quinta-feira, 24 de maio de 2012

A.Vampiro - promessa de sangue (capitulo 4)


CAPÍTULO QUATRO
Em qualquer outro tempo da minha vida, eu teria amado explorar Moscou. Sydney
tinha planejado nossa viagem para que quando nosso trem chagasse lá, teríamos
algumas horas antes de subirmos no próximo em direção a Sibéria. Isso nos deu algum
tempo para perambular e pegar a janta, embora ela quisesse se certificar de que
estivéssemos seguras dentro da estação antes de ficar muito escuro. Apesar das
minhas marcas molnija, ela não quis arriscar.
Não fazia diferença para mim como passávamos o tempo. Desde que estivéssemos
nos aproximando de Dimitri, isso era o que importava. Então Sydney e eu andamos
desinteressadamente, absorvendo o que víamos e falando muito pouco. Eu nunca
estive em Moscou. Era uma cidade linda, próspera e cheia de pessoas e comércio. Eu
podia passar dias lá só fazendo compras e experimentando os restaurantes. Lugares
que ouvi em minha vida – o Kremlin, a Praça Vermelha, e Teatro Bolshoi – estavam
todos a meu alcance. Apesar do quão legal era, eu tentei sintonizar os sons e atrações
da cidade depois de um tempo porque me lembrava de... bem, Dimitri.
Ele costumava falar sobre a Rússia todo o tempo e tinha jurado que eu iria amar.
“Para você, vai ser como um conto de fadas,” ele me disse uma vez. Foi durante
um treino depois da aula no mais tardar do outono, logo antes do anoitecer. O ar tinha
estado nebuloso, e revestia tudo.
“Desculpe, camarada,” eu respondi, colocando a mão para trás para amarrar meu
cabelo num rabo de cavalo. Dimitri adorava meu cabelo solto, mas em treino de
combate? Cabelo comprido era uma deficiência. “Borg e músicas antigas não são parte
de nenhum final feliz que eu tenha imaginado.”
Ele me deu seu raro e fácil sorriso então, o tipo que enrugava levemente o canto
dos olhos dele. “Borscht, não borg. E eu vi seu apetite. Se você tiver fome o bastante,
você comeria.”
“Então passar fome é necessário para esse conto de fadas funcionar?” Não havia
nada que eu amava mais do que provocar Dimitri. Bem, a não ser beijar ele.
“Estou falando da terra. Dos prédios. Vá para uma das cidades grande – é como
nada que você já tenha visto. Todos nos EUA tendem a construir do mesmo jeito –
sempre em blocos grandes e grossos. Eles fazem o que é mais fácil e rápido. Mas na
Rússia, tem prédios que são como pedaços de arte. Eles são todos arte – mesmo
muitos dos prédios normais de todo dia. E lugares como o palácio de inverno e a igreja
Trotsky em São Petersburgo? Eles vão tirar seu fôlego.”
O rosto dele brilhou com a memória das coisas que ele tinha visto, a alegria
fazendo suas feições já bonitas se tornarem divinas. Eu acho que ele poderia ter
nomeado marcos históricos o dia todo. Meu coração queimou dentro de mim, só de
observar ele. E então, como eu sempre fazia quando eu me preocupava em ficar toda
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sentimental, eu fazia uma piada e mudava a atenção dele para esconder minhas
emoções. O que fez ele voltar para o modo negócios, e fomos trabalhar.
Agora, andando pelas ruas da cidade com Sydney, eu queria ter não dito a piada e
ouvido Dimitri falar mais sobre sua terra natal. Eu daria qualquer coisa para ter Dimitri
aqui comigo, do jeito que ele costumava ser. Ele tinha razão sobre os prédios. Claro, a
maioria eram copias de qualquer coisa que você pode encontrar nos EUA ou em
qualquer lugar do mundo, mas alguns eram requintados – pintados em cores
brilhantes, adornados com seus domos estranhos mas ainda lindos domos em forma
de cebola. As vezes, realmente parecia como algo do outro mundo. E o tempo todo, eu
fiquei pensando que deveria ser Dimitri aqui do meu lado, apontando as coisas e
explicando para mim. Nós deveríamos estar tendo uma fuga romântica. Dimitri e eu
poderíamos ter comido em restaurantes exóticos e então saído para dançar a noite. Eu
poderia usar um dos vestidos de marca que eu deixei para trás no hotel em São
Petersburgo. Era assim que deveria ter sido. Não deveria ser eu com uma humana
carrancuda.
“Surreal, uhu? Como algo saído de uma história.”
A voz de Sydney me assustou, e eu percebi que tínhamos parado na frente da
estação de trem. Haviam várias delas em Moscou. Ela ecoando minha conversa com
Dimitri enviou calafrios para minha espinha – em grande parte porque ela tinha razão.
A estação não tinha os domos em força de cebola mas ainda parecia como algo saído
de um conto de fadas, como um cruzamento entre o castelo da cinderela e uma casa
de pão de gengibre. Tinha um telhado grande em forma de arco e torres dos dois
lados. Suas paredes brancas foram intercaladas com pedaços de tijolo marrom e
mosaico verde, quase fazendo com que ela parecesse listrada. Nos EUA alguém
poderia chamar de berrante. Para mim, era lindo.
Eu senti lágrimas se espalhando nos meus olhos e me perguntei o que Dimitri teria
dito sobre esse prédio. Ele provavelmente teria amado assim como ele amava todo o
resto. Percebendo que Sydney estava esperando uma resposta, eu engoli minha dor e
banquei a adolescente irreverente. “Talvez algo de uma história sobre uma estação de
trem.”
Ela arqueou uma sobrancelha, surpresa com minha indiferença, mas ela não a
questionou. O que ela poderia dizer? Talvez se eu mantivesse meu sarcasmo, ela
eventualmente se irritasse e me deixasse. De alguma forma, eu duvido que eu tenha
tanta sorte. Eu tinha certeza que o medo dela por seus superiores vencia qualquer
outro sentimento que ela pudesse ter em relação a mim.
Tínhamos acomodações de primeira classe no trem, o que acabou sendo menos
do que eu esperava. Havia uma combinação de cama/banco em cada lado, uma janela,
e uma TV na parede. Eu suponho que isso ajude a passar o tempo, mas eu tinha
problemas para seguir a televisão russa – não apenas por causa da língua mas porque
alguns dos shows eram bizarros. Ainda sim, Sydney e eu teríamos nosso própria
espaço, mesmo se o quarto fosse mais aconchegante do que nós esperávamos.
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As cores me lembravam as mesmas estampas que eu vi pela cidade. Mesmo o
corredor fora da nossa cabine era de cores brilhantes, com carpete fofo em vermelho e
designs amarelos e um verde escuro e amarelo indo para o meio. Dentro do nosso
quarto, os bancos estavam cobertos de almofadas de veludo laranja, e as cortinas
combinavam em tons de dourado e pêssego, feitas de um tecido grosso e pesado
costurando com uma estampa sedosa. Entre tudo isso e a mesa ornamentada no meio
da cabine, era quase como viajar num mini palácio.
Estava escuro quando o trem deixou a estação. Por qualquer que fosse a razão, os
trens para Sibéria sempre deixavam Moscou a noite. Não era tão tarde ainda, mas
Sydney disse que queria dormir, e eu não queria deixar ela mais irritada do que ela já
estava. Então ela desligou as luzes, a não ser pela pequena lâmpada perto da minha
cama. Eu comprei uma revista na estação de trem, e mesmo que eu não conseguisse
entender a língua, as fotos de maquiagem e roupas transcendiam a barreira cultural.
Eu virei as páginas o mais silenciosamente que pude, admirando tops de verão e
vestidos e me perguntando quando – se algum dia – eu seria capaz de me preocupar
com esse tipo de coisa de novo.
Eu não estava cansada quando deitei, mas o sono me tomou mesmo assim. Eu
estava sonhando com esqui aquático quando de repente, as ondas e o sol ao meu
redor se dissolveram em um quarto com prateleiras e prateleiras de livros. Mesas com
computadores top de linha se alinhavam na sala, e havia uma calma que permeava o
lugar. Eu estava na biblioteca da Academia St. Vladimir.
Eu rosnei. “Oh, qual é. Hoje não.”
“Porque hoje não? Porque não todo dia?”
Eu virei e me encontrei olhando para o rosto bonito de Adrian Ivashkov. Adrian era
um Moroi, o sobrinho neto da rainha, e alguém que eu deixei para trás na minha
antiga vida quando parti para essa missão suicida. Ele tinha lindos olhos esmeralda que
fazia a maior parte das garotas desmaiar, particularmente já que eles estavam junto
com um cabelo castanho bagunçado. Ele também estava meio que apaixonado por
mim e era a razão do porque eu tinha tanto dinheiro nessa viagem. Eu o convenci a me
dar.
“Verdade,” eu admiti. “Eu suponho que eu deveria ficar agradecida por você
aparecer só uma vez por semana.”
Ele sorriu e sentou em uma das cadeiras de madeira. Ele era alto, como a maioria
dos Moroi, com um corpo levemente musculoso. Os caras Moroi nunca ficam muito
musculosos. “Ausência faz o coração ficar ainda mais afeiçoado, Rose. Não quero que
você me tome por garantido.”
“Você não está em perigo disso; não se preocupe.”
“Eu não suponho que você vá me dizer onde está?”
“Não.”
Fora Lissa, Adrian era o único outro usuário de espírito vivo conhecido, e entre
seus talentos estava a habilidade de aparecer nos meus sonhos – geralmente sem ser
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convidado – e conversar comigo. Eu achava que era uma benção seus poderes não
serem capazes de dizer onde eu estava.
“Você me mata, Rose,” ele disse melodramaticamente. “Todo dia é uma agonia
sem você. Vazio. Sozinho. Eu me consumo me perguntando se você ainda está viva.”
Ele falou de um jeito bobo e exagerado que era característico dele. Adrian
raramente levava as coisas a sério e sempre tinha vantagem irreverente. Espírito
também tinha a tendência de deixar a pressão instável, e enquanto ele lutava, ele
parecia não ser afetado. Por debaixo do melodrama, no entanto, eu senti uma
verdade. Não importava o quão superficial ele parecia, ele realmente se importava
comigo.
Eu cruzei os braços. “Bem, ainda estou viva, claramente. Então eu suponho que
você pode me deixar voltar a dormir.”
“Quantas vezes te disse? Você está dormindo.”
“E ainda sim eu me sinto inexplicavelmente exausta por falar com você.”
Isso fez ele rir. “Oh, eu sinto sua falta.” O sorriso sumiu. “Ela sente sua falta
também.”
Eu endureci. Ela. Ele nem precisava dizer o nome dela. Não havia dúvida sobre
quem ele estava falando.
Lissa.
Mesmo dizer o nome dela em minha mente causava dor, particularmente já que
eu a vi ontem a noite. Escolher entre Lissa e Dimitri tinha sido a decisão mais dura da
minha vida, e o passar do tempo não facilitou. Eu posso ter escolhido ele, mas ficar
longe dela era como ter um braço cortado, particularmente por causa do laço que
assegurava que nunca estivéssemos realmente separadas.
Adrian me deu um olhar sagaz, como se ele tivesse adivinhado meus
pensamentos. “Você a viu?”
“Não,” eu disse, me recusando a reconhecer que eu tinha visto ela ontem a noite.
Deixe ele pensar que eu estava realmente livre de tudo. “Essa não é mais minha vida.”
“Certo. Sua vida é sobre missões perigosas de vigilante.”
“Você não entenderia nada que não seja beber, fumar, e conquistar mulheres.”
Ele balançou a cabeça. “Você é a única que eu quero, Rose.”
Infelizmente, eu acreditava nele. Seria mais fácil para nós dois se ele pudesse
encontrar outra pessoa. “Bem, você pode continuar sentindo isso, mas você vai ter que
continuar esperando.”
“Muito mais tempo?”
Ele me perguntava isso o tempo todo, e toda vez, eu enfatizava quanto tempo
seria e como ele estava perdendo tempo. Pensando na possível pista de Sydney, eu
hesitei hoje a noite. “Eu não sei.”
Esperança floresceu no rosto de Adrian. “Essa é a coisa mais otimista que você me
disse até agora.”
“Não imagine demais. Eu não sei, pode ser um dia ou um ano. Ou nunca.”
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O sorriso maldoso dele retornou, e até eu tinha que admitir que era fofo. “Vou
esperar que seja algum dia.”
Pensar em Sydney trouxe a pergunta a minha mente. “Hey, você já ouviu falar dos
Alquimistas?”
“Claro,” ele disse.
Típico. “É claro que você ouviu.”
“Porque? Você encontrou um deles?’
“Mais ou menos.”
“O que você fez?”
“Porque você acha que fiz alguma coisa?”
Ele riu. “Alquimistas só aparecem quando problemas acontecem, e você trás
problema para onde vai. Mas tenha cuidado. Eles são malucos religiosos.”
“Isso é meio extremo,” eu disse. A fé de Sydney não parecia ser tão ruim.
“Só não deixe eles te converterem.” Ele piscou. “Eu gosto de você ser a pecadora
que é.”
Eu comecei a dizer a ele que Sydney provavelmente achava que eu estava além de
qualquer salvação, mas ele terminou o sonho, me mandando de volta a dormir. A não
ser que, ao invés de voltar a meus próprios sonhos, eu acordei. Ao meu redor, o trem
balançava confortavelmente enquanto passávamos pelo campo russo. Minha lâmpada
ainda estava acessa, sua luz muito brilhante para meus olhos sonolentos. Eu me
estiquei para desligar elas e notei que a cama de Sydney estava vazia. Provavelmente
no banheiro eu pensei. Ainda sim, me senti agitada. Ela e seu grupo de Alquimistas
ainda eram um mistério, e eu de repente me preocupei que um plano sinistro
estivesse acontecendo. Ela estava se encontrando com algum agente secreto? Eu
decidi encontrar ela.
Eu admito, eu não fazia ideia de onde ela poderia estar em um trem desse
tamanho, mas lógica nunca foi meu forte antes. Não tem porque ser agora.
Graças a Deus, depois de colocar meus sapatos e entrar no corredor adjacente a
nossa cabine, eu descobri que não tinha que procurar muito.
O corredor estava alinhado com janelas, todas enroladas com aquelas cortinas
ricas, e Sydney estava de costas para mim, olhando para fora, um corredor envolvido
ao redor dela. O cabelo dela estava bagunçado de deitar e parecia menos dourado na
luz fraca.
“Hey...” eu comecei hesitantemente. “Você está bem?”
Ela virou devagar em minha direção. Uma mão segurava o cobertor; a outra
brincava com a cruz ao redor do pescoço dela. Eu lembrei do comentário de Adrian
sobre religião.
“Não consigo dormir,” ela disse sem rodeios.
“É... é por minha causa?”
A única resposta dela foi virar de volta para a janela.
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“Olha,” eu disse me sentindo desamparada. “Se tem algo que eu possa fazer... eu
quero dizer, fora voltar atrás e cancelar essa viagem...”
“Eu vou lidar com isso,” ela disse. “Isso é só, bem, é realmente estranho para mim,
eu lido com vocês o tempo todo, mas eu não lido com você, sabe?”
“Provavelmente poderíamos conseguir nossas próprias cabines, se isso ajuda.
Podemos encontrar um atendente, eu tenho dinheiro.”
Ela balançou a cabeça. “É só por alguns dias, se tanto.”
Eu não sabia o que mais dizer. Ter Sydney comigo era um inconveniente no grande
esquema das coisas, mas eu não queria que ela sofresse. Observando ela brincar com a
cruz, eu não achei que dizer a ela como eu tinha batalhas diárias com Deus e duvidava
da existência Dele ultimamente iria realmente me ajudar com todo a reputação de
criatura maligna da noite.
“Ok,” eu disse finalmente. “Me avise se mudar de ideia.”
Eu voltei para minha cama e cai no sono surpreendentemente rápido, apresar da
preocupação de que Sydney ficasse no corredor a noite toda. Ainda sim, quando
acordei de manhã, ela estava em sua própria cama, dormindo. Aparentemente, a
exaustão dela tinha sido tão forte que mesmo o medo de mim não impediu ela de
descansar. Eu levantei em silêncio e troquei a camiseta e calça de abrigo que eu fui
dormir. Eu estava com fome para comer café e achei que Sydney poderia dormir mais
se eu não estivesse por perto.
O restaurante era no próximo carro e parecia com algo saído de um filme antigo.
Elegantes toalhas de linho estavam sob as mesas, e bronze e madeira escura junto com
pedaços coloridos de vitrais, davam a todo lugar uma sensação de antiguidade. Parecia
mais um restaurante que eu encontraria nas ruas de São Petersburgo do que em um
vagão restaurante. Eu pedi algo que me lembrou vagamente como torrada, a não ser o
fato de que havia queijo nela. Ela veio com salsicha, que até então parecia ser a
mesma em toda parte que eu fui.
Eu estava terminando quando Sydney entrou. Quando a encontrei na primeira
noite, eu assumi que ela vestia calça e blusa próprias para o Nightingale. Eu estava
descobrindo, no entanto, que esse era o estilo normal dela. Ela me parecia uma
daquelas pessoas que não tinha jeans ou camiseta. Ela tinha feito confusão ao ficar em
pé no corredor ontem à noite, mas agora ela estava usando um calça preta e um
suéter verde escuro. Eu estava usando jeans e uma camiseta de manga comprida cinza
e me senti meio desajeitada perto dela. O cabelo dela estava escovado em estilo mas
tinha um visual levemente bagunçado que eu suspeitava que nunca sumisse, não
importava o quanto ela se esforçasse. Pelo menos eu estava usando meu rabo de
cavalo hoje.
Ela sentou na minha frente e pediu omelete quando o garçom apareceu, de novo
pedindo em russo.
“Como você sabe isso?” eu perguntei.
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“O que, russo?” ela deu nos ombros. “Eu tive que aprender enquanto crescia. E
algumas outras línguas.”
“Wow.” Eu tinha feito introdução em algumas línguas também e tive uma
performance miserável nelas. Eu não pensei muito naquela época, mas agora, por
causa dessa viagem e por causa de Dimitri, eu realmente queria ter aprendido russo.
Eu suponho que não seja tarde demais, e eu tinha pegado algumas frases no meu
tempo aqui, mas ainda sim... era uma tarefa difícil.
“Você deve ter que aprender várias coisas nesse trabalho,” eu disse, ponderando
o que deveria significar ser parte de um grupo secreto que cruzava fronteiras
internacionais e interagia com todo tipo de governo. Algo mais cruzou minha mente.
“E quanto aquela coisa que você usou no Strigoi? Que desintegrou o corpo?”
Ela sorriu. Quase. “Bem, eu te disse que a alquimia começou como um grupo de
pessoas tentando fazer poções, certo? Aquele é um desenvolvimento químico para se
livrar do corpo dos Strigoi rapidamente.”
“Você poderia usar para matar alguém?” eu perguntei. Espalhar um liquido que
dissolvia um Strigoi poderia ser muito mais fácil do que da forma normal: decapitação,
empalamento, ou queimar.
“Uma pena,” eu disse. Eu me perguntei se ela não tinha mais nenhuma poção nas
mangas mas achei melhor racionar a quantidade de perguntas que eu tinha para
Sydney por dia. “O que vamos fazer quando chegarmos em Omsh?”
“Omsk,” ela corrigiu. “Vamos pegar um carro e dirigir o resto do caminho.”
“Você esteve lá? Nesse vilarejo?”
Ela concordou. “Uma vez.”
“Como é?” eu perguntei, surpresa por ouvir uma nota desejosa em minha própria
voz. Fora minha busca para encontrar Dimitri, havia uma parte de mim que queria se
apegar em qualquer coisa que eu pudesse em relação a ele. Eu queria saber tudo sobre
ele que eu não soube antes. Se a escola tivesse me dado as posses dele, eu dormiria
com elas toda noite. O quarto dele foi esvaziado bem rápido. Agora eu só podia reunir
os pedaços dele que eu conseguia, como se reunir essas informações comigo fossem
manter ele comigo de alguma forma.
“É como qualquer cidade dhampir, eu suponho.”
“Eu nunca vi uma.”
O garçom serviu o omelete de Sydney, e ela pausou com o garfo no ar. “Verdade?
Eu pensei que todos vocês... bem, eu não sei.”
Eu balancei minha cabeça. “Estive na academia minha vida toda. Mais ou menos.”
Meus dois anos com os humanos não era realmente relevante. Sydney mastigou
pensando. Eu estava disposta a apostar que ela não iria terminar o omelete. Pelo que
eu vi na primeira noite e enquanto esperávamos pelos trens ontem, ela mal parecia
comer alguma coisa. Era como ela subsistisse apenas de ar. Talvez fosse uma coisa de
alquimistas. Mais provavelmente era apenas uma coisa de Sydney.
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“A cidade é metade humana metade dhampir, mas os dhampirs se misturam. Eles
tem toda uma sociedade secreta que os humanos são completamente inconscientes.”
Eu sempre achei que havia um tipo de subcultura, mas eu não fazia ideia de como
iria me encaixar no resto da cidade. “E?” eu perguntei. “Como é essa subcultura?”
Ela soltou o garfo. “Vamos apenas dizer que é melhor você se preparar.”

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