segunda-feira, 5 de março de 2012

A.Vampiro - tocada pelas sombras

considerado o melhor livro ate agora. Academia de Vampiro - Tocada Pelas Sombras


UM
Os dedos dele deslizavam pelas minhas costas, aplicando quase nenhuma pressão, ainda sim
mandando ondas de choque pela minha pele. Devagar, devagar, as mãos deles se moveram na
minha pele, para o lado do meu estomago para finalmente descansar nas curvas do meu
quadril. Abaixo da minha orelha, eu senti seus lábios se pressionarem contra o meu pescoço,
seguido por outro beijo um pouco mas abaixo, então outro, e outro...
Os lábios dele se moveram do meu pescoço em direção a minha bochecha e então finalmente
encontrou minha boca. Ele beijou, nos enrolando mais perto um do outro. Meu sangue ferveu,
e eu me senti mais viva naquele momento do que eu jamais havia me sentido. Eu o amava,
amava Christian tanto que -
Christian?
Oh não.
Alguma parte coerente de mim imediatamente percebeu o que estava acontecendo – e cara,
eu estava furiosa. O resto de mim, no entanto, ainda estava vivendo esse encontro, sentindo
como se eu estivesse sendo tocada e beijada. Essa parte de mim não conseguia escapar. Eu
emergi tanto em Lissa, e para todas as intenções e propósitos, isso estava acontecendo
comigo.
Não, eu disse a mim mesma firmemente. Não é real – não pra você. Saia daí.
Mas como eu podia ouvir a lógica quando cada nervo do meu corpo estava sendo colocado em
chamas?
Você não é ela. Essa não é a sua cabeça. Sai daí.
Os lábios dele. Não havia nada no mundo no momento a não ser os lábios dele.
Não é ele. Sai daí.
Os beijos eram os mesmos, exatamente os que eu lembrada de ter feito com ele...
Não, não é Dimitri. Saí daí!
O nome de Dimitri era como água fria acertando o meu rosto. Eu saí.
Eu sentei na cama, de repente me sentindo sufocada. Eu tentei chutar as cobertas mas a maior
parte acabou se enrolando nas minhas pernas ainda mais. Meu coração batia com força no
meu peito, e eu tentei respirar fundo para me firmar e voltar para minha própria realidade.
Os tempos com certeza mudaram. A muito tempo atrás, os pesadelos de Lissa eram o que me
acordavam a noite. Agora era a vida sexual dela. Dizer que os dois eram diferentes não seria
atenuação. Eu na verdade peguei o jeito de bloquear os seus encontros românticos – pelo
menos quando eu estava acordada. Dessa vez Lissa e Christian tinham (sem intenção) me
enganado. No sono, minhas defesas abaixam, permitindo que emoções fortes passem pela
ligação que me conecta com minha melhor amiga. Isso não seria um problema se os dois
estivessem na cama como pessoas normais – e por “na cama,” eu quero dizer “dormindo.”
“Deus,” eu murmurei, sentando e balançando minhas pernas no lado da cama. Minha voz
estava abafada por um bocejo. Lissa e Christian não podiam manter suas mãos longe um do
outro até a hora de todos estarem de pé?
Pior do que ser acordada, no entanto, era o jeito que eu ainda me sentia. Claro, nada daquela
pegação tinha acontecido comigo. Não era a minha pele que ele havia tocado nem meus lábios
que haviam sido beijados. E ainda sim meu corpo parecia sentir pesar. Fazia muito tempo
desde que eu não me encontrava nesse tipo de situação. Eu me sentia dolorida e com calor.
Era idiota, mas de repente, desesperadamente, eu queria que alguém me tocasse – mesmo
que fosse só para me segurar. Mas definitivamente não Christian. A memória dos lábios dele
nos meus voltaram para minha mente, como eles eram, e como eu dormindo tinha tido tanta
certeza que era Dimitri quem me beijava.
Eu me levantei com as pernas tremendo, me sentindo inquieta e....bem, triste. Triste e vazia.
Precisando me livrar do meu humor estranho, eu pus um roupão, chinelos e sai do meu quarto
e fui para o banheiro no fim do corredor. Eu joguei água fria no meu rosto e encarei o espelho.
O reflexo olhando de volta para mim tinha um cabelo embaraçado e olhos vermelhos. Parecia
que eu não havia dormido, mas eu não queria voltar para cama. Eu não queria arriscar pegar
no sono ainda. Eu precisava de algo para me acordar e me distrair do que eu tinha visto.
Eu sai do banheiro e me virei para a escadaria, meus pés dando passos leves enquanto eu
descia. O primeiro andar do meu dormitório ainda estava silencioso. Era quase meio dia – o
meio da noite para os vampiros, já que o horário deles é noturno. Indo para a beirada do
corredor, eu dei uma olhada no lobby. Estava vazio, a não ser pelo homem Moroi que bocejava
e estava sentando na recepção.
Ele folheava uma revista, ainda consciente por pouco. Ele chegou no fim da revista e bocejou
de novo. Virando em sua cadeira giratória, ele jogou a revista na mesa atrás dele e alcançou
algo que deveria ser mais alguma coisa pra ler.
Enquanto ele estava virado de costas, eu passei por ele e fui em direção a porta dupla que
dava para fora. Rezando para a porta não ranger, eu cuidadosamente abri uma brecha, apenas
o suficiente para passar. Lá fora, eu fechei a porta o mais gentilmente possível. Nada de
barulho. No máximo, o cara ia sentir um vento. Me sentindo como uma ninja, eu fui para o
meio da luz do dia.
O frio invernal bateu no meu rosto, mas era exatamente isso que eu precisava. Os galhos sem
folhas das arvores oscilavam no vento, arranhando as laterais do dormitório como unhas. O sol
batia em mim entre nuvens, me lembrando que eu deveria estar na cama e dormindo.
Piscando por causa da luz, eu puxei meu roupão para mais perto e andei ao lado do prédio, em
direção a um ponto no ginásio que não estava muito exposto a todos esses elementos. A lama
na calçada afundou no meu chinelo, mas eu não me importei.
Eh, era um típico e miserável inverno em Montana, mas esse era o ponto. O ar fez muito para
me acordar e afastar os restos da cena virtual de amor. Além do mais, me manteve filme em
minha própria mente. Me focando no frio em meu corpo era melhor que lembrar como era ter
as mãos de Christian em mim. Parada ali, olhando para um grupo de arvores sem realmente
ver elas, eu estava surpresa de sentir um pouco de raiva contra Lissa e Christian. Deve ser
bom, eu pensei amargamente, fazer o que diabos você quiser. Lissa comentava
frequentemente que ela queria sentir minha mente e experiências do jeito que eu sentia as
dela. A verdade era, que ela não tinha idéia da sorte que ela tinha. Ela não fazia idéia de como
era ruins os pensamentos de outra pessoas invadirem o seu, a experiência de outra pessoa se
confundindo com a sua. Ela não sabia como era viver a vida amorosa perfeita de outra pessoa
quando a sua não existe. Ela não entendia ser preenchida por um amor tão forte que fazia seu
peito doer – um amor que você só podia sentir não expressar. Manter o amor enterrado era
como manter a raiva enclausurada, eu aprendi. Te corrói por dentro até que você quer gritar e
chutar algo.
Não, Lissa não entendida nada disso. Ela não precisava. Ela podia manter seus casos
românticos, sem se importar com o que ela estava fazendo comigo.
Eu notei que eu estava respirando pesado de novo, dessa vez com raiva. O sentimento
repulsivo que eu tinha tido por sentir o pegação noturna de Lissa e Christian tinha sumido.
Havia sido substituído por raiva e inveja, sentimentos nascidos de algo que eu não podia ter e
que era tão fácil para ela. Eu fiz o possível para empurrar aquelas emoções de volta; eu não
queria me sentir daquele jeito em relação a minha melhor amiga.
“Você é sonâmbula?” uma voz perguntou atrás de mim.
Eu me virei, encarei. Dimitri estava parado ali me observando, parecendo divertido e curioso. É
de se imaginar que enquanto eu estava me corroendo devido a injustiça da minha vida
amorosa, a fonte desses problemas iria me encontrar. Eu não ouvi ele se aproximar. Lá se vai
minhas habilidades ninjas. E honestamente, eu teria morrido por ter penteado o cabelo antes
de sair? Com pressa, eu passei minha mão no meu longo cabelo, sabendo que era um pouco
tarde. Provavelmente parecia como se um animal tivesse morrido em cima da minha cabeça.
“Eu estava testando a segurança do dormitório,” eu disse. “É uma droga.”
Uma idéia de sorriso se mostrou no rosto dele. O frio estava realmente começando a ter
efeitos em mim, e eu não pude deixar de notar o quão quente o seu longo casaco de couro
parecia. Eu não teria me importando em me enrolar ao redor dele.
Como se ele estivesse lendo a minha mente, ele disse,”Você de estar congelando. Você quer
meu casaco?”
Eu balancei a cabeça, decidindo não mencionar que eu não conseguia sentir meus pés. “Estou
bem. O que você está fazendo aqui?Você também está testando a segurança?”
“Eu sou a segurança. É o meu turno.”Turnos de guardiões sempre patrulhavam a escola
enquanto todos dormiam. Strigoi, vampiros vivo-mortos que perseguiam os vampiros vivos
Moroi como Lissa, não saiam na luz do sol, mas estudantes que quebram regras – vamos dizer,
tipo, saindo dos seus dormitórios – era um problema dia e noite.
“Bem, bom trabalho,” eu disse. “Estou feliz por ter testado alguém tão habilidoso. Eu deveria ir
agora.”
“Rose-“ Dimitri pegou meu braço, e apesar de todo o vendo e frio, calor passou por mim. Ele
me soltou rapidamente, como se ele também tivesse se queimado.
“O que você realmente está fazendo aqui?”
Ele estava usando a voz “pare de brincadeiras,” então eu dei a ele um olhar pensativo e
respondi como pude. “Eu tive um sonho ruim. Precisava de ar.”
“Então você simplesmente saiu. Quebrar as regras nem passou pela sua cabeça – e você nem
pos um casaco.”
“É,” eu disse.”Isso basicamente resumi tudo.”
“Rose,Rose.” Dessa vez era uma voz exasperada. “Você nunca muda. Sempre agindo sem
pensar.”
“Isso não é verdade,” eu protestei. “Eu mudei bastante.”
A diversão no rosto dele de repente desapareceu, a expressão dele ficou perturbada. Ele me
estudou por vários segundos. As vezes eu sentia como se aqueles olhos pudesse ver dentro da
minha alma. “Você está certa. Você mudou.”
Ele não parecia muito feliz com essa admissão. Ele provavelmente estava pensando sobre o
que tinha acontecido quase a três semanas atrás, quando alguns dos meus amigos e eu
tínhamos sido seqüestrados por Strigoi. Foi apenas por um golpe de sorte que conseguimos
escapar – e não foi todos nós. Mason, um bom amigo meu e um cara que era louco por mim,
tinha sido morto, e uma parte de mim nunca se perdoaria por isso, mesmo que eu tivesse
matado os responsáveis pela morte dele.
Isso havia me dado uma visão obscura da minha vida. Bem, tinha dado a todos aqui da
Academia St. Vladimir uma visão obscura, mas para mim especialmente. Outros começaram a
notar a diferença em mim. Eu não gostava de ver Dimitri preocupado, no entanto, então eu
brinquei com a sua observação com uma piada.
“Bem, não se preocupe. Meu aniversário está chegando. Assim que eu tiver 18 anos, eu serei
uma adulta, certo? Tenho certeza que vou acordar naquela manhã toda madura e tudo mais.”
Como eu esperava, ele se franziu em um pequeno sorriso. “Sim, eu tenho certeza. Que é,
daqui a um mês?”
“31 dias,” eu anunciei com exatidão.
“Não que você esteja contando.”
Eu dei nos ombros, e ele riu.
“E eu suponho que você também tenha feito uma lista de aniversário. Dez folhas?Espaço
único? Organizada por ordem de prioridade?” O sorriso ainda estava no rosto dele. Era um dos
relaxados, e genuínos sorrisos que eram tão raro de ver.
Eu comecei a fazer outra piada, mas a imagem de Lissa e Christian apareceu na minha mente
de novo. O sentimento triste e de vazio em meu estomago retornou. Qualquer coisa que eu
quisesse – novas roupas, um iPod, tanto faz – de repente pareciam trivial. O que coisas
matérias como essas significavam comparadas com a coisa que eu mais queria? “Deus, eu
realmente mudei.
“Não,” eu disse baixinho. “Nada de lista.”
Ele inclinou sua cabeça para me olhar melhor, fazendo um pouco do seu cabelo cumprido cair
em seu rosto. O cabelo dele era marrom, como o meu, mas não tão escuro. O meu parecia
preto as vezes. Ele colocou o cabelo para trás, apenas para fazer eles voltarem imediatamente
para seu rosto. “Eu não posso acreditar que você não quer nada. Vai ser um aniversário
chato.”
Liberdade, eu pensei. Era o único presente que eu esperava, liberdade para fazer minhas
próprias escolhas. Liberdade para amar quem eu quisesse.
“Não importa,” eu disse ao invés.
“O que você –“ Ele parou. Ele entendeu. Ele sempre entendia. Era parte do porque nós nos
conectávamos como nos conectávamos, apesar dos 7 anos de distancia entre nossas idades.
Nós tínhamos nos apaixonado quando ele era meu instrutor de luta. Quando as coisas
esquentaram entre nós, descobrimos que tínhamos mais para nos preocupar do que só nossa
idade. Nós dois iríamos proteger Lissa quando ela se formasse, e não podíamos deixar nossos
sentimentos um pelo outro nos distrair quando ela era a prioridade.
É claro, era mais fácil falar do que fazer porque eu não achei que nossos sentimentos um pelo
outro algum dia fossem desaparecer. Nós dois tínhamos momentos de fraqueza, momentos
que levavam a beijos roubados ou dizer coisas que nós realmente não deveríamos. Depois que
eu escapei dos Strigoi, Dimitri havia me dito que ele me amava e tinha basicamente admitido
que ele nunca poderia ficar com mais ninguém por causa disso. Ainda sim,também tinha se
tornado claro que nós ainda não podíamos ficar juntos, e ambos nos escondemos em nossos
antigos papeis de nos manter longe um do outro e fingir que nossa relação era estritamente
profissional.
Em uma tentativa não muito obvia de tentar mudar de assunto, ele disse, “você pode negar o
quanto quiser,mas eu sei que você está congelando. Vamos entrar. Eu levo você por trás.”
Eu não pude deixar de me sentir um pouco surpresa. Dimitri raramente evitava assuntos
desconfortáveis. Na verdade, ele era notório por me forçar a entrar tópicos que eu não queria
lidar. Mas falar sobre nossa relação malfadada e defeituosa? Esse era um lugar que ele
aparentemente não queria ir hoje. É. As coisas definitivamente estão mudando.
“Eu acho que é você quem está com frio,” eu provoquei,enquanto nós andávamos do lado do
dormitório onde os guardiões novatos viviam. “Você não deveria ser resistente e tudo mais já
que você veio da Siberia?”
“Eu não acho que a Siberia é exatamente como você imagina.”
“Eu imagino que seja o paraíso do gelo,” eu disse pensativa.
“Então definitivamente não é como você imagina.”
“Você sente falta?” eu perguntei, olhando para onde ele andava ao meu lado. Era algo que eu
nunca tinha considerado antes. Na minha mente, todos iriam querer viver nos EUA ou,bem,
eles pelo menos não iriam querer viver na Siberia.
“Todo o tempo,” ele disse, sua voz um pouco desejosa. “As vezes eu desejo-“
“Belikov!”
Uma voz foi carregada pelo vento atrás de nós. Dimitri murmurou algo, então ele me
empurrou para o canto que eu tinha acabado de passar. “Fique fora de vista.”
Eu me abaixei em um espaço perto de três arvores que ladeavam o prédio. Elas não tinham
nenhuma ponta, mas as grossas aglomerações de folhas pontudas e afiadas me arranhavam
onde minha pele estava exposta. Considerando a temperatura congelante ou possibilidade da
descoberta do meu passeio a meia noite, alguns arranhões eram o menor dos meus problemas
agora.
“Você não está de guarda,” eu ouvi Dimitri dizer depois de vários segundos.
“Não, mas eu precisava falar com você.” Eu reconheci a voz. Era de Alberta, capita dos
guardiões da Academia. “Só vai levar um minuto. Nós precisamos misturar alguns dos turnos
enquanto você estiver no julgamento.”
“Eu imaginei,” ele disse. Tinha um tom engraçado quase desconfortável na voz dele. “Eu vou
ter que dar um tempo em todo o resto – timing ruim.”
“Sim, bem, a rainha funciona em seu próprio horário.” Alberta parecia frustrada, e eu tentei
descobrir o que estava acontecendo. “Celeste vai assumir seus turnos, e ela e Emil vão dividir
seus horários de treinamento.”
Horários de treinamento? Dimitri não iria me treinar semana que vez porque – Ah.Era isso, eu
percebi. A experiência de campo. Amanha iria começar seis semanas de pratica para os
novatos. Nós não teríamos aula e teríamos que proteger Moroi noite e dia enquanto os
adultos nos testavam. Os “horários de treinamento” devia ser quando Dimitri deveria
participar disso. Mas o que era esse julgamento que ela tinha mencionado? Ela como os
exames que nós tínhamos que passar no final do ano escolar?
“Eles falaram que não se importam com o trabalho extra,” continuou Alberta, “mas eu estava
imaginando se você podia acertar as coisas e diminuir um pouco do peso deles antes de você
partir?”
“Claro,” ele disse, palavras ainda curtas e duras.
“Obrigado. Eu acho que isso vai ajudar.” Ela suspirou. “Eu queria saber quanto tempo vai levar
o julgamento. Eu não quero ficar longe por tanto tempo.Era de se esperar que fosse um
negocio acertado com Dashkov, mas agora eu ouvi que a rainha está ficando nervosa sobre
colocar na prisão um importante da realeza.”
Eu endureci. Um calafrio que não tinha nada a ver com o frio percorreu meu corpo. Dashkov?
“Eu tenho certeza que eles vão fazer a coisa certa,” disse Dimitri. Eu percebi naquele momento
porque ele não estava falando muita coisa.Isso não era algo que eu deveria saber.
“Eu espero que sim. E eu espero que só leve alguns dias, como eles falaram. Olha, aqui está
horrível. Você se importa de ir até o escritório por um segundo para que possamos olhar os
horários?”
“Claro,” ele disse. “Só me deixe checar uma coisa primeiro.”
“Está certo.Vejo você logo.”
Silencio caiu, e eu assumi que Alberta estava se afastando. Como não podia deixar de ser,
Dimitri deu a volta no canto e parou na frente do arbusto. Eu levantei do ponto em que estava
escondida. O olhar no rosto dele me disse que ele já sabia o que estava por vir.
“Rose-“
“Dashkov?” eu exclamei, tentando manter minha voz baixa para que Alberta não nos ouvisse.
“Como em Victor Dashkov?”
Ele nem se incomodou em negar. “Sim. Victor Dashkov.”
“E vocês estavam falando sobre...você quer dizer...”Eu estava tão surpresa, tão abismada que
eu mal podia formar palavras. Isso era inacreditável. “Eu pensei que ele estava preso!Você está
dizendo que ele não foi julgado ainda?”
Sim. Isso definitivamente era inacreditável. Victor Dashkov. O cara que tinha seqüestrado e
torturado o corpo e a mente de Lissa para poder controlar os poderes dela. Cada Moroi usa
um dos quatro elementos da magia: terra, ar, água ou fogo. Lissa, no entanto, usava um quinto
elemento chamado Espírito. Ela podia curar qualquer coisa – incluindo os mortos. Era a razão
pela qual eu estava psiquicamente ligada a ela agora – “shadow-kissed,” alguns chama. Ela me
trouxe de volta de um acidente de carro que tinha matado seus pais e seu irmão, nos ligando
em um jeito que me permite sentir os pensamentos e experiências dela.
Victor soube antes de qualquer um de nós que ela podia curar, e ele queria prender ela e a
usar como sua própria fonte da juventude. Ele também não hesitou em matar qualquer um
que esteve em seu caminho – ou, no caso Dimitri e eu, usar jeitos mais criativos de nos parar.
Eu fiz muitos inimigos em 17 anos,mas eu tinha certeza que não tinha nenhum que eu odiasse
mais que Victor Dashkov – pelo menos entre os vivos.
Dimitri tinha um olhar em seu rosto que eu conhecia bem. Era o que ele tinha quando ele
achava que eu ia socar alguém.”Ele esteve preso - mas não, não houve um julgamento
ainda.Os procedimentos legais as vezes demoram bastante.”
“Mas vai haver um julgamento agor? E você vai?” Eu falei por entre os dentes, tentando ficar
calma. Eu suspeitei que eu ainda tinha aquele “eu vou socar alguém” olhar no meu rosto.
“Semana que vem. Eles precisam que eu e alguns dos outros guardiões testemunhem sobre o
que aconteceu com você e Lissa aquela noite.” A expressão dele mudou a menção sobre o que
tinha acorrido 4 meses atrás, e de novo, eu reconheci o olhar. Era um olhar selvagem e
protetor que ele adquiria quando aqueles que ele gostava estavam em perigo.
“Me chame de louca por perguntar, mas, um, Lissa e eu vamos com você?” Eu já tinha
adivinhado a resposta, e eu não gostei.
“Não.”
“Não?”
“Não.”
Eu pus as mãos nos meus quadris. “Olha,não parece razoável que se você vai falar sobre o que
aconteceu conosco, então eles devessem ter a gente lá?”
Dimitri, ligando seu modo instrutor, balançou a cabeça. “A rainha e alguns dos outros
guardiões pensaram que fosse melhor que vocês não fossem. Tem evidencias o suficiente
entre nós, e além do mais, criminoso ou não, ele é – ou era – um dos mais poderosos da
realeza no mundo. Os que sabem sobre esse julgamento querem manter discrição.”
“Então, o que, você acha que se nos levar vamos contar pra todo mundo?” eu exclamei. “Anda,
camarada.Você realmente acha que faríamos isso? A única coisa que queremos ver é Victor
preso. Pra sempre. Talvez mais tempo. E se tem uma chance de que talvez ele se safe, você
tem que nos deixar ir.”
Depois que Victor foi pego, e levado para prisão, eu pensei que tudo tinha acabado. Eu pensei
que eles o deixariam apodrecer na cadeia. Nunca tinha me ocorrido – talvez devesse – que
haveria um julgamento antes. Mas naquela hora, seus crimes tinham parecido tão óbvios.
Mas, embora o governo Moroi fosse separado do humano, operava de maneiras muito
parecidas. Processos legais e tudo isso.
“Não é minha decisão para fazer,” Dimitri disse.
“Mas você tem influencia. Você pode falar por nós, especialmente se...” Um pouco da minha
raiva diminuiu só um pouco, e foi substituída por um repentino medo. Eu quase não pude dizer
as próximas palavras. “Especialmente se realmente tem uma chance dele se safar. Tem? Tem
uma chance da rainha deixar ele livre?”
“Eu não sei. Não tem como dizer o que ela ou outros da realeza vão fazer as vezes.” Ele de
repente parecia cansado. Ele colocou a mão nos bolsos e me jogou um conjunto de chaves.
“Olha, eu sei que você está chateada, mas não podemos conversar agora. Eu tenho que ir
encontrar Alberta, e você precisa entrar. A chave do dormitório vai fazer você entrar pela
porta mais distante. Você sabe qual.”
Eu sabia. “É. Obrigado.”
Eu estava de mau humor e odiava estar desse jeito – especialmente já que ele estava me
salvando de entrar em problemas – mas eu não podia impedir. Victor Dashkov era um
criminoso – um vilão, até mesmo. Ele tinha sede de poder e ganância e não importava em
quem entrasse no seu caminho. Se ele ficasse solto de novo... bem, não havia como dizer o
que poderia acontecer com Lissa ou com qualquer outro Moroi. Me irritava pensar que eu
podia fazer algo para ajudar colocar ele na prisão mas que ninguém me deixava.
Eu dei alguns passos para longe quando Dimitri me chamou. “Rose?” eu olhei para trás. “Eu
sinto muito,” ele disse. Ele pausou, e sua expressão de pesar se tornou cuidadosa. “E é melhor
você me devolver essas chaves amanha.”
Eu me virei e continuei andando.Era provavelmente injusto, mas alguma parte infantil de mim
não acreditava que Dimitri não pudesse fazer nada. Se ele realmente quisesse Lissa e eu no
julgamento, eu tinha certeza que ele conseguiria.
Quando eu estava quase na porta, eu percebi um movimento com minha visão periférica. Meu
humor caiu. Ótimo. Dimitri tinha me dado suas chaves para voltar escondida, e agora outra
pessoa tinha me achado. Isso era típico da minha sorte. Meio que esperando que um professor
exigisse saber o que eu estava fazendo, eu me virei e preparei uma desculpa.
Mas não era um professor.
“Não,” eu disse suavemente. Isso tinha que ser um truque.”Não.”
Por meio segundo, eu imaginei se eu realmente tinha acordado. Talvez eu ainda estivesse na
cama, dormindo e sonhando.
Porque certamente, certamente essa era a única explicação para o que eu estava vendo na
minha frente no gramado da Academia, espreitando na sombra de um carvalho antigo.
Estava Mason.

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