quinta-feira, 24 de maio de 2012

A.Vampiro - promessa de sangue (capitulo 3)


CAPÍTULO TRÊS
“Espera – O que?” eu exclamei.
Isso não estava nos planos. Isso não estava nos planos mesmo. Eu estava tentando
me mover pela Rússia de uma forma mais incógnita possível. Além do mais, eu
realmente não gosto da ideia de ter alguém junto – particularmente alguém que
parecia me odiar. Eu não sabia quanto tempo iria levar para chegar a Sibéria – alguns
dias, eu pensei – e eu não conseguia imaginar passar eles ouvindo Sydney falar sobre o
ser nada natural e maligno que eu era.
Engolindo meu ultraje, eu tentei a razão. Afinal de contas, eu estava pedindo o
favor aqui. “Isso não é necessário,” eu disse, me forçando a sorrir. “É gentil da sua
parte oferecer, mas eu não quero incomodar você.”
“Bem,” ela respondeu secamente, “não tem como escapar disso. E eu não estou
sendo gentil. Não é nem minha escolha. É uma ordem dos meus superiores.”
“Ainda soa como um saco para você. Porque você simplesmente não me diz onde
é e vai embora?”
“Você obviamente não conhece as pessoas para qual eu trabalho.”
“Não preciso. Eu ignoro autoridade o tempo todo. Não é difícil depois que você se
acostuma.”
“Yeah? Como isso está funcionando para você encontrar esse vilarejo?” ela
perguntou zombando. “Olha, se você quer chegar lá, esse é o único jeito.”
Bem – era o único jeito de eu chegar lá se eu usasse a informação de Sydney. Eu
poderia voltar a ficar no Nightingale... mas eu tinha levado todo esse tempo para
conseguir uma pista de lá. Enquanto isso, ela estava aqui na minha frente com a
informação que eu precisava.
“Porque?” eu perguntei. “Porque você também tem que ir?”
“Não posso te dizer isso. No final das contas: Eles me mandaram.”
Que ótimo. Eu a olhei, tentando entender o que estava acontecendo. Porque
diabos qualquer um – muito menos humanos com suas mãos no mundo Moroi – iria se
importar onde uma adolescente dhampir ia? Eu não achei que Sydney tinha motivos
obscuros – a não ser que ela fosse uma atriz muito, muito boa. Ainda sim, claramente
as pessoas a quem ela respondia também tinham uma agenda, e eu não gostava de
jogar no plano de ninguém. Ao mesmo tempo, eu estava ansiosa para andar com isso.
Cada dia que passava era outro no qual eu não encontrei Dimitri.
“Quando podemos partir?” eu perguntei finalmente. Sydney, eu decidi, era uma
burocrata2. Ela não mostrou nenhuma habilidade em me perseguir mais cedo.

Certamente não seria difícil abandonar ela quando estivéssemos perto da cidade de
Dimitri.
Ela parecia meio desapontada com minha resposta, quase como se ela esperasse
que eu rejeitasse e então ela estaria livre. Ela não queria vir comigo tanto quanto eu
não queria que ela fosse. Abrindo sua bolsa, ela pegou seu celular de novo, se ocupou
com ele por alguns minutos, e finalmente conseguiu os horários do trem. Ela me
mostrou os horários para o dia seguinte.
“Está bom pra você?”
Eu estudei e concordei. “Eu sei onde é a estação. Posso chegar lá.”
“Ok.” Ela levantou e jogou dinheiro na mesa. “Te vejo amanhã.” Ela começou a se
afastar e olhou de volta para mim. “Oh, e você pode comer o resto das minhas fritas.”
Quando eu recém tinha chegado na Rússia, eu me hospedei em hotéis novos. Eu
certamente tinha o dinheiro para ficar em outros, mas eu queria ficar longe de vista.
Além do mais, luxo não tinha sido a primeira coisa na minha mente. Mas quando eu
comecei a ir para o Nightingale, eu descobri que eu mal podia voltar para uma pensão
ou um alojamento para estudantes usando um vestido de marca.
Então agora eu estava em um hotel de luxo, completo com caras que sempre
abriam as portas e um lobby com chão de mármore. O lobby era tão grande que eu
acho que um hotel inteiro poderia caber dele. Talvez dois hotéis. Meu quarto era
grande e exagerado também, e eu fiquei agradecida por chegar até ele e tirar o salto e
o vestido. Eu percebi com um pouco de arrependimento que eu tinha que deixar os
vestidos que comprei em São Petersburgo para trás. Oh bem. Esses vestidos fariam o
dia de alguma mulher da limpeza, sem dúvidas. O único ornamento que eu realmente
precisava era meu nazar, um pingente que parecia um olho azul. Tinha sido um
presente da minha mãe, que tinha ganho de presente do meu pai. Eu sempre usava no
meu pescoço.
Nosso trem para Moscou partiria tarde da manhã, e iríamos então pegar um trem
para Sibéria. Eu queria estar bem descansada e pronta para tudo. Quando estava de
pijama, eu me enfiei debaixo da cama confortável e esperei o sono chegar. Ao invés
disso, minha mente girava com todas as coisas que tinham acontecido recentemente.
A situação com Sydney era uma reviravolta bizarra mas uma que eu poderia lidar.
Desde que ficássemos em transporte público, ela dificilmente poderia me levar para as
garras dos seus misteriosos superiores. E pelo que ela disse sobre nosso tempo de
viagem, iria de fato levar apenas alguns dias para chegar até o vilarejo. Dois dias
pareciam tanto impossivelmente longos quanto impossivelmente curtos.
Significa que eu poderia muito bem confrontar Dimitri em alguns dias... e então o
que? Eu poderia fazer isso? Eu podia matar ele? E mesmo se eu decidisse que poderia,
eu teria a habilidade para derrotar ele? As mesmas perguntas que eu estava me
perguntando nas duas últimas semanas ficavam rodeando minha mente. Dimitri me
ensinou todo que eu sabia, e com reflexos de Strigoi melhorados, ele poderia
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realmente ser o deus que eu sempre brinquei que ele era. Morte era uma
possibilidade muito real para mim.
Mas me preocupar não estava ajudando agora e, olhando para o relógio no
quarto, eu descobri que eu estava deitada acordada a quase uma hora. Isso não era
bom. Eu precisava estar na minha melhor condição. Então eu fiz algo que eu sabia que
não deveria, mas que sempre funcionava para tirar minha mente das preocupações –
em grande parte porque envolvia estar na mente de outra pessoa.
Entrar dentro da mente de Lissa requeria só um pouco de concentração da minha
parte. Eu não sabia se eu seria capaz estando tão longe, mas eu descobri que o
processo não era diferente de que se eu estivesse ao lado dela.
Era tarde da manhã em Montana, e Lissa não tinha aula hoje, já que era sábado.
Durante meu tempo longe, eu trabalhei muito para colocar paredes mentais entre nós,
bloqueando ela e seus sentimentos quase completamente. Agora, dentro dela, todas
as barreiras estavam baixas, e as emoções dela me atingiram como uma maré.
“Porque ela acha que pode simplesmente estalar os dedos e me levar para
qualquer lugar que ela queira, sempre que ela quer?” Lissa rosnou.
“Porque ela é a rainha. E porque você fez um trato com o diabo.”
Lissa e o namorado dela, Christian, estavam no sótão da capela da escola. Assim
que eu reconheci os arredores, eu quase sai da cabeça dela. Os dois tinham tido
encontros “românticos” demais aqui, e eu não queria ficar se roupas fossem ser
arrancadas em breve. Felizmente – ou talvez não – os sentimentos irritados dela me
disseram que não haveria sexo hoje, não com o mau humor dela.
Na verdade era meio irônico. O papel deles estava reverso. Lissa era a mau
humorada enquanto Christian permanecia tranquilo e composto, tentando parecer
calmo pelo bem dela. Ele estava sentado no chão, inclinado contra a parede, enquanto
ela estava sentada na frente dele, suas pernas abertas e os braços dele segurando ela.
Ela descansou sua cabeça no peito dele e suspirou.
“Nas últimas semanas, eu fiz tudo que ela pediu! ‘Vasilisa, por favor mostre aos
visitantes reais idiotas o campus.’ ‘Vasilisa, por favor pule num avião pelo fim de
semana para que eu possa te apresentar para alguns oficiais chatos da Corte.’ ‘Vasilisa,
por favor tenha um tempo voluntário com estudantes mais novos.’ Fica bem.” Apesar
da frustração de Lissa, eu não podia impedir de sentir um pouco de diversão. Ela
imitou a voz da rainha Tatiana perfeitamente.
“Você fez o último por vontade própria,” Christian apontou.
“Yeah.... o ponto em ser por vontade própria. Eu odeio ela tentando ditar cada
parte da minha vida ultimamente.”
Christian se inclinou e beijou a bochecha dela. “Como eu disse, você fez um trato
com o diabo. Você é a querida dela agora. Ela quer se certificar que você esteja
fazendo ela parecer bem.”
Lissa fez uma carranca. Embora os Moroi vivam dentro de países humanos e
estejam sujeitos a seu governo, eles também são governados por um rei ou rainha que
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vinha de uma das doze famílias reais dos Moroi. Rainha Tatiana – uma Ivashkov – era a
governante atual, e ela tinha um interesse particular em Lissa como o último membro
vivo da família Dragomir. Portanto, Tatiana fez a Lissa um trato. Se Lissa vivesse na
Corte depois de se graduar do St. Vladimir, a rainha iria fazer arranjos para que ela
estudasse na universidade Lehigh na Pensilvânia. Lissa era uma nerd e embora viver na
casa de Tatiana valesse a pena para frequentar a universidade prestigiosa e semigrande,
ao contrário daquelas que os Moroi normalmente iam (por razões de
segurança). Como Lissa estava descobrindo, as cordas ligadas ao trato já estavam no
lugar agora. “E eu simplesmente sento e aguento,” Lissa disse. “Eu só sorrio e digo
‘Sim, vossa majestade. Qualquer coisa que você quiser, vossa majestade’.”
“Então diga para ela que o trato já era. Você fará 18 em alguns meses. Realeza ou
não, você não tem obrigação nenhuma. Você não precisa dela para ir para uma escola
grande. Vamos fugir você e eu. Ir para qualquer faculdade que você queira. Ou nem ir
para faculdade. Podemos fugir para Paris ou algo assim e trabalhar numa cafeteria
pequena. Ou vender arte ruim nas ruas.”
Isso fez Lissa rir, e ela se aproximou ainda mais de Christian. “Certo. Eu posso
totalmente ver você tendo a paciência para esperar as pessoas. Você seria demitido no
primeiro dia. Parece que o único jeito que vamos sobreviver é se eu for para faculdade
e nos sustentar.”
“Tem outras formas de ir para faculdade, sabe.”
“Yeah, mas nenhuma que seja tão boa,” ela disse desejosamente. “Não
facilmente, pelo menos. Esse é o único jeito. Eu só queria enfrentar ela um pouco.
Rose iria.”
“Rose seria presa por traição na primeira vez que Tatiana pedisse a ela para fazer
algo.”
Lissa sorriu tristemente. “Yeah. Ela seria.” O suspiro virou um suspiro. “Eu sinto
tanta falta dela.”
Christian beijou ela de novo. “Eu sei.” Essa era uma conversa familiar para eles,
uma que nunca ficava velha porque os sentimentos de Lissa nunca sumiam. “Ela está
bem, você sabe. Onde ela estiver, ela está bem.”
Lissa encarou a escuridão do sótão. A única luz vinha da janela de vidro que fazia
todo o lugar parecer a terra das fadas. O lugar tinha sido limpo recentemente – por
Dimitri e eu, na verdade. Só fazia alguns meses, mas pó e caixas já estavam se
acumulando. O padre era um cara legal mais meio que um cara que guarda de tudo.
Lissa não notou nada disso. Os pensamentos dela estavam focados demais em mim.
“Eu espero que sim. Eu queria ter alguma ideia – qualquer ideia – sobre onde ela
está. Eu fico pensando que se alguma coisa acontecer a ela, se ela –” Lissa não
conseguia terminar o pensamento. “Bem, eu fico pensando que eu vou saber de
alguma forma. Que eu vou sentir. Eu quero dizer, eu sei que a ligação é de apenas um
lado... isso nunca mudou. Mas eu tenho que saber se algo acontecer com ela, certo?”
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“Eu não sei,” disse Christian. “Talvez. Talvez não.” Qualquer outro cara teria dito
algo super doce e reconfortante, assegurando ela que sim, sim, é claro que ela saberia.
Mas parte da natureza de Christian era ser brutalmente honesto. Lissa gostava disso
nele. E eu também. Nem sempre fazia dele um amigo agradável, mas pelo menos ele
não estava sacaneando você.
Ela suspirou de novo. “Adrian diz que ela está bem. Ele visita ela nos seus sonhos.
Eu daria qualquer coisa para ser capaz de fazer isso. Minha cura fica cada vez melhor, e
eu vejo auras agora. Mas nenhum sonho ainda.”
Saber que Lissa sentia minha falta doía mais do que se ela estivesse esquecido de
mim completamente. Eu nunca quis magoar ela. Mesmo quando eu estava ressentida
com ela por sentir como se ela estivesse controlando minha vida, eu nunca a odiei. Eu
amava ela como uma irmã e não podia suportar a ideia dela sofrendo agora por minha
causa. Como as coisas tinham ficado tão erradas entre nós?
Ela e Christian continuaram sentados num silêncio confortável, tirando força do
amor um pelo outro. Eles tinham o que Dimitri e eu tínhamos, um senso de tal
unicidade e familiaridade que palavras normalmente não eram necessárias. Ele passou
seus dedos pelo cabelo dela, e embora eu não conseguisse ver muito bem através dos
olhos dela, eu podia imaginar o jeito que o cabelo pálido dela iria brilhar na luz do arco
Iris do vitral da janela. Ele colocou várias mechas atrás da orelha dela e colocou sua
cabeça para trás, trazendo seus lábios até os dela. O beijo começou doce e leve e
então devagar se intensificou, calor se espalhando da boca dele para a dela.
Uh-h, eu pensei. Pode ser hora para sair afinal de contas. Mas ela terminou antes
de eu precisar.
“Está na hora,” ela disse arrependidamente. “Temos que ir.”
O olhar dos olhos azuis de Christian dizia ao contrário. “Talvez essa seja a hora
perfeita para você enfrentar a rainha. Você deveria ficar aqui – seria um jeito ótimo de
construir o caráter.”
Lissa acotovelou ele levemente e então deu um beijo na testa dele antes de
levantar. “Não é por isso que você quer que eu fique, então nem tente brincar
comigo.”
Eles deixaram a capela, e Christian murmurou algo sobre querer fazer mais do que
brincar e ele levou outra cotovelada. Eles estavam indo em direção ao prédio da
administração, que era no coração do campus da escola. Fora os primeiros florescer da
primavera, tudo parecia exatamente como estava quando eu parti – pelo menos do
lado de fora. Os prédios de pedra permaneciam grandes e imponentes. As árvores
altas e antigas continuavam seu turno. Ainda sim, dentro do coração do staff e dos
estudantes, as coisas tinham mudado. Todos carregavam cicatrizes do ataque. Muitos
da nossa gente foram mortos, e embora as aulas estivessem acontecendo de novo,
todos ainda estavam de luto.
Lissa e Christian alcançaram seu destino: o prédio da administração. Ela não sabia
o motivo da convocação dela, só que Tatiana queria que ela conhecesse um cara real
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que tinha acabado de chegar a Academia. Considerando a quantidade de pessoas que
Tatiana estava sempre forçando ela a conhecer ultimamente, Lissa não pensou muito.
Ela e Christian entraram no escritório principal, onde eles encontraram a Diretora
Kirova sentada e conversando com um Moroi mais velho e uma garota da nossa idade.
“Ah, Sra. Dragomir. Aí está você.”
Eu me meti muito em problemas com Kirova quando era estudante, ainda sim ver
ela me deixou meio nostálgica. Ser suspensa por começar um briga em aula parecia
muito melhor do que vagar pela Sibéria para encontrar Dimitri. Kirova tinha a mesma
aparecia de pássaro de sempre, os óculos balançando no fim do nariz dela. O homem e
a garota levantaram, e Kirova gesticulou em direção a eles.
“Esse é Eugene Lazar e sua filha Avery.” Kirova virou em direção a Lissa. “Esses são
Vasilisa Dragomir e Christian Ozera.”
Eles se observaram. Lazar era um nome real, mas isso não era surpresa já que
Tatiana tinha iniciado esse encontro. Sr. Lazar deu a Lissa um sorriso e apertou a mão
dela. Ele parecia um pouco surpreso por encontrar Christian, mas o sorriso
permaneceu. É claro, esse tipo de reação a Christian não era raro.
As duas formas de se tornar Strigoi eram por escolha ou a força. Um Strigoi pode
transformar outra pessoa – humano, Moroi, ou dhampir – bebendo seu sangue e
então dando sangue de Strigoi para eles. Foi isso que aconteceu com Dimitri. O outro
jeito de se tornar Strigoi era único a Moroi – e era feito por escolha. Moroi que
propositalmente escolhiam matar uma pessoa bebendo seu sangue também se
tornariam Strigoi. Normalmente, Moroi só bebiam quantidades pequenas de humanos
que permitiam. Mas tomar tanto que destruía outra força de vida? Bem, isso viraria o
Moroi para o lado negro, tirando sua mágica elementar e transformando ele em
mortos vivos selvagens.
Isso era exatamente o que os pais de Christian tinham feito. Eles mataram por
vontade própria e se tornaram Strigoi para ganhar vida eterna. Christian nunca
mostrou nenhum desejo de se tornar Strigoi, mas todos agiam como se ele estivesse
prestar a virar. (Eu admito, a atitude dele nem sempre ajuda). Muitos dos familiares
próximos a ele – apesar de serem da realeza – eram evitados também. Mas eu e ele
nos juntamos para chutar uma boa quantidade de Strigoi durante o ataque. Rumores
sobre isso estavam circulando e melhorando a reputação dele.
Kirova nunca foi de perder tempo com formalidades, então ela foi direto ao ponto.
“Sr. Lazar vai ser o novo diretor aqui.”
Lissa ainda estava sorrindo para ele educadamente, mas a cabeça dela
imediatamente virou para Kirova. “O que?”
“Eu vou renunciar,” explicou Kirova, a voz chata e sem emoção o bastante para
rivalizar a de um guardião. “Embora ainda vá servir a escola como professora.”
“Você vai ensinar?” Christian perguntou incrédulo.
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Ela deu a ele um olhar seco. “Sim, Sr. Ozera. Foi o motivo pelo qual eu
originalmente vim a escola. Tenho certeza que se tentar com vontade o bastante, eu
posso lembrar como fazer isso.”
“Mas porque?” Perguntou Lissa. “Você faz um trabalho excelente.”
Era mais ou menos verdade. Apesar das minhas disputas com Kirova –
normalmente sobre mim quebrar as regras – eu ainda tinha um respeito saudável por
ela. Lissa também.
“É algo pelo qual andei pensando a retornar a um tempo,” explicou Kirova. “Agora
parece uma boa época, e o Sr. Lazar é um administrador muito capaz.”
Lissa era muito bom em ler pessoas. Eu acho que é parte do efeito colateral do
espírito, assim como o espírito fazia quem o usava muito, muito carismático. Lissa
achava que Kirova estava mentindo, e eu também. Se eu fosse capaz de ler a mente de
Christian, meu palpite seria que ele achava a mesma coisa. O ataque a academia tinha
deixado muitas pessoas em pânico, realeza em particular, embora o problema que
tinha permitido o ataque a muito tivesse sido concertado. Eu estava supondo que a
mão de Tatiana estava nisso, forçando Kirova a renunciar e fazer alguém da realeza
tomar o lugar dela, fazendo outros da realeza se sentirem melhor.
Lissa não mostrou seus pensamentos, e ela virou de volta ao Sr. Lazar. “Bem, é um
prazer conhecer você. Tenho certeza que você fará um ótimo trabalho. Me avise se
houver algo que eu possa fazer por você.” Ela estava bancando o papel de princesa
apropriada perfeitamente. Ser educada e doce era um dos seus muitos talentos.
“Na verdade,” disse o Sr. Lazar, “tem algo.” Ele tinha uma voz profunda e rouca, o
tipo que preenchia uma sala. Ele gesticulou em direção a sua filha. “Eu estava me
perguntando se você poderia mostrar a Avery as coisas e ajudar ela a se encaixar aqui.
Ela se formou ano passado mais vai me auxiliar nas minhas tarefas. Mas tenho certeza
que ela prefere passar o tempo com alguém da sua própria idade.”
Avery sorriu, e pela primeira vez, Lissa realmente prestou atenção nela. Avery era
linda. Impressionante. Lissa era linda também, entre aquele cabelo lindo e os olhos de
jade que eram de sua família. Eu achava que ela era cem vezes mais bonita que Avery,
mas ao lado de uma garota mais velha, Lissa parecia meio sem graça. Avery era alta e
magra como a maior parte dos Moroi mas tinha algumas curvas sexys. O tipo de peito,
como o meio, era invejado entre os Moroi, e o cabelo castanho longo dela e olhos
azuis completavam o pacote.
“Eu prometo não ser muito chata,” disse Avery. “E se você quiser, eu te dou
algumas dicas sobre a vida na Corte. Eu ouvi falar que você vai se mudar para lá.”
Instantaneamente, as defesas de Lissa se ergueram. Ela percebeu o que estava
acontecendo. Tatiana não tinha apenas removido Kirova, ela mandou um guardião
para Lissa. Uma linda e perfeita companhia que iria espionar Lissa e tentar treinar ela
nos padrões de Tatiana. As palavras de Lissa foram perfeitamente educadas quando
ela falou, mas havia definitivamente um certo gelo em sua voz.
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“Seria ótimo,” ela disse. “Estou bem ocupada ultimamente, mas podemos tentar
conseguir algum tempo.”
Nem o pai de Avery nem Kirova pareceram notar o subtexto “se afaste”, mas algo
brilhou nos olhos de Avery que disse a Lissa que a mensagem tinha sido passada.
“Obrigado,” disse Avery. A não ser que eu esteja enganada, tinha algo
legitimamente magoado no rosto dela. “Tenho certeza que vamos dar um jeito.”
“Bom, bom,” disse o Sr. Lazar, totalmente inconsciente do drama. “Talvez você
possa mostrar a Avery a casa de convidados? Ela está ficando na ala leste.”
“Claro,” disse Lissa, desejando que ela pudesse fazer qualquer coisa menos isso.
Ela, Christian, e Avery começaram a sair, mas então, dois caras entraram na sala.
Um era um Moroi, um pouco mais jovem que nós, e o outro era um dhampir com seus
20 anos – um guardião, pelas feições duras e sérias dele.
“Ah, aí está você,” disse o Sr. Lazar. Chamando os caras para dentro. Ele colocou
suas mãos no ombro do garoto. “Esse é meu filho Reed. Ele é um calouro e vai
frequentar as aulas aqui. Ele está muito excitado.”
Na verdade, Reed parecia extremamente não excitado. Ele era o cara mais
grosseiro que eu já vi. Se eu precisasse fazer o papel de adolescente descontente, eu
poderia aprender tudo que havia para se saber com Reed Lazar. Ele tinha as mesmas
feições que Avery, mas elas estavam estragadas por uma careta que parecia estar
grudada em seu rosto. O Sr. Lazar apresentou os outros para Reed. A resposta de Redd
foi um “hey,” gutural.
“E esse é Simon, o guardião de Avery,” continuou o Sr. Lazar. “É claro, no campus
ele não precisava estar com ela o tempo todo. Você sabe como é. Ainda sim, tenho
certeza que ele estará por perto.”
Eu espero que não. Ele não parecia completamente desagradável como Reed, mas
ele tinha uma certa natureza severa que parecia extrema mesmo entre os guardiões.
De repente, eu meio que senti pena de Avery. Se essa era a única companhia dela,
eu gostaria de ser amiga de alguém como Lissa. Lissa, no entanto, deixou claro que ela
não faria parte do esquema de Tatiana. Com pouca conversa, ela e Christian
escoltaram Avery até a casa de hospedes e a foram embora. Normalmente, Lissa teria
ficado e ajudado Avery a se ajeitar e se oferecido para comer com ela mais tarde.
Dessa vez não. Não com motivos ocultos.
Eu voltei para meu próprio corpo, de volta para o hotel. Eu sabia que não deveria
mais me importar com a vida na academia e que eu não deveria me sentir mal por
Avery. Ainda sim ficar deitada ali encarando a escuridão, eu não conseguia me impedir
de uma presunçosa – e sim, egoísta – satisfação desse encontro: Lissa não iria fazer
compras com sua nova melhor amiga tão cedo

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