terça-feira, 15 de maio de 2012

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 14)


QUATORZE
Mais ou menos meia hora antes do meu alarme tocar de manhã, eu ouvi uma batida na minha
porta. Eu esperava que fosse Lissa, mas uma checagem sonolenta em nossa ligação me disse
que ela ainda estava dormindo. Deslumbrada, eu levantei da cama e abri a porta. Uma garota
Moroi que eu não reconheci me deu algumas roupas com um bilhete. Eu imaginei se devia dar
a ela uma gorjeta ou algo assim, mas ela saiu muito rápido para mim reagir.
Eu sentei na minha cama e desdobrei a roupa. Calça preta, blusa branca, e uma jaqueta preta.
Era a mesma roupa que os outros guardiões usavam por aqui, e era do meu tamanho. Wow.
Eu estava prestes a me tornar parte do time. Um sorriso devagar apareceu no meu rosto, e eu
abri o bilhete. Era a escrita de Dimitri: Use seu cabelo preso.
O sorriso permaneceu no meu rosto. Muitas guardiãs cortavam seus cabelos para mostrar as
marcas molnija. Eu relutantemente considerei isso antes, e Dimitri me disse para não fazer. Ele
ama meu cabelo e me disse para usar ele preso. O jeito que ele disse naquela época me fez ter
calafrios, bem como agora.
Uma hora mais tarde, estava no caminho para o julgamento com Lissa, Christian e Eddie.
Alguem tinha conseguido uma roupa preto e branco para Eddie também,e eu acho que ambos
nos sentimos como crianças brincando de se vestir com as roupas de seus pais. Minha jaqueta
e blusa solta eram bem fofas, e eu me perguntei se eu poderia levar elas pra casa comigo.
O tribunal era em um grande, e ornamentado prédio em que nós passamos quando chegamos.
Andando pelas salas, eu vi uma mistura de velho e novo. Lá fora, eram janelas arqueadas e
espirais de pedra. Do lado de dentro, havia uma rota de atividades modernas. Pessoas
trabalhavam em escritórios com monitores de LCD. Elevadores levavam a andares superiores.
Ainda sim,apesar disso, alguns toques antigos ainda podiam ser encontrados. Esculturas em
pedestais. Lustres nas paredes.
A própria corte tinha lindos murais que se estendiam do chão ao teto, e na frente da sala, selos
das 12 famílias reais estavam pendurados na parede. Lissa parou enquanto entravamos, seus
olhos para o dragão dos Dragomir. Rei das bestas. Um mar de emoções conflituosas se
apoderou dela enquanto ela encarava o selo e sentia o peso de ser a única da sua família
carregando seu nome. Orgulho por ser parte daquela família. Medo por não ser boa o bastante
para ter aquele nome. Dando um pequeno empurrou, eu a levei para seu assento.
Os assentos eram divididos por uma ilha no meio da sala. Nós sentamos na sessão da direita na
frente. Ainda faltavam vários minutos para os procedimentos começarem, mas a sala não
estava muito cheia ainda. Eu suspeitei que isso não ia mudar, devido ao segredo sobre o que
tinha acontecido com Victor. Um juiz sentou na frente, mas não havia júri. Um assento elevado
em um lado da sala marcava onde a rainha iria sentar quando chegasse. Seria ela quem
tomaria a decisão final. É assim que funciona no sistema criminal da realeza. Eu falei apontei
para Lissa. “Vamos esperar que ela fique contra ele. Parece que ela vai ser a única a tomar uma
decisão.” Lissa franziu. “Não ter um júri parece meio estranho.”
“Isso porque passamos muito tempo com humanos.” Ela sorriu. “Talvez. Eu não sei. Só parece
que tem muito espaço para corrupção.”
“Bem, sim. Mas é de Victor que estamos falando.”Momentos mais tarde, o Principe Victor
Dahskov entrou no tribunal. Ou melhor, apenas Victor Dashkov entrou. Ele perdeu seu titulo
quando foi preso. Tinha ido para a próxima pessoa mais velha da família Dashkov.
Medo atravessou por Lissa, e o pouco de cor que tinha nas bochechas dela sumiu. Misturado
com esse medo havia uma emoção que eu não esperava: lamento. Antes dela ser seqüestrada,
Victor tinha sido um tio para ela – que era inclusive como ela se referia a ele. Ela o amava, e
ele a traiu. Eu pus minha mão em cima da dela. “Calma,” eu murmurei. “Vai ficar tudo bem.”
Os olhos dele, estreitos e astutos, olhavam ao redor da corte como se ele estivesse numa
festa. Ele tinha o mesmo olhar despreocupado que ele tinha enquanto falava com Dimitri e eu.
Eu senti meus lábios se curvarem para xingar. Uma neblina vermelha atrapalhou minha visão,
e eu trabalhei duro para ser tão serena quanto os outros guardiões na corte. Ele finalmente se
focou em Lissa, e ela recuou ao ver a mesma cor dos olhos que ela e toda a sua família tinham.
Quando ele acenou um pouco para ela, eu senti meu controle se quebrar. Antes deu conseguir
dizer qualquer coisa, eu senti novas palavras na minha mente – os da Lissa. Respire, Rose.
Apenas respire. Parece que vamos ter que confiar uma na outra pra passar por isso. Um
segundo depois, Victor estava andando de novo, para tomar assento no lado esquerdo da
corte.
“Obrigado,’ eu disse a ela, quando ele saiu. “Foi como se você tivesse lido minha mente.”
“Não,” ela disse gentilmente. “Eu só senti a sua mão.”
Eu olhei para baixo onde tinha posto minha mão por cima dela. Eu tinha feito para confortar
ela mas acabei esmagando seus dedos na minha agitação. “Yikes,” eu disse, soltando e
esperando não ter quebrado seus ossos.”Desculpe.”
A rainha Tatiana entrou logo depois dele, o que me distraiu e me ajudou a acalmar os
sentimentos negros. Todos levantamos e então nos ajoelhamos. Era meio arcaico, mas era um
costume para os Moroi que eles praticavam a séculos. Não levantamos até que ela sentou, e
então o resto de nós foi capaz de sentar.
O julgamento começou.Um por um, aqueles que tinham testemunhado os eventos com Victor
falaram o que viram. Isso envolvia vários guardiões que perseguiram Lissa quando Victor a
tinha levado e que tinham subseqüentemente participado da batida no esconderijo de Victor.
Dimitri foi o ultimo dos guardiões a ir. Na superfície, seu testemunho não foi muito diferente
do resto deles. Todos tinham sido parte do esquadrão de resgate, mas sua parte da história
começou um pouco mais cedo.
“Eu estava com minha estudante, Rose Hathaway,” ele disse. “Ela divide uma ligação com a
princesa e foi a primeira a sentir o que tinha acontecido.”
O advogado de Victor – eu nem podia imaginar como conseguiram alguém para representá-lo
– olhou para alguns papeis e então olhou de volta para Dimitri. “Baseado nos eventos, parece
que houve um atraso entre ela ter descoberto o que aconteceu e alertado os outros.”
Dimitri acenou, sua mascara de compostura nunca escorregando. “Ela não pode agir porque o
Sr. Dashkov tinha inflingido nela um feitiço, um que a fez me atacar.” Ele falou as palavras tão
levemente, que me surpreendeu. Nem o advogado pareceu notar. Apenas eu pude ver – ou
talvez fosse só porque eu conhecia ele – o quanto doía para Dimitri mentir. Oh, ele queria nos
proteger – me proteger em particular – e era por isso que ele estava fazendo isso. Mas matou
um pedaço dele parar lá, sob juramento, e mentir. Dimitri não era perfeito, não importa o
quanto eu pensava que ele era as vezes, mas ele sempre tentava ser verdadeiro. Hoje ele não
pode ser.
“O Sr. Dashkov trabalha com mágica da terra, e alguém que usa esse poder e é forte em
compulsão pode influenciar nossos instintos,” continuou Dimitri. “Nesse caso, ele afetou a
raiva dela e violência em relação a um objeto.’
Na minha esquerda ouvi um som – como alguém sufocando uma risada. O juiz, uma velha mas
furiosa mulher Moroi, encarou.
“Sr. Dashkov, por favor respeite o decoro dessa corte.”
Victor, ainda sorrindo, balançou sua mão em um pedido de desculpa. “Eu sinto muito,
Meritíssima e Vossa Majestade. Algo no testemunho do guardião Belikov disparou minha
risada, só isso. Não vai acontecer de novo.”
Eu segurei minha respiração, esperando pela ficha cair. Não caiu. Dimitri terminou seu
testemunho, e então Christian foi chamado. A parte dele era curta. Ele esteve com Lissa
quando ela foi levada e tinha sido derrubado. A contribuição dele foi ser capaz de identificar
alguns guardiões de Victor como os raptores. Quando Christian saiu, foi minha vez.
Eu andei, esperando parecer calma na frente daqueles olhos – na frente de Victor. Na verdade,
eu andei o caminho todo sem olhar para ele.Quando disse meu nome e fiz o juramento de
dizer a verdade, eu de repente me senti toda a força do que Dimitri deve ter sentido. Eu estava
na frente de todas aquelas pessoas, jurando ser honesta, mas eu iria mentir assim que o feitiço
de luxuria fosse citado.
Minha versão foi bem franca. Eu tinha os detalhes para oferecer da noite antes do seqüestro,
como quando Victor tinha feito sua armadilha nojenta para fazer Lissa usar seus poderes. Fora
isso, minha história se alinhou com a de Dimitri e o resto dos guardiões.
Eu disse antes que eu podia mentir bem, e eu passei pelo feitiço de “ataque” com tanta
facilidade que ninguém prestou atenção. A não ser Victor. Apesar da minha refuta de olhar
para ele, eu acabei olhando na direção dele quando mencionei o feitiço. Os olhos dele
penetraram os meus, e um pequeno sorriso apareceu nos lábios dele. Sua diversão, eu
percebi, era mais porque ele sabia que eu estava mentindo. E também porque toda a verdade
– e o olhar que ele me deu me disse que ele tinha o poder sobre mim e Dimitri, o poder para
nos arruinar na frente de todas aquelas pessoas – não importava o que Dimitri tinha
ameaçado. Enquanto mantive meu rosto calmo o bastante para fazer Dimitri ficar orgulhoso,
dentro do meu peito, meu coração batia de forma audível.
Pareceu durar para sempre, mas eu sabia que só estava ali a alguns minutos. Eu terminei,
aliviada por Victor não ter me denunciado, e então foi a vez de Lissa. Como a vitima, ela
ofereceu a primeira perspectiva nova, e todos ali ficaram presos a história dela. Era tão
chamativo; ninguém nunca tinha ouvido algo assim. Eu também percebi que, sem nem tentar,
Lissa estava usando seu carisma induzido pelo Espírito. Eu acho que vem do mesmo lugar que
a compulsão. As pessoas eram compreensivas e simpáticas. Quando Lissa descreveu a tortura
que Victor a tinha feito passar para forçar ela a curar ele, eu vi rostos ficarem pálidos de
choque. Até a mascara de Tatiana se balançou um pouco, se fosse só por pena ou surpresa, eu
não podia dizer.
A coisa mais incrível, no entanto, era o quão calma Lissa conseguiu contar a históra. Por fora,
ela estava firme e linda. Mas enquanto falava as palavras, descrevendo exatamente como o
ajudante de Victor torturou ela, ela contou a dor e o terror daquela noite. O cara era um usurio
de ar, e ele brincou com aquele elemento, as vezes tirando todo o ar para que ela não pudesse
respirar e outras dando ar demais a ela. Foi horrível, e eu experimentei junto com ela. Na
verdade, eu experimentei com ela agora que ela falava dos eventos no banco das
testemunhas. Cada detalhe doloroso ainda estava na mente dela, a dor voltou para nós duas.
Nós duas ficamos aliviadas quando o testemunho dela acabou.
Finalmente foi a vez de Victor. Pelo olhar em seu rosto, você nunca adivinharia que ele estava
sendo julgamento. Ele não estava com raiva ou ultrajado. Ele não estava contrariado. Ele não
implorou. Parecia como se todos estivéssemos passeando em algum lugar, como se não
tivesse nada no mundo para se preocupar. De algum jeito, isso me deixou muito mais irritada.
Mesmo enquanto respondia, ele fez parecer como se tudo tivesse perfeito sentido. Quando a
advogada de acusação perguntou porque ele tinha feito o que fez, ele olhou para ela como se
fosse louca.
“Porque, eu não tive escolha,” ele disse agradavelmente. “Eu estava morrendo. Ninguém ia me
permitir fazer experiências abertas com os poderes da princesa. O que você teria feito no meu
lugar?”
A advogada ignorou. Ela estava tendo dificuldade em manter o nojo fora do seu rosto. “E você
achou que coagir sua própria filha para se tornar um Strigoi também era necessário?”
Todos na corte se mexeram de maneira desconfortável. Uma das coisas mais horríveis sobre os
Strigoi era que eles eram feitos, não nasciam. Um Strigoi pode forçar um humano, um
dhampir, ou um Moroi em se tornar um Strigoi se o Strigoi beber o sangue da vitima e então o
alimentar com o sangue do Strigoi a vitima. Não importava se a vitima queria ou não, e quando
ela se tornasse um Strigoi, ela perdia todo o senso de moral de sua antiga pessoa. A pessoa se
tornava um monstro e matava outros para sobreviver. Strigoi convertiam as pessoas quando
eles achavam que elas iam fortalecer seus números. As vezes eles faziam isso só por crueldade.
O outro jeito de se tornar um Strigoi se um Moroi por vontade própria escolhesse matar outra
pessoa durante a alimentação, destruindo a mágica que eles tinham em si mesmos. Os pais de
Christian tinham feito isso porque queriam ser imortais, não importando o custo. A filha de
Victor, Natalie tinha feito porque ela a convenceu a isso. A força e velocidade extra que ela
conseguiu por se tornar uma Strigoi tinham ajudado a libertar ele, e ele sentia que seu objetivo
valia o sacrifício.
De novo, Victor não mostrou remorso. A resposta dele foi simples. “Natalie tomou essa
decisão.”
“Você pode dizer isso sobre todos que você usou para atingir seus objetivos? Guardião Belikov
e a Srta. Hathaway não tiveram escolha no que você os obrigou a fazer.”
Victor riu. “Bem, isso é uma questão de opinião. Eu honestamente não acho que eles se
importaram. Mas se você tiver tempo depois desse caso, Meritíssima, você talvez queira
considerar formalizar um caso de estupro.”
Eu congelei. Ele tinha feito. Ele realmente tinha feito. Eu esperei que todos na corte se
virassem e apontassem para mim e Dimitri. Ninguém nem olhou na nossa direção, no entanto.
A maioria das pessoas estavam dando a Victor um olhar assustado. Eu percebi que era
exatamente o que Victor sabia que ia acontecer. Ele só queria nos provocar; ele não esperava
que ninguém levasse ele a sério. Os sentimentos de Lissa pela ligação confirmaram. Ela sentia
que Victor estava tentando tirar a atenção dele inventando histórias sobre Dimitri e eu. Ela
estava horrorizada por Victor ser tão baixo.
A juíza também estava, e ela puniu Victor por sair do tópico. Nesse ponto, a maior parte das
perguntas já tinham acabado. Os advogados encerraram, e era hora da rainha entregar seu
veredicto. Eu segurei minha respiração, imaginando o que ela ia fazer. Ele não tinha negado
nenhuma das acusações. A evidencia era clara, graças ao testemunho dos meus amigos, mas
como Victor tinha dito, tinha muita corrupção entre a realeza. A rainha podia muito bem
decidir que ela não queria um escândalo envolvendo alguém importante e muito conhecido.
Mesmo que ninguém soubesse os detalhes, a prisão dele iria começar uma confusão. Talvez
ela não quisesse lidar com isso. Talvez Victor a tivesse comprado.
Mas no final, ela considerou Victor culpado e o sentenciou a prisão perpetua – uma prisão
diferente, não uma na Corte. Eu ouvi histórias sobre as prisões dos Moroi, e eles eram lugares
horríveis. Eu suspeitei que sua nova casa iria ser diferente da cela onde ele estava. Victor
permaneceu calmo e divertido todo o tempo, como ele tinha estado ontem. Eu não gostei
disso. A conversa que eu tive com ele me fez pensar que ele não ia aceitar isso calma e
serenamente quanto ele planejava. Eu esperava que eles o observassem de perto.
Um gesto da rainha terminou com as formalidades. O resto de nós levantou e começou a
conversar enquanto ela passava pela Corte com seu olho afiado, provavelmente fazendo
anotações. A escolta de Victor começou a colocar ele pra fora. Ele passou por nós, mas dessa
vez ele parou e falou.
“Vasilisa, acredito que você esteja bem.”
Ela não respondeu. Ela ainda odiava e temia ele, mas com esse veredicto, ela finalmente
acreditava que ele não mais podia machucar ela. Era como o fim de um capitulo em que ela
estava presa a meses. Ela finalmente podia seguir em frente e quem sabe deixar aquelas
memórias horríveis desaparecer.
“Sinto por não termos tido a chance de conversar, mas tenho certeza que vamos na próxima
vez,” ele acrescentou.
“Anda,” disse um dos guardiões que estavam com ele. Eles o levaram embora.
“Ele é louco,” murmurou Lissa quando ele saiu. “Eu não consigo acreditar no que ele disse
sobre você e Dimitri.”
Dimitri estava parado atrás dela. Eu olhei para cima e encontrei seus olhos e ele passou por
nós. O alivio dele espelhava o meu. Dançamos com o perigo hoje – e ganhamos.
Christian foi até ela e a abraçou, a segurando por um longo tempo. Eu observei eles
afetuosamente, surpresa por meus sentimentos em relação a eles. Quando uma mão tocou
meu braço, eu deu um pulo.Era Adrian.
“Você está bem, pequena dhampir?” ele perguntou suavemente. “Dashkov disse
algumas...uh...coisas sugestivas.”
Eu dei uma passo mais perto, mantendo minha voz baixa. “Ninguem acreditou nele. Acho que
está tudo bem. Obrigado por perguntar, no entanto.”
Ele sorriu e tampou meu nariz. “Dois agradecimentos seus em 2 dias. Eu não suponho que vou
ver nenhuma, uh, gratidão especial?”
Eu ridicularizei. “Não. Você vai ter que imaginar.”
Ele me deu um meio abraço e me soltou. “Justo. Mas eu tenho uma boa imaginação.”
Ele começou a sair, e então Priscilla Voda correu em direção a Lissa. “A rainha gostaria de
encontrar você antes de você partir. Em particular.”
Eu olhei para a cadeira onde a rainha estava sentada. O olhar dela estava fixo em nós, e eu me
perguntei o que isso poderia significar.
“Claro,” disse Lissa, tão confusa quanto eu. Para mim, ela mandou um pensamento pela
ligação: você vai ouvir de novo?
Eu dei a ela um breve acenou antes de Priscilla sair com ela. Eu voltei para meu quarto,
sintonizando Lissa enquanto arrumava minhas coisas. Levou um tempo porque Tatiana tinha
que terminar algumas formalidades, mas ela finalmente chegou na mesma sala de ontem.
Lissa e Priscilla se curvaram quando ela entrou e esperaram a rainha sentar.
Tatiana se fez confortável. “Vasilisa, você precisa estar no ar logo, então vou ser breve. Eu
gostaria de te fazer uma oferta.”
“Que tipo de oferta, vossa majestade?”
“Você vai para faculdade logo.” Ela falou como se fosse uma coisa certa. E sim, Lissa tinha
planos para ir a faculdade, mas eu não gostei da presunção. “Pelo que entendi você está
insatisfeita com suas opções.”
“Bem... não é que eu esteja insatisfeita, exatamente. É só que, todos os lugares que os Moroi
dever ir são pequenos. Eu quero dizer, eu entendo que é por segurança, mas eu não sei. Eu
gostaria de ir em um lugar grande. Algum lugar com prestigio.” Guardiões monitoravam um
punhado de faculdades selecionadas no país para que os Moroi pudessem freqüentar elas com
segurança. Como Lissa havia dito, no entanto, elas tendem a ser escolas pequenas.
Tatiana acenou impaciente, como se ela já soubesse disso. “Eu vou te dar a oportunidade que
ninguém mais teve, até onde eu sei. Depois da formatura, eu gostaria que você viesse para cá,
a Corte Real. Você não tem família, e eu acho que você vai ser beneficiada por aprender
política no coração do nosso governo. Junto com isso, vamos fazer ajustes para que você
participe da Universidade Lehigh. É a menos de uma hora daqui. Você ouviu falar dela?”
Lissa acenou. Eu nunca ouvi falar dela, mas ela era nerd suficiente para pesquisar todas as
faculdades nos EUA. “É uma boa escola, Majestade. Mas... ainda é pequena.”
“É maior do que aquelas que os Moroi normalmente vão,” ela disse.
“Verdade.” Na mente dela, Lissa estava tentando descobrir o que estava acontecendo. Porque
Tatiana estava fazendo essa oferta? Especialmente considerando como ela parecia descordar
de Lissa mais cedo. Tinha algo acontecendo, e ela decidiu ver se podia forçar a barra. “A
Universidade da Pennsylvania também não é tão longe,Majestade.”
“Essa escola é enorme, Vasilisa. Não poderíamos assegurar sua segurança lá.”
Lissa deu nos ombros. “Bem, então provavelmente não importa se eu vou para Lehigh ou
nenhuma das outras.”
A rainha parecia chocada. Assim como Priscilla. Elas não acreditavam que Lissa parecesse
indiferente a oferta. Na verdade, Lissa não estava indiferente. Lehigh era um passo acima do
que ela esperava, e ela queria ir. Mas ela também queria ver o quanto a rainha a queria que
ela fosse.
Tatiana franziu a testa e pareceu estar considerando as coisas. “Dependendo das suas notas e
experiências em Lehigh, poderíamos arranjar para que você fosse transferida em alguns anos.
De novo, a segurança seria muito difícil.”
Wow. A rainha a queria por perto. Mas porque? Lissa decidiu simplesmente perguntar.
“Estou muito lisonjeada, Majestade. E agradecida. Mas porque você está me oferecendo isso?”
“Como a ultima Dragomir, você é uma preciosa mercadoria. Eu gostaria de me certificar que o
seu futuro esteja assegurado. E eu também odeio ver mentes brilhantes desperdiçadas. Além
do mais...” Ela pausou, hesitando em falar suas próximas palavras. “Você estava certa até uma
certa extensão. Os Moroi tem problemas com mudança. Poderia ser útil ter uma voz dissidente
por aqui.”
Lissa não respondeu imediatamente. Ela ainda estava analisando a oferta de todos os ângulos.
Ela queria que eu estivesse lá para aconselhar ela, mas eu não tinha certeza de qual seria
minha opinião. Dividir meu dever de guardiã entre a Corte e uma universidade legal poderia
ser muito bom. Por outro lado, teríamos mais liberdade em outro lugar. No final, Lissa decidiu
a favor de sua educação.
“Está certo,” ela disse por fim. “Eu aceito. Obrigado, Vossa Majestade.”
“Excelente,” disse Tatiana. “Os arranjos serão feitos. Você pode ir.”
A rainha não fez sinal de que fosse se mexer, então Lissa fez uma reverencia de novo e se
dirigiu a porta, ainda absorvendo as noticias. Tatiana de repente a chamou.
“Vasilisa? Você pode mandar sua amiga falar comigo? A garota Hathaway?”
“Rose?” ela disse surpresa. “Porque você-? Sim, é claro. Vou chamar ela.”
Lissa se apressou em direção a casa de hospedes, mas eu a encontrei na metade do caminho.
“O que está acontecendo?” eu perguntei.
“Não tenho idéia,” disse Lissa. “Você ouviu o que ela disse?”
“Sim. Talvez ela queira me dizer como terei que ter um cuidado extra com você indo aquela
escola.”
“Talvez. Eu não sei.” Lissa me deu um abraço rápido. “Boa sorte. Vejo você logo.”
Eu fui para a mesma sala e encontrei Tatiana parada com suas mãos enganchadas, sua postura
dura e impaciente. Ela estava vestida como uma mulher de negócios de novo, com um blazer
marrom e uma saia. A cor não teria sido minha escolha para ir com o cabelo cinza, mas esse
era o estilo dela, não o meu.
Eu fiz uma reverencia como Lissa tinha feito e olhei a sala. Priscilla tinha sumido; apenas alguns
guardiões ficaram. Eu esperava que Tatiana me mandasse sentar, mas ao invés disso, ela
levantou e andou até mim. O rosto dela não parecia feliz.
“Srta. Hathaway,” ela disse afiadamente, “Eu vou ser breve.Você vai parar esse monstruoso
caso com meu sobrinho-neto. Imediatamente.”

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