espero que goste.
Último
Sacrifício
Vampire
Academy Livro 6
Tradução: Relação no final do livro
Revisão e formatação: Poiesis (Marília)
Resumo
Rose está sendo julgada por alta traição pela morte da
Rainha Tatiana. Alguém a está tentando incriminar, e ainda parece que Dimitri
pode não ser capaz de salvá-la agora.
Capítulo I
Eu não gosto de jaulas.
Eu nem mesmo gosto de ir ao zoo. A primeira vez em que
eu fui em um, eu quase tive um ataque claustrofóbico olhando para aqueles
pobres animais. Eu não conseguia imaginar qualquer criatura vivendo daquele
jeito. Algumas vezes eu até mesmo me sentia mal pelos criminosos, condenados a
viver numa cela. Eu certamente nunca tinha imaginado passar a minhavida em uma.
Mas ultimamente, a vida parecia estar me colocando em
situações que eu nunca esperara, porque cá estava eu, trancafiada.
— Hey! — eu
gritei, agarrando as barras de aço que me isolavam do mundo. — Por quanto tempo
eu terei que ficar aqui? Quando é o meu julgamento? Você não pode me manter
nesse calabouço pra sempre! —
Tá, isso não era exatamente um calabouço, não no
sentido escuro, cheio de correntes. Eu estava dentro de uma pequena cela com
paredes planas, um piso plano, e bem... tudo plano. Imaculado. Estéril. Frio.
Na verdade, era mais depressivo do que qualquer calabouço mofado que eu podia
imaginar. As barras na entrada eram frias contra minha pele, duras e
inflexíveis. Luzes fluorescentes faziam o metal brilhar num jeito que pareceu
desagradável e irritante para os meus olhos. Eu podia ver o ombro de um homem
parado rigidamente no lado da entrada da cela e sabia que provavelmente havia
mais quatro guardiões no corredor fora da minha vista. Eu também sabia que
nenhum deles ia me responder, mas aquilo não me impediu de continuar exigindo
respostas deles constantemente pelos últimos dois dias.
Quando o silêncio usual veio, eu suspirei e afundei
novamente na cama estreita no canto da cela. Como qualquer outra coisa na minha
nova casa, a pequena cama era sem cor e rígida. É. Eu realmente estava
começando a desejar que eu estivesse num calabouço de verdade. Ratos e teias de
aranha teriam, ao menos, me dado algo para assistir. Eu encarei o teto e
imediatamente tive o desorientador sentimento que sempre tinha aqui: que o teto
e as paredes iam se fechar contra mim. Como se eu não pudesse respirar. Como se
as laterais da cela fossem continuar vindo até mim até que não sobrasse mais
espaço, sugando todo o ar...
Eu sentei abruptamente, arfando.Não olhe para o teto e
as paredes, Rose,briguei comigo mesma. Ao invés, eu olhei para minhas mãos
entrelaçadas e tentei imaginar como foi que eu me meti nessa bagunça.
A resposta inicial era obvia: alguém me enquadrou por
um crime que eu não cometi. E não era um crime pequeno. Era assassinato. Eles
tiveram a audácia de me acusar do maior crime que um Moroi ou dhampir poderiam
cometer. Agora, isso não é dizer que eu nunca havia matado antes. Eu já matei.
Eu também já cumpri minha cota de quebra de regras (e até mesmo da lei).
Assassinato a sangue frio, porém, não estava no meu repertorio. Especialmente
não o assassinato de uma rainha.
Era verdade que a Rainha Tatiana não era uma amiga
minha. Ela foi a fria e calculista governante dos Moroi — uma raça de vampiros
vivos e usuários de mágica que não matavam vitimas por sangue. Tatiana e eu
tivemos uma relação dura por um numero de razoes. Uma era eu namorando seu
sobrinho-neto, Adrian. O outro era minha desaprovação de suas políticas para
combater os Strigoi — os maus, vampiros mortos vivos que perseguiam a todos
nós. Tatiana me enganou muitas vezes, mas eu nunca a quis morta. Porém,
aparentemente, alguém quis, e eles deixaram uma trilha de evidencias ligadas
diretamente a mim, a pior eram minhas digitais por toda a estaca que matou
Tatiana. É claro, eraminhaestaca, então naturalmente teria minhas digitais.
Ninguém pareceu achar que isso era relevante.
Eu suspirei novamente e tirei do meu bolso um pequeno
e amassado pedaço de papel. Meu único material de leitura. Eu o apertei na
minha mão, sem a necessidade de olhar para as palavras. Faz tempo que eu as memorizei.
O conteúdo da nota me fez questionar o que eu sabia sobre a Tatiana. Fez-me
questionar muitas coisas.
Frustrada com meus arredores, eu escorreguei deles
para os de outra pessoa: minha melhor amiga Lissa. Lissa era uma Moroi, e nós
dividimos um laço psíquico, um que me permite ir até sua mente e ver o mundo
através de seus olhos. Todos os Moroi dominavam um tipo de elemento mágico. O
da Lissa era o Espírito, um elemento ligado à psique e poderes de cura. Era
raro entre os Moroi, que normalmente usavam elementos físicos, e nós mal
entendemos suas habilidades — que eram incríveis. Ela usou o espírito para me
trazer de volta dos mortos alguns anos atrás, e foi isso que formou nosso laço.
Estar em sua mente me libertava da minha jaula, mas
oferecia pouca ajuda para meu problema. Lissa tem trabalhado duro para provar
minha inocência, desde que ouviu que todas as evidencias estavam contra mim.
Minha estaca ter sido usada no assassinado foi apenas o começo. Meus oponentes
foram rápidos em lembrar a todos sobre meu antagonismo para com a rainha e até
mesmo encontraram uma testemunha para testemunhar sobre meu paradeiro durante o
assassinato. O testemunho me deixou sem um álibi. O Conselho decidiu que havia
evidencias o bastante para me mandar para um julgamento completo — onde eu
receberia meu veredicto.
Lissa tem tentado desesperadamente conseguir a atenção
das pessoas e as convencer de que foi um engano. Ela estava tendo problemas em
encontrar alguém que ouvisse porque toda a Corte Real Moroi estava consumida
com os preparativos para o elaborado funeral de Tatiana. A morte de um monarca
era uma coisa grande. Moroi e dhampirs — meio vampiros como eu — viriam de todo
o mundo para ver o espetáculo. Comida, flores, decorações, até mesmo músicos...
tudo o que for possível. Se a Tatiana tivesse se casado, eu duvidava que o
evento teria sido tão elaborado. Com tamanha atividade e barulho, ninguém se
importava sobre mim agora. Até onde as pessoas sabiam, eu estava seguramente
encarcerada e incapacitada de matar novamente. O assassino da Tatiana foi
encontrado. A justiça foi feita. Caso encerrado.
Antes que eu pudesse ter uma visão clara dos arredores
da Lissa, um barulho na cadeia me puxou de volta para minha própria cabeça.
Alguém havia entrado na área e estava falando com os guardas, pedindo para me
ver. Era meu primeiro visitante em dias. Meu coração disparou, e eu voltei para
as grades, esperando que fosse alguém que me diria que isso tinha sido um
terrível engano.
Meu visitante não era exatamente quem eu esperava.
— Abe, — eu
disse cansada. — O que você está fazendo aqui? —
Abe Mazur estava em pé diante de mim. Como sempre, ele
era um espetáculo para os olhos. Estávamos no meio do verão — quente e úmido,
vendo que estávamos no meio da Pensilvânia rural — mas isso não o impediu de
usar um terno completo. Era um terno chamativo, perfeitamente costurado e
adornado com uma gravata de seda roxa brilhante, combinando com um cachecol que
apenas parecia ser exagero. Jóias douradas brilhavam contra o arroxeado de sua
pele, e ele parecia ter aparado recente sua barba preta curta. Abe era um
Moroi, e mesmo que ele não fosse da realeza, ele tinha influencia o bastante
para ser.
Ele também era meu pai.
— Eu sou o seu
advogado, — ele disse alegremente. — Estou aqui pra te dar assessoria jurídica,
é claro. —
— Você não é um
advogado, — eu o lembrei. — E o seu ultimo conselho não funcionou tão bem. — Isso
era maldade da minha parte. Abe — mesmo não tendo treinamento legal — me
defendeu na minha audição. Obviamente, desde que eu estou trancafiada e
seguindo para um julgamento, o êxito disso não tem sido muito bom. Mas, em toda
a minha solidão, eu acabei percebendo que ele estava certo sobre uma coisa.
Nenhum advogado, não importa quão bom, poderia ter me salvado na audição. Eu tinha
que lhe dar crédito por ter investido numa causa perdida, considerando nossa
relação rudimentar, eu ainda não estava certa do motivo pelo qual ele o fizera.
Minhas maiores teorias eram de que ele não confiava na realeza e que ele sentiu
uma obrigação paternal. Nessa ordem.
— Minha
performance foi perfeita, — ele argumentou. — Só que no seu discurso
convincente, quando você disse ‘se eu fosse a assassina’, não nos fez favor
algum. Colocar aquela imagem na cabeça do juiz não foi a coisa mais inteligente
que você poderia ter feito. —
Eu ignorei a alfinetada e cruzei meus braços. — Então
o que você está fazendo aqui? Eu sei que não é uma visita puramente paternal.
Você nunca faz algo sem um propósito. —
— Mas é claro
que não. Para que fazer algo sem uma razão? —
— Não comece
com a sua lógica circular. —
Ele piscou. — Não precisa ficar com ciúmes. Se você
trabalhar duro e colocar sua mente nisso, você pode acabar herdando minhas
brilhantes habilidades de lógica algum dia. —
— Abe, — eu
avisei. — Vá em frente. —
— Tá, tá, — ele
disse. — Eu vim lhe dizer que seu julgamento talvez seja reagendado. —
— O-o que?
Estas são ótimas noticias! — ao menos, eu achei que eram. A expressão dele
dizia o contrario. A ultima vez que eu ouvi, meu julgamento poderia estar a
meses a frente. O mero pensar nisso — ficar nessa cela por tanto tempo — me fez
sentir claustrofóbica de novo.
— Rose, você
consegue perceber que seu julgamento será quase como sua audição? Mesma
evidencia e veredicto de culpada. —
— Sim, mas tem que
ter algo que possamos fazer antes disso, certo? Encontrar a prova pra me deixar
limpa? — De repente, eu tive uma boa ideia de qual era o problema. — Quando
você diz ‘reagendado’, a quanto tempo você se refere? —
— Idealmente,
eles gostariam de faze-lo depois que um novo rei ou rainha seja coroado. Você
sabe, parte das festividades pós-coroaçao. —
Seu tom era desenvolto, mas eu encarei seu olhar
escuro, eu entendi o significado completo. Números crepitaram na minha mente. —
O funeral é nessa semana, e as eleições são logo depois... Você está dizendo
que eu poderia ir a julgamento e ser condenada em, o que, praticamente duas
semanas? —
Abe assentiu.
Eu voei contra as barras novamente, meu coração
pulsando no meu peito. — Duas semanas? Sério? —
Quando ele disse que o julgamento tinha sido
reagendado, eu havia pensado que talvez estivesse há um mês. Tempo o bastante
pra encontrar novas evidencias. Como é que eu poderia ter pensado nisso? Claro.
Agora, o tempo estava correndo mais rápido. Duas semanas não era o bastante,
especialmente com tanta atividade na Corte. Momentos atrás, eu estava
ressentido o alongamento de tempo que eu poderia enfrentar. Agora, eu tinha
muito pouco disso, e a resposta para minha próxima pergunta poderia piorar as
coisas.
— Quanto tempo?
— eu perguntei, tentando controlar o tremor na minha voz. — Quanto tempo após o
veredicto para que eles... cumpram a sentença? —
Eu ainda não sabia inteiramente o que eu havia herdado
do Abe, mas nós claramente parecíamos compartilhar um traço: uma inabalável
habilidade para entregar más noticias.
— Provavelmente
imediatamente. —
— Imediatamente.
— Eu fui para trás, mal me sentando na cama, e então senti uma nova descarga de
adrenalina. — Imediatamente? Então. Em duas semanas. Em duas semanas, eu posso
estar... morta. —
Porque era isso — a coisa que estava circulando minha
mente no momento em que ficou claro que alguém havia implantado evidencias o
bastante para me culpar. Pessoas que matavam rainhas não eram mandadas para a
prisão. Elas eramexecutadas. Poucos crimes entre os Moroi e dhampirs tinham
esse tipo de punição. Nós tentávamos ser civilizados na nossa justiça,
mostrando que somos melhores do que os Strigoi sedentos por sangue. Mas certos
crimes, perante a lei, mereciam a morte. Certas pessoas mereciam isso, também —
tipo assassinas traidoras. Enquanto o impacto total do futuro me atingia, eu me
senti tremendo e lagrimas estavam perigosamente perto de escorrer de meus
olhos.
— Isso não é
justo! — eu disse a Abe. — Isso não é justo e você sabe disso! —
— O que eu
penso não importa, — ele disse calmamente. — Estou simplesmente entregando os
fatos. —
— Duas semanas,
— eu repeti. — O que nós podemos fazer em duas semanas? Digo... você tem alguma
pista, né? Ou... ou... você pode encontrar algo até lá? Essa é sua
especialidade. — Eu estava gaguejando e sabia que soava histérica e
desesperada. Claro, porque eu estava histérica e desesperada.
— Será difícil
conquistar tanto, — ele explicou. — A Corte está preocupada com o funeral e com
as eleições. As coisas estão desorganizadas — o que é bom e ruim. —
Eu sabia tudo sobre os preparativos pela Lissa. Eu
podia ver o caos crescente. Encontrar qualquer tipo de evidencia nessa bagunça
não seria simplesmente difícil. Poderia muito bem ser impossível.
Duas semanas. Duas semanas e eu posso estar morta.
— Eu não posso,
— disse a Abe, minha voz falhando. — Eu não... deveria morrer dessa forma. —
— Oh? — ele
arqueou uma sobrancelha. — Você sabe como você deveria morrer? —
— Em batalha. —
Uma lagrima pôde escapar, e eu rudemente a afastei. Eu vivi a minha vida com
uma imagem de dureza. Eu não queria isso despedaçando, não agora quando isso
era o mais importante. — Em batalha. Defendendo aqueles que amo. Não... não
através de alguma execução planejada. —
— Isso é uma
batalha de sortes, — ele meditou. — Não apenas uma física. Duas semanas ainda
são duas semanas. Isso é ruim? Sim. Mas é melhor do que uma semana. E nada é
impossível. Talvez alguma nova evidencia apareça. Você simplesmente precisa
esperar e ver. —
— Eu odeio
esperar. Essa sala... é tão pequena. Eu não consigo respirar. Vai me matar
antes que os carrascos o façam. —
— Eu duvido
muito disso. — A expressao de Abe ainda era fria, com sinal algum de simpatia.
Amor duro. — Você lutou contra grupos de Strigoi sem medo, ainda assim não pode
ligar com uma sala pequena? —
— É mais do que
isso! Agora eu tenho que esperar cada dia nesse buraco, sabendo que tem um
relógio contando minha morte e quase não há possibilidades de pará-lo. —
— Às vezes os
maiores testes da nossa força são situações que não são obviamente perigosas.
Às vezes sobreviver é a coisa mais difícil. —
— Oh. Não.Não.
— Eu lancei, andando em pequenos círculos. — Não comece com toda essa droga de
nobreza. Você soa como o Dimitri quando ele costumava me dar suas profundas
lições de vida. —
— Ele
sobreviveu a essa mesma situação. Ele está sobrevivendo a outras coisas também.
—
Dimitri.
Eu inspirei profundamente, acalmando-me antes de
responder. Até essa bagunça de assassinato, Dimitri era a maior complicação da
minha vida. Um ano atrás — embora pareça uma eternidade — ele foi meu instrutor
no colegial, treinando-me para ser um dos dhampir guardiões que protegem Moroi.
Ele conseguiu isso — e muito mais. Nós nos apaixonamos, algo que não era
permitido. Nós lidamos com isso o melhor que pudemos, até mesmo bolamos um
jeito de ficarmos juntos. Essa esperança desapareceu quando ele foi mordido e
transformado em Strigoi. Foi um pesadelo pra mim. Então, através de um milagre
que ninguém acreditava ser possível, Lissa usou espírito para transforma-lo de
volta em um dhampir. Mas, infelizmente, as coisas não tornaram a ser exatamente
como eram antes do ataque Strigoi.
Eu olhei para Abe. — Dimitri sobreviveu a isso, mas
ficou horrivelmente deprimido! Ele ainda está. Sobre tudo… — Todo o peso das
atrocidades que ele cometeu enquanto Strigoi assombravam Dimitri. Ele não
conseguia se perdoar e jurava que nunca poderia amar alguém agora. O fato de eu
ter começado a namorar com o Adrian não ajudava. Depois de um numero de
esforços futeis, eu aceitei que o Dimitri e eu era passado. Eu segui em frente,
esperando ter algo real com o Adrian agora.
— Certo, — Abe
disse secamente. — Ele está deprimido, mas você é a imagem de felicidade e
diversão. —
Suspirei.
— Às vezes conversar com você é como conversar comigo
mesma: muito irritante. Existe outra razão para você estar aqui? Outra além de
me entregar as terriveis novidades? Eu estaria mais feliz vivendo na
ignorancia. — Eu não deveria morrer desse jeito. Eu não deveria ver isso
chegando. Minha morte não é algum compromisso marcado num calendário.
Ele deu de ombros.
— Eu só queria te ver. E suas acomodações. —
Sim, ele queria mesmo, percebi. Os olhos de Abe sempre
voltavam para mim enquanto falavamos; não houve uma pergunta sequer em que
prendi sua atenção. Não havia nada em nossa ironia para preocupar os guardas.
Mas de quando em quando, eu via o olhar do Abe passear ao redor, olhando o
corredor, minha cela, a quaisquer outros detalhes que ele achasse interessante.
Abe não ganhou sua reputação comozmey— a serpente — por nada. Ele estava sempre
calculando, sempre procurando por uma vantagem. Parecia que minha tendência
para planos loucos veio de familia.
— Eu também
queria te ajudar a passar o tempo. — Ele sorriu e por debaixo de seu braço, ele
me entregou duas revistas e um livro através das barras. — Talvez isso vá
melhorar as coisas. —
Eu duvidava que qualquer entretenimento iria tornar a
contagem de duas semanas para minha morte mais aturável. As revistas eram de
moda e cabelo. O livro eraO Conde de Monte Cristo. Eu o ergui, precisando fazer
uma piada, precisando fazer qualquer coisa para tornar isso menos real.
— Eu vi o
filme. Sua mensagem subliminar não é realmente tão subliminar. A não ser que tenha
escondido algo aqui. —
— O livro
sempre é melhor do que o filme. — Ele começou a se virar. — Talvez nós tenhamos
uma discussão literária na próxima vez. —
— Espera. — Eu
joguei o material de leitura na cama. — Antes de você ir... em toda essa bagunça,
ninguém realmente descobriu quem a matou na verdade. — Quando Abe não respondeu
diretamente, eu lancei-lhe um olhar afiado. — Você acredita que eu não fiz
isso, né? — Até onde eu sabia, ele acreditava que eu era culpada e estava
apenas tentando ajudar, mesmo assim.
— Eu acredito
que minha doce filha é capaz de assassinato, — ele finalmente disse. — Mas não
esse. —
— Então quem
fez isso? —
— Isso, — ele
disse antes de andar para longe, — é algo em que eu estou trabalhando. —
— Mas você
disse que estamos ficando sem tempo! Abe! — Eu não queria que ele fosse embora.
Eu não queria ficar sozinha com meu medo. — Não há como consertar isso! —
— Só se lembre
do que eu te disse na sala do tribunal, — ele respondeu.
Ele saiu do meu campo de visão, e eu sentei na cama,
lembrando-me daquele dia na corte. No final da audição, ele me disse — infleximente
— que eu não seria executada. Ou ir para um julgamente. Abe Mazur não era do
tipo que fazia promesas vazias, mas eu estava começando a pensar que mesmo ele tinha
seus limites, especialmente desde que nosso tempo tinha sido reajustado.
Eu novamente peguei o amassado pedaço de papel e o
abri. Também veio da sala do tribunal, foi-me entregue por Ambrose — Servo e
brinquedinho da Tatiana.
Rose, se você está lendo
isso, então algo terrivel aconteceu. Você provavelmente me odeia, e eu não te
culpo. Eu apenas posso pedir que você confie que o que eu fiz com o decreto da
idade foi melhor para o seu povo do que os outros tinham planejado. Existem
alguns Moroi que querem forçartodos os dhampirs a servirem, queiram eles ou
não, usando compulsão. O decreto da idade desacelerou essa facção.
No entanto, eu lhe escrevo
com um segredo que você deve resolver, e é um segredo que você deve partilhar
com o menor numero de pessoas possível. Vasilisa precisa de seu lugar no
Conselho, e isso pode ser feito. Ela não é a ultima Dragomir. Outro vive, o
filho ilegitimo de Eric Dragomir. Eu não sei de mais nada, mas se você puder
encontrar esse filho ou filha, você dará a Vasilisa o poder que ela merece. Não
importam suas faltas e seu temperamento perigoso, você é a única que eu sinto
que pode cumprir essa tarefa. Não perca tempo.
Tatiana Ivashkov
As palavras não haviam mudado desde as ultimas cem
vezes que eu as havia lido, nem as perguntas a que elas sempre levavam. O
bilhete era verdadeiro? Tatiana realmente o escreveu? Teria ela — em
contraponto com sua atitude hostil — confiado em mim com esse conhecimento
perigoso? Existiam doze familias reais que decidiam pelos Moroi, mas por todas
as intenções e propósitos, poderia muito bem existir apenas onze. Lissa era a
última de sua linha, e sem outro membro da familia Dragomir, a lei Moroi dizia
que ela não tinha poder para se sentar e votar com o Conselho que faziam nossas
decisões. Algumas leis bem ruins já foram feitas, e se o bilhete era
verdadeiro, mais viriam. Lissa poderia lutar contra essas leis — e algumas
pessoas não gostariam disso, pessoas que já haviam mostrado suas boas intenções
em matar.
Outro Dragomir.
Outro Dragomir queria dizer que Lissa poderia votar.
Um voto a mais no Conselho poderia mudar muita coisa. Poderia mudar o mundo
Moroi. Poderia mudar meu mundo — digamos, se eu seria considerada culpada ou
não. E certamente, poderia mudar a vida de Lissa. Todo esse tempo ela acreditou
estar sozinha. Ainda... eu me perguntava se ela acolheria um meio irmão. Eu
aceitei que meu pai era um canalha, mas Lissa sempre teve seu pai sobre um
pedestal, acreditando no melhor dele. Essa novidade viria como um choque, e
mesmo que eu tenha treinado a minha vida toda para mantê-la a salvo de perigos
físicos, eu estava começando a pensar que existiam outras coisas das quais ela
precisava ser protegida.
Mas primeiramente,euprecisava da verdade. Precisava
saber se o bilhete tinha realmente vindo da Tatiana. Eu estava certa de que
poderia descobrir, mas envolvia algo que eu odiava fazer.
Bem, por que não? Não era como se eu tivesse outra
coisa pra fazer no momento.
Levantando-me da cama, eu me virei de costas para as
barras e encarei a parede vazia, usando-a como ponto de foco. Preparando-me,
lembrando que eu era forte o bastante para manter o controle, libertei as
barreiras mentais que eu subconsciente sempre deixei em minha mente. Uma grande
pressão foi tirada de mim, como ar escapando de um balão.
E de repente, eu estava cercada por fantasma.
(estou ansiosa para ler, mas eu vou esperar o livro. em breve postarei mas.)
Um comentário:
oi...
quando vc vai postar o ultimo livro?
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