sábado, 3 de março de 2012

A.Vampiro - aura negra (capitulo 18)


DEZOITO
O salto alto estava começando a me machucar, então eu os tirei quando entrei, andando
descalça no hotel. Eu não tinha estado no quarto de Mason, mas eu lembrei dele ter
mencionado o numero e o encontrei sem dificuldade.
Shane, o colega de quarto de Mason, abriu a porta alguns segundos depois que eu bati.”Hey,
Rose.”
Ele me deixou entrar, e eu entrei, olhando ao redor. Algum comercial estava passando na TV –
uma desvantagem da vida noturna era poucos programas de TV bom – e latas de soda vazias
cobriam quase toda a superfície. Não havia sinais de Mason.
“Onde ele está?” eu perguntei.
Shane reprimiu um bocejo. “Eu pensei que ele estava com você.”
“Eu não o vi o dia todo.”
Ele bocejou de novo, então franziu em pensamento. “Ele estava colocando umas coisas numa
mala antes. Eu pensei que vocês dois estavam fugindo para algum passeio romântico.
Piquenique ou algo assim. Hey, lindo vestido.”
“Obrigado,” eu murmurei, sentindo um bocejo meu chegando.
Arrumando uma mala? Isso não fazia sentido. Não havia onde ir. Não havia como ir, também.
Esse hotel estava sendo vigiado fortemente pelos guardiões da Academia. Lissa e eu só
tínhamos conseguido fugir daquele lugar usando compulsão, e ainda sim tinha sido
complicado. Ainda sim, porque diabos o Mason faria uma mala se ele não estava indo embora?
Eu fiz a Shane mais algumas perguntas e decidi que essa era uma possibilidade, por mais
maluca que fosse. Eu encontrei o guardião responsável pela segurança e horários. Ele me deu
os nomes daqueles que estavam em serviço nas fronteiras do hotel quando Mason tinha sido a
ultima vez. A maior parte dos nomes eu conhecia, e a maioria não estava mais em serviço, o
que fazia ser fácil encontrar eles.
Infelizmente, os dois primeiro não tinha visto Mason por perto. Quando eles perguntaram
porque eu queria saber, eu dei uma resposta vaga e sai correndo. A terceira pessoa na minha
lista era um cara chamado Alan, um guardião que normalmente trabalhava na parte mais baixa
do campus da Academia. Ele estava entrando depois de esquiar, levando seu equipamento.
Me reconhecendo, ele sorriu quando me aproximei.
“Claro, eu o vi,” ele disse, se curvando em direção as botas.
Alivio tomou conta de mim. Até então, eu não tinha percebido o quão preocupada eu estava.
“Você sabe onde ele está?”
“Não. Eu deixei ele e Eddie Castile...e, qual era o nome dela, a garota Rinaldi, saírem pelo
portão norte e não os vi depois disso.”
Eu encarei. Alan continuou desprendendo os esquis como se estivéssemos discutindo as
condições da pista.
“Você deixou Mason e Eddie...e Mia sair?”
“Sim.”
“Um...porque?”
Ele terminou e olhou para mim, um olhar meio feliz e confuso no rosto.”Porque eles me
pediram.”
Um sentimento gelado começou a tomar conta de mim. Eu descobri que guardião tinha
cuidado do portão norte com Alan e imediatamente o procurei. O guardião me deu a mesma
resposta. Ele tinha deixado Mason, Eddie e Mia sairem, sem fazer perguntas. E, como Alan, ele
não parecia achar que havia nada errado com isso. Ele parecia quase deslumbrado. Era um
olhar que eu já tinha visto antes... um olhar que vinha nas pessoas quando Lissa usava
compulsão.
Acontecia particularmente quando Lissa não queria que as pessoas lembrassem algo direito.
Ela podia enterrar a memória neles, apagando tudo ou implantando para mais tarde.Ela era
boa com compulsão, que ela podia fazer as pessoas esquecerem completamente. Para eles
ainda terem alguma memória significava que alguém que não era bom em compulsão tinha
usado neles.
Alguém, vamos dizer, como Mia.
Eu não era o tipo que desmaiava, mas por um momento, eu sentia que eu podia desmaiar.O
mundo girou, e eu fechei meus olhos e respirei fundo. Quando eu consegui ver de novo, meus
arredores estavam estáveis. Ok. Não tem problema. Eu iria pensar sobre isso.
Mason, Eddie, e Mia tinham deixado o hotel mais cedo. Não apenas isso, eles tinham feito isso
usando compulsão – o que era proibido. O portão norte era o único que era conectado com a
única estrada na área, uma pequena estrada que levava até a uma pequena cidade a quatro
quilômetros de distancia. A cidade que Mason tinha comentado onde havia ônibus.
Para Spokane.
Spokane – onde o grupo dos Strigoi e seus humanos deviam estar vivendo.
Spokane – onde Mason podia realizar seu sonho maluco de matar um Strigoi.
Spokane – que ele apenas conhecia por minha causa.
“Não, não, não,” eu murmurei para mim mesma, quase correndo em direção ao meu quarto.
Lá eu tirei meu vestido e coloquei roupas pesadas de inverno: botas, jeans, e um suéter.
Pegando meu casaco e luvas, eu corri para a porta e então parei. Eu estava agindo sem pensar.
O que eu ia fazer? Eu precisava contar a alguém, obviamente... mas isso ia fazer os três
entrarem em muitos problemas. Também iria alertar Dimitri sobre o fato deu ter aberto a boca
sobre as informações de Spokane que ele tinha me confidenciado em sinal de respeito e
maturidade.
Eu estudei o tempo. Levaria um tempo para alguém no hotel perceber que nós tínhamos
sumido. Se eu pudesse sair do hotel.
Alguns minutos depois, eu me encontrei batendo na porta de Christian. Ele respondeu,
parecendo com sono e cínico como sempre.
“Se você veio se desculpar por ela,” ele me disse orgulhoso,”você pode simplesmente ir
embora e-“
“Oh,cala a boca,” eu disse.”Isso não é sobre você.”
Rapidamente, eu relatei a situação. Nem Christian tinha uma resposta espertinha pra isso.
“Então... Mason, Eddie, e Mia foram para Spokane caçar Strigoi?”
“Sim.”
“Puta merda. Porque você não foi com eles? Isso parece com algo que você faria.”
Eu resisti a idéia de quebrar ele. “Porque eu não sou maluca! Mas eu foi buscar eles antes que
eles façam algo ainda mais estúpido.”
E então Christian entendeu. “E o que você precisa de mim?”
“Eu preciso sair do hotel. Eles fizeram Mia usar compulsão nos guardas. Eu preciso que você
faça a mesma coisa. Eu sei que você andou praticando.”
“Eu andei,” ele concordou. “Mas...bem...” Pela primeira vez, ele parecia envergonhado. “Eu
não sou muito bom. E fazer isso em um dhampir é quase impossível. Liss é cem vezes melhor
que eu. E provavelmente qualquer Moroi.”
“Eu sei. Mas não quero meter ela em problemas.”
Ele bufou. “Mas você não se importa que eu tenha?”
Eu dei nos ombros. “Na verdade não.”
“Você é uma figura, sabia?”
“É. Eu sou, na verdade.”
Então, cinco minutos depois, ele e eu nos dirigimos para o portão norte. O sol estava surgindo,
então a maioria das pessoas estava dentro do hotel. Isso era uma boa coisa, e eu esperava que
fizesse nossa fuga muito mais fácil.
Estupidos, estúpidos, eu fiquei pensando. Isso ia acabar mal. Porque Mason tinha feito isso? Eu
sabia que ele tinha uma atitude de vigilante maluco... e ele certamente parecia chateado pelos
guardiões não fazerem nada sobre o ataque recente. Mas ainda sim.Ele era tão doido assim?
Ele devia saber o quão perigoso era. Era possível...era possível que eu o tivesse deixado tão
chateado com a desastrosa pegação que ele tinha ido para o abismo? O suficiente para levar
Mia e Eddie com ele? Não que aqueles dois precisassem de muito convencimento. Eddie
seguia Mason em qualquer lugar, e Mia estava quase tão disposta quanto Mason para matar
todos os Strigoi no mundo.
Ainda sim, apesar de todas as perguntas que eu tinha sobre o que estava acontecendo, uma
coisa era clara. Eu contei a Mason sobre os Strigoi em Spokane. Isso era minha culpa, e sem
mim, nada disso estaria acontecendo.
“Lissa sempre faz contato visual,” eu cochichei para Christian quando nos aproximamos da
saída.”E fale numa voz realmente calma. Eu não sei o que mais. Eu quero dizer, ela também se
concentra muito, então tente isso. Se foque em forçar a sua vontade sobre a deles.”
“Eu sei,” ele respondeu. “Eu já a vi fazer.”
“Ótimo,” eu respondi de volta.”Só estou tentando ajudar.
Dando uma olhada percebi que só um guardião estava no portão, um golpe de sorte total. Eles
estavam mudando de turno. Com o sol nascendo, o risco de ataque Strigi tinha desaparecido.
Os guardiões ainda continuariam com seu dever, mas eles podiam relaxar um pouco.
O cara em serviço não pareceu muito alarmado com a nossa presença. “O que vocês estão
fazendo aqui?”
Christian engoliu.Eu podia ver as linhas de tensão no rosto dele.
“Você vai nos deixar sair do portão,” ele disse. Uma nota de nervosismo fez a voz dele tremer,
mas fora isso, ele usou quase o mesmo tom que Lissa usava. Infelizmente, não teve efeito no
guardião. Como Christian tinha dito, usar compulsão em um guardião era quase impossivel.
Mia tinha tido sorte. O guardião riu para nós.
‘O que?” ele perguntou, claramente se divertindo.
Christian tentou de novo. “Você vai nos deixar sair.”
O sorriso do cara diminuiu um pouco, e eu o vi piscar em surpresa. Os olhos dele não estavam
vidrados como os das vitimas de Lissa ficavam, mas Christian tinha feito o suficiente para
brevemente subjugar ele. Infelizmente, eu pude perceber que não tinha sido o suficiente para
fazer ele nos deixar passar e esquecer de nós. Felizmente, eu tinha sido treinada para subjugar
as pessoas sem usar mágica.
Perto do posto dele estava uma grande lanterna, 60 cm de comprimento, facilmente uns 3
quilos. Eu peguei a lanterna e bati na cabeça dele por trás. Ele gemeu e caiu no chão. Ele mal
me viu chegar, e apesar da coisa horrível que tinha acabado de fazer, eu meio que desejava
que meu instrutor estivesse ali para me dar uma nota por uma performance tão incrível.
“Jesus Cristo.” Exclamou Christian. “Você acaba de atacar um guardião.”
“É.” E lá se foi o plano de trazer o pessoal de volta sem meter ninguém em problemas. “Eu não
sabia que você era tão ruim em compulsão. Eu vou lidar com isso depois. Obrigado pela ajuda.
Você deveria voltar antes do próximo turno começar.”
Ele balançou a cabeça e olhou para mim. “Não, eu vou com você.”
“Não,” eu discuti. “Eu só precisava de você para passar pelo portão. Você não tem que se
meter em problemas por causa disso.”
“Eu já estou com problemas!” Ele apontou para o guardião. “Ele viu meu rosto. Estou ferrado
de qualquer forma, então eu vou ajudar você a salvar o dia. Pare de ser uma vaca pra variar.”
Nós corremos para fora, e eu dei um ultimo olhar, culpado para o guardião. Eu tinha certeza
que não tinha batido com força suficiente para causar algum dano de verdade, e com o sol
nascendo, ele não congelaria nem nada.
Depois de uns 5 minutos caminhando na estrada, eu sabia que tínhamos um problema. Apesar
de estar vestido e usando óculos de sol, o sol estava tendo efeitos em Christian. Estava nos
atrasando, e não levaria tanto tempo para alguém encontrar o guardião e vir atrás de nós.
Um carro – que não era da Academia – apareceu atrás de nós, e eu tomei uma decisão. Eu não
era a favor de pegar carona. Mesmo alguém como eu sabia o quão perigoso era. Mas nós
precisávamos chegar na cidade rápido, e eu achei que Christian e eu podíamos acabar com um
perseguidor esquisito que tentasse mexer conosco.
Felizmente, quando o carro encostou, era apenas um casal de meio idade que parecia mais
preocupado do que qualquer outra coisa: “Vocês crianças estão bem?”
Eu sacudi meu polegar atrás de mim. “Nosso carro saiu da estrada. Vocês podem nos levar
para cidade para que eu possa ligar para o meu pai?”
Funcionou. Quinze minutos depois, eles nos deixaram em um posto de gasolina. Na verdade
foi um problema pegar a carona porque eles queriam nos ajudar muito. Finalmente, nós os
convencemos que estávamos bem, e andamos algumas quadras até a estação de ônibus.
Como eu tinha suspeitado, essa cidade não era um centro pra quem realmente estava
viajando. Havia três linhas na cidade: duas que iam para outras estações de esqui e uma que
levava para Lowston, Idaho.
De Lowston nós podíamos ir para outros lugares.
Eu meio que esperava que nós chegássemos antes que Mason e os outros antes do ônibus
deles chegar. Então nós podíamos levar eles de volta sem problemas. Infelizmente, não havia
sinal deles. A mulher alegre do balcão sabia exatamente de quem estávamos falando. Ela
confirmou que os três tinham comprado passagens para Spokano em Lowston.
“Merda,” eu disse.A mulher ergueu a sobrancelha devido a minha linguagem. Eu me virei para
Christian. “Você tem dinheiro para o ônibus?”
Christian e eu não conversamos muito no caminho, a não para quando eu disse para ele o
quão idiota ele estava sendo sobre Lissa e Adrian. Quando chegamos em Lowston, eu
finalmente o tinha convencido, o que foi um pequeno milagre. Ele dormiu o resto do caminho
até Spokane, mas eu não consegui. Eu só fiquei pensando sobre como tudo aquilo era minha
culpa.
Já era de tarde quando chegamos em Spokane. Foi necessário algumas pessoas mas
finalmente encontramos alguém que conhecia o shopping que Dimitri tinha mencionado. Era
um longo caminho da rodoviária, mas dava pra caminhar. Minhas pernas estavam dura depois
de quase cinco horas andando num ônibus, e eu queria me movimentar. O sol ainda ia
demorar se por, mas estava mais baixo e prejudicial para os vampiros, então Christian também
não se incomodou em caminhar.
E, como normalmente acontecia quando eu estava calma, eu senti um puxão da mente de
Lissa. Eu me deixei entrar nela porque eu queria saber o que estava acontecendo no hotel.
“Eu sei que você quer proteger eles, mas precisamos saber onde eles estão.”
Lissa estava sentada na cama do nosso quarto enquanto Dimitri e minha mãe olhavam para
ela. Foi Dimitri quem falou. Ver ele pelos olhos dela era interessante. Ela tinha um profundo
respeito por ele, muito diferente da montanha russa de sentimentos que eu sempre
experimentava.
“Eu te disse,” disse Lissa. “Eu não sei.Eu não sei o que aconteceu.”
Frustração e medo cruzou nossa ligação. Me entristecia ver ela tão ansiosa, mas ao mesmo
tempo, eu estava feliz por ela não ter se envolvido. Ela não podia contar o que ela não sabia.
“Eu não posso acreditar que eles não teriam dito a você onde eles estavam indo,” disse minha
mãe. As palavras dela soavam exatas, mas havia linhas de preocupação no rosto dela.
“Especialmente com... a ligação de vocês.”
“Só funciona em uma via,” disse Lissa tristemente. “Você sabe disso.”
Dimitri se ajoelhou para que ele pudesse olhar Lissa nos olhos.Ele tinha que fazer isso com
praticamente todo mundo para olhar alguém nos olhos. “Você tem certeza que não sabe de
nada? Nada que você possa nos dizer? Eles não estavam na cidade. O homem na rodoviária
não os viu... embora nos tenhamos certeza que foi pra lá que eles foram. Nós precisamos de
algo, qualquer coisa para continuar.”
Homem na rodoviária? Isso foi outro golpe de solte. A mulher que nos vendeu os bilhetes deve
ter ido para casa. O seu substituto não nos conheceria.
Lissa apertou os dentes e ficou braba.”Você não acha que se eu soubesse, eu não contaria a
você? Você não acha que estou preocupada com eles? Eu não faço ideia de onde eles
estão.Nenhuma. Ou porque eles fugiram... não faz sentido. Especialmente do porque eles
iriam com Mia, de todas as pessoas.” Uma magoa aguda atravessou a ligação, magoa de ter
sido excluída do que fosse que nós estávamos fazendo, não importando o quão errado era.
Dimitri suspirou e se levantou. Pelo jeito do rosto dele, ele obviamente acreditava nela.
Também era obvio que ele estava preocupado – preocupado em mais do que apenas do jeito
profissional. Ao ver aquela preocupação – preocupação por mim - meu coração se alegrou.
“Rose?” a voz de Christian me trouxe de volta a mim mesma. “Estamos aqui, eu acho.”
A praça consistia em uma grande e aberta área na frente do shopping.Havia um café no canto
do prédio principal, as suas mesas dispostas na área aberta. Uma multidão entrava no
complexo, ocupados mesmo nessa hora do dia.
“Então, como encontramos eles?” perguntou Christian.
Eu dei nos ombros. “Talvez se agirmos como um Strigoi, eles nos ataquem.”
Um pequeno e relutante sorriso apareceu no rosto dele. Ele não queria admitir, mas ele
achava que minha piada era engraçada.
Ele e eu fomos para o lado. Como qualquer outro shopping, estava cheio de lojas conhecidas, e
uma parte egoísta de mim pensou que se achássemos o grupo rápido o bastante, nós
podíamos ir no shopping a tempo.
Christian e eu andamos por aquela extensão duas vezes e não vimos sinal dos nossos amigos
ou de qualquer coisa lembrando túneis.
“Talvez a gente esteja no lugar errado,” eu finalmente disse.
“Ou talvez eles estão,” sugeriu Christian. “Eles poderiam ter ido a outro – espera.”
Ele apontou, e eu segui o gesto dele. Os três renegados estavam sentados em uma mesa no
meio da praça de alimentação, parecendo deprimidos. Eles pareciam tão miseráveis, que eu
quase senti pena deles.
“Eu mataria por ter uma câmera agora,” disse Christian, sorrindo.
“Isso não é engraçado,” eu disse a ele, indo em direção ao grupo. Dentro de mim, suspirei em
alivio. O grupo claramente não tinha encontrado nenhum Strigoi, todos ainda estavam vivos, e
podiam ser levados sem ter mais problemas.
Eles não nos notaram até que estávamos do lado deles. Eddie olhou pra cima. “Rose?O que
você está fazendo aqui?”
“Você perdeu a cabeça?” eu gritei. Algumas pessoas ali perto nos deram olhares surpresos.
“Você sabe em quantos problemas você se meteu?Quantos problemas vocês nos meteram?”
“Como diabos você nos achou?” perguntou Mason numa voz baixa, olhando ansioso ao redor.
“Vocês não são exatamente gênios do crime,” eu disse a ele. “Nosso informante na rodoviária
nos deu uma direção.Isso, e eu descobri que você tinha ido na sua inútil busca de matar os
Strigoi.”
O olhar que Mason me deu mostrou que ele ainda não estava completamente feliz comigo. Foi
Mia quem respondeu, no entanto.
“Não é inútil.”
“Oh?” Eu exigi. “Você matou algum Strigoi? Você encontrou algum?”
“Não,” admitiu Eddie.
“Ótimo,” eu disse. “Vocês tiveram sorte.”
“Porque você é tão contra matar Strigoi?” perguntou Mia irritada. “Não é pra isso que vocês
são treinados”
“Eu treino para missões sãs, não proezas infantis como isso.”
“Não é infantil,” ela chorou. “Eles mataram minha mãe. E os guardiões não estão fazendo
nada. Até a informação deles é ruim. Não tem nenhum Strigoi nos túneis. Provavelmente
nenhum na cidade.”
Christian parecia impressionado. “Vocês encontraram os túneis?”
“Sim,” disse Eddie. “Mas como ela disse, eles foram inúteis.”
“Nós deveríamos ver eles antes de ir,” Christian me disse. “Seria legal, e se as informações
estavam erradas, é perigoso.”
“Não,” eu disse. “Nós estamos indo para casa. Agora.”
Mason parecia cansado. “Nós vamos procurar pela cidade de novo. Nem você pode nos fazer
voltar, Rose.”
“Não, mas os guardiões da escola podem quando eu contar a eles que vocês estão aqui.”
Chame de chantagem ou ser uma dedo dura; o efeito é o mesmo. Os três olharam para mim
como se eu tivesse acabado de socar os três simultaneamente.
“Você faria isso?” perguntou Mason. “Você nos entregaria?”
Eu esfreguei meus olhos, me perguntando desesperadamente porque eu estava tentando ser a
voz da razão. Onde estava a garota que tinha fugido da escola? Mason estava certo. Eu mudei.
“Isso não é sobre entregar ninguem. É sobre manter vocês vivos.”
“Você acha que nós somos indefesos?” perguntou Mia. “Você acha que vamos ser mortos
rapidamente?”
“Sim,’ eu disse. “A não ser que você tenha encontrado um jeito de usar água como arma?”
Ela corou e não disse nada.
“Nós trouxemos estacas de prata,” disse Eddie.
Fantastico. Eles deviam ter roubado elas. Eu olhei para Mason implorando.
“Mason.Por favor. Pare com isso. Vamos voltar pra casa.”
Ele me olhou por um longo tempo. Finalmente, ele suspirou. “Ok.”
Eddie e Mia pareciam espantados, mas Mason tinha assumido a liderança entre eles, e eles
não tiveram a iniciativa de se ir sem ele. Mia parecia não ter levado muito bem, e eu me senti
mal por ela. Ela mal teve tempo para ficar de luto por sua mãe; ela simplesmente tinha pulado
nessa coisa de vingança como um jeito de ignorar a dor. Ela tinha muito para lidar quando
voltássemos.
Christian ainda estava excitado com a idéia dos túneis. Considerando que ele passava todo o
seu tempo em um sótão,eu não deveria ficar surpresa.
“Eu vi os horários,” ele me disse. “Nós temos tempo antes do próximo ônibus chegar.”
“Nós não podemos ir até um esconderijo de Strigoi,” eu discuti, indo em direção a entrada do
shopping.
“Não tem Strigoi lá,” disse Mason. “São só coisas de zelador. Não tinha sinal de nada estranho.
Eu realmente acho que os guardiões tem informações erradas.”
“Rose,” disse Christian, “vamos tirar algo divertido disso.”
Todos eles olharam para mim. Eu me senti como uma mãe que não comprava doces para seus
filhos.
“Ok, ótimo. Só uma olhadinha.”
Os outros nos guiaram para o lado oposto do shopping, através de uma porta que era apenas
para funcionários. Nós nos desviamos de alguns zeladores, então entramos em outra porta
que nos levou a uma escada que dava para baixo. Eu tive um breve momento de déjà vu,
lembrando quando descemos para a festa de Adrian. Só que essas escadas eram mais sujas e
tinham um cheiro horrível.
Nós chegamos no fundo. Não era bem um túnel e sim um corredor estreito, alinhado em
cimento nojento. Luzes florecentes feias apareciam de vez em quando nas paredes. A
passagem continuou e levou a para a direita. Caixas de suprimentos para limpeza estavam ao
redor.
“Vê?” disse Mason. “Chato.”
Eu apontei para cada direção. “O que tem ali embaixo?”
“Nada,’ disse Mia. “Vamos mostrar para você.”
Nós fomos para a direita e encontramos mais coisas. Eu estava começando a concordar com o
aspecto chato quando passamos por um negocio escrito em preto na parede. Eu parei e olhei.
Era uma lista de letras.
D
B
C
O
T
D
V
L
D
Z
S
I
Algumas l tinham um x marcado ao lado, mas a maior parte da mensagem era incoerente. Mia
notou que eu estava examinando.
“É provavelmente uma coisa dos zeladores,” ela disse. “Ou talvez uma gang tenha feito.”
“Provavelmente,’ eu disse estudando. Os outros se viraram inquietos, sem entender minha
fascinação pelas letras. Eu também não entendia minha fascinação, mas algo em minha cabeça
me fez ficar.
Então eu entendi.
B para Badica, Z para Zeklos, I para Ivashkov...
Eu encarei. A primeira letra de cada nome da realeza estava ali. Havia três D´s, mas baseado na
ordem, você podia ler a lista como um ranking. Começava com as famílias menores –
Dragomir, Badica, Conta – e ia até o gigante clã dos Ivashkov. Eu não entendi os traços e as
linhas ao lado das letras, mas eu rapidamente notei quais nomes tinham um x ao lado: Badica
e Drozdov.
Eu me afastei da parede. “Nós temos que sair daqui,” eu disse. Minha própria voz me assustou
um pouco. “Agora.”
Os outros me olharam surpresos. “Porque?” perguntou Eddie.”O que está acontecendo?”
“Eu conto depois. Precisamos ir.”
Mason apontou para direção que estávamos indo. “Isso leva para algumas quadras adiante. É
mais perto da rodoviaria.”
Eu olhei para escuridão desconhecida. “Não,” eu disse.”Vamos voltar por onde viemos.”
Eles me olharam como se eu fosse louca enquanto voltávamos, mas ninguém fez nenhuma
pergunta. Quando emergimos para a frente do shopping, eu deu um suspiro de alivio por ver
que o sol ainda estava no céu, embora estivesse afundando no horizonte e lançando luzes
laranjas e vermelhas nos prédios. Aquele restante de luz ainda seria o suficiente para nós
voltarmos a rodoviária antes de haver algum perigo de encontrarmos um Strigoi.
E agora eu sabia que realmente haviam Strigoi em Spokane. A informação de Dimitri estava
certa. Eu não sabia o que a lista significava, mas claramente tinha algo a ver com os ataques.
Eu precisava relatar isso aos guardiões imediatamente, e eu certamente não podia contar aos
outros enquanto não estivéssemos seguros no hotel. Mason iria querer voltar aos túneis se eu
contasse a ele.
A maior parte da nossa caminhada de volta aconteceu em silencio. Eu acho que meu humor se
espalhou para os outros. Até Christian parecia não ter mais o que comentar. Dentro de mim,
minhas emoções giravam, oscilando entre raiva e culpa enquanto eu examinava meu papel em
tudo isso.
Na minha frente, Eddie parou de andar, e eu quase dei um encontrão nele.Ele olhou ao redor.
“Onde nós estamos?”
Saindo dos meus pensamento, eu olhei ao redor também. Eu não me lembrava desses prédios.
“Merda,” eu exclamei. “Estamos perdidos?Alguem prestou atenção de onde estávamos indo?”
Era uma pergunta injusta já que claramente eu também não tinha prestado atenção, mas meu
temperamento tinha ultrapassado minha razão. Mason me estudou por alguns segundos.
Então falou.”Por aqui.”
Ele se virou e andou para um estreita rua entre dois prédios. Eu não achei que estávamos indo
para o caminho certo, mas eu não tinha ideia melhor. Eu também não queria começar a
discutir.
Nós não tínhamos ido muito longe quando eu ouvi o som de um motor e os gritos de um pneu.
Mia estava andando no meio da rua, e meu instinto protetor tomou conta antes mesmo que
eu visse o que estava vindo. Agarrando ela, eu a tirei da rua e a coloquei perto das paredes de
um dos prédios. Os garotos tinham feito a mesma coisa.
Uma grande e verde van com janelas pintadas tinha virado a esquina e estava vindo na nossa
direção. Nós nos pressionamos contra a parede, esperando por ela passar.
Mas ela não passou.
Com um guincho repentino, ela parou na nossa frente, e as portas abriram. Três caras grandes
saíram, e de novo, meus instintos tomaram conta. Eu não tinha idéia de quem eram eles ou o
que eles queriam, mas eles claramente não eram amistosos. Isso era tudo que eu precisava
saber.
Um deles se moveu em direção a Christian, e eu dei um soco nele. O cara mal se assustou mas
estava claramente surpreso por ter caído, eu acho. Ele provavelmente não esperava que
alguém pequeno como eu fosse uma ameça. Ignorando Christian, ele se moveu na minha
direção. Com minha visão periférica, eu vi Mason e Eddie se defendendo dos outros dois caras.
Mason tinha tirado sua estaca de prata roubada. Mia e Christian estavam parados lá,
congelados.
Nossos agressores confiavam muito no seu numero. Eles não tinham a experiência com
técnicas ofensivas e defensivas. Além do mais, eles eram humanos, e nós tínhamos a força dos
dhampir. Infelizmente, nós também tínhamos a desvantagem de estar encurralados contra
uma parede. Nós não tínhamos lugar para recuar. Mais importante, nós tínhamos algo a
perder.
Como Mia.
O cara que estava lutando com Mason pareceu notar isso. Ele se afastou de Mason e agarrou
ela. Eu mal vi a arma dele antes que estivesse pressionada contra o pescoço dela. Se afastando
do meu adversário, eu gritei para Eddie parar. Nós todos tínhamos sido treinados para
responder instantaneamente aquele tipo de ordem, e ele parou seu ataque, me olhando
questionadoramente. Quando ele viu Mia, seu rosto ficou pálido.
Eu não queria mais nada a não ser continuar a bater naqueles homens – quem quer que eles
fossem – mas eu não podia arriscar que aquele cara machucasse Mia. Ele sabia disso, também.
Ele nem precisou fazer uma ameaça. Ele era humano, mas ele sabia o suficiente sobre nós para
saber que tínhamos que proteger os Moroi. Novatos tinham um ditado sobre isso: Apenas eles
importam.
Todos pararam e olharam para ele e para mim. Aparentemente nós éramos os lideres aqui. “O
que você quer?” eu perguntei friamente.
O cara pressionou sua arma no pescoço de Mia, e ela se encolheu. Por toda a conversa dela
sobre lutar, ela era menor que eu e não tão forte. E ela estava muito aterrorizada para se
mexer.
O homem inclinou sua cabeça em direção a porta aberta da van. “Eu quero que você entre. E
não tente nada. Você tenta, e ela morre.”
Eu olhei para Mia, então para a van, para meus amigos, então de volta para o cara. Merda.

A.Vampiro - aura negra (capitulo 17)


DEZESSETE
“O que você acha que você está fazendo? Ela exigiu. A voz dela ainda era muito alta até onde
eu podia dizer.
“Nada, eu-“
“Nos de licença, Lord Ivashkov,” ela rosnou. Então, como se eu tivesse 5 anos, ela me pegou
pelo braço e me levou para fora do salão. Champagne espirrou da minha taça e derramou na
saia do meu vestido.
“O que você acha que você está fazendo?” eu exclamei, quando estávamos no corredor. Eu
olhei para meu vestido tristemente. “Isso é seda. Você pode ter arruinado ele.”
Ela pegou o meu champgne e o colocou numa mesa ali perto. “Ótimo. Talvez impeça você de
se vestir como uma vadia barata.”
“Whoa,” eu disse, chocada. “Isso é meio duro. E porque você resolveu virar mãe de repente?”
eu apontei para o vestido. “Isso não é exatamente barato. Você disse que tinha sido gentileza
de Tasha ter me dado.”
“É porque eu não esperava que você o usasse com os Moroi e fizesse um espetáculo de si
mesma.”
“Eu não estou fazendo um espetáculo de mim mesma. E de qualquer jeito, ele cobre tudo.”
“É um vestido que marca tanto que podia muito bem estar mostrando tudo,” ela respondeu.
Ela, é claro, estava usando roupas pretas dos guardiçoes: Calças pretas e um blazer
combinando. Ela tinha algumas curvas, mas a roupa as escondia.
“Especialmente quando você está num grupo daqueles. Seu corpo... fica evidente. E flertar
com um Moroi não ajuda.”
“Eu não estava flertando com ele.”
A acusação me irritou porque eu sentia que eu estava me comportando muito bem
ultimamente. Eu costumava flertar o tempo todo – e fazer outras coisas – com caras Moroi,
mas depois de algumas conversas e incidentes embaraçosos com Dimitri, eu percebi o quão
idiota isso era. Garotas dhampir tinham que ter cuidado com caras Moroi, e eu mantinha isso
em mente o tempo todo agora.
Algo baixo me ocorreu. “Além do mais,” eu disse zombando, “não é o que eu supostamente
deveria fazer? Ficar com um Moroi e aumentar nossa raça? Foi o que você fez.”
Ela olhou com raiva. “Não quando eu tinha sua idade.”
“Você era apenas alguns anos mais velha que eu.”
“Não faça nada estúpido, Rose,’ ela disse. “Você é muito nova para um filho. Você não tem as
experiências da vida para isso – você nem viveu sua própria vida ainda. Você não vai ser capaz
de fazer o tipo de serviço que você gostaria.”
Eu gemi, mortificada. “Nós estamos mesmo discutindo isso? Como nos fomos de um suposto
flerte para de repente ter um filho? Eu não estou transando com ele ou mais ninguém, e
mesmo que eu estivesse, eu sei sobre controle de natalidade. Porque você está falando
comigo como se eu fosse uma criança?”
“Porque você age como um. “Foi muito parecido com o que Dimitri me disse.
Eu encarei. “Então você vai me mandar para o meu quarto agora?”
“Não, Rose.” Ela de repente parecia cansada. “Você não tem que ir para o seu quarto, mas não
volte lá também. Com sorte você não chamou muita atenção.”
“Você faz parecer como se eu estivesse dançando no colo de alguém lá,” eu disse a ela. “Eu só
jantei com Lissa.”
“Você ficaria surpresa com que tipo de coisas iniciam os rumores,” ela avisou. “Especialmente
com Adrian Ivashkov.”
Com isso, ela se virou e saiu pelo corredor.Observando ela, eu senti raiva e ressentimento
queimar dentro de mim. Exagero? Eu não tinha feito nada errado. Eu sabia que ela tinha a
paranóia dela com meretriz de sangue, mas isso era extremo, até para ela. Pior que isso, ela
me arrastou para fora, e várias pessoas viram. Para alguém que supostamente não queria
chamar atenção, ela meio que estragou tudo.
Alguns Moroi estavam perto de Adrian e eu saíram do salão. Eles olharam na minha direção e
sussurram algo enquanto passavam.
“Obrigado mãe,” eu disse a mim mesma.
Humilhada, eu comecei a andar na direção oposta, sem ter certeza de onde eu estava indo. Eu
me dirigi para a parte de trás do hotel, longe da atividade.
O corredor eventualmente acabou, mas havia uma porta que levava para algumas escadas. A
porta estava aberta, então eu segui as escadas até outra porta. Para o meu prazer, a porta
abriu para um pequeno deque no telhado que não parecia ter muito uso. Um cobertor de neve
cobria tudo, mas era de manhã cedo aqui, e o sol brilhava, fazendo tudo reluzir.
Eu limpei a neve um objeto grande parecido com uma caixa que parecia ser parte do sistema
de ventilação. Me descuidando com o vestido, eu sentei. Envolvendo meus braços ao meu
redor, eu observei, aproveitando a vista e o sol que eu raramente podia aproveitar.
Eu me assustei quando a porta abriu alguns minutos depois. Quando olhei para trás eu fique
ainda mais admirada quando vi Dimitri emergir. Meu coração flutuou um pouco, e eu me virei,
sem ter certeza do que pensar. As botas dele esmagavam a neve enquanto ele andava até
onde eu estava sentada. Um momento depois, ele tirou o casaco dele e colocou sobre os meus
ombros.
Ele sentou do meu lado. “Você deve estar congelando.”
Eu estava, mas eu não queria admitir. “O sol está no céu.”
Ele inclinou sua cabeça para trás, olhando para o perfeito céu azul. Eu sabia que ele sentia falta
do sol tanto quanto eu as vezes. “Está. Mas nós ainda estamos numa montanha no meio do
inverno.”
Eu não respondi. Nós sentamos ali em um confortável silencio por um tempo. Ocasionalmente,
um vento leve soprava nuvens de neve ao redor. Era noite para os Moroi, e a maioria deles
estaria indo para cama em breve, então as pistas de esqui estavam silenciosas.
“Minha vida é um desastre,” eu finalmente disse.
“Não é um desastre,” ele disse automaticamente.
“Você me seguiu da festa?”
“Sim.”
“Não foi uma comoção. Quase ninguém notou. Eu vi porque estava olhando você.”
Eu me recusei a ficar excitada com isso. “Não foi isso o que ela disse,” eu disse a ele. “Eu podia
muito bem estar trabalhando em um canto até onde ela se interessa.”
Eu contei sobre a conversa no corredor.
“Ela só está preocupada com você,” Dimitri disse quando eu terminei.
“Ela exagerou.”
“As vezes as mães são super protetoras.”
Eu olhei pra ele. “É, mas essa é a minha mãe. E ela não parecia muito protetora, na verdade.
Eu acho que ela estava mais preocupada que eu a faça passar vergonha as vezes. E toda aquela
coisa de se tornar uma mãe muito jovem foi estúpido. Eu não vou fazer nada desse tipo.”
“Talvez ela não estivesse falando sobre você,” ele disse.
Mais silencio. Minha mandíbula caiu.
Você não tem as experiências da vida para isso – você nem viveu sua própria vida ainda. Você
não vai ser capaz de fazer o tipo de serviço que você gostaria.
Minha mãe tinha 20 anos quando eu nasci. Quando eu estava crescendo, isso sempre parecia
muito velho para mim. Mas agora... isso apenas alguns anos mais velha que eu. Não era velho.
Ela acha que me teve muito cedo? Ela fez um péssimo trabalho me criando porque ela não
sabia mais na época? Ela se arrependia do jeito que as coisas tinham ficado entre nós?E era...
era possível que ela tivesse alguma experiência pessoal com os homens Moroi espalhando
rumores sobre ela? Eu tinha herdado muitas das feições dela. Eu quero dizer, eu até notei essa
noite que ela tem uma boa imagem. Ela também tem um rosto bonito – para uma mulher de
quase 40 anos, eu quero dizer. Ela provavelmente era muito,muito bonita quando tinha minha
idade...
Eu suspirei. Eu não queria pensar sobre isso. Se eu pensasse, eu talvez tivesse que reavaliar
minha relação com ela – talvez até reconhecer que minha mãe era uma pessoa real – e eu já
tinha muitas relações me estressando. Lissa sempre me preocupava, mesmo sabendo que ela
parecia estar bem para variar. Meu chamado romance com Mason estava uma confusão. E
também, é claro, havia Dimitri...
“Não estamos brigando agora.” Eu disse.
Ele me deu um olhar atravessado.”Você quer brigar?”
“Não. Eu odeio brigar com você.Verbalmente, eu quero dizer. Eu não me importo no ginásio.”
Eu pensei ter detectado um sorriso. Sempre um meio sorriso para mim. Raramente um sorriso
completo. “Eu também não gosto de brigar com você.”
Sentada perto dele, eu me maravilhei com a quente feliz emoção que entrou dentro de mim.
Tinha algo sobre estar perto dele que era tão bom, que mexia comigo de um jeito que Mason
não podia. Você não pode forçar o amor, eu me dei conta. Está lá ou não. Se não está lá, você
tem que ser capaz de admitir. Se está, você tem que fazer o que você puder para proteger
quem você ama.
As próximas palavras que saíram da minha boca me surpreenderam, porque eram
completamente altruísta e porque eu estava falando sério.
“Você deveria aceitar.”
Ele hesitou. “O que?”
“A oferta de Tasha. Você deveria ficar com ela. É uma boa oportunidade.”
Eu lembrei das palavras da minha mãe sobre estar pronta para ter um filho. Eu não estava.
Talvez ela não tivesse estado. Mas Tasha estava. E eu sabia que Dimitri também estava. Eles se
davam muito bem. Ele podia ser o guardião dela, ter alguns filhos com ela... seria um bom
negocio para os dois.
“Eu nunca esperei ouvir isso vindo de você,” ele me disse, com a voz apertada. “Especialmente
depois –“
“Da vaca que eu estava sendo?É.” Eu puxei o casaco dele mais para perto contra o frio.
Cheirava como ele. Era intoxicante, e eu podia imaginar estar sendo abraçada por ele. Adrian
talvez soubesse mesmo algo sobre a força do cheiro. ‘Bem. Como eu disse, eu não quero mais
brigar. Eu não quero que a gente se odeie. E...bem...” Eu apertei meus olhos e depois os abri.
“Não importa o que eu sinto sobre nós... eu quero que você seja feliz.”
Silencio de novo. Eu notei que meu peito doía.
Dimitri pos seus braços ao meu redor. Ele me puxou para perto dele, e eu coloquei minha
cabeça no peito dele. “Roza,” foi tudo o que ele disse.
Era a primeira vez que ele realmente me toca desde a noite do feitiço de luxuria. As aulas
praticas as vezes tinham sido diferentes... mas animal. Mas isso não era sobre sexo. Era apenas
sobre estar perto de alguém que você gosta, sobre as emoções que esse tipo de conexão traz.
Dimitri pode fugir com Tasha, mas eu ainda o amaria. Eu provavelmente sempre o amaria.
Eu me importava com Mason. Mas eu provavelmente nunca o amaria.
Eu suspirei para Dimitri, esperando poder ficar assim para sempre. Parecia certo estar com ele.
E – não importava o quanto pensar em Tasha me doía – fazer o que era melhor para ele
parecia certo. Agora, eu sabia, que era hora de parar de ser uma covarde e fazer outra coisa
certa. Mason tinha dito que eu precisava aprender coisas a meu respeito. Eu tinha acabado de
aprender.
Relutantemente, eu me afastei e entreguei para Dimitri seu casaco. Eu levantei. Ele me olhou
curioso, sentindo minha inquietação.
“Onde você está indo?” ele perguntou.
“Quebrar o coração de alguém,” eu respondi.
Eu admirei Dimitri por mais meia batida de coração – os olhos negros e sábios, e cabelo de
seda – Então eu fui para dentro. Eu tinha que me desculpar com Mason... e dizer a ele que
nunca haveria nada entre nós

A.Vampiro - aura negra (capitulo 16)


DEZESSEIS
Lissa me encontrou mais tarde naquele dia. Eu adormeci depois que Mason saiu, muito
deprimida para sair da cama.Ela bater a porta me acordou.
Eu estava muito feliz em ver ela. Eu precisa contar sobre o que tinha acontecido com Mason,
mas antes que eu pudesse, eu li os sentimentos dela. Eles eram tão perturbados quanto o
meu. Então, como sempre, eu a coloquei primeiro.
“O que aconteceu?”
Ela sentou na cama dela, se afundando nas penas, seus sentimentos furiosos e tristes.
“Christian.”
“Verdade?” eu nunca soube deles brigarem. Eles se provocavam muito, mas dificilmente era o
tipo de coisa que a faria chorar.
“Ele descobriu... que eu estava com Adrian essa manhã.”
“Oh,wow,” eu disse. “É. Isso pode ser um problema.” Levantando, eu andei até a penteadeira
e encontrei minha escova. Voltando, eu fiquei perto do espelho e comecei a escovar meu
cabelo embaraçado que consegui depois da soneca.
Ela gemeu. “Mas nada aconteceu!Christian está enlouquecido por nada.Eu não posso acreditar
que ele não confia em mim.”
“Ele confia em você. A coisa toda é estranha, só isso.”Eu pensei sobre Dimitri e Tasha.”Ciúmes
faz as pessoas fazer e dizerem coisas idiotas.”
“Mas nada aconteceu,” ela repetiu. “Eu quero dizer, você esteve lá – hey, eu nunca descobri. O
que você estava fazendo lá?”
“Adrian me mandou um monte de perfume.”
“Ele- você quer dizer aquela caixa gigante que você está carregando?”
Eu acenei.
“Whoa.”
“É. Eu fui devolver,” eu disse. “A pergunta é, o que você estava fazendo lá?”
“Apenas conversando,” ela disse. Ela começou relaxar, prestes a me dizer algo, mas então
parou. Eu senti a idéia quase alcançar a parte da frete da mente dela e então ele a empurrou
de volta.”Eu tenho muito para contar pra você, mas primeiro me diz o que aconteceu com
você.”
“Nada aconteceu comigo.”
“Tanto faz, Rose. Eu não sou psíquica como você, mas eu sei quando você está irritada com
algo. Você está meio chateada desde o natal. O que aconteceu?”
Agora não era a hora de contar o que tinha acontecido no natal quando minha mãe me contou
sobre Tasha e Dimitri. Mas eu contei para Lissa o que tinha acontecido com Mason – editando
o motivo do porque eu ter parado – e simplesmente contei o que eu tinha feito.
“Bem...” ela disse quando eu terminei. “Esse foi o seu direito.”
“Eu sei. Mas eu meio que o conduzi. Eu entendo porque ele está chateado.”
“Vocês provavelmente podem se acertar. Vá falar com ele. Ele é louco por você.”
Era mais do que falta de comunicação. As coisas com Mason e eu não poderiam se acertar tão
fácil. “Eu não sei,” eu disse a ela.”Nem todo mundo é como você e Christian.”
O rosto dela escureceu. “Christian. Eu ainda não acredito que ele está sendo tão idiota sobre
isso.”
Eu não queria, mas eu ri. “Liss, vocês vão voltar a se agarrar em um dia. Mais do que se beijar,
provavelmente.”
Escapou antes que eu pudesse me dar conta. Os olhos dela aumentaram. “Você sabe.”Ela
balançou a cabeça em exasperação. “É claro que você sabe.”
“Desculpe,” eu disse. Eu não queria que contar a ela que eu sabia sobre o sexo, não até ela
mesmo me contar.
Ela me olhou. “Quanto você sabe?”
“Um, não muito,” eu menti. Eu terminei de escovar meu cabelo mas comecei a brincar com o
cabo da escova para evitar os olhos dela.
“Eu tenho que aprender a te manter fora da minha mente,” ela murmurou.
“É o único jeito que eu posso “falar” com você ultimamente.” Outro deslize.
“O que isso quer dizer?” ela exigiu.
“Nada...eu...” Ela estava me dando um olhar afiado. “Eu... eu não sei.Eu só sinto que nós não
conversamos mais tanto.”
“É preciso duas pessoas para consertar isso.” Ela disse, a voz dela gentil de novo.
“Você está certa,” eu disse, sem apontar que dois podiam consertar isso se uma não estivesse
sempre com seu namorado. Verdade, eu era culpada do meu próprio jeito em manter as coisas
para mim mesma – mas eu queria falar com ela várias vezes ultimamente. O timing
simplesmente não parecia certo – nem mesmo agora. “Você sabe, eu nunca pensei que você
seria a primeira. Ou eu suponho que eu nunca pensei que eu seria uma veterana e ainda seria
virgem.”
“É,” ela disse com indiferença.”Eu também não.”
“Hey! O que isso quer dizer?”
Ela riu, então olhou o relógio. O sorriso dela desapareceu. “Ugh. Eu tenho que ir para o
banquete de Priscilla. Christian deveria ir comigo, mas ele está sendo um idiota...”Os olhos
dela se focaram em mim com esperança.
“O que?Não. Por favor, Liss.Você sabe como eu odeio essas coisas formais da realeza.”
“Oh, anda,” ela implorou.”Christian saiu de fininho. Você não pode me jogar aos lobos. E você
não acabou de dizer que nós precisamos conversar mais?” Eu gemi.”Além do mais, quando
você for minha guardiã, você vai ter que ir nessas coisas o tempo todo.”
“Eu sei,” eu disse. “Eu pensei que eu podia aproveitar meus últimos 6 meses de liberdade.”
Mas no final, ela me convenceu a ir com ela, como nós duas sabíamos que ela faria.
Nós não tínhamos muito tempo, e eu tive que correr para tomar banho, secar o cabelo, e fazer
a maquiagem. Eu trouxe o vestido de Tasha, e embora eu ainda quisesse que ela sofresse
horror por se sentir atraída por Dimitri, eu estava agradecida pelo presente dela agora. Eu
puxei o material de seda, feliz por ver que a tonalidade de vermelho era tão matadora quanto
eu tinha pensado. Era um longo vestido estilo Asiático com flores bordadas na seda. O pescoço
alto e a bordas compridas cobriam muita pele, mas a o material marcou meu corpo e me fazia
parecer sexy em um jeito diferente do que mostrar muita pele. Meu olho roxo praticamente
havia desaparecido.
Lissa, como sempre, parecia incrível. Ela usava um vestido púrpura assinado por Johnna Raski,
um designer Moroi muito conhecido. Não tinha mangas e era feito de cetim. Os cristais
parecidos com ametista presos em tiras brilhavam contra sua pele. Ela usava seu cabelo para
cima em um solto, e artístico coque.
Quando alcançamos o salão de banquete, nós chamamos a atenção de algumas pessoas. Eu
não acho que a realeza estava esperando que a princesa Dragomir trouxesse sua amiga
dhampir para esse muito esperado baile, que participava só quem tinha convite. Mas hey, o
convite de Lissa dizia “e convidado.” Ela e eu sentamos nos nossos lugares na mesa com alguns
da realeza cujo nome eu prontamente esqueci. Eles ficaram felizes em me ignorar, e eu fiquei
feliz em ignorar eles.
Além do mais, não era como se não tivesse outras distrações. Esse aposento era decorado
todo em prata e azul. Toalhas de mesa azul cobriam a mesa, tão brilhante e macia que eu
estava apavorada por comer em cima dela. Castiçais com velas estavam pendurados nas
paredes, e uma lareira decorada com vidro colorido estava no canto. O efeito era um
espetacular panorama de cores e luzes, de deslumbrar. No canto, uma magra Moroi tocava
violoncelo, o rosto dela sonhador e focado na música. O barulho das taças de vinho produzia
doces notas.
O jantar era igualmente incrível. A comida era elaborada, mas eu reconheci tudo no prato
(porcelana, é claro) e gostei de tudo. Não tinha foie gras aqui. Salmão temperado com
cogumelos. Uma salada com pimenta e queijo de bode. Pasteis recheados de amêndoa para
sobremesa. Minha única reclamação era que as porções eram pequenas. A comida parecia
mais ser para decorar os pratos, eu juro, eu terminava em 10 mordidas. Moroi podem ainda
precisar de comida junto com sangue, mas eles não precisavam de tanto quanto humanos –
ou, vamos dizer, como uma garota dhampir em fase de crescimento – precisava.
Ainda sim, a comida poderia ter justificado eu vir nessa aventura, eu decidi. Exceto, quando a
comida acabou, Lissa me disse que nós não podíamos partir.
“Nós temos que nos misturar,” ela sussurrou.
Misturar?
Lissa riu do meu desconforto. “Você é a social.”
Era verdade. Na maioria das circunstancias, eu era quem me colocava lá fora e não tinha
medo de falar com as pessoas. Lissa tende a ser tímida. Mas, com esse grupo, a mesa virou.
Isso era território dela, não meu, e me surpreendia ver o quão bem ele podia interagir com a
alta sociedade da realeza. Ela era perfeita, polida e educada. Todos ansiavam falar com ela, e
ela sempre parecia saber a coisa certa a dizer. Ela não estava usando compulsão, exatamente,
mas ela definitivamente tinha um ar que fazia as pessoas quererem falar com ela. Eu acho que
pode ser um efeito inconsciente do Espírito. Mesmo com os remédios, seu mágico e natural
carisma continuava. Uma vez a interação social que tinham sido forçadas e cansativas para
ela, mas agora ela levava numa boa. Eu estava orgulhosa dela. A maior parte da conversa ficou
bem leve: fashion, vidas amorosas da realeza, etc. Ninguém parecia querer estragar a
atmosfera falando sobre Strigoi.
Então eu grudei ao lado dela pelo resto da noite. Eu tentei falar a mim mesma que era pratica
para o futuro, quando eu a seguia quieta como uma sombra. A verdade era, que eu me sentia
desconfortável nesse grupo e sabia que meus mecanismos de defesa eram inúteis aqui. Além
do mais, era doloroso ver que eu era a única dhampir convidada no jantar. Havia outros
dhampirs, sim, mas eles eram guardiões, cuidando da segurança do local.
Enquanto Lissa e eu andávamos pela multidão, nós nos fomos até um grupo de Moroi que
estavam começando a falar muito alto. Um deles eu reconheci. Ele era o cara da briga que eu
tinha ajudado a separar, mas dessa vez ele estava usando um paletó preto ao invés de uma
sunga. Ele olhou quando nos aproximamos, nos avaliando grosseiramente, mas
aparentemente ele não lembrava de mim. Nós ignorando, ele continuou a discussão. Nada
surpreendente, o tópico era a proteção dos Moroi. Ele era o que era a favor dos Moroi lutarem
ofensivamente contra os Strigoi.
“Que parte do ‘suicídio’ você não entendeu?” perguntou um dos homens parado ali perto. Ele
tinha cabelo prateado e um bigode. Ele usava um paletó também, mas o cara mais novo
parecia melhor em um. “Moroi treinando como soldados será o fim da nossa raça.”
“Não é suicidio,” exclamou o cara mais novo. “É a coisa certa a fazer. Nós temos que começar a
cuidar de nós mesmos. Aprender a lutar e usar mágica é muito útil, além de usar os
guardiões.”
“Sim, mas com os guardiões, nós não precisamos de outras coisas,” disse o cara do cabelo
prata. “Você este ouvindo quem não é da realeza. Eles não tem guardiões, então é claro que
eles estão assustados. Mas isso não é razão para nos arrastar e colocar nossas vidas em risco.”
“Eles não fazem isso,” disse Lissa de repente. A voz dela era suave, mas todos no pequeno
grupo pararam e olharam pra ela. “Quando você fala sobre Moroi aprendendo a lutar, você faz
parecer que é tudo ou nada. Não é. Se você não quer lutar, então você não precisa. Eu
entendo completamente.”O cara parecia ligeiramente aliviado. “Mas, isso é porque você pode
confiar nos guardiões. Muitos Moroi não podem. Se eles querem aprender a se defender, não
a razão deles não poderem.”
O cara mais novo encarava triunfante seu adversário. “Você vê?”
“Não é tão simples,” respondeu o cara dos cabelos prateados. “Se fosse apenas uma questão
de pessoas malucas querendo se matar, então tudo bem. Vá fazer. Mas onde vamos aprender
essas técnicas de luta?”
“Bem você descobre a mágica por si. Os guardiões nos ensinam a parte física da luta.”
“Sim, vê? Eu sabia que era ai que isso estava indo. Mesmo que o resto de nós não participe
dessa missão suicida, vocês ainda querem nossos guardiões para treinar seu exercito de
mentirinha.”
O cara mais novo olhou irritado com a palavra “de mentirinha,” e eu me perguntei se uma
nova briga ia começar. “Vocês nos devem.”
“Não, eles não devem,” disse Lissa.
Olhares intrigados se viraram para ela de novo. Dessa vez, era o cara do cabelo prateado que
parecia triunfante. As feições do cara mais novo se encheram de raiva.
“Guardiões são os melhores recursos de luta que nós temos.”
“Eles são,” ela concordou,”mas isso não te dá o direito de tirar eles do seu dever.” O cara do
cabelo prateado estava quase brilhando.
“Então como nós deveríamos aprender?” exigiu o outro cara.
“Do mesmo jeito que os guardiões aprendem,” Lissa informou ele. “Se você quer aprender a
lutar, vá para as Academias. Forme aulas e comece do inicio, do mesmo jeito que os novatos
fazem. Desse jeito, você não vai tirar os guardiões do seu dever. É um lugar seguro, e os
guardiões são especializados em ensinar aos alunos de qualquer forma.” Ela fez uma pausa
pensativa. “Você pode até mesmo começar a fazer aulas de defesa como parte do currículo
dos estudantes Moroi que já estão lá.”
Olhares surpresos caíram sobre ela, o meu incluído. Era uma solução elegante, e todo mundo
ao redor percebeu. Não cobria 100% dos problemas, mas era o melhor jeito de um lado não
prejudicar o outro. Genial. O outro Moroi a estudou com admiração e fascinação.
De repente, todos começaram a falar ao mesmo tempo, excitados com a idéia. Eles incluíram
Lissa, e logo havia uma conversa apaixonada rolando sobre o plano dela. Eu fiquei excluída
mas decidi que estava tudo bem. Então eu me afastei e fui para perto de uma porta.
No caminho, eu passei por uma garçonete com um bandeja de canapés.Ainda com fome, eu
olhei para eles com suspeita mas não vi nada que parecesse com o foie gras do outro dia. Eu
apontei para aquele que parecia algum tipo de carne cozida.
“Isso é fígado de pato?” eu perguntei.
Ela negou. “Sweetbread.”
Isso não soava ruim. Eu o peguei.
“É pâncreas,” disse uma voz atrás de mim. Eu devolvi.
“O que?” eu grunhi. A garçonete assumiu meu choque como rejeição e continuou andando.
Adrian Ivashkov se moveu na minha linha de visão, parecendo muito satisfeito consigo mesmo.
“Você está brincando comigo?” eu perguntei. “’Sweetbread”é pâncreas?” Eu não sei porque
isso me chocou tanto. Moroi consumiam sangue. Porque não órgão? Ainda sim, eu reprimi um
calafrio.
Adrian riu. “É muito bom.”
Eu balancei a cabeça enojada. “Oh, cara. Pessoas ricas são uma droga.”
Seu divertimento continuou. “O que você está fazendo aqui, pequena dhampir? Você está me
seguindo?”
“É claro que não,” eu zombei. Ele estava perfeitamente vestido, como sempre. “Especialmente
não depois de todos os problemas em que você nos meteu.”
Ele deu um sorriso tentador, e apesar do quanto ele me irritava, eu de novo senti uma enorme
necessidade de estar perto dele. Qual era dessa?
“Eu não sei,” ele provocou. Ele parecia perfeitamente são agora, não exibia nenhum traça do
comportamento estranho que eu tinha presenciado em seu quarto. E sim, ele ficava muito
melhor em um paletó do que qualquer cara que eu tinha visto na festa. “Quantas vezes a
gente fica se encontrando?Essa é, o que, a quinta vez?Está começando a parecer suspeito. Não
se preocupe, no entanto. Eu não vou contar para o seu namorado. Nenhum deles.”
Eu abri a boca para protestar, então lembrei que ele tinha me visto com Dimitri. Eu me recusei
a corar. “Eu só tenho um namorado. Mais ou menos. Talvez não tenha mais. E de qualquer
jeito, não tem nada para contar. Eu nem gosto de você.”
“Não?” perguntou Adrian, ainda sorrindo. Ele se inclinou na minha direção, e ele tinha um
segredo para dividir. “Então porque você está usando meu perfume?”
Dessa vez, eu corei. Eu me afastei. “Eu não estou.”
Ele riu. “É claro que você está. Eu contei as caixas depois que você saiu. Além do mais, eu
posso sentir o cheiro em você. É bom. Afiado... mas ainda doce – assim como eu tenho certeza
que você é por dentro. E você entendeu direito, você sabe. Só o suficiente para dar um
gostinho... mas não o suficiente para esconder seu próprio cheiro.”O jeito que ele disse
“cheiro” fez parecer uma palavra suja.
A realeza Moroi podia me deixar desconfortável, mas caras espertinhos dando em cima de
mim não. Eu lidava com eles freqüentemente. Eu deixei de lado minha timidez e me lembrei
quem eu era.
“Hey,” eu disse jogando meu cabelo para trás.”Eu tinha todo direito de pegar um. Você os
ofereceu. Seu erro está em assumir que eu ter pego um significa algo. Não significa. Exceto que
talvez você devesse ser mais cuidadoso sobre onde você coloca seu dinheiro.”
“Ooh, Rose Hathaway está aqui para brincar, pessoa.” Ele pausou e pegou uma taça do que
parecia ser champagne de uma garçonete que passava. “Quer um?”
“Eu não bebo.”
“Certo.” Adrian me deu uma taça mesmo assim, então fez a garçonete ir embora e
experimentou o champagne. Eu tinha a impressão que não era o primeiro da noite. “Então.
Parece que nossa Vasilisa colocou meu pai no lugar dele.”
“Seu...” eu olhei de volta para o grupo que eu tinha acabado de deixar. O cara de cabelo prata
estava parado ali, gesticulando abertamente. “Aquele cara é o seu pai?”
“É o que a minha mãe diz.”
“Você concorda com ele? Sobre como se os Moroi lutarem será suicídio?”
Adrian deu nos ombros e deu outro gole. “Eu não tenho uma opinião sobre isso.”
“Isso não é possível. Como você não pode acreditar num ou noutro?”
“Não sei. Só não é algo que eu me preocupe. Eu tenho coisas melhores a fazer.”
“Como me perseguir,” eu sugeri. “E Lissa.” Eu ainda queria saber porque ela estava no quarto
dele.
Ele sorriu de novo. “Eu disse, você é que está me seguindo.”
“É, é, eu sei. Cinco vezes –“ eu parei. “Cinco vezes?”
Ele acenou.
“Não, só foram quatro.” Com a minha mão livre eu contei. “A primeira noite, a noite no SPA,
quando eu fui pro seu quarto, e agora. “
O sorriso se tornou misterioso. “Se você diz.”
“Eu digo mesmo...” de novo, minhas palavras morreram. Eu tinha falado com Adrian uma
outra vez. Mais ou menos. “Você não pode estar querendo dizer...”
“Dizer o que?” Uma expressão curiosa acendeu nos olhos dele. Era mais esperançosa do que
presunçosa.
Eu engoli, lembrando do sonho. “Nada.” Seu pensar, eu tomei um gole do champagne. No
outro lado, os sentimentos de Lissa voltaram para mim, calmo e contente. Ótimo.
“Porque você está sorrindo?” Adrian perguntou.
“Porque Lissa ainda está ali, falando com o pessoal.”
“O que não é surpresa. Ela é uma daquelas pessoas que podem encantar qualquer um que ela
quiser se ela tentar. Mesmo pessoas que odeiam ela.”
Eu dei a ele um olhar seco. “Eu me sinto assim quando falo com você.”
“Mas você não me odeia,” ele disse, acabando com o champagne. “Não de verdade.”
“Eu também não gosto de você.”
“É o que você diz.” Ele deu um passo em direção a mim, não de maneira ameaçadora, apenas
fazendo o espaço entre nós ficar mais intimo. “Mas eu posso viver com isso.”
“Rose!”
A voz dura da minha mãe cruzou o ar. Algumas pessoas olharam para nós. Minha mãe –
extremamente furiosa– se aproximou de nós.

A.Vampiro - aura negra (capitulo15)


QUINZE
Eu estava tentando pintar minhas unhas do pé de manhã – o que não é fácil com uma ressaca
tão grande – quando ouvi uma batida na porta. Lissa tinha saído quando eu acordei, então eu
me movi através do quarto, tentando não arruinar o esmalte molhado. Abrindo a porta, eu vi
um empregado do hotel com uma caixa grande em seus braços. Ele a mexeu com cuidado para
que ele pudesse dar uma olhada ao redor e então olhar pra mim.
“Estou procurando Rose Hathaway.”
“Sou eu.”
Eu peguei a caixa dele. Era grande mas não muito pesada. Com um rápido obrigado, eu fechei
a porta me perguntando se eu deveria ter dado uma gorjeta a ele. Oh bem.
Eu sentei no chão com a caixa. Não tinha marcas e foi lacrada com fita adesiva. Eu encontrei
uma caneta e perfurei a fita. Quando eu arranquei o suficiente, eu abri a caixa e espiei pra
dentro.
Estava cheia de perfume.
Tinha que ter pelo menos 30 frascos de perfume no perfume. Alguns eu conhecia, outros não.
Eles variavam de insanamente caro, calibre de estrela de cinema aos mais baratos que eu tinha
visto em farmácias. Eternity. Angel. Vanilla Fields. Jade Blossom. Michael Kors. Poison.
Hypnotic Poison. Pure Poison. Happy. Light Blue. Jõvan Musk. Pink Sugar. Vera Wang. Um por
um, eu peguei as caixas, li as descrições, então tirei da caixa e cheirei.
Eu estava na metade quando a realidade me atingiu. Esses deviam ser de Adrian.
Eu não sabia como ele conseguiu que todos esses perfumes fossem entregues no hotel em um
período de tempo tão curto, mas dinheiro pode fazer quase tudo acontecer. Ainda sim, eu não
precisa da atenção de um rico, e mimado Moroi; aparentemente ele não tinha entendido
meus sinais. Arrependidamente, eu comecei a colocar os perfumes de volta na caixa-então
parei. É claro que eu ia devolver eles... mas não havia mal em cheirar todos eles antes de
devolver.
Mais uma vez, eu comecei a puxar frasco por frasco. Uns eu apenas cheirei a tampa; outros eu
vaporizei no ar. Serendipity.Dolce & Gabbana. Shalimar. Daisy. Cheiro pós cheio me atingiu:
rosa, violeta, sândalo, laranja, baunilha, orquídea...
Quando eu terminei, meu nariz mal funcionava mais. Todos esses tinham sido projetados para
humanos. Eles tinham um olfato mais fraco que os vampiros e dhampir, então esses cheiros
eram extra-forte. Eu tinha uma nova apreciação pelo que o Adrian tinha dito sobre apenas um
borrifo de perfume ser necessário. Se todos aqueles frascos estavam me deixando tonta, eu só
podia imaginar o que um Moroi iria sentir. A sobrecarga de olfato não estava ajudando com a
dor de cabeça que eu tinha acordado.
Eu embalei os perfumes pra valer dessa vez, parando só quando cheguei em um que eu
realmente tinha gostado. Eu hesitei, segurando a pequena caixa na minha mão. Então,eu tirei
o frasco vermelho e o cheirei de novo. Era uma fragrância clara, e doce. Era algum tipo de fruta
– mas não era uma fruta açucarada. Eu busquei em meu cérebro por um cheiro que eu tinha
sentido no dormitório de uma garota que eu conhecia do meu dormitório. Ela me disse o
nome. Era como cereja... mas mais apurado. Groselha, era isso. E aqui estava nesse perfume,
misturado com alguns florais: lírio-do-vale e outros que eu não podia identificar. Qualquer que
fosse a marca, algo sobre ele me chamou atenção. Doce – mas não muito doce. Eu li caixa,
procurando pelo nome. Amor Amor.
“Apropriado,” eu murmurei, vendo quantos problemas eu parecia ter ultimamente. Mas eu
mantive o perfume e re-empacotei o resto.
Colocando a caixa nos braços, eu a levei para a recepção e consegui fita para fechar a caixa. Eu
também consegui descobrir onde era o quarto de Adrian. Aparentemente, os Ivashkov
praticamente tinham sua própria ala. Não era muito longe do quarto de Tasha.
Me sentindo como uma garota de entregas, eu andei pelo corredor e parei na frente da porta
dele. Antes deu conseguir bater na porta, ela abriu, e Adrian estava na minha frente. Ele
parecia tão surpreso quanto eu.
“Pequena dhampir,” ele disse cordialmente. “Não esperava ver você aqui.”
“Estou devolvendo eles,” Eu dei a caixa para ele antes que ele pudesse protestar. Desajeitado,
ele a pegou, parecendo que estava meio que esperando por isso.Quando ele a segurou bem,
ele deu alguns passos para trás e colocou a caixa no chão.
“Você não gostou de nenhum deles?” ele perguntou. “Você quer que eu consiga mais?”
“Não me mande mais presentes.”
“Não é um presente.É um serviço publico. Que mulher não é dona de um perfume?”
“Não faça isso de novo,” eu disse firmemente.
De repente, uma voz atrás de nós perguntou, “Rose? É você?”
Eu olhei para trás. Lissa.
“O que você está fazendo aqui?”
Entre a minha dor de cabeça e o que eu tinha assumido ser um descaso com Christian, eu a
bloqueei o máximo que eu pude essa manhã. Normalmente eu saberia no momento que eu
me aproximei que ela estava dentro do quarto. Eu me abri de novo, deixando o choque entrar
em mim. Ela não esperava que eu aparecesse aqui.
“O que você está fazendo aqui?” ela perguntou.
“Moças, moças,” ele disse provocando. “Não é necessário brigar por mim.”
Eu olhei irritada. “Não estamos. Eu só quero saber o que está acontecendo aqui.”
Eu senti um cheiro de pós barba, então ouvi uma voz atrás de mim: “Eu também.”
Eu dei um pulo. Me virando, eu vi Dimitri parado no corredor. Eu não tinha idéia do que ele
estava fazendo na ala dos Ivashkov.
A caminho do quarto de Tasha, uma voz sugeriu dentro de mim.
Dimitri sem duvidas sempre esperava que eu entrasse em todo o tipo de problema, mas eu
acho que ver Lissa o pegou de desprevenido. Ele passou por mim e entrou no quarto, olhando
para nós três.
“Meninos e meninas estudantes não podem entrar uns nos quartos dos outros.”
Eu sabia que dizer que Adrian tecnicamente não era um estudando não iria nos tirar dos
problemas. Nós não deveríamos estar no quarto de um cara.
“Como você continua fazendo isso?” eu perguntei a Adrian, frustrada.
“Fazer o que?”
“Fazer eu ficar mal na foto!”
Ele riu. “Foram vocês que vieram aqui.“
“Você não deveria ter deixado elas entrarem,” repreendeu Dimitri. “Você com certeza sabe as
regras da St. Vladimir.”
Adrian riu. “Sim, mas eu não tenho que seguir as regras estúpidas de nenhuma escola.”
“Talvez não,” disse Dimitri friamente. “Mas eu achei que você ainda respeitava essas regras.”
Adrian virou os olhos. “Estou meio surpreso de encontrar você me dando sermão sobre
garotas menores de idade.”
Eu vi a raiva brilhar nos olhos de Dimitri, e por um minuto, eu pensei ter visto aquela falta de
controle que eu tinha comentado com ele. Mas ele ficou controlado,e apenas seus punhos
apertados com força mostravam o quão irritado ele estava.
“Se você quer sair com garotas mais novas, faça nas áreas publicas.”
Eu não gostava de ver Dimitri nos chamando de “garotas mais novas”,e eu meio que achei que
ele estava exagerando. Eu também suspeitei que parte da reação dele tinha a ver com o fato
de que eu estava aqui.
Adrian riu, uma risada estranha que fez eu ter calafrios. “Garotas mais novas? Garotas mais
novas?Claro. Novas e velhas ao mesmo tempo. Elas mal viram algo na vida, e no entanto elas
já viram demais. Uma marcada com vida, outra marcada com a morte...mas são com elas que
você se preocupa? Se preocupe consigo mesmo, dhampir. Se preocupe com você, e comigo.
Nós somos os jovens.”
O resto de nós só meio que o encarou. Eu não pensei que ninguém esperaria que Adrian de
repente fizesse uma viagem para a cidade dos loucos.
Adrian estava calma e parecia perfeitamente normal de novo. Ele se virou e foi até a janela,
olhando casualmente para nós enquanto puxava um cigarro.
“Vocês deveriam provavelmente ir embora. Ele esta certo. Eu sou uma má influencia.”
Eu troquei olhares com Lissa. Apressadamente, nós saímos e seguimos Dimitri até o corredor
em direção ao lobby.
“Isso foi.... estranho,” eu disse alguns minutos depois. Eu estava dizendo o obvio, mas, bem,
alguém precisava.
“Muito,” disse Dimitri.Ele não soava irritado surpreso.
Quando chegamos no lobby, eu comecei a seguir Lissa de volta para nosso quarto, mas Dimitri
me chamou.
“Rose,” ele disse. “Posso falar com você?”
Eu senti uma onda de simpatia vindo de Lissa. Eu me virei para Dimitri e dei um passo para
dentro do aposento, saindo do caminho de quem estava passando. Uma festa de Moroi passou
cheia de diamantes e peles, olhares ansiosos no rosto. Porteiros os seguiram com risadas. As
pessoas ainda estavam partindo procurando lugares mais seguros. A paranóia com os Strigoi
estava longe de acabar.
A voz de Dimitri chamou minha atenção de volta para ele. “Aquele Adrian Ivashkov,” Ele disse
o nome do jeito que todo mundo fazia.
“É, eu sei.”
“Essa é a segunda vez que eu vejo vocês.”
“É,” eu respondi. “Nós saímos as vezes.”
Dimitri arqueou a sobrancelha, então ele dirigiu sua cabeça para onde nós estávamos. “Você
fica muito no quarto dele?”
Várias respostas surgiram na minha mente, então uma de ouro tomou preferência. “O que
acontece entre ele e eu não é da sua conta.” Eu usei um tom muito similar aquele que tinha
usado comigo quando eu fiz um comentário similar sobre ele e Tasha.
“Na verdade, enquanto você freqüentar a Academia, é da minha conta.”
“A minha vida pessoal não. Você não tem direito a nenhuma opinião sobre ela.”
“Você não é uma adulta ainda.”
“Sou quase. Além do mais, não é como se magicamente vou me tornar adulta quando fizer 18
anos.”
“Obviamente,” ele disse.
Eu corei. “Não é isso que eu quis dizer. O que eu quis dizer –“
“Eu sei o que você quis dizer. E os detalhes técnicos não importam agora. Você é um estudante
da Academia. Sou seu instrutor. É meu trabalho ajudar você e te manter a salvo. Estar no
quarto com alguém como ele... bem, não é seguro.”
“Eu posso lidar com Adrian Ivashkov,” eu murmurei. “Ele é estranho – realmente estranho,
aparentemente – mas inofensivo.”
Eu secretamente me perguntava se o problema de Dimitri com ele era ciúmes. Ele não tinha
chamado Lissa para gritar com ela. A idéia me deixou um pouco feliz, mas então eu lembrei da
minha curiosidade de saber porque Dimitri estava andando por aquela área.
“Falando em vidas pessoais...Eu suponho que você estava visitando Tasha, huh?”
Eu sabia que era baixo, e esperava um “não é da sua conta.” Ao invés ele respondeu,”Na
verdade, eu estava visitando sua mãe.”
“Você vai ficar com ela também?” Eu sabia é claro que não era isso, mas a ironia parecia muito
boa para ser deixada de lado.
Ele parecia saber disso também e meramente me deu um olhar cansado. “Não, estávamos
olhando alguns dados novos sobre o ataque dos Strigoi aos Drozdov.”
Minha raiva e ironia sumiu. Os Drozdovs. Os Badica. De repente, tudo que tinha acontecido
essa manha parecia trivial. Como eu podia ter ficado ali discutindo romances que podem ou
não estar acontecendo com Dimitri quando ele e outros guardiões estavam tentando nos
proteger?
“O que você descobriu?” eu perguntei quietamente.
“Conseguimos rastrear alguns Strigoi,” ele disse. “Ou pelo menos os humanos com eles.
Houve testemunhas que viviam perto que viram alguns carros que o grupo usou. As placas
eram todas de diferentes estados – o grupo parece ter se dividido, provavelmente para
dificultar pra nós. Mas uma das testemunhas pegou o numero de uma placa. Está registrada
em endereço em Spokane.”
“Spokane?” eu perguntei incrédula. “Spokane, Washington? Quem faz de Spokane seu lugar
pra se esconder?” Eu estive lá uma vez. Era tão chato quanto qualquer outra cidade com
florestas.
“Strigoi, aparentemente,” ele disse, impassivo. “O endereço era falso, mas outras evidencias
mostram que eles estiveram mesmo lá. Tinha meio que um shopping com túneis subterrâneos.
Strigoi foram vistos na área.”
“Então...” eu franzi. “Você vai atrás deles? Alguém vai?Eu quero dizer, era isso que Tasha
estava dizendo o tempo todo... se nós sabemos onde eles estão...”
Ele balançou a cabeça. “Os guardiões não podem fazer nada sem a permissão dos superiores.
Isso não vai acontecer tão cedo.”
Eu suspirei. “Porque os Moroi falam muito.”
“Eles estão sendo cuidadosos,” ele disse.
Eu me senti ficando emocional de novo. “Anda. Nem você pode querer ser tão cuidadoso.
Você sabe onde os Strigoi estão escondidos. Strigoi que massacraram crianças. Você não quer
ir atrás deles quando eles menos esperam?” eu soava como Mason agora.
“Não é tão fácil,” ele disse. “Nós respondemos ao Conselhos dos Guardiões e ao governo
Moroi. Nós não podemos só fugir e agir impulsivamente. E de qualquer forma, nós ainda não
sabemos tudo. Você nunca deve entrar numa situação sem saber os detalhes.”
“Lições de vida Zen, de novo,” eu suspirei. Eu coloquei uma mão no cabelo, o empurrando
para trás das minhas orelhas. “Porque você me contou isso?Isso é coisa de guardiões. Não é o
tipo de coisa que novatos se metem.”
Ele considerou as palavras, e a sua expressão suavizou. Ele sempre parecia incrível, mas eu
gostava mais dele desse jeito. “Eu disse algumas coisas... o outro dia e hoje... que eu não
devia. Coisas que insultaram a sua idade. Você tem 17 anos... mas você é capaz de lidar e
processar a mesma coisa que pessoas muito mais velhas que você.”
Meu peito ficou mais leve e agitado. “Verdade?”
Ele acenou. “Você ainda é bem nova em vários sentidos – e age como nova – mas o único jeito
de mudar isso é te tratar como adulta. Eu preciso fazer isso mais. Eu sei que você vai pegar
essa informação e entender o quão importante ela e é a manter para si.”
Eu não gostei dele ter dito que eu agia como alguém novo, mas eu gostei da idéia que ele
pudesse conversar comigo como uma igual.
“Dimka,” veio uma voz. Tasha Ozera andou até nós. Ela sorriu quando me viu. “Olá, Rose.”
Lá se foi o meu humor. “Hey,” eu disse.
Ela colocou uma mão no braço de Dimitri, deslizando seus dedos sobre o couro do casaco dele.
Eu olhei para aqueles dedos com raiva. Como ela se atreve a tocar ele?
“Você está com aquele jeito,” ela disse a ele.
“Que jeito?” ele perguntou. O olhar severo que ele usava comigo desapareceu. Tinha um
pequeno, inteligente sorriso nos lábios dele. Quase divertido.
“Aquele jeito que diz que você vai estar em serviço hoje.”
“Verdade?Eu tenho um jeito desses?”Tinha um tom de provocação zombação na voz dele.
Ela acenou. “Quando seu turno termina tecnicamente?”
Dimitri realmente parecia – eu juro – envergonhado. “Uma hora atrás.”


“Você não pode continuar fazendo isso,” ela gemeu.”Você precisa de um descanso.”
“Bem... se você considerar que eu sou sempre o guardião de Lissa...”
“Por enquanto,” ela disse propositalmente. Eu me sentia mais enjoada do que tinha me
sentido ontem. “Tem um enorme torneio de bilhar acontecendo lá em cima.”
“Eu não posso,” ele disse, mas seu sorriso ainda estava no rosto. “Em pensar que eu não jogo a
um longo tempo...”
O que - ? Dimitri jogava bilhar?
De repente, não importava o que nós tínhamos acabado de discutir sobre ele me tratar como
uma adulta. Alguma pequena parte de mim sabia que elogio isso era – mas o resto de mim
queria que ele me tratasse como Tasha. Divertido. Provocador. Casual. Eles eram tão íntimos
um com o outro, tão completamente relaxados.
“Anda, então,” ela implorou. “Só um round!Nós podemos derrotar todos eles.”
“Eu não posso,” ele repetiu. Ele soava arrependido. “Não com tudo que está acontecendo.”
Ela sossegou um pouco. “Não. Eu suponho que não.” Olhando para mim, ela disse brincando.
“Eu espero que você saiba o quão bom modelo de comportamento você tem aqui. Ele nunca
abandona o dever.”
“Bem,’ eu disse, copiando o tom alegre de antes dela, “por enquanto, pelo menos.”
Tasha parecia surpresa. Eu não acho que ocorreu a ela que eu estava gozando da cara dela. O
olhar negro de Dimitri me disse que ele sabia exatamente o que eu estava fazendo. Eu percebi
imediatamente que eu tinha acabado de matar qualquer progresso que havíamos feito.
“Nós terminamos aqui, Rose. Lembre do que eu disse.”
“É,” eu disse, me virando. De repente eu queria ir para o meu quarto e relaxar um tempo. Esse
dia já estava me deixando cansada. “Definitivamente.”
Eu não fui muito longe quando encontrei com Mason. Meu Deus. Homens em todos os
lugares.
“Você está irritada,” ele disse assim que olhou para mim. Ele tinha um jeito de descobrir meu
humor. “O que aconteceu?”
“Alguns...problemas com autoridade. Tinha sido uma manhã esquisita.”
Eu suspirei, incapaz de tirar Dimitri do cérebro. Olhando para Mason, eu me lembrei o quão
convencida eu estava de que eu queria ficar a serio com ele ontem a noite. Era um caso
importante. Eu peguei a mão de Mason e o dirigi para longe.
“Anda logo. Não era o trato ir a um lugar...um, privado hoje?”
“Eu suponho que você não esteja mais bêbada,” ele brincou. Mas seus olhos pareciam muito,
muito sérios. E interessados.”Eu suponho que tudo tenha saído.”
“Hey, eu mantenho minha palavra, não importa o que.” Abrindo minha mente, eu procurei por
Lissa. Ela não estava mais no nosso quarto. Ela tinha ido a outro evento da realeza, sem duvida
ainda praticando para o grande jantar de Priscilla Voda.”Anda,” eu disse a Mason. “Vamos pro
meu quarto.”
Fora o fato de Dimitri inconvenientemente ter passado no quarto de alguém, ninguém estava
reforçando a regra de nada dos gêneros se misturarem. Era praticamente como estar de volta
aos dormitórios da Academia. Enquanto Mason e eu subíamos, eu contei a ele o que Dimitri
tinha me dito sobre os Strigoi em Spokane. Dimitri tinha me dito para manter para mim
mesma, mas eu estava com raiva dele de novo, e eu não vi nenhum mal em contar para
Mason. Eu sabia que ele se interessaria.
Eu estava certa. Mason ficou agitado.
“O que?” ele exclamou enquanto entravamos no meu quarto.”Eles não vão fazer nada?”
Eu suspirei e sentei na cama. “Dimitri disse-“
“Eu sei,eu sei... eu ouvi você. Sobre ser cuidadoso e tudo mais.” Mason andava pelo meu
quarto irritado. “Mas se aqueles Strigoi forem atrás de outro Moroi...outra família...merda!
Eles vão desejar não terem sido tão cuidadosos.”
“Esqueça isso,” eu disse. Eu estava me sentindo meio enervada por eu estar na cama não ser o
suficiente de parar os planos malucos dele. “Não tem nada que possamos fazer.”
Ele parou de andar. “Nós podíamos ir.”
“Ir aonde?” eu perguntei estupidamente.
“Para Spokane. Tem ônibus que podemos pegar na cidade.”
“Eu...espere. Você quer ir a Spokane e pegar os Strigoi?”
“Claro. Eddie iria também... nós podíamos ir aquele shopping. Eles não estariam organizados
nem nada, então nós podíamos esperar e os pegar um por um...”
Eu só podia encarar ele. “Quando você ficou tão burro?”
“Oh, eu vejo. Obrigado pelo voto de confiança.”
“Não é uma questão de confiança,” eu discuti, me levantando e me aproximando dele. “Você
arrasa. Eu já vi. Mas esse... esse não é o caminho. Nós não podemos pegar Eddie e ir atrás de
um Strigoi. Precisamos de mais gente. Mais planejamento. Mais informação.”
Eu pus minha mão no peito dele. Ele colocou a dele por cima e sorriu. O fogo da batalha ainda
estava em seus olhos, mas eu pude perceber que a mente dele estava mudando para
preocupações mais imediatas. Como eu.
“Eu não queria chamar você de burro,” eu disse a ele. “Desculpe.”
“Você só está dizendo isso agora porque você quer fazer as coisas do seu jeito comigo.”
“É claro que eu quero,” eu ri, feliz por ver ele relaxado. A natureza dessa conversa me lembrou
um pouco a de Christian e Lissa na capela.
“Bem,” ele disse, “Eu não acho que vai ser muito difícil se aproveitar de mim.”
“Bom. Porque tem muitas coisas que eu quero fazer.”
Eu deslizei minha mão para o pescoço dele. A pele dele era quente nos meus dedos, e eu me
lembrei do quanto tinha gostado de beijar ele ontem a noite.
De repente, do nada, ele disse, “Você realmente é estudante dele.”
“De quem?”
“Belikov.Eu estava pensando nisso quando você mencionou precisar de mais informações e tal.
Você age como ele. Você está mais séria desde que começou a andar com ele.”
“Não, não fiquei.”
Mason me puxou para mais perto, mas agora eu não me sentia mais tão romântica. Eu queria
dar uns amassos e esquecer de Dimitri por um tempo, não ter uma conversa sobre ele. Da
onde isso tinha surgido? Mason deveria me distrair.
Ele não notou nada errado. “Você só mudou, só isso. Não é ruim...é só diferente.”
Algo sobre isso me deixou com raiva, mas antes que eu pudesse responder, a boca dele estava
na minha em um beijo. Discussão razoável se dissolveu. Um pouco de um mau temperamento
começou a tomar conta de mim, mas eu simplesmente canalizei aquela intensidade
fisicamente quando Mason e eu caímos um em cima do outro. Eu o puxei para cama,
conseguindo fazer isso sem parar o beijo.Eu era capaz de fazer várias coisas ao mesmo tempo.
Eu afundei minhas unhas nas costas dele enquanto as mãos deles deslizavam na minha nuca e
soltavam o rabo de cavalo que eu tinha acabado de fazer. Passando seus dedos pelo cabelo
solto, ele colocou a boca mais em baixo e beijou meu pescoço.
“Você é... incrível,” ele me disse. E eu podia dizer que ele estava falando sério. Seu rosto todo
brilhava de afeição a mim.
Eu me arqueie para cima, deixando os lábios dele se pressionarem com mais força contra a
minha pele enquanto as mãos dele deslizavam debaixo da minha camiseta. Eles tracejaram
meu estomago, mal tocando na ponta do meu sutiã.
Considerando que nós estávamos tendo uma discussão um minuto atrás, eu estava surpresa
de ver as coisas evoluindo tão rápido. Honestamente... eu não me importei. Esse era o jeito
que eu vivia a minha vida. Tudo era sempre rápido e intenso comigo. A noite que Dimitri e eu
caímos vitimas do feitiço de luxuria de Victor Dashkov, tinha uma paixão bem furiosa
acontecendo. Dimitri tinha a controlado, no entanto, então as vezes nós levávamos as coisas
devagar... e isso tinha sido maravilhoso no seu próprio jeito. Mas na maior parte do tempo,
nós não tínhamos sido capazes de nos segurar. Eu podia sentir aquilo tudo de novo. As ondas
no meu corpo todo. O profundo, e poderoso beijo.
E foi então que eu percebi algo.
Eu estava beijando Mason, mas na minha cabeça, eu estava com Dimitri.E não era como se eu
estivesse simplesmente lembrando. Eu estava realmente imaginando que eu estava com
Dimitri – nesse momento – revivendo aquela noite toda de novo. Com meus olhos fechados,
era fácil fingir.
Mas quando eu os abri e vi os olhos de Mason, eu sabia que ele estava comigo. Ele me
adorava e me queria a muito tempo. Para mim fazer isso... estar com ele e fingir que estava
com outro...
Não era certo.
Eu sai do alcance dele. “Não... não.”
Mason parou imediatamente porque esse era o tipo de cara que ele era.
“Muito?” ele perguntou. Eu acenei. “Está tudo bem. Não temos que fazer aquilo.”
Ele me alcançou de novo e eu me afastei. “Não, eu só não... eu não sei. Vamos parar por aqui,
ok?”
“Eu...” ele ficou sem palavras por um momento. “O que aconteceu com o “muitas coisas” que
você queria fazer?”
É... eu estava em maus lençóis, mas o que eu podia dizer? Eu não posso ficar com você porque
quando eu fico, eu penso em outro cara que eu realmente quero. Você é só um substituto.
Eu engoli, me sentindo idiota. “Eu sinto muito, Mase. Eu só não posso.”
Ele sentou e passou a mão sobre o cabelo. “Ok.Está tudo bem.”
Eu podia ouvir a dureza na voz dele. “Você está brabo.”
Ele olhou para mim, uma tempestade em seu rosto. “Estou apenas confuso. Eu não consigo ler
seus sinais. Um momento você está afim, no outro não.Você me diz que me quer, você diz que
não quer. Se você escolhesse um, estaria tudo bem, mas você fica me fazendo pensar uma
coisa e daí você acaba indo em uma direção complemente diferente. Não só agora – o tempo
todo.”
Era verdade. Eu tinha ido e voltado com ele. As vezes eu flertava, outras eu o ignorava
complemente.
“Tem algo que você quer que eu faça?” ele perguntou quando eu não disse nada. “Algo que...
eu não sei.Faria você se sentir melhor sobre mim?”
“Eu não sei,” eu disse fracamente.
Ele suspirou. “Então o que você quer no geral?”
Dimitri, eu pensei. Ao invés disse, eu repeti.”Eu não sei.”
Com um gemido, ele levantou e foi para a porta. “Rose, para alguém que diz querer juntar o
máximo de informações possíveis, você tem muito para aprender sobre si mesma.”
A dor bateu atrás de mim. A barulho me fez encolher, e eu encarava o lugar que Mason havia
estado, e percebi que ele estava certo. Eu tinha muito a aprender.

house of night 2 - traída (capitulo 5)


CINCO
Meu estomago doeu durante toda a aula de espanhol, tanto que eu até descobri como
perguntar a professor Garmy, “puedo it al baño,” e passar tanto tempo no banheiro que Stevie
Rae me seguiu até lá e perguntou qual o proble.a
Eu sei que eu estava preocupando ela demais – eu quero dizer, se um calouro começa a
parecer doente, isso tende a significar que ele está morrendo. E eu tenho certeza que eu
parecia horrível. Eu disse a Stevie Rae que eu estava ficando menstruada e que as cólicas
estavam me matando – embora não literalmente. Ela não pareceu convencida.
Eu fiquei incrivelmente feliz por ir na minha ultima aula da semana, Equitação. Eu não só
adorava a aula, mas sempre me acalmava. Essa semana eu iria galopar com Persephone, o
cavalo que Lenobia (não precisava chamar ela de professora, ela disse que o nome de uma
antiga rainha vampira era o suficiente) tinha designado para mim na primeira semana de aula,
e praticamente mudado a liderança. Eu trabalhei com a linda égua até nós duas estarmos
suando e meu estomago ficar um pouco melhor, então levei tempo para escovar e limpar ela,
sem me importar que o sino tinha assinalado o fim do de aula meia hora antes deu sair do
estábulo. Eu fui guardar a escova, e estava surpresa por ver Lenobia sentada numa cadeira fora
da porta. Ela estava esfregando sabão em pé em algo que parecia uma limpíssima sela.
Lenobia parecia impressionante, mesmo para uma vampira. Ela tinha um cabelo incrível que ia
até a cintura dela e era tão loiro que era quase branco. Os olhos dela eram de um estranho
tom de cinza, como um céu tempestuoso. Ela era pequena, e andava como uma bailarina. A
tatuagem dela era uma intricada serie de nos que se entrelaçavam ao redor do rosto dela –
dentro dos desenhos de cavalos arrojados e elevados.
“Cavalos podem nos ajudar a resolver nosso problemas,” ela disse sem tirar os olhos da sela.
Eu não tinha certeza do que dizer. Eu gostava de Lenobia. Ok, quando eu comecei a matéria
dela ela me assustava; ela era dura e sarcástica, mas depois que a conheci (e provei que
entendia que os cavalos não eram apenas cachorros grandes), eu comecei a apreciar ela com
sua atitude sem besteiras. Na verdade, ela era minha professora favorita, perto de Neferet,
mas ela e eu nunca falamos nada a não ser cavalos. Então, hesitando, eu finalmente disse,
“Persephone me faz ficar mais calma, mesmo quando não me sinto calma. Isso faz sentido?”
Ela olhou pra cima e então, seus olhos cinzas se estreitaram com preocupação. “Faz perfeito
sentido.” Ela parou, e então acrescentou, “Você recebeu muitas responsabilidades em um
período de tempo muito curto, Zoey.”
“Eu não me importo,” eu assegurei a ela. “Eu quero dizer, ser a líder das Filhas Negras é uma
honra.”
“Geralmente as coisas que nos trazem as maiores honras também podem nos trazer os
maiores problemas.” Ela parou de novo e talvez eu estivesse imaginando, mas ela parecia estar
tentando decidir o que dizer ou não. Então ela arrumou a sua já perfeita coluna ainda mais e
continuou. “Neferet é sua mentora, e é o certo que você vá até ela para conversar, mas as
vezes Altas Sacerdotisas podem ser difíceis de conversar. Eu quero que você saiba que pode vir
até mim – para falar de qualquer coisa.”
Eu pisquei surpresa. “Obrigado, Lenobia.”
“Eu guardo isso para você. Vai lá. Tenho certeza que seus amigos estão se perguntando o que
aconteceu com você.” Ela sorriu e pegou as escovas da minha mão. “E sinta-se livre para vir até
o celeiro para visitar Persephone a qualquer hora. Eu percebi que geralmente cuidar de um
cavalo pode fazer o mundo parecer menos complexo.”
“Obrigado,” eu disse de novo.
Quando deixei o celeiro pude jurar que ela falou suavemente atrás de mim algo que soou
muito como “que Nyx abençoe e cuide de você.” Mas isso era simplesmente estranho demais.
É claro, também era estranho ela dizer que eu poderia conversar com ela. Calouros formam
laços especiais com seus mentores – e minha mentora era extra-especial sendo a Alta
Sacerdotisa da escola. Claro, gostávamos de outros vampiros, mas se tivéssemos um problema
que não podíamos resolver sozinhos, levaríamos esse problema para nosso mentor. Sempre.
A caminhada do estábulo para o dormitório não era comprida, mas eu demorei, tentando
esticar o senso de paz que trabalhar com Persephone me deu. Eu vagueei pela calçada um
pouco, indo em direção as velhas arvores que se alinhavam no lado oriental do grosso muro
que cercava a escola. Eram quase 4 horas (da manhã é claro), e a escuridão da noite era
lindamente acessa pela luz da lua.
Eu esqueci o quanto amava andar perto do muro da escola. Na verdade, eu evitei vir aqui no
ultimo mês. Desde que eu tinha visto – ou pensando ter visto – os dois fantasmas.
"Mee-uf-ow!”
“Merda, Nala! Não me assuste assim.”Meu coração estava batendo feito louco enquanto pus
minha gata nos braços e a acariciei enquanto ela reclamava para mim. “Olá – você poderia ser
um fantasma.” Nala me olhou e então espirrou no meu rosto, que eu levei como o comentário
dela da possibilidade dela ser um fantasma.
Ok, o primeiro “avistamento” pode ter sido um fantasma. Eu estava aqui no dia que Elizabeth
morreu o mês passado. Ela foi a primeira da morte de dois calouros que balançaram a escola.
Bem, mais precisamente, me balançaram. Como calouros que poderiam – qualquer um de nós
– cair morto a qualquer hora durante os próximos 4 anos que levava para a Mudança física de
humano para vampiro acontecer dentro de nossos corpos, a escola esperava que nós
lidássemos com isso como outro fato da vida de um calouro. Dizer uma reza ou duas pelo
garoto morto. Acender uma vela. Tanto faz. Apenas supere e vá fazer suas coisas.
Parecia errado para mim, mas talvez fosse porque eu estivesse a apenas um mês na Mudança
e ainda mais acostumada a ser humana do que vampira, ou até mesmo uma caloura.
Eu suspirei e cocei as orelhas de Nala. De qualquer forma, a noite depois da morte de Elizabeth
eu vi algo que eu pensei ser Elizabeth. Ou o fantasma dela, porque ela definitivamente estava
morta. Então não nada mais do que uma breve visão, e Stevie Rae e eu conversamos sobre isso
sem decidir o que estava acontecendo. A verdade era que sabíamos bem demais que
fantasmas existiam – aqueles que Afrodite conjurou um mês atrás quase tinham matado meu
ex-namorado humano. Então eu posso muito bem ter visto o fantasma de Elizabeth. É claro eu
também posso ter um visto um calouro e, e porque eu o vi a noite e estava aqui a apenas
alguns dias e tinha, nesses poucos dias, passado por todo tipo de merda inacreditável, eu
podia ter imaginado tudo.
Eu fui até o muro e virei para a direita, indo na direção que eventualmente iria me levar a sala
de recreação, e então, virei, para o dormitório das garotas.
“Mas o segundo avistamento definitivamente não foi minha imaginação. Certo, Nala?”A
resposta da gata foi esfregar seu rosto contra o canto do meu pescoço e ronronar como um
cortador de grama. Eu acariciei ela, feliz por ela me seguir. Só de pensar no segundo fantasma
ainda me assustava. Como agora, Nala estava comigo. (A similaridade me fez olhar ao redor
nervosamente e acelerar o passo.)
Não fazia muito depois que o segundo garoto tinha se afogado em seus próprios pulmões e
sangrado até morrer na frente da turma de literatura. Eu tremi, lembrando o quão horrível
tinha sido – especialmente por causa da minha nojenta atração pelo sangue dele. De qualquer
forma, eu vi Elliott morrer. Então mais tarde naquele dia Nala e eu tínhamos topado com ele
(quase literalmente) não muito longe de onde estávamos agora. Eu pensei que ele era outro
fantasma. A principio. Então ele tentou me atacar, e Nala (minha preciosa gatinha) se lançou
em cima dele, o que fez ele pular por cima do muro de 6 metros e desaparecer na noite,
deixando Nala e eu totalmente apavoradas. Especialmente depois que eu notei que minha
gata tinha sangue em suas patas. Sangue de fantasma. O que não fazia sentido nenhum.
Mas eu não tinha mencionado a segunda vez para ninguém. Nem minha melhor amiga e
colega de quarto Stevie Rae, nem minha mentora e Alta Sacerdotisa Neferet, nem meu
totalmente delicioso namorado novo, Erik. Ninguém. Eu queria. Mas então todas as coisas
aconteceram com Afrodite... eu assumi as Filhas Negras... comecei a sair com Erik...estive
extremamente ocupada com a escola...blá,blá, uma coisa levou a outra e aqui eu estava um
mês depois e não tinha dito nada para ninguém. Só em pensar em contar para alguém agora
parecia idiota em minha própria mente. “Hey, Stevie Rae/Neferet/Damien/Gêmeas/Erik, eu vi
o espectro de Elliott mês passado depois que ele morreu e ele estava muito assustador e
quando ele tentou me atacar Nala fez ele sangrar. Oh, e o corpo dele tinha um cheiro
estranho. Acredite em mim. Eu conheço bem o cheiro de sangue (só outra coisa bizarra sobre
mim, a maior parte dos calouros não tem ânsia por sangue). Só achei melhor mencionar.”
Yeah, certo. Eles provavelmente iriam querer me mandar para o vampiro equivalente a um
psicólogo, e oh, cara, isso não me ajudaria a melhorar minha confiança enorme para liderar as
Filhas Negras? Dificilmente não.
Além do mais, conforme mais tempo passava, era mais fácil para mim me convencer que
talvez eu tenha imaginado o encontro com Elliott.
Talvez não fosse Elliott (ou seu fantasma ou tanto faz). Eu não conhecia cada um dos calouros
aqui. Poderia ser outro garoto que tinha um feio, cabelo vermelho, e pele rechonchuda e
muito branca. Claro, eu não tinha visto esse garoto de novo, mas ainda sim. E quando ao
estranho cheiro de sangue. Bem, talvez um calouro tivesse um estranho cheiro no sangue.
Como se eu pudesse ser uma expert em um mês? E também ambos os “fantasmas” tinha olhos
vermelho brilhantes. O que era isso?
A coisa toda estava me dando dor de cabeça.
Ignorando meu assustador sentimento que essa corrente toda de pensamentos estava me
causando, eu comecei a me virar resolutamente do muro (e do assunto dos fantasmas) quando
um movimento foi visto pelo canto do meu olho. Eu congelei. Era uma forma. Um corpo. Era
alguém. A pessoa estava parada de baixo do enorme e antigo carvalho que eu encontrei Nala
no mês passado. As costas dele ou dela estava virada para mim, e ele ou ela estava encostado
contra a arvore, cabeça curvada.
Deus. Ele não tinha me visto. Eu não queria saber quem ou o que era. A verdade era que eu já
tinha estresse suficiente na minha vida. Eu não precisava da adição de fantasmas de nenhum
tipo. (E, eu prometi a mim mesma, dessa vez eu iria contar a Neferet sobre o estranho
fantasma ensangüentado que andava pelos muros da escola. Ela era mais velha. Ela podia lidar
com esse estresse.) O coração batendo tão alto que o som estava acima do ronronar de Nala,
eu devagar e silenciosamente comecei a rapidamente me afastar, dizendo a mim mesma
firmemente que eu nunca iria andar aqui no meio da noite sozinha de novo. Nunca. O que eu
era, mentalmente incapaz? Porque eu não aprendi da primeira, ou segunda vez?
Então meu pé bateu no meio de um banco seco. Crack! Eu arfei. Nala deu uma alta reclamação
(eu estava sem perceber esmagando ela contra o meu peito.) A cabeça da figura debaixo da
arvore levantou e virou. Eu fiquei tensa me preparando ou para gritar e fugir de um fantasma
maléfico de olhos vermelhos, ou para gritar e lutar contra um fantasma maléfico de olhos
vermelhos. Das duas maneiras um grito definitivamente estaria envolvido, então eu suguei o
ar e- “Zoey? É você?”
A voz era profunda, sexy, e familiar. “Loren?”
“O que você está fazendo aqui?”
Ele não fez movimento nenhum para se aproximar de mim, então por trás da pura estranha
inquietação como se eu não estivesse morta de medo um segundo atrás, eu dei nos ombros
indiferentemente, e me juntei a ele debaixo da arvore. “Oi,” eu disse, tentando parecer adulta.
Então eu lembrei que ele tinha me feito uma pergunta e eu estava feliz por estar escuro o
suficiente para meu rosto vermelho não ser totalmente obvio. “Oh, eu estava voltando dos
estábulos e Nala e eu decidimos tomar um caminho mais cumprido.” Um caminho mais
cumprido? Eu realmente disse isso?
Eu achei que ele parecia tenso quando andei até ele, mas isso o fez rir e seu rosto totalmente
lindo relaxou. “Um caminho cumprido, huh? Olá de novo, Nala.” Ele acariciou o topo da cabeça
dela e ela rudemente, mas tipicamente, resmungou para ele e então pulou dos meus braços
para o chão, se sacudiu, e ainda reclamando, e delicadamente foi para longe.
“Desculpe. Ela não é muito sociável.”
Ele sorriu. “Não se preocupe. Meu gato, Wolverine, me lembra um velho mau humarado.”
“Wolverine?” eu levantei minha sobrancelha.
O sorriso lindo dele ficou todo torto como o de um garoto e, incrivelmente, o deixou ainda
mais lindo. “Yeah, Wolverine. Ele me escolheu como dele quando era terceiranista. Esse foi o
ano que eu era louco pelos X-men.”
“Esse nome pode ser o porque dele ser tão mal humorado.”
“Bem, poderia ser pior. Um ano antes eu não podia parar de ver Homem- Aranha. Ele quase se
chamou Arainha ou Peter Parker.”
“Claramente, você é um grande fardo para seu gato carregar.”
“Wolverine iria definitivamente concordar com você!” Ele riu de novo e eu tentei não deixar
que sua maravilhosa aparência me fizesse rir histericamente como uma pretendente de uma
banda. Eu estava, no momento, realmente flertando com ele! Fique calma. Não diga ou faça
nada idiota.
“Então, o que você está fazendo aqui?” eu perguntei, ignorando minha conversa interior.
“Escrevendo haiku* (*poema japonês).” Ele levantou a mão e eu notei pela primeira vez que
ele estava segurando um daqueles super caros e legais cadernos de couro para escritores. “Eu
encontro inspiração aqui, sozinho, nas horas antes do amanhecer.”
“Oh, Deus! Desculpe. Não queria interromper você. Eu vou apenas me despedir e te deixar
sozinho.” Eu acenei (como uma idiota) e comecei a me virar, mas ele pegou meu pulso com
sua mão livre.
“Você não tem que ir. Eu encontro inspiração em mais coisas do que ficar aqui sozinho.”
A mão dele era quente contra meu pulso e me perguntei se ele podia sentir meu pulso pular.
“Bem, eu não quero incomodar você.”
“Não se preocupe. Você não está me incomodando.” Ele apertou meu pulso antes de
(infelizmente) me soltar.
“Ok, então. Haiku.” O toque dele me deixou ridiculamente frustrada e tentei recuperar meu
bom senso. “Isso é poesia asiática com um formato vertical, certo?”
O sorriso dele me deixou feliz por ter prestado atenção na aula da inglês da Sra. Wieneckes do
ano passado falando sobre poesia.
“Certo. Eu prefiro o formato normal.” Ele parou e seu sorriso mundou. Algo sobre isso fez meu
estomago flutuar, e seus escuros e lindos olhos se prenderam aos meus. “Em falar em
inspiração – você poderia me ajudar.”
“Claro, eu ficaria feliz,” eu disse, feliz por não soar tão sem fôlego quanto me sentia.
Ainda olhando nos meus olhos, ele levantou suas mãos para acariciar meus ombros. “Nyx
Marcou você aí.”
Não parecia uma pergunta, mas eu acenei. “Sim.”
“Eu gostaria de ver. Se não te deixar desconfortável.”
A voz dele passou por mim. A lógica estava me dizendo que ele só estava pedindo para ver
minhas tatuagens porque elas eram bizarramente diferentes, e que ele não estava de forma
alguma dando em cima de mim. Para ele eu deveria parecer nada mais que uma criança – uma
garota – uma caloura com uma estranha Marca e poderes raros. Isso era o que a lógica estava
me dizendo. Mas os olhos dele, a sua voz, o jeito que as mãos dele ainda estavam nos meus
ombros – essas coisas estavam me dizendo algo completamente diferente.
“Eu mostro pra você.”
Eu estava usando minha jaqueta favorita – camurça preta e corte que me servia
perfeitamente. Debaixo disso eu usava uma blusa púrpura. (Sim, é o fim de novembro, mas eu
não sinto o frio que sentia antes de ser Marcada. Nenhum de nós sente.) Eu comecei a tirar a
jaqueta.
“Aqui, me deixe te ajudar.”
Ele estava parado muito perto de mim, na frente e no lado. Ele pegou com sua mão direita o
colar da minha jaqueta com seus dedos, e deslizou para baixo dos meus ombros para ficar
embaixo de meus cotovelos.
Loren deveria estar olhando para meu ombro parcialmente nu, olhando estupidamente para
as tatuagens que nem vampiro ou calouro jamais tiveram. Mas ele não estava. Ele ainda estava
olhando para meus olhos. E então de repente algo aconteceu comigo. Eu parei de me sentir
uma boba, nervosa e cdf garota adolescente. O olhar nos olhos dele tocaram a mulher dentro
de mim, acordando ela, e enquanto essa nova eu acordava eu encontrei a calma e confiança
em mim mesma que eu raramente encontrei antes. Devagar, eu passei o ombro da minha
camiseta por cima dos ombros para que se juntasse a minha jaqueta. Então, ainda olhando ele
nos olhos, eu tirei meus longos cabelos do caminho, levantei meu queixo, e virei ligeiramente
meu corpo, dando a ele uma clara visão das costas dos meus ombros, que agora estava
completamente nu a não ser pela fina linha das costas do meu sutiã.
Ele continuou a olhar nos meus olhos por vários segundos, e eu pude sentir o frio ar da noite e
a caricia da quase lua cheia da pele exposta do meu peito e ombro e costas. Muito
deliberadamente, Loren se moveu para mais perto de mim, segurando meu ante braço
enquanto olhava nas minhas costas e ombros.
“É incrível.” A voz dele era tão lenta que era quase um sussurro. Eu senti os ombros dele
ligeiramente traçarem os espirais em labirinto, com exceção das runas exóticas que ficavam ao
redor das espirais, como as minha Marca facial. “Eu nunca vi nada igual a isso. É como se você
fosse uma antiga sacerdotisa que se materializou em nossa época. Somos abençoados por ter
você, Zoey Redbird.”
Ele disse meu nome como uma reza. A voz dele misturada com seu toque me vez tremer.
“Eu sinto muito. Deve estar frio.” Gentilmente, mas rapidamente, Loren pegou minha jaqueta
e camiseta.
“Eu não estava tremendo por causa do frio.” Eu me ouvi dizer as palavras, e não consegui
decidir se deveria ficar orgulhosa de mim mesma ou chocada com minha audácia.
“Creme e seda como um
Como eu desejo experimentar e tocar
A lua nos observa.”
Os olhos dele nunca deixaram os meus enquanto ele recitava o poema. A voz dele, que era
normalmente tão experiente, tão perfeita, tinha ficado profunda e rouca, como se tivesse
dificuldades de falar. Como se a voz dele tivesse a habilidade de me esquentar, eu fiquei tão
corada que pude sentir meu sangue circulando em um rio pelo meu corpo. Minhas coxas
formigaram e foi difícil recuperar o fôlego. Se ele me beijar eu posso explodir. A idéia me
chocou para falar. “Você acabou de escrever isso?” Dessa vez minha voz soava tão sem fôlego
quanto eu me sentia.
Ele balançou a cabeça levemente, um sorriso mal tocou os lábios dele. “Não. Foi escrito
séculos atrás por um antigo poeta japonês, sobre como a amada dele parecia nua embaixo da
lua.”
“É lindo,” eu disse.
“Você é linda,” ele disse, e acariciou minha bochecha com sua mão. “E hoje a noite você foi
minha inspiração. Obrigado.”
Eu pude me sentir me inclinando em direção a ele, e eu juro que o corpo dele respondeu. Eu
posso não ter muita experiência. E,sim, ainda sou virgem. Mas não sou uma completa idiota
(na maior parte do tempo). Eu sei quando um cara está afim de mim. E esse cara – nesse
momento – está definitivamente afim de mim. Eu cobri as mãos dele com as minhas, e
esquecendo sobre tudo, inclusive Erik e o fato de Loren ser um vampiro adulto e eu ser uma
caloura, eu quis que ele me beijasse, quis que ele me tocasse mais. Nós nos olhamos.
Estávamos ambos respirando com dificuldade. Então, no espaço de um segundo, os olhos dele
viraram e mudaram para um escuro e intimo para um escuro e distante. Ele derrubou sua mão
de meu rosto e deu um passo para trás. Eu senti a desistência dele com um vento frio.
“Foi bom ver você, Zoey. E obrigado de novo por me permitir ver sua Marca.” O sorriso dele
era educado e apropriado. Ele me deu um pequeno aceno que quase foi uma reverencia
formal, e então se afastou.
Eu não sabia se deveria gritar de frustração, chorar de vergonha, ou rugir e ficar fula. Franzindo
e murmurando para mim mesma, eu ignorei o fato de minhas mãos estarem tremendo e
marchei de volta para o dormitório. Essa era definitivamente uma emergência de eu-precisoda-
minha-melhor-amiga.