sexta-feira, 18 de maio de 2012

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 23)

esse e o melhor capitulo do livro !!!!!



VINTE E TRÊS
Outros no corredor pararam para olhar. Eu senti como se tivesse sido atingida no rosto. Mas
não tinha sido no meu rosto. Tinha sido no de Lissa. Eu fui para a mente dela e imediatamente
percebi os arredores dela e tudo acontecendo com ela – como das outras vezes pedras voaram
do chão e atingiram ela no rosto. Elas eram guiadas por um calouro que eu não conhecia, a
não ser pelo sobrenome Drozdov. As rochas machucaram nós duas, mas eu contive meu grito
dessa vez e cerrei meus dentes enquanto eu virava pelo corredor com meus amigos.
“Parte noroeste do campus, entre o lago de forma estranha e a cerca,” eu disse a eles.
Com isso, eu me separei deles e fui para as portas, correndo o máximo que pude em direção a
parte do campus onde eles estavam segurando Lissa. Eu não podia ver todas as pessoas
reunidas lá através dos olhos dela, mas eu reconheci algumas. Jesse e Ralf estavam lá.
Brandon. Brett. O cara Drozdov. Alguns outros. As pedras ainda estavam acertando nela, ainda
cortando seu rosto. Ela não gritou ou chorou, no entanto – ela só ficava dizendo a eles de novo
e novo para parar enquanto dois outros caras a seguravam.
Enquanto isso, Jesse continuava dizendo a ela para fazer eles pararem. Eu apenas meio que
ouvi ele pela mente dela. A razão não importava, e eu já tinha descoberto isso. Eles iriam
torturar ela até que ela concordasse em se juntar ao grupo deles. Eles devem ter forçado
Brandon e os outros do mesmo jeito.
Um sentimento sufocante de repente tomou conta de mim, e eu tropecei, incapaz de respirar
como se água estivesse no meu rosto.
Lutando com força, eu me separei de Lissa. Isso estava acontecendo com ela, não eu. Alguem
estava torturando ela com água agora, usando para tirar o ar dela. Quem quer que estivesse
fazendo isso fez com tempo, alternando entre encher o rosto dela com água, então tirando, e
então repetindo. Ela arfava e prendia a respiração, ainda pedindo a eles que parassem quando
ela podia.
Jesse continuou observando ela com olhos calculistas. “Não peça a eles. Os obrigue.”
Eu tentei correr mais, mas eu não podia ir mais rápido que aquilo. Eles estavam em um dos
pontos mais distantes do campus. Era muita distancia para cobrir, e a cada passo agonizante,
eu senti mais a dor de Lissa e ficava com mais e mais raiva. Que tipo de guardiã eu poderia ser
para ela se eu não poderia manter ela segura no campus?
Foi um usuário de ar em seguida, e de repente, era como se ela estivesse sendo torturada
pelos seqüestradores de Victor de novo. Ar era tirado dela deixando ela arfando, e então dado
aos montes para ela, esmagando o rosto dela. Era uma agonia, e trouxe de volta todas as
memórias do seu seqüestro, todo o terror e horror que ela estava tentando esquecer. O
usuário de ar parou, mas foi tarde demais. Algo se quebrou dentro dela.
Quando Ralf apareceu para usar o fogo, eu estava tão perto que eu pude ver o fogo aparecer
nas mãos dele. Mas ele não me viu.
Nenhum deles estavam prestando atenção nos arredores, e tinha tanto barulho vindo do seu
próprio espetáculo que eles não me ouviram. Eu bati em Ralf antes que ele pudesse usar o
fogo em sua mão, o empurrando no chão e dando um soco no rosto dele em uma manobra
habilidosa. Alguns dos outros – incluindo Jesse – correram para ajudar ele e tentar me afastar.
Pelo menos, eles tentaram até perceberem quem eu era.
Aqueles que viram meu rosto imediatamente se afastaram. Aqueles que não viram
rapidamente aprenderam do jeito difícil quando eu fui atrás deles. Eu tinha derrubado três
guardiões altamente treinados mais cedo. Um grupo de mimados Morois da realeza mal levou
algum esforço. Era irônico também – e um sinal do quanto os Moroi se recusavam a levantar
uma mão para sua própria defesa – que enquanto esse grupo estava tão ansioso para usar
magia e torturar Lissa, nenhum deles pensou em usar contra mim.
A maioria deles fugiu antes de eu sequer por um dedo neles, e eu não me importei em ir atrás
dele. Eu só queria eles longe de Lissa. Eu admito, eu soquei Ralf mais algumas vezes depois que
ele caiu, já que eu o considerava responsável por toda essa confusão. Eu finalmente soltei ele,
deitado no chão e gemendo, enquanto me endireitava e procurava por Jesse – o outro
culpado. Eu rapidamente o encontrei. Ele era o único que sobrava.
Eu corri até ele e então parei, confusa. Ele só estava parado ali, encarando o nada, com a boca
aperta. Eu olhei para ele, olhei para o que ele estava encarando, e então olhei de volta para
ele.
“Aranhas,” Lissa disse. A voz dela me fez dar um pulo. Ela estava parada ao lado com cabelo
molhado, machucados e cortes, mas fora isso bem. Na luz da lua, suas feições pálidas a faziam
ela parecer quase tão fantasmagórica quando Mason. Os olhos dela nunca deixaram Jesse
quando ela falou. “Ele acha que está vendo aranhas. E elas estão subindo nele. O que você
acha? Eu deveria ter usado cobras?”
Eu olhei de volta para Jesse.A expressão dele no seu rosto mandou calafrios pela minha
espinha. Era como se ele estivesse preso em seu próprio pesadelo privado. Medo ainda era o
que eu sentia pela ligação. Normalmente quando Lissa usa mágica, e sentia um calor dourado
maravilhoso. Dessa vez, era diferente. Era negro e magro e pesado.
“Eu acho que você deveria parar,” eu disse. A distancia eu ouvi pessoas correndo em nossa
direção. “Terminou.”
“Era um ritual de iniciação,” ela disse. “Bem, mais ou menos. Eles pediram para mim me juntar
alguns dias atrás, e eu me recusei. Mas eles me incomodaram de novo hoje e ficavam dizendo
que eles sabiam algo importante sobre Christian e Adrian. Começou a me afetar, então... eu
finalmente disse a eles que viria para uma sessão mas que eu não sabia nada sobre compulsão.
Era um fingimento. Eu só queria saber o que eles sabiam.” Ela mal virou sua cabeça mas algo
deve ter acontecido com Jesse. Os olhos dele ficaram ainda mais abertos enquanto ele
continuava com seu grito silencioso. “Em pensar que eu tecnicamente não tinha concordado
ainda, eles me colocaram no seu ritual de iniciação. Eles queriam saber o quanto eu podia
fazer. Foi um jeito de testar o quão fortes as pessoas são em compulsão. As torturar até que
elas não agüentem, e então, no calor de tudo, as pessoas tentam compelir seus agressores a
parar. Se a vitima consegue fazer algum tipo de compulsão, a pessoa está no grupo.” Ela
olhava para Jesse com cuidado. Ele parecia estar em seu próprio mundo, e era um mundo
muito, muito ruim. “Eu suponho que isso faz de mim a presidente deles, huh?”
“Pare,” eu disse. O sentimento da mágica distorcida dela estava me deixando nauseada. Ela e
Adrian tinham mencionado algo assim antes, a idéia de fazer as pessoas verem o que não
estava ali. Eles brincaram chamando de super compulsão – e é horrível. “Não é assim que o
Espírito deve ser usado. Essa não é você. É errado.”
Ela estava respirando com dificuldade, suor passando pela sobrancelha dela. “Eu não consigo
parar,” ela disse.
“Você pode,” eu disse. Eu toquei o braço dela. “Dê para mim.”
Ela brevemente se virou de Jesse e olhou para mim, assustada, antes de virar seu olhar de
volta para ele.
“O que? Você não pode usar magia.”
Eu me foquei com mais força na ligação, e na mente dela. Eu não podia pegar a mágica
exatamente, mas eu podia pegar a escuridão que ela trazia. Era o que eu estava fazendo por
um tempo, eu percebi. Toda vez que eu me preocupava e desejava que ela se acalmasse e
lutasse contra seus sentimentos negros, ela tinha feito – porque eu estava pegando eles dela.
Eu estava absorvendo, assim como Anna tinha feito por Vladimir. Era o que Adrian tinha visto
quando a escuridão passou da aura dela para a minha.E isso – esse abuso de Espírito, usando
desse jeito malicioso para ferir outro e não para se defender, estava trazendo o pior efeito
colateral para ela. Era corrupto e errado, e eu não podia deixar ela ter isso. Todas as idéias da
minha própria raiva e loucura eram irrelevantes agora.
“Não,” eu concordei.”Eu não posso. Mas você pode me usar para se soltar. Se concentre em
mim. Solte tudo. É errado. Você não quer.”
Ela me olhou de novo,olhos abertos e desesperados. Mesmo sem contato visual direto, ela
ainda era capaz de torturar Jesse. Eu vi e senti a luta que ela travava. Ele tinha magoado ela
tanto – ela queria que ele pagasse. Ele tinha. E ainda sim, ao mesmo tempo, ela sabia que eu
estava certa. Mas era difícil. Tão difícil para ela parar...
De repente, a queimação da magia negra sumiu da nossa ligação, junto com a sensação de
estar afundando. Algo me atingiu como um furacão de vento no meu rosto, e eu dei uns
passos para trás. Eu tremi quando uma estranha sensação virou meu estomago. Era como
faíscas, como uma corrente de eletricidade queimando em mim. E então sumiu. Jesse caiu de
joelhos, livre do pesadelo.
Lissa afundou em um alivio visível. Ela ainda estava assustada e magoada sobre o que tinha
acontecido, mas ela não estava mais consumida com aquela terrível e destrutiva raiva que a
fez punir Jesse. Aquela vontade nela desapareceu.
O problema é que estava em mim, agora.
Eu me virei para Jesse, e era como se nada mais existisse no universo a não ser ele. Ele tinha
tentado me arruinar no passado. Ele torturou Lissa e machucou tantos outros. Era inaceitável.
Eu me joguei nele. Os olhos dele tiveram apenas um segundo para se abrir em terror antes do
meu punho atingir o rosto dele. A cabeça dele fez um movimento para trás, e sangue saiu do
nariz dele. Eu ouvi Lissa gritar para mim parar, mas eu não pude. Ele tinha que pagar pelo que
tinha feito com ela. Eu agarrei ele pelos ombros e o joguei com força contra o chão. Ele estava
gritando agora também – implorando – para mim parar. Ele calou a boca quando eu bati nele
de novo.
Eu senti as mãos de Lissa me agarrarem, tentando me segurar, mas ela não era forte o
bastante. Eu continuei batendo nele. Não havia sinal da luta estratégica e precisa que eu usei
mais cedo com ele e seus amigos, ou contra Dimitir. Isso era sem foco e primitivo. Isso era eu
sendo controlada pela loucura que eu tinha tirado de Lissa.
Outro par de mãos me afastou. Essas mãos eram fortes, mãos de dhampir, cheia de músculos
devido aos anos de treinamento. Era Eddie. Eu lutei contra o aperto dele. Nós éramos quase
igualmente fortes, mas ele me segurou.
“Me solta!” eu gritei.
Para meu completo horror, Lissa agora estava ajoelhada ao lado de Jesse, olhando para ele
preocupada. Não fazia sentido. Como ela podia fazer isso? Depois do que ele tinha feito? Eu vi
compaixão no rosto dela, e um segundo depois, a queimação da mágica de cura dela iluminou
nossa ligação enquanto ela curava alguns dos ferimentos mais sérios.
“Não!” eu gritei, lutando contra o aperto de Eddie.”Você não pode!”
Foi então que os outros guardiões apareceram, Dimitri e Celeste na liderança. Christian e
Adrian não estavam em nenhum lugar a vista; eles provavelmente não puderam manter a
velocidade dos outros.
Caos organizado se seguiu. Aqueles que da sociedade que permaneceram foram reunidos para
serem interrogados. Lissa também foi levada, para ter seus ferimentos tratados. Uma parte de
mim que estava enterrada naquela sede de sangue queria ir atrás dela, mas algo mais chamou
minha atenção: Eles também estavam levando Jesse para ajuda médica. Eddie ainda estava me
segurando, seus aperto nunca falhando apesar da minha luta e apelos. A maior parte dos
adultos estava muito ocupada com os outros para me notar, mas eles notaram quando eu
comecei a gritar de novo.
“Você não pode deixar ele ir! Você não pode deixar ele ir!”
“Rose, se acalme,” disse Alberta, a voz dela suave. Como ela não entendia o que estava
acontecendo. “Acabou.”
“Não acabou! Não até eu por as mãos na garganta dele e o sufocar até matar ele!”
Alberta e alguns dos outros pareceram notar que algo sério estava acontecendo agora – mas
eles aparentemente não pensavam que tinha nada a ver com Jesse. Eles todos estavam me
olhando com aquele olhar Rose-é-maluca que eu tinha conhecido tão bem nós últimos dias.
“Tire ela daqui,” disse Alberta.”Limpe ela e a acalme.” Ela não deu outras instruções, mas de
alguma forma, ficou subentendido que Dimitri seria o que iria lidar comigo.
Ele veio e me pegou com Eddie. Com a breve mudança de captor, eu tentei me soltar, mas
Dimitri era muito rápido e muito forte. Ele agarrou meu braço e começou a me afastar da
cena.
“Podemos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil,” disse Dimitri enquanto andávamos pela
floresta. “Não tem jeito deu deixar você ir até Jesse. Além do mais, ele está na clinica, então
você nunca vai chegar perto dele. Se você consegue aceitar isso, eu solto você. Se você fugir,
sabe que só vou segurar você de novo.”
Eu medi minhas opções. A necessidade de fazer Jesse pagar ainda estava no meu sangue, mas
Dimtri estava certo. Por agora.
“Ok,” eu disse. Ele hesitou por um segundo, talvez se perguntando se eu estava falando a
verdade, e então soltou meu braço. Quando eu não fugi, eu o senti relaxar muito, muito
pouco.
“Alberta disse a você para me limpar,” eu disse. “Então vamos a clinica?”
Dimitri zombou. “Boa tentativa. Não vou deixar você se aproximar dele. Você vai receber
primeiros socorros em outro lugar.”
Ele me guiou da cena do ataque, para uma área que ainda ficava na ponta do campus. Eu
rapidamente percebi onde ele estava indo. Era uma cabana. Quando tinha mais guardiões no
campus, alguém ficava nesses pequenos postos distantes, providenciando proteção regular
nas fronteiras do campus. Já fazia muito que eles estavam abandonados, mas essa tinha sido
limpa quando a tia de Christian visitou. Ele preferiu ficar aqui do que na casa de hospedes da
escola onde outros Moroi a consideravam uma Strigoi em potencial.
Ele abriu a porta. Estava escuro lá dentro, mas eu podia ver bem o bastante para ver ele
encontrar fósforos e uma lanterna a base de querosene. Não iluminou muito, mas estava bom
para nossos olhos. Olhando ao redor, eu vi que Tasha tinha feito um bom trabalho com o
lugar. Estava limpo e quase aconchegante, a cama estava feita com um suave cobertor e
algumas cadeiras estavam perto da lareira. Tinha um pouco de comida – enlatada e embalada
– no lado da cozinha.
“Sente,” disse Dimitri, fazendo um gesto em direção da cama. Eu sentei, e em um minuto, ele
fez uma fogueira na lareira. Quando ela estava completamente acessa, ele pegou o kit de
primeiros socorros e uma garrafa de água do balcão e andou até a cama, arrastando a cadeira
para que ele pudesse sentar do lado oposto ao meu.
“Você tem que me deixar ir,” eu implorei. “Você não vê?Você não vê como Jesse tem que
pagar?Ele torturou ela!Ele fez coisas horríveis com ela.”
Dimitri molhou uma gaze e a colocou no lado da minha testa. Eu senti a dor, então
aparentemente eu tinha um corte ali. “Ele vai ser punido, acredite em mim. E os outros.”
“Com o que?” eu perguntei amargamente. “Detenção? Isso foi tão ruim quanto Victor
Dashkov. Ninguém faz nada por aqui! Pessoas cometem crimes e se safam. Ele precisa sofrer.
Todos eles precisam.”
Dimitri parou sua limpeza, me dando um olhar preocupado. “Rose, eu sei que você está
chateada, mas você sabe que não punimos as pessoas desse jeito. É... selvagem.”
“É? E qual o problema nisso? Eu aposto que os impediria de fazer de novo.” Eu mal podia ficar
sentada. Cada parte do meu corpo tremia de fúria. “Eles precisam sofrer pelo que fizeram! E
eu quero fazer isso! Eu quero machucar todos eles. Eu quero matar todos eles.” Eu comecei a
me levantar, de repente sentindo como se eu fosse explodir. As mãos dele estavam no meu
ombro em um segundo, me empurrando de volta. Os primeiros socorros foram esquecidos. A
expressão dele era uma mistura de preocupação e ferocidade enquanto ele me segurava. Eu
lutei contra ele, e os dedos dele seguraram firme.
“Rose! Sai dessa!” Ele também estava gritando. “Você não está falando sério. Você andou
estressada e sob muita pressão – o que fez desse terrível evento muito pior.”
“Pare!” eu gritei de volta para ele. “Você está fazendo isso – como sempre faz. Sempre sendo
razoável, não importa que tipo de coisa horrível seja. O que aconteceu com você querer matar
Victor na prisão, huh? Porque aquilo não teve problema, mas isso não?”
“Porque foi um exagero. Você sabe que foi. Mas isso... isso é algo diferente. Tem algo errado
com você agora.”
“Não, tem algo certo em mim.” Eu estava o avaliando, esperando que minhas palavras o
distraíssem. Se eu fosse rápida o bastante, talvez – só talvez – eu pudesse passar por ela. “Sou
eu que quer fazer algo por aqui, e se isso é errado, sinto muito. Você fica querendo que eu seja
impossivelmente, uma boa pessoa, mas eu não sou! Eu não sou uma santa como você.”
“Nenhum de nós é santo,’ ele disse secamente. “Acredite em mim, eu não-“
Eu fiz meu movimento, dando um pulo e o empurrando. Eu me livrei dele, mas não fui longe.
Eu mal me afastei 60 centímetros da cama quando ele me segurou de novo e me puxou para
baixo, dessa vez usando toda a força do seu corpo para me manter imobilizada. De alguma
forma, eu sabia que eu devia ter percebido que era impossível escapar dele, mas eu não
conseguia pensar direito.
“Me solta!” eu grite pela centésima vez hoje a noite tentando me soltar.
“Não,” ele disse, sua voz dura e quase desesperada. “Não até você sair dessa. Isso não é você!”
Tinha lagrimas quentes nos meus olhos. “É sim! Me solta!”
“Não é. Não é você!Não é você!” Havia agonia na voz dele.
“Você está errado! É-“
Minhas palavras de repente morreram. Não é você. Foi a mesma coisa que eu disse a Lissa
quando a vi, aterrorizada, enquanto ela usava sua magia para torturar Jesse. Eu fiquei parada
lá, incapaz de acreditar no que ela estava fazendo. Ela não percebeu que perdeu o controle e
estava prestes a virar um monstro. E agora, olhando nos olhos de Dimitri, vendo o pânico e o
amor, eu percebi que estava acontecendo comigo. Eu era a mesma que ela, tão presa, tão cega
pelos emoções irracionais que eu ao reconheci minhas próprias ações. Era como se eu
estivesse sendo controlada por outra coisa.
Eu tentei lutar contra aquilo, tirar os sentimentos que queimavam em mim. Eles eram muito
fortes. Eu não conseguia. Eu não conseguia deixar eles. Eles me tomaram completamente,
assim como eles tinham feito com Anna e a Sra. Karp.
“Rose,” disse Dimitri. Era apenas o meu nome, mas foi tão poderoso, cheio de tanta coisa.
Dimitri tinha uma fé absoluta em mim, fé na minha própria força e bondade. E ele tinha força
também, uma força que eu vi que ele não tinha medo de me emprestar se eu precisasse. Podia
ter um pouco disso em Lissa, mas ela estava completamente inconsciente sobre Dimitri. O que
ele tinha era amor. Nós éramos como duas metades de um todo, sempre prontos para
suportar o outro. Nenhum de nós era perfeito, mas isso não importava. Com ele, eu consegui
derrotar essa raiva que me enchia. Ele acreditava que eu era mais forte que isso. E eu era.
Devagar, eu senti a escuridão sumir. Eu parei de lutar contra ele. Meu corpo tremeu, mas não
era mais de fúria. Era de medo. Dimitri imediatamente reconheceu a mudança e me soltou.
“Oh meu Deus,” eu disse, a voz tremula.
As mãos dele tocaram o lado do meu rosto, seus dedos passando levemente em minha
bochecha. “Rose,” ele suspirou. “Você está bem?”
Eu engoli as lagrimas. “Eu... eu acho que sim. Por agora.”
“Acabou,” ele disse. Ele ainda estava me tocando, dessa vez afastando meu cabelo do rosto.
“Acabou. Tudo está bem.”
Eu balancei a cabeça. “Não. Não está. Você... você não entende. É verdade – tudo que eu
estava preocupada. Sobre Anna? Sobre eu pegar a loucura do Espírito? Esta acontecendo,
Dimitri. Lissa perdeu o controle com Jesse. Ela estava descontrolada, mas eu a parei porque eu
peguei a raiva dela e pus em mim. E foi – foi horrível. É como se eu fosse, eu não sei, uma
marionete. Eu não consigo me controlar.”
“Você é forte,” ele disse. “Não vai acontecer de novo.”
“Não,” eu disse. Eu podia ouvir minha voz se quebrando enquanto eu lutava para sentar. “Vai
acontecer de novo. Eu vou ser como Anna. Eu vou ficar pior e pior. Dessa vez eu tive sede de
sangue devido ao ódio. Eu queria destruir eles. Eu precisava destruir eles. E da próxima vez? Eu
não sei. Talvez seja loucura como a da Sra. Karp. Talvez eu já seja louca, e é por isso que eu
estou vendo Mason. Talvez eu fique deprimida como Lissa costumava ficar. E eu vou continuar
caindo e caindo nessa situação, e então eu serei como Anna e vou me matar –“
“Não,” Dimitri me interrompeu gentilmente. Ele moveu seu rosto em direção ao meu, nossas
testas quase se tocando. “Não vai acontecer com você. Você é forte. Você vai lutar contra isso,
como você fez dessa vez.”
“Eu só consegui porque você estava aqui.” Ele pos seus braços ao meu redor, e eu pus meu
rosto no peito dele. “Eu não consigo fazer isso sozinha,” eu sussurei.
“Você consegue,” ele disse. Tinha uma nota tremula na voz dele. “Você é forte – você é tão
forte. Eu sempre vou amar você.”
Eu fechei meus olhos. “Você não deveria. Eu vou me tornar algo horrível. Eu já posso ser algo
terrível.” Eu pensei sobre meus comportamentos passados, o jeito que eu andava sendo
grossa com todos. O jeito que eu tentei assustar Ryan e Camille.
Dimitri se afastou para poder olhar para meus olhos. Ele pos meu rosto em suas mãos. “Você
não é. Você não será,” ele disse. “Eu não vou permitir. Não importa o que, eu não vou deixar.”
Emoções encheram meu corpo de novo, mas agora não era ódio ou raiva ou nada disso. Era
um sentimento quente e maravilhoso que fez meu coração bater doer – de um jeito bom. Eu
envolvi meus braços ao redor do pescoço dele, e nossos lábios se encontraram. O beijo foi
amor puro, doce e abençoado, sem desespero ou escuridão. A intensidade do nosso beijo
então aumentou. Ainda estava cheio de amor mas se tornou algo mais – algo faminto e
poderoso. A eletricidade que passava entre nós quando eu lutei e o segurei voltou, nos
envolvendo de novamente.
Me lembrava da noite em que estivemos sobre o feitiço de luxuria de Victor, nós dois sendo
dirigidos por forças que não podíamos controlar. Era como se estivéssemos morrendo de fome
ou nos afogando, e só a outra pessoa pudesse nos salvar. Eu me segurei nele, apenas um braço
ao redor do pescoço dele enquanto minha outra mão segurava as costas dele com tanta força
que minhas unhas praticamente se afundaram na pele. Ele me deitou na cama. As mãos dele
se envolveram na minha cintura, e então uma delas deslizou para a minha coxa e a puxou para
que eu ficasse enrolada ao redor dele.
Ao mesmo tempo, nós dois nos afastamos brevemente, ainda muito perto um do outro. Tudo
no mundo parou naquele momento.
“Não podemos...” ele me disse.
“Eu sei,” eu concordei.
Então a boca dele estava na minha de novo, e dessa vez, eu sabia que não tinha volta. Não
havia paredes dessa vez. Nossos corpos se enrolaram juntos enquanto ele tentava tirar meu
casaco, e então a camiseta dele, então minha camiseta... era realmente muito parecido de
quando lutamos na quadra mais cedo – a mesma paixão e calor. Eu acho que no fim do dia, os
instintos daquela poderosa luta e sexo não são tão diferentes. Todos vem de um lado animal
de nós.
Ainda sim, conforme mais e mais roupas saiam, ia além de paixão animal. Era doce e
maravilhoso ao mesmo tempo. Quando olhei para os olhos dele, eu podia ver ser duvidas que
ele me amava mais que qualquer um no mundo, que eu era a salvação dele, do mesmo jeito
que ele era a minha. Eu nunca esperei que minha primeira vez fosse numa cabana na floresta,
mas eu percebi que o lugar não importava. A pessoa importava. Com alguém que você ama,
poderia ser em qualquer lugar, e seria incrível. Estar na cama mais luxuosa do mundo não
importaria se fosse com alguém que eu não amasse.
E oh, eu o amava. Eu o amava tanto que chegava a doer. Todas as roupas finalmente acabaram
em uma pilha no chão, mas a sensação da pele dele na minha foi mais que o suficiente para
me manter quente. Eu não conseguia dizer onde meu corpo terminava e o dele começava, e
eu decidi que eu sempre quis que fosse assim. Eu não queria que a gente se separasse nunca.
Eu gostaria de ter as palavras para descrever sexo, mas nada que eu possa dizer captura o
quão maravilhoso é. Eu me sentia nervosa, excitada, e um zilhão de outras coisas. Dimitri
parecia tão sábio e habilidoso e infinitamente paciente – assim como em qualquer outro
treinamento. Seguir a liderança dele parecia algo natural, mas ele sempre estava disposto a
me deixar tomar o controle também. Eram iguais finalmente, e a cada toque tinha poder,
mesmo o menor carinho das suas pontas dos dedos.
Quando acabou, eu me deitei com ele. Meu corpo dolorido ... e ao mesmo tempo, eu me
sentia incrível, abençoada e contente. Eu queria ter feito isso muito tempo atrás, mas eu
também sabia que não seria certo até esse exato momento.
Eu descansei minha cabeça no peito de Dimitri, me confortando em seu calor. Ele beijou minha
testa e passou seus dedos pelo meu cabelo.
“Eu amo você, Roza.” Ele me beijou de novo. “Eu sempre estarei lá para você. Eu não vou
deixar nada acontecer com você.”
As palavras eram maravilhosas e perigosas. Ele não deveria dizer nada disso. Ele não deveria
prometer me proteger, não quando deveríamos dedicar nossas vidas em proteger os Moroi
como Lissa. Eu não podia ser a primeira no coração dele, assim como ele não poderia ser o
primeiro no meu. É por isso que eu não deveria ter dito as próximas palavras – mas eu disse
mesmo assim.
“E eu não vou deixar nada acontecer com você,’ eu prometi. “Eu amo você.” Nos beijamos de
novo, engolindo qualquer outra palavra que pudéssemos adicionar.
Ficamos deitados juntos por um tempo depois disso, enrolados um nos braços do outro, sem
dizer muita coisa. Eu podia ter ficado desse jeito para sempre, mas finalmente, nós sabíamos
que tínhamos que ir. Os outros eventualmente iriam procurar por nós para pegar meu
relatório, e se nos encontrasse desse jeito, as coisas certamente seriam feias.
Então nos vestimos, o que não foi fácil já que não conseguíamos parar de nós beijar. E
finalmente, relutantemente, deixamos a cabana. Seguramos as mãos, sabendo que só
poderíamos fazer isso por alguns segundos. Quando estivéssemos mais próximos do campus,
teríamos que agir normalmente. Mas por agora, tudo no mundo era dourado e lindo. Cada
passo que eu dava era cheio de alegria, o ar ao nosso redor parecia cantarolar.
Perguntas ainda estavam na minha mente, é claro. O que tinha acabado de acontecer? Onde
nosso chamado auto controle tinha ido parar? Por agora, eu não me importava. Meu corpo
ainda estava quente e ainda o queria e – de repente parou. Outro sentimento – um nada bem
vindo – estava começando a crescer em mim. Era estranho, como fraca e vacilantes ondas de
náusea misturadas com um espeto contra a minha pele. Dimitri parou imediatamente e me
deu um olhar questionados.
Uma pálida e um pouco luminescente luz materializou na nossa frente. Mason. Ele parecia o
mesmo de sempre – ou não? A tristeza de sempre estava lá, mas eu podia ver outra coisa, algo
que eu não conseguia ver direito o que era.Pânico? Frustração? Eu quase podia jurar que era
medo, mas honestamente, do que um fantasma teria medo?
“Qual o problema?” perguntou Dimitri.
“Você o vê?” eu sussurrei.
Dimitri seguiu meu olhar. “Vê quem?”
“Mason.”
A expressão perturbada de Mason ficou pior. Eu podia não ser capaz de identificar
adequadamente, mas eu sabia que não era nada bom. O sentimento de náusea intensificou,
mas de alguma forma, eu sabia que não tinha nada a ver com ele.
“Rose... deveríamos voltar...” disse Dimitri cuidadosamente. Ele ainda não estava aceitando
que eu estava vendo fantasmas.
Mas eu não me mexi. O rosto de Mason estava dizendo algo para mim – ou tentando. Tinha
algo ali, algo importante que eu precisava saber. Mas eu não conseguia entender.
“O que?” eu perguntei. “O que foi?”
Um olhar de frustração cruzou o rosto dele. Ele apontou para trás de mim, e então derrubou
sua mão.
“Me diga,”! eu disse, minha frustração espelhando a dele. Dimitri estava olhando para trás e
para frente entre eu e Mason, embora Mason provavelmente fosse apenas um espaço vazio
para ele.
Eu estava muito concentrada em Mason para me preocupar com o que Dimiti podia estar
pensando. Tinha algo aqui. Algo grande. Mason abriu sua boca, querendo falar como tinha
tentando antes mas ainda incapaz de falar as palavras. Exceto, que dessa vez, depois de vários
agonizantes segundos, ele conseguiu. As palavras eram quase inaudíveis.
“Eles estão...vindo....”

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