelo.
Então meu coração saiu do estomago e tudo de repente ficou muito, muito melhor quando vi a
minha pessoa favorita no mundo ao lado de John e seus braços abertos para mim.
“Vovó!”
Ela me colocou nos seus braços e o doce cheiro de lavanda que sempre estava com ela, como
se ela carregasse os pedaços de sua linda fazenda de lavando em todo lugar que ela fosse.
“Oh,Zoeybird!” Ela me abraçou com força. “Eu senti sua falta, u-we-tsi a-ge-hu-tsa.”
Eu sorri através das lagrimas, adorando o som da familiar palavra Cherokee para filha –
significa segurança e amor e aceitação incondicional. Coisas que eu não sentia em minha casa
nos últimos três anos – coisas que antes deu vir a House of Night eu só encontrei na fazenda
da vovó.
“Eu senti sua falta,também,vovó. Estou tão feliz que você veio!”
“Você deve ser a avó de Zoey,” A Sra. Johnson disse quando paramos de nos abraçar. “É bom
conhecer você. Você tem uma garota muito boa.”
Vovó sorriu e começou a responder, mas John interrompeu com sua voz superior.
“Bem, na verdade, essa é nossa garota boa que você está elogiando.”
Como se fosse um deixa para esposa aparecer, minha mãe finalmente conseguiu falar. “Sim,
somos os pais de Zoey. Eu sou Linda Heffer. Esse é meu marido, John, e minha mãe, Sylvia Red-
“ Então, no meio da sua educada apresentação, ela se incomodou de olhar para mim e a voz
dela saiu em um tom surpreso.
Eu fiz meu rosto sorrir, mas eu senti calor e dura, como se estivesse cheia de gesso e estivesse
sentada no sol de verão e fosse quebrar em pedaços se não tomasse cuidado.
“Oi, mãe.”
“Pelo amor de Deus, o que você fez com sua Marca?” mamãe disse a palavra Marca como se
falasse a palavra câncer ou pedofilia.
“Ela salvou a vida de um jovem e foi presenteada pela deusa com a afinidade para os
elementos. Em resposta Nyx deu a ela várias Marcas incomuns para um calouro,” Neferet disse
com sua suave voz musical enquanto chegava no meio do nosso constrangido grupo, a mão
estendida diretamente para meu padrasto-perdedor. Neferet era o que a maior parte dos
vampiros adultos são, impressionantemente perfeita. Ela era alta, com longas ondas de um
cabelo escuro e brilhante, olhos em forma de amêndoas de um tom raro de verde musgo. Ela
se movimentava com uma graça e confiança que claramente não era humana, e a pele dela era
tão espetacular que parecia que alguém tinha acendido uma luz dentro dela. Hoje ela estava
usando uma saia azul real, com brincos em espiral (representando o caminho da deusa, mas
não era como se meus pais soubessem disseo). Uma prateada forma da deusa com suas mãos
erguidas estava bordada por cima do seio esquerdo dela, como estava em cima de todos os
peitos de todos os professores. O sorriso dela era deslumbrante. “Sr. Heffer, eu sou Neferet,
Alta Sacerdotisa da House of Night, embora possa ser mais fácil se você pensar em mim como
uma diretora normal. Obrigado por vir a noite de visitação dos pais.”
Eu percebi que ele pegou a mão dela automaticamente. Eu tenho certeza que ele teria
recusado se ela não tivesse pego ele de surpresa. Ela apertou a mão dele e então virou para
minha mãe.
“Sra. Heffer, é um prazer conhecer a mãe de Zoey. Estamos muito felizes por ela ter se juntado
a House of Night.”
“Bem, uh, obrigado!” minha mãe disse, claramente desarmada pela beleza e charme de
Neferet.
Quando Neferet cumprimentou minha vó, o sorriso dela aumentou e se tornou mais do que
apenas educado. Eu notei que elas apertaram as mãos no jeito tradicional dos vampiros,
segurando a ante braço uma da outra.
“Sylvia Redbird, é sempre um prazer ver você.”
“Neferet, ficou feliz por ver você também, e obrigado por honrar seu juramento de cuidar de
minha neta.”
“É um juramento que não é um fardo cumprir. Zoey é uma garota especial.” Agora o sorriso de
Neferet me incluiu em seu calor. Então ela virou para Stevie Rae e sua mãe. “E essa é a colega
de quarto de Zoey, Stevie Rae Johnson, e a mãe dela. Eu soube que as duas são praticamente
inseparáveis, e que até a gata de Zoey foi pega por Stevie Rae.”
“Sim, é verdade. Ela sentou no meu colo quando eu estava assistindo TV ontem a noite,”
Stevie Rae disse rindo. “E Nala não gosta de ninguém a não ser Zoey.”
“Gata? Eu não lembro de ninguém dar permissão para Zoey ter um gato,” John disse, me
fazend o querer vomitar. Como se alguém tivesse se incomodado de falar comigo, a não ser
vovó, por um mês!
“Você entendeu errado, Sr. Haffer, na House of Night gatos andam livres.Eles escolhem seus
donos, não ao contrario. Zoey não precisava de permissão quando Nala escolheu ela,” Neferet
disse suavemente.
John fez um barulho de bufar, que eu fiquei aliviada por ver que todos ignoraram. Droga, ele é
tão idiota.
“Posso oferecer a vocês alguma bebida?” Neferet acenou graciosamente para a mesa.
“Oh, nossa! Isso me lembra dos biscoitos que eu deixei no carro. Stevie Rae e eu estávamos
indo para lá. Foi bom conhecer todos vocês.” Com um rápido abraço em mim e um aceno para
todos os outros, Stevie Rae e sua mãe escaparam, me deixando ali, embora eu desejasse estar
em qualquer outro lugar.
Eu fiquei perto da vovó, passando meus dedos pelos dela enquanto andávamos até a mesa de
bebidas, pensando em quão mais fácil isso seria se apenas ela tivesse vindo me visitar. Eu dei
uma olhada em minha mãe. Um franzir permanente pareceu estar pintado no rosto dela. Ela
estava olhando ao redor para os outros garotos, e mal olhava na minha direção. Porque vir? Eu
queria gritar a ela. Porque parecer que você se importa – sente minha falta – se é tão obvio
que você não sente?
“Vinho, Sylvia? Sr. E Sra. Heffer?” Neferet ofereceu.
“Obrigo, tinto por favor,” Vovó disse.
John apertou os lábios em desprazer. “Não. Não bebemos.”
Com um esforço sobre humano eu não virei os olhos. Desde quando ele não bebe? Eu
apostaria pelo menos 15 dólares das minhas economias que havia um pacote de cervejas na
geladeira em casa agora mesmo. E minha mãe costumava beber vinho tinto como vovó. Eu até
vi ela jogar um olhar estreito para vovó, um olhar de inveja enquanto ela aproveitava o rico
vinho que Neferet serviu para ela. Mas não, eles não bebem. Pelo menos não em publico.
Hipócritas.
“Então, você estava dizendo que os complementos na Marca de Zoey aconteceu porque ela fez
algo especial?” Vovó apertou minha mão. “Ela me disse que tinha virado líder das Filhas
Negras, mas ela não me contou exatamente o que aconteceu.”
Eu me senti ficar tensa de novo. Eu realmente não queria lidar com a cena que iria acontecer
se minha mãe e John descobrissem que o que tinha acontecido era que a ex-lider das Filhas
Negras tinha lançado um circulo na noite de Halloween (Conhecida na House of Night como
Noite de Samhain, a noite em que o véu entre nosso mundo e o dos espíritos é mais fino),
conjurou alguns espíritos de vampiros assustadores, e então perdeu controle deles, quando
meu ex-namorado humano, Heath, apareceu procurando por mim. E eu não queria que
ninguém mencionasse o que apenas algumas pessoas sabiam – que Heath estava procurando
por mim porque eu provei o sangue dele e ele estava ficando fissionado por mim, algo que
humanos fazem facilmente quando se envolvem com vampiros – mesmo vampiros calouros,
para falar a verdade. Então e ex-líder das Filhas Negras, Afrodite, perdeu totalmente o controle
dos fantasmas e eles foram pegar Heath. Literalmente. Pior – eles também estavam agindo
como se quisessem pegar um pedaço do resto de nós, também, incluindo o totalmente
gostoso Erik Night, o vampiro que eu posso felizmente dizer que não é meu ex-namorado, mas
que eu meio que tenho namorando, então ele é quase meu namorado. De qualquer forma, eu
tive que fazer algo, então com a ajuda de Stevie Rae, Damien, e as Gêmeas, eu lancei meu
próprio circulo, pegando o poder dos cinco elementos: vento, fogo, água, terra, e espírito.
Usando minha afinidade para os elementos, eu consegui banir os fantasmas de volta para
onde eles vivem (ou não vivem?). Quando eles foram embora eu tinha essas tatuagens novas,
uma delicada coleção de redemoinhos safira que emolduravam meu rosto – totalmente raro
para um mero calouro ter – e Marcas combinando intercalando com símbolos parecidos com
runas em meus ombros, algo que nenhum calouro ou vampiro tinha. Então Afrodite foi
exposta como uma péssima líder, fazendo Neferet demitir ela e me colocar no lugar.
Conseqüentemente, eu também estava sendo treinada para ser uma Alta Sacerdotisa de Nyx,
a deusa vampira, que é a personificação da Noite.
Nada disso cairia muito bem para o ultra religioso, ultra julgador mãe e John.
“Bem, ouve um pequeno acidente. O rápido pensamento de Zoey e bravura fizeram com que
ninguém se machucasse, e ao mesmo tempo ela se conectou com a afinidade especial que ela
ganhou de tirar energia dos 5 elementos.” O sorriso de Neferet era orgulho e eu senti uma
onda de felicidade com a aprovação dela. “A tatuagem é simplesmente um sinal da favor que
ela encontrou com a deusa.”
“O que você está dizendo é uma blasfêmia.” John falou com uma rígida e dura voz que
conseguiu soar condescendente e irritada ao mesmo tempo. “Você está colocando a alma
imortal em perigo.”
Neferet virou seu olhos cor de musgo para ele. Ela não parecia irritada. Na verdade, ela parecia
estar se divertindo.
“Você deve ser um dos Anciões das Pessoas de Fé.”
O peito dele parecido como o de um pássaro se estufou. “Bem, sim, sim eu sou.”
“Então vamos chegar a um entendimento rapidamente, Sr. Heffer. Eu não pensaria em chegar
a sua casa, ou a sua igreja, e falar mal de suas crenças, embora eu descorde profundamente
delas. Agora, eu não espero que você adore as nossas. Na verdade, eu nunca pensaria em te
persuadir as minhas crenças, embora eu tenha um profundo compromisso com minha deusa.
Então tudo que eu insisto é que você mostre a mesma cortesia que eu mostro a você. Quando
estiver na minha “casa,’ você respeita minhas crenças.”
Os olhos de John ficaram maldosas pequenas fendas e eu pude ver sua mandíbula se
apertando e afrouxando.
“Seu jeito de vida e pecaminoso e errado,” ele disse ferozmente.
“Diz o homem que admite adorar um Deus calunia o prazer, dá as mulheres papeis que são um
pouco mais do que de servas e éguas, embora sejam a espinha dorsal da sua igreja, e procura
controlar sua adoração através de culpa e medo.” Neferet riu suavemente, mas o som do
humor e o não dito perigo nisso fez o cabelo do meu braço se arrepiar. “Cuidado em como
julga os outros; talvez você devesse limpar sua própria casa primeiro.”
O rosto dele corou, John sugou o ar e abriu sua boca para o que eu sabia que seria um feio
sermão do quão certa estão suas crenças e o quão errada estão todas as outras, mas antes
dele poder responder Neferet o cortou. Ela não ergueu a voz, mas de repente ela estava cheia
do poder de uma Alta Sacerdotisa e eu tremi de medo, embora sua ira não estivesse
direcionada para mim.
“Você tem duas escolhas. Você pode visitar a House of Night como um convidado, o que
significa que você vai respeitar nossos costumes e manter seu desprezar e julgamento para si.
Ou você pode ir embora e não voltar. Nunca. Decida agora.” As duas ultimas palavras passam
contra a minha pele e eu tive que me forçar a não chorar. Eu notei que minha mãe estava
olhando com olhos abertos e vidrados para Neferet, o rosto dela pálido como leite. O rosto de
John tinha mudado de cor. Os olhos dele se estreitaram e suas bochechas estavam coradas
com um nada atrativo vermelho.
“Linda,” ele disse pelos dentes. “Vamos.” Então ele olhou para mim com tanto desgosto e ódio
que eu literalmente dei um passo para trás. Eu quero dizer, eu sabia que ele não gostava de
mim, mas até esse momento eu não tinha percebido o quanto. “Esse lugar é o que você
merece. Sua mãe e eu não voltaremos. Você está por sua conta agora.” Ele virou e foi para a
porta. Minha mãe hesitou, e por um segundo eu pensei que ela fosse dizer algo legal – como
se ela se desculpasse dele – ou que ela sentisse minha falta – ou que eu não devesse me
preocupar, ela voltaria não importava o que ele dissesse.
“Zoey, eu não acredito onde você se meteu agora.” Ela balançou a cabeça, e como sempre,
seguiu John pra fora do quarto.
“Oh, querida, eu sinto tanto.” Vovó estava lá, instantaneamente me abraçando e sussurrando
me ressegurando. “Eu vou voltar, minha pequena ave. Eu prometo. E estou muito orgulhosa
de você!” Ela me segurou pelos ombros e então sorriu através das lagrimas. “Nossos ancestrais
Cherokee estão orgulhosos de você também. Você foi tocada pela deusa, e você tem a
lealdade de bons amigos,” ela olhou para Neferet e adicinou, “e sábios professores. Algum dia
você talvez aprenda a perdoar sua mãe. Até lá lembre-se que você é a filha do meu coração, uwe-
tsi a-ge-hu-tsa." Ela me beijou.
“Eu devo ir também. Eu dirigi nosso pequeno carro aqui, e eu vou deixá-lo para você, então
devo voltar com eles.” Ela me entregou as chaves do antigo Bug. “Mas lembre-se sempre que
amo você, Zoeybird.”
“Eu também te amo vovó,” eu disse, e a beijei, abraçando ela com força e respirando fundo o
cheiro dela como se pudesse segurar ela em meus pulmões e exalar ela devagar pelo próximo
mês enquanto sentia a falta dela.
Eu observei ela ir embora, e não percebi que estava chorando até sentir as lagrimas rolarem
do meu rosto até meu pescoço. Eu esqueci que Neferet estava parada ao meu lado, então
pulei um pouco surpresa quando ela me entregou um lenço.
“Eu sinto muito por isso, Zoey,” ela disse quietamente.
“Eu não.” Eu assoprei o nariz e limpei o rosto antes de olhar para ela. “Obrigado por enfrentar
ele.”
“Eu não queria mandar sua mãe embora também.”
“Você não mandou. Ela escolheu seguir ele. Assim como ela tem feito a 3 anos.” Eu senti as
quentes lagrimas ameaçando voltar na minha garganta e falei quietamente, as levando
embora. “Ela costumava ser diferente. É idiota, eu sei, mas eu continuo esperando que ela
volte a ser o que era antes. Mas nunca acontece. É como se ele tivesse matado minha mãe e
colocado uma estranha no corpo dela.”
Neferet pos um braço ao meu redor. “Eu gostei do que sua avó disse – que talvez algum dia
você possa encontrar a habilidade de perdoar sua mãe.”
Eu olhei para a porta pelo qual os três tinham desaparecido. “Esse dia está longe.”
Neferet apertou meu ombro simpaticamente.
Eu olhei para ela, tão feliz por ela ainda estar comigo, e eu desejei – pela milésima vez – que
ela fosse minha mãe. Então lembrei o que ela tinha me dito quase um mês atrás, que a mãe
dela tinha morrida quando ela era uma garotinha, e o pai dela abusava dela, física e
mentalmente, até ela ser salva sendo Marcada.
“Você algum dia perdoou seu pai?” eu perguntei tentadamente.
Neferet olhou para mim e piscou várias vezes, como se ela estivesse devagar voltando de uma
memória que a levou para muito, muito longe. “Não. Não eu não o perdoei, mas quando
penso nele agora é como se eu lembrasse da vida de outra pessoa. As coisas que ele fez
comigo ele fez com uma criança humana, não uma Alta Sacerdotisa e vampira. E para uma Alta
Sacerdotisa e vampira ele, como a maioria dos humanos, é completamente sem importância.”
As palavras dela soaram fortes e seguras, mas eu olhei fundo nos seus lindos olhos verdes e vi
o lampejar de algo velho e doloroso e definitivamente não esquecido, e me perguntei o quão
honesta ela estava sendo consigo mesma...
DOIS

house of night - marcada (capitulo 29) final


VINTE E NOVE
Neferet saiu das sombras para o gazebo, movendo-se rapidamente em direção a
Heath e Erik. Primeiro, ela tocou o rosto de Erik e checou as marcas ensangüentadas em
seus braços de onde ele lutou futilmente para tentar tirar os fantasmas de cima de Heath.
Enquanto ela passava suas mãos nos ferimentos dele eu pude ver o sangue secar. Erik
respirou aliviado, como se a dor dele tivesse desaparecido.
“Isso vai curar. Vá a enfermaria quando voltarmos para a escola e vou lhe dar uma
pomada que vai aliviar o dor de seus ferimentos.” Ela bateu na bochecha dele e ele ficou
vermelho. “Você mostrou a bravura de um vampiro guerreiro quando você ficou para
proteger o garoto. Estou orgulhosa de você, Erik Night, assim como a deusa.”
Eu senti uma onda de prazer na aprovação dela; eu também estava orgulhosa dele.
Então ouvi um murmúrio de concordância ao meu redor e percebi que as Filhas e Filhos
negros tinham retornado e estavam amontoados na escada do gazebo. A quanto tempo
eles estavam assistindo? Neferet virou sua atenção para Heath, e eu esqueci de todo o
resto. Ela levantou a perna rasgada e examinou as marcas ensangüentadas que haviam
nos braços dele. Então ela colocou o rosto pálido e rígido dele em suas mãos e fechou os
olhos. Eu vi o corpo dele endurecer ainda mais e ter uma compulsão, e então ele suspirou
e, como Erik, ele relaxou. Depois de um segundo, ele parecia estar dormindo
pacificamente ao invés de lutando silenciosamente contra a morte. Ainda de joelhos ao
lado dele, Neferet disse, “Ele vai se recuperar, e não vai lembrar de nada dessa noite
exceto que ele ficou bêbado e se perdeu tentando encontrar sua quase ex-namorada.” Ela
olhou para mim enquanto disse isso, e os olhos dela eram gentis e cheios de
entendimento.
“Obrigado,” eu sussurrei.
Neferet acenou brevemente para mim, antes de levantar e confrontar Afrodite.
“Eu sou responsável pelo o que aconteceu aqui hoje a noite tanto quanto você. Eu
sei do seu egoísmo a anos, mas eu escolhi ignorar, esperando que com o tempo e o toque
da deusa você ficasse mais madura. Eu estava errada.” A voz de Neferet tomou uma
qualidade clara e poderosa de uma líder. “Afrodite, eu oficialmente te libero da sua
posição como líder das Filhas e Filhos Negros. Você não é mais uma Alta Sacerdotisa em
treinamento. Você não é diferente que qualquer outro calouro.” Com um movimento duro,
Neferet ergueu sua mão, e arrancou o colocar de prata que estava pendurado entre os
peitos de Afrodite.
Afrodite não fez um som, mas o rosto dela estava branco e ela encarava Neferet sem
piscar.
A Alta Sacerdotisa virou de costas para Afrodite e se aproximou de mim. “Zoey
Redbird, eu soube que você era especial no dia que Nyx me deixou ver que você seria
Marcada.” Ela sorriu para mim e pos um dedo debaixo do meu queixo, levantando minha
mão para poder olhar melhor minhas novas adições a minha Marca. Então ela passou a
mão no meu cabelo para o lado, para que as tatuagens aparecessem no meu pescoço,
ombros, e costas. Eu ouvi as Filhas e Filhos Negros se afogar quando eles, também, viram
minhas estranhas Marcas. “Extraordinário, realmente extraordinário,” ela disse, deixando
suas mãos caírem dos seus lados quando continuou. “Hoje a noite você mostrou a
sabedoria da deusa em escolher te presentear com poderes especiais. Você mereceu sua
posição como Lider das Filhas e Filhos Negros e como Alta Sacerdotisa em treinamento,
através do seus próprios dons dados pela deusa assim como sua compaixão e sabedoria.”
Ela me entregou o colar de Afrodite. Pareceu quente e pesado na minha mão. “Use isso
mais sabiamente que a sua antecessora.” Então ela fez um gesto realmente incrível.
Neferet, Alta Sacerdotisa de Nyx, me saudou, seu punho por cima do coração, e fez uma
formal reverencia, como o sinal dos vampiros de respeito. Todos ao redor com exceção de
Afrodite a imitaram. Lágrimas borraram minha visão enquanto meus quatro amigos riam
para mim e se curvavam com os outras Filhas e Filhos Negros.
Mas mesmo no centro de uma perfeita felicidade eu senti a sombra da confusão.
Como eu pude ter duvidado que poderia contar qualquer coisa a Neferet?
“Volte para a escola. Eu vou cuidar do que precisa ser feito aqui.” Neferet me disse.
Ela me abraçou rapidamente e sussurrou no meu ouvido, “estou muito orgulhosa de você,
Zoeybird.” Então ela me deu um pequeno empurrão na direção de meus amigos. “Dêem
boas vindas a nova Líder das Filhas e Filhos Negros!” ela disse.
Damien, Stevie Rae, Shaunee e Erin lideraram a torcida. E então todos me rodearam
e pareceu que eu fui levada do gazebo em uma exuberante onda de risada e
congratulações. Eu acenei e sorri para meus novos “amigos”, mas eu não fui enganada.
Silenciosamente lembrei a mim mesma que apenas momentos antes eles estavam
concordando com tudo que Afrodite disse.
Definitivamente eu iria precisar de um tempo para mudar as coisas.
Chegamos na ponte e eu lembrei meus novos protegidos que tínhamos que ser
silenciosos enquanto voltávamos através da escuridão para a escola, e eu fiz um gesto
para que eles fossem na frente. Quando Stevie Rae, Damien, e as Gêmeas começaram a
cruzar a ponte eu sussurrei, “Não, vocês andam comigo.”
Rindo tanto que eles pareciam bobos, os quatro pararam perto de mim. Eu encontrei
o alegre olhar de Stevie Rae. “Você não deveria ter se voluntariado para ser um
refrigerador. Eu sei o quanto você estava assustada.” O sorriso de Stevie Rae sumiu com a
reprimenda em minha voz.
“Mas se eu não tivesse feito isso, não saberíamos onde o ritual seria, Zoey. Eu fiz
isso para poder avisar Damien, e as Gêmeas que eles deveriam nos encontrar aqui.
Sabíamos que você precisava de nós.”
Eu levantei a mão e ela parou de falar, mas ela parecia que iria chorar. Eu sorri
gentilmente para ela. “Você não me deixou terminar. Eu ia dizer que você não deveria ter
feito, mas fico tão feliz que tenha feito!” Eu a abracei, e sorri através das lagrimas para os
outros três. “Obrigado – ficou feliz que todos tenham estado lá.”
“Hey, Z, é o que amigos fazem,” Damien disse.
“Yep,” Shaunee disse.
“Exato,” disse Erin.
E eles se fecharam ao meu redor em um enorme e sufocante abraço grupal – que eu
totalmente amei.
“Hey, posso participar?”
Eu olhei para cima para ver Erik parado ali perto.
“Bem, sim, você absolutamente pode,” Damien disse alegremente.
Stevie Rae se dissolveu em risadinhas, e Shaunee suspirou e disse, “Desista, Damien.
Time errado, lembra?” Então Erin me tirou do centro do grupo e empurrou em direção a
Erik. “Dê um abraço no cara. Ele tentou salvar seu namorado hoje a noite,” ela disse.
“Meu ex-namorado,” eu disse rapidamente, pulando nos braços de Erik, mais que um
pouco sobrepujada pela mistura do cheiro que o sangue fresco que ainda estava nele e o
fato de que ele estava, bem, me abraçando. Então, para acrescentar em cima de tudo,
Erik me beijou com tanta força que eu juro que eu pensei que o topo da minha cabeça ia
sair voando.
“Por favor, apenas por favor,” eu ouvi Shaunee dizer.
“Arranjem um quarto!” Erin disse.
Damien riu e eu me afastei dos braços de Erik. “Estou faminta,” Stevie Rae disse.
“Esse negocio de refrigerador me deixou faminta.”
“Bem, vamos pegar algo para você comer então,” eu disse.
Meus amigos andaram por cima da ponte e eu ouvi Shaunee irritar Damien sobre se
eles deveriam comer pizza ou sanduíches.
“Se importa se eu andar com você?” Erik perguntou.
“Nah, estou me acostumando,” eu disse, sorrindo para ele.
Ele riu e andou na ponte. Então pela escuridão atrás de mim eu ouvi um muito
distinto e muito irritado, "me-eeh-uf-ow!”
“Vá em frente, eu já alcanço vocês,” eu disse a Erik e então voltei até as sombras no
gramado de Philbrook. “Nala? Gatinha, gatinha, gatinha...,” Eu chamei. E então, uma
distinta bola de pelo saiu dos arbustos, reclamando o tempo todo. Eu me abaixei e a
peguei e ela instantaneamente começou a ronronar. “Bem, garota boba, porque você me
seguiu até aqui, se você não gosta de andar tão longe? Como se você já não tivesse
passado por coisas o suficiente hoje,” eu murmurei, mas antes de voltar para a ponte,
Afrodite saiu das sombras e bloqueou meu caminho.
“Você pode ter ganhado hoje, mas isso não acabou,” ela me disse. Ela me fez sentir
muito cansada.
“Eu não estava tentando “ganhar” nada. Eu só estava tentando acertar as coisas.”
“E é isso que você acha que fez?” Os olhos dela passavam nervosamente para trás e
para frente do caminho que levava ao gazebo, como se alguém tivesse seguindo ela.
“Você realmente não sabe o que aconteceu aqui hoje a noite. Você apenas está sendo
usada – todos estamos. Somos bonecos, é o que todos somos.” Ela com raiva limpou o
rosto e eu percebi que ela estava chorando.
“Afrodite, não tem que ser assim entre nós,” eu disse suavemente.
“Sim precisa!” Ela surtou. “É o papel que deveríamos interpretar. Você verá... você
verá...” Afrodite começou a se afastar.
Uma idéia apareceu inesperadamente na minha memória. Era Afrodite durante sua
visão. Como se estivesse acontecendo de novo, eu podia ouvir ela dizer, “Eles estão
mortos! Não. Não. Isso não pode ser! Não é certo. Não. Não é natural! Eu não entendo...
eu não... você... você sabe.” O grito de terror dela ecoou na minha mente. Eu pensei em
Elizabeth... em Elliott... o fato de que eles tinham aparecido para mim. Muito do que ela
disse fazia sentido.
“Afrodite, espere!” Ela olhou por cima dos ombros para mim. “A visão que você teve
hoje no escritório de Neferet, sobre o que era?”
Devagar ela balançou a cabeça. “É apenas o começo. Vai ficar muito pior.” Ela virou
e de repente hesitou. O caminho dela estava bloqueado por cinco garotos – meus amigos.
“Está tudo bem,” eu disse a eles. “Deixem ela ir.”
Shaunee e Erin abriram espaço. Afrodite levantou a cabeça, virou o cabelo, e passou
por elas como se mandasse no mundo. Eu a observei se afastar, meu estomago se
apertando. Afrodite sabia algo sobre Elizabeth e Elliott, e eventualmente eu teria que
descobrir o que era.
“Hey,” Stevie Rae disse.
Eu olhei para minha colega de quarto e minha nova melhor amiga.
“Aconteça o que acontecer, estaremos juntas.”
Eu senti o nó no meu estomago se soltar. “Vamos,” eu disse. Cercada por meus
amigos, todos fomos para casa.
FIM

house of night - marcada (capitulo 28)


VINTE E OITO
“Heath! O que diabos você está fazendo aqui!”
“Bem, você não retornou minha ligação.” Inconciente de todo o resto do pessoal, ele
me abraçou. Eu não precisei da luz da lua para ver os olhos injetados de sangue dele. “Eu
senti sua falta, Zo!” ele disse, jogando seu bafo de cervaja em mim.
“Heath. Você precisa ir –“
‘Não. Deixe ele ficar,” Afrodite me interrompeu.
O olhar de Heath passou até ela, e eu imaginei como ela deveria parecer pelos olhos
dele. Ela estava parada na piscina de luz feito pelos pontos de luz do gazebo brilhando
através da doce fumaça da grama, que a iluminava quase como se ela estivesse debaixo
dágua. O vestido vermelho dela se grudou no corpo dela. O cabelo loiro dela era grosso e
pesado pelas costas dela. Os lábios dela estavam juntos em um sorriso maldoso, que eu
tenho certeza Heath entenderia errado acharia que ela estava apenas sendo gentil. Na
verdade, ele provavelmente nem notaria os fantasmas esfumaçados que tinham parado de
pairar ao redor da taça e tinham virado seus olhos negros em direção a ele. Ele também
não notaria que a voz de Afrodite tinha um estranho e vazio som, e que os olhos dela
eram gelados e o encaravam. Diabos, conhecendo Heath ele não notaria nada exceto os
seios dela.
“Legal, uma garota vampira,” Heath disse, me provando estar totalmente certa.
“Tire ele daqui.” A voz de Erik era apertada de preocupação.
Heath tirou os olhos dos peitos de Afrodite para olhar para Erik. “Quem é você?”
Ah, merda. Eu reconheço esse tom. É o que Heath usa quando está pronto para ter
um ataque de ciúmes. (Outra razão do porque ele é meu ex.)
“Heath, você precisa sair daqui,” eu disse.
“Não.” Ele deu um passo mais para perto de mim e colocou seus braços
possessivamente ao redor dos meus ombros, mas ele não olhou para mim. Ele continuou
encarando Erik. “Eu vim ver minha namorada, e eu vou ver minha namorada.”
Eu ignorei o fato que eu podia sentir o pulso de Heath onde os braços dele estavam
parados nos meus ombros. Ao invés de fazer algo completamente nojento e perturbador,
como morder o pulso dele, eu sai dos braços dele e o empurrei para que ele tivesse que
olhar para mim e não Erik.
“Eu não sou sua namorada.”
“Aw, Zo, você está dizendo isso só por dizer.”
Eu cerrei os dentes. Deus, ele era tão burro. (Outra razão para ele ser meu ex.)
“Você é idiota?” Erik disse.
“Olha, seu merdinha fudido, eu -” Heath começou a dizer, mas a voz estranha de
Afrodite ecoou até ele.
“Venha até aqui, humano.”
Como se nossos olhos fossem imas para a estranha atração dela, Heath, Erik, e eu
(e, para falar a verdade, todos as Filhas e Filhos Negros) olharam para ela. O corpo dela
parecia estranho. Estava pulsando? Como podia? Ela virou sua cabeça e pôs uma mão
pelo corpo dela como um stripper, passando a mãos nos seios e então se movendo para
baixo para esfregar entre as pernas dela. A outra mão dela estava erguia e ela curvou
seus dedos, chamando Heath.
“Venha até mim, humano. Vamos provar você.”
Isso era ruim; isso era errado. Algo terrível iria acontecer com Heath se ele fosse até
lá e entrasse no circulo.
Totalmente atraído por ela, Heath se inclinou para frente sem hesitar (ou senso). Eu
agarrei um dos braços dele, e fiquei feliz por ver que Erik agarrou o outro.
“Pare, Heath! Eu quero que você vá embora. Agora. Você não pertence a esse lugar.”
Com um esforço, Heath tirou os olhos de Afrodite. Ele puxou o braço do aperto de
Erik e praticamente rugiu para ele. Então ele virou para mim.
“Você está me traindo!”
“Você não consegue ouvir? É impossível eu trair você. Não estamos juntos! Agora sai
da -”
“Se ele recusa nossa convocação, então devemos ir até ele.”
Minha cabeça virou para ver o corpo de Afrodite convulsa enquanto a fumaça cinza
entrou nela. Ela fez um barulho que era uma mistura de choro e um grito. Os espíritos,
incluindo aqueles que obviamente estavam possuindo ela, se apressaram para a borda do
circulo, pressionando contra ele em um esforço para se libertar e pegar Heath.
“Pare eles, Afrodite. Se você não parar eles vão matar ele!” Damien gritou quando
ele saiu de trás de uma cerca que emoldurava o lago.
“Damien, o que-” Eu comecei, mas ele balançou a cabeça.
“Não há tempo para explicar,” ele me disse rapidamente antes de virar sua atenção
de volta para Afrodite. “Você sabe o que eles são,” ele disse a ela. “Você tem que conter
eles no circulo ou ele vai morrer.”
Afrodite estava tão pálida que ela mesma parecia um fantasma. Ela se afastou das
formas esfumaçadas que ainda estavam empurrando ela contra o invisível laço no circulo,
até estar pressionada contra a ponta da mesa.
“Eu não vou parar eles. Se eles querem ele, eles podem ter ele. Melhor ele do que eu
– ou qualquer um de nós,” Afrodite disse.
“Sim, não queremos nenhuma participação nesse tipo de merda!” disse Terrível antes
de derrubar a vela dela, o que emitiu faíscas e então apagou. Sem outra palavra, ela saiu
do circulo correndo e desceu as escadas do gazebo. As outra três garotas que estavam
personificando os elementos a seguiram, desaparecendo rapidamente na noite e deixando
as velas viradas e apagadas.
Horrizada, eu vi uma das formas cinza começar a passar pelo circulo. A fumaça que
era o corpo espectral dele começou a deslizar pelas escadas, me lembrando de uma cobra
enquanto escorregava na nossa direção. Eu senti as Filhas e Filhos Negros se endurecer e
olhar para mim. Eles estavam nervosamente se afastando, olhares de medo estavam em
seus rostos.
“Agora é com você, Zoey.”
“Stevie Rae!”
Ela estava parada nada firme no meio do circulo. Ela jogou longe a capa que a
cobria, e eu podia ver linhas brancas de curativos nos pulsos dela.
“Eu te disse que precisávamos ficar juntos.” Ela sorriu fracamente para mim.
“Melhor se apressar,” Shaunee disse.
“Esses fantasmas estão matando seu ex de susto,” Erin disse.
Eu olhei por cima do meu ombro e vi as Gêmeas paradas ao lado do rosto branco,
boca aberta do Heath, e eu senti um choque de pura felicidade. Eles não tinham me
abandonado! Eu não estava sozinha!
“Vamos fazer isso,” eu disse. “Mantenha ele aí,” eu disse Erik, que estava me
olhando com obvio choque.
Sem ter que olhar pra trás para me certificar que meus amigos estavam me
seguindo, eu me apressei a subir as escadas para o gazebo cheio de fantasmas. Quando
eu cheguei na fronteira do circulo eu hesitei por um segundo. Os espíritos estavam
devagar dissolvendo através dele, sua atenção completamente focada em Heath. Eu
respirei fundo e entrei dentro da barreira invisível, sentindo um horrível calafrio enquanto
os mortos passavam sem parar contra a minha pele.
“Você não tem direito de estar aqui. Esse é meu circulo,” Afrodite disse, se
endireitando o suficiente para dobrar seus lábios para mim e bloquear meu caminho até a
mesa e a vela do espírito, que era a única ainda acessa.
“Era seu circulo. Agora você precisa calar a boca e sair daí,” eu disse a ela.
Afrodite estreitou seus olhos para mim.
Ah, merda. Eu realmente não tinha tempo para isso.
“Cabeça de vento, você precisa fazer o que Zoey está dizendo. Eu estou morrendo
para chutar sua bunda a dois anos,” Shaunee disse, se movendo para ficar ao meu lado.
“Eu também, bruxa nojenta,” Erin disse, indo para o meu outro lado.
Antes das Gêmeas atacarem ela, o grito de Heath cortou a noite. Eu virei. Fumaça
estava subindo pela perna de Heath, deixando longos, e pequenos rasgos na jeans dele
que instantaneamente começaram a pingar sangue. Entrando em pânico, ele estava
chutando e gritando. Erik não tinha fugido, mas estava batendo na nevoa também,
embora sempre que uma parte grudasse nele rasgasse suas roupas e rasgasse sua pele.
“Rápido! Tomem seus lugares,” eu gritei antes do sedutor cheiro do sangue deles
pudesse mexer com a minha concentração.
Meus amigos correram para as velas desertas. Rapidamente eles as pegaram e
esperaram nas posições adequadas.
Eu contornei Afrodite, que estava encarando Heath e Erik, com as mãos pressionadas
contra a boca como se fosse para segurar os seus gritos. Eu peguei a vela púrpura e corri
até Damien.
“Vento! Te convoco para esse circulo,” eu gritei, tocando a vela púrpura na amarela.
Eu queria chorar de alivio quando o redemoinho familiar de repente passou por nós,
tocando o meu corpo e levantando meu cabelo.
Protegendo a vela púrpura eu corri até Shaunee.
“Fogo! Te convoco para esse circulo!” Calor se juntou ou redemoinho de ar quando
acendi a vela vermelha. Eu não parei, mas continuei me movendo pelo circulo. “Água! Te
convoco para esse circulo!” O mar estava ali, salgado e doce ao mesmo tempo. “Terra! Te
convoco para esse circulo!” Eu toquei as chamas na vela de Stevie Rae, tentando não
recuar devido as bandagens que cobriam os pulsos dela. Ela estava anormalmente pálida,
mas ela friu quando o ar se encheu com o cheiro de grama recém cortada.
Heath gritou de novo, e eu corri de volta para o centro do circulo e levantei a vela
púrpura. “Espirito! Te convoco para esse circulo!” Energia passou por mim. Eu olhei ao
redor pela fronteira do meu circulo e, certa o bastante, eu pude ver o a fita de poder
fazendo sua circunferência. Eu fechei meus olhos por um instante. “Oh, obrigado Nyx!”
Então pus a vela na mesa e agarrei a taça de vinho. Eu me virei para olhar Heath e
Erik e a orda fantasmagórica.
“Aqui está seu sacrifício!” eu gritei, espirrando o liquido da taça em um bagunçado
arco ao meu redor, para que fizesse um circulo cor de sangue no chão do gazebo. “Vocês
não foram chamados aqui para matar. Vocês foram chamados aqui porque é Samhain e
queríamos honrar vocês.” Eu derramei mais vinho, tentando com a força ignorar o sedutor
cheiro de sangue fresco misturado com o vinho.
Os fantasmas pararam seu ataque. Eu me foquei neles, sem querer me distrair com o
terror nos olhos de Heath e a dor nos de Erik.
“Preferimos esse quente sangue jovem, Sacerdotisa.” As arrepiantes vozes ecoaram
até mim, mandando calafrios na minha pele. Eu juro que eu podia sentir o cheiro da hálito
apodrecido.
Eu engoli com força. “Eu entendo isso, mas essas vidas não são suas para serem
tiradas. Hoje é uma noite de celebração, não para morte.”
“E ainda sim escolhemos a morte – ela é mais querida para nós.” Risadas
fantasmagóricas flutuaram pelo ar com a fina fumaça da grama, e os espíritos começaram
a atacar Heath de novo.
Eu joguei a taça e levantei minhas mãos. “Então não estou mais pedindo; estou
mandando. Vento, fogo, água, terra, e espírito! Eu comando em nome de Nyx que vocês
fechem esse circulo, colocando de volta aqui os mortos que escaparam. Agora!”
Calor passou pelo meu corpo e passou pelas minhas mãos estendidas. Em uma onda
de um vento salgado que estava quente, uma nevoa verde brilhante passou de mim para
as escadas e passou ao redor de Heath e Erik, fazendo a roupa deles e cabelos voar feito
loucos. O vento mágico pegou as formas esfumaçadas e as arrancou de suas vitimas, e
com um rugido definitivo, os sugou de volta para os limites do meu circulo. De repente eu
estava cercada por formas fantasmagóricas, em que cada um eu podia sentir perigo e
fome pulsando, tão claramente quando eu tinha sentido o sangue de Heath antes.
Afrodite estava empoleirada na cadeira, assustada por causa dos espectros. Um deles foi
contra ela e ela deu um grito agudo, que pareceu animar eles ainda mais, e eles passaram
violentamente ao meu redor.
“Zoey!” Stevie Rae chorou meu nome, a voz dela cheia de medo. Eu vi ela dar um
passo hesitante em minha direção.
“Não!” Damien surtou. “Não quebre o circulo. Eles não podem machucar Zoey – eles
não podem machucar nenhum de nós, o circulo é forte demais. Mas só se não o
quebrarmos.”
“Não vamos a lugar nenhum,” Shaunee disse.
“Não. Eu gosto daqui,” Erin disse, soando um pouco sem ar.
Eu senti a total confiança e lealdade e aceitação como um sexto elemento. Me
encheu de confiança. Eu arrumei minha coluna e olhei para os fantasmas irritados que
serpenteavam.
“Então – não vamos embora. O que significa que vocês tem que ir embora.”
Eu apontei para o sangue e vinho derramados. “Peguem seu sacrifício e saiam daqui.
É todo o sangue que vocês terão hoje a noite.”
A horda de fantasmas parou. Eu sabia que eu os tinha pego. Eu respirei fundo e
terminei.
“Com o poder dos elementos eu comando a vocês: Vão!”
De repente, como se um gigante invisível tivesse jogado eles no chão, eles
dissolveram no chão encharcado de vinho do gazebo, de alguma forma absorvendo o
liquido cheio de sangue e fazendo todo ele desaparecer.
Eu respirei fundo, aliviada. Automaticamente, me virei para Damien.
“Obrigado, vento. Você pode partir.” Ele começou a assoprar sua vela, mas não
precisou, uma pequena baforada de vendo, que foi surpreendentemente dolorida, fez isso
para ele. Damien riu para mim. E então os olhos dele ficaram enormes e redondos.
“Zoey! Sua Marca!”
“O que?” Eu levantei minhas mãos para a minha testa. Ela formigava, assim como
meus ombros e pescoço (o que não é de se admirar, eu sempre fico com problemas no
ombro/pescoço quando fico estressada demais), alem do mais meu corpo todo ainda
estava sentido os efeitos dos poderes dos elementos, então eu não tinha notado.
O olhar chocado dele mudou para um olhar de felicidade. “Termine de fechar o
circulo. Então você pode usar os muitos espelhos de Erin para ver o que aconteceu.”
Eu me virei para Shaunee e disse adeus para o fogo.
“Wow... incrível,” Shaunee disse, me olhando.
“Hey, como você sabia que eu tenho mais de um espelho na bolsa?” Erin estava
reclamando do outro lado do circulo para Damien quando eu me virei para ela e mandei a
água embora. Os olhos dela ficaram enormes quando ela me viu também.
“Puta Merda!” ela disse.
“Erin, você realmente não deveria xingar em um circulo sagrado. Todos sabemos que
não -” Stevie Rae estava dizendo para ela em seu doce sotaque Okie quando eu me virei
para dizer adeus para a terra, e as palavras dela de repente mudaram quando ela falou,
“Oh, minha deusa!”
Eu suspirei. Diabos, o que foi agora? Eu voltei para a mesa e levantei a vela do
espírito.
“Obrigada, espírito. Você pode partir,” eu disse.
“Por quê?” Afrodite levantou tão bruscamente que ela derrubou a cadeira. Como
todos os outros, ela estava me olhando com uma ridícula expressão chocada. “Porque
você? Porque não eu?”
“Afrodite, o que diabos você está falando?”
“Ela está falando sobre isso.” Erin me entregou um espelho que ela tirou da sua
chique bolsa de couro que ela sempre carregava nos ombros.
Eu abri e olhei. Primeiro eu não entendi o que estava olhando – era muito estranho,
muito surpreendente. Então, do meu lado, Stevie Rae sussurrou, “É lindo...”
E eu percebi que ela tinha razão. Era lindo. Minha Marca tinha sido incrementada.
Um delicado redemoinho de linhas safiras tatuadas emolduravam meus olhos. Não tão
intrincada e grande como a de um vampiro adulto, mas inédita para um calouro. Eu deixei
meus dedos traçarem o design curvado, pensando que parecia como algo que deveria
decorar o rosto de uma exótica princesa estrangeira... ou talvez a Alta Sacerdotisa de uma
deusa. E eu encarei a mim mesma que não era realmente eu – a estranha que tinha se
tornado mais e mais familiar.
“Isso não é tudo Zoey. Olhe para seus ombros,” Damien disse suavemente.
Eu olhei para a linha do pescoço-ombro do meu vestido legal e senti uma onda de
choque passar pelo meu corpo. Meus ombros também estavam tatuados. Passando do
meu pescoço, até os meus ombros e minhas costas, onde tatuagens safira faziam um
padrão serpenteado muito parecido com o do meu rosto, só que as marcas azuis do meu
corpo pareciam ainda mais antigas, ainda mais misteriosas, porque elas se intercalavam
com símbolos parecidos com letras.
Minha boca abriu, mas nenhuma palavra saiu dela.
“Z, ele precisa de ajuda.” Erik falou pelo meu choque e olhei por cima dos ombros
para ver ele tropeçando no gazebo, carregando o inconsciente Heath.
“Tanto faz. Deixe ele aí,” Afrodite disse. “Alguém vai encontrar ele pela manha.
Precisamos sair daqui antes que os guardas acordem.”
Eu virei para ela. “E você pergunta por que não foi você? Talvez porque Nyx esteja
cansada de você ser tão egoísta, mimada, indulgente, odiosa...” eu parei, tão irritada que
eu não conseguia pensar em mais nenhum adjetivo.
“Nojenta!” Erin e Shaunee acrescentaram juntas.
“Sim, uma valentona nojenta.” Eu dei um passo para mais perto dela e olhar todo o
rosto dela. “Essa Mudança toda é difícil o suficiente sem alguém como você. A não quer
você quer sejamos sua” – eu olhei para Damien e sorri – “sua bajuladora você nos faz
sentir como se não pertencêssemos aqui – como se fossemos nada. Isso acabou, Afrodite.
O que você fez hoje a noite foi totalmente, e completamente errado. Você quase causou a
morte de Heath. E talvez até a do Erik e quem sabe de quem mais, e foi tudo por causa
do seu egoísmo.”
“Não foi minha culpa seu namorado achar você aqui,” ela gritou.
“Não, Heath não foi sua culpa, mas essa é a única coisa que não foi sua culpa hoje a
noite. Foi sua culpa que seus chamados amigos não te ajudaram e fizeram o circulo
errado. E foi sua culpa que os espíritos negativos encontraram o circulo para começo de
conversa.” Ela parecia confusa, o que me irritou ainda mais. “Salva sua odiosa bruxa! Você
deve usar a salva para limpar energias negativas antes de usar a grama. E não é
surpreendente que você tenha atraído espíritos tão horríveis.”
“Sim, porque você é horrível,” Stevie Rae disse.
“Você não tem nenhuma merda para dizer, refrigeradora,” Afrodite zombou.
“Não!” Eu pus meu dedo no rosto dela. “Essa merda de refrigerador acabou.”
“Oh, então agora você não vai fingir que você não anseia pelo gosto de sangue e
ainda mais do que nós?”
Eu olhei para meus amigos. Eles encontraram meus olhos sem se encolher. Damien
sorriu encorajadamente. Stevie Rae acenou para mim. As Gêmeas piscaram. E então eu
percebi que estava sendo uma tola. Eles não iriam me evitar. Eles eram meus amigos; eu
deveria ter confiado neles mais, mesmo que não tenha aprendido a confiar em mim
mesma ainda.
“Bem eventualmente todos vamos ansiar por sangue,” eu disse simplesmente. “Ou
vamos morrer. Mas isso não faz de nós monstros, e está na hora das Filhas Negras
pararem de agir assim. Você está acabada, Afrodite. Você não é a mais a líder das Filhas
Negras.”
“E eu deveria pensar que agora você é a líder?”
Eu acenei. “Eu sou. Eu não vim para a House of Night pedindo por esses poderes.
Tudo o que eu queria era um lugar para me encaixar. Bem, eu acho que esse é o jeito de
Nyx de responder a minha reza.” Eu sorri para meus amigos e eles sorriram para mim.
“Claramente, a deusa tem senso de humor.”
“Sua vaca estúpida, você não pode assumir as Filhas Negras. Somente a Alta
Sacerdotisa pode mudar a liderança.”
“É conveniente, então, que eu esteja aqui, não é?” Neferet disse.

house of night - marcada (capitulo 27)


VINTE E SETE
“Ótimo vestido, Zoey. Parece com o meu. Oh, espere! Costumava ser meu.” Afrodite
riu uma rouca, eu-sou-tão-crescida-e-você-é-só-uma-criança risada. Eu realmente odeio
quando garotas fazem isso. Eu quero dizer, sim, ela é mais velha, mas eu também tenho
peitos.
Eu sorri, propositadamente colocando uma dose extra de sem noção na minha voz e
lançando uma gigantesca mentira, que eu acho que eu fiz muito bem considerando o
quanto eu mentia mal, e tinha acabado de ser atacada por um fantasma, e todos estavam
nos encarando e nos ouvindo.
“Oi, Afrodite! Deus, Eu estava lendo o capitulo do livro de Sociologia 415 que Neferet
me deu sobre o quão importante é para a líder das Filhas Negras fazer todo membro novo
do grupo se sentir bem vindo e aceito. Você deve se sentir orgulhosa por estar se saindo
tão bem nesse trabalho.” Quando eu me aproximei um pouco mais perto dela baixei
minha voz para que só ela me ouvisse. “E eu devo dizer você parece melhor do que da
ultima vez que eu te vi.” Eu vi ela empalidecer e estava certa de que medo passou pelos
olhos dela. Surpreendentemente, não me fez sentir vitoriosa ou presunçosa. Só me fez
sentir maldosa e superficial e cansada. Eu suspirei. “Desculpe. Eu não deveria ter dito
isso.”
O rosto dela ficou duro. “Vai se fuder, aberração,” ela assoviou. Então ela riu como
se tivesse feito uma enorme piada (as minhas custas), e se virou de costas para mim, e
com uma odiosa virada de cabelo andou até o meio da sala.
Ok, eu não me sentia mais ruim. Vaca odiosa. Ela ergueu um braço fino, e todos que
estavam rindo para mim viraram sua atenção (graças a Deus) para ela. Hoje a noite ela
estava usando um vestido vermelho de seda que parecia antigo que a servia como se ela
tivesse nascido nele. Eu gostaria de saber da onde ela consegue as roupas dela. Loja das
vadias góticas?
“Um calouro morreu ontem, e outro morreu hoje.”
A voz dela era forte e clara, e soava quase com compaixão, o que me surpreendeu.
Por um segundo ela realmente me lembrou Neferet, e eu me perguntei se ela iria dizer
algo profundo como um líder faria.
“Todos conhecíamos os dois. Elizabeth era legal e quieta. Elliott foi nosso refrigerador
pelos últimos vários rituais.” Ela sorriu de repente; era selvagem e maldoso, e qualquer
semelhança que ela pudesse ter com Neferet terminou. “Mas eles eram fracos, e vampiros
não precisam de fraqueza em seu grupo.” Ela deu nos ombros que estavam cobertos com
a cor escarlate. “Se fossemos humanos chamaríamos da sobrevivência do mais forte.
Graças a deusa não somos humanos, então vamos apenas chamar de Destino, e ficar feliz
que ele não tenha chutado a bunda de nenhum de nós.”
Eu fiquei totalmente enojada por ouvir o som da concordância geral. Eu realmente
não conhecia Elizabeth, mas ela foi gentil comigo. Ok, eu admito que não gostava de Elliot
– ninguém gostava. O garoto era irritante e nada atraente (e o fantasma dele ou o que
quer que fosse parecia carregar os traços dele), mas eu não estava feliz por ele ter
morrido. Se eu for a líder das Filhas Negras eu não vou gozar da morte de um calouro,
não importa o quão insignificante ele seja. Eu fiz a promessa a mim mesma, mas também
estava consciente de que a falei como uma reza. Eu espero que Nyx me ouça, e dê sua
aprovação.
“Mas chega de obscuridade e morte,” Afrodite estava dizendo. “É Samhain! A noite
em que celebramos o fim da estação da colheita, e, até melhor, é quando lembramos dos
nossos ancestrais – todos os grandes vampiros que viveram e morreram antes de nós.” O
tom da voz dela era assustador, como se ela estivesse aproveitando o show que ela
estava fazendo demais, e eu virei os olhos enquanto ela continuou. “É a noite quando o
véu entre a vida e a morte é mais fino e quando os espíritos mais provavelmente vão
andar na terra.” Ela parou e olhou ao redor para a audiência, tento o cuidado de me
ignorar (como todo mundo). Eu tive um momento para pensar sobre o que ela disse. Pode
o que tinha acontecido com Elliott ter algo a ver com o véu entre a vida e a morte estar
mais fino, e o fato que ele morreu no dia de Samahain? Eu não tive para pensar mais
porque Afrodite ergueu a voz e gritou, “então o que vamos fazer?”
“Sair!” As Filhas Negras e os Filhos gritaram em resposta. Afrodite riu de forma
sexual demais para ser apropriada, e eu juro que ela se tocou. Ali na frente de todo
mundo. Droga, ela era nojenta.
“Isso mesmo. Escolhemos um lugar incrível para nós essa noite, e temos até mesmo
um refrigerador novo esperando por nós lá com as garotas.”
Ugh. Por “garotas” ela queria dizer Pronta para Guerra, Terrível, e Vespa? Eu olhei
rapidamente ao redor da sala. Não as vi em lugar nenhum. Ótimo. Eu só podia imaginar o
que aquelas três mais Afrodite iriam considerar “incrível.” E eu não queria pensar no pobre
garoto que tinha de algum jeito sido convencido a ser o refrigerador delas.
E, sim, eu iria ficar totalmente em negação sobre o fato de que minha boca começou
a salivar quando Afrodite mencionou que havia um novo refrigerador esperando por nós, o
que significa que eu iria beber sangue de novo.
“Então vamos sair daqui. E lembrem-se, fiquem quietos. Foquem as mentes em ser
invisíveis, e qualquer humano que ainda estiver acordado simplesmente não nos vera.”
Então ela olhou diretamente para mim. “E que Nyx tenha piedade de qualquer um que nos
entregue, porque nós certamente não teremos.” Ela sorriu travessamente para o grupo.
“Me sigam, Filhas e Filhos Negros!”
Em pares silenciosos e em pequenos grupos, todos seguiram Afrodite pela porta dos
fundos da sala de recreação. Naturalmente, eles me ignoraram. Eu quase não os segui. Eu
realmente não queria. Quer dizer, eu tive excitação o suficiente por uma noite. Eu deveria
voltar para o dormitório e pedir desculpas a Stevie Rae. Então poderíamos encontrar as
Gêmeas e Damien, e eu poderia contar a eles sobre Elliott (eu pausei considerando se
minhas entranhas diziam me avisavam sobre contar a meus amigos, mas ela ficou queita).
Ok. Então. Eu podia contar a eles. Isso parecia uma idéia melhor do que seguir a vaca da
Afrodite e um grupo de garotos que não me agüentavam. Mas minha intuição, que estava
quieta quando eu pensei sobre falar com meus amigos, de repente se levantou de novo.
Eu tinha que ir ao ritual. Eu suspirei.
“Anda, Z. Você não quer perder o show, quer?”
Erik estava parado perto da porta dos fundos, parecendo o Superman com seus
olhos azuis e sorrindo para mim.
Bem, diabos.
“Você está brincando? Garotas odiosas, um totalmente isolado drama traumático, e a
possibilidade de embaraçamento e derramamento de sangue? O que tem para não amar?
Eu não perderia um minuto disso.” Juntos Erik e eu seguimos o grupo pela porta.
Todos estavam andando silenciosamente pelo muro atrás da sala de recreação, que
era muito perto de onde eu vi Elizabeth e Elliott para mim me sentir confortável. E então,
estranhamento, os garotos parecem desaparecer no muro.
“O que –?” eu sussurrei.
“É só um truque. Você vai ver.”
Eu vi. Na verdade era uma porta escondida. Como o tipo que você vê em velhos
filmes de assassinato, só que invés de uma porta que vai para a biblioteca fora da lareira
(como em um dos filmes de India Jones – sim, sou nerd), a porta era uma sessão do
grosso, e solido muro da escola. Parte dela abria para fora, deixando um espaço aberto
grande o suficiente para uma pessoa (ou calouro ou vampiro ou possivelmente até mesmo
um estranhamente solido fantasma ou dois) passar. Erik e eu fomos os últimos a
atravessar ela. Eu ouvi um suave whoosh, e olhei para trás em tempo de ver a porta se
fechando sem diferença.
“É automático, como a porta de um carro,” Erik sussurrou.
“Huh. Quem sabe sobre isso?”
“Qualquer um que tenha sido uma Filha ou Filho Negro.”
“Huh.” Eu suspeitava que isso fosse provavelmente a maior parte dos vampiros
adultos. Eu olhei ao redor. Eu não vi ninguém nos observando, ou nos seguindo.
Erik notou meu olhar. “Eles não se importam. É tradição da escola que a gente saia
de fininho para alguns dos rituais. Desde que não façamos nada estúpido, eles fingem que
não sabem o que estamos fazendo.” Ele riu. “Funciona bem, eu acho.”
“Desde que a gente não faça nada estúpido,” eu disse.
“Shush!” Alguém na nossa frente assoviou. Eu fechei a boca e decidi me concentrar
em onde estávamos indo. Era quase 4:30. Uh, ninguém estava acordado. Grande
surpresa. Era estranho estar andando por essa parte realmente legal de Tulsa – uma
vizinhança cheia de mansões construídas por antigo dinheiro do olho – e ninguém nos
notar. Estávamos andando por incríveis jardins e nenhum cachorro estava latindo para
nós. Era como se fossemos sombras... ou fantasmas... A idéia me deu um arrepio. A lua
que antes estava quase toda escondida por causa das nuvens agora estava brilhante um
prata-branco em um céu inesperadamente claro. Eu juro que mesmo antes de ser
Marcada eu poderia ler com essa luz. Era legal, mas isso não me incomodava como me
incomodaria a uma semana atrás. Eu tentei não pensar sobre o que isso significa sobre a
Mudança que estava acontecendo dentro do meu corpo.
Cruzamos a rua, e ainda não havia nenhum som nos jardins. Eu ouvi água corrente
antes de ver a pequena ponte para pedestres. A luz do luar iluminou o caminho como se
alguém tivesse derrubado mercúrio no topo dela. Eu me senti capturada pela beleza, e
automaticamente diminui a velocidade, me lembrando que a noite era o meu dia. Eu
esperava que nunca me acostumasse com a escura majestade disso.
“Anda, Z,” sussurrou Erik do outro lado da ponte.
Eu olhei para ele. A silhueta dele contra uma incrível mansão que se esticava até a
colina atrás dele era enorme, terraço, e um lago e um gazebo e fontes de água (essas
pessoas claramente tem dinheiro demais), e ele me lembrava aquelas heróis românticos
de histórias, como... como..., os únicos dois heróis que eu podia pensar eram Superman e
Zorro, e nenhum deles era verdadeiramente históricos. Mas ele parecia muito cavaleiro e
romântico. E então eu registrei em mim exatamente que mansão maravilhosa estávamos
invadindo, e atravessei a ponte correndo até ele.
“Erik,” eu sussurrei freneticamente, “esse é o Museu Philbrook! Vamos nos meter em
problemas se eles nos pegarem aqui.”
“Eles não vão nos pegar.”
Eu tive que lutar para acompanhar ele. Ele estava andando rápido, muito mais
ansioso do que eu para alcansar o silencioso grupo parecido com um fantasma.
“Ok, essa não é a casa de um cara rico. Isso é um museu. Tem guardas 24 horas por
dia aqui.”
“Afrodite drogou eles.”
“O que!”
“Sssssh. Não os machuca. Eles vão ficar grogues por um tempo e então vão pra casa
e não vão lembrar de nada. Nada demais.”
Eu não respondi, mas eu realmente não gostei por ele estar tão “tanto faz” sobre
drogar os seguranças. Simplesmente não parecia certo, embora eu pudesse entender a
necessidade disso. Estavamos invadindo. Não queríamos ser pegos. Então os guardas
precisavam ser drogados. Eu entendi. Eu apenas não gostei, e parecia como outra coisa
que estava começando a mudar sobre as Filhas Negras e sua atitude sagrada. Elas me
lembravam mais e mais das Pessoas da Fé, o que não é uma comparação elogiosa.
Afrodite não é Deus (ou deusa), apesar dela se auto proclamar assim.
Erik parou de andar. Nós nos apressamos para nos juntar ao grupo onde havia se
formado um circulo solto ao redor do gazebo situado no fundo do gentil declívio que
levava para o museu. Era perto do lago ornamental que acabava logo antes do terraço
que levava para o museu começar. Era realmente um lugar incrivelmente lindo. Eu estive
lá duas ou três vezes em viagens de campo, e uma vez, com minha turma de artes, eu fui
até inspirada a desenhar os jardins, embora eu definitivamente não consiga desenhar.
Agora a noite tinha mudado a forma do lugar com bonitos e bem cuidados jardins e fontes
de água de mármore para um mágico mundo de fadas banhado a luz da lua e protegido
por camadas de cinza e preta e azuis da meia noite.
O gazebo em si era incrível. Eu sentei no topo das enormes escadas redondas,
parecidas com um trono, e que você tem que subir por cima. Era feito com colunas
brancas, e o domo era acesso embaixo, para que parecesse algo que você pode encontrar
na Grécia antiga, e então restaurado a sua gloria original e acesso para a noite ver.
Afrodite subiu as escadas e tomou seu lugar no meio do gazebo, o que
imediatamente apagou parte da magia e beleza do lugar. Naturalmente, Pronta para
Guerra, Terrível e Vespa estavam lá também. Outra garota estava ali também, que eu não
reconheci. É claro eu poderia ter visto ela um zilhão de vezes e não lembraria – ela tinha
outro cabelo loiro (embora seu nome provavelmente significasse algo como Maldosa ou
Odiosa). Eles arrumaram uma pequena mesa no meio do gazebo e o enrolaram com uma
capa preta. Eu pude ver que tinha um bando de velas nele, e mais algumas outras coisas,
incluindo uma taça e uma faca. Algum pobre garoto estava caído com a cabeça na mesa.
Uma capa tinha sido colocada ao redor dele, para cobrir o corpo dele, e ele parecia muito
com Elliott na noite que ele foi um refrigerador.
Realmente deve ser preciso muito de um garoto para ter seu sangue drenado para os
rituais de Afrodite, e eu me perguntei se isso tinha algo a ver sobre trazer a morte de
Elliott. Eu bloqueei da minha mente o fato que minha boca estava salivando quando
pensei sobre o sangue do garoto sendo misturado com a taça de vinho. Estranho como
algumas coisas podem totalmente me enojar e me fazer querer demais ao mesmo tempo.
“Eu vou lançar o circulo e chamar o espírito de nossos ancestrais para dançar
conosco,” Afrodite disse. Ela falou suavemente, mas a voz dela viajou ao nosso redor
como uma nuvem de veneno. Era assustador pensar sobre fantasmas sendo atraídos pelo
circulo de Afrodite, especialmente depois da minha recente experiência com fantasmas,
mas eu tinha que admitir estar intrigada tanto quanto assustada. Talvez eu tivesse tanta
certeza que precisava estar aqui porque eu tivesse predestina a pegar algumas pistas
sobre Elizabeth e Elliott hoje a noite. Além do mais, esse ritual era obviamente algo que as
Filhas Negras tem feito a um tempo. Não poderia ser assustador ou perigoso. Afrodite
bancou a grande e legal, mas eu tinha o pressentimento que era fingimento. Por debaixo
ela era o que todos os valentões são – insegura e imatura. Também, valentões tendem a
evitar qualquer um mais forte que eles, então era lógico que se Afrodite iria chamar
espíritos no circulo significava que eles eram inocentes, provavelmente bonzinhos. Afrodite
definitivamente não iria trazer um grande, maldoso, e assustador monstro.
Ou nada tão apavorante quanto Elliott tinha se tornado.
Eu comecei a relaxar em dar boas vindas ao que já estava se tornando um familiar,
hum, poder enquanto as 4 Filhas Negras pegavam as velas que correspondiam aos
elementos que elas representavam, e então se moveram para o lugar correto no pequeno
circulo no gazebo. Afrodite invocou o vento, e meu cabelo levantou gentilmente com uma
brisa que só eu podia sentir. Na verdade, apesar de Afrodite e das puxa sacos Filhas
Negras, eu já estava aproveitando o inicio do ritual. E Erik estava parado do meu lado, o
que me ajudou a não me importar se mais ninguém ia falar comigo.
Eu relaxei mais, certa de repente que o futuro não seria ruim. Eu iria fazer as pazes
com meus amigos, iríamos descobrir juntos, o que diabos estava acontecendo com os
estranhos fantasmas, e talvez até conseguir um namorado totalmente gostoso. Tudo
ficaria bem. Eu abri meus olhos e observei Afrodite se mover ao redor do circulo. Cada
elemento passou por mim, e eu me perguntei como Erik podia ficar tão perto de mim e
não notar. Eu até dei uma espiada nele, meio que esperando que ele me encarasse
enquanto os elementos passavam na minha pele, mas, como todos os outros, ele estava
olhando para Afrodite. (O que na verdade era irritante – ele não deveria ficar dando
olhadinhas em mim, também?) Então Afrodite começou o ritual para invocar os espíritos
ancestrais, e até mesmo eu não consegui tirar minha atenção dela. Ela ficou parada na
mesa, segurando uma longa trança de grama seca por cima da chama púrpura, então ele
acendeu rapidamente. Ela deixou que ele queimasse um pouco, e então o assoprou. Ela
acenou gentilmente ao redor dela quando começou a falar, enchendo a área com fumaça
de rebento. Eu cheirei, reconhecendo o cheiro da grama, uma das mais sagradas ervas
cerimôniais porque atrai energia espiritual. Vovó usava frequentimente nas rezas. Então
em franzi e senti uma preocupação. Grama fresca deveria ser usada apenas depois da
salva ser queimada para limpar e purificar a área; se não, poderia atrair qualquer energia
– e “qualquer” nem sempre significa algo bom. Mas era tarde demais para dizer algo,
mesmo se eu pudesse ter impedido a cerimônia. Ela já tinha começado a chamar os
espíritos, e a voz dela tinha tomado um assustador tom de musica que era de alguma
forma intensificado pela fumaça que passava grossamente ao redor dela.
“Eu te saúdo, espíritos ancestrais, e peço que vocês aceitem nossa oferenda de vinho
e sangue para que possam lembrar qual o gosto da vida.” Ela levantou a taça, e as forças
de fumaça se prepararam e se irritaram com obvia excitação. “Eu te saúdo, espíritos
ancestrais, e com a proteção do meu circulo eu -”
“Zo! Eu sabia que eu iria te achar se eu tentasse o suficiente!”
A voz de Heath passou pela noite, cortando as palavras de Afrodite.

house of night - marcada (capitulo 26)


VINTE E SEIS
Se o assovio e ronronar de Skylar não tivesse chamado minha atenção, eu nunca
teria visto Afrodite caida no pequeno canto do corredor da sala de Neferet.
“O que é Skylar?” Eu ergui as mãos cuidadosamente lembrando o que Neferet disse
sobre seu gato ser um mordedor conhecido. Eu também estava sinceramente feliz por
Nala não estar comigo como sempre – Skylar provavelmente comeria minha pobre gata no
almoço. “Gatinho-gatinho,” o enorme e laranja Tom me deu um olhar considerado
(provavelmente considerando se iria ou não morder minha mão). Então ele tomou sua
decisão, e se mexeu até a minha direção. Ele se esfregou nas minhas pernas, então ele ao
contra um ótimo assovio antes de desaparecer pelo corredor na direção da sala de
Neferet.
“Qual diabos é o problema dele?” Eu olhei hesitante para o canto, me perguntando o
que faria um gato com Skylar baforar e assoviar, e então senti uma onda de choque. Ela
estava sentada no chão, difícil de ver na sombra embaixo da beirada da estatua de Nyx. A
mão dela estava virada para trás, e os olhos dela estavam virados então só a parte branca
estava aparecendo. Ela quase me matou de susto. Eu me senti congelar, esperando a
qualquer segundo ver o sangue derramando pelo rosto dela. Então ela gemeu e
murmurou algo que eu não consegui entender enquanto os globos oculares dela viravam
pelos olhos vejados dela como se ela estivesse vendo algo. Eu percebi o que deveria estar
acontecendo. Afrodite estava tendo uma visão. Ela provavelmente a sentiu vindo e se
encondeu no conta para que ninguém a visse e pudesse manter a informação sobre morte
e destruição que ela podia impedir, para ela mesma. Vaca. Bruxa.
Bem, eu não iria mais deixar ela escapar com essa merda. Eu me abaixei e agarrei
pelo braço, a levantando. (Deixe-me te dizer, ela é muito mais pesada do que parece.)
“Anda,” eu rugi, meio que carregando ela enquanto ela ela se lançava cegamente
para frente comigo. “Vamos dar uma volta pelo corredor e ver que tipo de tragédia você
não queria comentar.”
Graças a Deus, o quarto de Neferet não era muito longe. Nós entramos e Neferet
pulou de trás da sua mesa e se apressou em nossa direção.
“Zoey! Afrodite! O que?” Mas assim que ela olhou para Afrodite, o alarme dela
mudou para um calmo entendimento. “Me ajude a colocar ela aqui na minha cadeira. Ela
ficará mais confortável lá.”
Levamos Afrodite para enorme cadeira de couro de Neferet, e a deixamos se afundar
nela. Então Neferet se abaixou para o lado dela e pegou a mão dela.
“Afrodite, com a voz da deusa eu te suplico que conte a Sacerdotisa dela o que você
vê.” A voz de Neferet era suave, mas que compelida, e eu podia sentir o poder no
comando dela.
As pálpebras de Afrodite imediatamente começaram a se abrir, e ela deu um
profundo suspiro. Então ela as abriu de repente. Os olhos dela pareciam enormes e
vidrados.
“Tanto sangue! Tinha tanto sangue saindo do corpo dele!”
“Quem, Afrodite? Se concentre. Se foque e limpe a visão,” Neferet ordenou.
Afrodite deu outro profundo suspiro. “Eles estão mortos! Não. Não. Isso não pode
ser! Não está certo. Não. Não é natural! Eu não entendo... eu não...” Ela piscou os olhos
de novo, e o deslumbre dela pareceu clarear. Ela olhou pela sala, como se não
reconhecesse nada. Os olhos dela tocaram os meus. “Você...” ela disse fracamente. “Você
sabe.”
“Sim” eu disse, pensando que eu sabia que ela estava tentado esconder sua visão,
mas tudo que eu disse foi, “eu te encontrei no corredor e -” Neferet ergueu a mão para
me parar.
“Não, ela não terminou. Ela não deveria estar voltando a si tão cedo. A visão ainda é
muito abstrata,” Neferet me disse rapidamente, e então abaixou a voz de novo e assumiu
o tom de comando compeledor. “Afrodite, volte. Veja o que é que você testemunhou, e o
que você deve mudar.”
Há! Te peguei agora. Eu não pude me impedir de ficar um pouco presunçosa. Afinal
de contas, ela tinha tentado arrancar meu olho ontem.
“O morto...” Ficando cada vez mais difícil de entender, Afrodite murmurou algo que
soava como “Túneis... eles... mataram... alguém... lá... eu... não... eu... não posso...” Ela
estava frenética, e eu quase senti pena dela. Claramente, o que quer que fosse que ela
estivesse vendo estava assustando ela também. Então os olhos dela encontraram Neferet,
e eu vi reconhecimento passar por eles e comecei a relaxar. Ela estava voltando e toda
essa coisa estranha seria esclarecida. E quando pensei nisso, os olhos de Afrodite, que
pareciam estar trancados no de Neferet, se alargaram sem acreditar. Um olhar de terror
passou pelo rosto dela e ela gritou.
Neferet bateu as mãos nos ombros trêmulos de Afrodite. “Acorde!” Ela mal olhou
pelos ombros para me dizer, “Vá agora, Zoey. A visão dela é confusa. A morte de Elliott a
chateou. Eu preciso ter certeza que ela voltou a si novamente.”
Eu não precisava ser mandada duas vezes. Com a obsessão de Heath esquecida, eu
sai correndo de lá e fui para a aula de espanhol.
Eu não conseguia me concentrar na aula. Eu continuava repassando a estranha cena
com Neferet e Afrodite de novo e de novo. Ela obviamente estava tendo uma visão sobre
pessoas morrendo, mas pela reação de Neferet não tinha sido uma visão normal (se existe
tal coisa). Stevie Rae tinha dito que as visões de Afrodite eram tão claras que ela pode
direcionar as pessoas para o aeroporto certo e especificar até o avião que iria cair. Ainda
sim hoje, de repente, nada estava claro. Bem, nada a não ser me vendo e dizer aquelas
coisas estranhas, e gritando pra caramba com Neferet. Não fazia sentido. Eu estava quase
ansiosa para ver como ela iria agir essa noite. Quase.
Eu guardei a escova de Persephone e peguei Nala, que estava empoleirada no topo
do cocho do cavalo observando e fazendo seus estranhos me-eeh-uf-ows para mim, e
comecei a devagar voltar para o dormitório. Dessa vez Afrodite não brigou comigo, mas
quando passei pelo canto do carvalho Stevie Rae, Damien, e as Gêmeas estavam
empoleirados juntos conversando muito – que de repente parou quando eu apareci. Todos
eles olharam de forma culpada para mim. Era bem fácil adivinhar sobre o que eles
estavam falando.
“O que?” eu perguntei.
“Estávamos esperando por você,” Stevie Rae disse. A felicidade usual dela está
desaparecida.
“Qual o problema com você?” eu perguntei.
“Ela está preocupada com você,” Shaunee disse.
“Nós estamos preocupados com você,” Erin disse.
“O que está acontecendo com seu ex?” Damien perguntou.
“Ele está incomodando, só isso. Se ele não incomodasse, não seria meu ex.” Eu
tentei falar indiferente, sem olhar para nenhum dos olhos dele por muito tempo. (Embora
nunca tenho sido uma boa mentirosa.)
“Achamos que eu deveria ir com você hoje a noite,” Stevie Rae disse.
“Na verdade, achamos que nós deveríamos ir com você hoje a noite,” Damien
corrigiu.
Eu franzi a testa para eles. De jeito nenhum eu iria querer que todos eles me vissem
beber o sangue do perdedor que eles conseguissem arranjar misturado com o vinho hoje
a noite.
“Não.”
“Zoey, foi um péssimo dia. Todos estão estressados. Além do mais, Afrodite está
querendo te pegar. Faz sentido que fiquemos juntos hoje a noite,” Damien disse
logicamente.
Sim, era lógico, mas eles não sabiam a história toda. Eu não queria que eles
soubessem a história toda. Ainda. A verdade era, que eu me importava demais com eles.
Eles me fizeram sentir aceita e segura – eles me fizeram sentir como se eu encaixasse
aqui. Eu não podia arriscar perder isso agora, não quando tudo isso ainda era tão novo e
assustador. Então eu fiz o que aprendi a fazer bem demais em casa quando estava
assustada e chateada e não queria que ninguém soubesse – eu fiquei fula e na defensiva.
“Vocês dizem que eu tenho poderes que algum dia vão fazer de mim Alta
Sacerdotisa?” Todos acenaram com vontade e sorriram para mim, o que fez meu coração
se apertar. Eu cerrei os dentes e fiz minha voz soar realmente fria. “Então vocês precisam
ouvir quando eu digo não. Eu não quero vocês lá hoje a noite. Isso é algo que eu tenho
que lidar. Sozinha. E não quero falar mais sobre isso.”
E então me afastei deles.
Naturalmente, dentro de meia hora eu me senti culpada por ter sido tão má. Eu
andei de um lado para o outro de baixo do grande carvalho que de alguma forma tinha
virado meu santuário, irritando Nala e desejando que Stevie Rae aparecesse para que eu
pudesse me desculpar. Meus amigos não sabiam por que eu não os queria lá. Eles só
estavam cuidando de mim. Talvez... talvez eles entendessem o negocio do sangue. Erik
pareceu entender. Ok, claro, ele era um quintanista, mas ainda sim. Todos deveríamos
passar por isso. Todos deveríamos desejar sangue – ou morremos. Eu me alegrei um
pouco e acariciei a cabeça de Nala.
“Quando a alternativa é a morte, beber sangue não parece tão ruim. Certo?”
Ela ronronou, então eu aceitei isso como um sim. Eu olhei a hora no relógio. Merda.
Eu tinha que voltar para o dormitório, mudar de roupa, e ir me encontrar com as Filhas
Negras. Com indiferença eu comecei a seguir o muro para trás. Era uma noite com nuvens
de novo, mas não me importei com a escuridão. Na verdade, eu estava começando a
gostar da noite. Eu deveria. Seria meu elemento por um longo tempo. Se eu vivesse.
Como se pudesse ler meu pensamento mórbido, Nala "me-eeh-uf-owed" emburrada para
mim enquanto ela andava ao meu lado.
“Sim, eu sei. Eu não deveria ser tão negativa. Eu vou trabalhar nisso logo depois que
eu –“
O baixo rosno de Nala me surpreendeu. Ela parou. As costas dela estavam arqueadas
e o pelo dela estava erguido, fazendo ela parecer uma gorda bola de pelos, mas os olhos
afiados dela não eram brincadeira, e nem a feroz assovio que saiu da boca dela. “Nala, o
que...”
Um terrível calafrio passou pela minha espinha mesmo antes deu virar para olhar na
direção que minha gata estava encarando. Mais tarde, eu não pude descobrir porque eu
não gritei. Eu lembro da minha boca abrir para buscar ar, mas eu estava absolutamente
silenciosa. Eu parecia estar entorpecida, mas isso era impossível. Se eu estivesse
entorpecida não tem como eu ter ficado tão perfeitamente petrificada.
Elliott estava parado a menos de um metro de distancia de mim na escuridão que
engolia o espaço próximo ao muro. Ele deveria estar indo na mesma direção que Nala e
eu estávamos andando. Então ele ouviu Nala, e meio que se virou na nossa direção. Ela
assoviou de novo para ele e, com um rápido movimento assustado ele se virou para nos
olhar diretamente.
Eu juro que eu não conseguia respirar. Ele era um fantasma – ele tinha que ser, mas
ele parecia solido, tão real. Se eu não tivesse visto o corpo dele rejeitar a Mudança, eu
teria pensando que ele só estava muito pálido e... e... estranho. Ele estava anormalmente
branco, mas tinha mais coisas erradas com ele do que isso. Os olhos dele tinham mudado.
Eles refletiam a pouca luz que tinha e brilhavam em um terrível vermelho rústico, como
sangue seco.
Exatamente do jeito que os olhos do fantasma de Elizabeth brilhavam.
Tinha mais alguma coisa diferente nele também.
O corpo dele parecia estranho – mais magro. Como isso era possível? O cheiro veio
até mim. Velho e seco e deslocado, como um armário que não era aberto a muitos anos
ou um porão assustador. Era o mesmo cheiro que eu notei logo antes de ver Elizabeth.
Nala rugiu e Elliott jogado de um jeito estranho e meio corcunda assoviou de volta
para ela. Então ele juntou os dentes e eu pude ver que ele tinha presas! Ele deu um passo
em direção a Nala como se ele fosse atacar ela. Eu não pensei, eu só reagi.
“Deixe ela em paz e sai daqui!” Me surpreendi como eu soei como se eu não
estivesse fazendo nada mais excitante do que gritar com um cachorro mau, porque eu
totalmente estava apavorada.
A cabeça dele virou na minha direção e o brilho nos olhos dele tocaram os meus pela
primeira vez. Errado! A voz intuitiva dentro de mim que tinha se tornado familiar estava
gritando. Isso é uma abominação!
“Você...” A voz dele era horrível. Era áspera e grossa, como se algo tivesse
machucado a garganta dele. “Eu vou ter você!” E ele começou a vir na minha direção.
O medo me engolfou como um vento amargo.
A batalha de rugidos de Nala rasgou a noite quando ela se jogou contra o fantasma
de Elliott. Em completo choque eu assisti, esperando que a gata atravessasse o ar vazio.
Ao invés disso ela pousou na cocha dele, as garras estendidas, arranhado e ganindo como
um animal 3 vezes do tamanho dela. Ele gritou, agarrou ela pela nuca, e a jogou para
longe. Então, com uma velocidade impossível e força ele literalmente pulou para o topo do
muro, e desapareceu na noite que cercava a escola.
Eu estava tremendo tanto que eu tropecei. “Nala!” Eu chorei. “Onde você está,
garotinha?”
Bufando e rosnando, ela se aproximou de mim, mas os olhos cortantes dela ainda
estavam focados no muro. Eu me arrastei para o lado dela, e com as mãos tremendo a
chequei para me certificar que ela estava inteira. Ela parecia não ter quebrado nada,
então eu a coloquei para cima e comecei a me afastar do muro o mais rápido que eu
pude.
“Está tudo bem. Estamos bem. Ele foi embora. Que garota corajosa você é.” Eu
fiquei falando para ela. Ela se empoleirou no meu ombro para poder ver atrás de nós, e
continuou a rosnar.
Quando eu vi a primeira luz, não muito longe da sala de recreação, eu parei e mudei
a posição de Nala para olhar mais perto se ela estava bem. O que eu encontrei fez meu
estomago se apertar com tanta força que eu pensei que fosse vomitar. Nas patas dela
havia sangue. Mas não eram de Nala. E não tinha um cheiro delicioso como outros
sangues que eu tinha cheirado. Ao invés disso carregava o cheiro de um mofado e seco,
velho porão. Eu me forcei a não tentar vomitar enquanto limpava as patas dela na grama.
Então eu a ergui de novo e me apressei pela calçada que levava para o dormitório. Nala
nunca parou de olhar para trás de nós e rosnar.
Stevie Rae, as Gêmeas, e Damien estavam suspeitosamente ausentes do dormitório.
Eles não estavam assistindo TV – não estavam na sala do computador ou na biblioteca, e
também não estavam na cozinha. Eu subi rapidamente pelas escadas, esperando
desesperadamente que pelo menos Stevie Rae estivesse no quarto. Não tive sorte.
Eu sentei na cama, acariciando a ainda distraída Nala. Eu deveria tentar encontrar
meus amigos? Ou deveria apenas ficar aqui?
Stevie Rae iria eventualmente voltar para o quarto. Eu olhei para o relógio do Elvis
dela. Eu tinha cerca de 10 minutos para me trocar e ir para a sala de recreação. Mas como
eu podia seguir com o ritual depois do que tinha acontecido?
O que tinha acontecido?
Um fantasma tentou me atacar. Não. Não estava certo. Como poderia haver um
fantasma que sangra? Mas tinha sido sangue? Não cheirava a sangue. Eu não fazia idéia
do que estava acontecendo.
Eu deveria ir diretamente até Neferet e dizer a ela o que tinha acontecido. Eu deveria
levantar agora e me levar e minha gata surtada para Neferet e contar a ela sobre
Elizabeth na noite passada e agora Elliott hoje a noite. Eu deveria... eu deveria...
Não. Dessa vez não foi um grito dentro de mim. Foi uma certeza. Eu não podia
contar a Neferet, pelo menos não agora.
“Eu tenho que ir para o ritual.” Eu disse em voz alta as palavras que estavam
ecoando na minha mente. “Eu tenho que estar nesse ritual.”
Enquanto eu colocava o vestido preto e procurava no armário pelo minha rasteirinha
eu me senti ficando muito calma. As coisas aqui não jogavam as mesmas regras do meu
antigo mundo – na minha vida antiga – e era hora deu aceitar isso e começar a me
acostumar.
Eu tinha uma afinidade com os 5 elementos, o que significava que eu tinha sido
presenteada com incríveis poderes por uma antiga deusa. Como vovó me lembrou, grande
poder trás grande responsabilidade. Talvez eu estivesse sendo permitida de ver essas
coisas – por uma razão. Eu não sabia o que isso significa ainda. Na verdade, eu não sabia
muito a não ser os dois pensamentos que estavam clareando na minha mente: eu não
podia contar a Neferet, e eu tinha que ir para o ritual.
Me apressando para a sala de recreação, eu tentei pelo menos pensar positivamente.
Talvez Afrodite não aparecesse hoje a noite, ou estivesse lá, mas esquecesse de me
perseguir.
Acabou, como mandava minha sorte, não ser nenhum dos casos.

A.Vampiro - aura negra (capitulo 14)


QUATORZE
Dois caras que eu nunca tinha visto antes estavam atacando um ao outro. Eles pareciam estar
na faixa dos 20 anos, e nenhum deles me notou. O que tinha batido em mim empurrou o outro
com força, forçando ele a dar vários passos para trás.
“Você está com medo!” gritou o cara perto de mim. Ele usava uma sunga verde, e a parte de
trás do seu cabelo estava molhada. “Você está com medo. Você só quer ficar na sua mansão e
deixar os guardiões fazerem o trabalho sujo.O que você vai fazer quando eles estiverem todos
morto? Quem vai proteger você?”
O outro cara limpou o sangue do rosto com as costas da sua mão. De repente eu o reconheci –
graças as luzes loiras. Ele era o cara da realeza que tinha gritado com Tasha sobre ela querer
liderar os Moroi para batalha. Ela o chamou de Andrew. Ele tentou dar um golpe e falho; a
técnica dele era toda errada. “Esse é o jeito mais seguro.Ouça aquela amante de Strigoi, e
estamos todos mortos. Ela está tentando destruir toda nossa raça!”
“Ela está tentando nos salvar!”
“Ela está tentando nos fazer usar magia negra!”
A amante de Strigoi tinha que ser Tasha. O cara que não era da realeza foi a primeira pessoa
fora do meu circulo que eu ouvi falar em favor dela. Eu me pergunto quantos outros
partilhavam de sua idéia. Ele socou Andrew de novo, e meus instintos – ou talvez o soco – me
fizeram entrar em ação.
Eu dei um passo a frente e fiquei entre eles. Eu ainda estava tonta e um pouco instável. Se
eles não estivessem tão perto, eu provavelmente teria caído. Os dois hesitaram, claramente
pegos de surpresa.
“Saia daqui,” disse Andrew.
Sendo homem e Moroi, eles eram mais altos e mais pesados que eu, mas eu provavelmente
era mais forte que os dois. Esperando poder aproveitar o máximo disso, eu agarrei os dois pelo
braço, e os puxei para perto de mim, então os empurrei com o máximo de força que eu pude.
Eles se assustaram, não esperando minha força. Eu me assustei um pouco também.
O cara que não era da realeza ficou brabo e deu um passo na minha direção. Eu estava
contando que ele fosse um daqueles caras a moda antiga e não batesse numa garota. “O que
você está fazendo?” ele exclamou. Várias pessoas tinham se reunido e assistiam excitados.
Eu devolvi seu olhar furioso. “Estou tentando impedir vocês de serem mais idiotas do que já
são! Você quer ajudar? Parem de brigar entre si! Arrancar a cabeça um do outro não vai salvar
os Moroi a não ser que você esteja tentando tirar a estúpidas dos seus genes.” Eu apontei para
Andrew. “Tasha Ozera não está tentando matar todo mundo. Ela esta tentando fazer vocês
pararem de ser vitimas.” Eu me virei para o outro cara. “E quanto a você, você tem um longo
caminho a percorrer se você acha que esse é o jeito de se fazer entender. Mágica –
especialmente magia defensiva – necessita de muito auto-controle, e até agora, você não me
impressionou com o seu. Eu tenho mais que você, e se você me conhecesse, saberia o quão
louco isso é.”
Os dois caras me encaravam, surpresos. Aparentemente eu fui mais eficaz do que provocativa.
Bem, pelo menos por vários segundos. Porque quando o choque das minhas palavras passou,
eles foram um pra cima do outro de novo. Eu fui pega no fogo cruzado e empurrada para
longe, quase caindo no processo. De repente, atrás de mim, Mason veio em minha defesa. Ele
socou o primeiro cara que conseguiu – o que não era da realeza.
O cara caiu para trás, caindo na piscina derramando água por tudo quanto era lugar. Eu gemi
lembrando do meu medo de quebrar o crânio, mas um segundo depois, ele ficou de pé e tirou
a água dos olhos.
Eu agarrei o braço de Mason, tentando segurar ele, mas ele se soltou e foi atrás de Andrew.
Ele empurrou Andrew com força, o empurrando para vários Moroi – amigos de Andrew, eu
suspeitava – que pareciam estar tentando separar a luta. O cara na piscina saiu, fúria em todo
seu rosto, e fez movimentos na direção de Andrew. Dessa vez, Mason e eu bloqueamos o
caminho dele. Ele olhou para nós.
“Não,” eu avisei ele.
O cara apertou seu punho e parecia que estava pronto em tentar derrubar nos dois. Mas nós
éramos intimidadores, e ele não parecia ter um monte de amigos aqui como Andrew – que
estava gritando obscenidades e sendo arrastado para longe – tinha. Com algumas ameaças
murmuradas, o cara que não era da realeza se afastou.
Assim que ele saiu, eu virei para Mason. “Você está fora de si?”
“Huh?” ele perguntou.
“Pulando no meio daquilo!”
“Você pulou também,” ele disse.
Eu comecei a discutir, então percebi que ele tinha razão. “É diferente,” eu murmurei.
Ele se inclinou para frente. “Você está bêbada?”
“Não. É claro que não. Estou apenas tentando te impedir de fazer algo estúpido. Só porque
você tem ilusões de ser capaz de matar um Strigoi não significa que você tem que derrubar
todo mundo.”
“Ilusão?” ele perguntou com rigor.
Eu comecei a me sentir enjoada. Minha cabeça girava, eu continuei a me dirigir ao quarto,
esperando não tropeçar.
Mas quando eu o alcancei, eu vi que não era algum tipo de quarto de sobremesa ou com
bebidas. Bem, pelo menos não a que eu estava imaginando. Era um quarto de alimentadores.
Vários humanos estavam sentados em sofás com Moroi ao lado deles. Incenso de Jasmim
estava no ar. Atordoada, eu assisti com fascinação enquanto um Moroi loiro se inclinava para o
pescoço de uma ruiva bonita. Todos aqueles alimentadores eram excepcionalmente bonitos,
eu percebi. Como atrizes ou modelos. Só o melhor para a realeza.
O cara bebeu por muito tempo, e a garota fechou os olhos e apertou os lábios, em uma
expressão de pura felicidade enquanto as endorfinas dos Moroi fluía para sua corrente
sanguínea. Eu tremi, lembrando de quanto eu tinha experimentado esse tipo de euforia. Eu
minha mente alcoolizada, a coisa toda parecia meio erótica. Na verdade, eu quase me senti
como uma intrusa – como se eu estivesse vendo as pessoas transarem. Quando o Moroi
terminou e lambeu o resto do sangue, ele passou seus lábios contra a bochecha dela em um
suave bejo.
“Quer ser voluntaria?”
Dedos leves passaram na minha nuca, e eu dei um pulo. Eu me virei e vi os olhos verdes e um
sorriso arrogante de Adrian.
“Não faça isso,” eu disse a ele, empurrando sua mão para longe.
“Então o que você está fazendo aqui?” ele perguntou.
Eu fiz um gesto ao redor. “Estou perdida.”
Ele me olhou. “Você está bêbada?”
“Não. É claro que não... mas...” A náusea diminuiu um pouco, mas eu ainda não me sentia
bem. “Eu acho que eu deveria sentar.”
Ele pegou meu braço. “Bem, não sente aqui. Alguém pode entender errado. Vamos para um
lugar calmo.”
Ele me levou para um lugar diferente, e eu olhei ao redor com interesse. Era uma área para
massagem. Vários Moroi estavam deitados de costas e estavam sendo massageados nas costas
e nos pés pelos empregados do hotel. O olho que eles usavam cheirava a lavanda e alecrim.
Em outras circunstancias, uma massagem seria ótimo, mas deitar de barriga pra baixo parecia
a pior idéia agora.
Eu sentei no chão acarpetado, me inclinando contra a parede. Adrian se afastou e voltou com
um copo de água. Sentando também,ele me entregou o copo.
“Beba isso. Vai ajudar.”
“Eu disse a você, não estou bêbada,” eu murmurei. Mas eu aceitei a água de qualquer forma.
“Uh-huh.” Ele sorriu para mim. “Você fez um bom trabalho com aquela luta. Quem era o outro
cara que te ajudou?”
“Meu namorado,” eu disse.”Mais ou menos.”
“Mia estava certa. Você tem muitos caras na sua vida.”
“Não é desse jeito.”
“Ok.” Ele ainda sorria. “Onde está Vasilisa? Eu achei que ela estaria grudada com você.”
“Ela está com o namorado dela.” Eu o estudei.
“Qual é a desse tom? Ciúmes? Você quer ele pra você?”
“Deus, não. Eu só não gosto dele.”
“Ele trata ela mal?” ele perguntou.
“Não,” eu admiti. “Ele adora ela. Ele é só meio que um idiota.”
Adrian estava claramente gostando disso. “Ah, você está com ciúmes. Ela passa mais tempo
com ele do que com você?”
Eu ignorei isso. “Porque você continua perguntando sobre ela? Você está interessado nela?”
Ele riu. “Fique tranqüila, não estou interessada por ela no mesmo jeito que você.”
“Mas você está interessado.”
“Eu só quero conversar com ela.”
Ele saiu para pegar mais água. “Se sentindo melhor?” ele perguntou, me entregando o copo.
Era de cristal e entalhado de forma complexa. Parecia ser muito chique para água normal.
“É... eu não achei que aqueles drinks fossem tão fortes.”
“Essa é a beleza deles,” ele riu. “E falando em beleza... essa cor fica incrível em você.”
Eu me mexi. Ele podia não mostrar tanta pele quanto o das outras garotas, mas eu estava
mostrando mais do que eu queria com Adrian. Ou eu estava? Tinha algo estranho sobre ele.
Seu jeito arrogante me irritava... mas eu ainda gostava de estar perto dele. Talvez o gênio em
minha tinha reconhecido um espírito gentil.
Em algum lugar no fundo da minha mente bêbada, uma luz se acendeu. Mas eu não podia
entender direito. Eu bebi mais água.
“Você não acende um cigarra, a tipo, 10 minutos,” eu falei, querendo mudar de assunto.
Ele fez uma cara. “Proibido fumar aqui.”
“Eu tenho certeza que você compensou com o ponche.”
O sorriso dele voltou. “Bem, alguns de nós podem beber. Você não vai ficar enjoada, vai?”
Eu ainda me sentia bêbada mas não nauseada. “Não.”
“Ótimo.”
Eu pensei sobre quando sonhei com ele. Tinha sido um sonho, mas tinha ficado comigo,
particularmente a conversa sobre eu ser cercada de escuridão. Eu queria perguntar a ele sobre
isso... em pensar que eu sabia que era idiota. Tinha sido meu sonho, não dele.
“Adrian...”
Ele virou seus olhos para mim. “Sim, querida?”
Eu não conseguia me fazer perguntar. “Esquece.”
Ele começou a responder, então virou sua cabeça em direção a porta. “Ah, aí vem ela.’
“Quem-“
Lissa entrou no quarto, olhos olhando ao redor. Quando ela nos viu, eu vi alivio passar por ela.
Eu não podia senti-lo no entanto. Álcool adormecia nossa ligação. Era outra razão pelo qual eu
não deveria ter feito uma coisa tão estúpida hoje a noite.
“Aí está você,” ela disse, se ajoelhando ao meu lado. Olhando para Adrian, ela acenou para ele.
“Hey.”
“Hey pra você, prima,” ele respondeu, usando os termos familiares que as vezes a realeza
usava perto um do outro.
“Você está bem?” Ela me perguntou. “Quando eu vi o quão bêbada você estava, eu pensei que
você pudesse ter caído em algum lugar e se afogado.”
“Eu não-“ eu desisti de tentar negar. “Estou bem.”
A expressão usual de Adrian ficou séria enquanto ele estudava Lissa. De novo me lembrou do
sonho. “Como você a encontrou?”
Lissa deu a ele um olhar surpreso. “Eu, um, olhei em todos os aposentos.”
“Oh.”Ele parecia desapontado. “Eu pensei que você teria usado sua ligação.”
Nós duas o encaramos.
“Como você sabe sobre isso?” Eu exigi. Apenas algumas pessoas da escola sabiam. Adrian
tinha falado de forma tão casual que era como se ele tivesse falado em cor de cabelo.
“Hey, eu não posso revelar todos os meus segredos, posso?” ele perguntou misterioso. “E
além do mais, tem um certo jeito que vocês duas agem perto uma da outra... é difícil explicar.
É bem legal...todos os antigos mitos são verdadeiros.”
Lissa olhou para ele cuidadosamente, “A ligação só funciona em uma via. Rose pode sentir o
que eu estou sentindo e pensando, mas eu não posso sentir o que ela sente.”
“Ah.” Ele ficou sentado em silencio por alguns segundos, e eu bebi mais água. Adrian falou de
novo. “No que você é especializada mesmo, prima?”
Ela parecia embaraçada. Nós duas sabíamos que era importante manter os poderes do Espírito
em segredo daqueles que poderiam querer abusar dos poderes de cura dela, mas a história de
que ela não tinha se especializado em nada sempre a incomodava.
“Não me especializei,” ela disse.
“Eles acham que você vai?Mais tarde?”
“Não.”
“Você provavelmente tem mais poder com os outros elementos, certo? Só não tão forte para
dominar um?” Ele levantou a mão e alcançou seu ombro em um gesto de conforto exagerado.
“É, como você-“
No momento em que os dedos dele tocaram ela, ela arfou. Era como se um raio tivesse
atingido ela. O olhar mais estranho cruzou o rosto dela. Mesmo bêbada, eu senti a alegria que
veio pela ligação. Ela olhava para Adrian com admiração. Os olhos dele estavam presos aos
dela também. Eu não entendi porque eles estavam olhando um para o outro desse jeito, mas
me incomodou.
“Hey,” eu disse.”Pare com isso. Eu falei pra você, ela tem namorado.”
“Eu sei,” ele disse, ainda olhando para ela. Um sorriso pequeno surgiu em seus lábios. “Nós
precisamos conversar um dia, prima.”
“Sim,” ela concordou.
“Hey.” Eu estava mais confusa do que nunca. “Você tem um namorado. E ali está ele.”
Ela piscou de volta para a realidade. Nós três nos viramos em direção a porta. Christian e os
outros estavam parados ali. Eu de repente lembrei de quando eles tinham me encontrado com
braços de Adrian ao meu redor. Isso não era muito melhor. Lissa e eu estávamos sentadas uma
de cada lado dele, bem próximas.
Ele deu um pulo, parecendo meio culpada. Christian estava olhando com curiosidade.
“Estavamos nos aprontando para ir embora,” ele disse.
“Ok,” ela disse a ele. Ela olhou para mim. “Pronta?”
Eu acenei e comecei a me levantar. Adrian pegou meu braço enquanto eu levantava e me
ajudou. Ele sorriu para Lissa. “Bom falar com você.” Para mim, ele murmurou quietamente,
“Não se preocupe. Eu disse a você, não estou interessado nela desse jeito. Ela não fica tão bem
em um biquíni.E provavelmente não fica tão bem fora de um.”
Eu puxei meu braço para longe. “Bem, você nunca vai descobrir.”
“Está tudo bem,” ele disse. “Eu tenho uma boa imaginação.”
Eu me juntei aos outros, e nós nos dirigimos de volta para a parte principal do hotel. Mason
me deu um olhar estranho o mesmo que Christian tinha dado a Lissa e ficou longe de mim,
andando na frente com Eddie. Para minha surpresa e desconforto, eu me encontrei andando
ao lado de Mia. Ela parecia arrasada.
“Eu... eu sinto muito sobre o que aconteceu,” eu disse finalmente.
“Você não tem que agir como se você se importasse, Rose.”
“Não, não. Eu falo serio. É horrível... eu sinto muito.” Ela não olhava para mim. “Isso...isso é,
você vai ver seu pai logo?”
“Quando eles fizerem o memorial,” ela disse rigidamente.
‘Oh.”
Eu não sabia o que mais dizer e desisti, virando minha atenção para as escadas enquanto
subíamos de volta para o nível do hotel. Inesperadamente, Mia foi quem continuou a
conversa.
“Eu vi você separar aquela luta...” ela disse devagar. “Você mencionou magia ofensiva. Como
se você soubesse sobre ela.”
Oh.Ótimo. Ela iria fazer uma chantagem...é? Naquele momento, ela parecia quase gentil.
“Estava apenas chutando,” eu disse. De jeito nenhum eu ia entregar Tasha e Christian. “Eu não
sei muito. Só historias que eu ouvi.”
“Oh.” Seu rosto caiu. “Que tipo de histórias?”
“Um, bem... “ eu tentei pensar em algo nem muito vago nem muito especifico.”Como eu disse
aqueles caras... o negocio da concentração é grande. Porque se você estiver numa luta com
um Strigoi, todo tipo de coisa pode te distrair. Então você tem que estar controlada.”
Isso na verdade era uma regra básica dos guardiões, mas devia ser novidade para Mia.Os olhos
dela aumentaram com entusiasmo. “O que mais?Que tipo de feitiço as pessoas usam?”
Eu balancei a cabeça. “Eu não sei. Eu nem sei que feitiços funcionam, e como eu disse, são
apenas... histórias que eu ouvi. Meu palpite é que você só encontra formas de usar mágica
como arma.Como... os usuários de fogo tem a vantagem porque o fogo mata os Strigoi, então
é mais fácil para eles. E os usuários de ar podem sufocar as pessoas.” Eu tinha experimentado
esse ultimo junto com Lissa. Tinha sido horrível.
Os olhos de Mia ficaram mais entusiasmados. “E quanto aos usuários de água?” ela perguntou.
“Como água pode machucar um Strigoi?”
Eu parei. “Eu,uh, nunca ouvi nenhuma história sobre usuários de água. Desculpe.”
“Você tem alguma idéia? Formas que, tipo, alguém poderia usar para lutar?”
Ah.Então era sobre isso. Na verdade não era tanta loucura. Eu lembrei do quão excitada ela
parecia na reunião quando Tasha falou sobre atacar os Strigoi. Mia queria se vingar dos Strigoi
pela morte de sua mãe. Não era de se admirar que ela e Mason estavam se dando tão bem.
“Mia,” eu disse gentilmente, segurando a porta enquanto ela passava. Estávamos quase no
salão agora. “Eu sei o quanto você deve querer...fazer algo. Mas eu acho que você está melhor
apenas se deixando, ah, sentir o pesar.”
Ela corou, e de repente, eu estava vendo a normal e irritada Mia. “Não me trate de forma
inferior,” ela disse.
“Hey, eu não estou. Estou falando sério. Estou apenas dizendo que você não deveria fazer
nada apressado enquanto você ainda está chateada. Além do mais...” eu engoli as palavras.
Ela estreitou os olhos. “O que?”
Foda-se. Ela precisava saber. “Bem, eu não sei o que uma usuária de água poderia fazer contra
um Strigoi. É provavelmente o elemento menos útil para usar contra eles.”
Ultraje encheu suas feições. “Você é uma vaca, sabia disso?”
“Estou apenas dizendo a verdade.”
“Bem, me deixe te dizer a verdade. Você é uma idiota quando se trata de caras.”
Eu pensei em Dimitri. Ela não estava completamente enganada.
“Mason é ótimo,” ela continuou. “Um dos caras mais legais que eu conheço – e você nem
nota! Ele faria qualquer coisa por você, e você fica se jogando em Adrian Ivashkov.”
As palavras dela me surpreenderam. Mia podia estar interessada em Mason? E embora eu
com certeza não estivesse me jogando em Adrian, eu podia entender porque parecia assim. E
mesmo que não fosse verdade, isso não impediria Mason de se sentir magoado e traído.
“Você está certa,” eu disse.
Mia me encarou, tão surpresa deu ter concordado com ela que ela não disse mais nada
enquanto andávamos.
Nós alcançamos uma parte do salão que se dividia em alas para os garotos e outra para as
garotas. Eu segurei o braço de Mason enquanto os outros se afastavam.
“Espera aí,” eu disse a ele. Eu precisava muito o tranqüilizar sobre Adrian, mas uma parte
pequena de mim imaginava se eu estava fazendo porque eu queria Mason ou porque eu só
gostava da idéia dele me querer e eu egoísta não queria perder isso. Ele parou e olhou pra
mim. Seu rosto estava cuidadoso. “Eu queria te dizer que sinto muito. Eu não devia ter gritado
com você depois da briga – eu sei que você só estava tentando ajudar. E com Adrian... nada
aconteceu. Estou falando sério.”
“Não parecia assim,” Mason disse. Mas a raiva do rosto dele tinha diminuído.
“Eu sei, mas acredite em mim, é ele. Ele tem alguma queda estúpida por mim.”
Meu tom devia ter sido convincente porque Mason sorriu. “Bem. É difícil não ter.”
“Não estou interessada nele,” eu continuei. “Ou em mais ninguém.” Era uma pequena
mentira, mas eu não achei que importasse. Eu ia acabar com Dimitri logo, e Mia estava certa
sobre Mason. Ele era incrível e doce e fofo. Eu seria uma idiota em não investir nisso... certo?
As mãos dele ainda estavam no meu braço, e eu o puxei para perto de mim. Ele não precisou
de um sinal maior. Ele se inclinou e me beijou, e no processo, eu me encontrei pressionada
contra a parede – como o que tinha acontecido no quarto de pratica junto com Dimitri. É claro,
eu não sentia nada parecia como quando eu estava com Dimitri, mas ainda era bom de um
jeito. Eu pus meus braços ao redor de Mason e comecei a puxar ele para mais perto.
“Nós podíamos ir... para algum lugar,” eu disse.
Ele se afastou e riu. “Não quando você está bêbada.”
“Eu não estou... tão... bêbada mais,” eu disse, tentando puxar ele de volta.
Me dando um pequeno beijo nos lábios, ele se afastou. “Bêbada o suficiente. Olha, não é fácil,
acredite em mim. Mas se você ainda me quiser amanhã – quando estiver sóbria – nós
conversamos.”
Ele se inclinou e me beijou de novo. Eu tentei colocar meus braços ao redor dele, mas ele se
afastou de novo.
“Calma garota,” ele brincou, se virando em direção ao corredor.
Eu olhei para ele, mas ele apenas riu e se virou. Enquanto ele se afastava, meu
deslumbramento diminuiu, e eu me dirigi de volta para o meu quarto com um sorriso no rosto.