segunda-feira, 5 de março de 2012

house of night 2 - traída (capitulo 9)


NOVE
“Do que diabos você está falando!” eu gritei para ela.
Ela estava arfando em estranhos pequenas respirações ofegantes, e os olhos dela estavam
começando a tremer. Mesmo na escuridão eu podia ver o branco deles começar a aparecer. Eu
agarrei os ombros dela e a chacoalhei.
“É o que eu vejo!”
Claramente tentando se controlar ela acenou com um pequeno sacudido. “Eu vou,” ela disse.
“Apenas fique comigo.”
Eu sentei ao lado dela no banco e deixei ela agarrar minha mão, sem me importar que ela
estava me apertando com tanta força que eu achei que ela fosse quebrar algo – sem me
importar que ela fosse minha inimiga e alguém que eu nunca iria confiar – sem me importar
com anda a não ser o fato de que vovó pudesse estar em perigo.
“Eu não vou a lugar nenhum,” eu disse assustada. Então lembrei como Neferet tinha
estimulado ela. “Me diga o que você vê, Afrodite.”
“Água! É horrível... tão marrom e gelada. É tudo uma confusão... não posso – não posso abrir
as portas de Saturno...”
Eu senti um terrível choque. Vovó tinha um Saturno! Ela o comprou porque era um dos caras
ultra seguros que deveriam sobreviver a tudo.
“Mas onde está o carro, Afrodite? Em que água ele está?”
“Rio Arkansas,” ela disse. “A ponte – vai cair.”
Afrodite chorou, soando aterrorizada. “Eu vi o cara na minha frente cair e bater na barca. Está
em chamas! Aqueles garotinhos... os que estavam tentando fazer motoristas de caminhões
buzinarem quando passavam... eles estavam no carro.”
Eu engoli com força. “Ok, qual ponto?Quando?”
O corpo todo de Afrodite ficou tenso. “Eu não consigo sair! Eu não consigo sair!A água, é...” Ela
fez um horrível barulho, que eu juro parecia como se ela estivesse se afogando, e então ela
desmoronou no banco, a mão dela ficando mole na minha.
“Afrodite!” eu chacoalhei ela.”Você tem que acordar. Você tem que me contar o que viu!”
Devagar, os olhos dela se mexeram. Dessa vez eu não vi o branco dos olhos dela, e quando ela
os abriu eles pareciam normais. Afrodite bruscamente soltou minha mão e tremendo tirou seu
cabelo do rosto. Eu notei que estava úmido, e que ela estava coberta de suor. Ela piscou mais
algumas vezes antes de encontrar meus olhos. O olhar dela era firme, mas não podia ouvir
nada a não ser exaustão na sua expressão ou em sua voz.
“Ótimo, você ficou,” ela disse.
“Me conte o que você viu. O que aconteceu com minha avó?”
“A ponte que o carro dela estava caiu e ela caiu no rio e se afogou,” ela disse firmemente.
“Não.Não, isso não vai acontecer. Me diga que ponte. Quando. Como. Eu vou impedir.”
Os lábios de Afrodite se ergueram na sombra de um sorriso. “Oh, quer dizer que você de
repente acredita nas minhas visões?”
Medo por vovó era como uma dor que cozinhava dentro de mim. Eu agarrei o braço dela e
levantei, a levantando comigo. “Vamos.”
Ela tentou se soltar, mas estava fraca, e eu a segurei facilmente. “Onde?”
“Para Neferet, é claro. Ela vai resolver essa merda, e você vai falar com ela.”
“Não!” ela quase gritou. “Eu não vou deixar. Eu juro que não. Não importa o que, eu vou dizer
que não lembro nada a não ser água e a ponte.”
“Neferet vai arrancar isso de você.”
“Não ela não vai! Ela vai ser capaz de te dizer que estou mentindo, que estou escondendo
algo, mas ela não será capaz de dizer o que. Se você me levar até ela, sua avó morre.”
Eu me senti tão enjoada que comecei a tremer. “O que você quer, Afrodite? Você quer ser
líder das Filhas Negras de novo? Ótimo. Pegue de volta. Só me conte sobre a vovó.”
Um olhar de pura dor passou no rosto pálido de Afrodite. “Você não pode me devolver, só
Neferet pode.”
“Então o que você quer?”
“Eu só quero que você me escute para que saiba que Nyx não me abandonou. Eu quero que
você acredite que minhas visões ainda são reais.” Ela encarou meus olhos. A voz dela era
devagar e cansada. “E eu quero que você me deva. Algum dia você será uma poderosa Alta
Sacerdotisa, mais poderosa até que Neferet. Algum dia eu posso precisar de proteção, e é
quando você me dever vai ser útil.”
Eu queria dizer que não havia jeito deu proteger ela de Neferet. Agora não – talvez nunca. E eu
não iria querer. Afrodite estava acabada, e eu já testemunhei o quão egoísta e odiosa ela
poderia ser. Eu não queria dever a ela; eu não queria nada a ver com ela.
E eu também não tinha escolha.
“Ótimo. Eu não vou te levar para Neferet. Agora o que você viu?”
“Primeiro me de sua palavra que você ira me dever. E lembre-se, essa não é uma promessa
humana vazia. Quando vampiros dão sua palavra – sejam calouros ou adultos – é uma
obrigação.”
“Se você me disser como salvar minha avó eu te dou minha palavra que irei te dever um
favor.”
“Da minha escolha,” ela disse com malicia.
“Yeah, tanto faz.”
“Você tem que dizer o juramento completo.”
“Se você me disser como salvar minha avó eu te dou minha palavra que irei te dever um favor
da sua escolha.”
“Então está dito; então será feito,” ela sussurrou. A voz dela mandou calafrios para as minhas
costas, que eu ignorei.
“Me conte.”
“Eu tenho que sentar primeiro,” ela disse. De repente, tremendo de novo, ela caiu no banco.
Eu sentei ao lado dela e esperei impacientemente enquanto ela se ajeitava. Quando ela
começou a falar eu senti como se a onda de horror do que ela estava vendo passasse por mim,
e eu sabia dentro da minha alma que ela estava me dizendo a versão verdadeira. Se Nyx estava
irritada com Afrodite, a deusa não estava mostrando isso hoje a noite.
“Esta tarde sua avó ira estar em Muskogee Turnpike vindo para Tulsa.” Ela parou e balançou a
cabeça para o lado, como se estivesse ouvindo o vento ou algo assim. “Seu aniversário é mês
que vem. Ela vai para a cidade comprar seus presente.”
Eu senti uma onda de surpresa. Afrodite estava certa. Meu aniversario é em dezembro – eu
tinha um horrível aniversário no dia 24 de dezembro, então eu nunca realmente o celebrei.
Todos sempre queriam que eu o juntasse com o natal. Mesmo ano passado, quando estava
fazendo 16 anos e deveria ter tido uma enorme festa legal, eu não fiz nada especial. Era
realmente chato... eu me balancei. Agora não era a hora de me prender as minhas
reclamações de aniversário.
“Ok, então ela esta vindo para a cidade esta tarde, e o que acontece?”
Afrodite estreitou os olhos, como se tivesse tentando ver além da escuridão. “É estranho. Eu
normalmente posso dizer porque esses acidentes acontecem – como um avião que não
funciona ou algo assim, mas dessa vez eu estava tão ligada em sua avó, que não tenho certeza
porque a ponte quebra.” Ela olhou para mim. “Pode ser porque é a primeira visão que eu tive
quando alguém que eu reconheço morre. Me desligou.”
“Ela não vai morrer,” eu disse firmemente.
“Então ela não pode estar naquela ponte. Eu lembrei do relógio no painel do carro ele dizia
querem 15:15, então tenho certeza que acontece a tarde.”
Automaticamente olhei para meu relógio, eram 6:10. Vai amanhecer em menos de uma hora
(e eu deveria estar indo para cama), o que significa que vovó pode estar acordando. Eu
conhecia o horário dela. Ela acordava perto do amanhecer e ia dar uma caminhada com a
suave luz do sol. Então ela voltava para sua aconchegante cabana e comia um leve café da
manha antes de começar o que quer que fosse que precisasse de trabalho na fazenda de
lavanda. Eu ligaria para ela e me certificaria que ela ficasse em casa, então ela nem iria se
arriscar dirigindo hoje. Ela estaria segura; eu me certificaria disso. Então outro pensamento
passou pela minha mente. Eu olhei para Afrodite.
“O que acontece com as outras pessoas? Eu lembro que você disse algo sobre alguns garotos
em um carro na sua frente, e o carro bate e pega fogo.”
“Yeah.”
Eu franzi a testa para ela, “Yeah, o que?”
“Yeah, eu estava observando do ponto de vista da sua avó e vi um bando de outros carros
caírem ao meu redor. Aconteceu rápido, então não sei dizer quantos eram.”
Ela não disse mais nada, e eu balancei a cabeça enojada. “E quanto a salvar eles? Você disse
que garotinhos morrem!”
Afrodite deu nos ombros. “Eu te disse minha visão foi confusa. Eu não consegui ver
exatamente onde estava, e a única razão que eu sabia quando é, é porque eu vi a data na
colisão da sua avó.”
“Então você vai deixar o resto das pessoas morrer?”
“Porque você se importa? Sua avó vai ficar bem.”
“Você me enoja, Afrodite. Você se importa com algo a não ser você mesma?”
“Tanto faz, Zoey. Como se você fosse tão perfeita? Eu não ouvi você se importar com mais
ninguém a não ser sua avó.”
“É claro que fiquei mais preocupada com ela! Eu a amo! Mas eu também não quero que mais
ninguém morra. E ninguém vai se eu puder impedir. Então, você precisa descobrir um jeito de
me dizer de que ponte estamos falando.”
“Eu já te disse – fica em Muskogee Turnpike. Eu não sei dizer qual.”
“Pense mais! O que mais você vê?”
Ela suspirou e fechou os olhos. Eu vi o rosto dela enquanto suas sobrancelhas se enrugavam e
ela pareceu se contrair. Com seus olhos ainda fechados ela disse, “Espere, não. Não é em
Turnpike. Eu vi uma placa. É a ponte da I-40 por cima do Rio Arkansas – a que fica logo na
curva de Turnpike perto da Webber Falls.” Então ela abriu os olhos. “Você sabe quando e
onde. Não posso te dizer muito mais. Eu acho que algum tipo de barco, tipo uma barca, bate
na ponte, mas é tudo o que eu sei. Eu não vi nada para identificar a barca. Então, o que você
vai fazer para impedir?”
“Eu não sei, mas eu vou,” eu murmurei.
“Bem, enquanto você pensa sobre como salvar o mundo, eu vou voltar para o dormitório e
fazer as unhas. Unhas estragadas é algo que eu considero trágico.”
“Sabe, ter pais horríveis não é exatamente uma desculpa para não ter coração,” eu disse. Ela
se virou e eu a vi parar. As costas dele ficaram realmente arrumadas e quando ela olhou por
cima dos ombros para mim eu pude ver que os olhos dela se estreitaram de raiva.
“O que você saberia sobre isso?”
“Sobre seus pais?Não muito a não ser que eles controladores e que sua mãe é um pesadelo.
Sobre pais problemáticos em fetal? Muito. Eu vivo com problemas sobre pais chatos desde que
minha mãe casou novamente três anos atrás. É uma merda, mas não é uma desculpa para ser
uma vaca.”
“Tente 18 anos de muito mais do que só “problemas sobre pais chatos” e talvez você comece a
entender algo sobre isso. Até lá, você não sabe nada.” Entaõ, como a velha Afrodite que eu
conhecia e não podia confiar, ela virou o cabeço e se afastou, e balançando seu traseiro
pequeno como se eu me importasse.
“Problemas. Essa garota tem grandes problemas.” Eu sentei no banco e comecei a remexer na
minha bolsa procurando o celular, feliz por o carregar comigo embora fosse forçada a manter
ele no silencioso, sem nem poder vibrar. A razão podia ser resumida em uma palavra. –Heath.
Ele era meu humano quase ex-namorado, e desde que ele e minha definitivamente ex-melhor
amiga, Kayla, tentaram me “resgatar” (que foi o que eles falaram – idiotas) da House of Night,
Heath passou dos limites com o nível da sua obsessão por mim. É claro, não era realmente
culpa dele. Fui eu que experimentei o sangue dele e comecei todo o negocio do Imprint com
ele, mas ainda sim. De qualquer forma, mesmo que as mensagens dele tenham diminuído para
um zilhão (ou seja, mais ou menos umas 20), por um, ou dois, ou três dias, eu ainda não sentia
a vontade de deixar meu telefone ligado e ser incomodada por ele. E, certa o suficiente,
quando o abri haviam duas ligações perdidas, as duas de Heath. Nenhuma mensagem no
entanto, então talvez ele esteja demonstrando a habilidade de aprender.
Vovó soou sonolenta quando atendeu o telefone, mas assim que percebeu que era eu ela se
alegrou.
“Oh, Zoeybird!É tão bom acordar com sua voz,” ela disse.
Eu sorri para o telefone. “Sinto saudades, vovó.”
“Eu também sinto sua falta, querida.”
“Vovó, a razão pela qual eu liguei é meio estranha, mas você vai ter que confiar em mim.”
“É claro que eu confio em você,” ela respondeu sem hesitar. Ela é tão diferente da minha mãe
que as vezes eu me pergunto como elas podem ser parentes.
“Ok, hoje mais tarde você estava planejando ir para Tulsa fazer compras, certo?”
Então houve uma breve pausa, e ela riu. “Suponho que vá ser difícil manter surpresas de
aniversário da minha neta vampira.”
“Eu preciso que você faça algo, vovó. Prometa que você não vai a lugar algum hoje. Não entre
no carro. Não dirija para lugar nenhum. Fique em casa e relaxe.”
“O que está acontecendo, Zoey?”
Eu hesitei, sem ter certeza do que dizer a ela. Então com aquela sua habilidade de me
entender, ela disse suavemente, “Lembre-se, você pode me contar qualquer coisa, Zoeybird.
Eu acredito em você.”
Eu não percebi que estava segurando o folego até aquele momento. Soltando o fôlego eu
disse, “A ponte na I-40 que passe pelo Rio Arkansas perto da Webber Falls vai cair. Você
deveria estar nela, e você teria morrido.” Eu disse a ultima parte suavemente, quase
sussurrando.
“Oh! Oh, meu! É melhor eu sentar.”
“Vovó, você está bem?”
“Eu suponho que esteja agora, mas eu não estaria se você não tivesse me aviso, que é porque
estou me sentindo com uma leve dor de cabeça.” Ela deve ter pego uma revista ou algo assim
porque eu pude ouvir ela se ventilando. “Como você descobriu isso? Você está tendo visões?”
“Não, eu não. É Afrodite.”
“A garota que costumava ser líder das Filhas Negras? Eu não achei que vocês duas fossem
amigas.”
Eu bufei. “Não somos. Definitivamente não. Mas eu a encontrei tendo uma visão e ela me
disse o que viu.”
“E você confia nessa garota?”
“Não, mas confio no poder dela, e eu a vi, vovó. Era como se ela estivesse lá, com você. Foi
horrível. Ela viu a batida, e aqueles garotinhos morreram...” Eu tive que parar para respirar. A
verdade de repente me tocou: minha avó poderia ter morrido hoje.
“Espere, tinha mais pessoas na batida?”
“Yeah, quando a ponte caiu vários carros caem no rio.”
“Mas e quanto as outras pessoas?”
“Eu vou cuidar disso também. Você fique em casa.”
“Eu não deveria ir para ponte e tentar impedir eles?”
“Não! Fique longe de lá. Eu vou me certificar que ninguém se machuque – eu prometo. Mas eu
tenho que saber que você estará segura,” eu disse.
“Ok, querida. Eu acredito em você. Você não tem que se preocupar comigo. Eu vou ficar
segura em casa. Você cuide do que precisar fazer, e se precisar de mim, me ligue. A qualquer
hora.”
“Obrigado, vovó. Eu te amo.”
“Eu também te amo, u-we-tsi a-ge-hu-tsa.”
Depois de desligar eu passei um tempinho sentada ali, me permitindo parar de tremer, mas
apenas por um pouco. Um plano já estava se formando na minha cabeça, e eu não tinha
tempo para surtar. Eu precisava botar meu plano em ação.

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