sexta-feira, 18 de maio de 2012

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 26)


VINTE E SEIS
Era quase impossível de acreditar. Os Strigoi estavam praticamente ao nosso lado, esperando
para o anoitecer para que pudessem escapar. Aparentemente, no caos do ataque, alguns dos
Strigoi tinham escondido sua trilha enquanto outros fizeram parecer como se tivessem saído
por vários pontos de saída do campus. Distraídos com nosso próprio final de luta nenhum de
nós deus atenção. As wards tinham sido trocadas. Até onde a gente sabia, os Strigoi tinham ido
embora, e era isso que importava.
Agora tínhamos uma estranha situação para resolver. Sob circunstacias normais – não que um
ataque massivo de Strigoi fosse normal – nunca o perseguiríamos. Aqueles seqüestrados pelos
Strigoi eram normalmente considerados mortos,e,como minha mãe tinha dito, guardiões
raramente sabiam onde procurar pelos Strigoi. Dessa vez, no entanto, eu sabia. Os Strigoi
estavam essencialmente encurralados. Era um dilema interessante.
Bem, não era um dilema para mim. Eu honestamente não conseguia descobrir porque não
estávamos naquelas cavernas agora mesmo, acabando com os Strigoi e procurando por
sobreviventes. Dimitri e eu nós apressamos para voltar, ansiosos para agir conforme nossas
noticias, mas tínhamos que esperar até todos os guardiões se reunirem.
“Não interrompa eles,” Dimitri me disse quando estávamos prestes a entrar na reunião que
iria decidir nosso próximo passo. Ficamos perto da porta, falando baixo. “Eu sei como você se
sente. Eu sei o que você quer fazer. Mas se gritar com eles não vai ajudar você a conseguir o
que quer.”
“Gritar?” eu exclamei, esquecendo de falar suavemente.
“Eu vejo,” ele disse. “O fogo está em você de novo – você quer fazer pedacinhos de alguém.
Foi o que fez de você tão mortal na luta. Mas não estamos lutando agora. Os guardiões tem
todas as informações. Eles irão fazer a escolha certa. Você só tem que ser paciente.”
Parte do que ele disse era verdade. Em preparação para o encontro, tínhamos reunido todas
as nossas informações e feito mais uma pesquisa. A investigação tinha revelado que vários
anos atrás, um dos professores Moroi tinha ensinado as aulas de geologia e mapeado as
cavernas,nos fornecendo tudo que precisávamos saber. A entrada era a 8 km da Academia. A
câmera mais cumprida das cavernas tinha 800 metros, o lado mais cumprido levava para fora
da estrada de chão marcada no mapa. Eu não acreditei que deslizamentos tinham bloqueado
os dois lados das entradas. Agora, eu percebi, limpar essas aberturas não seriam difíceis para a
força dos Strigoi.
Mas eu não tinha certeza se eu confiava no que Dimitri disse sobre os guardiões tomarem a
decisão certa. Minutos antes da reunião começar, eu apelei a minha mãe.
“Por favor,” eu disse a ela.”Temos que fazer isso.”
Ela me olhou. “Se houver resgate, não vai ter “nós.”Você não vai.”
“Porque? Porque nossos números são tão superiores da primeira vez que nenhum guardião
nosso morreu?” Ela recuou. “Você sabe que eu posso ajudar. Você sabe o que eu fiz. Falta uma
semana para meu aniversário e apenas alguns meses para a formatura. Você acha que algo
mágico vai acontecer antes disso? Eu tenho mais algumas coisas para aprender, sim, mas eu
não acho que isso seja o suficiente para me impedir de ajudar. Vocês precisam de máximo de
ajuda, e tem vários novatos que estão prontos também. Vamos levar Christian, e seremos
invensíveis.”
“Não,” ela disse rapidamente. “Não ele. Você nunca deveria ter envolvido um Moroi, muito
menos alguém jovem como ele.”
“Mas você viu o que fizemos.”
Ela não discutiu. Eu vi a indecisão no rosto dela. Ela olhava ao redor e encarava. “Me deixe
chegar algo.”
Eu não sabia onde ela foi, mas ela estava 15 minutos atrasada para a reunião. Mas então,
Alberta já tinha informado os guardiões sobre o que sabíamos. Piedosa, ela pulou os detalhes
de onde conseguimos as informações, então não tínhamos que perder tempo com a parte do
fantasma. As plantas das cavernas foram examinas detalhadamente. As pessoas fizeram
perguntas. Então a decisão veio.
Eu me segurei. Lutar com os Strigoi sempre significou confiar numa estratégia de defesa.
Atacavamos só quando eles atacavam. Argumentos anteriores sobre uma ofensiva sempre
falharam. Eu esperava o mesmo agora.
Mas não veio.
Um por um, os guardiões se levantaram e expressaram seu comprometimento para ir em uma
missão de resgate. Enquanto eles faziam, eu vi aquele fogo que Dimitri tinha dito. Todos
estavam prontos para lutar. Eles queriam. Os Strigoi tinham ido longe demais. No nosso
mundo, só tinha uns poucos lugares que eram seguros: a Corte Real e nossas academias.
Crianças eram mandadas para lugares com a Academia St. Vladimir com a certeza de que elas
seriam protegidas. Essa certeza tinha sido despedaçada, e não iríamos agüentar isso,
especialmente se ainda podíamos salvar vidas. Um desejoso e vitorioso sentimento queimou
em meu peito.
“Bem, então,” disse Alberta, olhando ao redor. Eu acho que ela estava tão surpresa quanto eu,
embora tivesse votado ao favor do resgate. “Vamos planejar a estratégia e partir. Ainda temos
nove horas de luz solar antes deles fugirem.”
“Espere,” disse minha mãe, levantando. Todos os olhos se viraram para ela, mas ela não
recuou. Ela parecia corajosa e capaz, e eu estava imensamente orgulhosa dela. “Eu acho que
tem outra coisa que deveríamos considerar. Acho que deveríamos deixar alguns dos veteranos
novatos ir.”
Isso começou uma pequena confusão, mas só veio de uma minoria. Minha mãe deu um
argumento similar do que eu tinha dito a ela. Ela também disse que os novatos não estariam
na primeira linha mas que iríamos ajudar mais no caso de algum Strigoi escapar. Os guardiões
quase tinham aprovado a sua idéia quando ela lançou outra bomba.
“E eu acho que devemos levar alguns Moroi conosco.”
Celeste gritou. Ela tinha um enorme corte do lado do rosto. Fazia o machucado que eu tinha
visto nela o outro dia parecer uma mordida de mosquito. “O que? Você está louca?”
Minha mãe fixou um olhar calmo nela. “Não.Todos sabemos o que Rose e Christian Ozera
fizeram. Um dos maiores problemas com o Strigoi é passar pela força e velocidade deles para
poder matar. Se levarmos usuários de fogo, teremos uma distração que nos dará uma
vantagem. Não podemos cortar eles.”
Um debate começou. Foi necessário cada gota de auto-controle para não me juntar a
discussão. Eu lembrei das palavras de Dimitri sobre não interromper. Ainda sim, enquanto eu
ouvia, eu não consegui impedir minha frustração. Cada minuto que passava era outro minuto
que não íamos atrás de Eddie e dos outros. Era outro minuto em que alguém morria.
Eu virei para onde Dimitri estava sentado ao meu lado.”Eles estão sendo idiotas,” eu sussurrei.
Os olhos dele estavam em Alberta, enquanto ela discutia com um guardião que normalmente
trabalhava no campus do fundamental. “Não,” murmurou Dimitri. “Observe. Mudança está
acontecendo na frente dos nossos olhos. As pessoas vão lembrar desse dia como o ponto de
mudança.”
Ele estava certo. De novo, os guardiões devagar concordaram com a idéia. Eu acho que era
parte da mesma iniciativa que os fazia querer lutar pra começo de conversa. Tinhamos que nos
vingar dos Strigoi. Isso era mais que nossa luta – era dos Moroi também. Então minha mãe
disse que ela conseguiu vários professores para se voluntarias – eles absolutamente não iriam
permitir alunos nisso – e a decisão foi tomada. Os guardiões iam atrás dos Strigoi,e novatos e
Moroi iriam com eles.
Eu senti triunfo e exaltação. Dimitri estava certo. Esse era o momento em que nosso mundo
iria mudar.
Mas não por quatro horas.
“Mais guardiões estão vindo,” Dimitri me disse quando de novo eu expressei meu ultraje.
“Em 4 horas, os Strigoi podem decidir comer!”
“Precisamos de uma incrível demonstração de força,” ele disse. “Precisamos de todas as
vantagens possíveis. Sim, os Strigoi poderiam matar alguns antes de chegarmos lá. Eu não
quero isso, acredite em mim. Mas se formos despreparados, poderíamos perder muito mais
vidas.”
Meu sangue ferveu. Eu sabia que ele tinha razão, e não tinha nada que eu pudesse fazer sobre
isso. Eu odeio isso. Eu odeio ficar indefesa.
“Anda,” ele disse, gesticulando em direção a saída.”Vamos dar uma volta.”
“Onde?”
“Não importa. Nós só precisamos nos acalmar, ou você estará fora de forma para lutar.”
“Eh?Você esta com medo que meu possivelmente lado insano se manifeste?”
“Não, eu tenho medo que o seu lado normal Rose Hathaway manifeste, aquele que não tem
medo de se atirr quando acreditar que está fazendo algo certo.”
Eu dei a ele um olhar seco. “Tem diferença?”
“Sim. A segunda me assusta.”
Eu resisti a vontade de dar uma cotovelada nele. Por meio segundo, eu desejei poder fechar
meus olhos e esquecer sobre toda a magoa e derramamento de sangue ao nosso redor. Eu
queria me jogar na cama com ele, rindo e provocando, com nenhum de nós se preocupando
com nada a não ser um com o outro. Isso não era real, no entanto. Isso que estava
acontecendo era.
“Eles não precisam de você aqui?” eu perguntei.
“Não. O que eles estão fazendo é esperar pelos outros, e eles tem mais que suficiente para
planejar um ataque. Sua mãe está liderando isso.”
Eu segui o olhar dele para onde minha mãe estava, no centro do grupo de guardiões,
apontando com movimentos rápidos e afiados para o que parecia ser mapas. Eu ainda nunca
sabia direito o que pensar sobre ela, mas a observando agora, eu não podia deixar de admirar
a dedicação dela. Não tinha nenhum aborrecimento que eu normalmente experimentava por
aqui.
“Ok,” eu disse. “Vamos.”
Ele me levou numa volta pelo campus, e observamos o lugar depois da luta. A maior parte dos
danos não foi no próprio campus, é claro. Foi com as pessoas. Ainda sim, podíamos ver alguns
sinais de ataque: danos aos prédios, manchas de sangue em lugares inesperados, etc. O mais
notável de tudo era o humor. Mesmo em plena luz do dia, tinha escuridão ao nosso redor,
uma pesada dor que você quase podia sentir. Eu via no rosto de todos por quem passamos.
Eu meio que esperava que Dimitri me levasse para onde os feridos estavam. Ele ficou longe de
lá, no entanto, e eu podia adivinhar porque. Lissa estava ajudando lá, usando seus poderes em
doses pequenas para curar ferimentos. Adrian também estava, embora ele não pudesse fazer
muito mais que ela. Eles finalmente decidiram que valia a pena arriscar sobre todos saberem
sobre o Espírito. A tragédia aqui era muito grande. Além do mais, tanta coisa sobre Espírito
tinha vazado que era apenas uma questão de tempo de qualquer forma.
Dimitri não me queria perto de Lissa enquanto ela estava usando sua magia, o que eu achei
interessante. Ele ainda não sabia se eu realmente estava “pegando” a loucura dela, mas ele
aparentemente não queria arriscar.
“Você me disse que tinha uma teoria sobre as wards quebradas,” ele disse. Tínhamos
estendido nossa volta ao campus, chegando não muito longe de onde a sociedade de Jesse
tinha se reunido ontem a noite.
Eu quase esqueci. Quando eu juntei todas as partes, a razão era perfeitamente obvia. Ninguém
tinha feito muitas perguntas sobre isso, ainda não. A preocupação imediata era pegar novas
wards e ajudar outras pessoas. A investigação podia ocorrer mais tarde.
“O grupo de Jesse estava fazendo sua iniciação bem aqui perto das wards. Você sabe como as
estacas podem interferir nas wards porque elas se cancelam? Eu acho que é a mesma coisa. O
processo de iniciação usava todos os elementos, e eu acho que eles anularam as wards do
mesmo jeito.”
“Mágica é usada no campus, no entanto,” apontou Dimitri. “As wards ficavam nas beiradas,
para que os dois não entrassem em conflito. Também, eu acho que faz diferença a maneira
como os elementos são usados. Mágica é vida, que é por isso que destrói os Strigoi e porque
eles não podem cruzar por elas. A mágica nas estacas é usada como arma. Assim como a
mágica nas sessões de tortura. Quando é usada desse forma negativa, eu acho que cancela a
mágica boa.” Eu tremi, lembrando daquele sentimento ruim que senti quando Lissa usou
Espírito para atormentar Jesse. Não tinha sido natural.
Dimitri encarou as cercas quebradas que marcavam um dos limites da Academia. “Incrivel. Eu
nunca pensaria que isso era possível, mas faz sentido. O principio realmente é o mesmo para
as estacas.” Ele sorriu para mim. “Você pensou muito sobre isso.”
“Eu não sei. Eu só meio que juntei isso na minha cabeça.” Eu olhei ao redor, pensando no
grupo idiota de Jesse. Já era ruim o bastante eles terem feito o que fizeram com Lissa. Isso era
o suficiente para me fazer querer chutar a bunda deles (mas não mais os matar – eu aprendi
algum controle desde ontem a noite). Mas isso? Levar os Strigoi para a escola? Como algo tão
estúpido e digno de pena por parte deles levou a esse desastre? Quase teria sido melhor se
eles tivessem tentando fazer isso de propósito, mas não. Tinha sido sobre os jogos dele em
busca de gloria. “Idiotas,” eu murmurei.
O vento aumentou. Eu tremi, e dessa vez foi pela baixa temperatura, e não por minha
inquietação. A primavera pode estar vindo, mas certamente ainda não tinha chego.
“Vamos voltar para dentro,” disse Dimitri.
Nós viramos, e enquanto andávamos de volta para o coração do campus, eu vi. A cabana.
Nenhum de nós diminuiu a velocidade ou olhou descaradamente para ela, mas eu sabia que
ele estava tão atento quanto eu de onde estávamos. Ele provou quando falou um segundo
depois.
“Rose, sobre o que aconteceu –“
Eu gemi. “Eu sabia. Eu sabia que isso ia acontecer.”
Ele olhou para mim assustado. “O que ia acontecer?”
“Isso. A parte onde você me dá um enorme sermão sobre o como o que fizemos foi errado e
como nós nunca deveríamos ter feito e como nunca vai acontecer de novo.”Até as palavras
saírem da minha boca eu não percebi o quanto eu temi que ele dissesse isso.
Ele ainda parecia chocado. “Porque você acha isso?”
“Porque é assim que você é,” eu disse a ele. Eu acho que eu soei um pouco histérica. “Você
sempre quer fazer a coisa certa. E quando você fez a coisa errada, você tem que consertar e
fazer certo. E eu sei que você vai dizer que o que nós fizemos não devia ter acontecido e como
você queria – “
O resto do que eu ia dizer desapareceu quando Dimitri enrolou seus braços na minha cintura e
me puxou para perto dele na sombra de uma arvore. Nossos lábios se encontraram, e
enquanto nos beijávamos, eu esqueci sobre todas as minhas preocupações e medos sobre ele
dizer que o que fizemos foi errado. E até mesmo – por mais impossível que pudesse parecer –
sobre as mortes e a destruição causadas pelos Strigoi. Só por um segundo.
Quando finalmente nos separamos, ele ainda me manteve perto dele. “Eu não acho que o que
fizemos foi errado,” ele disse suavemente. “Estou feliz por termos feito. Se pudéssemos voltar
no tempo, eu faria de novo.”
Um redemoinho de sentimentos queimou no meu peito. “Verdade? O que te fez mudar de
idéia?”
“Porque você é difícil de resistir,” ele disse, claramente se divertindo com a minha surpresa.
“E... você lembra o que Rhonda disse?”
Mais um choque, ouvir ele mencionar ela. Mas então lembrei do rosto dele quando ele a ouviu
e do que ele me disse sobre sua avó. Eu tentei lembrar das palavras exatas de Rhonda.
“Algo sobre você perder algo...” Eu aparentemente não lembrava tão bem.
“Você vai perder o que mais valorisa, então aprecie enquanto você ainda pode.”
Naturalmente, ele sabia palavra por palavra. Eu zombei das palavras dequela vez, mas agora
eu tentei decifrar elas. A principio, eu senti uma alegria: era eu o que ele mais valorizava. E
então eu dei a ele um olhar assustado. “Espera. Você acha que eu vou morrer? É por isso que
você dormiu comigo?”
“Não, não, é claro que não. Eu fiz o que fiz porque... acredite em mim, não era por causa disso.
Independente dos detalhes – ou de ser verdade – ela estava certa sobre o quão facilmente as
coisas podem mudar. Tentamos fazer o que é certo, ou menor, o que outros dizem que é
certo. Mas as vezes, quando isso vai contra você é... você tem que escolher. Mesmo antes do
ataque dos Strigoi, quando eu vi todos os problemas que você estava passando, eu percebi o
quanto você significa para mim. Isso mudou tudo. Eu estava preocupado com você – tão, tão
preocupado. Você não tem idéia. E ficou inútil tentar sequer fingir que eu podia colocar a vida
de qualquer Moroi antes da sua. Então eu decidi que isso era algo que eu teria que lidar.
Quando eu tomei essa decisão... não tinha nada para nos segurar.” Ele hesitou, parecendo
relembrar suas palavras enquanto ele tirava meu cabelo do rosto. “Bem, para me segurar.
Estou falando por mim. Eu não quis dizer como se eu soubesse exatamente porque você fez
isso.”
“Eu fiz porque eu te amo,” eu disse, como se fosse a coisa mais obvia no mundo. E na verdade,
era.
Ele riu. “Você conseguiu reunir em uma frase o que eu levei todo um discurso para dizer.”
“Porque é assim tão simples. Eu amo você, e eu não continuar fingindo que eu não amo.”
“Eu também não quero.” As mãos dele saíram do meu rosto e encontraram minhas mãos.
Nossos dedos se entrelaçaram, e nós começamos a caminhar de novo. “Eu não quero mais
mentiras.”
“Então o que acontece agora? Conosco, eu quero dizer. Quando tudo isso terminar... com os
Strigoi...”
“Bem, por mais que eu odeie reforçar seus medos, você estava certa sobre uma coisa. Não
podemos ficar juntos de novo – pelo resto do ano escolar, quero dizer. Vamos ter que manter
distancia.”
Eu me senti um pouco desapontada com isso, mas eu sabia que ele estava certo. Poderiamos
ter chegado em um ponto onde não corríamos mais o risco de terminar nossa relação, mas
não podíamos nos exibir enquanto eu ainda fosse uma aluna.
Nossos pés bateram na lama. Alguns pássaros cantavam nas arvores, sem duvida surpresos por
ver tanta atividade durante a luz do dia aqui. Dimitri olhou para o céu, com o rosto pensativo.
“Depois que você se formar e estiver com Lissa...” Ele não terminou. Levou um segundo, mas
eu percebi o que ele estava prestes a dizer. Meu coração quase parou.
“Você vai pedir para ser dispensado, não vai? Você não vai ser o guardião dela.”
“É o único jeito de podermos ficar juntos.”
“Mas não vamos ficar realmente juntos,” eu disse.
“Nós ficarmos com ela nós da o mesmo problema – eu me preocupando mais com você do que
com ela. Ela precisa de dois guardiões perfeitamente dedicados a ela. Se eu puder ser enviado
para a Corte, ficaremos perto um do outro o tempo todo. E em um lugar seguro daqueles, tem
mais flexibilidade com o horário dos guardiões.”
Uma parte egoísta de mim queria imediatamente queria dizer o quão ruim isso era, mas na
verdade, não era. Não havia opção que tivéssemos que fosse ideal. Cada uma vinha com
escolhas difíceis. Eu sabia que era difícil para ele desistir de Lissa. Ele se importava com ela e
queria manter ela a salvo com uma paixão que quase rivalizava com a minha. Mas ele se
importava mais comigo, e ele tinha que fazer esse sacrifício se ele ainda queria honrar seu
senso de dever.
“Bem,” eu disse, percebendo algo, “podemos acabar nos vendo mais se formos guardiões de
pessoas diferentes. Podemos tirar uma folga juntos. Se ambos estivermos com Lissa, vamos
trocar turnos e sempre ficar separados.”
As arvores estavam diminuindo mais a frente, o que era uma pena, porque eu não queria
largar a mão dele. Ainda sim, um pouco de esperança e alegria começaram a florescer no meu
peito. Parecia errado visto tal tragédia, mas eu não podia impedir.
Depois de todo esse tempo, depois de todos os problemas, Dimitri e eu iríamos fazer
funcionar. Sempre existia a possibilidade de sermos designados para longe da Corte, mas
mesmo assim, ainda conseguiríamos tirar algumas férias juntos de vez em quando. O tempo
separados seria uma agonia, mas podíamos fazer funcionar. E seria melhor do que continuar a
viver uma mentira.
Sim, isso realmente ia acontecer. Todas as preocupações de Deirdre sobre mim lutar com
pedaços conflituosos da minha vida foram por nada. Eu ia ter tudo. Lissa e Dimitri. A idéia de
que eu ficaria com os dois me faria forte. Eu iria passar por esse ataque de Strigoi. Eu mantive
esse pensamento, como um amuleto de boa sorte.
Dimitri e eu não tínhamos dito mais nada por um tempo. Como sempre, não precisávamos. Eu
sabia que ele estava se sentindo tão feliz quanto eu, apesar daquele exterior severo.
Estávamos quase fora da floresta, de novo no campo de visão de outros, quando ele falou de
novo.
“Você logo terá 18 anos, mas mesmo assim...” Ele suspirou. “Quando isso vazar, muitas
pessoas não vão ficar feliz.”
“É,bem,eles podem lidar com isso.” Com rumores e fofoca eu podia lidar.
“Eu também tenho a impressão que a sua mãe vai ter uma conversa bem feia comigo.”
“Estamos prestes a encarar Strigoi, e minha mãe é o que te assusta?”
Eu podia ver um sorriso se formando nos lábios dele. “Ela é uma força a ser reconhecida. De
quem você acha que puxou?”
Eu ri. “É de se admirar que você se incomode comigo então.”
“Você vale a pena, acredite.”
Nós beijamos de novo, usando o resto das sombras da floresta para esconder. Em um mundo
normal, essa teria sido uma feliz, e romântica manhã depois do sexo. Não estaríamos nos
preparando para uma batalha e se preocupando com nossos seres queridos. Estariamos rindo
e nos provocando enquanto secretamente planejávamos nossa próxima escapada romântica.
Não vivíamos em um mundo normal, é claro, mas nesse beijo, era fácil imaginar que vivíamos.
Eu e ele relutantemente nos separamos e saímos da floresta, indo em direção ao prédio dos
guardiões. Tempos negros estavam na nossa frente, mas com o beijo dele queimando em
meus lábios, eu senti que eu podia fazer qualquer coisa.
Até mesmo enfrentar um bando de Strigoi.

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 25)


VINTE E CINCO
Não foi o suficiente que os Strigoi viessem e nos atacados, que eles tivessem matado tanto
Moroi e quanto Dhampirs. Eles também tinham que levar alguns. Era algo que o Strigoi eram
conhecidos por fazer. Mesmo eles tinham limites em quanto sangue eles podiam beber de
uma vez só. Então com freqüência eles levavam prisioneiros para servirem de lanchinho
depois. Ou as vezes um poderoso Strigoi que não queria fazer o trabalho sujo mandava seus
ou suas servas para trazer a presa. De vez em quando, eles levavam prisioneiros de propósito
para torná-los em Strigoi. Qualquer que fosse a razão, isso significava que alguns dos nossos
poderiam estar vivos.
Estudantes, Moroi e dhampirs, tinham sido retirados de um certo prédio que tinha sido
considerado livre de Strigoi. Moroi adultos estavam agrupados dentro conosco, enquanto
deixavam os guardiões avaliarem os danos. Eu queria desesperadamente estar com eles,
ajudar e fazer a minha parte, mas eles deixaram claro que minha parte tinha estava acabada.
Não havia nada que eu poderia fazer no momento exceto esperar e me preocupar com os
outrso. Isso ainda parecia irreal. Strigoi atacando nossa escola. Como isso pode acontecer? A
academia era segura. Nos sempre tínhamos sido ensinados isso. Tinha que ser seguro. Era o
porque dos nossos anos escolares serem tão longos e o porque das famílias Moroi suportarem
serem separadas por tantos anos. Valia a pena para que as crianças tivessem um lugar seguro
para ir.
Isso não era mais verdade.
Só levou algumas horas para eles conseguirem uma contagem das vitimas, mas esperar ate
esses relatórios saíssem pareciam levar dias. E os números ... os números eram severos.
Quinze Moroi tinham sido mortos. Vinte dhampirs tinham sido mortos. Um grupo de treze,
tanto Moroi e dhampirs, tinham sido levados. Os guardiões estimulavam que tinham sido
perto de cinqüenta Strigoi, o que era muito impressionante. Eles tinham encontrado vinte e
oito corpos de Strigoi. O resto parecia ter escapado, muitos levando vitimas com eles.
Pelo tamanho da comitiva Strigoi, nossos números de vitimas tinham sido mais baixos do que
poderia ser esperado. Algumas coisas tinham nos ajudado a nos salvar. Uma foi o aviso prévio.
Os Strigoi mal tinham entrado nos terrenos internos do colégio quando eu avisei Stan. A
escola tinham se trancado em proteções rapidamente, e o fato da maioria das pessoas já
estarem dentro dos dormitórios por causa do toque de recolher tinha ajudado. A maioria das
vitimas Moroi – mortos ou seqüestrados – eram aqueles que tinham estado do lado fora
quando os Strigoi vieram.
Os Strigoi nunca conseguiram entrar nos dormitórios elementares, o que Dimitri disse que foi
em grande parte graças a mim e Christian. Porem, eles tinham conseguido entrar em um dos
dormitórios Moroi, todavia – o em que Lissa vivia. Meu estomago tinha caído quando eu
escutei isso. E embora eu pudesse sentir que ela estava bem pela ligação, tudo o que eu podia
ver era o sorriso malicioso do Strigoi Loiro, me dizendo que ele estava indo acabar com os
Dragomirs. Eu não sabia o que tinha acontecido com ele; o grupo atacante de Strigoi não tinha
ido muito longe no dormitório dela, ainda bem, mas tinham havido vitimas.
Uma delas foi Eddie.
“O que?” eu exclamei quando Adrian me disse.
Nós estávamos comendo na cafeteria. Eu não sabia que refeição era essa já que o campus
tinha revertido o horário para o luz do dia o que confundiu o meu senso de tempo. A cafeteria
estava quase silenciosa, todas as conversas eram sussurros baixos. Refeições eram a única
razão pela qual os estudantes podiam sair dos dormitórios. Iria haver uma reunião de
guardiões mais tarde para a qual eu na verdade tinha sido convidada, mas por agora, eu estava
confinada com o resto dos meus amigos.
“Eles estava com vocês,”eu disse. Eu foquei em Lissa, quase acusatoriamente. “Eu o vi com
você. Pelos seus olhos.”
Ela levantou os olhas para mim da bandeja de comida que ela não tinha nenhum interesse em
comer, seu rosto pálido e cheio de aflição. “Quando os Strigoi chegaram no andar de baixo, ele
e alguns outros noviços desceram para ajudar.”
“Eles não acharam o corpo dele,” Adrian disse. Não havia nenhum sorriso irônico em seu rosto,
nem humor em lugar nenhum. “Ele foi um dos que foram levados.”
Christian suspirou e se reclinou na cadeira. “Então, ele esta como morto.”
A cafeteria desapareceu. Eu parei de ver qualquer um deles. Tudo o que eu podia ver naquele
momento era o quarto de Spokane de volta, aquele quarto em que nos tínhamos sido presos.
Eles tinham torturado Eddie e quase o matado. Essa experiência tinha mudado ele para
sempre, afetando o modo como ele agora se comportava como um guardião. Ele tinha ficado
extremamente dedicado como resultado, mas isso tinha costado a ele uma parte da brilho e
dos alegria que ele costumava ter.
E agora isso estava acontecendo de novo. Eddie capturado. Ele tinha trabalhado tão duro para
proteger Lissa e ou outros, arriscando sua própria vida no ataque. Eu não tinha estado em
perto do dormitório Moroi quando isso aconteceu, mas eu me sentia responsável – como se
eu devesse ter cuidado dele. Seguramente eu devia isso a Mason. Mason. Mason que tinha
morrido na minha frente e de quem o fantasma eu não via desde que ele tinha me alertado
mais cedo. Eu não tinha sido capaz de salva-lo, e agora eu tinha perdido o melhor amigo dele
também.
Eu pulei da minha cadeira e empurrei minha bandeja para longe. Aquela fúria negra com a qual
eu tinha estado lutando contra queimou dentro de mim. Se Strigoi tivessem por perto, eu
poderia tê-los queimado com isso, sem precisar da magia de Christian.
“Qual o problema?” perguntou Lissa.
Eu a encarei com descrença. “Qual o problema? Qual o problema? Você realmente tem que
perguntar isso?”No silencio da cafeteria, minha voz ecoou. Pessoas encararam.
“Rose, você sabe o que ela quis dizer,”disse Adrian, a voz extraordinariamente calma. “Nós
estamos todos chateados. Sente-se. Vai ficar tudo bem.”
Por um momento, eu quase o ouvi. Então, eu cai em mim. Ele estava tentando usar compulsão
em mim para me acalmar. Eu o encarei.
“Isso vão vai ficar bem – não ate nos fazermos alguma coisa sobre isso.”
“Não há nada a ser feito,” Disse Christian. Ao lado dele, Lissa estava calada, ainda machucada
por eu ter falado rudemente com ela.
“Nós veremos, ’eu disse.
“Rose, espera,”ela disse. Ela estava preocupada comigo – e assustada, também. Isso era baixo
e egoísta, mas ela não queria que eu a deixasse. Ela estava acostumada a me ter lá por ela. Eu
a fazia se sentir segura. Mas eu não podia ficar, não agora.
Eu sai enfurecida para o brilho da luz do lado de fora. A reunião dos guardiões ainda demoraria
algumas horas, mas eu não me importava. Eu precisava falar com alguém agora. Eu corri ate o
prédio dos guardiões. Alguém mais estava andando indo para lá como eu, e eu me esbarrei
nela na pressa.
“Rose?”
Minha fúria virou surpresa. “Mãe?”
Minha famosa mãe guardiã, Janine Hathaway, estava lá perto da porta. Ela parecia a mesma
desde de que eu a tinha visto no Ano novo, seu cabelo vermelho ondulado ainda curto e sue
rosto desgastado pelo sol. Seus olhos castanhos pareciam mais severos que a ultima vez,
porem, eles estavam dizendo alguma coisa.
“O que você esta fazendo aqui?” eu perguntei.
Como eu tinha dito a Deirdre, minha mãe e eu tínhamos tido um complicado relacionamento
por quase toda a vida, em grande parte por causa da distancia que inevitavelmente vinha
tendo um dos pais sendo guardião. Eu tinha ressentido ela por anos e nos ainda não éramos
muito intimas, mas ela tinha estada lá por mim depois da morte de Mason, e eu acho que nós
duas esperávamos que as coisas pudessem melhorar com o passar dos anos. Ela tinha partido
depois do Ano novo, e a ultima vez que eu tinha ouvido, eles tinha voltado a Europa com os
Szelsky que ela protegia.
Ela abriu a porta, e eu segui com ela. As maneiras dela eram bruscas e eficientes, com sempre.
“ Repondo os números. Eles chamaram outros para reforçar o campus.”
Repondo os números. Repondo os guardiões que tinham sido mortos. Todos os corpos tinham
sido levados – Strigoi, Moroi, e Dhampirs – mas o vazio deixado por aqueles que tinham era
aparente para todos. Eu ainda os podia ver quando eu fechava meus olhos. Mas com ela aqui,
eu percebi que tinham uma oportunidade. Eu agarrei o braço dela, o que a assustou.
“Nós temos que ir atrás deles,”eu disse. “Resgatar aqueles que foram levados.”
Ela me analisou cuidadosamente, um pequeno franzir de sobrancelhas era o único sinal de
seus sentimentos. “Nós não podemos fazer esse tipo de coisa. Você sabe disso. Nós temos que
proteger aqueles que estão aqui.”
“E aqueles treze? Não deveríamos protegê-los? E você foi em uma missão de resgate uma
vez.”
Ela negou com a cabeça. “Aquilo foi diferente. Nós tinhamos um rastro. Nós não saberíamos
onde encontrar esse grupo mesmo que nós quiséssemos.”
Eu sabia que ela estava certa. Os Strigoi não teriam deixado um rastro fácil para seguir. E aí ...
de repente, eu tive uma idéia.
“Eles colocaram as wards de volta, certo?” eu perguntei.
“Sim, logo depois. Nós ainda não sabemos como eles quebraram. Não havia nenhum estaca
usada para quebrá-las.”
Eu comecei a dizer minha teoria para ela sobre isso, mas ela não estava preparada para as
historias de fantasmas. “Você sabe onde Dimitri esta?”
Elas apontou em direção aos grupos de guardiões que corriam por todos os lados. “Eu tenho
certeza que ele esta ocupado aqui em algum lugar. Todos estão. E agora eu preciso ir pra me
apresentar. Eu sei que você foi convidada para a reunião, mas isso ainda vai demorar um
pouco – você deveria ficar fora do caminho.”
“Eu vou ... mas eu preciso ver Dimitri primeiro. É importante – pode ter uma função
importante no que vai acontecer na reunião.”
“O que é?” ela perguntou com suspeita.
“Eu ainda não posso explicar ... é complicado. Levaria muito tempo. Me ajude a encontrá-lo, e
nós conversamos depois.”
Minha mãe não parecia feliz com isso. Depois de tudo, Janine Hathaway não era alguém para
quem as pessoas costumavam dizer não. Mas no entanto ela me ajudou a encontrar Dimitri.
Depois dos eventos do inverno passado, eu acho que ela começou a me considerar mais do
que uma adolescente infeliz. Nós encontramos Dimitri com alguns outros guardiões,
estudando um mapa do campus e planejando como distribuir os recém chegados guardiões .
Haviam tantas pessoas juntas ao redor do mapa que ele conseguiu escapulir.
“O que foi?” ele perguntou quando ele e eu fomos para um lado da sala. Mesmo no meio da
crise, em meio a tanta preocupação sobre os outros, eu podia dizer que havia uma parte dele
que se preocupava só comigo. “Você esta bem?”
“Eu acho que nos deveríamos mandar uma missão de resgate,” eu disse.
“Você sabe que nós –“
“ – não costumamos fazer isso. Yeah, Yeah. E eu sei que nós não sabemos onde eles estão ...
exceto, que poderia.”
Ele franziu as sobrancelhas. “Como?”
Eu contei a ele como tinha sido Mason que tinha nos alertado na noite passada. Dimitri e eu
não tínhamos tido tempo de conversar sozinhos desde de então, assim nos nunca
conversamos realmente sobre os eventos do ataque. Nós também não tínhamos tido a chance
de falar sobre o que tinha acontecido na cabana. Isso me fazia sentir estranha porque
realmente, era sobre tudo isso que eu queria falar, mas eu não podia. Não com tudo isso
acontecendo. Então eu continuei tentando empurrar aquelas memórias de sexo para longe,
apenas para ter-las voltando a aparecer e confundir ainda mais as minha emoções .
Esperando que eu parecesse calma e competente, eu continuei explicando minhas idéias. “
Mason não pode aparecer agora porque as wards estavam de volta, mas de alguma maneira ...
eu acho que ele sabe onde os Strigoi estão. Eu acho que ele poderia nos mostrar onde eles
estão..” O rosto de Dimitri me dizia que ele tinha duvidas sobre isso. “Vamos! Você tem que
acreditar em mim depois do que aconteceu.”
‘Eu ainda tenho problemas com isso,”ele admitiu. “Mas ok. Supondo que isso é verdade. Você
acha que ele pode nós guiar? Você pode perguntá-lo e ele fazer isso?”
“Yeah,”eu disse. “Eu acho que posso. Eu tenho estado lutando contra ele todo esse tempo,
mas eu acho que se realmente tentar interagir com ele, ele ira nos ajudar. Eu acho que foi isso
que ele sempre quis. Ele sabia que as wards estavam fracas e que os Strigoi estavam apenas
esperando. Os Strigoi não podem estar muito longe de nós ... ele tem que ter parado por causa
da luz do dia e se escondido em algum lugar. Nos podemos pega-los antes dos prisioneiros
serem mortos. E quando nos chegarmos perto o suficiente eu posso na verdade acha-los.” Eu
então expliquei as sensações de náusea que eu tinha tido quando os Strigoi estavam por
perto. Dimitri não questionou isso. Eu acho que muitas coisas estranhas estavam acontecendo
com ele para ele questionar.
“Mas Mason não esta aqui. Você disse que ele não pode se aproximar com as Wards. Como
nos vamos conseguir a Judá dele?” ele perguntou.
Eu tinha estado pensando sobre isso. “Me leve para os portões da frente.”
Depois de uma rápida palavrinha com Alberta sobre “ uma investigação”, Dimitri me levou
para fora, e nos andamos o longo caminho para a entrada da escola. Nenhum dos dois disse
qualquer coisa enquanto andávamos. Mesmo no meio disto tudo, eu continuava pensando na
cabana, em estar em seus braços. De algum modo, isso era parte do que me ajudava a
agüentar todo o resto desse horror. Eu sentia que isso também estava passando pela mente
dele.
A entrada da escola consistia em uma longa cerca de ferro que ficava bem em cima das wards.
Uma estrada que vinha da rodovia principal vinte milhas distante daqui chegava ate o portão,
que era quase sempre mantido fechado. Guardiões tinham uma pequena barraca ali,e a área
era monitora o dia todo.
Eles ficaram surpresos com o nosso pedido, mas Dimitri insistiu que so seria por poucos
momentos. Eles abriram o pesado portão, revelando um espaço apenas suficiente para uma
pessoa passar de cada vez. Dimitri e eu saímos. Uma dor de cabeça quase imediatamente
explodiu por trás dos meus olhos, e eu comecei a ver rostos e formas. Foi como no aeroporto.
Quando eu estava fora da proteção das wards, eu podia ver todo o tipo de espíritos. Mas eu
entendia isso agora e não mais temia. Eu precisava controlar isso.
“Vao embora,”eu disse para as cinzas formas aparecendo os meu redor.
“Eu não tenho tempo para vocês. Vão.” Eu coloquei tanta força quanto eu pode na minha
força de vontade e na minha voz, e para a minha surpresa, os fantasmas desvaneceram. Um
leve zumbido continuou comigo, me lembrando que eles ainda estavam ali, e eu sabia que se
eu abaixasse minha guarda mesmo que so um momento, tudo isso ia voltar. Dimitri estava me
olhando com preocupação.
“Você esta bem?”
Eu confirmei e olhei ao redor. Havia um fantasma que eu queria ver.
“Mason,”eu disse. “Eu preciso de você.” Nada. Eu assumi o comando que eu tinha usado como
os outros fantasmas um momento antes. “MASON. Por favor. Venha aqui.”
Eu não vi nada alem da estrada na nossa frente se curvando nas colinas mortas pelo inverno.
Dimitri estava me dando um olhar da noite passada. O aviso da noite passada tinha sido a
prova final para mim que Mason era real. Mas agora ...
Um minuto depois, a forma dele se materializou ante mim, parecendo um pouco mais pálida
que antes. Pela primeira vez desde que tido isso tinha começado, eu estava feliz em vê-lo. Ele,
claro, parecia triste. O mesmo de sempre.
“Finalmente. Você esta me fazendo parecer idiota.” Ele simplesmente encarou, e eu
imediatamente me senti mal pela brincadeira. “Me desculpe. Eu preciso de sua ajuda de novo.
Nós temos que encontrá-lo. Nos temos que salvar o Eddie.”
Ele confirmou.
“você pode me mostrar onde ele estão?”
Ele confirmou de novo e se virou, apontando em uma direção que era quase diretamente atrás
de mim.
“ele vieram da parte de trás do campus?”
Ele confirmou de novo, e assim, eu sabia o que tinha acontecido. Eu sabia como os Strigoi
tinham entrado, mas não havia tempo para pensar nisso agora. Eu me virei para Dimitri. “Nós
precisamos de um mapa,”eu disse.
Ele voltou pelo portão e falou algumas palavras com um dos guardiões em serviço. Um
momento depois, ele retornou com um mapa e o desdobrou. Ele mostrava o layout do
campus, assim como as redondezas. Eu peguei isso dele e o segurei para Mason, tentando
manter isso plano no vento que chicoteava.
A única estrada de verdade que passava pela escola estava bem em frente a nós. O resto do
campus era rodeado de floresta e precipícios ingrimes. Eu apontei para um lugar na parte de
trás dos terrenos do colégio. “Foi por aqui que eles vieram, não foi? Onde as wards quebraram
primeiro?”
Mason confirmou. Ele apontou seu dedo sem tocar no mapa, traçando uma rota pelos bosques
que flanqueavam a extremidade de uma pequena montanha. Seguindo isso por uma longa
distancia eventualmente conduzia para uma pequena estrada de terra que se unia a
interestadual muitas milhas depois. Eu segui por onde ele apontava e de repente tive duvidas
sobre usar-lo como guia.
“Não, isto não esta certo,” eu disse. “Não pode ser. Esse trecho do bosque seguindo a
montanha não tem estradas. Eles teriam de ir a pé, e isso é muito longe para andar do colégio
ate essa outra estrada. Eles não teriam tempo suficiente. Eles seriam pegos pela luz do dia.”
Mason negou com a cabeça – para discordar de mim, aparentemente – e de novo traçou a rota
de um lado ao outro. Em particular, ele continuou a apontar para um lugar não muito longe
dos terrenos da academia. Pelo menos, isso não era muito longe no mapa. O mapa não era
particularmente detalhado, e eu acho que o lugar era provavelmente a algumas poucas milhas
de distancia. Ele segurou seu dedo lá, olhando para mim, e então de volta para o mapa.
“Eles não podem estar lá agora,”eu argumentei. ‘Isso é ao ar livre. Eles poderiam ter entrado
pela parte de trás, mas eles tinham que ter saído pela parte da frente – entrado em algum tipo
de veiculo e ido.”
Mason negou com a cabeça.
Eu olhei para Dimitri, frustrada. Eu senti como se o relógio estivesse correndo para nós, e a
afirmação estranha de Mason que os Strigoi estavam a poucas milhas daqui, na luz do dia,
estava incitando minha natureza irritadiça. Eu sinceramente duvidava que eles conseguido
barracas e estivessem acampados.
“Existe algum prédio ou alguma coisa aqui?”eu exigi, apontando para o lugar que Mason tinha
indicado. “Ele diz que eles seguiram pela estrada. Mas eles não podem ter chegado lá antes do
sol sair, e ele diz que eles estão lá.”
Os olhos de Dimitri se estreitaram pensativamente. “Não que eu saiba.”ele pegou o mapa de
mim e o levou para os outros guardiões para verificar com eles. Enquanto eles falavam, eu
olhei de volta para Mason.
“É melhor você estar certo sobre isso,”eu o alertei.
Ele confirmou.
“Você os ... você os viu? Os Strigoi e os seus prisioneiros?”
Ele confirmou.
“Eddie ainda estava vivo?”
Ele confirmou, e Dimitri voltou.
“Rose ...” Havia um som estranho na voz de Dimitri enquanto ele trazia o mapa de volta, como
se ele não acreditasse inteiramente no que ele estava dizendo. “Stephen disse que há cavernas
exatamente na base desta montanha.”
Eu encontrei os olhos de Dimitri, sem duvida parecendo tão surpresa quanto ele. “Elas são
grandes o suficiente –“
“Grandes o suficiente para os Strigoi se esconderem ate a noite?”
Dimitri confirmou. “Elas são. E estão há apenas cinco milhas daqui.”

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 24)


VINTE E QUATRO
O mundo todo congelou. A essa hora da noite, não tinha pássaros nem nada, mas tudo parecia
mais silencioso que o normal. Até o vento ficou silencioso. Mason olhou para mim implorando.
A náusea e o pinicamento aumentaram.
Então, eu soube.
“Dimitri,” eu disse urgentemente,” tem Strig-“
Muito tarde. Dimitri e eu o vimos ao mesmo tempo, mas Dimitri estava mais perto. Rosto
pálido. Olhos vermelhos. O Strigoi veio em nossa direção, e eu quase podia imaginar que ele
estava voando, como as lendas dos vampiros costumam dizer. Mas Dimitri foi tão rápido e
quase tão forte quanto. Ele segurou sua estaca – uma de verdade, não uma de pratica – em
sua mão e encontrou o Strigoi. Eu acho que o Strigoi estava esperando ter o elemento de
surpresa. Eles lutaram, e por um segundo eles pareciam suspensos no tempo, nenhum deles
ganhando terreno por cima do outro. Então Dimitri tirou a estaca, enfiando ela no coração do
Strigoi. Os olhos vermelhos aumentaram em surpresa, e o corpo do Strigoi caiu no chão.
Dimitri virou para mim para se certificar que eu estava bem, milhares de mensagens
silenciosas passaram entre nós. Ele se virou e observou as arvores, observando a escuridão.
Minha náusea aumentou. Eu não entendi porque, mas de algum jeito eu podia sentir os Strigoi
ao nosso redor. Era isso que estava me deixando doente.Dimitri virou para mim, e tinha um
olhar que eu nunca vi em seus olhos.
“Rose. Me escute. Corra. Corra o mais rápido que puder e volte para o dormitório. Conte aos
guardiões.”
Eu acenei. Não tinha questionamento aqui.
Me alcançando, ele pegou meu braço, os olhos fitando os meus para se certificar que eu
entendesse suas próximas palavras. “Não pare,” ele disse. “Não importa o que você ouvir, não
importa o que você vir, não pare. Não até avisar aos outros. Não pare a não ser que haja um
confronto direto. Você entendeu?”
Eu acenei de novo. Ele me soltou.
“Diga a eles buria.”
Eu acenei de novo.
“Corra.”
Eu corri. Eu não olhei para trás. Eu não perguntei para onde ele iria porque eu já sabia. Ele iria
parar o máximo de Strigoi que ele conseguisse para eu poder chamar ajuda. E um segundo
depois, eu ouvi gritos e socos que me disseram que ele encontrou outro. Por um segundo, eu
me permiti ficar preocupada com ele. Se ele morresse, eu tinha certeza que eu também
morreria. Mas então eu deixei isso para lá. Eu não podia pensar em apenas uma pessoa, não
quando a vida de centenas estavam dependendo de mim. Tinha Strigoi na escola. Era
impossível. Não podia estar acontecendo.
Meus pés atingiam o chão com força, passando pela e a sujeira. Ao meu redor, eu pensei que
eu conseguia ouvir vozes e formas – não dos fantasmas no aeroporto, mas dos monstros que
eu temia a tanto tempo. Mas nada me impediu. Quando Dimitri e eu começamos a treinar
juntos, ele tinha me feito correr voltas todo dia. Eu reclamei, mas ele disse de novo e de novo
que era essencial. Iria me fazer ficar mais forte,ele tinha dito. E, ele acrescentou, um dia
poderia chegar onde eu não pudesse lutar e tivesse que correr. Essa era a hora.
O dormitório dos dhampirs apareceu antes de mim, metade das janelas estavam abertas.
Estava perto do toque de recolher; as pessoas estavam indo dormir.Eu entrei correndo,
sentindo que meu coração ia explodir por causa do exercício. A primeira pessoa que eu vi foi
Stan, e eu quase o derrubei. Ele pegou meu pulso para me segurar.
“Rose, o que –“
“Strigoi,” eu falei. “Tem Strigoi no campus.”
Ele me encarou, e pela primeira vez que eu já tenha visto, a boca dele abriu. Então, ele se
recuperou, e eu imediatamente pude ver o que ele estava pensando. Mais histórias de
fantasmas. “Rose, eu não acho que você-“
“Eu não estou louca!” eu gritei. Todos no lobby do dormitório nos encararam. “Eles estão
lá!Eles estão lá, e Dimitri está lutando sozinho. Você tem que ajudar ele.” O que Dimitri tinha
me dito? Qual era aquela palavra?”Buria. Ele me disse para falar para você Buria.”
E bem assim, Stan sumiu.
Eu nunca vi treinamentos para o caso de ataque de Strigoi, ainda sim os guardiões devem ter
praticado um. As coisas se moviam rápido demais para eles não terem treinado.Todo guardião
no dormitório, estivesse acordado ou não, estava no lobby em questão de minutos. Ligações
foram feitas. Eu fiquei em um semi-circulo com os novatos, que assistiam nossos instrutores se
organizarem com uma eficiência incrível. Olhando ao redor, eu percebi algo. Não havia outro
veterano comigo. Já que era noite de domingo, todos tinham voltado para sua experiência de
campo para proteger seus Moroi. Era um alivio estranho. O dormitório dos Moroi tinha uma
linha extra de defesa.
Pelo menos, os Moroi adolescentes tinham. O campus do ensino fundamental não tinha. Tinha
a proteção normal dos guardiões, assim como muitas das mesmas defesas que nosso
dormitório, como grades em todas as janelas do primeiro andar. Coisas assim não podiam
manter os Strigoi fora, mas iriam atrapalhar eles. Ninguém nunca tinha ido muito além disso.
Não tinha necessidade, não com as wards.
Alberta tinha se juntado ao grupo e estava mandando bandos no campus. Uns eram mandados
para fazer a segurança de prédios. Alguns eram mandados para caçar, especialmente
procurando os Strigoi e tentando descobrir quantos deles haviam. Enquanto os guardiões
saiam, eu dei um passo a frente.
“O que devemos fazer?” eu perguntei.
Alberta virou para mim. Os olhos dela varreram eu e os que estavam atrás de mim, com idades
desde os 14 até um pouco mais novos que eu. Algo passou pelo rosto dela. Tristeza, eu pensei.
“Você fica aqui no dormitório,” ela disse. “Ninguém pode sair – o campus inteiro está
trancado. Vá para o andar onde você vive.Tem guardiões lá que vão os organizar em grupos.
Os Strigoi tem menos chances de chegar até lá pelo lado de fora. Se eles entrarem nesse
andar...”Ela olhou ao nosso redor, para as portas e janelas sendo monitoradas. Ela balançou a
cabeça. “Bem, vamos lidar com isso.”
“Eu posso ajudar,” eu disse a ela.”Você sabe que eu posso.”
Eu pude ver que ela estava prestes a discordar, mas ela mudou de idéia.Para minha surpresa,
ela acenou. “Leve eles lá para cima. Cuide deles.”
Eu comecei a protestar em ser uma babá, mas então ela fez algo surpreendente. Ela pegou de
dentro do seu casaco uma estaca de prata. Uma de verdade.
“Vá,” ela disse. “Precisamos que eles fiquem fora do caminho aqui.”
Eu comecei a me virar mas então parei. “O que buria significa?”
“Tempestade,” ela disse suavemente. “É russo para tempestade.”
Eu levei os novatos lá para cima, os direcionado para seus andares. A maioria estava
apavorada, o que era perfeitamente compreensível.
Alguns deles – os mais velhos principalmente – pareciam da maneira que eu me sentia. Eles
queriam fazer algo, qualquer coisa para ajudar. E eu sabia que embora eles ainda tivessem
alguns anos antes de se formar, eles ainda eram mortais a sua maneira. Eu coloquei alguns
deles de lado.
“Os impeçam de entrar em pânico,” eu disse com a voz baixa. “E fiquem alertas. Se algo
acontecer com os guardiões mais velhos, vai depender de vocês.”
O rosto deles se conteve, e eles acenaram para as minhas direções.Eles entenderam
perfeitamente.Haviam alguns novatos, como Dean, que nem sempre entendiam a seriedade
das situações. Mas a maioria deles entendeu. Nós crescíamos rápido.
Eu fui para o segundo andar porque eu imaginei que era ali que eu poderia ser mais útil. Se
algum Strigoi passasse pelo primeiro andar, esse era o próximo lógico alvo. Eu mostrei minha
estaca aos guardiões em serviço e disse a eles o que Alberta havia me dito. Eles respeitaram a
vontade dela, mas eu percebi que eles não queriam que eu me envolvesse. Eles me mandaram
para uma ala com uma pequena janela. Só alguém do meu tamanho, ou menor provavelmente
poderia passar por ela, e eu sabia que aquela sessão em particular do prédio era quase
impossível de subir, devido a forma do lado de fora.
Mas eu a patrulhei da mesma forma, desesperada pra saber o que estava acontecendo.
Quantos Strigoi haviam? Onde eles estavam? Então eu percebi que eu tinha um bom jeito para
descobrir. Ainda mantendo um olho na minha janela da melhor forma que eu pude, eu clareei
a mente e deslizei na cabeça de Lissa.
Lissa estava com um grupo de Moroi na parte superior do seu dormitório. Os procedimentos
para trancar o campus sem duvida eram os mesmo. Tinha um pouco mais de tensão nesse
grupo do que no meu, provavelmente por devido ao fato de que mesmo inexperientes os
novatos comigo tinham alguma idéia de como lutar com os Strigoi. Os Moroi não tinham
nenhuma, apesar daqueles grupos políticos de Moroi que queriam participar de algumas
sessões de treinamento. A logística disso ainda estava sendo trabalhada.
Eddie estava perto de Lissa. Ele parecia tão selvagem e forte – como se ele sozinho pudesse
derrubar cada Strigoi que estivesse no campus. Eu estava tão feliz que ele entre todos os
nossos colegas tivesse sido designado para ela.
Já que eu estava completamente dentro da mente dela agora, eu senti a força total dos
sentimentos dela. A sessão de tortura de Jesse parecia insignificante comparada ao ataque dos
Strigoi. Inevitavelmente, ela estava apavorada.Mas a maior parte do medo dela não era por si.
Era por mim e Christian.
“Rose está bem,” disse uma voz perto dela. Lissa olhou para Adrian. Ele aparentemente estava
no dormitório ao invés da casa de hospedes. Ele tinha sua cara preguiçosa usual, mas eu podia
ver o medo mascarado atrás daqueles olhos verdes. “Ela pode derrubar qualquer Stigoi. Além
do mais, Christian disse a você que ela estava com Belikov. Ela provavelmente está mais segura
que nós.”
Lissa acenou, querendo desesperadamente acreditar nisso. “Mas Christian...”
Adrian, com toda sua bravata, de repente olhou para o outro lado. Ele não encarou os olhos
dela ou ofereceu a ela palavras de consolo. Eu não precisei ouvir a explicação porque eu a ouvi
na mente de Lissa. Ela e Christian queria se encontrar sozinhos e falar sobre o que tinha
acontecido com ela na floresta. Eles deveriam escapar e se encontrar na sua “toca” no sótão
da capela. Ela não tinha sido rápida o bastante e tinha sido pega pela toque de recolher logo
antes do ataque, significa que ela continuou no dormitório enquanto Christian ainda estava lá
fora.
Foi Eddie quem ofereceu as palavras de consolo. “Se ele está na capela, ele está bem. Ele está
mais seguro que todos nós.” Strigoi não podiam entrar em solo sagrado.
“A não ser que eles coloquem fogo,” disse Lissa. “Eles costumavam fazer isso.”
“400 anos atrás,” disse Adrian. “Acho que vai ser mais fácil eles virem pra cá do que agirem de
forma medieval.”
Lissa se encolheu com as palavras “mais fácil.”Ela sabia que Eddie estava certo sobre a capela,
mas ela não conseguia tirar da cabeça que Christian pudesse estar voltando para o dormitório
e ter sido pego no meio. A preocupação estava corroendo ela, e ela se sentia inútil sem poder
fazer nada ou descobrir algo.
Eu voltei para meu corpo, parada no corredor do segundo andar. Finalmente, eu realmente
entendia o que Dimitri tinha dito sobre a importância de guardar alguém que não tinha um link
psíquico comigo. Não entenda errado; eu ainda estava preocupada com Lissa. Eu me
preocupava mais com ela do que com qualquer outro Moroi no campus. O único jeito deu não
ficar preocupada era se ela estivesse a quilômetros de distancia, protegida por wards e
guardiões. Mas pelo menos eu sabia que ela estava tão segura quanto poderia estar no
momento. Isso já era alguma coisa.
Mas Christian... eu não fazia idéia. Eu não tinha ligação com ele para me dizer onde ele estava
ou para me informar se ele estava vivo. Era isso que Dimitri queria dizer. Era um jogo
completamente diferente quando você não tinha uma ligação – e era assustador.
Eu encarei a janela sem ver nada. Christian estava lá. Ele era meu protegido. E mesmo que a
experiência de campo fosse hipotética... bem, isso não mudava as coisas. Ele era um Moroi. Ele
podia estar em perigo. Era eu que supostamente deveria estar guardando ele. Eles vem
primeiro.
Eu suspirei fundo e lutei com a decisão na minha frente. Eu tinha recebido ordens, e guardiões
seguem ordens. Com o perigo ao nosso redor, seguir ordens era o que nos mantinha
organizados e eficientes. Bancar a rebelde podia acabar matando alguém. Mason tinha
provado isso indo atrás dos Strigoi em Spokane.
Mas não era como se eu fosse a única a encarar o perigo aqui. Todos estavam correndo risco.
Não tinha segurança, não até que todos os Strigoi estivesse fora do campus, e eu não fazia
idéia de quantos deles haviam. Guardar essa janela era um trabalho ocupado, com i intuito de
me manter longe. Verdade, alguém podia invadir o segundo andar, e eu séria útil a eles. E
verdade, um Strigoi poderia tentar passar por essa janela, mas isso era improvável.Era muito
difícil, e, como Adrian tinha dito, eles tinham jeitos mais fácil de entrar.
Mas eu podia ir pela janela.
Eu sabia que era errado, mesmo enquanto eu abria a janela. Eu estava me expondo ali, mas eu
tinha instintos conflituosos. Obedecer ordens. Proteger os Moroi.
Eu tinha que me certificar de que Christian estava bem.
O ar frio da noite soprou em mim. Nenhum som revelou o que estava acontecendo. Eu subi
para fora da janela do meu quarto várias vezes e tinha certa experiência nisso. O problema
aqui era que a pedra abaixo da janela era completamente liso. Não tinha um apoio. Tinha uma
pequena beirada no primeiro andar, mas a distancia até ali era mais alta que a minha altura,
então eu não podia simplesmente deslizar. Se eu pudesse alcançar uma maior, no entanto, eu
podia andar até o canto do prédio onde uma beirada que dava para escalar me permitiria
descer facilmente.
Eu olhei para beirada abaixo. Eu teria que me jogar. Se eu caísse, eu provavelmente quebraria
o pescoço. Entradas fáceis para os Strigoi, como tinha dito Adrian. Com uma rápida reza para
quem quer que estivesse ouvindo, eu desci pela janela, me segurando com as duas mãos e
deixando meu corpo ficar o mais perto possível da beirada. Ainda tinha mais um metro entre a
beirada e eu. Eu contei até três e me soltei, arrastando minhas mãos pela parede enquanto eu
caia. Meus pés bateram na beirada e eu comecei a perder o equilíbrio, mas os reflexos
dhampir apareceram. Eu recobrei o equilíbrio e fiquei parada ali, me segundo na parede. Eu
consegui. Nesse ponto, era um movimento fácil até um canto para poder descer.
Eu bati no chão, mal notando minhas mãos arranhadas. A quadra ao meu redor estava
silenciosa, embora eu ouvisse alguns gritos a distancia. Se eu fosse uma Strigoi, eu não ia
mexer com o esse dormitório. Eles iam ter uma luta aqui, e embora a maioria dos Strigoi
pudesse provavelmente matar um grupo de novatos de uma vez, tinha formas mais fáceis.
Moroi eram menos prováveis de lutar, e de qualquer jeito, Strigoi preferiam o sangue deles ao
nosso.
Ainda sim, eu me movimentei com cuidado enquanto eu me dirigia para a capela. Eu tinha que
passar pela escuridão, mas os Strigoi podiam ver muito melhor do que eu. Eu usei as arvores
como disfarces, olhando para todo lado que eu pude, desejando ter olhos atrás da cabeça.
Nada, fora mais gritos a distancia. Eu percebi, então, que eu não tinha o sentimento de náusea
que eu senti antes. De alguma forma, aquele sentimento era um indicador de que um Strigoi
estava por perto. Eu não confiava nele inteiramente para andar cega, mas era melhor saber
que eu tinha algum sistema de alarme estranho em mim.
Na metade do caminho até a capela, eu vi algo se mover atrás das arvores. Eu dei um giro, a
estaca em uma mão, e quase atingi Christian no coração.
“Deus, o que você está fazendo?” ele sussurrou.
“Tentando te levar de volta para o dormitório,” ele disse. “O que está acontecendo? Eu ouvi
um grito.”
“Tem Strigoi no campus,’ eu disse.
“O que? Como?”
“Eu não sei. Você tem que voltar para a capela. É seguro lá.” Eu podia ver; ele não iria voltar
facilmente.
Christian era descuidado em algumas coisas, e eu quase esperei uma briga. Ela não me deu
uma. “Ok. Você vai comigo?”
Eu comecei a dizer que eu não iria, quando eu senti aquela náusea se apoderar de mim. “Se
abaixe!” eu gritei. Ele se atirou no chão em um segundo.
Dois Strigoi estavam vindo para nós. Os dois se moveram na minha direção, sabendo que eu
seria o alvo mais fácil para a combinação de força deles, e então eles podiam ir atrás de
Christian. Um deles me jogou contra uma arvore. Minha visão ficou borrada por meio segundo,
mas eu logo me recuperei. Eu empurrei de volta e tive a satisfação de ver ela perder um pouco
o equilíbrio. O outro – um homem – me alcançou, e eu desviei dele, saindo do alcance dele.
O par me lembrou Isaiah e Elena de Spokane, mas eu me recusei a ficar presa nessas
memórias. Os dois eram mais altos que eu, mas a mulher tinha mais ou menos meu peso. Eu
fiz uma finta em direção a ele, e então corri o mais rápido que pude em direção a ela. Minha
estaca atingiu o coração dela. Surpreendeu nós duas. Minha primeira empalação de Strigoi.
Eu mal tirei a estaca quando o outro Strigoi me atingiu, resmungando. Eu tropecei mas
mantive o equilíbrio enquanto o avaliava. Alto. Forte. Assim como quando eu lutei com Dimitri.
Provavelmente rápido também. Nós circulamos então dei um pulo para frente e o chutei. Ele
mal sentiu. Ele me alcançou, e de novo eu consegui desviar enquanto procurava por uma
abertura para empalar ele. Meu desvio não o atrasou, no entanto, e ele imediatamente atacou
de novo. Ele me derrubou no chão, prendendo meus braços. Eu tentei empurrar ele, mas ele
não se mexeu. Saliva caiu das presas dele enquanto ele inclinava seu rosto em minha direção.
Esse Strigoi não era como Isaiah, perdendo tempo com estúpidos discursos. Esse ia para matar,
drenando meu sangue e depois o de Christian. Eu senti as presas contra o meu pescoço e
soube que eu ia morrer. Foi horrível, eu queria tanto, tanto viver... mas era assim que ia
terminar. Com meus últimos segundos, eu comecei a gritar para Christian fugir, mas então o
Strigoi em cima de mim acendeu em uma tocha. Ele se afastou, e eu sai debaixo dele.
Chamas grossas cobriram seu corpo, complemente obscurecendo qualquer feição. Ele era só
um homem em formato de fogueira. Eu ouvi alguns gritos estrangulados antes dele ficar em
silencio. Ele caiu no chão, se contorcendo e rolando antes de finalmente ficar parado. Vapor
saiu de onde o fogo tinha atingido a neve, e as chamas logo se apagaram, revelando nada a
não ser cinzas por baixo.
Eu encarei os restos. Apenas segundos atrás, eu esperei morrer. Agora meu agressor estava
morto. Eu quase cambaleei por tão perto que eu estive de morrer. Vida e morte eram tão
imprevisíveis. Tão próximas umas as outras. Nós existíamos no momento, nunca sabendo
quem seria o próximo a deixar esse mundo. Eu ainda estava nele, por pouco, e eu olhei pra
cima, e tudo ao meu redor parecia tão doce e lindo. As arvores. As estrelas. A lua. Eu estava
viva – e eu estava feliz por estar viva.
Eu me virei para Christian, que tinha se ajoelhado no chão.
“Wow,” eu disse, ajudando ele a se levantar. Obviamente, foi ele quem me salvou.
‘Não brinca,’ ele disse. “Não sabia que tinha tanto poder.” Ele olhou ao redor, corpo rígido e
tenso. “Tem mais?”
“Não,” eu disse.
“Você parece ter certeza.”
“Bem... isso vai soar estranho, mas eu consigo sentir eles. Não pergunte como,’ eu disse,
vendo a boca dele aberta. “Só confie em mim. Eu acho que é como o negocio dos fantasmas,
um efeito colateral de ser uma shadow-kissed. Tanto faz. Vamos voltar para capela.”
Ele não se mexeu. Um estranho e especulativo olhar estava em seus rosto. “Rose... você
realmente quer ficar na capela?”
“O que você quer dizer?”
“Nós acabamos de matar dois Strigoi,” ele disse, apontado para os corpos mortos.
Eu encontrei os olhos dele, o impacto total do que ele estava dizendo me atingiu. Eu podia
sentir os Strigoi. Ele podia usar fogo contra eles. Eu podia empalar eles. Contanto que não
atingíssemos um grupo de dez ou algo assim, podíamos fazer um sério dano. A realidade me
atingiu.
“Eu não posso,” eu disse a ele devagar. “Eu não posso arriscar sua vida...”
“Rose. Você sabe o que poderíamos fazer. Eu posso ver no seu rosto. Vale a pena arriscar a
vida de um Moroi – e, bem, a sua – para acabar com um bando de Strigoi.”
Colocar um Moroi em perigo. O levar para lutar com os Strigoi. Eu tinha certeza que era contra
tudo que fomos ensinados. De repente, eu lembrei de um momento de claridade que eu tinha
tido, a alegria de estar viva. Eu podia salvar tantos outros. Eu precisava salvar eles. Eu iria lutar
o máximo que eu pudesse.
“Não use todo o seu poder neles,” eu finalmente disse. “Você não precisa incinerar eles em 10
segundos desse jeito. Só os distraia o suficiente, e então eu termino com eles. Você pode
economizar poder.”
Um sorriso apareceu no rosto dele. “Vamos caçar?”
Oh cara. Eu teria tantos problemas. Mas a idéia era muito atraente, muito excitante. Eu queria
lutar. Eu queria proteger as pessoas que eu amava. O que eu realmente queria era ir até o
dormitório de Lissa e proteger ela. Essa não era a idéia mais eficiente no entanto. Lissa disse
colegas de classe por outro lado. Outros não tinham tanto sorte. Eu pensei nesses estudantes,
estudantes como Jill.
“Vamos para o campus fundamental,’ eu disse.
Nós saímos numa pequena corrida, pegando uma rota que esperávamos que nos mantesse
longe dos outros Strigoi. Eu ainda não tinha idéia de quantos estávamos lidando, e isso estava
me deixando louca. Quando estávamos quase no outro campus, eu senti a estranha náusea me
atingir. Eu dei um aviso a Christian, bem quando um Strigoi o agarrou. Mas Christian era
rápido. Chamas atingiram a cabeça do Strigoi. Ele gritou e soltou Christian, tentando
freneticamente apagar o fogo. O Strigoi nunca me viu chegando com a estaca. A coisa toda
levou menos de um minuto. Christian e eu trocamos olhares.
É. Nós éramos fodas.
O campus fundamental provou ser o centro da atividade. Strigoi e guardiões estavam lutando
perto das entradas do dormitório. Por um momento, eu congelei. Tinha quase 20 Strigoi e
apenas a metade de Guardiões. Tantos Strigoi juntos... até recentemente, nunca ouvimos falar
de um bando ficar junto em tantos números. Pensamos ter desmembrado um grupo grande
quando matei Isaiah, mas aparentemente isso não era verdade. Eu me permiti um momento
de choque, e então fomos a luta.
Emil estava perto da entrada, lutando com 3 Strigoi. Ele estava machucado, e o corpo de um
quarto Strigoi estava no pé dele. Eu me lancei contra um dos três. Ela não me viu chegar, e eu
consegui empalar ela com quase nenhuma resistência. Eu tive sorte. Enquanto isso Christian
colocava em chamas os outros. O rosto de Emil ficou surpresa, mas isso não o impediu de
empalar o outro Strigoi. Eu peguei o ultimo.
“Você não deveria ter trazido ele aqui,” Emil disse enquanto se movia para ajudar outro
guardião. “Moroi não podem se envolver nisso.”
“Moroi deveriam ter se envolvido nisso muito tempo atrás,” disse Christian através dos dentes
cerrados.
Falamos pouco depois disso. O resto foi um borrão. Christian e eu nós movemos de luta a luta,
combinando mágica com a minha estaca. Nem todas as nossas mortes foram tão rápidas e
fáceis quanto a primeira tinha sido. Algumas lutas eram mais demoradas e se arrastavam. Emil
ficou conosco, e honestamente eu perdi a conta de quantos Strigoi nós derrubamos.
“Eu conheço você.”
As palavras me assustaram. Em todo esse derramamento de sangue, nenhum de nós, amigo
ou inimigo, conversou muito. Quem falou foi um Strigoi que parecia ter minha idade mas que
provavelmente era pelo menos 10 vezes mais velha. Ele tinha cabelos loiros da altura do
ombro e os olhos de uma cor que eu não consegui identificar. Eles eram vermelho vivo, que
era tudo o que importava.
Minha única resposta foi balançar minha estaca, mas ele se esquivou. Christian estava
colocando em chamas dois outros Strigoi, então eu estava lidando com essa sozinha.
“Tem algo estranho com você agora, mas eu ainda lembro. Eu vi você alguns anos atrás, antes
deu acordar.” Ok, não 10 vezes a minha idade, não se ela tinha me visto quando era uma
Moroi. Eu esperei que essa conversa o distraísse. Ele era na verdade bem rápido para um
Strigoi jovem. “Você sempre estava com aquela garota Dragomir, a loira.” Meu pé o atingiu e
eu tirei meu pé antes que ele pudesse o agarrar. Ele mal se mexeu. “Os pais dela queriam que
você fosse a guardiã dela, certo? Antes deles serem mortos?”
“Eu sou a guardiã dela,” eu respondi. Minha estaca passou perigosamente perto dele.
“Ela ainda está viva, então... Tinham rumores de que ela havia morrido ano passado...” Tinha
um senso de maravilha na voz dele, que estava misturada estranhamente com malicia. “Você
não faz idéia de que tipo de recompensa eu vou conseguir por matar a ultima Drag – Ahh!”
Ele desviou da minha estaca, mas dessa vez eu consegui passar a ponta da estaca pelo rosto
dele. Não iria matar ele, mas o toque da estaca – tão cheia de vida – iria parecer como acido.
Ele gritou, mas não baixou a guarda.
“Eu vou voltar por você quando eu terminar com ela, “ ele rugiu.
“Você nunca vai chegar perto delam” eu respondi.
Algo me empurrou pelo lado, um Strigoi que Yuri estava lutando. Ele tropeçou mas consegui
pegar passar minha estaca pelo coração do Strigoi de Yuri antes que ele conseguisse recobrar o
equilíbrio. Yuri agradeceu, então nós dois viramos para a outra parte da batalha. Só o Strigoi
loiro tinha sumido. Eu não conseguia encontrar ele em lugar nenhum. Outro tomou o lugar
dele, e eu me movi em direção a ele, chamas ao nosso redor, fazendo dele um alvo fácil para
minha estaca. Christian tinha voltado.
“Christian, esse Strigoi –“
“Eu ouvi,” ele respondeu.
“Temos que ir até ele!”
“Ele estava mexendo com você. Ela está do outro lado do campus, cercada por novatos e
guardiões. Ela vai ficar bem.”
“Mas-“
“Eles precisam da gente aqui.”
Eu sabia que ele tinha razão – e eu sabia o quão difícil pra ele era dizer aquilo. Como eu, ele
queria correr até Lissa. Apesar de todo o bom trabalho que estávamos fazendo aqui, eu
suspeitei que ele preferia afundar em sua mágica protegendo ela, a mantendo numa parede
de fogo que nenhum Strigoi pudesse cruzar. Eu não tinha tempo de investigar mais fundo isso,
mas eu podia sentir as coisas importantes: Ela estava viva, e ela não estava com dor.
Então eu fique, lutando com Christian e Yuri. Lissa no entanto no fundo da minha mente, a
ligação me dizendo que ela estava bem. Fora isso, eu deixei a batalha me consumir. Eu só tinha
um objetivo: matar os Strigoi. Eu não podia deixar eles entrarem no dormitório, nem podia
permitir eles deixarem essa área e possivelmente ir até o dormitório de Lissa. Eu perdi a noção
do tempo. Só os Strigoi que eu estava lutando em qualquer momento importava. E assim que
aquele estava morto, surgia o outro.
Até não haver outro.
Eu estava dolorida e exausta, adrenalina correndo pelo meu corpo. Christian estava parado ao
meu lado, com a respiração difícil. Ele não tinha entrado em um combate físico, mas ele usou
muita magia, e isso o tinha cansado fisicamente também. Eu olhei ao redor.
“Temos que encontrar outro,” eu disse.
“Não tem outros,” uma voz familiar disse.
Eu virei e encontrei o rosto de Dimitri. Ele estava vivo. Todo o medo por ele queimaram em
mim. Eu queria me jogar nele e o segurar o mais perto possível de mim. Ele estava vivo –
machucado e sangrando, sim – mas vivo.
Nós olhamos por um segundo, me lembrando do que tinha acontecido na cabana. Parecia ter
sido a anos atrás, mas naquele breve olhar, eu vi amor e preocupação – e alivio. Ele também se
preocupou comigo. Então Dimitri virou e gesticulou para o céu oeste.Eu segui seu movimento.
O horizonte estava rosa e púrpura. Era quase amanhecer.
“Eles ou estão mortos ou fugindo,” ele me disse. Ele olhou entre Christian e eu. “O que vocês
dois fizeram – “
“Foi idiota?” eu segueri.
Ele balançou a cabeça. “Foi uma das coisas mais incríveis que eu já vi. Metade deles são seus.”
Eu olhei para o dormitorio, chocada com o numero de corpos no chão. Tinhamos matado os
Strigoi. Tinhamos matado muitos deles. Morte e matar eram horríveis... mas eu tinha gostado
de fazer isso. Eu tinha derrotado os monstros que tinham vindo por mim e por aqueles que eu
amava.
Então eu notei algo. Meu estomago revirou, mas não era nada como o sentimento de sentir os
Strigoi. Isso foi causado por algo completamente diferente. Eu virei para Dimitri.
“Tem mais do que apenas corpos de Strigoi aqui,” eu disse numa voz baixa.
“Eu sei,” ele disse. “Perdemos muitas pessoas, em todo o senso da palavra.”
Christian franziu a sobrancelha. “Como assim?”
O rosto de Dimitri ficou duro e triste. “Os Strigoi mataram alguns Moroi e dhampir. E alguns...
alguns eles levaram com eles.”

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 23)

esse e o melhor capitulo do livro !!!!!



VINTE E TRÊS
Outros no corredor pararam para olhar. Eu senti como se tivesse sido atingida no rosto. Mas
não tinha sido no meu rosto. Tinha sido no de Lissa. Eu fui para a mente dela e imediatamente
percebi os arredores dela e tudo acontecendo com ela – como das outras vezes pedras voaram
do chão e atingiram ela no rosto. Elas eram guiadas por um calouro que eu não conhecia, a
não ser pelo sobrenome Drozdov. As rochas machucaram nós duas, mas eu contive meu grito
dessa vez e cerrei meus dentes enquanto eu virava pelo corredor com meus amigos.
“Parte noroeste do campus, entre o lago de forma estranha e a cerca,” eu disse a eles.
Com isso, eu me separei deles e fui para as portas, correndo o máximo que pude em direção a
parte do campus onde eles estavam segurando Lissa. Eu não podia ver todas as pessoas
reunidas lá através dos olhos dela, mas eu reconheci algumas. Jesse e Ralf estavam lá.
Brandon. Brett. O cara Drozdov. Alguns outros. As pedras ainda estavam acertando nela, ainda
cortando seu rosto. Ela não gritou ou chorou, no entanto – ela só ficava dizendo a eles de novo
e novo para parar enquanto dois outros caras a seguravam.
Enquanto isso, Jesse continuava dizendo a ela para fazer eles pararem. Eu apenas meio que
ouvi ele pela mente dela. A razão não importava, e eu já tinha descoberto isso. Eles iriam
torturar ela até que ela concordasse em se juntar ao grupo deles. Eles devem ter forçado
Brandon e os outros do mesmo jeito.
Um sentimento sufocante de repente tomou conta de mim, e eu tropecei, incapaz de respirar
como se água estivesse no meu rosto.
Lutando com força, eu me separei de Lissa. Isso estava acontecendo com ela, não eu. Alguem
estava torturando ela com água agora, usando para tirar o ar dela. Quem quer que estivesse
fazendo isso fez com tempo, alternando entre encher o rosto dela com água, então tirando, e
então repetindo. Ela arfava e prendia a respiração, ainda pedindo a eles que parassem quando
ela podia.
Jesse continuou observando ela com olhos calculistas. “Não peça a eles. Os obrigue.”
Eu tentei correr mais, mas eu não podia ir mais rápido que aquilo. Eles estavam em um dos
pontos mais distantes do campus. Era muita distancia para cobrir, e a cada passo agonizante,
eu senti mais a dor de Lissa e ficava com mais e mais raiva. Que tipo de guardiã eu poderia ser
para ela se eu não poderia manter ela segura no campus?
Foi um usuário de ar em seguida, e de repente, era como se ela estivesse sendo torturada
pelos seqüestradores de Victor de novo. Ar era tirado dela deixando ela arfando, e então dado
aos montes para ela, esmagando o rosto dela. Era uma agonia, e trouxe de volta todas as
memórias do seu seqüestro, todo o terror e horror que ela estava tentando esquecer. O
usuário de ar parou, mas foi tarde demais. Algo se quebrou dentro dela.
Quando Ralf apareceu para usar o fogo, eu estava tão perto que eu pude ver o fogo aparecer
nas mãos dele. Mas ele não me viu.
Nenhum deles estavam prestando atenção nos arredores, e tinha tanto barulho vindo do seu
próprio espetáculo que eles não me ouviram. Eu bati em Ralf antes que ele pudesse usar o
fogo em sua mão, o empurrando no chão e dando um soco no rosto dele em uma manobra
habilidosa. Alguns dos outros – incluindo Jesse – correram para ajudar ele e tentar me afastar.
Pelo menos, eles tentaram até perceberem quem eu era.
Aqueles que viram meu rosto imediatamente se afastaram. Aqueles que não viram
rapidamente aprenderam do jeito difícil quando eu fui atrás deles. Eu tinha derrubado três
guardiões altamente treinados mais cedo. Um grupo de mimados Morois da realeza mal levou
algum esforço. Era irônico também – e um sinal do quanto os Moroi se recusavam a levantar
uma mão para sua própria defesa – que enquanto esse grupo estava tão ansioso para usar
magia e torturar Lissa, nenhum deles pensou em usar contra mim.
A maioria deles fugiu antes de eu sequer por um dedo neles, e eu não me importei em ir atrás
dele. Eu só queria eles longe de Lissa. Eu admito, eu soquei Ralf mais algumas vezes depois que
ele caiu, já que eu o considerava responsável por toda essa confusão. Eu finalmente soltei ele,
deitado no chão e gemendo, enquanto me endireitava e procurava por Jesse – o outro
culpado. Eu rapidamente o encontrei. Ele era o único que sobrava.
Eu corri até ele e então parei, confusa. Ele só estava parado ali, encarando o nada, com a boca
aperta. Eu olhei para ele, olhei para o que ele estava encarando, e então olhei de volta para
ele.
“Aranhas,” Lissa disse. A voz dela me fez dar um pulo. Ela estava parada ao lado com cabelo
molhado, machucados e cortes, mas fora isso bem. Na luz da lua, suas feições pálidas a faziam
ela parecer quase tão fantasmagórica quando Mason. Os olhos dela nunca deixaram Jesse
quando ela falou. “Ele acha que está vendo aranhas. E elas estão subindo nele. O que você
acha? Eu deveria ter usado cobras?”
Eu olhei de volta para Jesse.A expressão dele no seu rosto mandou calafrios pela minha
espinha. Era como se ele estivesse preso em seu próprio pesadelo privado. Medo ainda era o
que eu sentia pela ligação. Normalmente quando Lissa usa mágica, e sentia um calor dourado
maravilhoso. Dessa vez, era diferente. Era negro e magro e pesado.
“Eu acho que você deveria parar,” eu disse. A distancia eu ouvi pessoas correndo em nossa
direção. “Terminou.”
“Era um ritual de iniciação,” ela disse. “Bem, mais ou menos. Eles pediram para mim me juntar
alguns dias atrás, e eu me recusei. Mas eles me incomodaram de novo hoje e ficavam dizendo
que eles sabiam algo importante sobre Christian e Adrian. Começou a me afetar, então... eu
finalmente disse a eles que viria para uma sessão mas que eu não sabia nada sobre compulsão.
Era um fingimento. Eu só queria saber o que eles sabiam.” Ela mal virou sua cabeça mas algo
deve ter acontecido com Jesse. Os olhos dele ficaram ainda mais abertos enquanto ele
continuava com seu grito silencioso. “Em pensar que eu tecnicamente não tinha concordado
ainda, eles me colocaram no seu ritual de iniciação. Eles queriam saber o quanto eu podia
fazer. Foi um jeito de testar o quão fortes as pessoas são em compulsão. As torturar até que
elas não agüentem, e então, no calor de tudo, as pessoas tentam compelir seus agressores a
parar. Se a vitima consegue fazer algum tipo de compulsão, a pessoa está no grupo.” Ela
olhava para Jesse com cuidado. Ele parecia estar em seu próprio mundo, e era um mundo
muito, muito ruim. “Eu suponho que isso faz de mim a presidente deles, huh?”
“Pare,” eu disse. O sentimento da mágica distorcida dela estava me deixando nauseada. Ela e
Adrian tinham mencionado algo assim antes, a idéia de fazer as pessoas verem o que não
estava ali. Eles brincaram chamando de super compulsão – e é horrível. “Não é assim que o
Espírito deve ser usado. Essa não é você. É errado.”
Ela estava respirando com dificuldade, suor passando pela sobrancelha dela. “Eu não consigo
parar,” ela disse.
“Você pode,” eu disse. Eu toquei o braço dela. “Dê para mim.”
Ela brevemente se virou de Jesse e olhou para mim, assustada, antes de virar seu olhar de
volta para ele.
“O que? Você não pode usar magia.”
Eu me foquei com mais força na ligação, e na mente dela. Eu não podia pegar a mágica
exatamente, mas eu podia pegar a escuridão que ela trazia. Era o que eu estava fazendo por
um tempo, eu percebi. Toda vez que eu me preocupava e desejava que ela se acalmasse e
lutasse contra seus sentimentos negros, ela tinha feito – porque eu estava pegando eles dela.
Eu estava absorvendo, assim como Anna tinha feito por Vladimir. Era o que Adrian tinha visto
quando a escuridão passou da aura dela para a minha.E isso – esse abuso de Espírito, usando
desse jeito malicioso para ferir outro e não para se defender, estava trazendo o pior efeito
colateral para ela. Era corrupto e errado, e eu não podia deixar ela ter isso. Todas as idéias da
minha própria raiva e loucura eram irrelevantes agora.
“Não,” eu concordei.”Eu não posso. Mas você pode me usar para se soltar. Se concentre em
mim. Solte tudo. É errado. Você não quer.”
Ela me olhou de novo,olhos abertos e desesperados. Mesmo sem contato visual direto, ela
ainda era capaz de torturar Jesse. Eu vi e senti a luta que ela travava. Ele tinha magoado ela
tanto – ela queria que ele pagasse. Ele tinha. E ainda sim, ao mesmo tempo, ela sabia que eu
estava certa. Mas era difícil. Tão difícil para ela parar...
De repente, a queimação da magia negra sumiu da nossa ligação, junto com a sensação de
estar afundando. Algo me atingiu como um furacão de vento no meu rosto, e eu dei uns
passos para trás. Eu tremi quando uma estranha sensação virou meu estomago. Era como
faíscas, como uma corrente de eletricidade queimando em mim. E então sumiu. Jesse caiu de
joelhos, livre do pesadelo.
Lissa afundou em um alivio visível. Ela ainda estava assustada e magoada sobre o que tinha
acontecido, mas ela não estava mais consumida com aquela terrível e destrutiva raiva que a
fez punir Jesse. Aquela vontade nela desapareceu.
O problema é que estava em mim, agora.
Eu me virei para Jesse, e era como se nada mais existisse no universo a não ser ele. Ele tinha
tentado me arruinar no passado. Ele torturou Lissa e machucou tantos outros. Era inaceitável.
Eu me joguei nele. Os olhos dele tiveram apenas um segundo para se abrir em terror antes do
meu punho atingir o rosto dele. A cabeça dele fez um movimento para trás, e sangue saiu do
nariz dele. Eu ouvi Lissa gritar para mim parar, mas eu não pude. Ele tinha que pagar pelo que
tinha feito com ela. Eu agarrei ele pelos ombros e o joguei com força contra o chão. Ele estava
gritando agora também – implorando – para mim parar. Ele calou a boca quando eu bati nele
de novo.
Eu senti as mãos de Lissa me agarrarem, tentando me segurar, mas ela não era forte o
bastante. Eu continuei batendo nele. Não havia sinal da luta estratégica e precisa que eu usei
mais cedo com ele e seus amigos, ou contra Dimitir. Isso era sem foco e primitivo. Isso era eu
sendo controlada pela loucura que eu tinha tirado de Lissa.
Outro par de mãos me afastou. Essas mãos eram fortes, mãos de dhampir, cheia de músculos
devido aos anos de treinamento. Era Eddie. Eu lutei contra o aperto dele. Nós éramos quase
igualmente fortes, mas ele me segurou.
“Me solta!” eu gritei.
Para meu completo horror, Lissa agora estava ajoelhada ao lado de Jesse, olhando para ele
preocupada. Não fazia sentido. Como ela podia fazer isso? Depois do que ele tinha feito? Eu vi
compaixão no rosto dela, e um segundo depois, a queimação da mágica de cura dela iluminou
nossa ligação enquanto ela curava alguns dos ferimentos mais sérios.
“Não!” eu gritei, lutando contra o aperto de Eddie.”Você não pode!”
Foi então que os outros guardiões apareceram, Dimitri e Celeste na liderança. Christian e
Adrian não estavam em nenhum lugar a vista; eles provavelmente não puderam manter a
velocidade dos outros.
Caos organizado se seguiu. Aqueles que da sociedade que permaneceram foram reunidos para
serem interrogados. Lissa também foi levada, para ter seus ferimentos tratados. Uma parte de
mim que estava enterrada naquela sede de sangue queria ir atrás dela, mas algo mais chamou
minha atenção: Eles também estavam levando Jesse para ajuda médica. Eddie ainda estava me
segurando, seus aperto nunca falhando apesar da minha luta e apelos. A maior parte dos
adultos estava muito ocupada com os outros para me notar, mas eles notaram quando eu
comecei a gritar de novo.
“Você não pode deixar ele ir! Você não pode deixar ele ir!”
“Rose, se acalme,” disse Alberta, a voz dela suave. Como ela não entendia o que estava
acontecendo. “Acabou.”
“Não acabou! Não até eu por as mãos na garganta dele e o sufocar até matar ele!”
Alberta e alguns dos outros pareceram notar que algo sério estava acontecendo agora – mas
eles aparentemente não pensavam que tinha nada a ver com Jesse. Eles todos estavam me
olhando com aquele olhar Rose-é-maluca que eu tinha conhecido tão bem nós últimos dias.
“Tire ela daqui,” disse Alberta.”Limpe ela e a acalme.” Ela não deu outras instruções, mas de
alguma forma, ficou subentendido que Dimitri seria o que iria lidar comigo.
Ele veio e me pegou com Eddie. Com a breve mudança de captor, eu tentei me soltar, mas
Dimitri era muito rápido e muito forte. Ele agarrou meu braço e começou a me afastar da
cena.
“Podemos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil,” disse Dimitri enquanto andávamos pela
floresta. “Não tem jeito deu deixar você ir até Jesse. Além do mais, ele está na clinica, então
você nunca vai chegar perto dele. Se você consegue aceitar isso, eu solto você. Se você fugir,
sabe que só vou segurar você de novo.”
Eu medi minhas opções. A necessidade de fazer Jesse pagar ainda estava no meu sangue, mas
Dimtri estava certo. Por agora.
“Ok,” eu disse. Ele hesitou por um segundo, talvez se perguntando se eu estava falando a
verdade, e então soltou meu braço. Quando eu não fugi, eu o senti relaxar muito, muito
pouco.
“Alberta disse a você para me limpar,” eu disse. “Então vamos a clinica?”
Dimitri zombou. “Boa tentativa. Não vou deixar você se aproximar dele. Você vai receber
primeiros socorros em outro lugar.”
Ele me guiou da cena do ataque, para uma área que ainda ficava na ponta do campus. Eu
rapidamente percebi onde ele estava indo. Era uma cabana. Quando tinha mais guardiões no
campus, alguém ficava nesses pequenos postos distantes, providenciando proteção regular
nas fronteiras do campus. Já fazia muito que eles estavam abandonados, mas essa tinha sido
limpa quando a tia de Christian visitou. Ele preferiu ficar aqui do que na casa de hospedes da
escola onde outros Moroi a consideravam uma Strigoi em potencial.
Ele abriu a porta. Estava escuro lá dentro, mas eu podia ver bem o bastante para ver ele
encontrar fósforos e uma lanterna a base de querosene. Não iluminou muito, mas estava bom
para nossos olhos. Olhando ao redor, eu vi que Tasha tinha feito um bom trabalho com o
lugar. Estava limpo e quase aconchegante, a cama estava feita com um suave cobertor e
algumas cadeiras estavam perto da lareira. Tinha um pouco de comida – enlatada e embalada
– no lado da cozinha.
“Sente,” disse Dimitri, fazendo um gesto em direção da cama. Eu sentei, e em um minuto, ele
fez uma fogueira na lareira. Quando ela estava completamente acessa, ele pegou o kit de
primeiros socorros e uma garrafa de água do balcão e andou até a cama, arrastando a cadeira
para que ele pudesse sentar do lado oposto ao meu.
“Você tem que me deixar ir,” eu implorei. “Você não vê?Você não vê como Jesse tem que
pagar?Ele torturou ela!Ele fez coisas horríveis com ela.”
Dimitri molhou uma gaze e a colocou no lado da minha testa. Eu senti a dor, então
aparentemente eu tinha um corte ali. “Ele vai ser punido, acredite em mim. E os outros.”
“Com o que?” eu perguntei amargamente. “Detenção? Isso foi tão ruim quanto Victor
Dashkov. Ninguém faz nada por aqui! Pessoas cometem crimes e se safam. Ele precisa sofrer.
Todos eles precisam.”
Dimitri parou sua limpeza, me dando um olhar preocupado. “Rose, eu sei que você está
chateada, mas você sabe que não punimos as pessoas desse jeito. É... selvagem.”
“É? E qual o problema nisso? Eu aposto que os impediria de fazer de novo.” Eu mal podia ficar
sentada. Cada parte do meu corpo tremia de fúria. “Eles precisam sofrer pelo que fizeram! E
eu quero fazer isso! Eu quero machucar todos eles. Eu quero matar todos eles.” Eu comecei a
me levantar, de repente sentindo como se eu fosse explodir. As mãos dele estavam no meu
ombro em um segundo, me empurrando de volta. Os primeiros socorros foram esquecidos. A
expressão dele era uma mistura de preocupação e ferocidade enquanto ele me segurava. Eu
lutei contra ele, e os dedos dele seguraram firme.
“Rose! Sai dessa!” Ele também estava gritando. “Você não está falando sério. Você andou
estressada e sob muita pressão – o que fez desse terrível evento muito pior.”
“Pare!” eu gritei de volta para ele. “Você está fazendo isso – como sempre faz. Sempre sendo
razoável, não importa que tipo de coisa horrível seja. O que aconteceu com você querer matar
Victor na prisão, huh? Porque aquilo não teve problema, mas isso não?”
“Porque foi um exagero. Você sabe que foi. Mas isso... isso é algo diferente. Tem algo errado
com você agora.”
“Não, tem algo certo em mim.” Eu estava o avaliando, esperando que minhas palavras o
distraíssem. Se eu fosse rápida o bastante, talvez – só talvez – eu pudesse passar por ela. “Sou
eu que quer fazer algo por aqui, e se isso é errado, sinto muito. Você fica querendo que eu seja
impossivelmente, uma boa pessoa, mas eu não sou! Eu não sou uma santa como você.”
“Nenhum de nós é santo,’ ele disse secamente. “Acredite em mim, eu não-“
Eu fiz meu movimento, dando um pulo e o empurrando. Eu me livrei dele, mas não fui longe.
Eu mal me afastei 60 centímetros da cama quando ele me segurou de novo e me puxou para
baixo, dessa vez usando toda a força do seu corpo para me manter imobilizada. De alguma
forma, eu sabia que eu devia ter percebido que era impossível escapar dele, mas eu não
conseguia pensar direito.
“Me solta!” eu grite pela centésima vez hoje a noite tentando me soltar.
“Não,” ele disse, sua voz dura e quase desesperada. “Não até você sair dessa. Isso não é você!”
Tinha lagrimas quentes nos meus olhos. “É sim! Me solta!”
“Não é. Não é você!Não é você!” Havia agonia na voz dele.
“Você está errado! É-“
Minhas palavras de repente morreram. Não é você. Foi a mesma coisa que eu disse a Lissa
quando a vi, aterrorizada, enquanto ela usava sua magia para torturar Jesse. Eu fiquei parada
lá, incapaz de acreditar no que ela estava fazendo. Ela não percebeu que perdeu o controle e
estava prestes a virar um monstro. E agora, olhando nos olhos de Dimitri, vendo o pânico e o
amor, eu percebi que estava acontecendo comigo. Eu era a mesma que ela, tão presa, tão cega
pelos emoções irracionais que eu ao reconheci minhas próprias ações. Era como se eu
estivesse sendo controlada por outra coisa.
Eu tentei lutar contra aquilo, tirar os sentimentos que queimavam em mim. Eles eram muito
fortes. Eu não conseguia. Eu não conseguia deixar eles. Eles me tomaram completamente,
assim como eles tinham feito com Anna e a Sra. Karp.
“Rose,” disse Dimitri. Era apenas o meu nome, mas foi tão poderoso, cheio de tanta coisa.
Dimitri tinha uma fé absoluta em mim, fé na minha própria força e bondade. E ele tinha força
também, uma força que eu vi que ele não tinha medo de me emprestar se eu precisasse. Podia
ter um pouco disso em Lissa, mas ela estava completamente inconsciente sobre Dimitri. O que
ele tinha era amor. Nós éramos como duas metades de um todo, sempre prontos para
suportar o outro. Nenhum de nós era perfeito, mas isso não importava. Com ele, eu consegui
derrotar essa raiva que me enchia. Ele acreditava que eu era mais forte que isso. E eu era.
Devagar, eu senti a escuridão sumir. Eu parei de lutar contra ele. Meu corpo tremeu, mas não
era mais de fúria. Era de medo. Dimitri imediatamente reconheceu a mudança e me soltou.
“Oh meu Deus,” eu disse, a voz tremula.
As mãos dele tocaram o lado do meu rosto, seus dedos passando levemente em minha
bochecha. “Rose,” ele suspirou. “Você está bem?”
Eu engoli as lagrimas. “Eu... eu acho que sim. Por agora.”
“Acabou,” ele disse. Ele ainda estava me tocando, dessa vez afastando meu cabelo do rosto.
“Acabou. Tudo está bem.”
Eu balancei a cabeça. “Não. Não está. Você... você não entende. É verdade – tudo que eu
estava preocupada. Sobre Anna? Sobre eu pegar a loucura do Espírito? Esta acontecendo,
Dimitri. Lissa perdeu o controle com Jesse. Ela estava descontrolada, mas eu a parei porque eu
peguei a raiva dela e pus em mim. E foi – foi horrível. É como se eu fosse, eu não sei, uma
marionete. Eu não consigo me controlar.”
“Você é forte,” ele disse. “Não vai acontecer de novo.”
“Não,” eu disse. Eu podia ouvir minha voz se quebrando enquanto eu lutava para sentar. “Vai
acontecer de novo. Eu vou ser como Anna. Eu vou ficar pior e pior. Dessa vez eu tive sede de
sangue devido ao ódio. Eu queria destruir eles. Eu precisava destruir eles. E da próxima vez? Eu
não sei. Talvez seja loucura como a da Sra. Karp. Talvez eu já seja louca, e é por isso que eu
estou vendo Mason. Talvez eu fique deprimida como Lissa costumava ficar. E eu vou continuar
caindo e caindo nessa situação, e então eu serei como Anna e vou me matar –“
“Não,” Dimitri me interrompeu gentilmente. Ele moveu seu rosto em direção ao meu, nossas
testas quase se tocando. “Não vai acontecer com você. Você é forte. Você vai lutar contra isso,
como você fez dessa vez.”
“Eu só consegui porque você estava aqui.” Ele pos seus braços ao meu redor, e eu pus meu
rosto no peito dele. “Eu não consigo fazer isso sozinha,” eu sussurei.
“Você consegue,” ele disse. Tinha uma nota tremula na voz dele. “Você é forte – você é tão
forte. Eu sempre vou amar você.”
Eu fechei meus olhos. “Você não deveria. Eu vou me tornar algo horrível. Eu já posso ser algo
terrível.” Eu pensei sobre meus comportamentos passados, o jeito que eu andava sendo
grossa com todos. O jeito que eu tentei assustar Ryan e Camille.
Dimitri se afastou para poder olhar para meus olhos. Ele pos meu rosto em suas mãos. “Você
não é. Você não será,” ele disse. “Eu não vou permitir. Não importa o que, eu não vou deixar.”
Emoções encheram meu corpo de novo, mas agora não era ódio ou raiva ou nada disso. Era
um sentimento quente e maravilhoso que fez meu coração bater doer – de um jeito bom. Eu
envolvi meus braços ao redor do pescoço dele, e nossos lábios se encontraram. O beijo foi
amor puro, doce e abençoado, sem desespero ou escuridão. A intensidade do nosso beijo
então aumentou. Ainda estava cheio de amor mas se tornou algo mais – algo faminto e
poderoso. A eletricidade que passava entre nós quando eu lutei e o segurei voltou, nos
envolvendo de novamente.
Me lembrava da noite em que estivemos sobre o feitiço de luxuria de Victor, nós dois sendo
dirigidos por forças que não podíamos controlar. Era como se estivéssemos morrendo de fome
ou nos afogando, e só a outra pessoa pudesse nos salvar. Eu me segurei nele, apenas um braço
ao redor do pescoço dele enquanto minha outra mão segurava as costas dele com tanta força
que minhas unhas praticamente se afundaram na pele. Ele me deitou na cama. As mãos dele
se envolveram na minha cintura, e então uma delas deslizou para a minha coxa e a puxou para
que eu ficasse enrolada ao redor dele.
Ao mesmo tempo, nós dois nos afastamos brevemente, ainda muito perto um do outro. Tudo
no mundo parou naquele momento.
“Não podemos...” ele me disse.
“Eu sei,” eu concordei.
Então a boca dele estava na minha de novo, e dessa vez, eu sabia que não tinha volta. Não
havia paredes dessa vez. Nossos corpos se enrolaram juntos enquanto ele tentava tirar meu
casaco, e então a camiseta dele, então minha camiseta... era realmente muito parecido de
quando lutamos na quadra mais cedo – a mesma paixão e calor. Eu acho que no fim do dia, os
instintos daquela poderosa luta e sexo não são tão diferentes. Todos vem de um lado animal
de nós.
Ainda sim, conforme mais e mais roupas saiam, ia além de paixão animal. Era doce e
maravilhoso ao mesmo tempo. Quando olhei para os olhos dele, eu podia ver ser duvidas que
ele me amava mais que qualquer um no mundo, que eu era a salvação dele, do mesmo jeito
que ele era a minha. Eu nunca esperei que minha primeira vez fosse numa cabana na floresta,
mas eu percebi que o lugar não importava. A pessoa importava. Com alguém que você ama,
poderia ser em qualquer lugar, e seria incrível. Estar na cama mais luxuosa do mundo não
importaria se fosse com alguém que eu não amasse.
E oh, eu o amava. Eu o amava tanto que chegava a doer. Todas as roupas finalmente acabaram
em uma pilha no chão, mas a sensação da pele dele na minha foi mais que o suficiente para
me manter quente. Eu não conseguia dizer onde meu corpo terminava e o dele começava, e
eu decidi que eu sempre quis que fosse assim. Eu não queria que a gente se separasse nunca.
Eu gostaria de ter as palavras para descrever sexo, mas nada que eu possa dizer captura o
quão maravilhoso é. Eu me sentia nervosa, excitada, e um zilhão de outras coisas. Dimitri
parecia tão sábio e habilidoso e infinitamente paciente – assim como em qualquer outro
treinamento. Seguir a liderança dele parecia algo natural, mas ele sempre estava disposto a
me deixar tomar o controle também. Eram iguais finalmente, e a cada toque tinha poder,
mesmo o menor carinho das suas pontas dos dedos.
Quando acabou, eu me deitei com ele. Meu corpo dolorido ... e ao mesmo tempo, eu me
sentia incrível, abençoada e contente. Eu queria ter feito isso muito tempo atrás, mas eu
também sabia que não seria certo até esse exato momento.
Eu descansei minha cabeça no peito de Dimitri, me confortando em seu calor. Ele beijou minha
testa e passou seus dedos pelo meu cabelo.
“Eu amo você, Roza.” Ele me beijou de novo. “Eu sempre estarei lá para você. Eu não vou
deixar nada acontecer com você.”
As palavras eram maravilhosas e perigosas. Ele não deveria dizer nada disso. Ele não deveria
prometer me proteger, não quando deveríamos dedicar nossas vidas em proteger os Moroi
como Lissa. Eu não podia ser a primeira no coração dele, assim como ele não poderia ser o
primeiro no meu. É por isso que eu não deveria ter dito as próximas palavras – mas eu disse
mesmo assim.
“E eu não vou deixar nada acontecer com você,’ eu prometi. “Eu amo você.” Nos beijamos de
novo, engolindo qualquer outra palavra que pudéssemos adicionar.
Ficamos deitados juntos por um tempo depois disso, enrolados um nos braços do outro, sem
dizer muita coisa. Eu podia ter ficado desse jeito para sempre, mas finalmente, nós sabíamos
que tínhamos que ir. Os outros eventualmente iriam procurar por nós para pegar meu
relatório, e se nos encontrasse desse jeito, as coisas certamente seriam feias.
Então nos vestimos, o que não foi fácil já que não conseguíamos parar de nós beijar. E
finalmente, relutantemente, deixamos a cabana. Seguramos as mãos, sabendo que só
poderíamos fazer isso por alguns segundos. Quando estivéssemos mais próximos do campus,
teríamos que agir normalmente. Mas por agora, tudo no mundo era dourado e lindo. Cada
passo que eu dava era cheio de alegria, o ar ao nosso redor parecia cantarolar.
Perguntas ainda estavam na minha mente, é claro. O que tinha acabado de acontecer? Onde
nosso chamado auto controle tinha ido parar? Por agora, eu não me importava. Meu corpo
ainda estava quente e ainda o queria e – de repente parou. Outro sentimento – um nada bem
vindo – estava começando a crescer em mim. Era estranho, como fraca e vacilantes ondas de
náusea misturadas com um espeto contra a minha pele. Dimitri parou imediatamente e me
deu um olhar questionados.
Uma pálida e um pouco luminescente luz materializou na nossa frente. Mason. Ele parecia o
mesmo de sempre – ou não? A tristeza de sempre estava lá, mas eu podia ver outra coisa, algo
que eu não conseguia ver direito o que era.Pânico? Frustração? Eu quase podia jurar que era
medo, mas honestamente, do que um fantasma teria medo?
“Qual o problema?” perguntou Dimitri.
“Você o vê?” eu sussurrei.
Dimitri seguiu meu olhar. “Vê quem?”
“Mason.”
A expressão perturbada de Mason ficou pior. Eu podia não ser capaz de identificar
adequadamente, mas eu sabia que não era nada bom. O sentimento de náusea intensificou,
mas de alguma forma, eu sabia que não tinha nada a ver com ele.
“Rose... deveríamos voltar...” disse Dimitri cuidadosamente. Ele ainda não estava aceitando
que eu estava vendo fantasmas.
Mas eu não me mexi. O rosto de Mason estava dizendo algo para mim – ou tentando. Tinha
algo ali, algo importante que eu precisava saber. Mas eu não conseguia entender.
“O que?” eu perguntei. “O que foi?”
Um olhar de frustração cruzou o rosto dele. Ele apontou para trás de mim, e então derrubou
sua mão.
“Me diga,”! eu disse, minha frustração espelhando a dele. Dimitri estava olhando para trás e
para frente entre eu e Mason, embora Mason provavelmente fosse apenas um espaço vazio
para ele.
Eu estava muito concentrada em Mason para me preocupar com o que Dimiti podia estar
pensando. Tinha algo aqui. Algo grande. Mason abriu sua boca, querendo falar como tinha
tentando antes mas ainda incapaz de falar as palavras. Exceto, que dessa vez, depois de vários
agonizantes segundos, ele conseguiu. As palavras eram quase inaudíveis.
“Eles estão...vindo....”