quinta-feira, 24 de maio de 2012

house of night - escolhida (capitulo 13)


TREZE
Me recusando a fofocar com Afrodite sobre Stevie Rae, eu voltei a olhar a TV, mas
depois de um tempo eu não consegui ficar parada, então levantei e fui de janela em
janela fechando as cortinas e persianas. Isso não levou muito tempo, então fui para a
cozinha e comecei a mexer nos armários. Eu já havia notado que a geladeira tinha uma
caixa de Perrier* (*água), duas garrafas de vinho branco, e alguns pedaços daquele
queijo importado caro, que tem cheiro de pé. Havia carne e peixe no frezeer e gelo, mas
era isso. Os armários tinham várias coisas neles, mas era comida de gente rica. Você
sabe, latas importadas de peixe que ainda tem cabeça, mostras defumadas (eesh), outras
carnes estranhas e coisas cortadas, e longas caixas de algo chamado bolacha d’água. Não
havia uma lata de coca decente.
“Vamos ter que ir para o supermercado,” eu disse.
“Você pode manter a Fedida trancada no quarto, tudo o que você tem que fazer é
entrar na conta online com o Petty Foods* (*especie de super online). Clique no que
quiser da loja. Eles entregam e meus pais pagam.”
“Eles não vão surtar quando virem a conta?”
“Nem vão notar,” ela disse. “O banco paga diretamente. Não tem nada demais,”
“Verdade?” Eu estava surpresa por pessoas realmente viverem assim. “Vocês são
ricos.”
Afrodite deu nos ombros. “Yeah. Tanto faz.”
Stevie Rae limpou a garganta e Afrodite e eu pulamos. Ver ela fez meu coração se
apertar com força. O cabelo curto dela estava molhado, e estava no rosto dela em curvas
familiares. Os olhos dela ainda eram vermelhos e seu rosto ainda era pálido, mas estava
limpo. As roupas dela estavam grandes, mas ela parecia Stevie Rae de novo.
“Oi,” eu disse suavemente. “Se sente melhor?”
Ela parecia desconfortável, mas acenou.
“Você está com um cheiro melhor,” Afrodite disse.
Eu olhei para ela.
“O que? Isso foi gentil.”
Eu suspirei e dei a ela um obvio olhar de você não está ajudando. “Ok, que tal
falarmos sobre bolar um plano? Quero dizer, eu sei que Stevie Rae tem, uh, problemas
únicos, mas eu não tenho certeza do que você acha que pode ser feito sobre eles. Ela está
morta. Ou morta viva.” Ela olhou para Stevie Rae. “Ok, eu não estou realmente tentando
ser maldosa, mas -”
“Não é maldosa. É apenas a verdade.” Stevie Rae interrompeu ela. “Mas não finja
que você se importa agora mais com meus sentimentos do que você sentia antes.”
“Eu estava tentando ser gentil,” Afrodite disse, soando o oposto do gentil.
“Tente mais,” eu disse. Então, “Sente-se Stevie Rae.” Ela sentou na cadeira de couro
do lado do sofá. Eu ignorei minha dor de cabeça e sentei no sofá. “Ok, aqui está o que eu
sei.” Eu juntei as pontas dos meus dedos. “Primeiro, Stevie Rae não tem mais que viver
perto de vampiros adultos, então isso significa que ela completou a Mudança.” Afrodite
começou a abrir a boca então me apressei. “Segundo, ela precisa de sangue, mais do que
vampiros adultos normais.” Eu olhei de Afrodite para Stevie Rae. “Alguma de vocês duas
sabe se vampiros adultos ficam loucos se não beberem sangue regularmente?”
“Na aula de Sociologia Vampira Avançada aprendemos que adultos precisam beber
sangue regularmente para ficarem saudáveis. Isso vale para mente e corpo.” Afrodite deu
nos ombros. “Neferet é a professora dessa matéria, e ela nunca disse nada sobre
vampiros ficarem loucos se não beberem sangue. Mas isso pode ser uma das coisas que
eles só nos dizem quando completamos a Mudança.”
“Eu não sabia nada disso até eu morrer,” Stevie Rae disse.
“Pode ser sangue de qualquer mamífero, ou precisa ser humano?”
“Humano.”
Eu perguntei a Stevie Rae, mas ela e Afrodite responderam ao mesmo tempo.
“Ok, bem, além de ter que beber sangue e não precisar ficar perto de vampiros
adultos, Stevie Rae não pode entrar em casas sem ser convidada.”
“Por alguém que vive nela,” Stevie Rae acrescentou. “Mas não tem nada demais.”
“Como assim?” Eu perguntei.
Stevie Rae virou seu olhar vermelho para mim. “Eu posso obrigar humanos a fazer
coisas que eles não querem.”
Com um esforço, eu não tremi.
“Isso não é um choque,” Afrodite disse. “Vários vampiros adultos tem forte
personalidade e podem ser muito persuasivos com humanos. É uma das razões deles
terem tanto medo de nós. Você deveria saber disso, Zoey.”
“Huh?”
Afrodite ergueu uma sobrancelha. “Você sofreu um Imprint com seu namorado
humano. O quão difícil foi persuadir ela a deixar você chupar ele. Ela pausou, e sorriu
travessamente. “O sangue, quero dizer.”
Eu ignorei o comentário vadio. “Ok, Stevie Rae também tem isso com os vampiros
também. Mas vampiros não tem que ser convidados para a casa de alguém, tem?”
“Nunca ouvi falar de algo assim,” Afrodite disse.
“É porque eu não tenho alma,” Stevie Rae disse numa voz sem qualquer emoção.
“Você não é sem alma,” eu disse automaticamente.
“Você está errada. Eu morri e Neferet descobriu um jeito de trazer meu corpo de
volta, mas ela não trouxe minha humanidade de volta também. Minha alma ainda está
morta.”
Eu nem agüentei pensar na possibilidade de que isso pudesse ser possível, e abri a
boca para discutir com ela, mas Afrodite foi mais rápida.
“Isso faz sentido. É o do porque você não conseguir entrar na casa de uma pessoa
viva sem ser convidada. É também provavelmente o porquê de você pegar fogo se o sol te
atingir. Sem alma - não agüenta a luz.”
“Como você sabe disso?” Stevie Rae perguntou.
“Eu tenho visões, lembra?”
“Eu pensei que Nyx tinha te abandonado e tirado suas visões,” Stevie Rae disse
cruelmente.
“Isso é o que Neferet quer que as pessoas acreditem porque Afrodite teve visões
sobre ela - e sobre você,” eu disse prontamente. “Mas Nyx não abandonou ela e nem
você.”
“Então porque você está ajudando Zoey?” Stevie Rae jogou a pergunta em Afrodite.
“E não diga aquela merda sobre Nyx ter senso de humor. Qual é a verdadeira razão?”
Afrodite zombou. “Porque estou ajudando não é da sua conta.”
Stevie Rae levantou e se moveu pela sala tão rápido que seus movimentos foram um
borrão. Antes deu poder piscar ela tinha colocado as mãos ao redor da garganta de
Afrodite e pressionado seu rosto perto do dela. “Você está errada. É da minha conta,
também, porque estou aqui. Lembra, você me convidou?”
“Stevie Rae, solta ela.” Eu mantive a voz calma, mas meu pulso estava batendo feito
louco. Stevie Rae parecia e soava mais do que apenas um pouco maluca.
“Eu nunca gostei dela, Zoey. Você sabe disso. Eu te disse um zilhão de vezes que ela
não era legal e que você deveria ficar longe dela. Eu não sei por que não deveria quebrar
o pescoço dela.”
Eu estava começando a me preocupar com o quão esbugalhados os olhos de
Afrodite pareciam e o quão vermelho seus olhos estavam ficando. Ela lutou contra Stevie
Rae, mas era como alguém tentando se soltar de um grande e maldoso adulto. Me ajude
a passar por Stevie Rae. Eu mandei uma reza silenciosa para a deusa quando comecei a
me concentrar para poder usar os poderes dos elementos para mim. Então palavras foram
sussurradas na minha mente e eu rapidamente as repeti.
“Você não deveria quebrar o pescoço dela porque você não é um monstro.”
Ela não soltou Afrodite, mas Stevie Rae virou sua cabeça para poder olhar para mim.
“Como você sabe disso?”
Eu não hesitei, “Porque acredito em nossa deusa, e acredito na parte de você que
ainda é minha melhor amiga.”
Stevie Rae soltou Afrodite, que começou a tossir e a esfregar o pescoço.
“Diga que sente muito,” eu disse a Stevie Rae. Os olhos vermelhos dela me
perfuraram, mas eu levantei o queixo e a encarei. “Diga que sente muito para Afrodite,”
eu repeti.
“Eu não sinto muito,” Stevie Rae disse quando andou (numa velocidade normal) de
volta para sua cadeira.
“Nyx deu a Afrodite uma afinidade pela terra,” eu disse bruscamente. O corpo de
Stevie Rae virou como se eu tivesse batido nela. “Então atacando ela você está na
verdade atacando Nyx.”
“Nyx está deixando ela assumir meu lugar!”
“Não. Nyx está deixando ela ajudar você. Eu não posso descobrir isso sozinha, Stevie
Rae. Eu não posso deixar nenhum dos meus amigos saberem sobre isso porque se eu
fizer vai ser uma questão de tempo antes de Neferet descobrir tudo que eles sabem, e
embora eu não sabia muita coisa, eu acredito que Neferet se tornou má. Então
basicamente somos nós contra uma poderosa Alta Sacerdotisa. Afrodite é a única caloura
além de mim cuja mente Neferet não pode ler. Precisamos de ajuda.”
Stevie Rae estreitou os olhos para Afrodite, que ainda estava esfregando o pescoço e
respirando com força. “Eu ainda quero saber por que ela se incomoda em nos ajudar. Ela
nunca gostou de nenhuma de nós. Ela é uma mentirosa e uma vaca total.”
“Reparação,” Afrodite conseguiu dizer.
“O que?” Stevie Rae disse.
Afrodite olhou para ela. A voz dela era áspera, mas ela definitivamente estava
recuperando o fôlego e passou de ficar assustada para ficar fula. “Qual o problema? A
palavra é muito grande para você? R-E-P-A-R-A-Ç-Ã-O.” Ela soletrou. “Significa que eu
tenho que compensar algumas coisas que fiz. Muita coisa, na verdade. Então tenho que
fazer o que não fiz antes - que é seguir a vontade de Nyx.” Ela parou e limpou a garganta,
e fez uma careta de dor. “Não, eu não gosto tanto quanto você. E, quer saber, você ainda
está fedendo e suas roupas country são idiotas.”
“Afrodite respondeu sua pergunta,” eu disse a Stevie Rae. “Ela podia ter sido mais
gentil, mas você acabou de tentar sufocar ela até a morte. Agora se desculpe a ela.” Eu
encarei Stevie Rae enquanto silenciosamente chamei a energia do espírito para mim. Eu vi
Stevie Rae recuar, e ela finalmente olhou para longe.
“Desculpe,” ela murmurou.
“Eu não consegui ouvir ela,” Afrodite disse.
“E eu não agüento vocês duas agindo como dois bebezões!” eu surtei. “Stevie Rae,
se desculpe a ela como uma pessoa normal ao invés de uma pirralha mimada.”
“Eu sinto muito,” Stevie Rae disse, franzindo para Afrodite.
“Ok, olha,” eu disse. “Precisamos de algum tipo de trégua entre nós. Eu não posso
ter medo de virar de costas e vocês duas tentarem se matar.”
“Ela não poderia me matar,” Stevie Rae disse, virando os lábios de forma nada
atraente.
“Porque você já está morta ou porque eu não me aproximaria o bastante do seu
fedor para chutar sua bunda?” Afrodite perguntou em uma voz doce.
“É exatamente isso ao que estou me referindo!” Eu gritei. “Parem! Se não pudermos
nos dar bem, como diabos vamos descobrir um jeito de enfrentar Neferet e resolver o que
aconteceu com Stevie Rae?”
“Temos que enfrentar Neferet?” Afrodite disse.
“Porque temos que enfrentar ela?” Stevie Rae disse.
“Porque ela é uma fudida maldosa!” Eu gritei.
“Yeah, e você não foi atingida por um raio ou derreteu nem nada fudido desse tipo,”
Afrodite disse alegremente.
“Isso não pareceu certo saindo da sua boca, Z,” Stevie Rae disse.
Eu não pude me impedir de sorrir para Stevie Rae. Ela de repente parecia e soava
mais como ela e eu senti uma enorme onda de esperança. Ela ainda estava ali. Eu só
tinha que descobrir um jeito de fazer ela entrar em contando com o seu -
“É isso!” Eu sentei mais na frente excitada.
“Você xingar? Eu não acho, Z. Não é você,” Stevie Rae disse.
“Eu acho que você estava certa quando disse que sua alma está sumida, Stevie Rae.
Ou pelo menos parte dela está sumida.”
“Você faz parecer que é uma coisa boa, o que eu não entendo,” Afrodite disse.
“Eu odeio concordar com ela, mas sim, eu perder a alma é algo bom?” Stevie Rae
disse.
“Porque é assim que eu vou consertar você!” Elas só me olharam, com olhos de
boba. Eu virei os olhos. “Tudo que temos que fazer é descobrir um jeito de colocar sua
alma inteira no seu corpo. Você pode voltar a ser como era. Claramente, você completou
uma Mudança que não é exatamente normal.”
“Claramente,” Afrodite murmurou.
“Mas com uma alma curada você tem sua humanidade de volta - você volta ao
normal. E isso é o que realmente importa. Todas essas outras coisas,” eu fiz um gesto
abstrato em direção a ela. “Você sabe, seus olhos estranhos e todo o negocio de bebersangue-
ou-ficar-louca, podem ser lidadas se você voltar a ao normal.”
“Isso é mais uma daquelas merdas o-lado-de-dentro-é-mais-importante que o de
fora?” Afrodite disse.
“É, e Afrodite você está me irritando com a sua atitude tão negativa,” eu disse.
“Eu acho que seu grupo precisa de alguém pessimista,” ela disse, parecendo meio
feliz.
“Você não é parte do grupo dela,” Stevie Rae disse.
“No momento nem você, Fedida,” Afrodite respondeu.
“Bruxa odiosa! Nunca -”
“CHEGA!” Eu virei minhas mãos para as duas enquanto me concentrava no fato das
duas precisarem apanhar. O vento obedeceu e elas sentaram de volta quando uma
pequena e concentrada ventania ficava atrás delas. “Ok, pare agora,” eu disse
rapidamente. O vento imediatamente parou. “Uh, desculpa. Perdi a calma.”
Afrodite imediatamente começou a passar os dedos pelos cabelos completamente
descabelados. “Eu acho que você perdeu a droga da cabeça,” Afrodite reclamou.
Pessoalmente, eu achei que ela podia ter razão, mas eu não queria admitir. Eu olhei
para o relógio e fiquei chocada por ver que eram 7 da manha. Não era de se admirar que
eu estivesse tão cansada. “Olhem, vocês duas. Estamos cansadas. Vamos dormir um
pouco e nos encontrar aqui depois do Ritual da Lua Cheia. Eu vou pesquisar mais e ver se
descubro algo sobre almas perdidas ou quebradas e como consertar elas.” Pelo menos eu
tinha algo para me concentrar agora, ao invés de buscar livremente na biblioteca. Bem,
isso quando eu não estava me agarrando com Loren. Ah, diabos. Eu esqueci dele.
“Parece um plano para mim. Estou pronta para sair daqui.” Afrodite levantou. “Meus
pais só voltam daqui 3 semanas então você não precisa se preocupar com eles voltarem
para casa. Tem jardineiros que vem aqui duas vezes por semana, mas isso é durante o dia
e - oh, yeah - você vai pegar fogo se sair durante o dia, então eles verem você não deve
ser um problema também. A empregada normalmente aparece uma vez por semana
quando meus pais não estão, para manter a casa perfeita, mas ela só vem aqui quando
minha vó está visitando, então isso também não é problema.”
“Wow, ela é realmente rica,” Stevie Rae disse para mim.
“Aparentemente,” eu disse.
“Você tem net?” Stevie Rae perguntou a Afrodite.
“É claro,” ela disse.
“Legal,” Stevie Rae disse, parecendo mais feliz desde que tinha morrido.
“Ok, então, vamos sair daqui,” eu disse, me juntando a Afrodite na porta. “Oh,
Stevie Rae, eu te comprei um celular. Está na bolsa. Se precisar de algo, me ligue. Eu vou
lembrar de manter ele comigo e ligado.” Eu pausei, me sentindo estranhamente incerta
sobre deixar ela.
“Vá. Eu te vejo depois,” Stevie Rae disse. “Você não precisa se preocupar comigo. Eu
já estou morta. O que mais pode dar errado?”
“Ela tem razão,” Afrodite disse.
“Ok, bem. Eu entendi,” eu disse. Eu não quis dizer que achava que ela também tinha
razão. Isso parecia pedir por problemas. Eu quero dizer, ela era morta viva, e isso era
muito ruim. Mas haviam outras coisas que podiam dar errado também. A idéia me deu um
calafrio na espinha, o que, infelizmente, eu ignorei e continuei imaginando o futuro. Eu
não tinha idéia do horror que estava prestes a acontecer.

house of night - escolhida (capitulo 12)


DOZE
Eu sabia que Stevie Rae tinha chegado no gazebo antes de mim. Eu não podia ver
ela, mas podia sentir o cheiro dela. Eesh. Serio, eesh. Eu esperava que um banho e um
xampu ajudasse com o cheiro, mas eu meio que duvidava. Afinal de conta, ela estava,
bem, morta.
“Stevie Rae, eu sei que você está aqui em algum ligar.” Eu chamei o mais
quietamente que pude. Ok, vampiros tem a habilidade de se movimentar silenciosamente
e criar tipo uma bolha de invisibilidade ao redor deles. Calouros também tem essa
habilidade. Só não é tão completa. Já que eu sou uma estranha e talentosa caloura, eu
posso me mover quase tão bem e não ser vista por ninguém que pode estar espiando pela
janela as 3 da manha, como um guarda de segurança do museu. Então eu estava bem
confiante em relação a minha de não ser vista no semi-escuro, terrenos do museu, mas eu
não fazia idéia se podia estender minha habilidade para Stevie Rae. Em outras palavras,
eu precisava pegar ela, e tirar ela dali.
“Sai daí. Eu tenho suas roupas e um pouco de sangue e o último CD do Kenny
Chesney.” Eu adicionei a última parte como uma chantagem. Stevie Rae era ridiculamente
caidinha por Kenny Chesney. Não, eu também não entendo.
“O sangue!” Uma voz que poderia ser de Stevie Rae se ela estivesse com um
péssimo resfriado e tivesse perdido a cabeça assoviou de trás dos arbustos na base do
gazebo.
Eu fui até atrás do gazebo passando pela grossa (e molhada) folhagem. “Stevie
Rae?”
Olhos brilhando de um tom horrivelmente vermelho, ela tropeçou para fora dos
arbustos e se lançou na minha direção. “Me dê o sangue!”
OhmeuDues, ela parecia uma pessoa absolutamente maluca. Rapidamente eu abri
minha bolsa, peguei a bolsa de sangue, e a entreguei para ela. “Peraí um segundo, eu
tenho uma tesoura aqui em algum lugar e eu-”
Com um rangido de dentes bem nojento, Stevie Rae abriu a pequena bolsa com seus
dentes (uh, presas é mais provavelmente), abriu a bolsa, e engoliu o sangue. Quando ela
secou a bolsa ela a jogou no chão. Ela estava respirando como se tivesse acabado de
correr em uma corrida quando finalmente olhou para mim.
“Não é bonito, é?”
Eu sorri e tentei o máximo ignorar o quão horrizada eu realmente estava. “Bem,
minha avó sempre diz que a gramática correta e bons medos nos fazem mais atraente,
então talvez você queira parar com o “não é bonito” e dizer ‘por favor’ da próxima vez.”
“Eu preciso de mais sangue.”
“Eu te consegui mais 4 bolsas. Estão no refrigerador no lugar que você vai ficar.
Você quer mudar de roupa aqui, ou esperar até tomar banho? É mais para baixo.”
“Do que você está falando? Só me da as roupas e o sangue.”
Os olhos dela não eram mais tão vermelhos brilhantes, mas ela ainda parecia
maldosa e louca. Ela estava ainda mais magra e pálida do que da noite anterior. Eu
respirei fundo. “Isso tem que parar, Stevie Rae.”
“Isso é como eu sou agora. Isso não vai mudar. Eu não vou mudar.” Ela apontou
para a lua crescente na testa. “Ela nunca se preenchera e eu sempre estarei morta.”
Eu olhei para as linhas da lua crescente. Estava sumindo? Eu achei que
definitivamente parecia estar mais clara, ou no mínimo menos distinta, o que não podia
ser bom. Isso me abalou. “Você não está morta” era tudo que eu podia pensar para dizer.
“Eu me sinto morta.”
“Ok, bem, você parece morta. Quando eu me pareço uma droga normalmente
também me sinto uma droga. Talvez essa seja parte do motivo para você se sentir mal.”
Eu peguei na minha bolsa uma das botas de cowboy. “Veja o que eu trouxe para você.”
“Sapatos não podem consertar o mundo” Esse era um assunto que Stevie Rae e as
Gêmeas sempre discutiram, e a voz dela tinha uma dica da antiga exasperação.
“Não é o que as Gêmeas diriam.”
O tom familiar da voz dela mudou para uma voz sem expressão e fria. “O que as
Gêmeas diriam se elas me vissem agora?”
Eu encarei os olhos vermelhos de Stevie Rae. “Elas diriam que você precisa de um
banho e checar sua atitude, mas elas também ficariam incrivelmente felizes por você estar
viva.”
“Eu não estou viva. É o que eu fico tentando fazer você entender.”
“Stevie Rae, eu não vou entender isso porque você fica falando e falando. Eu não
acho que você é morta - eu acho que você está mudada. Não como em Mudada em uma
vampira adulta. Você fez outro tipo de Mudança, e eu acho que é mais difícil da que está
acontecendo comigo. É por isso que você está passando por isso. Você pode, por favor,
me dar uma chance de te ajudar? Você pode só tentar acreditar que tudo vai ficar bem?”
“Eu não sei como você pode ter certeza disso,” ela disse.
Eu dei a ela a resposta que eu sentia no fundo da minha alma, e sabia no momento
que eu disse que era a coisa certa a dizer. “Eu tenho certeza que você vai ficar bem
porque eu tenho certeza que Nyx ainda ama você e ela deixou isso acontecer por uma
razão.”
A esperança que passou nos olhos de Stevie Rae foi quase doloroso de ver. “Você
realmente acredita que Nyx não desistiu de mim?”
“Nyx não desistiu e nem eu vou.” Eu ignorei o cheiro dela e dei um duro abraço, que
ela não retornou, mas ela também não se afastou ou tentou me morder no pescoço,
então achei que estava fazendo progresso. “Anda. O lugar que eu encontrei para você
ficar é logo abaixo.”
Eu comecei a andar, acreditando que ela ia me seguir, que ela fez logo depois de
uma leve hesitação. Passamos pelo gramado do museu e entramos em Rockford, a rua
que passa na frente dele. 27, a rua da mansão da Afrodite (bem, era a casa dos pais
malucos dela) passa pela direto em Rockdord. Me sentindo mais do que apenas um pouco
sonhadora, eu andei no meio da rua na escuridão, me concentrando em me esconder
silenciosa e invisível, com Stevie Rae seguido logo atrás de mim. Estava escuro e parecia
sobrenatural silencioso. Eu olhei pelos galhos de inverno das antigas árvores que se
alinhavam na rua. Eu deveria ser capaz de ver uma quase lua cheia, mas as nuvens
estavam a tapando, obscurecendo tudo menos um brilho distinto de branco onde a nuvem
deveria estar. Tinha ficado frio, e eu estava feliz por meu metabolismo em mudança me
proteger do vento. Eu imaginei se a mudança de temperatura incomodava Stevie Rae, e
eu ia perguntar a ela quando ela de repente falou.
“Neferet não vai gostar disso.”
“Disso?”
“Deu ficar com você ao invés dos outros.” Stevie Rae parecia bem agitada e estava
puxando as mãos uma na outra.
“Relaxe, Neferet não vai saber que você está comigo, pelo menos até eu ficar pronta
até ela saber,” eu disse.
“Ela vai saber assim que voltar e eu não estiver com os outros.”
“Não, ela só vai saber que você sumiu. Qualquer coisa pode ter acontecido com
você.” Então uma idéia me atingiu que eu parei como se tivesse atingido uma árvore.
“Stevie Rae! Você não tem que ficar perto de um vampiro adulto para ficar bem!”
“Huh?”
“Isso prova que você Mudou! Você não está tossindo e morrendo!”
“Zoey, eu já fiz isso.”
“Não não não! Não é o que eu quis dizer.” Eu peguei o braço dela, ignorando o fato
que ela imediatamente se afastou do meu aperto e deu um passo para longe de mim.
“Você pode existir sem os vampiros. Só outro vampiro adulto pode fazer isso. Então é
como eu disse. Você Mudou, é só um tipo diferente de Mudança!”
“E isso é algo bom?”
“Yep!” Eu não tinha tanta certeza quanto soava, mas eu estava determinada a
continuar a positiva com Stevie Rae. Além do mais, ela não está parecendo bem. Eu quero
dizer, ainda mais não tão bem quando ela normalmente parece. “Qual o seu problema?”
“Eu preciso de sangue!” Ela passou sua mão tremula na sujeira do rosto dela. “A
pequena bolsa não foi o suficiente. Você me impediu de me alimentar ontem, então não
me alimento desde anti ontem. É - é ruim quando não me alimento.” Ela baixou a cabeça
de forma estranha, como se estivesse ouvindo uma voz no vento. “Eu posso ouvir o
sangue passando pelas veias deles.”
“Veia de quem?” Eu estava tão intrigada quando enojada.
Ela fez um gesto abrangente com seus braços que era tão feral quanto gracioso.
“Dos humanos dormindo ao nosso redor.” A voz dela tinha caído para um sussurro. Havia
algo no tom que me fez querer me aproximar dela, embora os olhos dela tivessem voltado
a brilhar vermelho de novo e ela cheirasse tão mal que me fazia querer vomitar. “Um
deles esta acordado.” Ela apontou para a enorme malsão a direita de onde paramos; “É
uma garota... uma adolescente.... ela está sozinha do quarto...”
A voz de Stevie Rae era sedutora. Meu coração começou a bater com força no meu
peito. “Como você sabe disso?” eu sussurrei.
Ela virou os olhos para mim. “Tem tanta coisa que eu sei. Eu sei sobre sua ânsia por
sangue. Eu posso sentir o cheiro. Não tem porque você mão ceder a ela. Poderíamos
entrar na casa. Ir até a garota no quarto e pegar ela juntas. Eu divido com você, Zoey.”
Por um segundo eu fiquei perdida na obsessão que esquentou os olhos de Stevie
Rae, e na minha própria necessidade. Eu não experimentava sangue humano desde que
experimentei o sangue de Heath um mês atrás. A memória daquele único e maravilhoso
gole passou por meu corpo como um segredo atormentando meu corpo. Completamente
mesmerizada, eu vi Stevie Rae que estava me pegando em sua linda escuridão, e sua
profundidade.
“Eu posso te mostrar como entrar na casa. Eu posso sentir os jeitos secretos. Você
pode fazer a garota me convidar para entrar - eu não posso entrar na casa de alguém a
não ser que me convidem primeiro. Mas quando eu entrar...” Stevie Rae riu.
Foi a risada dela que me fez voltar a normal. Stevie Rae costumava ter a melhor
risada. Era feliz e jovem e inocentemente apaixonada pela vida. Agora o que saia da boca
dela era um maldoso e distorcido eco daquela antiga alegria.
“O apartamento é a duas casas de distancia. Tem sangue na geladeira.” Eu virei e
comecei a andar rapidamente pela rua.
“Não é quente e não é fresco.” Ela soava fula, mas ela estava me seguindo de novo.
“É fresco o bastante, e tem um microondas. Você pode esquentar ele.”
Ela não disse mais nada, e chegamos na mansão em apenas alguns minutos. Eu
levei ela pela garagem do apartamento, abri a porta de fora, e entrou. Eu estava subindo
quando percebi que Stevie Rae não estava atrás de mim. Voltando rapidamente para a
porta eu a vi parada do lado de fora na escuridão. Tudo que era visível dela era o
vermelho dos olhos dela.
“Você tem que me convidar a entrar,” ela disse.
“Oh, desculpe.” O que ela disse antes não se registrou em mim, e agora senti uma
onda de choque com essa prova da diferença de alma em Stevie Rae. “Uh, entre,” eu
disse rapidamente.
Stevie Rae deu um passo para frente e bateu numa barreira invisível. Ela deu um
grito de dor, que se transformou num resmungo. Os olhos dela brilharam para mim.
“Suponho que seu plano não tenha funcionado. Eu não posso entrar.”
“Eu achei que você tinha dito que só precisava ser convidada.”
“Por alguém que vive na casa. Você não vive aqui.”
Abaixo de mim, a voz fria e educada de Afrodite (soando incontavelmente como a da
mãe dela) falou. “Eu vivo aqui. Entre.”
Stevie Rae entrou sem problemas. Ela começou a subir pela escada e tinha quase me
alcançado quando ela deve ter registrado a voz de Afrodite. Eu vi o rosto dela mudar de
sem expressão para olhos acessos e perigosos.
“Você me trouxe para a casa dela!” Stevie Rae estava falando comigo, mas
encarando Afrodite.
“Sim, e porque é bem fácil de explicar.” Eu considerei agarrar ela caso ela surtasse,
então lembrei como estranhamente forte ela se tornou, então comecei a me centrar, me
perguntando se minha habilidade com o vento seria capaz de fechar a porta antes dela
poder fugir.
“Como você pode explicar! Você sabe que odeio Afrodite.” Então ela olhou para mim.
“Eu morro e agora ela é sua amiga?”
Eu estava abrindo minha boca para assegurar Stevie Rae que Afrodite e eu não
tínhamos virado amigas exatamente quando a voz arrogante de Afrodite me interrompeu.
“Cai na real. Zoey e eu não somos amigas. A sua pequena herda de nerds ainda está
intacta. A única razão do porque eu estou envolvida é porque Nyx tem um senso de
humor totalmente bizarro. Então entre ou sai daqui. Como se eu me importasse...” A voz
dela morreu quando ela voltou para o apartamento.
“Você confia em mim?” eu perguntei a Stevie Rae.
Ela olhou para mim pelo que pareceu muito tempo antes de responder. “Sim.”
“Então entre.” Eu continuei subindo a escada quando Stevie Rae me seguiu
relutantemente atrás.
Afrodite estava rindo no fingindo assistir MTV. Quando entramos na sala ela enrugou
o nariz e disse, “Que cheiro nojento é esse? Parece que algo morreu e-” ela olhou para
cima e viu Stevie Rae. Os olhos dela se alargaram. “Esquece.” Ela apontou para a ponta
do apartamento. “Banheiro é para lá.”
Eu entreguei a Stevie Rae minha bolsa. “Aqui está. Vamos conversar quando você
voltar.”
“Sangue primeiro,” Stevie Rae disse.
“Vá em frente e eu levo uma bolsa para você.” Stevie Rae estava olhando para
Afrodite, que estava olhando para a TV. “Traga duas,” ela praticamente assoviou.
“Tudo bem. Eu levo duas.”
Sem outra palavra, Stevie Rae saiu da sala. Eu a observei caminhar pelo corredor de
um jeito selvagem.
“Olá! Nojento, asqueroso, e totalmente perturbador,” Afrodite sussurrou. “Como se
você não pudesse ter me avisado.”
“Eu tentei. Você achou que sabia de tudo. Lembra?” Eu sussurrei de volta. Então fui
para a cozinha e peguei as duas bolsas de sangue. “Você também disse que seria gentil.”
Eu bati na porta do banheiro. Stevie Rae não disse nada, então eu abri devagar e
espiei. Ela estava segurando as jeans, camiseta, e botas, e estava parada ali, no meio do
ótimo banheiro, olhando as roupas. Ela estava parcialmente virada para longe de mim,
então eu não podia ter certeza, mas eu achei que ela poderia estar chorando.
“Eu te trouxe sangue,” eu disse suavemente.
Stevie Rae se balançou, esfregou a mão no rosto, e então jogou as roupas e botas
no na pia de mármore. Ela estendeu a mão pelas bolsa. Eu dei elas para ela, junto com
uma tesoura que peguei da cozinha.
“Precisa de ajuda para encontrar algo?” eu perguntei.
Stevie Rae balançou a cabeça. Sem olhar para mim ela disse, “Você está esperando
aqui porque está curiosa para saber como eu fico nua ou porque você quer um pouco de
sangue?”
“Nenhum dos dois.” Eu mantive minha voz perfeitamente normal, me recusando a
ficar com irritada com ela como ela claramente estava querendo. “Eu vou estar na sala.
Você pode jogar suas antigas roupas no corredor e eu vou jogar elas fora para você.” Eu
fechei a porta do banheiro firmemente atrás de mim.
Afrodite estava balançando a cabeça para mim quando eu voltei para ela. “Você acha
que pode arrumar aquilo?”
“Mantenha sua voz baixa!” Eu sussurrei. Então sentei com força do lado oposto do
sofá. “E, não, eu não acho que eu posso arrumar ela. Eu acho que Nyx pode arrumar ela.”
Afrodite deu nos ombros. “Ela cheira tão mal quanto parece.”
“Estou tão ciente disso quanto ela está.”
“Só estou dizendo, ugh.”
“Diga o que quiser, só não diga para Stevie Rae.”
“Então para o registro eu só quero dizer que a garota não parece segura para mim,”
Afrodite disse, levantando a mão como se tivesse fazendo um juramento. “Eu tenho duas
palavras para ela: bomba relógio. Eu acho que ela ia assustar até sua horda de nerds.”
“Eu realmente queria que você parasse de chamar ela assim,” eu disse. Deus, eu
estava exausta.
“Você tem amigos finais de semana nerds,” ela disse.
“Huh?” eu não tinha idéia do que ela estava falando.
“Tem finais de semana quando que você e sua gangue se juntam para assistir
maratonas dos filmes de Star Wars e Senhor dos Anéis.”
“Yeah, e?”
Afrodite me deu uma melodramática virada de olhos. “Você não está entendendo o
quão nerd isso é e prova o meu ponto. Vocês são definitivamente uma horda de nerds.”
Eu ouvi a porta do banheiro abrir e fechar, então não me incomodei de dizer a
Afrodite que, sim, de fato, eu sabia o quão nerds esses filmes eram, mas que nerd
também podia ser divertido, especialmente quando você está agindo como nerd junto com
seus amigos e comendo pico e falando sobre o quão totalmente gostosos são Anakin e
Aragon (eu meio que gosto do Legolas também, mas as Gêmeas dizem que ele é muito
gay. Damien, é claro, adora ele.). Eu peguei uma lixeira debaixo da pia da cozinha e
joguei as roupas nojentas de Stevie Rae nela, amarrando e abrindo a porta do
apartamento e então jogando pelas escadas.
“Vil,” Afrodite disse.
Eu sentei no sofá, ignorei ela e encarei, sem ver realmente, a TV.
“Não vamos falar sobre aquilo.” Afrodite apontou o queixo em direção ao banheiro.
“Stevie Rae é ela, não aquilo.”
“Ela cheira como um aquilo.”
“E não. Não vamos falar sobre ela até ela se juntar a nós,” eu disse firmemente

house of night - escolhida (capitulo 11)


ONZE
Eu encontrei o medalhão de coração quando estava mexendo nas roupas de Stevie
Rae. Eu estava com ela na noite que ela morreu, e quando eu voltei para nosso quarto o
esquadrão de limpeza vampiro (ou seja como for que eles se chamem) já tinha estado
aqui e pego todas as coisas de Stevie Rae. Eu fiquei fula. Realmente fula. E insisti que eles
devolvessem algumas das coisas dela de volta porque eu queria ter coisas para me
lembrar dela. Então Anastásia, a professora que ensina feitiços e rituais (ela é muito gentil
e casada com Dragon Lankford, o professor de esgrima) me levou para um deposito
bizarro onde eu coloquei algumas das coisas de Stevie Rae numa mala e então eu joguei
tudo de volta onde costumava ser o armário dela. Eu lembro que Anastásia foi gentil
comigo, mas ela também claramente desaprovou eu ter pego algumas coisas de Stevie
Rae.
Quando um calouro morre, os vampiros esperam que a gente esqueça e siga em
frente. Ponto.
Bem, eu não acho que isso é certo. Eu não ia esquecer minha melhor amiga, mesmo
antes de descobrir que ela virou uma morta viva.
De qualquer forma, eu tinha pego as jeans dela quando algo saiu do bolso dela. Era
um envelope que estava escrito ZOEY do lado de fora com a letra de Stevie Rae. Meu
estomago doeu enquanto eu o abri. Dentro havia um cartão de aniversário - um daqueles
bobos com uma foto de um gato (que parecia Nala) usando um daqueles chapéus de
aniversários pontudos e um olhar carrancudo. Dentro dizia FELIZ ANIVERSÁRIO, OU ALGO
ASSIM, COMO SE EU ME IMPORTASSE EU SOU UM GATO. Stevie Rae desenhou um
enorme coração e escreveu TE AMO! STEVIE RAE E A NALA RABUGENTA. No fundo do
envelope havia uma corrente de prata. Eu a ergui para encontrar um delicado medalhão
de coração na corrente. Minhas mãos tremiam enquanto eu abria o medalhão. Uma foto
dobrada muitas vezes caiu. Eu a abri com cuidado, e com um pequeno soluço, reconheci a
foto que eu tinha tirado de nós duas (segurando a câmera, esmagando nossos rostos
juntos, e pressionando o botão pra tirar a foto).
Limpando os olhos, eu dobrei a foto de volta e a coloquei no medalhão colocando a
corrente envolta do meu pescoço. Era uma corrente curta então o coração ficou logo
abaixo da minha garganta.
De alguma forma, encontrar o colar me fez sentir forte, e também pegar o sangue
da cozinha foi mais fácil do que eu achei que seria. Ao invés da minha bolsa normal - a
pequena de marca que eu encontrei numa loja em Utica Square ano passado (é feita de
pele falsa pink, totalmente legal), eu peguei minha enorme bolsa - a que eu gostava de
usar como uma bolsa de livros quando estava no ginásio no Broken Arrow, antes de ser
Marcada e minha vida explodir. De qualquer forma, a bolsa era grande o bastante para
carregar alguém gordo (se ele fosse baixo), então foi fácil colocar a jeans Roper, uma
camiseta, as botas de cowboy pretas (ugh), e algumas outras coisas e ainda deixar espaço
para cinco bolsas de sangue. Sim, elas eram nojentas. Sim, eu queria enfiar um canudinho
e chupar como se fosse uma caixa de suco. Sim, eu sou nojenta.
A cafeteria estava fechada, assim como a cozinha, e completamente deserta. Mas
como tudo na escola, não estava trancada. Eu entrei e sai da cozinha facilmente,
segurando minha bolsa cheia de sangue com cuidado enquanto tentava parecer
indiferente e não culpada. (Eu realmente não sou boa com o roubo).
Eu estava preocupada em ver Loren (Que eu realmente, realmente estava tentando
esquecer, mas não tanto para mim tirar os brincos de diamante, mas ainda sim), mas a
única pessoa que eu vi foi um terceiranista chamado Ian Bowser. Ele era nerd e magro,
mas ele também era meio engraçado. Eu tinha aula de teatro com ele e ele era
hilariamente apaixonado pela nossa professora de teatro, professora Nolan. Na verdade,
ele estava procurando pela professora Nolan quando ele literalmente deu um encontrão
em mim no caminho da cafeteria.
“Oh, Zoey, desculpe!” Ian me deu uma pequena e nervosa saudação de respeito,
com o punho em cima do coração. “Eu - eu não queria te atropelar.”
“Sem problemas,” eu disse. Eu odiava quando alguém ficava nervoso e assustado
perto de mim como se achassem que eu pudesse transformar eles em algo vil. Por favor.
É a House of Night, não Hogwarts. (Sim, eu li os livros de Potter e adorei os filmes. Sim, é
mais prova de que eu sou uma nerd.)
“Você não viu a professora Nolan, viu?”
“Não. Eu nem sabia que ela tinha voltado das férias,” eu disse.
“Yeah, ela voltou ontem. Tínhamos um encontro trinta minutos atrás.” Ele riu e ficou
corado. “Eu realmente quero chegar na final da competição de Monólogos de Shakespeare
ano que vem, então eu pedi a ela para ser minha tutora.”
“Oh, isso é legal.” Pobre garoto. Ele nunca chegaria na final de um belo concurso de
Shakespeare se a voz dele não parece de se afinar.
“Se você vir a professora Nolan pode dizer a ela que eu estou procurando por ela?”
“Pode deixar,” eu disse. Ian saiu apressado. Eu segurei minha bolsa e fui
diretamente para o estacionamento e então para o Wal-Mart.
Comprei o celular (com sabonete, escova de dentes, e um CD Kenny Chesney) e foi
fácil. O que não foi fácil foi lidar com a ligação para o Erik.
“Zoey? Onde você está?”
“Ainda na escola,” eu disse. O que não era literalmente uma mentira. Nessa hora eu
estava parada no lado da estrada perto do lugar no muro leste onde havia a porta secreta
que levava para fora da escola. Eu digo “secreta” porque vários calouros e provavelmente
todos os vampiros sabiam sobre ela. Era uma tradição escolar não comentada que
calouros saíssem da escola para um ritual e por algum mal comportamento de vez
enquando.
“Ainda na escola?” ele parecia irritado. “Mas o filme quase acabou.”
“Eu sei. Desculpe.”
“Você está bem? Você sabe que deve ignorar as merdas que Afrodite disse.”
“Yeah, eu sei. Mas ela não disse nada sobre você.” Ou pelo menos quase nada. “Eu
só estou muito estressada agora e só preciso pensar um pouco sobre umas coisas.”
“Coisas de novo.” Ele não soava feliz.
“Eu realmente sinto muito, Erik.”
“Ok, yeah. Sem problemas. Eu te vejo amanha ou algo assim. Bye.” E ele desligou.
“Merda,” eu disse para o telefone mudo.
Afrodite bateu na janela do lado do passageiro o que me vez pular e dar um gritinho.
Eu desliguei o telefone e me inclinei para destrancar a porta para ela.
“Aposto que ele está puto,” ela disse.
“Você tem um ouvido bizarramente bom?”
“Nah, só uma bizarramente boa habilidade de entender as coisas. Além do mais eu
conheço nosso garoto Erik. Você deu um bolo nele hoje. Ele está puto.”
“Ok, primeiro, ele não é nosso garoto. Ele é meu garoto. Segundo, eu não dei o bolo
nele. Terceiro, eu não vou falar de Erik com você, Senhorita Boquete.”
Ao invés de assoviar e cuspir em mim como achei que ela faria, Afrodite riu. “Ok.
Tanto faz. E não derrube nada antes de tentar, Senhorita Santinha.”
“Ok, eew.” Eu disse. “Mudando de assunto. Eu tenho uma idéia de como lidar com o
negocio de Stevie Rae. Eu também não acho que você deveria se esconder. Então me
mostre como chegar na casa dos seus pais. Eu vou te largar lá e então vou pegar Stevie
Rae.”
“Quer que eu vá embora antes de voltar com ela?”
Eu já tinha pensado nisso. Era tentador, mas a verdade era que estava parecendo
cada vez mais que Afrodite e eu iríamos ter que trabalhar juntas para arrumar Stevie Rae.
Então minha melhor amiga morta viva teria que se acostumar em ter Afrodite por perto.
Além do mais, eu já estava fazendo coisas escondidas demais. Eu não conseguia mais
lidar com esconder coisas para a garota que eu estava escondendo de todo mundo. Se
isso faz sentido.
“Não. Stevie Rae vai ter que aprender a lidar contigo.” Eu olhei para Afrodite quando
cheguei na sinaleira e acrescentei alegre, “Ou talvez ela nos faça um favor e coma você.”
“É tão legal você sempre pensar no lado bom das coisas,” Afrodite disse
sarcasticamente. “Ok, vire a direita aqui. Quando chegar em Peoria, vire a esquerda e
desça algumas quadras até você ver uma enorme placa que aponta para a virada de
Philbrook.”
Eu fiz o que ela disse. Nós não ficamos tagarelando, mas não foi estranho e
constrangedor. Era estranho o quão fácil era estar com Afrodite. Eu quero dizer, não que
ela não continuasse sendo uma vaca, mas eu estava meio que gostando dela. Ou talvez
esse fosse só outro sinal que eu precisava considerar terapia seriamente, e eu me
perguntei se Prozac ou Lexapro ou algum outro adorável antidepressivo funcionaria em
um calouro.
Na placa de Philbrook eu virei a esquerda e Afrodite disse, “Ok, estamos quase lá. É
a casa 50 da direita. Não entre na primeira entrada, entre na segunda. Essa vai por trás
da casa na garagem do apartamento.”
Nós entramos e tudo o que eu pude fazer era balançar a cabeça. “É aqui que você
vive?”
“Costumava viver,” ela disse.
“É uma P mansão!” E uma legal. Parecia algo que eu imaginava que caras ricos que
vivam na Itália tivessem.
“Era uma puta prisão. Ainda é.” Eu ia dizer algo semi-profudno sobre ela estar livre
agora que ela foi Marcada e era uma menor antecipada e ela podia dizer aos pais para se
mandarem (como eu tinha feito), mas o próximo comentário espertinho dela me fez
esquecer a coisa legal que eu ia dizer. “E é realmente muito irritante você ser muito pura
para xingar. Dizer fuder não vai matar você. Não vai nem significar que você não é
virgem.”
“Eu xingo. Eu digo merda e droga. Muito.” E porque eu de repente senti a
necessidade de defender minhas preferências por não-xingamentos?
“Tanto faz,” ela disse, claramente rindo de mim.
“E não tem nada errado em ser virgem. É melhor que ser uma vadia.”
Afrodite ainda estava rindo. “Você tem muito a aprender, Z.” Ela apontou para o
prédio que parecia uma miniatura da mansão. “Passe atrás dali. Tem uma entrada de trás
para o apartamento o seu carro fica atrás da rua.”
Eu parei atrás da garagem totalmente legal e sai do meu Fusca. Afrodite usou sua
chave para destrancar a porta, que abriu para uma escadaria. Eu segui ela até o
apartamento.
“Jeesh, os servos devem ter vivido muito bem antigamente,” eu murmurei, olhando
ao redor para o escuro e brilhante chão de madeira, os moveis de couro, e a brilhante
cozinha. Não havia várias coisas para decorar, mas havia varias velas e alguns vasos que
pareciam caros. Eu podia ver que o quarto e o banheiro ficavam no fim do apartamento, e
consegui espiar para ver uma enorme cama com um pufe confortável e travesseiros. Meu
palpite era que o banheiro fosse melhor do que o banheiro principal dos meus pais.
“Você acha que está bom?” Afrodite perguntou.
Eu fui para uma das janelas. “Cortinas grossas - isso é bom.”
“Persianas também. Vê, podemos fechar elas daqui.” Afrodite demonstrou.
Eu acenei para a TV de tela plana. “Net?”
“É claro,” ela disse. “Tem vários DVD´s por aqui também.”
“Perfeito,” eu disse, indo até a cozinha. “Só vou colocar todos os sacos de sangue
aqui, e então ir até Stevie Rae.”
“Ótimo. Eu vou assistir as reprises de Real World,” Afrodite disse.
“Ótimo,” eu disse. Mas ao invés de ir embora, eu limpei minha garganta inquieta.
Afrodite olhou por cima da TV. “O que?”
“Stevie Rae não parece e não age como costumava.”
“Verdade? Eu não teria idéia sobre isso se tu não tivesse me avisado. Eu quero dizer,
a maior parte das pessoas que morre e dai volta a vida como um monstro sugador de
sangue parece e age totalmente sã.”
“Estou falando sério.”
“Zoey, eu vi Stevie Rae e algumas das outras criaturas em minhas visões. Eles são
nojentos. Ponto, o fim.”
“É pior quando você os vê ao vivo.”
“Nenhuma surpresa nisso,” ela disse.
“Eu quero que você não diga nada para Stevie Rae,” eu disse.
“Você diz sobre ela estar morta e tudo mais? Ou sobre ela ser nojenta?”
“Nenhum dos dois. Eu não quero assustar ela. Eu também não quero ela pulando em
você e arrancando sua garganta. Eu quero dizer, eu acho que provavelmente poderia
parar ela mas não tenho 100% de certeza. E fora o fato de que seria nojento e difícil de
explicar, eu realmente odeio pensar no que todo aquele sangue faria com esse
apartamento legal.”
“Que doce você.”
“Hey, Afrodite, que tal você tentar algo novo. Tente ser legal,” eu disse.
“Que tal eu só não dizer nada.”
“Isso também funciona.” Eu fui para a porta. “Eu vou tentar trazer ela aqui logo.”
“Hey,” Afrodite me chamou. “Ela realmente podia arrancar minha garganta?”
“Absolutamente,” eu disse, e então fechei a porta atrás de mim.

A.Vampiro - promessa de sangue (capitulo 4)


CAPÍTULO QUATRO
Em qualquer outro tempo da minha vida, eu teria amado explorar Moscou. Sydney
tinha planejado nossa viagem para que quando nosso trem chagasse lá, teríamos
algumas horas antes de subirmos no próximo em direção a Sibéria. Isso nos deu algum
tempo para perambular e pegar a janta, embora ela quisesse se certificar de que
estivéssemos seguras dentro da estação antes de ficar muito escuro. Apesar das
minhas marcas molnija, ela não quis arriscar.
Não fazia diferença para mim como passávamos o tempo. Desde que estivéssemos
nos aproximando de Dimitri, isso era o que importava. Então Sydney e eu andamos
desinteressadamente, absorvendo o que víamos e falando muito pouco. Eu nunca
estive em Moscou. Era uma cidade linda, próspera e cheia de pessoas e comércio. Eu
podia passar dias lá só fazendo compras e experimentando os restaurantes. Lugares
que ouvi em minha vida – o Kremlin, a Praça Vermelha, e Teatro Bolshoi – estavam
todos a meu alcance. Apesar do quão legal era, eu tentei sintonizar os sons e atrações
da cidade depois de um tempo porque me lembrava de... bem, Dimitri.
Ele costumava falar sobre a Rússia todo o tempo e tinha jurado que eu iria amar.
“Para você, vai ser como um conto de fadas,” ele me disse uma vez. Foi durante
um treino depois da aula no mais tardar do outono, logo antes do anoitecer. O ar tinha
estado nebuloso, e revestia tudo.
“Desculpe, camarada,” eu respondi, colocando a mão para trás para amarrar meu
cabelo num rabo de cavalo. Dimitri adorava meu cabelo solto, mas em treino de
combate? Cabelo comprido era uma deficiência. “Borg e músicas antigas não são parte
de nenhum final feliz que eu tenha imaginado.”
Ele me deu seu raro e fácil sorriso então, o tipo que enrugava levemente o canto
dos olhos dele. “Borscht, não borg. E eu vi seu apetite. Se você tiver fome o bastante,
você comeria.”
“Então passar fome é necessário para esse conto de fadas funcionar?” Não havia
nada que eu amava mais do que provocar Dimitri. Bem, a não ser beijar ele.
“Estou falando da terra. Dos prédios. Vá para uma das cidades grande – é como
nada que você já tenha visto. Todos nos EUA tendem a construir do mesmo jeito –
sempre em blocos grandes e grossos. Eles fazem o que é mais fácil e rápido. Mas na
Rússia, tem prédios que são como pedaços de arte. Eles são todos arte – mesmo
muitos dos prédios normais de todo dia. E lugares como o palácio de inverno e a igreja
Trotsky em São Petersburgo? Eles vão tirar seu fôlego.”
O rosto dele brilhou com a memória das coisas que ele tinha visto, a alegria
fazendo suas feições já bonitas se tornarem divinas. Eu acho que ele poderia ter
nomeado marcos históricos o dia todo. Meu coração queimou dentro de mim, só de
observar ele. E então, como eu sempre fazia quando eu me preocupava em ficar toda
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sentimental, eu fazia uma piada e mudava a atenção dele para esconder minhas
emoções. O que fez ele voltar para o modo negócios, e fomos trabalhar.
Agora, andando pelas ruas da cidade com Sydney, eu queria ter não dito a piada e
ouvido Dimitri falar mais sobre sua terra natal. Eu daria qualquer coisa para ter Dimitri
aqui comigo, do jeito que ele costumava ser. Ele tinha razão sobre os prédios. Claro, a
maioria eram copias de qualquer coisa que você pode encontrar nos EUA ou em
qualquer lugar do mundo, mas alguns eram requintados – pintados em cores
brilhantes, adornados com seus domos estranhos mas ainda lindos domos em forma
de cebola. As vezes, realmente parecia como algo do outro mundo. E o tempo todo, eu
fiquei pensando que deveria ser Dimitri aqui do meu lado, apontando as coisas e
explicando para mim. Nós deveríamos estar tendo uma fuga romântica. Dimitri e eu
poderíamos ter comido em restaurantes exóticos e então saído para dançar a noite. Eu
poderia usar um dos vestidos de marca que eu deixei para trás no hotel em São
Petersburgo. Era assim que deveria ter sido. Não deveria ser eu com uma humana
carrancuda.
“Surreal, uhu? Como algo saído de uma história.”
A voz de Sydney me assustou, e eu percebi que tínhamos parado na frente da
estação de trem. Haviam várias delas em Moscou. Ela ecoando minha conversa com
Dimitri enviou calafrios para minha espinha – em grande parte porque ela tinha razão.
A estação não tinha os domos em força de cebola mas ainda parecia como algo saído
de um conto de fadas, como um cruzamento entre o castelo da cinderela e uma casa
de pão de gengibre. Tinha um telhado grande em forma de arco e torres dos dois
lados. Suas paredes brancas foram intercaladas com pedaços de tijolo marrom e
mosaico verde, quase fazendo com que ela parecesse listrada. Nos EUA alguém
poderia chamar de berrante. Para mim, era lindo.
Eu senti lágrimas se espalhando nos meus olhos e me perguntei o que Dimitri teria
dito sobre esse prédio. Ele provavelmente teria amado assim como ele amava todo o
resto. Percebendo que Sydney estava esperando uma resposta, eu engoli minha dor e
banquei a adolescente irreverente. “Talvez algo de uma história sobre uma estação de
trem.”
Ela arqueou uma sobrancelha, surpresa com minha indiferença, mas ela não a
questionou. O que ela poderia dizer? Talvez se eu mantivesse meu sarcasmo, ela
eventualmente se irritasse e me deixasse. De alguma forma, eu duvido que eu tenha
tanta sorte. Eu tinha certeza que o medo dela por seus superiores vencia qualquer
outro sentimento que ela pudesse ter em relação a mim.
Tínhamos acomodações de primeira classe no trem, o que acabou sendo menos
do que eu esperava. Havia uma combinação de cama/banco em cada lado, uma janela,
e uma TV na parede. Eu suponho que isso ajude a passar o tempo, mas eu tinha
problemas para seguir a televisão russa – não apenas por causa da língua mas porque
alguns dos shows eram bizarros. Ainda sim, Sydney e eu teríamos nosso própria
espaço, mesmo se o quarto fosse mais aconchegante do que nós esperávamos.
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As cores me lembravam as mesmas estampas que eu vi pela cidade. Mesmo o
corredor fora da nossa cabine era de cores brilhantes, com carpete fofo em vermelho e
designs amarelos e um verde escuro e amarelo indo para o meio. Dentro do nosso
quarto, os bancos estavam cobertos de almofadas de veludo laranja, e as cortinas
combinavam em tons de dourado e pêssego, feitas de um tecido grosso e pesado
costurando com uma estampa sedosa. Entre tudo isso e a mesa ornamentada no meio
da cabine, era quase como viajar num mini palácio.
Estava escuro quando o trem deixou a estação. Por qualquer que fosse a razão, os
trens para Sibéria sempre deixavam Moscou a noite. Não era tão tarde ainda, mas
Sydney disse que queria dormir, e eu não queria deixar ela mais irritada do que ela já
estava. Então ela desligou as luzes, a não ser pela pequena lâmpada perto da minha
cama. Eu comprei uma revista na estação de trem, e mesmo que eu não conseguisse
entender a língua, as fotos de maquiagem e roupas transcendiam a barreira cultural.
Eu virei as páginas o mais silenciosamente que pude, admirando tops de verão e
vestidos e me perguntando quando – se algum dia – eu seria capaz de me preocupar
com esse tipo de coisa de novo.
Eu não estava cansada quando deitei, mas o sono me tomou mesmo assim. Eu
estava sonhando com esqui aquático quando de repente, as ondas e o sol ao meu
redor se dissolveram em um quarto com prateleiras e prateleiras de livros. Mesas com
computadores top de linha se alinhavam na sala, e havia uma calma que permeava o
lugar. Eu estava na biblioteca da Academia St. Vladimir.
Eu rosnei. “Oh, qual é. Hoje não.”
“Porque hoje não? Porque não todo dia?”
Eu virei e me encontrei olhando para o rosto bonito de Adrian Ivashkov. Adrian era
um Moroi, o sobrinho neto da rainha, e alguém que eu deixei para trás na minha
antiga vida quando parti para essa missão suicida. Ele tinha lindos olhos esmeralda que
fazia a maior parte das garotas desmaiar, particularmente já que eles estavam junto
com um cabelo castanho bagunçado. Ele também estava meio que apaixonado por
mim e era a razão do porque eu tinha tanto dinheiro nessa viagem. Eu o convenci a me
dar.
“Verdade,” eu admiti. “Eu suponho que eu deveria ficar agradecida por você
aparecer só uma vez por semana.”
Ele sorriu e sentou em uma das cadeiras de madeira. Ele era alto, como a maioria
dos Moroi, com um corpo levemente musculoso. Os caras Moroi nunca ficam muito
musculosos. “Ausência faz o coração ficar ainda mais afeiçoado, Rose. Não quero que
você me tome por garantido.”
“Você não está em perigo disso; não se preocupe.”
“Eu não suponho que você vá me dizer onde está?”
“Não.”
Fora Lissa, Adrian era o único outro usuário de espírito vivo conhecido, e entre
seus talentos estava a habilidade de aparecer nos meus sonhos – geralmente sem ser
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convidado – e conversar comigo. Eu achava que era uma benção seus poderes não
serem capazes de dizer onde eu estava.
“Você me mata, Rose,” ele disse melodramaticamente. “Todo dia é uma agonia
sem você. Vazio. Sozinho. Eu me consumo me perguntando se você ainda está viva.”
Ele falou de um jeito bobo e exagerado que era característico dele. Adrian
raramente levava as coisas a sério e sempre tinha vantagem irreverente. Espírito
também tinha a tendência de deixar a pressão instável, e enquanto ele lutava, ele
parecia não ser afetado. Por debaixo do melodrama, no entanto, eu senti uma
verdade. Não importava o quão superficial ele parecia, ele realmente se importava
comigo.
Eu cruzei os braços. “Bem, ainda estou viva, claramente. Então eu suponho que
você pode me deixar voltar a dormir.”
“Quantas vezes te disse? Você está dormindo.”
“E ainda sim eu me sinto inexplicavelmente exausta por falar com você.”
Isso fez ele rir. “Oh, eu sinto sua falta.” O sorriso sumiu. “Ela sente sua falta
também.”
Eu endureci. Ela. Ele nem precisava dizer o nome dela. Não havia dúvida sobre
quem ele estava falando.
Lissa.
Mesmo dizer o nome dela em minha mente causava dor, particularmente já que
eu a vi ontem a noite. Escolher entre Lissa e Dimitri tinha sido a decisão mais dura da
minha vida, e o passar do tempo não facilitou. Eu posso ter escolhido ele, mas ficar
longe dela era como ter um braço cortado, particularmente por causa do laço que
assegurava que nunca estivéssemos realmente separadas.
Adrian me deu um olhar sagaz, como se ele tivesse adivinhado meus
pensamentos. “Você a viu?”
“Não,” eu disse, me recusando a reconhecer que eu tinha visto ela ontem a noite.
Deixe ele pensar que eu estava realmente livre de tudo. “Essa não é mais minha vida.”
“Certo. Sua vida é sobre missões perigosas de vigilante.”
“Você não entenderia nada que não seja beber, fumar, e conquistar mulheres.”
Ele balançou a cabeça. “Você é a única que eu quero, Rose.”
Infelizmente, eu acreditava nele. Seria mais fácil para nós dois se ele pudesse
encontrar outra pessoa. “Bem, você pode continuar sentindo isso, mas você vai ter que
continuar esperando.”
“Muito mais tempo?”
Ele me perguntava isso o tempo todo, e toda vez, eu enfatizava quanto tempo
seria e como ele estava perdendo tempo. Pensando na possível pista de Sydney, eu
hesitei hoje a noite. “Eu não sei.”
Esperança floresceu no rosto de Adrian. “Essa é a coisa mais otimista que você me
disse até agora.”
“Não imagine demais. Eu não sei, pode ser um dia ou um ano. Ou nunca.”
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O sorriso maldoso dele retornou, e até eu tinha que admitir que era fofo. “Vou
esperar que seja algum dia.”
Pensar em Sydney trouxe a pergunta a minha mente. “Hey, você já ouviu falar dos
Alquimistas?”
“Claro,” ele disse.
Típico. “É claro que você ouviu.”
“Porque? Você encontrou um deles?’
“Mais ou menos.”
“O que você fez?”
“Porque você acha que fiz alguma coisa?”
Ele riu. “Alquimistas só aparecem quando problemas acontecem, e você trás
problema para onde vai. Mas tenha cuidado. Eles são malucos religiosos.”
“Isso é meio extremo,” eu disse. A fé de Sydney não parecia ser tão ruim.
“Só não deixe eles te converterem.” Ele piscou. “Eu gosto de você ser a pecadora
que é.”
Eu comecei a dizer a ele que Sydney provavelmente achava que eu estava além de
qualquer salvação, mas ele terminou o sonho, me mandando de volta a dormir. A não
ser que, ao invés de voltar a meus próprios sonhos, eu acordei. Ao meu redor, o trem
balançava confortavelmente enquanto passávamos pelo campo russo. Minha lâmpada
ainda estava acessa, sua luz muito brilhante para meus olhos sonolentos. Eu me
estiquei para desligar elas e notei que a cama de Sydney estava vazia. Provavelmente
no banheiro eu pensei. Ainda sim, me senti agitada. Ela e seu grupo de Alquimistas
ainda eram um mistério, e eu de repente me preocupei que um plano sinistro
estivesse acontecendo. Ela estava se encontrando com algum agente secreto? Eu
decidi encontrar ela.
Eu admito, eu não fazia ideia de onde ela poderia estar em um trem desse
tamanho, mas lógica nunca foi meu forte antes. Não tem porque ser agora.
Graças a Deus, depois de colocar meus sapatos e entrar no corredor adjacente a
nossa cabine, eu descobri que não tinha que procurar muito.
O corredor estava alinhado com janelas, todas enroladas com aquelas cortinas
ricas, e Sydney estava de costas para mim, olhando para fora, um corredor envolvido
ao redor dela. O cabelo dela estava bagunçado de deitar e parecia menos dourado na
luz fraca.
“Hey...” eu comecei hesitantemente. “Você está bem?”
Ela virou devagar em minha direção. Uma mão segurava o cobertor; a outra
brincava com a cruz ao redor do pescoço dela. Eu lembrei do comentário de Adrian
sobre religião.
“Não consigo dormir,” ela disse sem rodeios.
“É... é por minha causa?”
A única resposta dela foi virar de volta para a janela.
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“Olha,” eu disse me sentindo desamparada. “Se tem algo que eu possa fazer... eu
quero dizer, fora voltar atrás e cancelar essa viagem...”
“Eu vou lidar com isso,” ela disse. “Isso é só, bem, é realmente estranho para mim,
eu lido com vocês o tempo todo, mas eu não lido com você, sabe?”
“Provavelmente poderíamos conseguir nossas próprias cabines, se isso ajuda.
Podemos encontrar um atendente, eu tenho dinheiro.”
Ela balançou a cabeça. “É só por alguns dias, se tanto.”
Eu não sabia o que mais dizer. Ter Sydney comigo era um inconveniente no grande
esquema das coisas, mas eu não queria que ela sofresse. Observando ela brincar com a
cruz, eu não achei que dizer a ela como eu tinha batalhas diárias com Deus e duvidava
da existência Dele ultimamente iria realmente me ajudar com todo a reputação de
criatura maligna da noite.
“Ok,” eu disse finalmente. “Me avise se mudar de ideia.”
Eu voltei para minha cama e cai no sono surpreendentemente rápido, apresar da
preocupação de que Sydney ficasse no corredor a noite toda. Ainda sim, quando
acordei de manhã, ela estava em sua própria cama, dormindo. Aparentemente, a
exaustão dela tinha sido tão forte que mesmo o medo de mim não impediu ela de
descansar. Eu levantei em silêncio e troquei a camiseta e calça de abrigo que eu fui
dormir. Eu estava com fome para comer café e achei que Sydney poderia dormir mais
se eu não estivesse por perto.
O restaurante era no próximo carro e parecia com algo saído de um filme antigo.
Elegantes toalhas de linho estavam sob as mesas, e bronze e madeira escura junto com
pedaços coloridos de vitrais, davam a todo lugar uma sensação de antiguidade. Parecia
mais um restaurante que eu encontraria nas ruas de São Petersburgo do que em um
vagão restaurante. Eu pedi algo que me lembrou vagamente como torrada, a não ser o
fato de que havia queijo nela. Ela veio com salsicha, que até então parecia ser a
mesma em toda parte que eu fui.
Eu estava terminando quando Sydney entrou. Quando a encontrei na primeira
noite, eu assumi que ela vestia calça e blusa próprias para o Nightingale. Eu estava
descobrindo, no entanto, que esse era o estilo normal dela. Ela me parecia uma
daquelas pessoas que não tinha jeans ou camiseta. Ela tinha feito confusão ao ficar em
pé no corredor ontem à noite, mas agora ela estava usando um calça preta e um
suéter verde escuro. Eu estava usando jeans e uma camiseta de manga comprida cinza
e me senti meio desajeitada perto dela. O cabelo dela estava escovado em estilo mas
tinha um visual levemente bagunçado que eu suspeitava que nunca sumisse, não
importava o quanto ela se esforçasse. Pelo menos eu estava usando meu rabo de
cavalo hoje.
Ela sentou na minha frente e pediu omelete quando o garçom apareceu, de novo
pedindo em russo.
“Como você sabe isso?” eu perguntei.
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“O que, russo?” ela deu nos ombros. “Eu tive que aprender enquanto crescia. E
algumas outras línguas.”
“Wow.” Eu tinha feito introdução em algumas línguas também e tive uma
performance miserável nelas. Eu não pensei muito naquela época, mas agora, por
causa dessa viagem e por causa de Dimitri, eu realmente queria ter aprendido russo.
Eu suponho que não seja tarde demais, e eu tinha pegado algumas frases no meu
tempo aqui, mas ainda sim... era uma tarefa difícil.
“Você deve ter que aprender várias coisas nesse trabalho,” eu disse, ponderando
o que deveria significar ser parte de um grupo secreto que cruzava fronteiras
internacionais e interagia com todo tipo de governo. Algo mais cruzou minha mente.
“E quanto aquela coisa que você usou no Strigoi? Que desintegrou o corpo?”
Ela sorriu. Quase. “Bem, eu te disse que a alquimia começou como um grupo de
pessoas tentando fazer poções, certo? Aquele é um desenvolvimento químico para se
livrar do corpo dos Strigoi rapidamente.”
“Você poderia usar para matar alguém?” eu perguntei. Espalhar um liquido que
dissolvia um Strigoi poderia ser muito mais fácil do que da forma normal: decapitação,
empalamento, ou queimar.
“Uma pena,” eu disse. Eu me perguntei se ela não tinha mais nenhuma poção nas
mangas mas achei melhor racionar a quantidade de perguntas que eu tinha para
Sydney por dia. “O que vamos fazer quando chegarmos em Omsh?”
“Omsk,” ela corrigiu. “Vamos pegar um carro e dirigir o resto do caminho.”
“Você esteve lá? Nesse vilarejo?”
Ela concordou. “Uma vez.”
“Como é?” eu perguntei, surpresa por ouvir uma nota desejosa em minha própria
voz. Fora minha busca para encontrar Dimitri, havia uma parte de mim que queria se
apegar em qualquer coisa que eu pudesse em relação a ele. Eu queria saber tudo sobre
ele que eu não soube antes. Se a escola tivesse me dado as posses dele, eu dormiria
com elas toda noite. O quarto dele foi esvaziado bem rápido. Agora eu só podia reunir
os pedaços dele que eu conseguia, como se reunir essas informações comigo fossem
manter ele comigo de alguma forma.
“É como qualquer cidade dhampir, eu suponho.”
“Eu nunca vi uma.”
O garçom serviu o omelete de Sydney, e ela pausou com o garfo no ar. “Verdade?
Eu pensei que todos vocês... bem, eu não sei.”
Eu balancei minha cabeça. “Estive na academia minha vida toda. Mais ou menos.”
Meus dois anos com os humanos não era realmente relevante. Sydney mastigou
pensando. Eu estava disposta a apostar que ela não iria terminar o omelete. Pelo que
eu vi na primeira noite e enquanto esperávamos pelos trens ontem, ela mal parecia
comer alguma coisa. Era como ela subsistisse apenas de ar. Talvez fosse uma coisa de
alquimistas. Mais provavelmente era apenas uma coisa de Sydney.
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“A cidade é metade humana metade dhampir, mas os dhampirs se misturam. Eles
tem toda uma sociedade secreta que os humanos são completamente inconscientes.”
Eu sempre achei que havia um tipo de subcultura, mas eu não fazia ideia de como
iria me encaixar no resto da cidade. “E?” eu perguntei. “Como é essa subcultura?”
Ela soltou o garfo. “Vamos apenas dizer que é melhor você se preparar.”

A.Vampiro - promessa de sangue (capitulo 3)


CAPÍTULO TRÊS
“Espera – O que?” eu exclamei.
Isso não estava nos planos. Isso não estava nos planos mesmo. Eu estava tentando
me mover pela Rússia de uma forma mais incógnita possível. Além do mais, eu
realmente não gosto da ideia de ter alguém junto – particularmente alguém que
parecia me odiar. Eu não sabia quanto tempo iria levar para chegar a Sibéria – alguns
dias, eu pensei – e eu não conseguia imaginar passar eles ouvindo Sydney falar sobre o
ser nada natural e maligno que eu era.
Engolindo meu ultraje, eu tentei a razão. Afinal de contas, eu estava pedindo o
favor aqui. “Isso não é necessário,” eu disse, me forçando a sorrir. “É gentil da sua
parte oferecer, mas eu não quero incomodar você.”
“Bem,” ela respondeu secamente, “não tem como escapar disso. E eu não estou
sendo gentil. Não é nem minha escolha. É uma ordem dos meus superiores.”
“Ainda soa como um saco para você. Porque você simplesmente não me diz onde
é e vai embora?”
“Você obviamente não conhece as pessoas para qual eu trabalho.”
“Não preciso. Eu ignoro autoridade o tempo todo. Não é difícil depois que você se
acostuma.”
“Yeah? Como isso está funcionando para você encontrar esse vilarejo?” ela
perguntou zombando. “Olha, se você quer chegar lá, esse é o único jeito.”
Bem – era o único jeito de eu chegar lá se eu usasse a informação de Sydney. Eu
poderia voltar a ficar no Nightingale... mas eu tinha levado todo esse tempo para
conseguir uma pista de lá. Enquanto isso, ela estava aqui na minha frente com a
informação que eu precisava.
“Porque?” eu perguntei. “Porque você também tem que ir?”
“Não posso te dizer isso. No final das contas: Eles me mandaram.”
Que ótimo. Eu a olhei, tentando entender o que estava acontecendo. Porque
diabos qualquer um – muito menos humanos com suas mãos no mundo Moroi – iria se
importar onde uma adolescente dhampir ia? Eu não achei que Sydney tinha motivos
obscuros – a não ser que ela fosse uma atriz muito, muito boa. Ainda sim, claramente
as pessoas a quem ela respondia também tinham uma agenda, e eu não gostava de
jogar no plano de ninguém. Ao mesmo tempo, eu estava ansiosa para andar com isso.
Cada dia que passava era outro no qual eu não encontrei Dimitri.
“Quando podemos partir?” eu perguntei finalmente. Sydney, eu decidi, era uma
burocrata2. Ela não mostrou nenhuma habilidade em me perseguir mais cedo.

Certamente não seria difícil abandonar ela quando estivéssemos perto da cidade de
Dimitri.
Ela parecia meio desapontada com minha resposta, quase como se ela esperasse
que eu rejeitasse e então ela estaria livre. Ela não queria vir comigo tanto quanto eu
não queria que ela fosse. Abrindo sua bolsa, ela pegou seu celular de novo, se ocupou
com ele por alguns minutos, e finalmente conseguiu os horários do trem. Ela me
mostrou os horários para o dia seguinte.
“Está bom pra você?”
Eu estudei e concordei. “Eu sei onde é a estação. Posso chegar lá.”
“Ok.” Ela levantou e jogou dinheiro na mesa. “Te vejo amanhã.” Ela começou a se
afastar e olhou de volta para mim. “Oh, e você pode comer o resto das minhas fritas.”
Quando eu recém tinha chegado na Rússia, eu me hospedei em hotéis novos. Eu
certamente tinha o dinheiro para ficar em outros, mas eu queria ficar longe de vista.
Além do mais, luxo não tinha sido a primeira coisa na minha mente. Mas quando eu
comecei a ir para o Nightingale, eu descobri que eu mal podia voltar para uma pensão
ou um alojamento para estudantes usando um vestido de marca.
Então agora eu estava em um hotel de luxo, completo com caras que sempre
abriam as portas e um lobby com chão de mármore. O lobby era tão grande que eu
acho que um hotel inteiro poderia caber dele. Talvez dois hotéis. Meu quarto era
grande e exagerado também, e eu fiquei agradecida por chegar até ele e tirar o salto e
o vestido. Eu percebi com um pouco de arrependimento que eu tinha que deixar os
vestidos que comprei em São Petersburgo para trás. Oh bem. Esses vestidos fariam o
dia de alguma mulher da limpeza, sem dúvidas. O único ornamento que eu realmente
precisava era meu nazar, um pingente que parecia um olho azul. Tinha sido um
presente da minha mãe, que tinha ganho de presente do meu pai. Eu sempre usava no
meu pescoço.
Nosso trem para Moscou partiria tarde da manhã, e iríamos então pegar um trem
para Sibéria. Eu queria estar bem descansada e pronta para tudo. Quando estava de
pijama, eu me enfiei debaixo da cama confortável e esperei o sono chegar. Ao invés
disso, minha mente girava com todas as coisas que tinham acontecido recentemente.
A situação com Sydney era uma reviravolta bizarra mas uma que eu poderia lidar.
Desde que ficássemos em transporte público, ela dificilmente poderia me levar para as
garras dos seus misteriosos superiores. E pelo que ela disse sobre nosso tempo de
viagem, iria de fato levar apenas alguns dias para chegar até o vilarejo. Dois dias
pareciam tanto impossivelmente longos quanto impossivelmente curtos.
Significa que eu poderia muito bem confrontar Dimitri em alguns dias... e então o
que? Eu poderia fazer isso? Eu podia matar ele? E mesmo se eu decidisse que poderia,
eu teria a habilidade para derrotar ele? As mesmas perguntas que eu estava me
perguntando nas duas últimas semanas ficavam rodeando minha mente. Dimitri me
ensinou todo que eu sabia, e com reflexos de Strigoi melhorados, ele poderia
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realmente ser o deus que eu sempre brinquei que ele era. Morte era uma
possibilidade muito real para mim.
Mas me preocupar não estava ajudando agora e, olhando para o relógio no
quarto, eu descobri que eu estava deitada acordada a quase uma hora. Isso não era
bom. Eu precisava estar na minha melhor condição. Então eu fiz algo que eu sabia que
não deveria, mas que sempre funcionava para tirar minha mente das preocupações –
em grande parte porque envolvia estar na mente de outra pessoa.
Entrar dentro da mente de Lissa requeria só um pouco de concentração da minha
parte. Eu não sabia se eu seria capaz estando tão longe, mas eu descobri que o
processo não era diferente de que se eu estivesse ao lado dela.
Era tarde da manhã em Montana, e Lissa não tinha aula hoje, já que era sábado.
Durante meu tempo longe, eu trabalhei muito para colocar paredes mentais entre nós,
bloqueando ela e seus sentimentos quase completamente. Agora, dentro dela, todas
as barreiras estavam baixas, e as emoções dela me atingiram como uma maré.
“Porque ela acha que pode simplesmente estalar os dedos e me levar para
qualquer lugar que ela queira, sempre que ela quer?” Lissa rosnou.
“Porque ela é a rainha. E porque você fez um trato com o diabo.”
Lissa e o namorado dela, Christian, estavam no sótão da capela da escola. Assim
que eu reconheci os arredores, eu quase sai da cabeça dela. Os dois tinham tido
encontros “românticos” demais aqui, e eu não queria ficar se roupas fossem ser
arrancadas em breve. Felizmente – ou talvez não – os sentimentos irritados dela me
disseram que não haveria sexo hoje, não com o mau humor dela.
Na verdade era meio irônico. O papel deles estava reverso. Lissa era a mau
humorada enquanto Christian permanecia tranquilo e composto, tentando parecer
calmo pelo bem dela. Ele estava sentado no chão, inclinado contra a parede, enquanto
ela estava sentada na frente dele, suas pernas abertas e os braços dele segurando ela.
Ela descansou sua cabeça no peito dele e suspirou.
“Nas últimas semanas, eu fiz tudo que ela pediu! ‘Vasilisa, por favor mostre aos
visitantes reais idiotas o campus.’ ‘Vasilisa, por favor pule num avião pelo fim de
semana para que eu possa te apresentar para alguns oficiais chatos da Corte.’ ‘Vasilisa,
por favor tenha um tempo voluntário com estudantes mais novos.’ Fica bem.” Apesar
da frustração de Lissa, eu não podia impedir de sentir um pouco de diversão. Ela
imitou a voz da rainha Tatiana perfeitamente.
“Você fez o último por vontade própria,” Christian apontou.
“Yeah.... o ponto em ser por vontade própria. Eu odeio ela tentando ditar cada
parte da minha vida ultimamente.”
Christian se inclinou e beijou a bochecha dela. “Como eu disse, você fez um trato
com o diabo. Você é a querida dela agora. Ela quer se certificar que você esteja
fazendo ela parecer bem.”
Lissa fez uma carranca. Embora os Moroi vivam dentro de países humanos e
estejam sujeitos a seu governo, eles também são governados por um rei ou rainha que
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vinha de uma das doze famílias reais dos Moroi. Rainha Tatiana – uma Ivashkov – era a
governante atual, e ela tinha um interesse particular em Lissa como o último membro
vivo da família Dragomir. Portanto, Tatiana fez a Lissa um trato. Se Lissa vivesse na
Corte depois de se graduar do St. Vladimir, a rainha iria fazer arranjos para que ela
estudasse na universidade Lehigh na Pensilvânia. Lissa era uma nerd e embora viver na
casa de Tatiana valesse a pena para frequentar a universidade prestigiosa e semigrande,
ao contrário daquelas que os Moroi normalmente iam (por razões de
segurança). Como Lissa estava descobrindo, as cordas ligadas ao trato já estavam no
lugar agora. “E eu simplesmente sento e aguento,” Lissa disse. “Eu só sorrio e digo
‘Sim, vossa majestade. Qualquer coisa que você quiser, vossa majestade’.”
“Então diga para ela que o trato já era. Você fará 18 em alguns meses. Realeza ou
não, você não tem obrigação nenhuma. Você não precisa dela para ir para uma escola
grande. Vamos fugir você e eu. Ir para qualquer faculdade que você queira. Ou nem ir
para faculdade. Podemos fugir para Paris ou algo assim e trabalhar numa cafeteria
pequena. Ou vender arte ruim nas ruas.”
Isso fez Lissa rir, e ela se aproximou ainda mais de Christian. “Certo. Eu posso
totalmente ver você tendo a paciência para esperar as pessoas. Você seria demitido no
primeiro dia. Parece que o único jeito que vamos sobreviver é se eu for para faculdade
e nos sustentar.”
“Tem outras formas de ir para faculdade, sabe.”
“Yeah, mas nenhuma que seja tão boa,” ela disse desejosamente. “Não
facilmente, pelo menos. Esse é o único jeito. Eu só queria enfrentar ela um pouco.
Rose iria.”
“Rose seria presa por traição na primeira vez que Tatiana pedisse a ela para fazer
algo.”
Lissa sorriu tristemente. “Yeah. Ela seria.” O suspiro virou um suspiro. “Eu sinto
tanta falta dela.”
Christian beijou ela de novo. “Eu sei.” Essa era uma conversa familiar para eles,
uma que nunca ficava velha porque os sentimentos de Lissa nunca sumiam. “Ela está
bem, você sabe. Onde ela estiver, ela está bem.”
Lissa encarou a escuridão do sótão. A única luz vinha da janela de vidro que fazia
todo o lugar parecer a terra das fadas. O lugar tinha sido limpo recentemente – por
Dimitri e eu, na verdade. Só fazia alguns meses, mas pó e caixas já estavam se
acumulando. O padre era um cara legal mais meio que um cara que guarda de tudo.
Lissa não notou nada disso. Os pensamentos dela estavam focados demais em mim.
“Eu espero que sim. Eu queria ter alguma ideia – qualquer ideia – sobre onde ela
está. Eu fico pensando que se alguma coisa acontecer a ela, se ela –” Lissa não
conseguia terminar o pensamento. “Bem, eu fico pensando que eu vou saber de
alguma forma. Que eu vou sentir. Eu quero dizer, eu sei que a ligação é de apenas um
lado... isso nunca mudou. Mas eu tenho que saber se algo acontecer com ela, certo?”
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“Eu não sei,” disse Christian. “Talvez. Talvez não.” Qualquer outro cara teria dito
algo super doce e reconfortante, assegurando ela que sim, sim, é claro que ela saberia.
Mas parte da natureza de Christian era ser brutalmente honesto. Lissa gostava disso
nele. E eu também. Nem sempre fazia dele um amigo agradável, mas pelo menos ele
não estava sacaneando você.
Ela suspirou de novo. “Adrian diz que ela está bem. Ele visita ela nos seus sonhos.
Eu daria qualquer coisa para ser capaz de fazer isso. Minha cura fica cada vez melhor, e
eu vejo auras agora. Mas nenhum sonho ainda.”
Saber que Lissa sentia minha falta doía mais do que se ela estivesse esquecido de
mim completamente. Eu nunca quis magoar ela. Mesmo quando eu estava ressentida
com ela por sentir como se ela estivesse controlando minha vida, eu nunca a odiei. Eu
amava ela como uma irmã e não podia suportar a ideia dela sofrendo agora por minha
causa. Como as coisas tinham ficado tão erradas entre nós?
Ela e Christian continuaram sentados num silêncio confortável, tirando força do
amor um pelo outro. Eles tinham o que Dimitri e eu tínhamos, um senso de tal
unicidade e familiaridade que palavras normalmente não eram necessárias. Ele passou
seus dedos pelo cabelo dela, e embora eu não conseguisse ver muito bem através dos
olhos dela, eu podia imaginar o jeito que o cabelo pálido dela iria brilhar na luz do arco
Iris do vitral da janela. Ele colocou várias mechas atrás da orelha dela e colocou sua
cabeça para trás, trazendo seus lábios até os dela. O beijo começou doce e leve e
então devagar se intensificou, calor se espalhando da boca dele para a dela.
Uh-h, eu pensei. Pode ser hora para sair afinal de contas. Mas ela terminou antes
de eu precisar.
“Está na hora,” ela disse arrependidamente. “Temos que ir.”
O olhar dos olhos azuis de Christian dizia ao contrário. “Talvez essa seja a hora
perfeita para você enfrentar a rainha. Você deveria ficar aqui – seria um jeito ótimo de
construir o caráter.”
Lissa acotovelou ele levemente e então deu um beijo na testa dele antes de
levantar. “Não é por isso que você quer que eu fique, então nem tente brincar
comigo.”
Eles deixaram a capela, e Christian murmurou algo sobre querer fazer mais do que
brincar e ele levou outra cotovelada. Eles estavam indo em direção ao prédio da
administração, que era no coração do campus da escola. Fora os primeiros florescer da
primavera, tudo parecia exatamente como estava quando eu parti – pelo menos do
lado de fora. Os prédios de pedra permaneciam grandes e imponentes. As árvores
altas e antigas continuavam seu turno. Ainda sim, dentro do coração do staff e dos
estudantes, as coisas tinham mudado. Todos carregavam cicatrizes do ataque. Muitos
da nossa gente foram mortos, e embora as aulas estivessem acontecendo de novo,
todos ainda estavam de luto.
Lissa e Christian alcançaram seu destino: o prédio da administração. Ela não sabia
o motivo da convocação dela, só que Tatiana queria que ela conhecesse um cara real
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que tinha acabado de chegar a Academia. Considerando a quantidade de pessoas que
Tatiana estava sempre forçando ela a conhecer ultimamente, Lissa não pensou muito.
Ela e Christian entraram no escritório principal, onde eles encontraram a Diretora
Kirova sentada e conversando com um Moroi mais velho e uma garota da nossa idade.
“Ah, Sra. Dragomir. Aí está você.”
Eu me meti muito em problemas com Kirova quando era estudante, ainda sim ver
ela me deixou meio nostálgica. Ser suspensa por começar um briga em aula parecia
muito melhor do que vagar pela Sibéria para encontrar Dimitri. Kirova tinha a mesma
aparecia de pássaro de sempre, os óculos balançando no fim do nariz dela. O homem e
a garota levantaram, e Kirova gesticulou em direção a eles.
“Esse é Eugene Lazar e sua filha Avery.” Kirova virou em direção a Lissa. “Esses são
Vasilisa Dragomir e Christian Ozera.”
Eles se observaram. Lazar era um nome real, mas isso não era surpresa já que
Tatiana tinha iniciado esse encontro. Sr. Lazar deu a Lissa um sorriso e apertou a mão
dela. Ele parecia um pouco surpreso por encontrar Christian, mas o sorriso
permaneceu. É claro, esse tipo de reação a Christian não era raro.
As duas formas de se tornar Strigoi eram por escolha ou a força. Um Strigoi pode
transformar outra pessoa – humano, Moroi, ou dhampir – bebendo seu sangue e
então dando sangue de Strigoi para eles. Foi isso que aconteceu com Dimitri. O outro
jeito de se tornar Strigoi era único a Moroi – e era feito por escolha. Moroi que
propositalmente escolhiam matar uma pessoa bebendo seu sangue também se
tornariam Strigoi. Normalmente, Moroi só bebiam quantidades pequenas de humanos
que permitiam. Mas tomar tanto que destruía outra força de vida? Bem, isso viraria o
Moroi para o lado negro, tirando sua mágica elementar e transformando ele em
mortos vivos selvagens.
Isso era exatamente o que os pais de Christian tinham feito. Eles mataram por
vontade própria e se tornaram Strigoi para ganhar vida eterna. Christian nunca
mostrou nenhum desejo de se tornar Strigoi, mas todos agiam como se ele estivesse
prestar a virar. (Eu admito, a atitude dele nem sempre ajuda). Muitos dos familiares
próximos a ele – apesar de serem da realeza – eram evitados também. Mas eu e ele
nos juntamos para chutar uma boa quantidade de Strigoi durante o ataque. Rumores
sobre isso estavam circulando e melhorando a reputação dele.
Kirova nunca foi de perder tempo com formalidades, então ela foi direto ao ponto.
“Sr. Lazar vai ser o novo diretor aqui.”
Lissa ainda estava sorrindo para ele educadamente, mas a cabeça dela
imediatamente virou para Kirova. “O que?”
“Eu vou renunciar,” explicou Kirova, a voz chata e sem emoção o bastante para
rivalizar a de um guardião. “Embora ainda vá servir a escola como professora.”
“Você vai ensinar?” Christian perguntou incrédulo.
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Ela deu a ele um olhar seco. “Sim, Sr. Ozera. Foi o motivo pelo qual eu
originalmente vim a escola. Tenho certeza que se tentar com vontade o bastante, eu
posso lembrar como fazer isso.”
“Mas porque?” Perguntou Lissa. “Você faz um trabalho excelente.”
Era mais ou menos verdade. Apesar das minhas disputas com Kirova –
normalmente sobre mim quebrar as regras – eu ainda tinha um respeito saudável por
ela. Lissa também.
“É algo pelo qual andei pensando a retornar a um tempo,” explicou Kirova. “Agora
parece uma boa época, e o Sr. Lazar é um administrador muito capaz.”
Lissa era muito bom em ler pessoas. Eu acho que é parte do efeito colateral do
espírito, assim como o espírito fazia quem o usava muito, muito carismático. Lissa
achava que Kirova estava mentindo, e eu também. Se eu fosse capaz de ler a mente de
Christian, meu palpite seria que ele achava a mesma coisa. O ataque a academia tinha
deixado muitas pessoas em pânico, realeza em particular, embora o problema que
tinha permitido o ataque a muito tivesse sido concertado. Eu estava supondo que a
mão de Tatiana estava nisso, forçando Kirova a renunciar e fazer alguém da realeza
tomar o lugar dela, fazendo outros da realeza se sentirem melhor.
Lissa não mostrou seus pensamentos, e ela virou de volta ao Sr. Lazar. “Bem, é um
prazer conhecer você. Tenho certeza que você fará um ótimo trabalho. Me avise se
houver algo que eu possa fazer por você.” Ela estava bancando o papel de princesa
apropriada perfeitamente. Ser educada e doce era um dos seus muitos talentos.
“Na verdade,” disse o Sr. Lazar, “tem algo.” Ele tinha uma voz profunda e rouca, o
tipo que preenchia uma sala. Ele gesticulou em direção a sua filha. “Eu estava me
perguntando se você poderia mostrar a Avery as coisas e ajudar ela a se encaixar aqui.
Ela se formou ano passado mais vai me auxiliar nas minhas tarefas. Mas tenho certeza
que ela prefere passar o tempo com alguém da sua própria idade.”
Avery sorriu, e pela primeira vez, Lissa realmente prestou atenção nela. Avery era
linda. Impressionante. Lissa era linda também, entre aquele cabelo lindo e os olhos de
jade que eram de sua família. Eu achava que ela era cem vezes mais bonita que Avery,
mas ao lado de uma garota mais velha, Lissa parecia meio sem graça. Avery era alta e
magra como a maior parte dos Moroi mas tinha algumas curvas sexys. O tipo de peito,
como o meio, era invejado entre os Moroi, e o cabelo castanho longo dela e olhos
azuis completavam o pacote.
“Eu prometo não ser muito chata,” disse Avery. “E se você quiser, eu te dou
algumas dicas sobre a vida na Corte. Eu ouvi falar que você vai se mudar para lá.”
Instantaneamente, as defesas de Lissa se ergueram. Ela percebeu o que estava
acontecendo. Tatiana não tinha apenas removido Kirova, ela mandou um guardião
para Lissa. Uma linda e perfeita companhia que iria espionar Lissa e tentar treinar ela
nos padrões de Tatiana. As palavras de Lissa foram perfeitamente educadas quando
ela falou, mas havia definitivamente um certo gelo em sua voz.
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“Seria ótimo,” ela disse. “Estou bem ocupada ultimamente, mas podemos tentar
conseguir algum tempo.”
Nem o pai de Avery nem Kirova pareceram notar o subtexto “se afaste”, mas algo
brilhou nos olhos de Avery que disse a Lissa que a mensagem tinha sido passada.
“Obrigado,” disse Avery. A não ser que eu esteja enganada, tinha algo
legitimamente magoado no rosto dela. “Tenho certeza que vamos dar um jeito.”
“Bom, bom,” disse o Sr. Lazar, totalmente inconsciente do drama. “Talvez você
possa mostrar a Avery a casa de convidados? Ela está ficando na ala leste.”
“Claro,” disse Lissa, desejando que ela pudesse fazer qualquer coisa menos isso.
Ela, Christian, e Avery começaram a sair, mas então, dois caras entraram na sala.
Um era um Moroi, um pouco mais jovem que nós, e o outro era um dhampir com seus
20 anos – um guardião, pelas feições duras e sérias dele.
“Ah, aí está você,” disse o Sr. Lazar. Chamando os caras para dentro. Ele colocou
suas mãos no ombro do garoto. “Esse é meu filho Reed. Ele é um calouro e vai
frequentar as aulas aqui. Ele está muito excitado.”
Na verdade, Reed parecia extremamente não excitado. Ele era o cara mais
grosseiro que eu já vi. Se eu precisasse fazer o papel de adolescente descontente, eu
poderia aprender tudo que havia para se saber com Reed Lazar. Ele tinha as mesmas
feições que Avery, mas elas estavam estragadas por uma careta que parecia estar
grudada em seu rosto. O Sr. Lazar apresentou os outros para Reed. A resposta de Redd
foi um “hey,” gutural.
“E esse é Simon, o guardião de Avery,” continuou o Sr. Lazar. “É claro, no campus
ele não precisava estar com ela o tempo todo. Você sabe como é. Ainda sim, tenho
certeza que ele estará por perto.”
Eu espero que não. Ele não parecia completamente desagradável como Reed, mas
ele tinha uma certa natureza severa que parecia extrema mesmo entre os guardiões.
De repente, eu meio que senti pena de Avery. Se essa era a única companhia dela,
eu gostaria de ser amiga de alguém como Lissa. Lissa, no entanto, deixou claro que ela
não faria parte do esquema de Tatiana. Com pouca conversa, ela e Christian
escoltaram Avery até a casa de hospedes e a foram embora. Normalmente, Lissa teria
ficado e ajudado Avery a se ajeitar e se oferecido para comer com ela mais tarde.
Dessa vez não. Não com motivos ocultos.
Eu voltei para meu próprio corpo, de volta para o hotel. Eu sabia que não deveria
mais me importar com a vida na academia e que eu não deveria me sentir mal por
Avery. Ainda sim ficar deitada ali encarando a escuridão, eu não conseguia me impedir
de uma presunçosa – e sim, egoísta – satisfação desse encontro: Lissa não iria fazer
compras com sua nova melhor amiga tão cedo

A.Vampiro - promessa de sangue (capitulo2)


CAPÍTULO DOIS
Ir para cima dela ao invés de mim foi ruim para a parte do Strigoi. Eu era a
ameaça; ele deveria ter me neutralizado primeiro. No entanto, nossa posição tinha
colocado Sydney no caminho dele, então ele tinha que se livrar dela antes de poder
me alcançar. Ele agarrou o ombro dela, sacudindo ela em direção a ele. Ele era rápido
– eles sempre são – mas eu estava no meu jogo hoje a noite.
Um chute rápido derrubou ele num muro do prédio ali perto e libertou Sydney
dele. Ele rosnou por causa do impacto e bateu no chão, estupefato e surpreso. Não era
fácil derrubar um Strigoi, não com os reflexos de um raio deles. Abandonando Sydney,
ele focou sua atenção em mim, olhos vermelhos raivosos e lábios curvados para trás
para mostrar as suas presas. Ele se levantou com aquela sobrenatural velocidade e se
lançou em mim. Eu desviei dele e tentei dar um soco que ele também desviou. O
próximo movimento dele me pegou no braço, e eu tropecei, mantendo o equilíbrio por
pouco. Minha estaca ainda estava na minha mão direita, mas eu precisava de uma
abertura no peito dele. Um Strigoi inteligente teria se colocado num ângulo de uma
forma que não mostrasse a linha do coração dele. Esse cara estava fazendo apenas um
trabalho mediano, e se eu pudesse ficar viva tempo o bastante, eu provavelmente
conseguiria uma abertura.
Então, Sydney apareceu e bateu nas costas dele. Não foi um golpe muito forte,
mas assustou ele. Era minha abertura. Eu ataquei com máximo de força que consegui,
jogando meu peso nele. Minha estaca perfurou o coração dele enquanto batíamos
contra a parede. Foi simples assim. A vida – ou morta viva ou o que seja – sumiu dele.
Ele parou de se mover. Eu tirei minha estaca assim que tive certeza que ele estava
morto e observei o corpo dele cair no chão.
Assim como todos os Strigoi que matei ultimamente, eu tive um momento de um
sentimento surreal. E se fosse Dimitri? Eu tentei imaginar o rosto de Dimitri nesse
Strigoi, tentei imaginar ele deitado diante de mim. Meu coração se contorceu no meu
peito. Por um segundo, a imagem estava ali. Então – nada. Esse era apenas um Strigoi
aleatório.
Eu prontamente deixei de lado a desorientação e me lembrei que eu tinha coisas
mais importantes para me preocupar aqui. Eu tinha que checar Sydney. Mesmo com
um humano, minha natureza protetora não podia se impedir de parecer. “Você está
bem?”
Ela concordou, parecendo abatida mas fora isso ilesa. “Bom trabalho,” ela disse.
Ela soava como se estivesse forçosamente tentando soar confiante.
“Eu nunca... eu nunca vi um deles ser morto...”
Eu não conseguia imaginar como ela teria visto, mas então, eu também não
entendia como ela sabia sobre essas coisas. Ela parecia estar em choque, então eu
peguei o braço dela e comecei a liderar o caminho. “Anda, vamos para onde tem mais

gente.” Quanto mais eu pensava, mais Strigoi andando perto do Nightingale não
parecia ser uma ideia tão louca. Que lugar melhor para rondar do que um dos lugares
que os Moroi frequentam? Embora, com sorte, a maior parte dos guardiões tivesse
senso o bastante para manter seus protegidos longe de becos como esses.
A sugestão de partir fez Sydney voltar ao normal. “O que?” ela exclamou. “Você
vai deixar ele também?”
Eu ergui as mãos para cima. “O que você espera que eu faça? Eu acho que posso
mover ele para trás das latas de lixo e deixar o sol incinerar ele. É o que eu
normalmente faço.”
“Certo. E se alguém aparecer para tirar o lixo? Ou sair de uma daquelas portas?”
“Bem, eu dificilmente posso arrastar ele. Ou colocar fogo nele. Um churrasco de
vampiro iria atrair atenção, você não acha?”
Sydney balançou a cabeça em exaspero e andou até o corpo. Ela fez uma cara
enquanto olhava para o Strigoi e pegou algo em sua grande bolsa de couro. Dela, ela
pegou um pequeno frasco. Com um movimento hábil, ela derramou o conteúdo do
frasco no corpo e então rapidamente se afastou. Onde as gotas tinham atingido o
corpo, uma fumaça amarela começou a sair. A fumaça devagar se moveu para fora, se
espalhando horizontalmente ao invés de verticalmente até que ela envolveu o Strigoi
completamente. Então ela se contraiu e contraiu até não sobrar nada a não ser uma
pequena bola. Em alguns segundos, a fumaça sumiu completamente, deixando uma
pilha de pó para trás.
“De nada,” disse Sydney, ainda me dando um olhar desaprovador.
“O que diabos foi isso?” eu exclamei.
“Meu trabalho. Você por favor me liga da próxima vez que isso acontecer?” Ela
começou a ir embora.
“Espere! Eu não posso ligar para você – eu não faço ideia de quem é você.”
Ela olho para trás e tirou o cabelo loiro do rosto. “Verdade? Você está falando
sério, não está? Eu pensei que vocês eram ensinados sobre nós quando se formavam.”
“Oh, bem. Engraçado... eu meio que, uh, não me formei.”
Os olhos de Sydney se alargaram. “Você derrubou uma daquelas... coisas... mas
nunca se formou?”
Eu dei nos ombros, e ela permaneceu em silêncio por vários segundos.
Finalmente, ela suspirou de novo e disse, “Eu acho que precisamos conversar.”
Se precisávamos. Encontrar ela foi a coisa mais entranha que aconteceu comigo
desde que vim para Rússia. Eu queria saber porque ela pensou que eu deveria manter
contato com ela e como ela dissolveu o cadáver do Strigoi. E, enquanto virávamos para
a rua cheia e andávamos em direção a um café que ela gostava, me ocorreu que se ela
sabia sobre o mundo Moroi, havia uma chance dela saber onde era o vilarejo de
Dimitri. Dimitri. Aí estava ele de novo, aparecendo de novo em minha mente. Eu não
fazia ideia se ele realmente estaria por perto da sua cidade natal, mas nesse ponto, eu
não tinha mais nada para continuar. De novo, aquele estranho sentimento se
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apoderou de mim. Minha mente confundiu o rosto de Dimitri com o Strigoi que acabei
de matar: pele pálida, olhos vermelhos...
Não, eu me firmei. Não se foque nisso ainda. Não entre em pânico. Até eu
enfrentar Dimitri o Strigoi, eu iria ganhar o máximo de força lembrando do Dimitri que
eu amava, com aqueles olhos profundos e castanhos, mãos quente, abraço feroz...
“Você está bem... um, qualquer que seja seu nome?”
Sydney estava me olhando de forma estranha, e eu percebi que paramos na frente
de um restaurante. Eu não sabia qual era o meu olhar, mas deve ter sido o bastante
para chamar a atenção dela. Até agora, minha impressão enquanto andávamos tinha
sido que ela queria falar comigo o menos possível.
“Yeah, yeah, estou bem,” eu disse bruscamente, fazendo meu rosto de guardiã. “E
me chamo Rose. Esse é o lugar?”
Era. O restaurante era claro e alegre, embora tinha uma similaridade com a
opulência do Nightingale. Sentamos em uma cabine de couro preto – com o qual me
refiro a um couro de plástico falso – e fiquei feliz por ver que o menu tinha tanto
comida russa quanto americana. Os itens estavam traduzidos em inglês, e eu quase
babei quando eu vi frango frito. Eu estava faminta depois de não ter comido no clube,
e a ideia de carne frita era luxuriosa depois de semanas de pratos de repolho e um
chamado McDonalds.
Uma garçonete chegou, e Sydney pediu em um russo fluente, enquanto eu apenas
apontei para o menu. Huh. Sydney era cheia de surpresas. Considerando a atitude dura
dela, eu esperei que ela me interrogasse imediatamente, mas então a garçonete saiu,
e Sydney continuou em silêncio, simplesmente brincando com seu guardanapo e
evitando contanto visual. Era tão estranho. Ela estava definitivamente desconfortável
perto de mim. Mesmo com a mesa entre nós, era como se ela não pudesse chegar
longe o bastante. E ainda sim o ultraje dela não tinha sido falso, e ela foi determinada
sobre mim seguir qualquer que fossem as regras dela. Bem, ela podia estar bancando a
modesta, mas eu não tinha tal hesitação sobre falar de tópicos desconfortáveis. Na
verdade, era meio que minha marca registrada.
“Então, você está pronta para me dizer quem é você e o que está acontecendo?”
Sydney olhou para cima. Agora que estávamos sob uma luz brilhante, eu podia ver
que os olhos dela eram castanhos. Eu também notei que ela tinha uma tatuagem
interessante na parte de baixo da sua bochecha esquerda. A tinta parecia dourada,
algo que eu nunca vi antes. Era um design elaborado de flores e folhas e só era visível
quando ela virava sua cabeça de certas formas para que o dourado refletisse a luz.
“Eu te disse,” ela disse. “Sou uma alquimista.”
“E eu disse a você, eu não sei o que é isso. É alguma palavra russa?” Não parecia
uma.
Uma meio sorriso apareceu nos lábios dela. “Não. Eu assumo que você nunca
ouviu falar de alquimia também?”
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Eu balancei a cabeça, e ela colocou o queixo em sua mão, olhos olhando para a
mesa de novo. Ela engoliu, como se ela estivesse se preparando, e então com pressa as
palavras saíram. “Na idade média, haviam pessoas que estavam convencidas que se
eles achassem a fórmula certa ou magia, eles poderiam transformar couro em ouro.
Sem surpresas, eles não conseguiram. Isso não impediu eles de perseguirem todo tipo
de coisas místicas e sobrenaturais, e eventualmente eles encontraram algo mágico.”
Ela franziu. “Vampiros.”
Eu pensei sobre minhas aulas de história Moroi. A idade média foi quando nossa
gente realmente começou a se afastar dos humanos, se escondendo e ficando entre si.
Foi essa a época que os vampiros realmente se transformaram em mitos até onde o
mundo sabia, e mesmo os Moroi eram considerados como monstros que deviam ser
caçados.
Sydney confirmou meus pensamentos. “E foi quando os Moroi começaram a se
afastar. Eles tinham sua magia, mas humanos estavam começando a ficar mais
numerosos que eles. Ainda numeramos.” Isso quase trouxe um sorriso no rosto dela.
Moroi as vezes tinham problemas em conceber, enquanto humanos parecem fazer
isso fácil demais as vezes. “E os Moroi fizeram um trato com os alquimistas. Se os
alquimistas ajudassem Moroi e dhampirs e a sociedade deles a ficar em segredo dos
humanos, os Moroi nos dariam esses.” Ela tocou na sua tatuagem dourada.
“O que é isso?” eu perguntei. “Quero dizer, fora o óbvio.”
Ela gentilmente acariciou com a ponta de seus dedos e não se incomodou em
esconder o sarcasmo quando falou. “Meu anjo da guarda. É na verdade ouro e” – ela
fez uma careta e abaixou a mão – “sangue Moroi, encantado com água e terra.”
“O que?” minha voz saiu alta demais, e algumas pessoas no restaurante viraram
para olhar para mim. Sydney continuou falando, o tom dela muito mais baixo – e
muito amargo.
“Não estou feliz com isso, mas é nossa “recompensa” por ajudar vocês. A água e a
terra se liga a nossa pele e nos dá as mesmas feições que os Moroi tem – bem,
algumas delas. Eu quase nunca fico doente. Eu vou viver um longo tempo.”
“Eu suponho que isso seja bom,” eu disse incerta.
“Talvez para alguns. Não temos escolha. Esse “portador” é um negócio de família –
é passado adiante. Todos temos que aprender sobre os Moroi e dhampir. Trabalhamos
com conexões entre humanos que nos deixam acobertar para você já que podemos
nos mover mais livremente. Temos truques e técnicas para se livrar do corpo de Strigoi
– como a poção que você viu. Em troca, queremos ficar longe de vocês o máximo que
pudermos – e é por isso que dhampirs não sabem sobre nós até se formarem. E Moroi
quase nunca sabem.” Ela parou bruscamente. Eu suponho que a aula tenha terminado.
Minha cabeça estava rodando. Eu nunca, nunca considerei nada assim – espere.
Eu tinha? A maior parte da minha educação tinha enfatizado os aspectos físicos dos
Moroi e como tirar eles de situações estranhas e perigosas. Eu nunca pensei muito ou
ouvi o termo alquimista. Se eu tivesse permanecido na escola, talvez eu tivesse.
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Isso provavelmente não era uma ideia que eu devesse ter sugerido, mas minha
natureza não pode impedir. “Porque manter o encanto para vocês mesmos? Porque
não dividir com o mundo humano?”
“Porque tem uma parte extra no seu poder. Nos impede de falar sobre sua gente
de uma forma que pudesse colocar em perigo ou expor eles.”
Um feitiço que os impede de falar... isso parece muito com compulsão. Todos
Moroi podem usar um pouco de compulsão, e a maior parte pode colocar um pouco
de sua mágica em objetos para dar a eles certas propriedades. A mágica Moroi tinha
mudado com o passar dos anos, e compulsão era visto como uma coisa imoral agora.
Eu suponho que essa tatuagem seja velha, um velho feitiço que é passado através dos
séculos.
Eu repassei o resto do que Sydney disse, mais perguntas surgindo na minha
cabeça. “Porque... porque vocês querem ficar longe de nós? Eu quero dizer, não que
eu esteja procurando ser sua melhor amiga nem nada disso...”
“Porque é nosso dever a Deus proteger o resto da humanidade das criaturas
malignas da noite.” Distraidamente, a mão dela foi para algo no pescoço dela. A maior
parte estava coberta pelo casaco dela, mas uma parte do colar dela revelou
brevemente uma cruz dourada.
Minha reação inicial a isso foi agitada, já que eu não era muito religiosa. Na
verdade, eu ficava completamente confortável perto daqueles que tinham crenças
hard-core. Trinta segundos depois, o impacto completo das palavras dela se
aprofundaram.
“Espere um minuto,” eu exclamei indignada. “Você está falando sobre todos nós –
dhampirs e Moroi? Todos somos criaturas malignas da noite?”
As mãos dela saíram da cruz, ela não respondeu.
“Não somos como Strigoi!” Eu surtei.
O rosto dela permaneceu em branco. “Moroi bebem sangue. Dhampirs são a cria
não natural deles e de humanos.”
Ninguém nunca tinha me chamado de não natural antes, a não ser quando
coloquei ketchup num taco. Mas sério, ele estava sem salsa, então o que mais eu
deveria fazer? “Moroi e dhampirs não são malignos,” eu disse a Sydney. “Não como os
Strigoi.”
“Isso é verdade,” ela concordou. “Strigoi são mais malignos.”
“Hey, não é isso que eu –”
A comida então chegou, e o frango frito foi quase o bastante para me distrair do
ultraje de ser comparada com um Strigoi. Na maior parte tudo o que ele fez foi me
atrasar de responder imediatamente ao que ela alegava, e eu mordi um pouco da
crosta dourada e quase derreti ali. Sydney tinha pedido um cheeseburguer e fritas e
mordiscava a comida delicadamente.
Depois de comer uma perna de galinha inteira, eu finalmente fui capaz de voltar a
discussão. “Não somos como o Strigoi mesmo. Moroi não matam. Você não tem
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motivo para ter medo de nós.” De novo, eu não estava animada em acalmar humanos.
Ninguém da minha raça era, não com a forma como os humanos tendiam a matar
qualquer um e estavam prontos para experimentar qualquer coisa que eles não
entendiam.
“Qualquer humano que aprende sobre vocês inevitavelmente vai aprender sobre
Strigoi,” ela disse. Ela estava brincando com suas fritas mas sem comer elas.
“Saber sobre os Strigoi pode permitir que os humanos se protejam.” Porque
diabos eu estava bancando a advogada do diabo?
Ela terminou de brincar com sua batata e a derrubou no prato. “Talvez. Mas tem
muitas pessoas que ficariam tentadas com a ideia de imortalidade – mesmo com o
custo de servir Strigoi em troca de ser transformado em criaturas do inferno. Você
ficaria surpresa em saber como vários humanos respondem quando aprendem sobre
vampiros. Imortalidade atraí – apesar do mal que vem com ela. Vários humanos que
aprendem sobre Strigoi tentam servir eles, na esperança de serem transformados.”
“Isso é insano –” eu parei. Ano passado, descobrimos evidências de humanos
ajudando Strigoi. Strigoi não podiam tocar em estacas de prata, mas humanos podem,
e alguns tinham usado essas estacas para quebrar as wards dos Moroi. Aqueles
humanos tinham sido prometidos a imortalidade?
“E também,” disse Sydney, “é por isso que é melhor que nós nos certifiquemos
que ninguém saiba sobre vocês. Você está lá fora – todos vocês – e não tem nada para
ser feito sobre isso. Você faz sua coisa para se livrar dos Strigoi, e nós fazemos a nossa
e salvamos o resto da minha gente.”
Eu mastiguei uma asa de galinha e me segurei de implicar que ela estava salvando
sua gente de pessoas como eu também. De algumas formas, o que ela dizia fazia
sentido. Não era possível que nós sempre andássemos pelo mundo invisíveis, e sim, eu
podia admitir, era necessário que alguém se livrasse do corpo dos Strigoi. Humanos
trabalhando com Moroi eram a escolha ideal. Tais humanos seriam capazes de se
moverem pelo mundo livremente, particularmente se eles tinham o tipo de contatos e
conexões que ela ficava implicando.
Eu congelei no meio da mastigação, lembrando meus pensamentos de mais cedo
quando eu estava vindo para cá com Sydney. Eu me forcei a engolir e então tomei um
longo gole de água. “Aqui vai uma pergunta. Você tem contatos por toda a Rússia?”
“Infelizmente,” ela disse. “Quando um alquimista faz 18 anos, somos mandados a
um estágio e fazemos todo tipo de conexão. Eu preferia ficar em Utah.”
Isso era quase tão louco quanto tudo que ela me disse, mas eu não insisti. “Que
tipo de conexões exatamente?”
Ela deu nos ombros. “Rastreamos o movimento de vários Moroi e dhampirs.
Também conhecemos vários oficiais de alto ranking do governo – entre humanos e
Moroi. Se houve um avistamento de vampiro entre os humanos, podemos
normalmente encontrar alguém importante que pode subornar alguém ou algo
assim... tudo é varrido para debaixo do tapete.”
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Rastrear o movimento de vários Moroi e dhampirs. Ponto. Eu me inclinei mais
para frente e baixei minha voz. Tudo pareceu se dobrar a esse momento.
“Estou procurando um vilarejo... um vilarejo de dhampirs na Sibéria. Eu não sei o
nome.” Dimitri só tinha mencionado seu nome uma vez, e eu esqueci. “É meio que
perto... Om?”
“Omsk,” ela corrigiu.
Eu me endireitei. “Você conhece?”
Ela não respondeu imediatamente, mas os olhos dela a traíram. “Talvez.”
“Você conhece!” eu exclamei. “Você tem que me dizer onde é. Eu tenho que
chegar lá.”
Ela fez uma cara. “Você vai ser... uma daquelas?”
Então alquimistas sabia sobre meretrizes de sangue. Nenhuma surpresa. Se
Sydney e seus associados sabiam tudo sobre o mundo vampiro, eles saberiam isso
também.
“Não,” eu disse arrogantemente. “Eu só preciso encontrar alguém.”
“Quem?”
“Alguém.”
Isso quase a fez sorrir. Os olhos castanhos dela estavam pensativos enquanto ela
mastigava outra batata. Ela só tinha dado duas mordidas em seu cheeseburguer, e ele
estava rapidamente ficando frio. Eu meio que queria comer eu mesma por principio.
“Eu já volto,” ela disse bruscamente. Ela se levantou e caminhou até um canto
quieto do café. Pegando um celular daquela bolsa mágica dela, ela virou suas costas
para o salão e fez uma ligação.
Eu terminei meu frango e me fiz comer algumas das batatas dela já que estava
parecendo cada vez menos que ela iria fazer qualquer coisa com elas. Enquanto eu
comia, eu ponderei as possibilidades diante de mim, me perguntando se encontrar a
cidade de Dimitri seria realmente tão simples. E quando eu estivesse lá... seria simples
então? Ele estaria lá, vivendo nas sombras e caçando presas? E quando eu o encarasse,
eu poderia realmente colocar minha estaca no coração dele? Aquela imagem não
desejada veio até mim de novo, Dimitri com olhos vermelhos e –
“Rose?”
Eu pisquei. Eu totalmente viajei, e Sydney estava de volta. Ela voltou a sentar na
minha frente. “Então, parece –” ela pausou e olhou para baixo. “Você comeu algumas
das minhas fritas?”
Eu não fazia ideia de como ela sabia, já que havia uma pilha tão grande. Eu mal
diminui a pilha. Achando que eu roubar fritas contaria como mais evidências sobre ser
uma criatura maligna da noite, eu disse abundantemente, “Não.”
Ela franziu por um momento, considerando, e então disse, “Eu sei onde é esse
cidade. Eu já estive lá.”
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Eu me ajeitei. Puxa vida. Isso realmente iria acontecer, depois de todas aquelas
semanas de procura. Sydney iria me dizer onde era o lugar, e eu poderia ir e tentar
fechar esse horrível capitulo na minha vida.
“Obrigada, muito obrigado – “
Ela ergueu a mão e me silenciou, e então eu notei o quão miserável ela parecia.
“Mas não vou te dizer onde é.”
Minha boca se abriu. “O que?”
“Eu mesma vou te levar lá.”