segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A.Vampiro - aura negra (capitulo 1)


Frostbite
Vampire Academy Livro 2
Richelle Mead




UM
Eu não pensei que meu dia poderia ficar pior até que a minha melhor amiga me disse que ela
podia estar enlouquecendo. De novo.
“Eu... o que foi que você disse?”
Eu estava parada do corredor do quarto dela, curvada sobre um das minhas botas e ajustando
ela. Levantando minha cabeça, observei seus pensamentos através da confusão do cabelo
negro que cobria meu rosto. Eu tinha dormindo depois da aula me atrasando, e passava
apressadamente a escova nos cabelos para conseguir sair a tempo.
O cabelo de Lissa loiro platina estava liso e macio, é claro, suspenso por cima dos seus ombros
como um véu de núpcias enquanto ela me observava com diversão.
“Eu disse que eu acho que as minhas pílulas podem não estar mais funcionando tão bem.”
Eu me ajeitei e tirei o cabelo do meu rosto. “O que isso significa?” eu perguntei. A nossa volta,
Moroi passavam com pressa, enquanto se dirigiam ao encontro de amigos para ir para o
jantar.
“Você começou...” eu baixei minha voz.”Você começou a ter seus poderes de volta?”
Ela balançou a cabeça, e eu vi um flash de arrependimento em seus olhos. “Não... eu me sinto
mais perto da mágica, mas eu ainda não posso usá-la. O que eu tenho notado principalmente é
um pouco daquela outra coisa, você sabe... eu estou ficando mais deprimida de vez em
quando. Nada nem perto do que costumava ser,” ela adicionou apressadamente, vendo meu
rosto. Antes dela tomar suas pílulas, os humor de Lissa podia ficar tão ruim que ela se cortava.
“É só um pouco mais do que era.”
“E quanto as outros coisas que você costumava sentir? Ansiedade? Pensamentos ilusórios?”
Lissa riu, sem levar nada daquilo tão serio quanto eu. “Você soa como se tivesse lido livros de
psicanálise.”
Na verdade eu tinha lido. “Eu só estou preocupada com você. Se você acha que as pílulas não
estão mais funcionando, nós precisamos contar a alguém.”
“Não,não.” Ela disse rapidamente. “Eu estou bem, de verdade. Elas ainda estão funcionando...
só não tão bem. Eu não acho que a gente deva entrar em pânico ainda. Especialmente vocênão
hoje, pelo menos.”
A mudança de assunto funcionou. Eu descobri a uma hora que eu iria fazer meu teste
qualificativo hoje. Era um exame- ou melhor, uma entrevista- que todos os guardiões novatos
tinham que passar na Academia St. Vladimir. Já que eu estava escondida com Lissa ano
passado, eu perdi o meu. Hoje eu ia ser levada para um guardião em algum lugar fora do
campus que iria me fazer o teste. Obrigada pelo aviso, gente.
“Não se preocupe comigo,” Lissa repetiu, sorrindo. “Eu vou falar pra você se ficar pior.”
“Ok,” eu disse relutantemente.
Só pra ter certeza, e abri meus sentidos e me permiti sentir o que ela realmente sentia através
da nossa ligação. Ela estava dizendo a verdade. Ela estava calma e feliz essa manhã, nada para
se preocupar. Mas no fundo da sua mente, eu senti um ponto negro, sentimentos
desconfortáveis. Não estava consumindo ela nem nada, mas tinha o mesmo sentimento de
duvidas da depressão e da raiva que ela costumava ter. Era apenas um pouco, mas eu não
gostei. Eu não queria aquilo ali. Eu tentei entrar ainda mais na mente dela para que eu
pudesse sentir melhor suas emoções e de repente eu tive a experiência estranha de tocar. Um
sentimento meio enjoativo tomou conta, e eu sai da cabeça dela. Um pequeno calafrio
percorreu meu corpo.
“Você está bem?” Lissa perguntou, franzindo a testa. “Você parece enjoada de repente.”
“Só... nervosismo pelo teste,” eu menti. “Hesitantemente, eu alcancei nossa ligação de novo. A
escuridão tinha desaparecido completamente. Sem traços. Talvez não tivesse nada errado com
as pílulas dela afinal de contas. “Eu estou bem.”
Ela apontou para o relógio. “Você não vai estar se não correr.”
“Merda,” eu xinguei. Ela estava certa. Eu dei nela um abraço rápido.”Vejo você mais tarde!”
“Boa sorte!” ela gritou.
Eu corri através do campus e encontrei meu mentor, Dimitri Belikov, esperando ao lado de um
Honda. Que chato. Eu suponho que eu não poderia esperar que a gente andasse pelas
montanhosas estradas de Montana em um Porsche, mas seria legal andar em algo mais
bacana.
“Eu sei, eu sei,” eu disse, vendo seu rosto. “Eu sinto muito estou atrasada.”
Eu lembrei então que eu tinha um dos testes mais importantes da minha vida chegando, e de
repente, eu esqueci completamente de Lissa e suas pílulas que possivelmente não
funcionavam. Eu queria protegê-la, mas isso não significaria muito se eu não pudesse passar
na escola e me tornar realmente uma guardiã.
Dimitri estava parado ali, parecendo lindo como sempre. O massivo, edifício de tijolos nos
deixava nas sombras, pairando como se fosse uma grande predadora na escuridão pouco
antes de amanhacer. Ao nosso redor, neve estava começando a cair. Eu vi com a luz, flocos
cristalinos caindo gentilmente. Vários pousaram e derreteram no seu cabelo escuro.
“Quem mais está indo?” eu perguntei.
Ele deu nos ombros. “Só você e eu.”
Meu humor de repente mudou de “feliz” para “empolgado.” Eu e Dimitri. Sozinhos. Em um
carro. Esse pode muito bem valer um teste surpresa.
“É muito longe?” Silenciosamente, eu implorei para que fosse uma viagem bem cumprida.
Tipo, uma que demorasse uma semana. E que envolvesse nós passarmos a noite em hotéis
luxuosos. Talvez nós batêssemos num banco de neve, e só calor corporal nos mantivesse vivos.
“Cinco horas.”
“Oh.”
Um pouco menos do que eu esperava. Mas ainda sim, 5 horas era melhor que nada. E eu
também não descartei a possibilidade do banco de neve.
A estrada escura e cheia de neve teria sido difícil para humanos navegarem, mas elas não se
mostraram como um problema para os olhos dos dhampir. Eu olhava para frente, tentando
não pensar sobre como o pós barba de Dimitri enchia o carro com um limpo, e afiado cheiro
que me fazia querer derreter. Ao invés disso, eu tentei me focar no teste de novo.
Não era o tipo de coisa para o qual você podia estudar. Ou você passava ou não. Guardiões de
altos níveis visitavam os novatos e os encontravam individualmente para discutir seu
compromisso em serem guardiões. Eu não sabia exatamente o que era perguntado, mas os
rumores tinham se acumulado com o passar dos anos. Os guardiões mais velhos avaliavam
caráter e dedicação, e alguns novatos tinham sido considerados inapropriados para continuar
no caminho dos guardiões.
“Eles normalmente não vem até a Academia?” eu perguntei a Dimitri. “Eu quero dizer, eu sou
a favor da viagem de campo, as porque nós estamos indo até eles?”
‘Na verdade, você está indo até ele, não eles.” Um sutaque russo suave saiu das palavras de
Dimitri, a única indicação de onde ele tinha crescido. Caso contrário, eu tinha certeza que ele
falava inglês melhor que eu.
“Já que esse é um caso especial e ele está nos fazendo um favor, nós estamos fazendo a
viagem.”
“Quem é ele?”
“Arthur Schoenberg.”
Eu tirei meus olhos da estrada e olhei pra Dimitri.
“O que?” Eu gritei.
Arthur Schoenberg era uma lenda. Ele era um dos maiores caçadores de Strigoi na história
dos guardiões vivos e ele costumava ser chefe do conselho dos guardiões – o grupo de pessoas
que designavam os guardiões para os Moroi e tomavam as decisões por todos nós. Ele
eventualmente se aposentou e voltou para proteger uma das famílias reais, os Badicas.
Mesmo aposentado, eu sabia que ele ainda era letal. Suas proezas eram parte do meu
currículo.
“Não...não tinha mais ninguém disponível?” eu perguntei com a voz baixa.
Eu podia ver que Dimitri segurava um sorriso. “Você vai ficar bem. Além do mais, se Art
aprovar você, isso será uma grande recomendação para deixar no seu histórico.”
Art. Dimitri usava o primeiro nome com um dos guardiões mais incríveis. É claro, Dimitri
também era incrível, então eu não deveria estar surpresa.
Silencio caiu sobre carro. Eu mordi meus lábios, de repente me perguntando se eu seria capaz
de entrar nos padrões de Arthur Schoenberg. Minhas notas eram boas, mas coisas como fugir
e me meter em brigar podiam lançar uma duvida sobre o quão seria eu estava sobre a minha
futura carreira.
“Você vai ficar bem,” Dimitri repetiu. “O bom no seu histórico se sobressai sobre o ruim.”
Era como se ele pudesse ler minha mente as vezes. Eu sorri um pouco e ousei espiá-lo. Foi um
erro. Ele tinha um corpo longe e magro, mesmo sentado. Olhos abismalmente negros.Cabelo
marrou que batia nos ombros e que estava preso para trás. Aquele cabelo parecia seda. Eu
sabia porque eu tinha passado meus dedos nele quando Victor Dashkov tinha nos lançado um
feitiço de luxuria. Com grande dificuldade, eu me forcei a começar a respirar de novo.
“Obrigado, técnico.” Eu provoquei, me aninhando de volta no meu assento.
“Estou aqui para ajudar,” ele respondeu. Sua voz estava relaxada – raro para ele. Ele
normalmente falava com força, pronto para um ataque. Provavelmente ele estava seguro
dentro do Honda- ou pelo menos tão seguro quanto ele poderia ao meu redor. Eu não era a
única que tinha problemas em ignorar a tensão romântica entre nós.
“Você sabe o que realmente iria ajudar?” eu perguntei, sem encontrar seus olhos.
“Hmm?”
“Se você desligasse essa musica ruim e colocasse algo que foi lançado depois que o Muro de
Berlim caiu.”
Dimitri riu. “Sua pior aula é história, e de algum jeito, você sabe tudo sobre a Europa
Ocidental.”
“Hey, tenho que arranjar material para as minhas piadas, Camarada.”
Ainda sorrindo, ele mudou de estação. Para uma country.
“Hey! Isso não era o que eu tinha em mente,” eu exclamei.
Eu podia notar que ele estava a beira de rir de novo. “Escolha. É um ou outro.”
Eu suspirei. “Volte para as coisas dos anos 80.”
Ele voltou a estação,e eu cruzei meus braços por cima do meu peito enquanto um vaga banda
européia cantava sobre como o video tinha destruído o radio. Eu desejava que alguém
matasse o radio.
De repente, cinco horas não pareciam tão curtas quanto eu pensei.
Arthur e a família que ele protegia viviam em uma pequena cidade na I-90 longe de Billings. A
opinião dos Moroi em geral era se separar em lugares para morar. Alguém discutiu que
cidades grandes eram melhores já que elas permitiam que vampiros se misturassem com a
multidão; as atividades noturnas não chamavam muita atenção. Outros Moroi, como essa
família, aparentemente, optou por cidades com menos gente, acreditando que se houvesse
menos pessoas para notar você, então você vai ser menos notado.
Eu convenci Dimitri a parar por comida em um restaurante 24 horas no caminho, e entre isso e
parar para abastecer, era perto do meio dia quando chegamos. A casa era construída em um
estilo luxuoso, com madeira pintada de cinza e grandes janelas – pintadas para bloquear a luz
solar, é claro. Parecia nova e cara, e mesmo estando no meio do nada, era o que eu esperava
para membros da realeza.
Eu pulei pra fora do carro, minhas botas encharcadas com mais de centimetro de neve que se
acumulou na entrada. O dia estava ameno e silencioso, a não ser pelo ocasional sussurro do
vento. Dimitri e eu caminhamos até a casa,seguindo uma pedra da calcada que cortava o
jardim.Eu poderia ver ele voltando para o modo “negócios”, mas a sua atitude no geral era tão
alegre quanto a minha. Nós dois tínhamos meio que uma atitude culpada por ter gostado da
viagem de carro.
Meus pés deslizaram na entrada coberta de gelo,e Dimitri me segurou instantaneamente. Eu
tive um sentimento estranho de déjà vu, recordando a primeira noite em que nos
encontramos, quando ele também tinha me salvado de uma queda parecida. Temperaturas
frias ou não, a mão dele se parecia quente na minha, mesmo com as camadas do meu casaco.
"Você esta bem?" Ele se soltou, para meu desanimo.
"Yeah,"eu disse, lançando olhos acusadores para a calcada de gelo. "Essas pessoas nunca
ouviram falar de sal?"Eu disse brincando, mas Dimitri de repente parou de caminhar. Eu parei
imediatamente também. A expressão dele se tornou tensa e alerta. Ele virou a sua
cabeça,olhos olhando os arredores, cortinas brancas nos cercando, antes de voltarem para a
casa. Eu queria fazer perguntas,mas alguma coisa na sua postura me disse para permanecer
calada.
Ele estudou a construção por quase um minuto inteiro,e então olhou para baixo para a
entrada coberta de gelo quebrado apenas por nossos passos.
Cuidadosamente,ele se aproximou da porta da frente, e eu o segui. Ele parou
novamente,desta vez para estudar a porta.Ela não estava aberta,mas também não estava
totalmente fechada. Parecia que tinha sido encostada não lacrada .
Examinando mais a funda, mostrou falhas nas pontas da porta, parecia que ela tinha sido
forcada em algum momento.O mais cuidadoso toque a abriria.Dimitri delicadamente
escorregou seus dedos onde a porta encontrava a sua moldura, sua respiração fazendo
pequenas nuvens de ar. Quando ele tocou a maneta da porta, ela fez um barulho, como se
estivesse sido quebrada.
Finalmente,ele falou silenciosamente, "Rose, vá esperar no carro."
"Mas eu—"
"Vá."
Uma palavra - mas repleta de poder. Naquela única silaba, eu tinha lembrado do homem que
eu tinha visto jogando pessoas e empalando um Strigoi. Eu virei, caminhando pela neve
coberta de camadas preferindo isso a me arriscar na calcada. Dimitri parou aonde ele estava,
não se movendo ate que eu pulei de volta no carro,fechando a porta o mais suavemente
possível. Então, com seus cuidadosos movimentos, ele empurrou a porta e
desapareceu lá dentro.
Queimando de curiosidade, eu contei ate dez e saltei do carro.
Eu sabia mais do que ir atrás dele, mas eu tinha que saber o que estava acontecendo na casa.
A calcada e a estrada indicaram que ninguém tinha estado em casa por alguns dias,mas
também podia significar os Badicas simplesmente nunca tinham saído da casa. Era possível,eu
supus,que eles tivessem sido as vitimas de assalto humano comum. Era possível também que
alguma os tivesse assustado e os feito partir – como um Strigoi. Eu sabia que essa possibilidade
era que tinha feito o rosto de Dimitri se tornar tão desgostoso, mas parecia um cenário
incomum com Arthur Schoenberg em serviço
.
Parada na estrada, eu olhei para o céu. A luz estava fria e umida, mas estava lá.
Meio dia. O ponto mais alto do sol. Strigoi não podiam sair a luz do sol. Eu não precisava ter
medo deles, mas da raiva de Dimitri.
Eu circulei ao redor da casa, caminhando na neve profunda – quase um pé de profundidade.
Nada esquisito me palpitou sobre a casa.Estalactites pendurados na calha, e as janelas
pintadas não revelavam segredos. Meu pé atingiu algo de repente, e eu olhe pra baixo. Ali,
meio enterrado na neve, estava uma estaca de prata. Tinha sido atirada no chão. Eu a peguei a
tirei da neve, franzindo a testa. O que essa estaca estava fazendo aqui? Estacas de prata eram
caras. Elas eram a coisa mais mortal de um guardião, capaz de matar um Strigoi com um único
ataque ao coração. Quando elas eram forjadas, 4 Morois a encantavam com mágica com cada
um dos elementos. Eu não tinha aprendido a usar uma ainda, as segurando em minha mão, eu
de repente me senti mais segura enquanto eu continuava minha varredura.
Uma porta grande do pátio guiava para a parte de trás da casa até um deque que
provavelmente seria muito divertido ficar no verão. Mas o vidro do pátio tinha sido quebrado,
tanto que uma pessoa podia facilmente atravessa-lo. Eu sobi os degrais do deck, cuidando o
gelo, sabendo que eu ia entrar em problemas quando Dimitri descobrisse o que eu estava
fazendo. E apesar do frio, eu suava pelo meu pescoço.
Luz do dia, luz do dia, eu me lembrava. Nada para se preocupar.
Eu alcancei o pátio e estudei o vidro escuro. Eu não podia dizer o que tinha quebrado ele.
Dentro, a neve tinha invadido e feito um pequena corrente no pálido tapete azul. Eu puxei a
maçaneta da porta, mas estava trancada. Não que isso tivesse feito diferença. Com cuidado
para não me cortar, eu alcancei a abertura e abri a maçaneta de dentro. Eu tirei minha mão
com cuidado e puxei a porta. Assoviou pelo caminho, um som silencioso que ainda sim parecia
alto naquele silencio.
Eu passei pela porta, ficando na luz do sol que entrava pela porta. Meus olhos se ajustaram
pela diminuição de luz. Vento entrava pela abertura do pátio, dançando com as cortinas ao
meu redor. Eu estava numa sala. Tinha todos os itens comuns que se podia esperar. Sofá. Tv.
Uma cadeira de balanço.
E um corpo.
Era uma mulher. Ela estava sentada de costas na frente da TV, seu cabelo negro no chão perto
dela. Ela olhava pra cima seus olhos sem vida, sua face pálida – pálida demais até para um
Moroi. Por um momento eu pensei que seu cabelo estava cobrindo seu pescoço, também, até
que eu me dei conta que aquela coisa negra em sua pele era sangue – sangue seco. Sua
garganta tinha sido cortada.
A cena horrível era tão surreal que eu nem reconheci o que eu estava vendo no inicio. Com a
sua postura, a mulher podia muito bem estar dormindo. Então eu vi outro corpo: um homem
de lado apenas a alguns pés de distancia, sangue negro manchando o carpete ao redor dele.
Outro corpo estava parado perto do sofá: uma pequena criança. Do outro lado do quarto tinha
outro. E outro. Tinha corpos em todos os lugares, corpos e sangue.
A escala de morte ao meu redor de repente foi registrada, e meu coração começou a bater
mais rápido. Não, não. Não era possível.Era dia.Coisas ruins não podiam acontecer de dia. Um
gritou começou a crescer na mina garganta, que parou de repente quando uma mão com luvas
apareceu atrás de mim e fechou minha boca. Eu comecei a lutar; e então eu senti o cheiro do
pos barba de Dimitri.
“Porque,” ele perguntou, “você nunca escuta? Você estaria morta se eles ainda estivessem
aqui.”
Eu não podia responder, por causa da mão dele e por causa do choque. Eu tinha visto alguém
morto antes, mas eu nunca tinha visto morte dessa magnitude. Depois de quase um minuto,
Dimitri finalmente tirou sua mão, mas ele ficou perto de mim. Eu não queria mais olhar, mas
eu parecia incapaz de tirar meus olhos da cena diante de mim. Corpos em todos os lugares.
Corpos e sangue.
Finalmente, eu virei em direção a ele. “É dia,” eu sussurrei. “Coisas ruins não acontecem de
dia.” Eu ouvi o desespero da minha voz, uma garotinha implorando que alguém dissesse que
aquele era um sonho ruim.
“Coisas ruins podem acontecer a qualquer hora,” ele me disse. “E isso não aconteceu durante
o dia. Provavelmente aconteceu algumas noites atrás.”
Eu ousei espiar de novo os corpos e meu estomago revirou. Dois dias. Dois dias para se estar
morto, para ter sua existência apagada – sem ninguém no mundo saber que você tinha
partido. Meus olhos encararam o corpo de um homem perto da entrada do quarto. Ele era
alto, muito musculoso para ser um Moroi. Dimitri deve ter notado quando eu olhei.
“Arthur Schoenberg,” ele disse.
Eu encarei a garganta sangrenta de Arthur. “Ele está morto,” eu disse, como se não fosse
perfeitamente obvio. “Como ele pode estar morto? Como um Strigoi matou Arthur
Schoenberg?” Não parecia ser possível. Você não pode matar uma lenda.
Dimitri não respondeu. Ao invés disso suas mãos se moveram pra baixo e se fecharam onde
minha mão segurava a estava. Eu recuei.
“Onde você pegou isso?” ele perguntou. Eu afrouxei minha mão e deixei ele pegar a estaca.
“Lá fora. No chão.”
Ele levantou a estaca, estudando sua superfície enquanto brilhava contra a luz do sol.
“Quebrou o ward.”
Minha mente, ainda atordoada, levou um tempo para processar o que ele tinha dito. Então eu
entendi. Ward eram anéis mágicos lançados pelos Moroi. Como as estacas, eles eram feitos
usando magia dos quatro elementos. Eram necessário que um forte Moroi usuário de mágica,
normalmente um grupo cada um de cada elemento. As ward podiam bloquear os Strigoi
porque mágica estava ligada a vida, e Strigoi estavam mortos. Mas wards se esgotavam
rapidamente e precisavam de muita manutenção. A maioria dos Moroi não a usava, mas
alguns lugares a usavam. A academia St. Vladimir usava várias.
“Strigoi não podem tocar nas estacas,” eu disse a ele. Eu notei que eu estava usando muito
“Não pode” e “Não”. Não era fácil ter suas crenças mudadas. “E nenhum Moroi ou dharpir
faria isso.”
“Um humano poderia.”
Eu encontrei seus olhos. “Humanos não ajudam Strigoi-“ eu parei. Ai estava de novo. Não.
Mas eu não podia evitar. A única coisa que nós podíamos contar para lutar contra os Strigoi
eram suas limitações – luz do sol, ward, estaca mágica, etc. Nós usávamos a fraqueza deles
contra eles.Se eles tinham outros – humanos – que os ajudavam e não eram afetados por suas
limitações...
O rosto de Dimitri estava rígido, ainda pronto pra qualquer coisa, mas um pequeno brilho de
simpática cruzou seus olhos negros enquanto ele observava minha travar minha batalha
mental.
“Isso muda tudo, não muda?” Eu perguntei.
“É,” ele disse. “Muda.”

A.Vampiro - beijo das sombras (capitulo 24) final


VINTE E QUATRO
Apesar de todo o treinamento que eu recebi, todas as lições sobre as habilidades Strigoi e
como me defender delas, eu nunca tinha visto um. Era mais assustador do que eu esperava.
Dessa vez, quando ela se balançou contra mim, eu estava preparada. Mais ou menos. Eu
desviei, ficando fora de alcance, imaginando quais eram as minhas chances. Eu lembrei da
piada de Dimitri sobre o shopping. Nada de estaca de prata. Nada pra cortar sua cabeça fora.
Não tinha como colocar fogo nela. Correr parecia a melhor opção afinal, mas ela estava
bloqueando o caminho.
Me sentindo imprestável, eu simplesmente me afastei enquanto ela avançava pra mim, seus
movimentos muito mais graciosos do que eles jamais tinha sido quando ela estava viva.
Então, também mais rápido que ela jamais tinha feito em vida, ela pulou, me agarrando, e
esmagando minha cabeça contra a parede. A dor explodiu no meu crânio, e eu tinha quase
certeza que estava sentindo o gosto de sangue na boca. Eu lutei contra ela, freneticamente,
tentando construir algum tipo de defesa, mas era como lutar contra Dimitri quebrada.
“Minha querida,” murmurou Victor, “tente não matá-la se você puder.Nós podemos ser capaz
de usá-la mais tarde.”
Natalie parou seu ataque, me dando um momento para me afastar, mas ela nunca tirou seus
olhos frios de mim. “Eu vou tentar.”
Tinha um tom céptico em sua voz. “Saia daqui. Eu encontro você quando eu acabar.”
“Eu não posso acreditar em você!” Eu gritei pra ele. “Você fez sua própria filha se tornar um
Strigoi?”
“Um ultimo recurso. Um sacrifício necessário feito em prol do bem maior. Natalie entende.“
Ele partiu.
“Você entende?” Eu esperava poder ficar falando com ela, como nos filmes. Eu também
esperava que minhas perguntas escondessem como eu estava aterrorizada. “Você entende?
Deus,Natalie. Você...você mudou. Só porque ele te pediu?”
“Meu pai é um grande homem,” ela respondeu. “Ele vai salvar os Moroi dos Strigoi.”
“Você está louca?” Eu choraminguei. Eu estava me afastando e de repente atingi a parede.
Minhas unhas afundaram nela, quando eu pensei que podia passar por ela. “Você é um
Strigoi.”
Ela deu nos ombros,quase parecendo como a antiga Natalie. “Eu tive que fazer isso para tirar
ele daqui antes que os outros viessem. Um Strigoi para salvar todos os Moroi. Valeu a pena,
desistir do sol e da mágica.”
“Mas você quer matar os Moroi! Você não vai ser capaz de se conter.”
“Ele vai me ajudar a ficar controlada. Caso contrario, eles terão que me matar.” Ela se
aproximou e agarrou meus ombros, e eu tremi em quão casualmente ela falava sobre si. Era
quase tão casual quanto o jeito que ela estava contemplando a minha morte.
‘Você é louca. Você não pode amar ele tanto assim. Você não pode de verdade-“
Ela me jogou contra a parede de novo, e enquanto o meu corpo caia no chão, eu tinha a
impressão que eu não levantaria dessa vez. Victor tinha dito a ela para não me matar... mas
tinha um olhar nos olhos dela, um olhar que dizia que ela queria. Ela queria se alimentar de
mim; a fome estava lá. Era o jeito dos Strigoi. Eu não deveria ter falado com ela, eu percebi. Eu
hesitei, como Dimitri tinha me avisado.
E então, de repente, ele estava lá, correndo pelo corredor parecendo a Morte num casaco de
cowboy.
Natalie girou. Ela era rápida, muito rápida. Mas Dimitri também era rápido e ele evitou o
ataque, um olhar de pura força e poder na sua face. Com uma fascinação assustada, eu vi eles
se moverem, circulando um ao redor do outro como parceiros em uma dança mortal. Ela era
mais forte que ele, claramente, mas ela também era um Strogoi nova. Ganhar super poderes
não significa que você saiba como usar eles.
Dimitri, no entanto, sabia como usar o que ele tinha. Depois de ambos dar e receber vários
golpes, ele fez seu movimento. A estaca de prata passou por sua mão como um trovão, e
então ela entrou – dentro do coração dela. Ele a arrancou para fora e deu um passo pra trás,
seu rosto impassivo enquanto ela gritava e caia no chão. Depois de alguns momentos
horríveis, ela parou de se mexer.
Tão rápido quanto, ele se curvou em cima de mim, me pegando nos braços. Ele levantou, me
carregando do mesmo jeito de quando eu tinha machucado o tornozelo.
“Ei, Camarada,” eu murmurei, minha própria voz soando sonolenta. “Você estava certa sobre o
Strigoi.” O mundo começou a ficar escuro, enquanto minhas pálpebras se fechavam.
“Rose.Roza.Abre seus olhos.”Eu nunca tinha ouvido sua voz tão tensa, tão frenética. “Não vá
dormir agora. Ainda não.”
Eu olhei enquanto ele me carregava para fora do prédio, praticamente correndo em direção a
clinica. “Ele estava certo?”
“Quem?”
“Victor... ele disse que não teria funcionado. O colar.”
Eu comecei a me perder na escuridão da minha mente, mas Dimitri me puxou de volta pra da
inconsciência.
“O que você quer dizer?”
“O feitiço. Victor disse que você tinha que me querer...que se importar comigo...para
funcionar.” Quando ele não disse nada, eu tentei segurar sua camiseta, mas meus dedos
estavam muito fracos. “Você queria?Você me queria?”
As palavras dele saíram espessamente.”Sim, Roza. Eu queria você.Eu ainda quero. Eu queria...
que nós pudéssemos ficar juntos.”
“Então porque você mentiu pra mim?”
Ele chegou na clinica, e ele conseguiu abrir a porta enquanto ainda me segurava. Assim que ele
entrou, ele começou a gritar por socorro.
“Porque você mentiu?” eu murmurei de novo.
Ainda me segurando em seus braços, ele olhou para mim. Eu podia ouvir vozes e passos se
aproximando.
“Porque nós não podemos ficar juntos.”
“Por causa da coisa idade, certo?” Eu perguntei. “Porque você é o meu mentor?”
Seus dedos gentilmente limparam uma lagrima que escorreu pela minha bochecha. “Isso é
parte do motivo,” ele disse. “Mas também... bem, você e eu seremos guardiões de Lissa algum
dia. Eu preciso protegê-la a todo custo. Se um grupo de Strigoi vier, eu preciso jogar meu corpo
contra o dela para proteger ela.”
“Eu sei disso. É claro que é isso que você tem que fazer.” As estrelas estavam girando na minha
mente de novo. Eu estava perdendo a consciência.
“Não. Se eu me deixar amar você, eu não vou me jogar na frente dela. Eu vou me jogar na sua
frente.”
A equipe medica chegou e me tirou dos braços de Dimitri.
E foi assim que, dois dias depois de ser sido liberada, eu acabei voltando para a clinica.Minha
terceira vez em dois meses desde que havíamos voltado pra Academia. Tinha que ser algum
tipo de recorde. Eu definitivamente tinha uma concussão e provavelmente hemorragia
interna, mas nós nunca descobrimos realmente. Quando sua melhor amiga é uma curandeira
incrível, você meio que não tem que se preocupar com as coisas.
Eu ainda tive que ficar lá por alguns dias, mas Lissa – e Christian, seu novo parceiro – quase
não deixavam meu lado quando eles não estavam em aula. Atraves deles, eu soube de
pedaços sobre o resto do mundo. Dimitri tinha se dado conta que tinha um Strigoi no campus
quando ele viu a vitima de Natalie morta e drenada: O Sr. Nagy de todas as pessoas. Uma
escolha surpreendente, mas já que ele era o mais velho, ele tinha lutado menos. Nada mais de
arte eslava pra nós. Os guardiões que estavam cuidando da detenção tinham sido feridos mas
não tinham morrido. Ela simplesmente os jogou contra a parede como ela tinha feito comigo.
Victor tinha sido encontrado e recapturado enquanto tentava fugir do campus. Eu estava feliz,
mesmo sabendo que isso significava que o sacrifício de Natalie tinha sido em vão. Diziam os
rumores que Victor não parecia estar com medo quando os guardas vieram e o levaram. Ele
simplesmente sorria o tempo todo, como se ele tivesse um segredo que nós não soubéssemos.
Na medida que eu consegui, eu voltei para vida normal depois disso. Lissa não se cortou mais.
O doutor prescreveu pra ela algo – uma droga anti-depressivo ou anti-ansiedade, eu não
consegui lembrar qual – isso fez ela se sentir melhor. Eu nunca sei nada sobre esse tipo de
pílula. Eu achei que elas faziam as pessoas ficarem bobas e felizes. Mas era uma pílula como
qualquer outra, para curar algo, e principalmente a deixava normal e se sentindo estável.
O que era uma boa coisa- porque ela tinha alguns outros problemas pra lidar. Como Andre. Ela
finalmente tinha acreditado na história de Christian, e se permitiu reconhecer que Andre
poderia não ser o herói que ela sempre acreditou. Era difícil pra ela, mas ela finalmente
chegou a uma decisão pacifica, aceitando que ele podia ter um lado bol e um ruim, como
todos tem. O que ele tinha feito com Mia entristecia ela, mas não mudou o fato que ele tinha
sido um bom irmão que a amava. Mais importante de tudo, finalmente a libertou do
sentimento de que ela precisava ser ele para deixar sua família orgulhosa. Ela podia ser ela
mesma – o que ela provava todos os dias com sua relação com Christian.
A escola ainda não tinha conseguido superar isso. Ela não se importou. Ela riu, ignorando os
olhares chocados e o desdém da realeza que não podia acreditar que ela namorava alguém de
uma família humilhada. Nem todos se sentiam desse jeito no entanto. Uns tinham conseguido
conhecê-la durante sua breve tempestade de vida social e gostavam dela por ela, a compulsão
não era necessária. Eles gostavam da sua honestidade aberta, preferindo isso aos joguinhos
que a realeza fazia.
Muitos da realeza a ignoravam, é claro, e falavam maldades sobre ela pelas suas costas.O mais
surpreendente de tudo, Mia – apesar de ter sido humilhada – conseguiu voltar para as graças
de alguns da realeza. Provou meu ponto. Ela não ficaria embaixo por muito tempo. E,de fato,
eu vi o primeiro sinal de sua vingança se espalhando de novo quando eu passei por ela um dia
quando estava indo pra aula. Ela estava com algumas pessoas falando alto, claramente
esperando que eu ouvisse.
“- o par perfeito. Os dois vem de famílias completamente desgraçadas e rejeitadas.”
Eu cerrei meus dentes e continuei andando, seguindo seu olhar para onde Lissa e Christian
estavam. Eles estavam perdidos em seu próprio mundo e formavam uma pintura linda, ela
loura e bonita e ele com seus olhos azuis e cabelo preto. Eu não podia evitar de olhar. Mia
estava certa. A família deles eram desgraçadas. Tatiana tinha publicamente denunciado Lissa,
e enquanto ninguém “culpava” os Ozera pelo que tinha acontecido com os pais de Christian, o
resto das famílias reais continuaram a manter distancia.
Mas Mia também tinha estado certa sobre a outra parte também. Em alguns jeitos, Lissa e
Christian eram perfeitos um pro outro. Talvez eles fossem excluídos, mas os Dragomirs e os
Ozera estavam entre os mais poderosos lideres dos Moroi. E em pouco tempo, Lissa e Christian
tinham começado a moldar um ao outro de formar que eles podiam ser colocados lado a lado
de seus ancestrais. Ele estava pegando um pouco da sua pose polido e social;ela estava
aprendendo como defender suas paixões. Quanto mais eu os observava, mas eu podia ver uma
energia e confianã irradiar deles.
Eles também não ficariam por baixo.
E eu acho que, junto com a bondade de Lissa, deveria ser o que a atraiam as pessoas a ela. Seu
circulo social começou pouco a pouco a aumentar. Mason se juntou, é claro, e não fez segredo
do seu interesse em mim. Lissa me provocou bastante sobre isso, e eu ainda não sabia ainda o
que fazer. Parte de mim pensei que talvez fosse hora de dar a ele uma chance de ser um
namorado sério, mesmo sabendo que parte de mim desejava Dimitri.
A maior parte do tempo, Dimitri me tratava como qualquer um esperaria de um mentor. Ele
era eficiente.Profundo.Rigido.Inteligente. Não tinha nada fora do ordinário, nada que faria
alguém suspeitar sobre o que tinha ocorrido entre nós – a não ser as ocasiões em que nossos
olhos se encontravam. E quando eu superei minha reação emocional inicial, eu sabia que ele
estava – tecnicamente – certo sobre nós. Idade era um problema, sim, particularmente
enquanto eu fosse uma estudante na Academia. Mas a outra coisa que ele tinha mencionado...
nunca tinha entrado direito na minha cabeça. Deveria. Dois guardiões em uma relação
poderiam distrair eles dos Moroi que eles deviam proteger. Nós não podíamos permitir que
isso acontecesse, não podíamos arriscar a vida dela pelos nossos desejos. Caso contrário, nós
não seriamos melhores que o guardião Badica que tinha se fugido. Eu tinha dito a Dimitri uma
vez que meus sentimentos não importavam.Ela vinha primeiro.
Eu só esperava que eu pudesse provar.
“É uma pena sobre a cura,” Lissa me disse.
“Hmm?” Nós estávamos no quarto dela, fingindo estudar, mas minha mente pensando em
Dimitri. Eu dei um sermão nela sobre manter segredos, mas eu não tinha dito a ela sobre ele
ou o quão perto eu estive de perder minha virgindade. Por alguma razão, eu não conseguia
contar.
Ela largou os livros de história que estava segurando.”Que eu tive que desistir de curar. E da
compulsão.” Ela franziu as sobrancelhas na ultima parte. A parte da cura tinha sido
considerada um dom maravilhoso que precisava ser estudado/ a compulsão tinha sido
profundamente repreendida por Kirova e a Sra. Carmack. “Eu quero dizer, estou feliz agora. Eu
deveria ter pedido ajuda a muito tempo – você estava certa sobre isso. Estou feliz de estar
tomando medicamentos. Mas Victor também estava certo. Eu não posso mais usar Espírito.
Mas eu ainda posso sentir ele... eu sinto saudades de ser capaz de tocá-lo.”
Eu não sabia exatamente o que dizer. Eu gostava mais dela desse jeito. Perder aquela sombra
de loucura tinha feito ela inteira de novo, confiante e sociável, como a Lissa que eu sempre
conheci e amei. Vendo ela agora, era fácil acreditar que no que Victor tinha dito sobre ela ser
uma líder. Ela me lembrava os seus pais e Andre – como eles costumavam inspirar devoção em
quem os conhecia.
“E tem mais uma coisa” ela continuou. “Ele disse que eu não podia desistir. Ele estava certo.
Doi, não ter mágica. Eu a quero tanto as vezes.”
“Eu sei,” eu disse. Eu podia sentir aquilo nela. As pílulas tinham entorpecido sua magia, mas
não nossa ligação.
“E eu fico pensando sobre todas as coisas que eu poderia fazer, todas as pessoas que eu
poderia ajudar.” Ela parecia arrependida.
“Você tem que se ajudar primeiro,” eu dizia a ela ferozmente. “Eu não quero que você se
machuque de novo. Eu não vou deixar.”
“Eu sei. Christian diz a mesma coisa.” Ela tinha aquele sorriso bobo que ela sempre fazia
quando ela pensava nele. Se eu soubesse que eles iam ficar tão idiotamente apaixonados, eu
poderia não ter ficado tão entusiasmada para os fazer ficar juntos de novo.” E eu acho que
vocês estão certos. Melhor querer a mágica e ser sã do que a ter e ser lunática. Não tem meio
termo.”
“Não,” eu concordei. “Não com isso.”
E então, de algum lugar, um pensamento me atingiu. Esse era o meio termo. As palavras de
Natalie me lembraram. Vale a pena, valeu a pena desistir do sol e da magia.
A magia.
A Sra. Karp não tinha se tornando uma Strigoi simplesmente porque ela tinha ficado louca. Ela
tinha virado um Strigou para ficar sã. Ser um Strigoi cortava a pessoa totalmente fora da
mágica. Fazendo isso, ela não podia usar isso. Ela não podia senti-la. Ela não iria querê-la mais.
Encarando Lissa, eu senti um pouco se preocupação em mim.
E se ela descobrisse? Ela iria querer fazer isso também? Não, eu decidi rapidamente. Lissa
nunca faria isso. Ela era uma pessoa muito forte, muito moral. E enquanto ela permanecesse
tomando as pílulas, a razão a impediria de fazer algo tão drástico.
Ainda sim, todo o conceito me pinicou uma ultima vez. Na manhã seguinte, eu fui até a igreja e
esperei num dos bancos até que o padre aparecesse.
“Olá, Rosemarie.” Ele disse, claramente surpreso. “Posso ajudar você em alguma coisa?”
Eu levantei. “Eu preciso saber sobre o Santo Vladimir. Eu li aquele livro que você me deu e
mais alguns outros.” Melhor não falar pra ele sobre o roubo do sótão. “Mas nenhum deles
dizia como ele morreu. O que aconteceu? Como a vida dele terminou?Ele foi,tipo, um mártir?”
O padre cerrou as sobrancelhas. “Não. Ele morreu devido a idade. Pacificamente.”
“Você tem certeza? Ele não se transformou num Strigoi e se matou?”
“Não, é claro que não. Porque você pensaria isso?”
“Bom...ele era santo e tudo mais, mas ele também era meio louco, certo?Eu li sobre isso. Eu
pensei que ele talvez tivesse, eu não sei, entrado nisso.”
Seu rosto era serio. “É verdade que ele lutou contra demônios – a insanidade – sua vida toda.
Era uma luta, e as vezes ele queria morrer. Mas ele superou. Ele não se deixou perder.”
Eu comecei a me perguntar. Vladimir não tinha pílulas, e ele claramente continuou a usar
magia.
“Como?Como ele fez isso?”
“Força de vontade, eu acho. Bem...” ele parou. “Isso e a Anna.”
“Ana Shadow-Kissed,” eu murmurei. “A guardiã dele.”
O padre concordou. “Ela ficou com ele. Quando ele ficava fraco, ela o ajudava. Ela o fazia
querer ficar forte e a nunca ficar louco.”
Eu deixei a igreja deslumbrada. Anna tinha conseguido. Anna tinha deixado Vladimir conhecer
o meio termo, ajudando ele a fazer milagres no mundo sem encontrar um fim terrível. A Sra.
Karp não tinha tido tanta sorte. Ela não tinha uma ligação com um guardião. Ela não tinha
ninguém para ajudá-la.
Lissa tinha.
Sorrindo, eu cruzei a quadra em direção ao refeitório. Eu não me sentia tão bem sobre a vida
fazia um bom tempo. Eu podia fazer isso, Lissa e eu. Nós podíamos fazer isso juntas.
E bem assim eu vi uma figura negra com o canto do meu olho. Ela me ultrapassou e pousou
numa arvore perto. Eu parei de andar. Era um corvo, grande e parecendo feroz, com brilhantes
penas negras.
Um momento depois, eu me dei conta que não era um corvo; era O corvo. Aquele que Lissa
tinha curado. Nenhum outro pássaro pousaria tão perto de um dhampir. E nenhum outro
pássaro estaria olhando pra mim de forma tão inteligente, e familiar. Eu não conseguia
acreditar que ele ainda estava por perto. Um calafrio percorreu minha espinha, e eu comecei a
me afastar. E então a verdade me atingiu.
“Nós estamos ligados a ela, não estamos?” eu perguntei, ciente que qualquer um que me visse
acharia que eu era louca. “Ela trouxe você de volta. Você é um Shadow-kissed.”
Isso na verdade era muito legal. Eu estendi meu braço, meio que esperando que ele viesse
pousar nele de algum jeito meio drástico, numa gesto igual a de um filme. Mas tudo o que ele
fez foi olhar pra mim como se eu fosse uma idiota, abriu suas asas e voou para longe.
Eu observei enquanto ele voou para longe para o crepúsculo. E então eu me virei e fui procurar
Lissa. De longe, eu ouvi o som de um grasnar, soando quase como uma risada.

A.Vampiro - beijo das sombras (capitulo 23)


VINTE E TRÊS
Eu nunca tive tanta dificuldade em me manter longe da cabeça de Lissa antes, mas também,
nós nunca tínhamos imaginado que algo assim iria acontecer. A força dos pensamentos dela e
seus sentimentos ficavam tentando me puxar e eu corri através da floresta.
Correndo através dos arbustos e dar arvores, Christian e eu nós movemos para cada vez mais
longe da cabana. Cara, como eu queria que a Lissa tivesse ficada aqui atrás. Eu teria adorado
ver a invasão através dos olhos dela. Mas isso estava atrás de nós agora, e enquanto eu corria,
a insistência de Dimitri em dar voltas no campo valeu a pena. Ela não estava se movendo
muito rápido, e eu podia sentir a distancia diminuindo entre nós, me dando uma idéia mais
precisa de onde ela estava. Igualmente, Christian não podia me acompanhar. Eu comecei a
diminuir a velocidade por causa dele, mas logo me dei conta o quão estúpido isso era.
E ele também. “Vá.” Que arfou, me empurrando pra ir mais cedo.
Quando eu cheguei em um ponto perto o bastante que eu achei que ela podia me ouvir, eu
gritei seu nome, esperando que ela voltasse. Mas ao invés disso, o que me respondeu foi um
par de uivos- e um suave ronronar.
Psi-hounds. É claro. Victor tinha dito que ele caçava com eles; ele podia controlar essas bestas.
Eu de repente entendi porque ninguém na escola se lembrava de ter mandado psi-hounds
atrás de Lissa e eu em Chicago. A Academia não tinha arranjado isso; Victor tinha.
Um minuto mais tarde, eu cheguei a uma clareira onde Lissa estava escondida, atrás de uma
arvore. Pela sua aparência e os sentimentos na nossa ligação, ela deveria ter desmaiado a
muito tempo. Somente uma enorme força de vontade a fez continuar. Seus olhos abertos e o
rosto pálido, ela encarava horroziada quatro psi-hounds que a estavam encurralando ela.
Notando o sol, me ocorreu que ela e Christian tinham outro obstáculo aqui fora.
“Hey,” eu gritei para os hounds, tentando chamar atenção para mim mesma. Victor deve ter
mandado eles para pega-la, mas eu esperava que eles sentissem e respondessem a outra
doce- especialmente a um dhampir. Psi-hounds não gostavam de nós tanto quanto nenhum
outro animal gostava.
Certa o suficiente, eles se viraram para mim, seus dentes cerrados e baba saindo de suas
bocas. Eles se pareciam com lobos, mas tinham pelo marrom e olhos que brilhavam como
fogo. Ele provavelmente tinha mandado eles não a ferirem, mas eles não tinham essas
instruções sobre mim.
Lobos. Exatamente como na aula de ciências. O que a Sra. Meissner tinha dito? Muita dos
confortos tinha a ver com força de vontade? Fechando minha mente, eu tentei projetar uma
atitude de um alfa, mas eu não acho que eles caíram nessa. Qualquer um deles me passava.
“Oh yeah- eles também estavam em maior número. Não, eles não tinham motivos para ter
medo.
Tentando fingir que isso era só um luta de vale tudo com Dimitri, eu peguei um galho do chão
que tinha o mesmo peso e altura de um taco de baseball. Eu o posicionei na minha mão
quando dois dos psi-hounds pularam pra cima de mim. Garras e dentes se agarram em mim,
mas eu me segurei surpreendentemente bem enquanto eu tentava me lembrar de tudo que
eu tinha aprendido nesses dois meses sobre lutar contra oponentes mais fortes e maiores.
Eu não gostei de machuca-los. Eles me lembravam muito de cachorros. Mas era eu ou eles, e
os sentimentos de sobrevivência tomar conta. Um deles eu consegui derrubar no chão, ele
estava morto ou inconsciente eu não sabia. O outro ainda estava em cima de mim, ainda vindo
rápido e furioso. Seus companheiros pareciam preparados para se juntar a ele,mas então um
novo competidor apareceu em cena-mais ou menos. Christian.
“Saia daqui,” eu gritei pra ele, sacudindo meu psi-hounds enquanto suas garras rasgavam a
pele nua da minha perna, quase me fazendo cair. Eu ainda estava usando o vestido, embora
tivesse tirado os saltos fazia algum tempo.
Mas Christian, como qualquer cara apaixonado, não ouviu. Ele também pegou um galho e o
balançou para perto dos hounds. Chamas brotaram da floresta. O hounds se apoiou, ainda
compelido a seguir as ordens de Victor, embora estivesse claramente com medo do fogo.
Seus companheiros, os quatro hounds, circularam a fogueira e vieram por trás de Christian.
Bastardos espertos. O bicho pulou em cima de Christian, batendo nele primeiro. O galho voou
de suas mãos, o fogo imediatamente se apagando. Os dois hounds então pularam para sua
forma caída. Eu terminei com o meu hound- de novo me sentindo doente com o que eu tive
que fazer para derruba-los – e me movi em direção dos outros dois, me perguntando se eu
tinha a força para derrubar os dois últimos.
Mas eu não precisei. Socorro apareceu na forma de Alberta, emergindo de algumas árvores.
Com uma arma na mão, ela atirou nos hounds sem hesitação. Elas eram muito chatas- e
completamente inúteis contra Strigoi-mas contra outros coisas? Armas eram eficazes. Os
hounds pararam de se mexer e cair perto do corpo de Christian.
E o corpo de Christian...
Nós três fomos em direção a ele-Lissa e eu praticamente nos arrastando. Quando eu o vi, eu
tive que olhar para o outro lado. Meu estomago se contorceu, e foi necessário muito esforço
para mim não vomitar. Ele não estava morto ainda, mas eu não achava que ele ia durar muito.
Os olhos de Lissa, espantados e distraídos, se embevecia dele. Em uma tentantiva, ela
estendeu suas mãos em direção a ele mas as derrubou.
“Eu não posso,” ela disse baixo. “Eu não tenho mais forças.”
Alberta, levantou seu rosto cheio de dureza e compaixão, e gentilmente acariciou o braço dela.
“Vamos, princesa. Nós precisamos te tirar daqui. Vamos mandar ajuda.”
Me virando de volta para Christian, eu me forcei a olhar pra ele e me deixei sentir o quanto
Lissa gostava dele.
“Liss,” eu disse hesitante. Ela olhou para mim, como se ela tivesse esquecido que eu estava lá.
Com dificuldade, eu tirei meu cabelo do meu pescoço e me inclinei em direção a ela.
Ela encarou por um momento, seu rosto branco; então o entendimento brilhou em seus olhos.
Aquelas presas que estavam atrás do seu bonito sorriso morderam meu pescoço, um lamento
escapou dos meus lábios. Eu não tinha me dado conta do quanto eu sentia falta, da doce,
maravilhosa dor que fluiu gloriosamente maravilhosa. Felicidade se apoderou de mim.
Deslumbramento. Alegria. Como estar em um sonho.
Eu não me lembro exatamente por quanto tempo Lissa bebeu de mim. Provavelmente não
muito. Ela nunca iria considerar beber uma quantidade suficiente para matar uma pessoa ou a
transformar num Strigoi. Ela terminou, e Alberta me segurou quando eu comecei a oscilar.
Tonta, eu observei quando Lissa se curvou em direção de Christian e colocou suas mãos nele. A
distancia, eu ouvi os outros guardiões invadindo a floresta.
Não houve brilho ou fogos de artifício na cura. Tudo aconteceu invisível, ocorrendo apenas
entre Lissa e Christian. E em pensar que a mordida cheia de endorfinas tinha entorpecido
minha conexão com ela, eu lembrei de quando Victor tinha sido curado e das cores lindas e da
musica que ela devia estar trazendo a tona.
Um milagre se desdobrou na frente dos meus olhos, e Alberta se arfou. Os ferimentos de
Christian estavam curados. O sangue tinha secado. Cor – o tanto que um Moroi tinha, pelo
menos – voltou para suas bochechas. Suas pálpebras tremeram, e seus olhos retornaram a
vida de novo. Se focando em Lissa, ele sorriu. Era como assistir um filme da Disney.
Eu devo ter me inclinado depois disso, porque eu não me lembro de mais nada depois disso.
Eventualmente, eu acordei na clinica da Academia, onde eles forçaram fluidos e açúcar em
mim por dois dias. Lissa ficou do meu lado praticamente todo o tempo, e devagar, os eventos
do seqüestro se desdobraram.
Nós tivemos que contar para Kirova e mais alguns sobre os poderes de Lissa, e como ela tinha
curado Victor e Christian, e, bem, eu.As noticias foram chocantes, mas os administradores
concordaram em manter segredo do resto da escola. Ninguém nem mesmo considerou levar
Lissa embora como tinham feito com a Sra. Karp.
No geral o que os estudantes sabiam era que Victor Dashkov tinha seqüestrado Lissa Dragomir.
Eles não sabiam porque. Alguns de seus guardiões tinham morrido quando o bando de Dimitri
atacou-uma pena,já que o numéro de guardiões já é tão pequeno. Victor agora estava sendo
mantido sob vigilância 24 horas por dia na escola, esperando que um regimento real de
guardiões o levassem embora.Os governantes dos Moroi poderiam ser simbólicos já que eles
estavam dentro de outro país com um grande governo, mas eles tinham um sistema de justiça,
e eu ouvi falar das prisões Moroi. Não é um lugar que eu queira ir.
Quanto a Natalie... ela foi complicada. Ela ainda era menor, mas ela tinha conspirado com seu
pai. Ela trouxe os animais mortos e manteve os olhos em Lissa-mesmo antes de nós partimos.
Sendo uma usuária de Terra como Victor, ela também tinha sido responsável pelo
apodrecimento do banco que tinha quebrado meu tornozelo. Depois que ela tinha me visto
afastar Lissa do pombo, ela e Victor se deram conta que eles precisavam me ferir para fazer ela
agir – era a chance deles de fazer ela curar de novo. Natalie simplesmente tinha esperado por
uma boa oportunidade. Ela não foi presa ou algo assim ainda, e a Academia não sabia o que
fazer com ela até que a guarda real chegasse.
Eu não podia evitar de sentir pena dela. Ela era tão desajeitada e auto-consciente. Qualquer
um podia ter manipulado ela, ainda mais seu pai, a quem ela amava e de quem ela queria
desesperadamente atenção. Ela teria feito qualquer coisa. Dizem os rumores que ela ficou
parada gritando perto do centro de detenção, implorando que eles a deixassem vê-lo. Eles se
recusaram e levaram ela pra longe.
Enquanto isso, Lissa e eu voltamos a ser amigas como se nada tivesse acontecido. No resto do
mundo dela, muita coisa tinha ocorrido. Depois de toda a excitação e o drama, ela pareceu
ganhar um novo senso de importância pra ela. Ela terminou com Aaron. Eu tenho certeza que
ela foi muito gentil, mas ainda teve deve ter sido difícil pra ele. Ela tinha dado o fora nele duas
vezes agora. E o fato de que a sua ultima namorada tinha traído ele provavelmente não estava
ajudando a melhorar sua confiança.
E sem hesitação, Lissa começou a sair com Christian, sem se importar com as conseqüências
para sua reputação. Os vendo em publico, de mãos dadas, me fez fazer uma tomada dupla. Ele
não parecia ser capaz de acreditar em si mesmo. O resto dos nossos colegas estavam muito
surpresos para compreender ainda. Eles mal podiam processar o conhecimento de que ele
existia, muito mais estar perto de alguém como ela.
Meu estado romântico era menos rosa que o deles – se eu sequer pudesse dizer de estado
romântico. Dimitri não tinha me visitado durante a minha recuperação, e nossas aulas foram
suspensas indefinidamente. Não foi até o quarto dia desde que Lissa tinha sido seqüestrada
que eu me encontrei com ele no ginásio. Nós estávamos sozinhos.
Eu tinha voltado para buscar minha bolsa de ginástica e eu congelei quando eu o vi, incapaz de
falar. Ele começou a passar mas então parou.
“Rose...” ele começou depois de vários momentos desconfortáveis. “Você precisa reportar o
que aconteceu. Com a gente.”
Eu estive esperando muito tempo para falar com ele, mas essa não era a conversa que eu tinha
imaginado.
“Eu não posso fazer isso. Eles vão despedir você. Ou pior.”
“Eles deveriam me demitir. O que eu fiz foi errado.”
“Você não podia impedir. Era o feitiço...”
“Não importa. Foi errado. E idiota.”
Errado?Idiota?Eu mordi meus lábios, e lagrimas começaram a encher meus olhos. Eu tentei
recuperar minha compostura rapidamente. “Olha, não é grande coisa.”
“É grande coisa!Eu me aproveitei de você.”
“Não,” eu disse de maneira justa. “Você não se aproveitou.”
Devia ter alguma revelação no tom da minha voz porque os olhos dele encontraram os meus
com uma profunda e seria intensidade.
“Rose, eu sou vários anos mais velho que você.Em 10 anos, isso não significaria muito, mas
agora, é bastante. Eu sou um adulto.Você é uma criança.”
Ai.Eu recuei. Era mais fácil ele ter me socado.
“Você não pareceu achar que eu era uma criança quando estava em cima de mim.”
Agora ele recuou. “Só porque o seu corpo... bom, isso não faz de você uma adulta. Nós
estamos em dois lugares bem diferentes.Eu estive no mundo. Eu estive sozinho. Eu matei,
Rose – pessoas,não animais. E você... você está apenas começando. Sua vida é sobre dever de
casa e roupas e bailes.”
“É só com isso que você acha que eu me importo?”
“Não, é claro que não. Não totalmente. Mas é tudo parte do seu mundo. Você ainda está
crescendo e descobrindo quem você é e o que é importante. Você precisa continuar fazendo
isso. Você precisa ficar com caras da sua idade.”
Eu não queria caras da minha idade. Mas eu não disse isso. Eu não disse nada.
“Mesmo que você escolha não dizer nada, você precisa entender que foi um erro.E nunca vai
acontecer de novo,” ele acrescentou.
“Porque você é muito velho pra mim? Porque não é responsável?”
Sua face estava perfeitamente vazia. “Não. Porque eu simplesmente não estou interessado em
você desse jeito.
Eu encarei. A mensagem- a rejeição – apareceu alta e clara. Tudo daquela noite, tudo que eu
tinha acreditado que era tão lindo e cheio de significado, se tornou pó na frente dos meus
olhos.
“Isso só aconteceu por causa do feitiço. Você entendeu?”
Humilhada e com raiva, eu me recusei a fazer papel de boba discutindo ou implorando. Eu só
concordei. “É. Eu entendi.”
Eu passei o resto do dia de mal humor, ignorando a tentativa de Lissa e Mason de me arrastar
para fora do meu quarto. Era irônico que eu quisesse ficar dentro. Kirova tinha se
impressionado o suficiente com a minha performance no resgate que ela acabou com a prisão
domiciliar.
Antes da escola no outro dia, eu fui até onde Victor estava sendo mantido preso. A academia
tinha celas de prisão, com barras de ferro, e dois guardiões estavam vigiando em um corredor
ali perto. Foi necessário um pouco de trapaça de minha parte para fazer eles me deixarem
entrar pra falar com ele. Nem mesmo Natalie tinha permissão. Mas um dos guardiões tinha
andando comigo na SUV e me viu sentir a tortura de Lissa. Eu disse a ele que precisava
perguntar a Victor sobre o que ele tinha feito com Lissa. Era uma mentira, mas os guardiões
caíram e sentiram pena de mim. Eles me permitiram 5 minutos para falar com ele, se
afastando discretamente do correr para onde eles podiam observar mas não ouvir.
Parada fora da cela de Victor, eu não podia acreditar que eu já tinha sentido pena dele. Ver
seu corpo novo e forte me encheu de raiva. Ele estava sentado com as pernas cruzadas em
uma cama estreita, lendo. Quando ele me viu se aproximar, ele olhou pra cima.
“Rose, que surpresa boa. Sua esperteza nunca falha em me impressionar. Eu não achei que
eles me permitiram receber visitas.”
Eu cruzei meus braços, tentando dar a ele um olhar de guardião feroz. “Eu quero que você
quebre o feitiço. Termine com ele.”
“O que você quer dizer?”
“O feitiço que você fez pra mim e Dimitri.”
“O feitiço está acabado. Ele se destruiu.”
Eu balancei minha cabeça. “Não. Eu continuou pensando nele. Eu continuo querendo que
ele...”
Ele sorriu entendendo quando eu não pude continuar. “Minha cara, isso já estava lá, muito
antes de eu fazer isso.”
“Não era assim. Não era tão ruim.”
“Talvez não conscientemente. Mas todo o resto... a atração-fisica e mental – já estava em
você. E nele. Não teria funcionado caso contrario. O feitiço não adicionou nada novo- só
removeu as inibições e reforçou o sentimentos que vocês já tinham um pelo outro.”
“Você está mentindo. Ele disse que não se sente assim sobre mim.”
“Ele está mentindo. Eu te disse, o feitiço não teria funcionado se fosse ao contrario, e
honestamente, ele deveria saber mais. Ele não tinha direito de se deixar se sentir desse jeito.
Você pode ser desculpada por uma paixão escolar. Mas ele? Ele deveria ter demonstrado mais
controle e escondido seus sentimentos. Natalie viu e me falou. Depois de apenas algumas
observações próprias, era obvio para mim também. Me deu a chance perfeita para distrair
vocês dois. Eu lancei o feitiço no colar para vocês dois, e vocês fizeram o resto.”
“Você foi nojento filho da mãe, fazendo isso comigo e com ele. E com Lissa.”
“Eu não tenho arrependimentos sobre o que eu fiz com ela,” ele declarou, se inclinando contra
a parede. “Eu faria de novo se pudesse. Acredite no que você quiser, eu amo minha gente. O
que eu queria fazer era o melhor para eles. Agora? Difícil dizer. Eles não tem líder, nenhum
líder real. Não tem ninguém digno, na verdade. “Ele balançou sua cabeça em direção a mim,
considerando. “Vasilisa na verdade pode ser uma - se ela puder algum dia acreditar em algo
dentro dela e superar as influencias do Espírito. É irônico, na verdade. Espírito pode moldar
alguém em um líder e também destruir suas habilidade de continuar um. O medo, a
depressão, e a incerteza dominam, e mantém sua força enterrada dentro dela. Ainda sim, ela
tem o sangue dos Dragomirs, o que não é algo pequeno. E é claro, ela tem você a sua guardião
shadow-kissed. Quem sabe? Ela pode ainda nos surpreender.”
“Shadow-Kissed?” Aí estava de novo, a mesma coisa que a Sra. Karp tinha me chamado.
‘Você foi beijada pelas sombras. Você cruzou com a Morte, no outro lado, e voltou. Você acha
que algo assim não deixa uma marca na alma? Você tem um grande senso de vida e o mundo –
muito maior que até mesmo eu tenho – mesmo que você não se dê conta. Você deveria ter
continuado morta. Vasilisa tocou a Morte para trazer você de volta e a ligou com você para
sempre. Você estava na verdade nos braços dele, e alguma parte de você vai sempre lembrar
disso, é por isso que você luta para se agarrar a vida e experimenta tudo que pode. É por sso
que você é tão descuidada em tudo que você faz.Você não segura seus sentimentos, sua
paixão, sua raiva. Faz você incrível. E faz você ser perigosa.”
Eu não sabia o que dizer sobre isso. Eu estava sem palavras, o que ele parecia ter gostado.
“É o que cria a ligação de vocês, também. Os sentimentos dela sempre pressionam para sair,
atingindo outros. A maior parte das pessoas não capta isso a não ser que ela esteja realmente
dirigindo seus pensamentos em direção a ela usando compulsão. Você, no entanto, tem uma
mente sensível a forças extra sensoriais – a dela em particular. “ Ele suspirou, quase felizes, e
eu me lembrei quando li que Vladimir tinha salvado Anna da morte. Isso deve ter feito o laço
deles também.
“Sim, essa Academia ridícula não tem idéia o que eles tem com você e ela. Se não fosse o fato
de que eu precisava matar você, eu teria feito você parte da minha guarda real quando você
fosse mais velha.”
“Você nunca terá uma guarda real. Você não acha que as pessoas não teriam desconfiado da
sua recuperação milagrosa? Mesmo que ninguém descobrisse sobre Lissa, Tatiana nunca teria
feito de você o rei.”
“Você pode estar certa, mas não importa. Existem outros meios de assumir o poder. Algumas
vezes é necessário ir além das linhas de poder. Você acha que Kenneth era o único Moroi que
me seguia? As maiores revoluções muitas vezes começam quietas, escondidas nas sombras.”
Ele me olhou.”Lembre-se disso.”
Sons estranhos vieram da entrada do centro de detenção, e eu me virei para ver de onde
estavam vindo. Os guardiões que tinham me deixado entrar tinham sumido. Do canto, eu ouvi
alguns gemidos e pancadas. Eu franzir as sobrancelhas e fiquei na ponta dos pés para dar uma
olhada melhor.
Victor se levantou. “Finalmente.”
Medo atingiu minha espinha – pelo menos até eu ver Natalie no canto.
Simpatia e raiva misturadas passaram por mim, mas eu forcei um sorriso gentil. Ela
provavelmente não veria seu pai de novo quando eles o levassem. Vilãos, ou não, eles
deveriam poder se despedir.
“Hey,“ eu disse, vendo ela caminhar em minha direção. Tinha uma postura anormal nos seus
movimentos que uma parte de mim notou não estar certa. “Eu não achei que eles deixariam
você entrar.” É claro, eles também não deveriam ter me deixado entrar também.
Ela andou direto pra mim e – sem exagero – me jogou para a parede mais longe. Meu corpo
bateu com força, e eu vi estrelas.
“O que?...” Eu pus uma mão na minha testa e tentei levantar.
Sem se preocupar comigo agora, Natalie soltou Victor com um par de chaves que eu tinha
visto no sinto dos guardiões. Cambaleando nos pés, eu me aproximei dela.
“O que você está fazendo?”
Ela me olhou, e foi quando eu vi. O vermelho nas suas pupilas. Pele muito pálida, mesmo para
um Moroi. Marcas de sangue ao redor de sua boca. E o mais notável de tudo, o olhar nos olhos
dela. Um olhar tão frio e maligno, que meu coração quase paralisou. Era um olhar que dizia
que ela não andava mais entre os vivos – um olhar que dizia que ela agora era um Strigoi.

A.Vampiro - beijo das sombras (capitulo 22)


VINTE DOIS
“CURAR VOCÊ?”
Curar ele? Meus pensamentos ecoaram com os dela.
“Você é a única alternativa,” ele disse pacientemente. “O único jeito de curar doenças. Eu
tenho vigiado você a anos, esperando até eu ter certeza.”
Lissa balançou sua cabeça. “Eu não posso...não. Eu não posso fazer nada disso.”
“Seus poderes de cura são incríveis. Ninguém tem nem idéia do quanto.”
“Eu não sei sobre o que você está falando.”
“Anda, Vasilisa. Eu sei sobre o corvo – Natalie viu você fazer aquilo. Ela começou a seguir você.
E eu sei que você curou a Rose.”
Ela percebeu que não tinha como negar. “Aquilo... era diferente. Rose não estava tão
machucada. Mas você... eu não posso fazer nada sobre a Síndrome de Sandovsky.”
“Não estava tão machucada?” ele riu. “Eu não estou falando sobre o tornozelo dela- que ainda
sim foi impressionante. Eu estou falando sobre o acidente de carro. Porque você tem razão,
você sabe. Rose não ficou “tão machucada. Ela morreu.”
Ele deixou as palavras penetrarem.
“Isso... não. Ela estava viva,”Lissa finalmente conseguiu dizer.
“Não. Bem, sim, ela estava. Mas eu li todos os laudos. Não tem forma que ela pudesse ter
sobrevivido – especialmente com tantos machucados. Você a curou. Você a trouxe de volta.”
Ele suspirou, meio cuidadoso, meio desejoso. “Eu suspeitei que você poderia fazer isso há
muito tempo, então eu tentei tanto repetir... para ver o seu nível de controle...”
Lissa tossiu e se engasgou. “Os animais. Era você.”
“Com a ajuda de Natalie.”
“Porque você faria isso? Como você pode?”
“Porque eu tinha que saber. Eu só tenho mais algumas semanas de vida, Vasilisa. Se você pode
realmente trazer de volta a vida os mortos, então você pode curar Sandovsky. Eu tinha que
saber antes de te levar para longe que você podia curar e que esse não era só um momento de
pânico.”
“Porque me raptar?” Um centelha de raiva crescendo dentro dela. “Você é o meu tio mais
próximo. Se você queria que eu fizesse isso – se você realmente acha que eu posso...” Sua voz
e sentimentos me mostravam que ela não estava complemente certa de que ela podia curar
ele. “Então porque me raptar? Porque você não pediu?”
“Porque não é uma coisa de uma só vez. Eu demorei muito tempo pra descobrir o que você é,
mas eu consegui adquirir algumas das velhas histórias... pergaminhos do museu Moroi.
Quando eu li sobre o espírito funciona-“
“Como funciona o que?”
“Espírito. É no que você é especializada.”
“Eu não me especializei em nada!Você é louco.”
“Da onde mais você acha que os seus poderes vem? Espírito é outro elemento, poucas pessoas
ainda o tem.”
A mente de Lissa ainda estava se vacilando do seqüestro e a possível verdade que ela tinha me
trazido de volta dos mortos. “Isso não faz sentindo nenhum. Mesmo que não seja comum, eu
ainda teria ouvido falar de outro elemento! Ou de algo que o tivesse.”
“Ninguém mais sabe sobre o espírito. Foi esquecido. Quando as pessoas se especializam nele,
as pessoas não se dão conta. Eles acham que a pessoa simplesmente não tem nenhuma
especialização.”
“Olha, se você só está tentando me fazer sentir-“ Ela abruptamente parou. Ela estava com
raiva e com medo, mas por trás dessas emoções, sua maior preocupação era ter certeza que
ela processasse o que ele tinha dito sobre os usuários de espírito e especialização. Eu agora
tinha entendido. “Oh meu Deus, Vladimir e a Sra. Karp.”
Ele deu a ela um olhar sábio. “Você sabe disso a muito tempo.”
“Não! Eu juro. Era só algo que a Rose estava pesquisando... ela disse que eles eram iguais a
mim...” Lissa estava começando a passar de muito assustada para completamente apavorada.
As novidades tinham sido um choque.
“Eles são como você. Os livros até mesmo dizem que Vladimir era “cheio de espírito.” Victor
parecia achar engraçado. Ver aquele sorriso me fez ter vontade de dar um tapa nele.
“Eu pensei...” Lissa ainda queria que ele estivesse errado. A idéia de não se especializar era
mais segura do que se especializar em algum tipo de elemento esquisito. “Eu pensei que isso
significava, tipo, o Espírito Santo.”
“Assim como todo mundo, mas não. É algo inteiramente diferente. Um elemento que está
dentro de todos nós. Um elemento mestre que dá controle a todos os outros.”Aparentemente
minha teoria sobre a especialização em elementos não estava muito longe da verdade.
Ela lutou pra se recuperar da noticia e o seu próprio controle. “Isso não responde minha
pergunta. Não importa se eu tenho o espírito ou qualquer coisa assim. Você não tinha que me
raptar.”
“Espírito, você pode ver, pode curar ferimentos físicos. Infelizmente, só é bom com ferimentos
agudos. Uma coisa de uma vez. O tornozelo de Rose. Os ferimentos do acidente. Para algo
crônico – tipo, uma doença genética como Sandovsky – curas continuadas são necessárias.
Caso contrario vai continuar voltando. É isso que vai acontecer comigo. Eu preciso de você,
Vasilisa.Eu preciso que você me ajude a lutar contra isso e mantenha isso longe. Para que eu
possa viver.”
“Isso ainda não explica porque você me agarrou,” ela discutiu. “Eu teria ajudado você se você
tivesse pedido.”
‘Eles nunca deixariam você fazer isso. A escola. O conselho. Assim que eles se recuperassem do
choque de encontrar uma usuária do Espirito, eles se apoiariam na ética. Afinal de contas,
como um escolhe quem curar? Eles diriam que não era justo. Isso é como brincar de Deus. Ou
então eles se preocupariam no que isso exigiria de você.”
Ela recuou sabendo exatamente o que ele queria dizer.
Vendo a expressão dela, ele acenou. “Sim. Eu não vou mentir pra você. Vai ser difícil. Vai
cansar você- mentalmente e fisicamente. Mas eu devo fazer isso. Eu sinto muito. Você vai
receber alimentadores e outros entretenimentos por seus serviços.”
Ela saiu da cadeira. Ben imediatamente andou pra frente e a empurrou de volta. “E depois?
Você vai me fazer sua prisioneira aqui? Sua enfermeira privada?”
Ele fez aquele gesto irritante com a palma aberta de novo. “Eu sinto muito. Não tenho
escolha.”
Uma raiva implodiu dentro dela junto com o medo. Ela falou numa voz baixa. “Sim. Você não
tem escolha, porque é de mim que nós estamos falando.”
“É melhor pra você desse jeito. Você sabe como os outros ficaram. Como Vladimir passou seus
últimos dias, completamente enraivecido. Como Sonya Karp teve que ser levada embora. O
trauma que você experimentou desde o acidente vem mais alem do que simplesmente a perda
da sua família. É de usar Espírito. O acidente acordou o Espírito em você; seus medo de ver
Rose morta vez ele surgir, te permitindo curá-la. Forjou a ligação de vocês. E uma vez que se
manifestou, você não pode mais se livrar dele. É um elemento poderoso – mas é também
perigoso. Os usuários de terra pegam seus poderes da terra, os usuários do ar pegam do ar.
Mas espírito? Da onde você acha que isso vem?”
Ela encarava furiosa.
“Vem de você, da sua própria essência. Para curar outro, você deve dar partes de si mesma.
Quanto mais você faz isso, mas vai destruir você com o passar do tempo. Você já deve ter
notado. Notado como certas coisas deixam você chateada, como você é frágil.”
“Eu não sou frágil,” surtou Lissa. “E eu não vou enlouquecer. Eu vou parar de usar o Espírito
antes que as coisas piorem.”
Ele sorriu. “Parar de usar?”Você pode muito bem parar de respirar. Espírito tem uma agenda...
você sempre tem aquela vontade para ajudar e curar. É parte de você. Você resiste com os
animais, mas você não pensou duas vezes em ajudar Rose. Você pode até usar compulsão –
que é algo que o Espírito te deu uma força especial. E é assim que sempre será. Você não pode
evitar o Espírito. É melhor ficar aqui,isolada, longe de outras fontes de estresse. Ou você ficaria
cada vez mais instável na Academia, ou eles te colocavam a usar uma pílula que ia atordoar
seus poderes.”
Uma confiança veio para ela, uma bem diferente da que eu observei nos últimos anos. “Eu
amo você, tio Victor, mas sou eu quem tem que lidar com isso e decidir o que fazer. Não você.
Você está me fazendo desistir da minha vida pela sua. Isso não é justo.”
“É uma questão de qual significa mais. Eu também amo você. Muito. Mas os Moroi estão se
partindo em pedaços. Nossos números estão caindo enquanto deixamos os Strigoi nos
fazerem de presa. Nós costumávamos procurar por eles. Agora Tatiana e os outros lideres se
esconderam. Eles mantém você e seus pares isolados.Antigamente, você era treinado para
lutar junto com seu guardião! Nos era ensina que mágica era uma arma. Agora não mais. Nós
esperamos. Nós somos vitimas.” Enquanto ele encarava, Lissa e eu o quão apegado a sua
paixão ele estava. “Eu podia ter mudado isso se eu fosse o rei. Eu deveria ser o herdeiro de
Tatiana. Ela estava pronta para me nomear antes deles descobrirem a doença, e então ela não
o fez. Se eu for curado... se eu for curado, eu poderia pegar meu lugar de direito...”
Suas palavras acionaram algo dentro de Lissa, uma consideração pelo estado dos Moroi. Ela
nunca tinha contemplado o que ele havia dito, sobre como as coisas poderiam ser diferentes
se os Moroi e seus guardiões lutassem juntos para livrar o mundo dos Strigoi e seu mal. Isso a
tinha lembrado Christian e o que ele tinha dito sobre usar a mágica como uma arma. Mas
mesmo que ela apreciasse as convicções de Victor, nenhuma de nós duas achava que valia a
pena o que ele queria que ela fizesse.
“Eu sinto muito,” ela sussurrou. “Eu sinto muito por você. Mas por favor não me faça fazer
isso.”
“Eu preciso.”
Ela olhou diretamente nos olhos dele. “Eu não vou fazer isso.”
Ele inclinou sua cabeça, e alguém saiu do canto. Outro Moroi. Ninguém que eu conhecia.
Andando atrás de Lissa, ele desamarrou as mãos dela.
“Esse é Kenneth.” Victor colocou suas mãos perto das mãos dela. “Por favor, Vasilisa. Pegue
minhas mãos. Mande a mágica através de mim assim como você fez com Rose.”
Ela balançou sua cabeça.”Não.”
Sua voz era menos gentil quando ele falou de novo.”Por favor. De um jeito ou de outro, você
vai me curar. Eu prefiro que seja nos seus termos, não nos nossos.”
Ela balançou sua cabeça de novo. Ele fez um leve gesto em direção a Kenneth.
E foi quando a dor começou.
Lissa gritou. Eu gritei.
Na SUV, Dimitri diminuiu surpreso, nos fazendo desviar. Me lançando um olhar alarmado, ele
começou a parar.
“Não,não!Continue!” Eu pressionei minhas mãos nas têmporas.”Nós temos que chegar lá!”
Atrás do meu banco, Alberta se inclinou pra frente e pos sua mão no meu ombro.”Rose, o que
está acontecendo?”
Eu segurei as lagrimas. “Eles estão torturando ela.. . com ar. Esse cara... Kenneth... está
fazendo uma pressão com ele, na cabeça dela. A pressão é insana. É como se – o crânio dela
fosse explodir.” Eu comecei a gemer.
Dimitri olhou pra mim com o canto do olho e pos o pé no pedal ainda mais.
Kenneth não parou com sua força de ar. Ele também a usou para afetar a respiração dela.
Algumas vezes ela a sufocava; outras vezes ela aumentava tanto que a fazia respirar
fundo.Depois de agüentar tudo isso na primeira vez – e foi ruim o suficiente na segunda vez –
eu me senti bem confiante que eu faria qualquer coisa que eles quisessem.
E finalmente, ela fez.
Machucada e com olhos sangrando, Lissa pegou as mãos de Victor. Eu nunca tinha estado na
cabeça dela quando ela fazia mágica e eu não sabia o que esperar. No inicio, eu não senti
nada... só um senso de concentração. Então... era como se... eu nem sei como descrever. Cor e
luz e musica e vida e felicidade e amor... tantas coisas maravilhosas, todas as coisas boas que
fazem o mundo ser bom e valer a pena viver nele.
Lissa invocou todas essas coisas, o máximo que ela pode, e as mandou para Victor. A mágica
fluiu por nós duas, brilhante e doce. Estava viva. Ela era a vida dela. E assim como era
maravilhoso, ela ficava cada vez mais fraca. Mas enquanto todos aqueles elementos – ligados
pelo poderoso elemento do Espírito – flutuavam até Victor, ele ficou cada vez mais forte.
A mudança estava começando. Sua pele se alisou, não era mais enrugada e macabra. O pouco
cabelo grisalho cresceu, se tornando negro e lustroso. Os olhos verdes- ainda da cor de jade -
brilhavam de novo, se tornando alertas e vividos.
Ele tinha se tornado o Victor que ela se lembrava de quando era pequena.
Exausta, Lissa desmaiou.
No SUV, eu tentei relatar o que tinha acontecido. O rosto de Dimitri ficou cada vez mais negro,
e ele lançou uma quantidade de pragas russas, palavras que eu ainda não sabiam o que
significavam.
Quando nós estávamos a um quarto de milha da cabana, Alberta fez uma ligação com o
telefone dela, e todo nosso comboio parou. Todos os guardiões - mais de uma dúzia- saíram e
se reuniram, planejando estratégias. Alguém foi na frente pra olhar o lugar e voltou com um
relatório de numero de pessoas dentro e fora da cabana. Quando o grupo parecia preparado
para se dispersar, eu comecei a sair do carro. Dimitri me impediu.
‘Não, Roza. Você fica aqui.”
“Pro inferno com isso. Eu tenho que ir ajudá-la.”
Ele pegou meu queixo com suas mãos, me encarando com os olhos. “Você a ajudou. Seu
trabalho está feito. Você fez muito bem. Mas esse não é um lugar pra você. Ela e eu ambos
precisamos que você fique segura.”
Apenas eu ter me dado conta que a discussão iria atrasar o salvamento me fez ficar quieta.
Engolindo qualquer protesto, eu acenei. Ele acenou de volta e se juntou aos outros. Todos eles
se separaram na floresta, se misturando com as arvores.
Suspirando, eu chutei o banco do passageiro para trás e deitei. Eu estava tão cansada. Mesmo
que o sol brilhasse através do pára-brisas era noite para mim, eu estava de pé a maior parte do
tempo, e muito tinha acontecido todo esse tempo. Entre a adrenalina do meu próprio papel e
sentir a dor de Lissa,eu podia ter desmaiado assim como ela tinha.
Mas ela estava acordada agora.
Devagar, suas percepções tomaram conta da minha mente de novo. Ela estava deitada no sofá
da cabana. Um dos escudeiros de Victor deve ter carregado ela depois que ela desmaiou. O
próprio Victor – vivo e bem agora, graças ao seu abuso dela – estava parado na cozinha com os
outros enquanto eles conversam em vozes baixas sobre o plano deles.Só um estava perto de
Lissa, observando. Seria fácil derrubá-los quando Dimitri e sua equipe invadissem o lugar.
Lissa estudou o guardião e então olhou pra janela perto do sofá. Ainda tonta por causa da
cura, ela conseguiu sentar. O guardião se virou, observando ela cuidadosamente. Ela
encontrou os olhos dele e sorriu.
“Você vai ficar quieto não importa o que eu fizer,” ela disse a ele. “Você não vai chamar por
ajuda ou dizer a ninguém quando eu sair. Ok?”
O traço da compulsão deslizou por ele. Ele acenou de acordo.
Se movendo em direção a janela, ela a destrancou e levantou o vidro para cima. Enquanto ela
fazia isso, muitas considerações corriam por sua mente. Ela era fraca. Ela não sabia o quão
longe da Academia – de qualquer coisa na verdade – ela estava. Ela não tinha idéia do quão
longe ela poderia ir até que alguém notasse.
Mas ela também sabia que ela talvez não tivesse outra chance de escapar.Ela não tinha
intenção nenhuma de passar o resto da vida dela numa cabana na floresta.
Em qualquer outro momento, eu teria aplaudido sua coragem, mas não dessa vez. Não quando
todos aqueles guardiões estavam prestes a salva-la. Ela precisava ficar lá. Infelizmente, ela não
podia ouvir meu conselho.
Lissa subiu na janela, e eu xinguei em voz alta.
“O que? O que você vê?” Perguntou uma voz atrás de mim.
Eu sai da minha posição reclinada no banco do carro, batendo minha cabeça no teto. Dando
uma olhada, atrás de mim, eu encontrei Christian espreitando pelo compartimento de carga.
Atrás do banco de trás mais distante.
“O que você está fazendo aqui?” Eu perguntei.
“O que parece que eu estou fazendo?Eu sou um passageiro clandestino.”
“Você não tem uma concussão ou algo assim?”
Ele deu nos ombros como se não importasse. Que par ótimo ele e Lissa eram. Nenhum deles
tinha medo de fazer grandes façanhas enquanto se machucavam seriamente. Ainda sim, se
Kirova tivesse me feito ficar pra trás, eu estaria ali ao lado dele.
“O que está acontecendo?” ele perguntou. “Você viu algo novo?”
Hesitantemente, eu contei a ele. Eu também sai do carro enquanto falava. Ele me seguiu.
“Ela não sabe que nós estamos indo buscá-la. Eu vou pega-la antes que ela se mate de
exaustão.”
“E quanto aos guardiões? Da escola, eu quero dizer. Você vai dizer a eles que ela foi embora?”
Eu balancei minha cabeça. “Eles provavelmente já quebraram as portas da cabana. Eu vou
atrás dela.” Ela estava em algum lugar perto da cabana. Eu podia ir naquela direção mas eu
não seria capaz de dizer exatamente onde ela estava. Ainda sim, não importava. Eu tinha que
acha-la. Vendo o rosto de Christian, eu não pude resistir em dar a ele um sorriso seco. “E sim,
eu sei. Você vai comigo.”

A.Vampiro - beijo das sombras (capitulo 21)


VINTE UM
Eu nunca tinha estado completamente nua perto de um cara antes. Me assustou pra caramba
– embora também me excitasse. Deitada nas cobertas, nós grudamos um no outro e
continuamos nos beijando – e beijando e beijando e beijando. Suas mãos e lábios se
apossaram do meu corpo, e cada toque era como fogo na minha pele.
Depois de sentir saudades dele por tanto tempo, eu mal podia acreditar que isso estava
acontecendo. E enquanto as coisas mentais eram maravilhosas, eu também gostava de estar
só perto dele. Eu gostava do jeito que ele me olhava, como se eu fosse a coisa mais sexy, a
coisa mais incrível no mundo. Eu gostava do jeito que ele dizia meu nome em Russo,
murmurando com uma oração: Roza, Roza...
E em algum lugar, em meio a tudo isso, estava aquela voz urgente que tinha me levado até o
quarto dele, uma voz que não soava como a minha mas que eu não conseguia ignorar. Fique
com ele, fique com ele. Não pense em mais nada a não ser ele.Continue tocando ele. Esqueça
sobre todo o resto.
Eu ouvi-não que eu realmente precisasse de um convencimento extra.
O fogo nos olhos dele me disseram que ele queria fazer muito mais do que já estávamos
fazendo, mas ele levou as coisas devagar, talvez porque ele sabia que eu estava nervosa. Suas
calças de pijama ainda estavam nele. Num certo ponto, eu me desloquei para que eu ficasse
por cima dela, meu cabelo pendurado em volta dele. Ele inclinou sua cabeça ligeiramente, e eu
mal pude ver a sua nuca.Eu passei meus dedos por cima das seis pequenas tatuagens ali.
“Você realmente matou seis Strigoi?” Ele acenou. “Wow.”
Ele trouxe o meu próprio pescoço para a boca dele e me beijou. Seus dentes gentilmente
arranhavam minha pele, diferente de um vampiro mas tão emocionante quanto. “Não se
preocupe.Você vai ter muito mais tatuagens que eu um dia.”
“Você se sente culpado?”
“Hmm?”
“Por mata-los. Você disse na van que era a coisa certa a se fazer, mas ainda sim incomoda
você. É por isso que você vai a igreja,não é? Eu vi você lá, mas você não estava trabalhando.”
Ele sorriu, surpreso e distraido pelo fato de que tinha adivinhado mais um segredo dele.
“Como você sabe essas coisas?Eu não sinto culpa exatamente... só triste algumas vezes. Todos
eles eram humanos ou dhampir ou Moroi. É um desperdício, só isso, mas como eu disse antes,
é algo que eu tenho que fazer. Algo que nós todos temos que fazer. Algumas vezes me
incomoda, e a igreja é um bom lugar para pensar sobre esse tipo de coisa. As vezes eu
encontro paz lá, mas não freqüentemente. Eu encontro mais paz com você.”
Ele me rolou de cima dele e ficou por cima de novo. Os beijos aumentaram mais uma vez, mas
forte dessa vez. Mais urgente. Oh Deus, eu pensei. Eu finalmente vou fazer. É isso. Eu posso
sentir.
Ele deve ter visto a decisão nos meus olhos. Sorrindo, ele deslizou sua mão na minha nuca e
desatou o colar do Victor.
Ele o colocou na cabeceira. Assim que as correntes deixaram seus dedos, eu senti como se
tivesse levado um tapa na cara. Eu sorri surpresa.
Dimitri deve ter se sentido do meus jeito. “O que aconteceu?” ele perguntou.
“Eu-eu não sei.” Eu senti como se eu estivesse tentando acordar, como se eu estivesse
dormindo a dois dias. Eu precisava lembrar de algo.
Lissa.Algo com a Lissa.
Minha cabeça parecia estranha. Nada de dor ou tontura, mas... a voz, eu percebi. A voz que
me levava até Dimitri tinha desaparecido. Isso não quer dizer que eu não o queria mais porque
ei, vendo ele ali com aquelas calças de pijama sexy, com aquele cabelo marrom pálido do lado
do seu bonito rosto era muito bom. Mas eu não tinha mais aquela influencia externa que me
puxava para ele. Estranho.
Ele parou, não estava mais excitado. Depois de alguns segundos pensando, ele se esticou e
pegou o colar. No instante que o seus dedos o tocaram, eu vi desejo varrer ele de novo. Ele
deslizou sua outra mão nos meus quadris, e de repente, aquela luxuria queimante voltou para
mim. Meu estomago deu voltas enquanto a minha pele começou a pinicar e a ficar quente de
novo. Minha respiração ficou pesada. Seus lábios se moveram na direção do meu de novo.
Alguma parte pequena de mim lutou contra.
“Lissa,” eu sussurrei, apertando meus olhos para que se fechassem. “Eu tenho que te contar
algo sobre a Lissa. Mas eu não consigo... lembrar... eu me sinto tão estranha...”
“Eu sei.” Ainda me segurando, ele pos sua bochecha na minha testa. “Tem algo... algo aqui...”
Ele puxou sua face pra longe, e eu abri meus olhos. “O colar. Esse é aquele que o Principe
Victor te deu?”
Eu acenei e pude ver o processo de pensamento através dos olhos dele enquanto ele tentava
se libertar. Respirando fundo, ele tirou sua mão do meu quadril e foi pra longe.
“O que você está fazendo?” eu exclamei. “Volte aqui...”
Parecia que ele queria- demais- mas ao invés disso ele saiu da cama. Ele e o colar foram pra
longe de mim. Eu senti como se ele tivesse arrancado parte de mim, mas ao mesmo tempo, eu
tinha aquela sensação de acordar, como se eu pudesse pensar claramente de novo sem que
meu corpo tomasse todas as decisões.
Por outro lado, Dimitri ainda tinha um olhar apaixonadamente animal em seu rosto, e parecia
ser uma grande dificuldade pra ele atravessar o quarto. Ele alcançou a janela e conseguiu a
abrir com uma mão. O ar frio entrou, e eu esfreguei minhas mãos sobre meus braços para
esquentá-los.
“O que você está fazendo com-?” A resposta me atingiu, e eu saltei da cama, assim que o colar
voou pela janela. “Não! Você sabe o quanto isso deve-?”
O colar desapareceu, e eu não sentia mais como se eu estivesse acordando. Eu estava
acordada. De forma dolorosa e assustadora.
Eu olhei ao meu redor. O quarto de Dimitri. Eu nua. A cama bagunçada.
Mas tudo isso não era nada comparada ao que me atingiu em seguida.
“Lissa!” Eu engasguei. Tudo voltou, as memórias, as emoções. E, na verdade, as emoções dela
de repente entraram em mim – em níveis vacilantes.Mais terror. Terror intenso. Aqueles
sentimentos querendo me sugar de volta para o corpo dela, mas eu não podia deixar. Ainda
não. Eu lutei contra ela, precisando ficar aqui. Com as palavras saindo rapidamente, eu contei
a Dimitri tudo que tinha acontecido.
Ele estava em movimento antes deu terminar, colocando roupas e parecendo um agressivo.
Me ordenando para que me vestisse, ele me jogou um abrigo com os dizeres “Cirílico” para
mim usar por cima do vestido.
Eu tive dificuldades em seguir ele para o andar de baixo; ele não fez esforço pra diminuir a
velocidade para mim acompanhá-lo dessa vez. Ligações foram feitas quando chegamos lá.
Ordens gritadas. Sem demora, eu acabei no escritório dos guardiões com ele. Kirova e outros
professores estavam lá. A maior parte dos guardiões da escola. Todos pareciam falar ao
mesmo tempo. Enquanto isso, eu sentia o medo de Lissa, sentia ela indo cada vez mais pra
longe.
Eu gritei com eles pra que eles andassem logo e fizessem alguma coisa, mas ninguém exceto
Dimitriteria acreditado na minha história sobre como a levaram até que alguém pegasse
Christian na igreja e então verificasse que Lissa realmente não estava no campus.
Christian entrou assustado, suportado por dois guardiões. Dra. Olendzki apareceu logo depois,
examinando ele e limpando o sangue da sua cabeça.
Finalmente, eu pensei, algo iria acontecer.
“Quantos Strigoi eram?” Um dos guardiões me perguntou.
“Como diabos eles entraram?” murmurou mais alguém.
Eu encarei. “O q-?Não eram Strigoi.”
Vários pares de olhos me encararam. “Quem mais a teria levado?” perguntou a Sra. Kirova
primeiro. “Você deve ter visto errado pela...visão.”
“Não. Eu tenho certeza. Era... eles era.. guardiões.”
“Ela está certa,” murmurou Christian, ainda sendo atendido pela doutora. Ele recuou algo
quando ela fez algo na sua cabeça. “Guardiões.”
“Isso é impossível,” alguém disse.
“Eles não eram guardiões da escola.” Eu esfreguei minha testa, lutando pra não deixar a
conversa e voltar para Lissa. Minha irritação cresceu. “Dá pra vocês se mexerem? Ela está se
afastando!”
“Você está dizendo que um grupo de guardiões particulares vieram seqüestrá-la?” O tom de
voz de Kirova implicando que eu estava fazendo alguma piada.
“Sim,” eu respondi através de dentes cerrados. “Eles...”
Devagar, com cuidado, eu diminui minha corrente mental e fui até o corpo de Lissa. Eu estava
sentada em um carro, um carro caro com janelas com proteção para manter a maior parte do
sol longe, podia ser ‘noite,’ aqui, mas era dia no resto do mundo. Um dos guardiões que
estavam no igreja dirigia, outro estava sentado ao lado dele na frente – um eu reconheci.
Spiridon. Atrás, Lissa estava sentada com as mãos amarradas, outro guardião ao lado dela, e
no outro lado –
“Eles trabalham para Victor Dashkov,” eu arfei, me focando de volta em Kirova e nos outros.
“Eles são dele.”
“O príncipe Victor Dashkov?” perguntou um dos guardiões com um pigarreio. Como se tivesse
algum outro Victor Dashkov.
“Por favor,” eu gemi, as mão segurando com força minha cabeça. “Façam algo. Eles estão se
afastando. Eles estão...”
Uma imagem breve, fora da janela do carro, resplandeceu na minha visão. “Oitenta e três.
Indo para o sul.”
“Oitenta e três já? A quanto tempo eles partiram? Porque você não veio antes?”
Meus olhos se viraram ansiosos para Dimitri.
“Um feitiço compulsório,” ele disse devagar. “Um feitiço compulsório colocado no colar que
ele deu a ela. Fez ela me atacar.”
“Ninguém pode usar esse tipo de compulsão,” exclamou Kirova. “Ninguém faz isso a séculos.”
“Bom, alguém fez. Até a hora que eu a contive e peguei o colar, muito tempo tinha passado,”
Dimitri continuou, rosto perfeitamente controlado. Ninguem questionou a história.
Finalmente, finalmente, o grupo entrou em ação. Ninguem queria me trazer, mas Dimitri
insistiu quando ele se deu conta que eu podia dizer onde ela estava. Os guardiões foram até 3
SUVs pretas sinistras. Eu estava na primeira, sentada no banco do passageiro enquanto Dimitri
dirigia. Minutos se passara. A única fez que nós falamos era quando eu ia dar um relatório.
“Eles ainda estão na Oitenta e três... mas a volta está vindo. Eles não estão correndo. Eles não
querem ser parados.”
Ele acenou, sem olhar pra mim. Ele definitivamente estava correndo.
Olhando ele de lado, eu voltei aos acontecimentos de hoje a noite.Com os olhos da minha
mente, eu podia ver tudo de novo, o jeito que ele me olhava e me beijava.
Mas o que tinha sido isso? Uma ilusão? Um truque? No caminho para o carro ele me disse que
realmente tinha um feitiço de compulsão no colar, um de luxuria. Eu nunca tinha ouvido falar
nisso, mas quando eu pedi para mais informações, ele só disse que era o tipo de magia que os
usuários da terra uma vez tinham praticado mas que não faziam mais isso.
“Eles estão fazendo a curva,” Eu disse de repente. “Eu não consigo ver o nome da rua, mas eu
vou saber quando estivermos perto.”
Dimitri resmungou em entendimento, e eu afundei mais no meu banco. O que tudo tinha
significado? Não tinha significado nada pra ele? Tinha definitivamente significado muito pra
mim.
“Ali,” eu disse vinte minutos depois, indicando a curva que o carro de Victor tinha feito. O chão
não era pavimentado, e a SUV nos deu uma vantagem sobre o carro luxuoso dele.
Ele dirigiu em silencio, o único som vinha dos pneus amassando o chão. Poeira cobriu as
janelas, fazendo um redemoinho ao nosso redor.
“Eles fizeram outra curva.”
Eles foram cada vez mais longe das vias principais, e nós os seguimos o tempo todo, levados
pelas minhas instruções. Finalmente, eu senti o carro do Victor parar.
“Eles estão fora de uma pequena cabana.” Eu disse. “Eles estão levando ela-“
“Porque você está fazendo isso? O que está acontecendo?”
Lissa. Chorando e assustada. Seus sentimentos me puxaram para ela.
“Anda, criança,” disse Victor, se movendo até a cabana, oscilante na sua bengala. Um dos
guardiões mantinha a porta aberta. Outro levava Lissa consigo e a sentou em uma cadeira
perto de uma pequena mesa de canto. Esta frio ali, especialmente por causa do vestido. Victor
sentou na frente dela. Quando ela começou a levantar, um guardião deu a ela um sinal de
aviso.”Você pensa que eu machuquei você seriamente?”
“O que você fez com o Christian?” ela chorou, ignorando a pergunta. “Ele está morto?”
“O garoto Ozera? Eu não queria que aquilo acontecesse. Nós não esperávamos que ele
estivesse ali. Nós esperávamos pegar você sozinha, para convencer outros que você fugiu de
novo. Nós fizemos com que rumores circulassem em relação a isso.”
Nós? Eu lembrei como as histórias tinha ressurgido essa semana... vinda da Natalie.
“Agora?” Ele suspirou, espalhando suas mãos em um gesto inofensivo. “Eu não sei. Eu duvido
que alguém ligue conosco, mesmo que eles não acreditem que você fugiu. Rose iria ser o
maior problema. Nós iríamos... nos livrar dela, fazendo os outros pensar que ela tinha fugido
também. O espetáculo que ela criou no seu próprio baile fez isso impossível, mas eu tinha
outro plano pra ter certeza que ela ficaria ocupada por algum tempo... provavelmente até
amanhã. Nós vamos ter que lidar com ela depois.”
Ele não tinha contando com Dimitri descobrindo sobre o feitiço. Ele achou que eu ficaria
ocupada a noite toda me dando bem.
“Porque?” perguntou Lissa. “Porque você está fazendo tudo isso?”
Seus olhos verdes se ampliaram, me lembrando os olhos dela ou do pai dela.
Eles podem ser parentes distantes, aqueles olhos verdes como jades corriam pelas veias tanto
dos Dragomirs e dos Dashkovs. “Estou surpreso que você tenha que perguntar, querida.Eu
preciso de você. Eu preciso que você me cure.”

house of night - marcada (capitulo 17)


DEZESSETE
Tremendo, eu limpei minha boca com as costas da minha mão e me afastei do
vomito (eu me recusei a sequer considerar o que eu vomitei e como deveria estar
parecendo) até que eu cheguei a um carvalho gigante que cresceu tão perto da parede
que metade dos galhos dele estavam do outro lado dele. Eu me inclinei contra a árvore,
me concentrando em não ficar enjoada de novo.
O que eu fiz? O que estava acontecendo comigo?
Então em algum lugar nos galhos do carvalho eu ouvi um miado. Ok, não era o
normal e comum miado de gato. Era mais como um irritado “me-eeh-uf-me-eef-uf-ronco.”
Eu olhei para cima. Empoleirado no galho que estava batendo contra a parede estava
um pequeno gato laranja. Ela estava me olhando com enormes olhos e definitivamente
parecia decepcionada.
“Como você chegou aqui?”
“Me-uf,” ela disse, espirrando, e caminhando pelo galho, claramente tentando se
aproximar de mim.
“Bem, vem aqui gatinho- gatinho- gatinho,” eu persuadi.
“Me-eeh-of-ow,” ela disse, chegando um pouco mais pra frente com suas pequenas
patinhas.
“Isso aí, vem aqui, garotinha. Mova suas pequenas patinhas pra cá.” Sim, eu estava
substituindo eu surtando para me canalizar em salvar o gato, mas a verdade é que eu não
podia pensar sobre o que tinha acontecido. Agora não. Era muito cedo. Muito recente.
Então o gato era uma excelente distração. Além do mais, ela parecia familiar. “Vem aqui
garotinha, anda...” eu continuei a conversa com ela enquanto eu forçava o dedo no duro
tijolo da parede e dava um jeito de me erguer alto o bastante para agarrar a parte mais
baixa do galho em que o gato estava. Então eu fui capaz de usar o galho como um tipo de
corda para subir mais, o tempo todo falando com o gato, enquanto ela continuava a
reclamar para mim.
Finalmente eu cheguei até o alcance dela. Nos olhamos por um longo tempo, e eu
comecei a me perguntar se ela sabia sobre mim. Ela podia perceber que eu provei (e
gostei) sangue? Eu tinha bafo de vomito de sangue? Eu parecia diferente? Eu tinha
ganhado presas? (Ok, a ultima pergunta era ridícula. Vampiros adultos não tem presas,
mas ainda sim.)
Ela “me-eeh-uf-oewd” pra mim de novo, e se moveu um pouco para mais perto. Eu a
alcancei e acariciei o topo da cabeça dela e então as orelhas dela baixaram e ela fechou
os olhos, ronronando.
“Você parece uma leoazinha,” eu disse a ela. “Vê como você é muito melhor quando
não está reclamando?” Então eu pisquei surpresa, quando percebi porque ela parecia tão
familiar. “Você estava no meu sonho.” E um pouco de felicidade passou pela parede de
enjôo e medo dentro de mim. “Você é minha gata!”
A gata abriu os olhos, bocejou, e espirrou de novo, como se fosse para comentar
porque eu tinha levado tanto tempo para descobrir. Com um grunhido de esforço subi
para sentar na parte larga do topo da parede junto ao galho onde o gato estava. Com um
suspiro de gatinho, ela pulou delicadamente no galho, para o topo da parede, e andou
com suas pequenas patas brancas até mim para pular em meu colo. Não parecia ter nada
para mim fazer a não ser acariciar a cabeça dela um pouco mais. Ela fechou os olhos e
ronronou alto. Eu acariciei o gato e tentei parar o tumulto na minha mente. O ar cheirava
como se pudesse chover, mas a noite estava extraordinariamente quente para o fim de
outubro, e eu coloquei minha cabeça para trás, respirando profundamente e deixando a
luz da lua que aparecia entre as nuvens me acalmar.
Eu olhei para a gata. “Bem, Neferet disse que deveríamos sentar na luz da lua.” Eu
olhei para o céu de novo. “Seria melhor se essas estúpidas nuvens fossem embora, mas
ainda sim...”
Eu mal falei as palavras quando um vento repentino passou por mim, de repente
mandando as nuvens embora.
“Bem, obrigado.” Eu falei em voz alta para nada em particular. “Esse foi um vento
muito conveniente.” A gata resmungou, me lembrando que eu tive a coragem de parar de
coçar as orelhas dela. “Eu acho que vou chamar você de Nala porque você é uma
leozinha.” Eu disse a ela, voltando a coçá-la. “Você sabe, garotinha, estou tão feliz por ter
te encontrado hoje; eu realmente precisava que algo bom acontecesse para mim depois
da noite que eu tive. Você não iria acredita-“
Um estranho cheiro passou por mim. Era tão estranho que fez eu parar com o que eu
estava dizendo. O que era isso? Eu cheirei e enruguei o nariz. Era um cheiro seco e velho.
Como uma casa que está fechada por tempo demais, ou algum velho porão assustador.
Não era um cheiro bom, mas também não era nojento a ponto de me deixar enjoada. Era
só errado. Como se não pertencesse ali a noite aberta.
Então eu vi algo pelo canto dos olhos. Eu olhei para baixo da longa parede feita de
tijolos. Parada ali, meio virada para mim como se não tivesse certeza em que lugar ela
queria ir, estava uma garota. A luz do luar, e meus sentidos melhorados para ver no
escuro, me permitiram ver ela embora não houvesse nenhuma luz perto da parede. Eu me
senti ficar tensa. Havia uma daquelas odiosas Filhas da Noite me seguido? De jeito
nenhum eu me sentia a vontade para lidar com mais da merda delas hoje a noite.
Eu devo ter feito o frustrado gemido que estava na minha mente, porque a garota
olhou para cima onde eu estava sentada no topo da parede.
Eu arfei chocada e senti o medo passar por mim.
Era Elizabeth! A Elizabeth Sem Sobrenome que deveria estar morta. Quando ela me
viu, os olhos dela, que eram de um estranho vermelho brilhante, se alargaram e ela fez
um estranho som antes de desaparecer com uma velocidade nada humana pela noite.
No mesmo instante, Nala arqueou as contas e assoviou com tanta ferocidade que o
pequeno corpo dela tremeu.
“Está tudo bem! Está tudo bem!” eu disse de novo e de novo, tentando acalmar a
gata e eu. Nós duas estávamos tremendo e Nala ainda estava ronronando baixo com a
garganta. “Não poderia ser um fantasmas. Não poderia ser. Era só... só... uma estranha
garota. Eu provavelmente a assustei e ela-“
“Zoey! Zoey! É você?”
Eu dei um pulo e quase cai da parede. Foi demais para Nala. Ela deu outro tremendo
assovio e pulou do meu colo para o chão. Completa e absolutamente apavorada, eu
agarrei o galho para me segurar e dar uma olhada na noite.
“Quem-quem é?” Eu chamei pela alta batida do meu coração. E então eu estava cega
pela luz de duas lanternas apontadas para mim.
“É claro que é ela! Como se eu não pudesse reconhecer a voz da minha melhor
amiga? Droga, ela não foi embora a tanto tempo!”
“Kayla?” eu disse, tentando proteger meus olhos do brilho das lanternas com a mão,
que estava tremendo feito louca.
“Bem, eu disse a você que iríamos encontrar ela,” a voz de um cara disse. “Você
sempre quer desistir cedo demais.”
“Heath?” Talvez eu estivesse sonhando.
“Sim! Whoo-hoo! Te encontramos, baby!” Heath gritou, e mesmo com o horrível
brilho eu podia ver ele se atirando na parede e então começando a subir como um alto,
loiro jogador de futebol macaco.
Inacreditavelmente aliviada por ser ele e não o bicho papão, eu falei para ele,
“Heath! Tenha cuidado. Se você cair você vai quebrar algo.” Bem, a não ser que ele caísse
de cabeça – daí ele provavelmente ficaria bem.
“Eu não!” ele disse, se puxando para cima para que ficasse sentado ao meu lado,
sentado na parede. “Hey, Zoey, olha só – olha para mim; eu sou o rei do mundo!” Ele
gritou, jogando os braços, rindo como um bobo, e jogando o cheiro de álcool em mim.
Não era de se admirar que eu me recusei a sair com ele.
“Ok, não a necessidade de para sempre gozar da minha cara pela minha infeliz exqueda
pelo Leonardo!” eu olhei para ele, me sentindo mais como eu mesma em horas.
“Na verdade, é como a minha ex-queda por você. Só que essa não durou tanto, e você
não fez um bando de filmes piegas, mas legais.”
“Hey, você ainda não está irritada com Dustin e Drew está? Esqueça eles! Eles são
retardados.” Heath disse, me dando o seu olhar de cachorrinho perdido, que costumava
ser bem fofo quando ele estava na oitava série. Pena que a fofura terminou de funcionar
para ele dois anos atrás. “E, de qualquer forma, viemos até aqui para te salvar.”
“O que?” eu balancei a cabeça e ri para ele. “Espera. Desligue essa lanterna. Elas
estão matando meus olhos.”
“Se eu desligar não vamos conseguir nos ver,” Heath disse.
“Ótimo. Então vire ela para o outro lado. Uh, aponte ela para lá ou algo assim,” Eu fiz
um gesto para longe da escola (e de mim). Heath virou a luz que ele estava apontado que
estava apontado pela noite, e Kayla também. Eu fui capaz de soltar minha mão, eu fiquei
feliz por ver que ela parou de tremer, e parei de olhar para os lados. Os olhos de Heath se
alargaram quando ele viu minha Marca.
“Olha só! Está colorida agora! Wow! É como... como... na TV ou algo assim.”
Bem, era bom ver que algumas coisas nunca mudam. Heath ainda era o Heath –fofo,
mas não o cara mais brilhante.
“Hey! E quanto a mim? Eu estou aqui também sabe!” Kayla disse. “Alguém me ajude
a chegar até aí, mas tenham cuidado. Deixe eu colocar minha bolsa no chão. Oh, e é
melhor eu tirar esses sapatos. Zoey, você não iria acreditar na promoção que você perdeu
ontem na Bakers. Todos os sapatos de verão deles totalmente em liquidação. Eu quero
dizer, seriamente em liquidação. 70% de desconto. Eu peguei 5 pares para...”
“Ajude ela a subir,” eu disse a Heath. “Agora. É o único jeito dela parar de falar.”
Sim. Algumas coisas não mudam.
Heath se mexeu até ficar de barriga, e então se inclinou para baixo para oferecer
uma mão para Kayla. Rindo, ela a agarrou e deixou ela a puxar para cima, para o topo da
parede conosco. E foi enquanto ela estava rindo e ele estava erguendo ela que eu vi – o
inconfundível jeito que Kayla ria e olhava e ficava corada com Heath. Eu conhecia tão bem
quanto sabia que nunca seria uma matemática. Kayla gostava de Heath. Ok, não gostava.
Ela gostava de Heath.
De repente o comentário culpado sobre me trair na festa que eu perdi fez perfeito
sentido.
“Então como vai Jared?” eu perguntei bruscamente, parando as risadinhas de K.
“Ok, eu acho,” ela disse sem me olhar nos olhos.
“Você acha?”
Ela mexeu os ombros e eu vi que por baixo da jaqueta de couro muito fofa dela eu vi
que ela estava usando a camiseta sem mangas e com rendas que costumávamos chamar
de Camiseta Boob, porque não só mostrava muito a clavícula, mas também era cor de
pele, então parecia que eu estava mostrando mais do que realmente estava.
“Eu não sei. Não conversamos muito nos últimos dias.”
Ela ainda não olhava para mim, mas ela olhou para Heath, que parecia sem noção –
mas esse era realmente o único olhar dele. Então minha melhor amiga estava dando em
cima do meu namorado. Agora isso me irritava, e de repente eu desejei que não fosse
uma noite tão agradável e quentinha. Eu queria que estivesse frio e Kayla congelasse seu
super desenvolvidos peitos.
Do norte o vento nos envolveu de repente, viciosamente, trazendo o maior frio.
Tentando não parecer obvia, Kayla puxou a jaqueta mais para perto e riu de novo,
dessa vez de nervosa ao invés de flertando, e eu senti o cheiro de cerveja e algo mais.
Algo que tão recentemente está impresso nos meus sentidos que eu estava surpresa por
não o sentir imediatamente.
“Kayla você andou bebendo e fumando?”
Ela tremeu e piscou para mim como um coelho bem devagar. “Só um pouco. De
cerveja, eu quero dizer. E, bem, um, Heath fumou um baseado pequeno e eu estava
muito, muito assustada para vir aqui, então eu experimentei um pouco.”
“Ela precisava de um incentivo,” Heath disse, mas ele nunca foi bom com palavras
maiores que duas silabas, então pareceu in-centi-vum.
“Desde quando você começou a fumar maconha?” eu perguntei a Heath.
Ele riu. “Não tem nada demais, Zo. Eu só fumo um baseado de vez enquando. São
mais seguros que cigarros.”
Eu realmente odiava quando ele me chamava de Zo.
“Heath,” eu tentei soar paciente. “Eles não são mais seguros que cigarros, e mesmo
que sejam isso não diz muito. Cigarros são nojentos e eles matam você. E, seriamente, os
maiores perdedores da escola fumam maconha. Fora o fato que você realmente não pode
se dar ao luxo de perder mais células cerebrais.” Eu quase adicionei “ou esperma,” mas eu
não queria entrar nesse caminho. Heath definitivamente iria ter a idéia errado se eu
fizesse um comentário referente as partes masculinas dele.
“Nu uh,” Kayla disse.
“O que Kayla?”
Ela ainda estava agarrada na jaqueta se protegendo do frio. Os olhos dela mudaram
de coelho devagar demais, para gato puxado pela causa. Eu reconheci a mudança. Ela
fazia isso constantemente com pessoas que ela não considerava parte do seu grupo de
amigos. Costumava me deixar louca e eu iria gritar com ela e dizer que ela não deveria
ser tão má. Agora ela estava fazendo essa merda comigo?
“Eu disse nu uh porque não são só perdedores que fumam – pelo menos não só de
vez enquando. Você conhece aqueles jogadores gostosos que jogam para a Union, Chris
Ford e Brad Higeons? Eu os vi na festa da Katie noite passada. Eles fumam.”
“Hey, eles não são tão gostosos,” Heath disse.
Kayla o ignorou e continuou falando. “E Morgan fuma às vezes.”
“Morgan, a Morgi de Metal?” Sim, eu estava irritada com K, mas fofoca é fofoca.
“Sim. Ela também acabou de fazer um piercing na língua e no” – K parou e falou
baixo “clit.” “Você pode imaginar o quanto deve ter doido?”
“O que? Onde ela fez o piercing?” Heath disse.
“Nada,” K e eu falamos juntas, por um segundo soando como a melhor amiga
costumava ser.
“Kayla, você está mudando de assunto. De novo. Os jogadores do Union sempre
foram afim de drogas. Olá! Por favor lembre que eles usam esteróides, que é motivo para
ter levado 16 anos para a gente derrotar eles.”
“Vai, Tigres! Yeah, chutamos a bunda do Union!” Heath disse. Eu virei meus olhos.
“E Morgan claramente começou a perder a cabeça, que é por isso que ela colocou
um piercing no...” eu olhei para Heath e reconsiderei. “Corpo dela e está fumando. Me
diga alguém normal que está fumando.” K pensou por um segundo. “Eu!”
Eu suspirei. “Olha, eu só acho que isso não é muito inteligente.”
“Bem, você nem sempre sabe tudo.” O olhar odioso voltou no rosto dela.
Eu olhei dela para Heath, e então de volta para ela. “Claramente, você está certa. Eu
não sei tudo.”
O olhar maldoso dela virou assustado e depois mudou para maldoso de novo, e de
repente não pude me impedir de comparar ela com Stevie Rae, que, apesar deu conhecer
a apenas alguns dias, eu tinha absoluta, e completa certeza que ela não iria atrás do meu
namorado, sendo ele meu quase ex ou não. Eu também não achava que ela iria fugir de
mim e me tratar como se eu fosse um monstro quando eu mais precisava dela.
“Eu acho que você deveria ir embora,” eu disse para Kayla.
“Ótimo,” ela disse.
“Provavelmente não é uma boa idéia você voltar, também.”
Ela deu empurrou sua jaqueta para que ela abrisse e eu podia ver o fino tecido da
camiseta dela deslizar do ombro dela, deixando claro que ela não estava usando sutiã.
“Tanto faz,” ela disse.
“Ajude ela a descer, Heath.”
Heath normalmente era muito bom em seguir instruções simples, então ele desceu
Kayla. Ela agarrou a lanterna e olhou para nós.
“Anda, Heath. Estou ficando com frio.” Então ela virou e começou a andar em
direção a rua.
“Bem...” Heath disse um pouco constrangido. “Ficou frio de repente.”
“Yeah, pode parar agora,” eu disse distraída, e não prestei muito atenção quando o
vento parou de repente.
“Hey, uh, Zo. Eu realmente vim aqui salvar você.”
“Não.”
“Huh?” Heath disse.
“Heath, olhe para minha testa.“
“Sim, você tem esse negocio de lua crescente. E está colorido, o que é estranho
porque não estava colorido antes.”
“Bem, agora está. Ok, Heath, se concentre. Eu fui Marcada. Isso significa que meu
corpo está passando pela Mudança de se tornar uma vampira.”
Os olhos de Heath foram para Marca e viajaram pelo meu corpo. Eu vi que ele
hesitou nos meus seios e então nas minhas pernas, o que me fez perceber que ela estava
descoberta até quase a minha virilha porque minha saia tinha subido quando eu subi no
topo da parede.
“Zo, o que quer que aconteça com seu corpo está bem para mim. Você é seriamente
gostosa. Você sempre foi linda, mas agora você parece uma deusa.” Ele sorriu para mim e
tocou minha bochecha gentilmente, me lembrando do porque eu gostei tanto dele por um
longo tempo. Apesar das falhas, Heath podia ser muito doce, e ele sempre me fazia sentir
completamente linda.
“Heath,” eu disse suavemente. “Eu sinto muito, mas as coisas mudaram.”
“Não comigo.” Me pegando completamente de surpresa ele se inclinou para frente,
deslizando a mão por cima do meu joelho e me beijou.
Eu me afastei e agarrei o pulso dele. “Pare Heath! Estou tentado falar com você.”
“Que tal você falar e eu beijar?” ele sussurrou.
Eu comecei a dizer não de novo.
E então eu senti.
O pulso dele debaixo dos meus dedos.
Estava batendo com força e rapidamente. Eu juro que eu podia ouvir ele também. E
quando ele se inclinou para me beijar de novo eu pude ver a veia que passava pelo
pescoço dele. Se movia, batendo forte enquanto o sangue era bombeado pelo seu corpo.
Sangue... os lábios dele tocaram o meu e eu lembrei do gosto do sangue na taça. O
sangue estava frio e misturado com vinho, e era de um garoto fraco e perdedor. O sangue
de Heath poderia ser quente e rico... doce... mais doce que o de Elliott o refrigerador...
“Ow! Droga, Zoey. Você me arranhou!” Ele tirou o pulso da minha mão. “Merda, Zo,
você me fez sangrar. Se você não queria que eu beijasse você, você só tinha que dizer.”
Ele levou o seu pulso sangrento para a boca e sugou a gota de sangue que estava
ali. Então ele levantou os olhos para os meus, e congelou. Ele tinha sangue nos lábios. Eu
podia sentir o cheiro – era como o vinho, mas melhor, muito melhor. O cheiro me
envolveu e fez o cabelo dos meu braços se arrepiar.
Eu queria provar. Eu queria provar mais do que qualquer coisa na minha vida.
“Eu quero...” eu me ouvi sussurrar numa voz que eu não conhecia. “Sim...,” Heath
me respondeu como se estivesse em transe. “Sim... o que você quiser. Eu vou fazer o que
você quiser.”
Dessa vez eu me inclinei até ele e toquei minha língua nos lábios dele, tomando a
gota de sangue na minha boca onde explodiu – calor, sensação, e uma onda de prazer
que eu nunca senti.
“Mais,” eu disse.
Como se ele tivesse perdido a capacidade de falar e só pudesse acenar, Heath
levantou seu pulso para mim. Mal estava sangrando, e quando eu lambi a pequena linha
escarlate Heath gemeu. O toque da minha língua pareceu fazer algo com o arranhão,
porque instantaneamente começou a derramar sangue, cada vez mais rápido... Minhas
mãos estavam tremendo quando levei o pulso dele para minha boca e pressionei meus
lábios contra a pele quente. Eu tremi e gemi em prazer e-
“Oh meu Deus! O que você está fazendo com ele!” A voz de Kayla foi um grito que
perfurou a nevoa escarlate no meu cérebro. Eu soltei o pulso de Heath como se tivesse
me queimado.
“Se afaste dele!” Kayla estava tremendo. “Deixe ele em paz!” Heath não se moveu.
“Vá,” eu disse a ele. “Vá e não volte.”
“Não,” ele disse, parecendo e soando estranhamente sóbrio.
“Sim, saia daqui.”
“Deixe ele ir!” Kayla gritou.
“Kayla, se você não calar a boca eu vou descer aí e chupar até a ultima gota do seu
estúpido corpo de vaca traidora!” Eu falei para ela.
Ela gritou e saiu correndo. Eu me virei para Heath, que ainda estava me olhando.
“Eu não tenho medo de você, Zo.”
““Heath, eu tenho medo o suficiente para nós dois.”
“Mas eu não me importo com o que você fez. Eu amo você, Zoey. Mas agora do que
nunca.”
“Pare!” Eu não queria gritar, mas eu fiz com que ele se encolhesse com o poder que
encheu minhas palavras. Eu engoli com força e acalmei mina força. “Apenas vá. Por favor.
Então, procurando um jeito de fazer ele ir embora eu acrescentei, “Kayla provavelmente
vai chamar a policia agora. Nenhum de nós precisa disso.”
“Ok, eu vou. Mas não vou ficar longe.” Ele me beijou rapidamente e com força. Eu
senti uma facada de prazer quando senti o gosto de sangue que ainda estava na boca
dele. Então ele desceu pela parede e desapareceu até que tudo que eu pude ver na
escuridão foi o pequeno ponto de luz vindo da lanterna dele, e então, finalmente, nem
isso.
Eu não me permiti pensar. Não ainda. Me movendo metodicamente, como um robô,
eu usei o galho para me segurar e descer. Meus joelhos estavam tremendo tanto que eu
fui capaz de dar apenas alguns passos e afundei no chão, pressionando minhas costas na
antiga casca da árvore. Nala se materializou, pulando em meu colo como se fosse minha
gata a anos ao invés de minutos, e quando meu choro começou ela pulou do meu colo
para o meu peito e pressionou seu rosto quente contra minhas bochechas.
Depois do que pareceu um longo tempo meu choro se tornou um soluço e eu desejei
não ter saído da sala de recreação sem minha bolsa. Eu poderia realmente usar um lenço.
“Hey, parece que você precisa disso.”
Nala reclamou e pulei surpresa com a voz, e eu pisquei através das lagrimas para ver
alguém me entregando um lenço. “O-obrigado,” eu disse, pegando o lenço e assoando o
nariz.
“Sem problemas,” Erik Night disse.