quinta-feira, 24 de maio de 2012

house of night - escolhida (capitulo 11)


ONZE
Eu encontrei o medalhão de coração quando estava mexendo nas roupas de Stevie
Rae. Eu estava com ela na noite que ela morreu, e quando eu voltei para nosso quarto o
esquadrão de limpeza vampiro (ou seja como for que eles se chamem) já tinha estado
aqui e pego todas as coisas de Stevie Rae. Eu fiquei fula. Realmente fula. E insisti que eles
devolvessem algumas das coisas dela de volta porque eu queria ter coisas para me
lembrar dela. Então Anastásia, a professora que ensina feitiços e rituais (ela é muito gentil
e casada com Dragon Lankford, o professor de esgrima) me levou para um deposito
bizarro onde eu coloquei algumas das coisas de Stevie Rae numa mala e então eu joguei
tudo de volta onde costumava ser o armário dela. Eu lembro que Anastásia foi gentil
comigo, mas ela também claramente desaprovou eu ter pego algumas coisas de Stevie
Rae.
Quando um calouro morre, os vampiros esperam que a gente esqueça e siga em
frente. Ponto.
Bem, eu não acho que isso é certo. Eu não ia esquecer minha melhor amiga, mesmo
antes de descobrir que ela virou uma morta viva.
De qualquer forma, eu tinha pego as jeans dela quando algo saiu do bolso dela. Era
um envelope que estava escrito ZOEY do lado de fora com a letra de Stevie Rae. Meu
estomago doeu enquanto eu o abri. Dentro havia um cartão de aniversário - um daqueles
bobos com uma foto de um gato (que parecia Nala) usando um daqueles chapéus de
aniversários pontudos e um olhar carrancudo. Dentro dizia FELIZ ANIVERSÁRIO, OU ALGO
ASSIM, COMO SE EU ME IMPORTASSE EU SOU UM GATO. Stevie Rae desenhou um
enorme coração e escreveu TE AMO! STEVIE RAE E A NALA RABUGENTA. No fundo do
envelope havia uma corrente de prata. Eu a ergui para encontrar um delicado medalhão
de coração na corrente. Minhas mãos tremiam enquanto eu abria o medalhão. Uma foto
dobrada muitas vezes caiu. Eu a abri com cuidado, e com um pequeno soluço, reconheci a
foto que eu tinha tirado de nós duas (segurando a câmera, esmagando nossos rostos
juntos, e pressionando o botão pra tirar a foto).
Limpando os olhos, eu dobrei a foto de volta e a coloquei no medalhão colocando a
corrente envolta do meu pescoço. Era uma corrente curta então o coração ficou logo
abaixo da minha garganta.
De alguma forma, encontrar o colar me fez sentir forte, e também pegar o sangue
da cozinha foi mais fácil do que eu achei que seria. Ao invés da minha bolsa normal - a
pequena de marca que eu encontrei numa loja em Utica Square ano passado (é feita de
pele falsa pink, totalmente legal), eu peguei minha enorme bolsa - a que eu gostava de
usar como uma bolsa de livros quando estava no ginásio no Broken Arrow, antes de ser
Marcada e minha vida explodir. De qualquer forma, a bolsa era grande o bastante para
carregar alguém gordo (se ele fosse baixo), então foi fácil colocar a jeans Roper, uma
camiseta, as botas de cowboy pretas (ugh), e algumas outras coisas e ainda deixar espaço
para cinco bolsas de sangue. Sim, elas eram nojentas. Sim, eu queria enfiar um canudinho
e chupar como se fosse uma caixa de suco. Sim, eu sou nojenta.
A cafeteria estava fechada, assim como a cozinha, e completamente deserta. Mas
como tudo na escola, não estava trancada. Eu entrei e sai da cozinha facilmente,
segurando minha bolsa cheia de sangue com cuidado enquanto tentava parecer
indiferente e não culpada. (Eu realmente não sou boa com o roubo).
Eu estava preocupada em ver Loren (Que eu realmente, realmente estava tentando
esquecer, mas não tanto para mim tirar os brincos de diamante, mas ainda sim), mas a
única pessoa que eu vi foi um terceiranista chamado Ian Bowser. Ele era nerd e magro,
mas ele também era meio engraçado. Eu tinha aula de teatro com ele e ele era
hilariamente apaixonado pela nossa professora de teatro, professora Nolan. Na verdade,
ele estava procurando pela professora Nolan quando ele literalmente deu um encontrão
em mim no caminho da cafeteria.
“Oh, Zoey, desculpe!” Ian me deu uma pequena e nervosa saudação de respeito,
com o punho em cima do coração. “Eu - eu não queria te atropelar.”
“Sem problemas,” eu disse. Eu odiava quando alguém ficava nervoso e assustado
perto de mim como se achassem que eu pudesse transformar eles em algo vil. Por favor.
É a House of Night, não Hogwarts. (Sim, eu li os livros de Potter e adorei os filmes. Sim, é
mais prova de que eu sou uma nerd.)
“Você não viu a professora Nolan, viu?”
“Não. Eu nem sabia que ela tinha voltado das férias,” eu disse.
“Yeah, ela voltou ontem. Tínhamos um encontro trinta minutos atrás.” Ele riu e ficou
corado. “Eu realmente quero chegar na final da competição de Monólogos de Shakespeare
ano que vem, então eu pedi a ela para ser minha tutora.”
“Oh, isso é legal.” Pobre garoto. Ele nunca chegaria na final de um belo concurso de
Shakespeare se a voz dele não parece de se afinar.
“Se você vir a professora Nolan pode dizer a ela que eu estou procurando por ela?”
“Pode deixar,” eu disse. Ian saiu apressado. Eu segurei minha bolsa e fui
diretamente para o estacionamento e então para o Wal-Mart.
Comprei o celular (com sabonete, escova de dentes, e um CD Kenny Chesney) e foi
fácil. O que não foi fácil foi lidar com a ligação para o Erik.
“Zoey? Onde você está?”
“Ainda na escola,” eu disse. O que não era literalmente uma mentira. Nessa hora eu
estava parada no lado da estrada perto do lugar no muro leste onde havia a porta secreta
que levava para fora da escola. Eu digo “secreta” porque vários calouros e provavelmente
todos os vampiros sabiam sobre ela. Era uma tradição escolar não comentada que
calouros saíssem da escola para um ritual e por algum mal comportamento de vez
enquando.
“Ainda na escola?” ele parecia irritado. “Mas o filme quase acabou.”
“Eu sei. Desculpe.”
“Você está bem? Você sabe que deve ignorar as merdas que Afrodite disse.”
“Yeah, eu sei. Mas ela não disse nada sobre você.” Ou pelo menos quase nada. “Eu
só estou muito estressada agora e só preciso pensar um pouco sobre umas coisas.”
“Coisas de novo.” Ele não soava feliz.
“Eu realmente sinto muito, Erik.”
“Ok, yeah. Sem problemas. Eu te vejo amanha ou algo assim. Bye.” E ele desligou.
“Merda,” eu disse para o telefone mudo.
Afrodite bateu na janela do lado do passageiro o que me vez pular e dar um gritinho.
Eu desliguei o telefone e me inclinei para destrancar a porta para ela.
“Aposto que ele está puto,” ela disse.
“Você tem um ouvido bizarramente bom?”
“Nah, só uma bizarramente boa habilidade de entender as coisas. Além do mais eu
conheço nosso garoto Erik. Você deu um bolo nele hoje. Ele está puto.”
“Ok, primeiro, ele não é nosso garoto. Ele é meu garoto. Segundo, eu não dei o bolo
nele. Terceiro, eu não vou falar de Erik com você, Senhorita Boquete.”
Ao invés de assoviar e cuspir em mim como achei que ela faria, Afrodite riu. “Ok.
Tanto faz. E não derrube nada antes de tentar, Senhorita Santinha.”
“Ok, eew.” Eu disse. “Mudando de assunto. Eu tenho uma idéia de como lidar com o
negocio de Stevie Rae. Eu também não acho que você deveria se esconder. Então me
mostre como chegar na casa dos seus pais. Eu vou te largar lá e então vou pegar Stevie
Rae.”
“Quer que eu vá embora antes de voltar com ela?”
Eu já tinha pensado nisso. Era tentador, mas a verdade era que estava parecendo
cada vez mais que Afrodite e eu iríamos ter que trabalhar juntas para arrumar Stevie Rae.
Então minha melhor amiga morta viva teria que se acostumar em ter Afrodite por perto.
Além do mais, eu já estava fazendo coisas escondidas demais. Eu não conseguia mais
lidar com esconder coisas para a garota que eu estava escondendo de todo mundo. Se
isso faz sentido.
“Não. Stevie Rae vai ter que aprender a lidar contigo.” Eu olhei para Afrodite quando
cheguei na sinaleira e acrescentei alegre, “Ou talvez ela nos faça um favor e coma você.”
“É tão legal você sempre pensar no lado bom das coisas,” Afrodite disse
sarcasticamente. “Ok, vire a direita aqui. Quando chegar em Peoria, vire a esquerda e
desça algumas quadras até você ver uma enorme placa que aponta para a virada de
Philbrook.”
Eu fiz o que ela disse. Nós não ficamos tagarelando, mas não foi estranho e
constrangedor. Era estranho o quão fácil era estar com Afrodite. Eu quero dizer, não que
ela não continuasse sendo uma vaca, mas eu estava meio que gostando dela. Ou talvez
esse fosse só outro sinal que eu precisava considerar terapia seriamente, e eu me
perguntei se Prozac ou Lexapro ou algum outro adorável antidepressivo funcionaria em
um calouro.
Na placa de Philbrook eu virei a esquerda e Afrodite disse, “Ok, estamos quase lá. É
a casa 50 da direita. Não entre na primeira entrada, entre na segunda. Essa vai por trás
da casa na garagem do apartamento.”
Nós entramos e tudo o que eu pude fazer era balançar a cabeça. “É aqui que você
vive?”
“Costumava viver,” ela disse.
“É uma P mansão!” E uma legal. Parecia algo que eu imaginava que caras ricos que
vivam na Itália tivessem.
“Era uma puta prisão. Ainda é.” Eu ia dizer algo semi-profudno sobre ela estar livre
agora que ela foi Marcada e era uma menor antecipada e ela podia dizer aos pais para se
mandarem (como eu tinha feito), mas o próximo comentário espertinho dela me fez
esquecer a coisa legal que eu ia dizer. “E é realmente muito irritante você ser muito pura
para xingar. Dizer fuder não vai matar você. Não vai nem significar que você não é
virgem.”
“Eu xingo. Eu digo merda e droga. Muito.” E porque eu de repente senti a
necessidade de defender minhas preferências por não-xingamentos?
“Tanto faz,” ela disse, claramente rindo de mim.
“E não tem nada errado em ser virgem. É melhor que ser uma vadia.”
Afrodite ainda estava rindo. “Você tem muito a aprender, Z.” Ela apontou para o
prédio que parecia uma miniatura da mansão. “Passe atrás dali. Tem uma entrada de trás
para o apartamento o seu carro fica atrás da rua.”
Eu parei atrás da garagem totalmente legal e sai do meu Fusca. Afrodite usou sua
chave para destrancar a porta, que abriu para uma escadaria. Eu segui ela até o
apartamento.
“Jeesh, os servos devem ter vivido muito bem antigamente,” eu murmurei, olhando
ao redor para o escuro e brilhante chão de madeira, os moveis de couro, e a brilhante
cozinha. Não havia várias coisas para decorar, mas havia varias velas e alguns vasos que
pareciam caros. Eu podia ver que o quarto e o banheiro ficavam no fim do apartamento, e
consegui espiar para ver uma enorme cama com um pufe confortável e travesseiros. Meu
palpite era que o banheiro fosse melhor do que o banheiro principal dos meus pais.
“Você acha que está bom?” Afrodite perguntou.
Eu fui para uma das janelas. “Cortinas grossas - isso é bom.”
“Persianas também. Vê, podemos fechar elas daqui.” Afrodite demonstrou.
Eu acenei para a TV de tela plana. “Net?”
“É claro,” ela disse. “Tem vários DVD´s por aqui também.”
“Perfeito,” eu disse, indo até a cozinha. “Só vou colocar todos os sacos de sangue
aqui, e então ir até Stevie Rae.”
“Ótimo. Eu vou assistir as reprises de Real World,” Afrodite disse.
“Ótimo,” eu disse. Mas ao invés de ir embora, eu limpei minha garganta inquieta.
Afrodite olhou por cima da TV. “O que?”
“Stevie Rae não parece e não age como costumava.”
“Verdade? Eu não teria idéia sobre isso se tu não tivesse me avisado. Eu quero dizer,
a maior parte das pessoas que morre e dai volta a vida como um monstro sugador de
sangue parece e age totalmente sã.”
“Estou falando sério.”
“Zoey, eu vi Stevie Rae e algumas das outras criaturas em minhas visões. Eles são
nojentos. Ponto, o fim.”
“É pior quando você os vê ao vivo.”
“Nenhuma surpresa nisso,” ela disse.
“Eu quero que você não diga nada para Stevie Rae,” eu disse.
“Você diz sobre ela estar morta e tudo mais? Ou sobre ela ser nojenta?”
“Nenhum dos dois. Eu não quero assustar ela. Eu também não quero ela pulando em
você e arrancando sua garganta. Eu quero dizer, eu acho que provavelmente poderia
parar ela mas não tenho 100% de certeza. E fora o fato de que seria nojento e difícil de
explicar, eu realmente odeio pensar no que todo aquele sangue faria com esse
apartamento legal.”
“Que doce você.”
“Hey, Afrodite, que tal você tentar algo novo. Tente ser legal,” eu disse.
“Que tal eu só não dizer nada.”
“Isso também funciona.” Eu fui para a porta. “Eu vou tentar trazer ela aqui logo.”
“Hey,” Afrodite me chamou. “Ela realmente podia arrancar minha garganta?”
“Absolutamente,” eu disse, e então fechei a porta atrás de mim.

Nenhum comentário: