segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A.Vampiro - aura negra (capitulo 1)


Frostbite
Vampire Academy Livro 2
Richelle Mead




UM
Eu não pensei que meu dia poderia ficar pior até que a minha melhor amiga me disse que ela
podia estar enlouquecendo. De novo.
“Eu... o que foi que você disse?”
Eu estava parada do corredor do quarto dela, curvada sobre um das minhas botas e ajustando
ela. Levantando minha cabeça, observei seus pensamentos através da confusão do cabelo
negro que cobria meu rosto. Eu tinha dormindo depois da aula me atrasando, e passava
apressadamente a escova nos cabelos para conseguir sair a tempo.
O cabelo de Lissa loiro platina estava liso e macio, é claro, suspenso por cima dos seus ombros
como um véu de núpcias enquanto ela me observava com diversão.
“Eu disse que eu acho que as minhas pílulas podem não estar mais funcionando tão bem.”
Eu me ajeitei e tirei o cabelo do meu rosto. “O que isso significa?” eu perguntei. A nossa volta,
Moroi passavam com pressa, enquanto se dirigiam ao encontro de amigos para ir para o
jantar.
“Você começou...” eu baixei minha voz.”Você começou a ter seus poderes de volta?”
Ela balançou a cabeça, e eu vi um flash de arrependimento em seus olhos. “Não... eu me sinto
mais perto da mágica, mas eu ainda não posso usá-la. O que eu tenho notado principalmente é
um pouco daquela outra coisa, você sabe... eu estou ficando mais deprimida de vez em
quando. Nada nem perto do que costumava ser,” ela adicionou apressadamente, vendo meu
rosto. Antes dela tomar suas pílulas, os humor de Lissa podia ficar tão ruim que ela se cortava.
“É só um pouco mais do que era.”
“E quanto as outros coisas que você costumava sentir? Ansiedade? Pensamentos ilusórios?”
Lissa riu, sem levar nada daquilo tão serio quanto eu. “Você soa como se tivesse lido livros de
psicanálise.”
Na verdade eu tinha lido. “Eu só estou preocupada com você. Se você acha que as pílulas não
estão mais funcionando, nós precisamos contar a alguém.”
“Não,não.” Ela disse rapidamente. “Eu estou bem, de verdade. Elas ainda estão funcionando...
só não tão bem. Eu não acho que a gente deva entrar em pânico ainda. Especialmente vocênão
hoje, pelo menos.”
A mudança de assunto funcionou. Eu descobri a uma hora que eu iria fazer meu teste
qualificativo hoje. Era um exame- ou melhor, uma entrevista- que todos os guardiões novatos
tinham que passar na Academia St. Vladimir. Já que eu estava escondida com Lissa ano
passado, eu perdi o meu. Hoje eu ia ser levada para um guardião em algum lugar fora do
campus que iria me fazer o teste. Obrigada pelo aviso, gente.
“Não se preocupe comigo,” Lissa repetiu, sorrindo. “Eu vou falar pra você se ficar pior.”
“Ok,” eu disse relutantemente.
Só pra ter certeza, e abri meus sentidos e me permiti sentir o que ela realmente sentia através
da nossa ligação. Ela estava dizendo a verdade. Ela estava calma e feliz essa manhã, nada para
se preocupar. Mas no fundo da sua mente, eu senti um ponto negro, sentimentos
desconfortáveis. Não estava consumindo ela nem nada, mas tinha o mesmo sentimento de
duvidas da depressão e da raiva que ela costumava ter. Era apenas um pouco, mas eu não
gostei. Eu não queria aquilo ali. Eu tentei entrar ainda mais na mente dela para que eu
pudesse sentir melhor suas emoções e de repente eu tive a experiência estranha de tocar. Um
sentimento meio enjoativo tomou conta, e eu sai da cabeça dela. Um pequeno calafrio
percorreu meu corpo.
“Você está bem?” Lissa perguntou, franzindo a testa. “Você parece enjoada de repente.”
“Só... nervosismo pelo teste,” eu menti. “Hesitantemente, eu alcancei nossa ligação de novo. A
escuridão tinha desaparecido completamente. Sem traços. Talvez não tivesse nada errado com
as pílulas dela afinal de contas. “Eu estou bem.”
Ela apontou para o relógio. “Você não vai estar se não correr.”
“Merda,” eu xinguei. Ela estava certa. Eu dei nela um abraço rápido.”Vejo você mais tarde!”
“Boa sorte!” ela gritou.
Eu corri através do campus e encontrei meu mentor, Dimitri Belikov, esperando ao lado de um
Honda. Que chato. Eu suponho que eu não poderia esperar que a gente andasse pelas
montanhosas estradas de Montana em um Porsche, mas seria legal andar em algo mais
bacana.
“Eu sei, eu sei,” eu disse, vendo seu rosto. “Eu sinto muito estou atrasada.”
Eu lembrei então que eu tinha um dos testes mais importantes da minha vida chegando, e de
repente, eu esqueci completamente de Lissa e suas pílulas que possivelmente não
funcionavam. Eu queria protegê-la, mas isso não significaria muito se eu não pudesse passar
na escola e me tornar realmente uma guardiã.
Dimitri estava parado ali, parecendo lindo como sempre. O massivo, edifício de tijolos nos
deixava nas sombras, pairando como se fosse uma grande predadora na escuridão pouco
antes de amanhacer. Ao nosso redor, neve estava começando a cair. Eu vi com a luz, flocos
cristalinos caindo gentilmente. Vários pousaram e derreteram no seu cabelo escuro.
“Quem mais está indo?” eu perguntei.
Ele deu nos ombros. “Só você e eu.”
Meu humor de repente mudou de “feliz” para “empolgado.” Eu e Dimitri. Sozinhos. Em um
carro. Esse pode muito bem valer um teste surpresa.
“É muito longe?” Silenciosamente, eu implorei para que fosse uma viagem bem cumprida.
Tipo, uma que demorasse uma semana. E que envolvesse nós passarmos a noite em hotéis
luxuosos. Talvez nós batêssemos num banco de neve, e só calor corporal nos mantivesse vivos.
“Cinco horas.”
“Oh.”
Um pouco menos do que eu esperava. Mas ainda sim, 5 horas era melhor que nada. E eu
também não descartei a possibilidade do banco de neve.
A estrada escura e cheia de neve teria sido difícil para humanos navegarem, mas elas não se
mostraram como um problema para os olhos dos dhampir. Eu olhava para frente, tentando
não pensar sobre como o pós barba de Dimitri enchia o carro com um limpo, e afiado cheiro
que me fazia querer derreter. Ao invés disso, eu tentei me focar no teste de novo.
Não era o tipo de coisa para o qual você podia estudar. Ou você passava ou não. Guardiões de
altos níveis visitavam os novatos e os encontravam individualmente para discutir seu
compromisso em serem guardiões. Eu não sabia exatamente o que era perguntado, mas os
rumores tinham se acumulado com o passar dos anos. Os guardiões mais velhos avaliavam
caráter e dedicação, e alguns novatos tinham sido considerados inapropriados para continuar
no caminho dos guardiões.
“Eles normalmente não vem até a Academia?” eu perguntei a Dimitri. “Eu quero dizer, eu sou
a favor da viagem de campo, as porque nós estamos indo até eles?”
‘Na verdade, você está indo até ele, não eles.” Um sutaque russo suave saiu das palavras de
Dimitri, a única indicação de onde ele tinha crescido. Caso contrário, eu tinha certeza que ele
falava inglês melhor que eu.
“Já que esse é um caso especial e ele está nos fazendo um favor, nós estamos fazendo a
viagem.”
“Quem é ele?”
“Arthur Schoenberg.”
Eu tirei meus olhos da estrada e olhei pra Dimitri.
“O que?” Eu gritei.
Arthur Schoenberg era uma lenda. Ele era um dos maiores caçadores de Strigoi na história
dos guardiões vivos e ele costumava ser chefe do conselho dos guardiões – o grupo de pessoas
que designavam os guardiões para os Moroi e tomavam as decisões por todos nós. Ele
eventualmente se aposentou e voltou para proteger uma das famílias reais, os Badicas.
Mesmo aposentado, eu sabia que ele ainda era letal. Suas proezas eram parte do meu
currículo.
“Não...não tinha mais ninguém disponível?” eu perguntei com a voz baixa.
Eu podia ver que Dimitri segurava um sorriso. “Você vai ficar bem. Além do mais, se Art
aprovar você, isso será uma grande recomendação para deixar no seu histórico.”
Art. Dimitri usava o primeiro nome com um dos guardiões mais incríveis. É claro, Dimitri
também era incrível, então eu não deveria estar surpresa.
Silencio caiu sobre carro. Eu mordi meus lábios, de repente me perguntando se eu seria capaz
de entrar nos padrões de Arthur Schoenberg. Minhas notas eram boas, mas coisas como fugir
e me meter em brigar podiam lançar uma duvida sobre o quão seria eu estava sobre a minha
futura carreira.
“Você vai ficar bem,” Dimitri repetiu. “O bom no seu histórico se sobressai sobre o ruim.”
Era como se ele pudesse ler minha mente as vezes. Eu sorri um pouco e ousei espiá-lo. Foi um
erro. Ele tinha um corpo longe e magro, mesmo sentado. Olhos abismalmente negros.Cabelo
marrou que batia nos ombros e que estava preso para trás. Aquele cabelo parecia seda. Eu
sabia porque eu tinha passado meus dedos nele quando Victor Dashkov tinha nos lançado um
feitiço de luxuria. Com grande dificuldade, eu me forcei a começar a respirar de novo.
“Obrigado, técnico.” Eu provoquei, me aninhando de volta no meu assento.
“Estou aqui para ajudar,” ele respondeu. Sua voz estava relaxada – raro para ele. Ele
normalmente falava com força, pronto para um ataque. Provavelmente ele estava seguro
dentro do Honda- ou pelo menos tão seguro quanto ele poderia ao meu redor. Eu não era a
única que tinha problemas em ignorar a tensão romântica entre nós.
“Você sabe o que realmente iria ajudar?” eu perguntei, sem encontrar seus olhos.
“Hmm?”
“Se você desligasse essa musica ruim e colocasse algo que foi lançado depois que o Muro de
Berlim caiu.”
Dimitri riu. “Sua pior aula é história, e de algum jeito, você sabe tudo sobre a Europa
Ocidental.”
“Hey, tenho que arranjar material para as minhas piadas, Camarada.”
Ainda sorrindo, ele mudou de estação. Para uma country.
“Hey! Isso não era o que eu tinha em mente,” eu exclamei.
Eu podia notar que ele estava a beira de rir de novo. “Escolha. É um ou outro.”
Eu suspirei. “Volte para as coisas dos anos 80.”
Ele voltou a estação,e eu cruzei meus braços por cima do meu peito enquanto um vaga banda
européia cantava sobre como o video tinha destruído o radio. Eu desejava que alguém
matasse o radio.
De repente, cinco horas não pareciam tão curtas quanto eu pensei.
Arthur e a família que ele protegia viviam em uma pequena cidade na I-90 longe de Billings. A
opinião dos Moroi em geral era se separar em lugares para morar. Alguém discutiu que
cidades grandes eram melhores já que elas permitiam que vampiros se misturassem com a
multidão; as atividades noturnas não chamavam muita atenção. Outros Moroi, como essa
família, aparentemente, optou por cidades com menos gente, acreditando que se houvesse
menos pessoas para notar você, então você vai ser menos notado.
Eu convenci Dimitri a parar por comida em um restaurante 24 horas no caminho, e entre isso e
parar para abastecer, era perto do meio dia quando chegamos. A casa era construída em um
estilo luxuoso, com madeira pintada de cinza e grandes janelas – pintadas para bloquear a luz
solar, é claro. Parecia nova e cara, e mesmo estando no meio do nada, era o que eu esperava
para membros da realeza.
Eu pulei pra fora do carro, minhas botas encharcadas com mais de centimetro de neve que se
acumulou na entrada. O dia estava ameno e silencioso, a não ser pelo ocasional sussurro do
vento. Dimitri e eu caminhamos até a casa,seguindo uma pedra da calcada que cortava o
jardim.Eu poderia ver ele voltando para o modo “negócios”, mas a sua atitude no geral era tão
alegre quanto a minha. Nós dois tínhamos meio que uma atitude culpada por ter gostado da
viagem de carro.
Meus pés deslizaram na entrada coberta de gelo,e Dimitri me segurou instantaneamente. Eu
tive um sentimento estranho de déjà vu, recordando a primeira noite em que nos
encontramos, quando ele também tinha me salvado de uma queda parecida. Temperaturas
frias ou não, a mão dele se parecia quente na minha, mesmo com as camadas do meu casaco.
"Você esta bem?" Ele se soltou, para meu desanimo.
"Yeah,"eu disse, lançando olhos acusadores para a calcada de gelo. "Essas pessoas nunca
ouviram falar de sal?"Eu disse brincando, mas Dimitri de repente parou de caminhar. Eu parei
imediatamente também. A expressão dele se tornou tensa e alerta. Ele virou a sua
cabeça,olhos olhando os arredores, cortinas brancas nos cercando, antes de voltarem para a
casa. Eu queria fazer perguntas,mas alguma coisa na sua postura me disse para permanecer
calada.
Ele estudou a construção por quase um minuto inteiro,e então olhou para baixo para a
entrada coberta de gelo quebrado apenas por nossos passos.
Cuidadosamente,ele se aproximou da porta da frente, e eu o segui. Ele parou
novamente,desta vez para estudar a porta.Ela não estava aberta,mas também não estava
totalmente fechada. Parecia que tinha sido encostada não lacrada .
Examinando mais a funda, mostrou falhas nas pontas da porta, parecia que ela tinha sido
forcada em algum momento.O mais cuidadoso toque a abriria.Dimitri delicadamente
escorregou seus dedos onde a porta encontrava a sua moldura, sua respiração fazendo
pequenas nuvens de ar. Quando ele tocou a maneta da porta, ela fez um barulho, como se
estivesse sido quebrada.
Finalmente,ele falou silenciosamente, "Rose, vá esperar no carro."
"Mas eu—"
"Vá."
Uma palavra - mas repleta de poder. Naquela única silaba, eu tinha lembrado do homem que
eu tinha visto jogando pessoas e empalando um Strigoi. Eu virei, caminhando pela neve
coberta de camadas preferindo isso a me arriscar na calcada. Dimitri parou aonde ele estava,
não se movendo ate que eu pulei de volta no carro,fechando a porta o mais suavemente
possível. Então, com seus cuidadosos movimentos, ele empurrou a porta e
desapareceu lá dentro.
Queimando de curiosidade, eu contei ate dez e saltei do carro.
Eu sabia mais do que ir atrás dele, mas eu tinha que saber o que estava acontecendo na casa.
A calcada e a estrada indicaram que ninguém tinha estado em casa por alguns dias,mas
também podia significar os Badicas simplesmente nunca tinham saído da casa. Era possível,eu
supus,que eles tivessem sido as vitimas de assalto humano comum. Era possível também que
alguma os tivesse assustado e os feito partir – como um Strigoi. Eu sabia que essa possibilidade
era que tinha feito o rosto de Dimitri se tornar tão desgostoso, mas parecia um cenário
incomum com Arthur Schoenberg em serviço
.
Parada na estrada, eu olhei para o céu. A luz estava fria e umida, mas estava lá.
Meio dia. O ponto mais alto do sol. Strigoi não podiam sair a luz do sol. Eu não precisava ter
medo deles, mas da raiva de Dimitri.
Eu circulei ao redor da casa, caminhando na neve profunda – quase um pé de profundidade.
Nada esquisito me palpitou sobre a casa.Estalactites pendurados na calha, e as janelas
pintadas não revelavam segredos. Meu pé atingiu algo de repente, e eu olhe pra baixo. Ali,
meio enterrado na neve, estava uma estaca de prata. Tinha sido atirada no chão. Eu a peguei a
tirei da neve, franzindo a testa. O que essa estaca estava fazendo aqui? Estacas de prata eram
caras. Elas eram a coisa mais mortal de um guardião, capaz de matar um Strigoi com um único
ataque ao coração. Quando elas eram forjadas, 4 Morois a encantavam com mágica com cada
um dos elementos. Eu não tinha aprendido a usar uma ainda, as segurando em minha mão, eu
de repente me senti mais segura enquanto eu continuava minha varredura.
Uma porta grande do pátio guiava para a parte de trás da casa até um deque que
provavelmente seria muito divertido ficar no verão. Mas o vidro do pátio tinha sido quebrado,
tanto que uma pessoa podia facilmente atravessa-lo. Eu sobi os degrais do deck, cuidando o
gelo, sabendo que eu ia entrar em problemas quando Dimitri descobrisse o que eu estava
fazendo. E apesar do frio, eu suava pelo meu pescoço.
Luz do dia, luz do dia, eu me lembrava. Nada para se preocupar.
Eu alcancei o pátio e estudei o vidro escuro. Eu não podia dizer o que tinha quebrado ele.
Dentro, a neve tinha invadido e feito um pequena corrente no pálido tapete azul. Eu puxei a
maçaneta da porta, mas estava trancada. Não que isso tivesse feito diferença. Com cuidado
para não me cortar, eu alcancei a abertura e abri a maçaneta de dentro. Eu tirei minha mão
com cuidado e puxei a porta. Assoviou pelo caminho, um som silencioso que ainda sim parecia
alto naquele silencio.
Eu passei pela porta, ficando na luz do sol que entrava pela porta. Meus olhos se ajustaram
pela diminuição de luz. Vento entrava pela abertura do pátio, dançando com as cortinas ao
meu redor. Eu estava numa sala. Tinha todos os itens comuns que se podia esperar. Sofá. Tv.
Uma cadeira de balanço.
E um corpo.
Era uma mulher. Ela estava sentada de costas na frente da TV, seu cabelo negro no chão perto
dela. Ela olhava pra cima seus olhos sem vida, sua face pálida – pálida demais até para um
Moroi. Por um momento eu pensei que seu cabelo estava cobrindo seu pescoço, também, até
que eu me dei conta que aquela coisa negra em sua pele era sangue – sangue seco. Sua
garganta tinha sido cortada.
A cena horrível era tão surreal que eu nem reconheci o que eu estava vendo no inicio. Com a
sua postura, a mulher podia muito bem estar dormindo. Então eu vi outro corpo: um homem
de lado apenas a alguns pés de distancia, sangue negro manchando o carpete ao redor dele.
Outro corpo estava parado perto do sofá: uma pequena criança. Do outro lado do quarto tinha
outro. E outro. Tinha corpos em todos os lugares, corpos e sangue.
A escala de morte ao meu redor de repente foi registrada, e meu coração começou a bater
mais rápido. Não, não. Não era possível.Era dia.Coisas ruins não podiam acontecer de dia. Um
gritou começou a crescer na mina garganta, que parou de repente quando uma mão com luvas
apareceu atrás de mim e fechou minha boca. Eu comecei a lutar; e então eu senti o cheiro do
pos barba de Dimitri.
“Porque,” ele perguntou, “você nunca escuta? Você estaria morta se eles ainda estivessem
aqui.”
Eu não podia responder, por causa da mão dele e por causa do choque. Eu tinha visto alguém
morto antes, mas eu nunca tinha visto morte dessa magnitude. Depois de quase um minuto,
Dimitri finalmente tirou sua mão, mas ele ficou perto de mim. Eu não queria mais olhar, mas
eu parecia incapaz de tirar meus olhos da cena diante de mim. Corpos em todos os lugares.
Corpos e sangue.
Finalmente, eu virei em direção a ele. “É dia,” eu sussurrei. “Coisas ruins não acontecem de
dia.” Eu ouvi o desespero da minha voz, uma garotinha implorando que alguém dissesse que
aquele era um sonho ruim.
“Coisas ruins podem acontecer a qualquer hora,” ele me disse. “E isso não aconteceu durante
o dia. Provavelmente aconteceu algumas noites atrás.”
Eu ousei espiar de novo os corpos e meu estomago revirou. Dois dias. Dois dias para se estar
morto, para ter sua existência apagada – sem ninguém no mundo saber que você tinha
partido. Meus olhos encararam o corpo de um homem perto da entrada do quarto. Ele era
alto, muito musculoso para ser um Moroi. Dimitri deve ter notado quando eu olhei.
“Arthur Schoenberg,” ele disse.
Eu encarei a garganta sangrenta de Arthur. “Ele está morto,” eu disse, como se não fosse
perfeitamente obvio. “Como ele pode estar morto? Como um Strigoi matou Arthur
Schoenberg?” Não parecia ser possível. Você não pode matar uma lenda.
Dimitri não respondeu. Ao invés disso suas mãos se moveram pra baixo e se fecharam onde
minha mão segurava a estava. Eu recuei.
“Onde você pegou isso?” ele perguntou. Eu afrouxei minha mão e deixei ele pegar a estaca.
“Lá fora. No chão.”
Ele levantou a estaca, estudando sua superfície enquanto brilhava contra a luz do sol.
“Quebrou o ward.”
Minha mente, ainda atordoada, levou um tempo para processar o que ele tinha dito. Então eu
entendi. Ward eram anéis mágicos lançados pelos Moroi. Como as estacas, eles eram feitos
usando magia dos quatro elementos. Eram necessário que um forte Moroi usuário de mágica,
normalmente um grupo cada um de cada elemento. As ward podiam bloquear os Strigoi
porque mágica estava ligada a vida, e Strigoi estavam mortos. Mas wards se esgotavam
rapidamente e precisavam de muita manutenção. A maioria dos Moroi não a usava, mas
alguns lugares a usavam. A academia St. Vladimir usava várias.
“Strigoi não podem tocar nas estacas,” eu disse a ele. Eu notei que eu estava usando muito
“Não pode” e “Não”. Não era fácil ter suas crenças mudadas. “E nenhum Moroi ou dharpir
faria isso.”
“Um humano poderia.”
Eu encontrei seus olhos. “Humanos não ajudam Strigoi-“ eu parei. Ai estava de novo. Não.
Mas eu não podia evitar. A única coisa que nós podíamos contar para lutar contra os Strigoi
eram suas limitações – luz do sol, ward, estaca mágica, etc. Nós usávamos a fraqueza deles
contra eles.Se eles tinham outros – humanos – que os ajudavam e não eram afetados por suas
limitações...
O rosto de Dimitri estava rígido, ainda pronto pra qualquer coisa, mas um pequeno brilho de
simpática cruzou seus olhos negros enquanto ele observava minha travar minha batalha
mental.
“Isso muda tudo, não muda?” Eu perguntei.
“É,” ele disse. “Muda.”

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