segunda-feira, 28 de maio de 2012

house of night - escolhida (capitulo 19)


DEZENOVE
Sim, eu estava seriamente perturbada. Não apenas eu não tinha terminado com
Heath, mas eu provavelmente tinha deixado nosso Imprint ainda mais forte. Além do
mais, eu posso ter causado a morte de dois homens. Eu tremi, me sentindo mais do que
apenas um pouco enjoada. O que diabos tinha acontecido comigo? Eu bebi o sangue de
Heath e estava sentindo o tesão (jeesh, eu estou me tornando uma vadia total), e então
aqueles homens começaram a mexer com a gente e foi como se algo dentro de mim
mudou de Zoey normal para Maluca Assassina Vampira Zoey. Foi isso que aconteceu?
Vampiros surtam quando humanos que tiveram um Imprint são ameaçados?
Eu lembrei o quão fula eu fiquei nos túneis com os “amigos” de Stevie Rae (não que
ela fosse amiguinha daqueles garotos mortos vivos) tinham atacado Heath. Ok, eu fui
violenta, mas não tinha sentindo uma vontade poderosa de rasgar o rosto deles! Só de
lembrar da raiva que passou por mim quando os dois homens começaram a vir até nós
(Heath) para dar a nós (Heath) dificuldade era o suficiente para fazer minhas mãos
começarem a tremer de novo.
Claramente tinha muitas coisas de vampiros que eu não sabia. Diabos, eu tenho feito
anotações e memorizado alguns dos capítulos sobre Imprint e ânsia de sangue, mas eu
estava começando a ver que havia varias coisas do tão educacional livro tinha deixado de
fora. Eu precisava de um vampiro adulto. Felizmente, eu conhecia um que com certeza
ficaria feliz de ser voluntário para ser meu professor.
Eu tenho certeza que tem muitas coisas que ele ficaria feliz de me ensinar.
Eu pensei nessas coisas, o que foi fácil de fazer quando eu estava cheia do delicioso
e sexy sangue de Heath. Meu corpo ainda estava formigando com o calor e poder e
sensações que eu sabia que não conhecia, mas eu desejava mais. Muito mais.
Não havia como negar que Loren e eu tínhamos algo. Era diferente do que eu e
Heath tínhamos, diferente até do que Erik e eu tínhamos. Droga. Eu tenho coisas de mais
acontecendo na minha vida.
Basicamente, eu flutuei para o apartamento dos pais de Afrodite meio excitada, e
cheia de poder, ainda sim confusa e tão distraída por, bem, sexo que eu nem pensei no
fato que parecia não haver nada mais do que nevoa e escuridão até eu estar parada no
meio da sala do apartamento observando Stevie Rae olhar com olhos vermelhos e
molhados a TV e fungar. Eu olhei para a TV e percebi que ela estava assistindo um filme.
Parecia com aquele sobre a mãe que sabia que estava morrendo de alguma doença
horrível e tinha que correr contra o tempo (e comercias) para encontrar uma nova família
para seu zilhão de filhos.
“Em falar em deprimente,” eu disse.
A cabeça de Stevie Rae virou enquanto ela tomava uma posição feral de defesa
depois de pular atrás do sofá de onde ela assoviou e rosnou para mim.
“Ah, merda!” Eu instantaneamente afastei a escuridão e tudo mais, para ficar sólida,
e visível de novo. “Desculpe, Stevie Rae. Eu esqueci que dei uma de Bram Stoker.”
Ela olhou por cima do sofá para mim, olhos brilhando e presas expostas, mas ela
parou de assoviar.
“Uh, relaxe. Sou apenas eu.” Eu levantei a bolsa e balancei o sangue para que ele
fizesse um barulho nojento. “Sua refeição sobre rodas.”
Ela levantou e cerrou os olhos. “Você não deveria fazer isso.”
Eu levantei minhas sobrancelhas para ela. “Você não deveria fazer isso. Fazer o que?
Trazer seu sangue ou me tornar nevoa e escuridão.”
Stevie Rae arrancou a bolsa que eu estava balançando na direção dela. “Me pegar de
surpresa. Eu posso ser perigosa.”
Eu suspirei e sentei no sofá, tentando ignorar o fato que ela já estava rasgando uma
bolsa de sangue. “Se você me comer, do jeito que a minha vida é uma droga agora, você
me faria um favor.”
“Yeah. Eu aposto. Eu lembro o quão difícil é ficar viva. Cheia de drama de namoro e
ohminhadeusa, o que eu deveria usar para aula. Realmente horrível, diferente do estresse
de estar morta e morta viva, mas ainda me sentindo morta.” Stevie Rae falou em um tom
frio e sarcástico que era totalmente diferente do jeito que ela costumava soar, o que de
repente me irritou para caramba. Como se eu não tivesse estresse na minha vida só
porque eu não estava morta? Ou morta viva? Ou algo assim.
“A professora Nolan foi morta ontem a noite. Parece que alguém das Pessoas de Fé
crucificou ela e decapitou ela e deixou o corpo dela perto da porta escondida do portão
leste com um adorável bilhete sobre não poder haver uma bruxa viva. Eu acho que meu
padrasto-perdedor pode estar envolvido, mas não posso dizer mais nada porque minha
mãe esta acobertando ele, e se eu delatar ele ela provavelmente vai pra cadeia para
sempre. Eu acabei de sugar o sangue de Heath e fui interrompida por dois otários que eu
acho que matei acidentalmente, e Loren Blake e eu estávamos ficando. Então, como foi o
seu dia?”
A velha Stevie Rae pulou dentro dos olhos vermelhos. “Ohminhadeusa,” ela disse.
“Yeah.”
“Você tem ficado com Loren Blake?” Como sempre, Stevie Rae ficou excitada com a
fofoca poderosa. “Como que foi?”
Eu suspirei e vi ela pegar outra bolsa de sangue. “Foi incrível. Eu sei que isso vai
soar ridículo, mas eu acho que podemos realmente ter algo juntos.”
“Assim como Romeu e Julieta,” ela disse entre goles.
“Uh, Stevie Rae, vamos usar uma analogia diferente, ok? R&J não terminou muito
bem.”
“Eu aposto que ele tem um gosto bom,” ela disse.
“Huh?”
“O sangue dele.”
“Eu não saberia.”
“Ainda,” ela disse, e pegou outro saco de sangue.
“Falando nisso. É melhor você diminuir a beberagem de sangue. Neferet chamou os
Vampiros Filhos de Erebus e está muito difícil de sair da escola agora. Eu não tenho
certeza se vou ser capaz de voltar aqui com mais sangue.”
Um calafrio passou pelo corpo de Stevie Rae. Ela parecia quase normal, mas nas
minhas palavras a expressão dela se achatou e os olhos dela se arredondaram.
“Eu não posso aguentar muito tempo.”
Ela falou numa voz tão baixa e contida que eu quase não ouvi ela.
“Isso é algo importante, Stevie Rae? Eu quero dizer, você não pode só fazer um
racionamento ou algo assim?”
“Não é assim! Eu posso me sentir me perdendo... mais e mais a cada dia... a cada
hora.”
“O que é se perder?”
“Minha humanidade!” Ela praticamente chorou.
“Mas, querida,” eu me aproximei e coloquei meus braços ao redor dela, ignorando o
jeito estranho que ela cheirava e o fato que o corpo dela estava tão duro quanto uma
pedra. “Você está melhor. Estou aqui agora. Vamos dar um jeito nisso.”
Stevie Rae me olhou nos olhos. “Agora, eu posso sentir o seu pulso. Eu sei cada vez
que eu seu coração bate. Tem algo dentro de mim que está gritando para abrir sua
garganta e tomar seu sangue. E é algo que está ficando mais forte.” Ela se afastou de
mim, se movendo para se pressionar contra o sofá. “Eu posso colocar o rosto da antiga
Stevie Rae, mas é apenas parte do monstro em mim. Eu só faço isso para poder te caçar.”
Eu respirei fundo e me recusei a desviar o olhar. “Ok, eu sei que parte disso pode ser
verdade. Mas eu não acredito em tudo, e eu não quero acreditar em tudo. Sua
humanidade ainda está aí, dentro de você. Yeah, pode estar ficando fraca, mas ainda está
aí. Isso significa que ainda somos melhores amigas. Além do mais, pense nisso. Você não
tem que me caçar. Olá - estou bem aqui. Não exatamente escondida.”
“Eu acho que você está em perigo estando comigo,” ela sussurrou.
Eu sorri. “Sou mais durona do que você acha, Stevie Rae.” Me movendo devagar
para não assustar ela, em pus minha mão sobre a dela. “Tire poder da terra. Eu acredito
que você é diferente do resto dos, uh -” eu parei, tentando descobrir um jeito de chamar
eles.
“Nojentos garotos mortos vivos?” Stevie Rae sugeriu.
“Yeah. Você é diferente dos nojentos garotos mortos vivos porque você tem uma
afinidade com a terra. Se agarre nisso e ele vai te ajudar a lutar com o que quer que seja
que está dentro de você.”
“Escuridão... é tudo escuridão dentro de mim,” ela disse.
“Não é tudo escuridão. A terra está aí, também.”
“Ok... ok...” ela ofegou. “A terra. Eu lembro. Eu vou tentar.”
“Você pode suportar isso, Stevie Rae. Você pode suportar isso.”
“Me ajude,” ela disse, de repente apertando minha mão tão forte que eu quase
chorei. “Por favor, Zoey, me ajude.”
“Eu vou. Eu prometo.”
“Logo. Tem que ser logo.”
“Será. Eu prometo,” eu repeti, sem ter idéia de como manter minha promessa.
“O que você vai fazer?” Stevie Rae perguntou, olhos se trancando desesperadamente
nos meus.
Eu disse a única coisa que veio na minha mente. “Eu vou lançar um circulo e pedir a
ajuda de Nyx.”
Stevie Rae piscou. “Só isso?”
“Bem, nosso circulo é poderoso e Nyx é uma deusa. O que mais você precisa?” Eu
soava mais segura do que eu me sentia.
“Você quer que eu represente a terra de novo?” A voz dela tremeu.
“Não. Sim.” Eu parei culpada, me perguntando o que eu deveria fazer em relação a
Afrodite. Ficou claro quando ela manifestou a terra que ela deveria se juntar ao nosso
circulo. Mas Stevie Rae surtaria se ela descobrisse que o seu lugar foi substituído por
alguém que ela considerava sua inimiga? Além do mais, ninguém a não ser Afrodite sabia
sobre Stevie Rae, e é assim que eu preciso manter até estar pronta para Neferet saber
sobre ela. Problemas. Eu definitivamente tinha problemas. “Uh, eu não tenho certeza. Me
deixe pensar sobre isso, ok?”
A expressão de Stevie Rae mudou de novo. Agora ela parecia quebrada, e derrotada.
“Você não quer que eu faça mais parte do seu circulo.”
“Não é isso! É só que você precisa ser curada, então vai ser melhor se você estiver
no centro do circulo comigo ao invés de ficar no lugar normal.” Eu suspirei e balancei a
cabeça. “Eu preciso fazer mais pesquisa.”
“Faça rápido, ok?”
“Eu vou. E você tem que prometer que vai tomar o sangue com calma e ficar aqui e
se concentrar na sua conexão com a terra,” eu disse.
“Ok. Eu vou tentar.”
Eu apertei a mão dela e então e então me soltei do aperto dela. “Desculpe, eu
preciso ir. Neferet vai fazer um ritual especial para a professora Nolan, então eu tenho o
ritual da Lua Cheia.” E eu ia ter que ir na biblioteca de novo e catar algum ritual que
pudesse ajudar Stevie Rae. E eu não fazia idéia do que fazer em relação ao Loren. E Erik
provavelmente ia ficar bravo comigo por sair. E eu não tinha terminado com Heath. Jeesh,
minha cabeça dói. De novo.
“Já faz um mês.”
“Huh?” eu estava parada, e distraída com meu pensamento sobre tudo que eu tinha
que lidar.
“Eu morri durante o ritual da Lua Cheia, e isso foi um mês atrás.”
Isso chamou minha atenção. “É verdade. Já faz um mês. Eu me pergunto...”
“Se isso pode significar algo? Se hoje a noite pode ser a noite certa para consertar o
que aconteceu comigo?”
“Não! O lugar está cheio de guerreiros. Eles te pegariam com certeza.”
“Talvez eles devessem,” ela disse devagar. “Talvez todos devessem saber sobre
mim.”
Eu esfreguei a cabeça, tentando entender o que eu estava pressentindo. Eu estive
tentando manter Stevie Rae em segredo a tanto tempo que eu não sabia dizer se eu
deveria manter ela escondida, ou se o que eu estava sentindo era apenas ecos e confusão
(e provavelmente algum desespero e depressão também).
“Eu não sei sobre isso. Eu - eu preciso de um pouco mais de tempo, ok?”
Stevie Rae deu nos ombros. “Ok. Mas eu não acho que tem o suficiente de mim para
durar mais um mês.”
“Eu sei. Vou me apressar.” Eu disse estupidamente. Eu me curvei e abracei ela
rapidamente. “Tchau. Não se preocupe. Eu volto logo. Prometo.”
“Se você descobrir, só me mande uma mensagem ou algo assim e eu vou. Ok?”
“Ok.” Eu virei para a porta. “Eu te amo, Stevie Rae. Não esqueça disso. Ainda
seremos amigas.”
Ela não disse nada, mas acenou, parecendo fria. Eu chamei a noite e a nevoa e
mágica e sai na escuridão.

house of night - escolhida (capitulo 18)


DEZOITO
“Heath, se concentre.” Eu canalizei o calor que estava passando pelo meu corpo em
uma onda. “Os túneis. Você deveria estar me dizendo o que você lembra.”
“Oh, yeah.” Ele riu com seu sorriso doce de bad-boy. “Eu não lembro de muita coisa,
é por isso que estou te perguntando. Só de dentes e garras e olhos e tal, e de você. É
como um pesadelo. Bem, a não ser pela parte com você. Essa parte é leal. Hey, Z, você
me resgatou?”
Eu virei meus olhos e comecei a andar de novo, arrastando ele comigo. “Sim eu te
resgatei, nerd.”
“Do que?”
“Jeesh, você não lê os jornais? A história estava na pagina dois.” Tinha sido uma
adorável, mas ficcional artigo, onde eles citaram o Detetive Marx e seu muito breve
relatório.
“Yeah, mas não dizia muita coisa. Então o que aconteceu de verdade?”
Eu mordi o lábio e minha mente voou. Ele não lembrava quase nada sobre Stevie
Rae e seu bando de amigos mortos vivos. E, de repente, eu percebi, que precisava ficar
desse jeito. O quanto menos Heath soubesse sobre o que tinha acontecido, menores as
chances de Neferet pensar nele de novo o que resultaria numa terceira limpeza de mente,
o que não seria uma boa coisa. Além do mais, o garoto precisava continuar sua vida. Sua
vida humana. E parar de ficar obcecado comigo e coisas de vampiros.
“Não foi muito mais do que os papeis diziam. Eu não sei quem era o cara, só um
louco da rua. O mesmo cara que matou Chris e Brad. Eu te encontrei e usei meu poder
com os elementos para te soltar dele, mas você estava bem ruim. Ele, uh, te cortou e tal.
É provavelmente por isso que você tem essas estranhas memória, quando você lembra de
qualquer coisa.” Era minha vez de dar nos ombros. “Eu não me preocuparia com isso, ou
nem pensaria nisso se fosse você. Não tem nada demais.” Ele começou a dizer outra
coisa, mas chegamos na entrada do parque e eu apontei para um banco abaixo de um
carvalho. “Que tal sentar ali?”
“O que você disser, Zo.” Ele colocou os braços ao meu redor e andamos até o banco.
Quando sentamos eu consegui sair do braço dele e angular meu corpo em direção a
ele para que meus joelhos fossem um tipo de barreira para ele não se aproximar de mim.
Eu respirei fundo e me fiz encontrar os olhos de Heath. Eu posso fazer isso. Eu posso
fazer isso.
“Heath, você e eu não podemos mais nos ver.”
A testa dele se enrugou. Ele parecia estar tentando descobrir a resposta de um
complexo problema de matemática. “Porque você diria algo assim Zo? É claro que
podemos nos ver de novo.”
“Não. Não é bom para você. Temos que terminar.” Eu me apressei quando ele
começou a protestar. “Eu sei que parece difícil não me ver, mas isso é porque tivemos um
Imprint, Heath. Verdade. Eu estive pesquisando. Se não nos virmos mais nosso Imprint
vai sumir.” Isso não era exatamente verdade. O texto só dizia que às vezes um Imprint
iria diminuir devido a não exposição. Bem, eu estava contando com algo funcionar dessa
vez. “Você vai ficar bem. Você vai esquecer de mim e voltar a ser normal.”
Enquanto eu falava a expressão de Heath ficou cada vez mais seria e o corpo dele
começou a ficar muito duro. Eu sabia por que podia sentir o coração batendo dele, e até
isso tinha diminuído. Quando ele falou soava velho. Muito velho. Como se tivesse vivido
mil anos e soubesse coisas que eu só podia adivinhar.
“Eu não vou esquecer de você. Nem se estiver morto. E isso é normal para mim.
Amar você é o meu normal.”
“Você não me ama. Você só teve um Imprint comigo,” eu disse.
“Mentira!” ele gritou. “Não me diga que eu não te amo. Eu te amo desde que tinha 9
anos de idade. O Imprint é só outra parte do que tem acontecido entre nós desde que
somos crianças.”
“Esse negocio do Imprint tem que terminar,” eu disse calmamente, encontrando o
olhar dele.
“Por quê? Eu te disse que é bom para mim. E você sabe que pertencemos juntos,
Zo. Você tem que acreditar em mim.”
Os olhos dele me imploraram e eu senti minhas entranhas se contorcerem. Ele
estava certo sobre tanta coisa. Tem sido nós dois por tanto tempo - e se eu não tivesse
sido Marcada, nós provavelmente teríamos ido para a faculdade juntos e nos casado
depois da formatura. Teríamos filhos e vividos no subúrbio e comprado um cachorro.
Iríamos brigar de vez enquando, na maior parte porque ele é tão obcecado por esportes,
então faríamos as pazes e ele me traria flores e um ursinho de pelúcia, como temos feito
desde que éramos adolescentes.
Mas eu fui Marcada e minha antiga vida morreu o dia que a nova Zoey nasceu.
Quanto mais eu penso nisso, mais eu sei que terminar com Heath era a coisa certa a
fazer. Comigo ele nunca seria mais do que meu energético, e o doce Heath, o amor da
minha infância, merece mais que isso. Eu percebi o que eu tinha que fazer e como fazer.
“Heath, a verdade é que não é tão bom para mim quanto é para você.” Minha voz
era fria e sem emoção. “Não é mais você e eu. Eu tenho namorado. Um namorado de
verdade. Ele gosta de mim. Ele é como eu. Ele não é humano. É ele que eu quero agora.”
Eu não tinha certeza se estava falando de Erik ou Loren, mas estava certa da dor que vi
nos olhos de Heath.
“Se eu tiver que dividir você, eu vou.” A voz dele caiu para quase um suspiro, e ele
olhou para longe de mim como se estivesse muito embaraçado para me olhar nos olhos.
“Eu vou fazer o que for preciso para não perder você.”
Isso fez algo dentro de mim se quebrar, mas eu ri de Heath. “Escute você! Você soa
patético. Você sabe como são os homens vampiros?”
“Não.” A voz dele ficou mais forte e ele encontrou meus olhos de novo. “Não, eu não
sei como eles são. Eu tenho certeza que eles podem fazer todo tipo de coisa legal. Eles
provavelmente são grandes e malvados e tudo isso. Mas eu sei de uma coisa que eles não
podem fazer. Eles não podem fazer isso.”
Em um movimento tão rápido que eu não entendi o que ele estava fazendo até ser
tarde demais, Heath tirou uma navalha do bolso do jeans e cortou uma longa e profunda
linha do lado do pescoço dele. Eu soube imediatamente que ele não tinha acertado uma
artéria nem nada disso. O corte não o mataria, mas estava derramando sangue - quente,
doce, e frescos pingos de sangue escorriam no pescoço dele até os ombros. E era o
sangue de Heath! Um cheiro que eu tive um Imprint para desejar acima dos outros. A
doçura dele me cobriu, acariciando a minha pele com uma quente insistência.
Eu não podia me segurar. Eu me inclinei para frente. Heath colocou a cabeça de
lado, esticando seu pescoço para que todo o lindo corte ficasse exposto.
“Faça a dor sumir, Zoey, para nós dois. Beba de mim e pare a queimação antes que
eu não consiga mais suportar.”
A dor dele. Eu estava causando dor a ele. Eu li sobre isso no livro avançado de
sociologia. Avisava sobre o perigo do Imprint e como o laço de sangue pode ficar tão
próximo que não beber do humano pode causar dor a ele.
Então eu ia beber dele... só mais uma vez... só para parar a dor...
Eu me inclinei mais para frente e pus minhas mãos nos ombros dele. Quando minha
língua alcançou e lambeu a linha vermelha do pescoço dele, meu corpo tremia.
“Oh, Zoey, sim!” Heath gemeu. “Você está refrescando. Sim, chegue mais perto
baby, Tome mais.”
Ele passou sua mão no meu cabelo e pressionou minha boca contra seu pescoço e
eu bebi dele. O sangue dele foi uma explosão. Não apenas na minha boca, mas pelo meu
corpo. Eu li todo o porquê e como sobre a reação física que acontece entre um humano e
um vampiro quando a ânsia por sangue os consume. Era simples. Algo que Nyx nos deu
para que ambos pudessem sentir prazer em um ato que poderia, ao contrario, ser brutal e
mortal. Mas meras palavras em um livro sem sentimentos nem começava a descrever o
que estava acontecendo dentro de nossos corpos enquanto eu bebia do pescoço
ensangüentado de Heath. Eu sentei de pernas abertas, pressionando a minha parte mais
privada contra a dureza dele. As mãos dele deixaram meu cabelo para segurar meus
quadris e ele me esfregou contra ele com ritmo enquanto ele gemia e ofegava e
sussurrava para mim não parar. E eu não queria parar. Eu não queria parar nunca. Meu
corpo estava queimando, assim como o dele. Só que minha dor era doce, quente,
deliciosa. Eu sabia que Heath estava certo. Erik era como eu e eu me importava com ele.
Loren era um homem real e poderoso e incrivelmente misterioso. Mas nenhum deles podia
fazer isso por mim. Nenhum deles me fazia sentir assim... querer desse jeito... desejo de
pegar assim...
“Yeah, vadia! Cavalga nele! Faça ele se machucar tão booooommm!”
“Esse pequeno garoto branco não tem nada para você. Vamos te dar algo que você
vai sentir de verdade!”
O aperto de Heath no meu quadril mudou e ele estava tentando afastar meu corpo
das vozes para que ele pudesse me proteger, mas a raiva que surgiu em mim estava
aumentando. Minha fúria era impossível de ignorar e minha resposta foi imediata. Eu
levantei meu rosto do pescoço dele. Dois caras negros estavam a apenas alguns metros
de distancia e estavam se aproximando de nós. Eles estavam usando aquelas calças de
cintura bem baixa ridículas, casacos enormes e quando eu cerrei os dentes para ele e
assoviei, a expressão deles mudou de desdém para descrença.
“Se afastem de nós ou eu mato vocês.” Eu resmunguei para eles com uma voz tão
poderosa que eu nem reconheci como minha.
“Ela é uma fudida de uma sugadora de sangue vadia!” O mais baixo dos dois falou.
O outro cara bufou. “Nah, a vaca não tem tatuagem. Mas se ela quer algo para
sugar, eu vou dar a ela.”
“Yeah, primeiro você e depois eu. O namoradinho dela pode assistir e ver como se
faz.” Com uma risada maldosa, eles começaram a andar em direção a nós.
Ainda sentada de pernas abertas em cima de Heath, eu levantei meu braço por cima
da minha cabeça. Com a outra eu esfreguei as costas da minha mão pela minha testa e
pelo meu rosto, limpando a maquiagem que escondia minha identidade. Eles tropeçaram e
pararam. E então ambos os meus braços estavam por cima da minha cabeça. Foi fácil me
concentrar. Cheia com o sangue fresco de Heath, eu me senti poderosa e forte e muito,
muito irritada.
“Vento, venha até mim,” eu comandei. Minha cabeça começou a se erguer com a
brisa que passava agitada ao meu redor. “Assopre eles diabos para fora daqui!” Eu atirei
minhas mãos em direção aos dois homens, deixando minha raiva explodir com minhas
palavras. O vento obedeceu instantaneamente, acertando eles com tanta força que eles
foram varridos, gritando e xingando, e empurrados para longe de mim. Eu assisti com um
tipo de fascinação deslocada enquanto o vento derrubou os dois homens no chão no meio
da rua 27.
Eu nem recuei quando uma caminhonete atingiu eles.
“Zoey, o que você fez!”
Eu olhei para Heath. O pescoço dele ainda estava sangrando e o rosto dele pálido, os
olhos bem apertados em choque.
“Eles iam machucar você.” Agora que eu tirei a raiva de mim estava me sentindo
estranha, meio atordoada e confusa.
“Você matou eles?” A voz dele soava toda errada, assustada e acusadora.
Eu franzi para ele. “Não. Tudo o que fiz foi mandar eles para longe de nós. A
caminhonete fez o resto. E de qualquer forma, eles podem não estar mortos.” Eu olhei
para a rua, a caminhonete parou de forma barulhenta. Outros carros também pararam, e
eu podia ouvir pessoas gritando. “E o hospital Saint John é a menos de um quilometro
daqui.” Sirenes começaram a tocar não muito longe. “Vê, a ambulância já está vindo. Eles
provavelmente vão ficar bem.”
Heath me tirou do colo dele e me afastou dele, pressionando a manga do suéter
contra o corte do pescoço. “Você tem que ir embora. Vai haver policias aqui logo. Eles não
podem te encontrar aqui.”
“Heath?” Eu levei minha mão em direção a ele, mas a derrubei quando ele se
esquivou de mim. O atordoamento estava sumindo e eu comecei a tremer. Meu Deus, o
que eu tinha acabado de fazer? “Você está com medo de mim?”
Devagar, ele se aproximou, pegando minha mão e me puxando para mais perto dele
para poder me abraçar. “Eu não estou com medo de você. Estou com medo por você. Se
as pessoas descobrirem as coisas que você pode fazer, eu - eu não sei o que pode
acontecer.” Ele se afastou um pouco, sem tirar os braços do meu redor, mas me olhando
nos olhos. “Você está mudando, Zoey. E eu não tenho certeza do que você está se
tornando.”
Meus olhos se encheram de lagrimas. “Estou me tornando uma vampira, Heath. É
nisso que estou Mudando.”
Ele tocou minha bochecha, e então usou seu polegar pra limpar o resto da
maquiagem para que minha Marca ficasse completamente visível. Heath se curvou para
beijar a lua crescente no meio da minha testa. “Estou bem sobre você se tornar uma
vampira, Zo. Mas eu quero que você lembre que ainda é a Zoey. Minha Zoey. E minha
Zoey não é maldosa.”
“Eu não podia deixar eles machucarem você,” eu sussurrei, tremendo de verdade
agora e percebendo o quão fria e horrível eu tinha acabado de ser. Eu posso ter acabado
de causar a morte de dois homens.
“Hey, olhe para mim Zo.” Heath pôs seu queixo em minha mão e me forçou a olhar
ele nos olhos. “Eu sou enorme. Um ótimo quarterback numa escola top. E estão me
oferecendo uma bolsa para a faculdade. Você pode por favor lembrar que eu posso me
cuidar?” Ele soltou meu queixo e tocou minha bochecha de novo. A voz dele era tão seria
e adulta que ele de repente me lembrou estranhamente do pai dele. “Quando eu estava
longe com meus pais, eu li um pouco sobre a deusa vampira Nyx. Zo, tem muitas coisas
escritas sobre vampiros, mas não encontrei nada que dizia que sua deusa é maldosa. Eu
acho que você deveria manter isso em mente. Nyx te deu vários poderes, e eu não acho
que ela gostaria que você os usasse da forma errada.” Os olhos dele olharam por cima
dos meus ombros para a distante rua e a horrível cena que estava acontecendo ali. “Você
não deve ser má, Zo. Não importa o que acontecer.”
“Quando você cresceu tanto?’
Ele sorriu. “Dois meses atrás.” Heath beijou meus lábios suavemente, e então
levantou, me erguendo. “Você tem que sair daqui. Eu vou voltar por onde viemos. Você
provavelmente deveria cortar caminho pelo jardim de rosas e voltar para a escola. Se
aqueles caras não estão mortos eles vão falar, e isso não vai ser bom para a House of
Night.”
Eu acenei. “Ok, yeah. Eu vou voltar para a escola.” Então eu suspirei. “Eu deveria
terminar com você.”
O sorriso dele virou uma risada. “Não vai acontecer, Zo. É você e eu baby!” Ele me
beijou bem e com força, e me deu um pequeno empurrão na direção do Jardim de Rosas
de Tulsa, que fazia fronteira com o Parque Woodward. “Me liga e vamos nos encontrar
semana que vem. Ok?”
“Ok,” eu murmurei.
Ele começou a voltar para poder me ver partir. Eu me virei e me dirigi ao jardim de
rosas. Eu chamei a nevoa e a noite, mágica e escuridão me cobriram.
“Wow! Legal, Zo!” Eu ouvi ele atrás de mim. “Eu te amo, baby!”
“Eu também te amo, Heath.” Eu não virei, mas sussurrei para o vento e deixei ele
carregar minha voz até el

house of night - escolhida (capitulo 17)


dEZESSETE
Erik ia ficar muito bravo comigo. As Gêmeas estavam sentadas em suas cadeiras
favoritas assistindo Homem Aranha 3 quando me apressei para a cozinha pegando minha
lata de coca e a bolsa cheia de sangue.
“Puta merda, Z, você está bem?” Shaunee perguntou, parecendo meio assustada e
meio surtada.
“Ouvimos sobre você e a bruxa -” Erin pausou e então relutantemente se corrigiu,
“digo, você e Afrodite encontrarem a professora Nolan. Deve ter sido horrível.”
“Yeah, foi bem ruim.” Eu me fiz sorrir de forma segura e então não fiz parecer que
estava louca para sair da sala.
“Eu não consigo acreditar que isso realmente aconteceu,” Erin disse.
“Eu sei. Simplesmente não parece real,” Shaunee disse.
“É real. Ela está morta,” eu disse solenemente.
“Você tem certeza que está bem?” Shaunee perguntou.
“Estávamos preocupadas com você,” Erin acrescentou.
“Estou bem. Prometo.” Minhas entranhas reviraram. Shaunee, Erin, Damien, e Erik
eram meus melhores amigos, e eu odiava mentir para eles, mesmo que eu estivesse
apenas omitindo informações. Nos dois meses que estou na House of Night nos tornamos
uma família, então eles não estão fingindo. Elas estão genuinamente preocupadas comigo.
E enquanto eu estava ali tentando descobrir o que eu podia ou não dizer para eles, uma
horrível premonição tremeu na minha pele. E se eles descobrissem sobre as coisas que eu
estava escondendo deles e se virassem contra mim? E se eles parassem de ser minha
família? Só de pensar nessa horrível possibilidade me deixou toda agitada e em pânico por
dentro. Antes de poder amarelar, e confessar tudo, e me jogar aos pés delas enquanto
implorava pelo entendimento e para não ficarem com raiva de mim, eu disse, “Eu tenho
que ir ver Heath.”
“Heath?” Shaunee parecia confusa.
“O ex-namorado humano dela, Gêmea. Lembra?” Erin disse.
“Oh, yeah, o gostosinho loiro que quase foi comido por vampiros fantasmas dois
meses atrás, e então quase foi morto pelas nojentas pessoas de rua que viraram serial
Killers mês passado,” Shaunee disse.
“Você sabe, Z, você pega pesado com seu ex-namorado,” Erin disse.
“Yeah, é ruim ser ele,” eu disse, me movendo casualmente em direção a porta. “Eu
tenho que ir, gente.”
“Eles não estão deixando ninguém sair do campus,” Erin disse.
“Eu sei, mas eu, um, bem...” eu hesitei, e então me senti ridícula pela hesitação. Eu
não podia dizer as Gêmeas sobre Stevie Rae ou Loren, mas eu com certeza podia dizer a
eles algo tipicamente adolescente tipo sair da escola. “Eu sei uma saída secreta para fora
do campus.”
“Muito bem, Z!” Shaunee disse feliz. “Vamos totalmente usar suas habilidades
superiores para sair da escola durante as provas finais essa primavera, quando
deveríamos estar estudando.”
“Por favor.” Erin virou os olhos. “Como se tivéssemos que estudar. Especialmente
quando tem uma liquidação de sapatos.” Então ela ergueu a sobrancelha e acrescentou,
“Uh, Z. O que falamos para o seu namorado?”
“Namorado?”
“O seu namorado, Erik, eu são tão booommmm Night.” Erin me deu um olhar que
dizia que ela achava que eu tinha perdido a cabeça.
“Olá. Terra para Zoey. Tem certeza que está bem?” Shaunee disse.
“Yeah, yeah. Estou bem. Desculpa. Porque vocês tem que dizer qualquer coisa pra o
Erik?”
“Porque ele nos disse para dizer a você para ligar para ele no instante que você
acordasse. Ele está muito preocupado com você,” Shaunee disse.
“Sem duvidas se ele não ouvir logo de você ele vai acampar aqui,” Erin disse.
“Ooooh, Gêmea!” Os olhos dela se alargaram e ela curvou os lábios num sorriso sexy.
“Você acha que o gostoso vai trazer dois amigos quentes?”
Shaunee jogou o cabelo para trás. “É definitivamente uma possibilidade, Gêmea. T.J
e Cole são amigos dele e é uma época muito estressante.”
“Você está certa, Gêmea. E todos sabemos que durante tempos estressantes amigos
devem ficar juntos.”
Em perfeita concordância as Gêmeas viraram para mim. “Vá em frente e faça o que
precisa com o ex-namorado,” Erin disse.
“Yeah, nós te cobrimos. Vamos esperar Erik aparecer e dizer a ele que é muito
assustador para nós ficarmos sozinhas,” Shaunee disse.
“Definitivamente precisamos de proteção,” Erin disse. “O que significa que vamos ter
que ir pegar os amigos dele e esperar você voltar do seu encontro.”
“Parece um plano. Ok, mas não digam a ele que eu sai do campus. Ele vai surtar. Só
sejam vagas, como se eu estivesse falando com Neferet ou algo assim.”
“Tanto faz. Te cobrimos. Mas, falando em sair do campus, tem certeza que é
seguro?” Shaunee disse. “Não estamos esquecendo completamente o fato de que está
assustador por aqui no momento.”
“Yeah, você não pode terminar com seu namorado humano depois, tipo depois de
pegarem o maluco que decapitou e crucificou a professora Nolan?” Erin perguntou.
“É algo que eu tenho que fazer agora. Você sabe, com o Imprint não é exatamente
fácil terminar.”
“Drama,” Erin disse.
“Muito drama.” Shaunee acrescentou em solene concordância.
“Yeah, e quanto mais durar, pior vai ser. Eu quero dizer, Heath acabou de voltar
para a cidade e já está me mandando 10 mil mensagens.” As Gêmeas me deram olhares
simpáticos. “Então, até depois. Eu volto em tempo de me trocar antes do ritual de
Neferet.” Eu me afastei rápido enquanto as Gêmeas falavam “te vemos mais tarde” para
mim.
Eu me apressei para a porta e me encontrei com o que pareceu uma enorme
montanha masculina. Mãos impossivelmente fortes me seguraram antes deu cair. Eu olhei
para cima (e mais e mais para cima) para um homem parecendo uma rocha, com um
rosto incrivelmente bonito. E então pisquei surpresa. Ele definitivamente era um vampiro
adulto (com tatuagens muito legais), embora ele não parecesse muito mais velho que eu.
Mas, nossa, ele é muito alto!
“Cuidado, caloura,” a montanha que tinha se vestido de preto disse. Então a
expressão dele mudou. “Você é Zoey Redbird.”
“Yeah, eu sou Zoey.”
Me soltando, ele deu um passo para trás e pressionou o punho por cima do coração
e me saudou. “Merry met. É um prazer conhecer a caloura ao qual Nyx deu tantos dons.”
Me sentindo constrangida e boba, eu retornei a saudação. “Prazer em conhecer você
também. E você é?”
“Darius, um Filho de Erebus,” ele disse, se curvando formalmente e dizendo como se
fosse um titulo e não apenas uma descrição.
“Você é um dos caras chamados pelo que aconteceu com a professora Nola?” Minha
voz morreu um pouco, o que ele claramente notou.
“Hey,” ele disse, parecendo ainda mais jovem, e ainda sim, de alguma forma,
incrivelmente poderoso, “Você não deveria se preocupar, Zoey. Os Filhos de Erebus vão
proteger a escola de Nyx até o nosso último fôlego.”
O jeito como ele disse isso me fez minha pele formigar. Ele era enorme e forte e
muito, muito serio. Eu não podia imaginar nada nem ninguém que podia passar por ele,
muito menos fazer ele respirar pela última vez. “O-obrigado,” eu murmurei.
“Meus irmãos guerreiros estão todos no território da escola. Você pode descansar
segura, pequena sacerdotisa,” ele sorriu para mim. Pequena sacerdotisa? Por favor. O
garoto tinha que ter Mudado apenas recentemente.
“Oh, ótimo. Uh, eu vou.” Eu comecei a descer os degraus. “Eu só vou para os, uh,
estábulos, visitar minha égua. Persephone. Foi um prazer te conhecer. Estou feliz que
você esteja aqui,” eu acrescentei, dando a ele um ridículo aceno e então correndo para a
calçada em direção ao estábulo. Eu podia sentir os olhos dele me seguindo.
Droga. Isso não é bom. Eu me pergunto o que diabos eu ia fazer. Como eu vou sair
daqui com essas montanhas de guerreiros (não importando o quão fofos e jovens eles
sejam) por todo lado? Não que importe o quão jovem e fofo ele seja. Como se eu tivesse
tempo para outro possível namorado? Absolutamente não. Sem mencionar que a
gostosura dele não deixa menos montanhoso. Jeesh, e eu estava uma confusão e tinha
uma péssima dor de cabeça.
E então eu ouvi uma suave voz na mente, me dizendo para pensar... fique calma...
As palavras passaram pela minha mente freneticamente. Automaticamente eu
comecei a diminuir a velocidade. Eu respirei fundo, me permitindo pensar e relaxar. Eu
preciso me acalmar... ficar firme... pensar e -
E bem assim veio até mim. Eu sabia o que precisava fazer. Nas sombras entre os
dois postes de luz eu sai silenciosamente da calçada e decidi andar entre os enormes
carvalhos, só que quando cheguei na primeira árvore eu parei na sombra, fechei os olhos,
e me concentrei. Então, como tinha feito antes, eu chamei o silencio e invisível para mim,
me protegendo me fazendo ficar dura como um tumulo (eu brevemente esperei que a
metáfora era por mim ser muito imaginativa e não ser algum tipo de pressagio
assustador).
Eu sou perfeitamente silenciosa... ninguém pode me ver... ninguém pode me ouvir...
eu sou como a nevoa... sonhos... espírito...
Eu podia sentir a presença dos Filhos de Erebus, mas eu não olhei ao redor. Eu não
permiti minha concentração ser minada. Eu me movi como um sussurro ou um segredo,
indetectável e escondida em camadas de silêncio e neblina, nevoa e mágica. Meu corpo
tremeu. Parecia que eu estava flutuando, e quando olhei para mim mesma eu só vi
sombras entre uma nevoa na escuridão. Isso deve ser o que Bran Stoker descreveu em
Drácula. Ao invés de me atrapalhar, a idéia firmou minha concentração e eu me senti ficar
ainda menos substancial. Me movendo como num sonho, eu encontrei a árvore e subi por
seu tronco quebrado e encontrei o grosso galho que ficava contra a parede.
Bem como Afrodite tinha dito, havia uma corda amarrada ao redor do galho que
parecia uma cobra. Ainda me movendo em silencio, com movimentos de um sonho, eu me
firmei no topo do muro. Então, seguindo os instintos que saiam do núcleo da minha alma
até meu corpo, eu ergui meus braços e sussurrei, “Venha até mim ar e espírito. Como a
nevoa da meia noite, me carregue pela terra.”
Eu não tive que pular do muro. O vento se moveu ao meu redor, erguendo meu
corpo, que tinha sido transformado em um espírito sem substancia, e me flutuou até a
grama do outro lado do muro. Por um segundo o senso de maravilha que me encheu me
fez esquecer sobre a professora assassinada, problemas de namorados, e o estresse da
minha vida em geral. Com os braços ainda erguidos, eu me virei, adorando o sentimento
do vento e poder contra minha pele transparente. Era como se eu tivesse virado parte da
noite. Mal tocando o chão eu me movi pela grama até chegar na calçada da rua Utica até
a Utica Square. Eu estava me sentindo tão incrível que eu quase esqueci de parar e
colocar a maquiagem para esconder as tatuagens. Relutantemente, eu parei para pegar a
maquiagem e o espelho que estava na bolsa. Meu reflexo me fez parar de respirar. Eu
parecia iridescente. Minha pele brilhava com cores perolizadas como uma miragem. Meu
cabelo escuro se levantava suavemente ao meu redor, flutuando com a brisa que soprava
ao meu redor. Eu não parecia humana e não parecia uma vampira. Eu parecia um novo
tipo de ser, nascida da noite e abençoada pelos elementos.
O que Loren disse sobre mim na biblioteca? Algo sobre eu ser uma deusa entre
semi-deuses. O jeito que eu parecia agora me fez pensar que ele podia estar certo sobre
algo. O poder passou por mim, e meu cabelo levantou do meu ombro. Eu juro que podia
sentir as tatuagens queimando como um delírio no meu pescoço e costas. Talvez Loren
estivesse certo sobre muitas coisas - sobre nós dois sermos amantes nas estrelas. Talvez
depois de terminar com Heath eu devesse me afastar de Erik também. A idéia de deixar
Erik me fez perder o fôlego, mas isso era esperado. Eu não era sem coração - eu
realmente gostava dele. Mas a morte da professora Nolan não provou que nunca se sabe
o que pode acontecer? A vida, mesmo para vampiros, pode ser muito curta. Talvez eu
devesse ficar com Loren - talvez essa fosse a coisa certa a se fazer. Eu continuei olhando
para meu reflexo mágico.
Afinal de contas, eu realmente não era como outros calouros.
Isso era algo que eu deveria aceitar a parar de lugar contra isso ou me sentir
assustada.
E se eu não era como outros calouros, então não era lógico que eu precisava ficar
com alguém especial - algum outro calouro que eu fosse capaz de ficar?
Mas Erik se importa com você, e eu me importo com ele. Eu não estou sendo justa
com Erik... ou com Heath... Loren é um adulto... ele deveria ser um professor... então
talvez não devêssemos ficar juntos escondidos...
Eu ignorei a culpa que passou pela minha consciência. E silenciosamente ordenei que
o vento e a nevoa e a escuridão levantasse para que eu pudesse me materializar
completamente e poder cobrir minhas intricadas tatuagens. E então, levantando meu
queixo e endireitando as costas, eu andei pela caçada até a Utica Square, para a
Starbucks, e Heath, ainda sem ter 100% de certeza sobre o que diabos eu ia fazer.
Eu fiquei no lado escuro da calçada onde havia poucos postes de luz e andei
devagar, tentando descobrir o que dizer a Heath e fazer ele entender que ele e eu não
podíamos mais nos ver. Eu estava a alguns metros de distancia da praça quando eu o vi
vindo em minha direção. Na verdade, eu senti ele antes. Como se ele estivesse na minha
pele que eu não podia alcançar para coçar. E numa compulsão abstrata eu me movi para
frente, procurando por alguém que eu conhecia e queria, mas não sabia como encontrar.
E então a compulsão passou de abstrata para definitiva - de subconsciente insistente para
exigente. Então eu o vi. Heath. Ele estava vindo me encontrar. Nos vimos ao mesmo
tempo. Ele estava andando do lado oposto da rua e estava debaixo de um poste. Eu podia
ver os olhos dele brilharem e seu sorriso aumentar. Instantaneamente, ele começou a
correr a cruzou a rua (eu notei que ele não olhou para nenhum dos olhos e eu estava feliz
pelo péssimo tempo estar mantendo o trânsito mínimo - o garoto poderia ter sido
atropelado por um carro).
Os braços dele estavam ao meu redor e a respiração dele fez cócegas na minha
orelha. “Zoey! Oh, baby, eu realmente senti sua falta!”
Eu odiei notar que meu corpo respondeu a ele instantaneamente. Ele tinha cheiro de
lar - uma versão sexy, e gostosa de casa - mas era um lar. Antes de poder derreter nos
braços dele eu me afastei, de repente ciente do quão escuro e isolado, até intimo, estava
nesse lado da calçada.
“Heath, você deveria esperar por mim na Starbucks.” Yeah, no pequeno pátio da
área da calçada estaria cheio de gente e definitivamente não seria intimo.
Ele deu nos ombros e riu. “Eu estava, mas quando senti você chegando eu não
consegui mais ficar sentado.” Os olhos dele brilharam adoravelmente e suas mãos
acariciavam a minha bochecha enquanto acrescentou, “Nós tivemos um Imprint, lembra?
É você e eu, baby.”
Eu me senti dar um passo para trás para que ele não invadisse mais meu espaço
pessoal. “É sobre isso que preciso falar com você. Então vamos para a Starbucks e pegar
dois cafés e conversar.” Em publico. Onde não ficaria tão tentada a tirar ele da calçada e
levar a um beco e afundar meus dentes em seu doce pescoço e -
“Não posso,” ele disse, rindo de novo.
“Não pode?” Eu balancei a cabeça, tentando me livrar do semi-nojenta (ok,
provavelmente não era semi) cena que tinha começado a se formar na minha (vadia)
imaginação.
“Não podemos, porque Kayla e o esquadrão de vadias estão no Starbucks.”
“Esquadrão de vadias?”
“Yeah, é assim que eu Josh e Travis chamamos Kayla e Whitney e Lindsey e Chelsea
e Paige.”
“Oh, ugh. Desde quando Kayla começou a andar com aquelas vadias odiosas?”
“Desde que você foi Marcada.”
Então eu estreitei os olhos para ele. “E porque Kayla e seus novos amigos
escolheram essa noite em particular para estar na Starbucks? E porque nessa Starbucks
ao invés de uma em Broken Arrow que é muito mais perto de onde vivemos?”
Heath ergueu a mão como se estivesse cercado. “Eu não fiz de propósito!”
“Fez o que, Heath?” Jeesh, o garoto era um idiota às vezes.
“Eu não sabia que elas iam sair da Gap logo quando eu estava começando a
encostar na Starbucks. Eu não as vi até que elas me viram. Era muito tarde daí.”
“Bem isso explica o desejo repentino delas por cafeína. Estou surpresa que elas não
te seguiram pela calçada.” Ok, sim. Eu lembrava que eu deveria terminar com ele, mas
ainda me irritava pensar que Kayla estava dando em cima dele.
“Então você não quer ver elas, quer?”
“Não, diabos não.” Eu disse.
“Achei que não. Bem, que tal eu te acompanhar de volta para escola então.” Ele se
aproximou de mim. “Eu lembro quando conversamos no muro alguns meses atrás. Aquilo
foi bom.”
Eu lembrava também. Especialmente porque foi a primeira vez que eu provei o
sangue dele. Eu tremi. E então me recompus. Eu realmente precisava controlar essa ânsia
por sangue. “Heath,” eu disse firmemente. “Você não pode ir comigo na escola. Você não
viu o noticiário? Algum humano idiota matou um vampiro. Agora o lugar virou um
acampamento do exercito. Eu tive que fugir para vir ver você, e não posso demorar.”
“Oh, yeah. Eu ouvi sobre isso.” Ele pegou minha mão. “Você está bem? Você
conhecia o vampiro que foi morto?”
“Sim, eu conhecia ela. Ela era minha professora de teatro. E não, eu não estou bem.
É uma das razões das quais eu precisava falar com você.” Eu me decidi. “Anda. Vamos
andar pela rua e ir até o Parque Woodward. Podemos conversar lá.” Além do mais, era um
parque publico, no meio do centro de Tulsa, não podia ser muito privado. Pelo menos era
o que eu esperava.
“Tudo bem por mim,” Heath disse feliz.
Ele se recusou a largar minha mão, então começamos a descer a rua juntos como
fazíamos desde o ensino fundamental. Só tínhamos nos afastado uns poucos quando uma
voz passou por mim e eu tentei não pensar no fato que o pulso dele estava pressionado
contra o meu e eu podia sentir nossos pulsos batendo juntos.
“Zo, o que aconteceu nos túneis?”
Eu dei a ele um afiado olhar de lado. “O que você lembra?”
“Na maior parte escuridão, e você?”
“Como assim?”
“Eu não lembro como cheguei lá, mas lembro de dentes e olhos vermelhos que
brilhavam.” Ele apertou minha mão. “E eu não me refiro a seus dentes, Zo. Além do mais,
seus olhos não brilham. Eles cintilam.”
“Eles cintilam?”
“Totalmente. Especialmente quando você está bebendo meu sangue.” Ele diminuiu a
velocidade para que quase parássemos quando ergueu minha mão até os lábios dele e a
beijou. “Você sabe que é muito bom quando você bebe de mim, não sabe?”
A voz de Heath ficou profunda e rouca, e os lábios dele pareciam fogo contra a
minha pele. Eu queria me inclinar nele e me perder nele e afundar meus dentes nele e...

A.Vampiro - promessa de sangue (capitulo 9)


CAPÍTULO NOVE
“Eu pensei que você era um sonho,” eu disse.
Todos eles permaneceram em pé, os dhampir rondando o Moroi em uma
formação protetora. Abe era o rosto estranho que eu vi quando estava entrando e
saindo de consciência depois da luta no celeiro. Ele era mais velho que eu, perto da
idade de Olena. Ele tinha cabelo preto e uma barbicha, e um bronzeado que Moroi
tinham. Se você já viu pessoas de cor escura que estão doentes e ficam pálidas, é
muito parecido. Havia algum pigmento na pele dele, mas estava descolorido com a
intensa palidez. O mais surpreendente de tudo eram suas roupas. Ele usava um longo
casaco escuro que gritava dinheiro, junto com um cachecol vermelho de cashmere.
Abaixo dele, eu podia ver uma corrente de ouro que combinava com o brinco que ele
usava em uma de suas orelhas. Minha impressão inicial daquele extravagante seria de
um pirata ou um cafetão. Um momento depois, eu mudei de ideia. Algo nele dizia que
ele era o tipo de cara que quebrava joelhos para conseguir o que queria.
“Sonho, eh? Isso,” o Moroi disse, com um leve sorriso, “não é algo que eu ouço
sempre. Bem, não.” Ele reconsiderou. “Eu ocasionalmente apareço nos pesadelos das
pessoas.” Ele não era nem americano nem russo; eu não conseguia identificar o
sotaque.
Ele estava tentando me impressionar ou me intimidar com sua reputação ruim?
Sydney não tinha estado exatamente com medo dele, mas ela certamente possuía
uma quantidade saudável de cuidado.
“Bem, eu assumo que você já saiba quem sou,” eu disse. “Então, a questão é, o
que você está fazendo aqui?”
“Não,” ele disse, o sorriso ficando mais duro. “A pergunta é, o que você está
fazendo aqui?”
Eu gesticulei em direção a casa, tentando bancar a bacana. “Vou a um funeral.”
“Não é por isso que você veio para Rússia.”
“Eu vim para Rússia para dizer aos Belikov que Dimitri está morto, já que ninguém
se incomodou em fazer isso.” Isso estava se tornando uma explicação útil do porque
eu estava aqui, e de novo eu senti a ponta perigosa da personalidade jovial dele.
Abe balançou a cabeça, e agora o sorriso tinha sumido. “Essa também não é a
razão. Não minta para mim, garotinha.”
Eu senti meu descuido aumentar. “E não me interrogue, velhote. A não ser que
você esteja pronto para me dizer porque você e seus ajudantes arriscaram dirigir
naquela estrada para pegar Sydney e eu.” Os dhampirs de Abe se endureceram com a
palavra velhote, mas para minha surpresa, ele sorriu de novo – embora o sorriso não
tenho alcançado seus olhos.
“Talvez eu estivesse apenas ajudando.”
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“Não pelo que ouvi. Foi você quem fez os alquimistas enviarem Sydney aqui
comigo.”
“Oh?” ele arqueou uma sobrancelha. “Ela te disse isso? Mmm... isso é um mal
comportamento por parte dela. Os superiores dela não vão gostar. Nem um pouco.”
Oh, merda. Eu falei sem pensar. Eu não queria meter Sydney em problemas. Se
Abe realmente era um tipo de Poderoso Chefão Moroi – do que ela tinha chamado
ele? Zmey? A cobra? – eu não duvidava que ele poderia convencer os outros
alquimistas a deixarem a vida dela ainda mais miserável.
“Eu forcei ela a me dizer,” eu menti. “Eu... eu a ameacei no trem. Não foi tão
difícil. Ela já morre de medo de mim.”
“Eu não duvido que ela morra. Todos eles tem medo de nós, ligados por séculos
de tradição e se escondendo atrás de suas cruzes para proteger eles – apesar dos dons
que eles tem através de suas tatuagens. Em muitos jeitos, eles tem os mesmos traços
que os dhampirs – só não tem problemas de reprodução.” Ele olhou para as estrelas
enquanto falava, como uma espécie de filósofo meditando sobre os mistérios do
universo. De alguma forma, isso me deixou ainda mais irritada. Ele estava tratando
como se fosse uma piada, quando ele claramente tinha algum plano em relação a mim.
Eu não gostava de ser parte dos planos de ninguém – particularmente quando não
sabia que planos eram esses.
“Yeah, yeah, tenho certeza que poderíamos falar sobre os alquimistas e como
você controla eles a noite toda,” eu surtei. “Mas eu ainda quero saber o que você quer
comigo.”
“Nada,” ele disse simplesmente.
“Nada? Você passou por vários problemas para me colocar com Sydney e me
seguir aqui para nada.”
Ele olhou de volta para o céu, e havia um brilho perigoso em seu olhar. “Você não
me interessa. Eu tenho meu próprio negócio. Eu vim a favor de outros que estão
interessados em você.”
Eu endureci, e finalmente, medo verdadeiro passou por mim. Merda. Havia
procura por mim. Mas quem? Lissa? Adrian? Tatiana? De novo, essa última me deixou
nervosa. Os outros iriam me procurar porque se importavam. Mas Tatiana... Tatiana
temia que eu fugisse com Adrian. Mais uma vez eu pensei que se ela queria que eu
fosse encontrada, poderia ser porque ela queria se assegurar que eu não voltasse. Abe
me parecia o tipo de pessoa que fazia as pessoas desaparecerem.
“E o que os outros querem? Eles querem que eu vá para casa?” eu perguntei,
tentando parecer corajosa. “Você achou que poderia vir aqui e me arrastar de volta
para os EUA?”
Aquele sorriso de segredos de Abe retornou. “Você acha que eu poderia te
arrastar de volta?”
“Bem,” eu zombei, de novo sem pensar, “você não poderia. Seus homens
poderiam. Bem, talvez, eu posso ser capaz de derrubar eles.”
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Abe riu alto pela primeira vez, um som rico e profundo cheio de uma diversão
sincera. “Você faz jus a sua reputação. Encantador.” Ótimo.
Abe provavelmente tinha todo um arquivo sobre mim em algum lugar. Ele
provavelmente sabia o que eu gostava de comer no café. “Eu faço um trato com você.
Me diga porque está aqui, e eu te digo porque estou aqui.”
“Eu já te disse.”
Em um segundo, a risada desapareceu. Ele deu um passo mais para perto, e eu vi
os guardiões ficarem tensos. “E eu te disse para não mentir para mim. Você tem um
motivo para estar aqui. Eu preciso saber o que é.”
“Rose? Você pode entrar?”
Na casa dos Belikov, a voz clara de Viktoria correu pela noite. Olhando para trás de
mim, eu vi ela parada na porta. De repente, eu queria sair de perto de Abe. Tinha algo
letal debaixo daquela exagerada e jovial fachada, e eu não queria passar outro minuto
com ele. Virando, eu comecei a andar em direção da casa, meio que esperando que os
guardiões dele viessem me sequestrar, apesar das palavras dele. Os dois guardiões
ficaram onde estavam, mas seus olhos me observavam com cuidado. O sorriso
esquisito de Abe voltou para seu rosto.
“Desculpe por não poder ficar e conversar,” eu disse.
“Está tudo bem,” ele disse exageradamente. “Vamos encontrar tempo mais
tarde.”
“Dificilmente,” eu disse. Ele riu, e eu segui rapidamente Viktoria de volta para
casa, sem me sentir segura até que fechei a porta. “Eu não gosto daquele cara.”
“Abe?” ela perguntou. “Eu pensei que ele era seu amigo.”
“Dificilmente. Ele é um tipo de gangster, certo?”
“Eu suponho,” ela disse, como se não fosse nada demais. “Mas ele é o motivo do
porque você está aqui.”
“Yeah, eu sei sobre ele ter ido nos buscar.”
Viktoria balançou sua cabeça. “Não, eu quero dizer aqui. Eu acho que quando você
estava no carro, você ficou dizendo, ‘Belikov, Belikov’. Abe achou que você nos
conhecia. É por isso que ele te trouxe para nossa casa.”
Isso era surpreendente. Eu estava sonhando com Dimitri, então é claro que eu iria
dizer o sobrenome dele. Mas eu não fazia ideia de que fora assim que acabei aqui. Eu
achei que era porque Olena tinha treinamento médico.
Então Viktoria acrescentou a coisa mais surpreendente de todas. “Quando ele
percebeu que nós não te conhecíamos, ele ia te levar para outro lugar – mas vovó
disse que precisávamos ficar com você. Eu acho que ela teve um sonho de que você
viria.”
“O que?” A maluca e assustadora Yeva que me odiava? “Yeva sonhou comigo?”
Viktoria acenou. “É um dom que ela tem. Tem certeza que não conhece Abe? Ele é
importante demais para estar aqui sem motivo.”
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Olena correu até nós antes de eu poder responder. Ela pegou meu braço.
“Estivemos procurando você. Porque demorou tanto?” A pergunta era dirigida para
Viktoria.
“Abe estava –”
Olena balançou sua cabeça. “Esqueça. Venha. Todos estão esperando.”
“Pelo que?” eu perguntei, deixando ela me arrastar pela casa até o quintal.
“Eu devia te dizer,” explicou Viktoria, andando junto. “Essa é a parte onde todo
mundo senta e lembra de Dimitri contando histórias.”
“Ninguém vê ele a tanto tempo; não sabemos o que aconteceu com ele
recentemente,” disse Olena. “Precisamos que você nos conte.”
Eu recuei. Eu? Eu me neguei a continuar com isso, particularmente quando
emergimos do lado de fora e eu vi todos aqueles rostos na fogueira. Eu não conhecia
nenhum deles.
Como eu poderia falar de Dimitri? Como eu poderia revelar o que estava fechado
no meu coração? Todos pareceram se misturar juntos, e eu pensei que iria desmaiar.
Por um momento, nenhum deles me notou. Karolina estava falando, seu bebê nos
braços. De vez em quando ela parava, e os outros riam. Viktoria sentou em um ponto
coberto por um cobertor no chão e eu sentei perto dela. Sydney se junto a nós um
pouco depois.
“O que ela está dizendo?” eu sussurrei.
Viktoria ouviu sua irmã por alguns momentos e então se inclinou mais perto de
mim. “Ela está falando sobre quando Dimitri era muito jovem, como ele costumava
sempre implorar para ela e seus amigos que deixasse ele brincar com eles. Ele tinha
cerca de seis anos e eles tinham oito e não queriam ele por perto.” Viktoria pausou de
novo para ouvir a próxima parte da história. “Finalmente, Karolina disse a ele que ele
poderia se ele concordasse em casar com um das bonecas deles. Então Karolina e seus
amigos vestiram ele e as bonecas de novo e de novo e ficavam fazendo casamentos.
Dimitri se casou pelo menos 10 vezes.”
Eu não consegui me impedir de rir enquanto eu tentava imaginar, o sexy Dimitri
deixando sua irmã mais velha vestir ele. Ele provavelmente teria tratado essa
cerimônia de casamento com uma boneca séria e com auto domínio igual ao que ele
tinha nos assuntos de guardiões.
Outras pessoas falaram, e eu tentei acompanhar a tradução. Todas as histórias
eram sobre a bondade e força de caráter de Dimitri. Mesmo quando não estava
lutando contra os mortos vivos, Dimitri sempre esteve lá para ajudar quem precisava.
Quase todo mundo conseguia se lembrar de algum tempo quando Dimitri tinha parado
para ajudar outros, saindo do seu caminho para fazer o que era certo, mesmo nas
situações que poderiam colocar ele em risco. Isso não era surpresa para mim. Dimitri
sempre fazia a coisa certa.
E foi essa atitude que me fez amar tanto ele. Eu tinha uma natureza similar. Eu
também corro quando os outros precisam de mim, as vezes quando não deveria.
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Outros me chamam de louca por fazer isso, mas Dimitri entendeu. Ele sempre me
entendia, e parte do que trabalhávamos era como controlar essa necessidade
impulsiva para correr para o perigo com razão e cálculo. Eu tinha o pressentimento
que mais ninguém nesse mundo iria me entender do jeito que ele entendia.
Eu não notei o quão forte as lágrimas estavam rolando pelas minhas bochechas
até que vi todos olhando para mim. A princípio, eu pensei que eles me consideravam
maluca por chorar, mas então eu percebi que alguém me fez uma pergunta.
“Eles querem que você fale sobre os últimos dias de Dimitri,” Viktoria disse. “Nos
conte algo. O que ele fez. Como ele era.”
Eu usei minhas mangas para limpar meu rosto e desviei o olhar, me focando na
fogueira. Eu falei na frente de outros antes sem hesitar, mas isso era diferente. “Eu...
eu não posso,” eu disse a Viktoria, minha voz firme e suave. “Eu não posso falar sobre
ele.”
Ela apertou minha mão. “Por favor. Eles precisam ouvir sobre ele. Eles precisam
saber. Só nos conte qualquer coisa. Como ele era?”
“Ele... ele era seu irmão. Você sabe.”
“Sim,” ela disse gentilmente. “Mas queremos saber como você acha que ele era.”
Meus olhos ainda estavam na fogueira, observando como as chamas dançavam e
mudavam de laranja para azul. “Ele... ele era o melhor homem que já conheci.” Eu
parei para me preparar, e Viktoria usou a oportunidade para traduzir as palavras em
russo. “E ele era um dos melhores guardiões. Eu quero dizer, ele era jovem comparado
a vários deles, mas todos sabiam quem ele era. Todos conheciam a reputação dele, e
várias pessoas confiavam nos conselhos dele. Eles chamavam ele de deus. E onde quer
que houvesse uma luta... ou perigo... ele era sempre o primeiro a se colocar lá. Ele
nunca recuou. E alguns meses atrás, quando nossa escola foi atacada...”
Eu me engasguei um pouco. Os Belikovs falaram que sabiam do ataque – que
todos sabiam – e pelos rostos daqui, era verdade. Eu não precisei elaborar sobre
aquela noite, e os horrores que eu vi.
“Aquela noite,” eu continuei, “Dimitri correu para enfrentar os Strigoi. Eu e ele
estávamos juntos quando percebemos que eles estavam atacando. Eu queria ficar e
ajudar ele, mas ele não me deixou. Ele me disse para ir, para correr e alertar os outros.
E ele ficou para trás – sem saber quantos Strigoi ele teria que derrubar enquanto eu ia
buscar ajuda. Eu ainda não sei com quantos ele lutou – mas haviam vários. E ele
derrubou todos eles sozinho.”
Eu me atrevi a olhar para os rostos ao meu redor. Todos estavam tão quietos e
parados que eu me perguntei se eles sequer estavam respirando. “Foi tão difícil,” eu
disse a eles. Sem perceber, minha voz caiu para um sussurro. Eu tive que repetir mais
alto. “Foi tão difícil. Eu não queria deixar ele, mas eu sabia que precisava. Ele me
ensinou tanto, mas uma das maiores coisas era que sempre temos que proteger
outros. Era meu dever avisar a todos, mesmo que eu apenas quisesse ficar com ele.
Todo o tempo eu fiquei repetindo para mim mesma, “Volte, volte. Vá até ele!” Mas eu
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sabia o que eu tinha que fazer – e eu também sabia que parte dele estava tentando
me manter segura. E se o papel fosse reverso... bem, eu teria feito ele correr também.”
Eu suspirei, surpresa por revelar tanto do meu coração. Eu voltei para o modo
negócios. “Mesmo quando os outros guardiões se juntaram a ele, Dimitri nunca
recuou. Ele derrubou mais Strigoi do que ninguém.” Christian e eu tínhamos matado a
maioria na verdade. “Ele... foi incrível.”
Eu contei a eles o resto da história que eu tinha contado aos Belikovs. Só que eu
forcei um pouco de detalhes dessa vez, dizendo eles o quão vívido e bravo e poderoso
ele foi. As palavras me machucavam enquanto eu falava, e ainda sim... era quase um
alívio soltar elas. Eu mantive as memórias daquela noite fechadas em mim. Mas
eventualmente, eu tive que contar a eles sobre a caverna. E aquilo... aquilo era o pior.
“Fizemos uma armadilha para os Strigoi na caverna. Haviam duas entradas, e
viemos dos dois lados. Uma parte do nosso pessoal ficou preso, e havia mais Strigoi do
que esperávamos. Perdemos gente... mas teríamos perdido muito mais se Dimitri não
estivesse lá. Ele não sairia até que todos estivessem fora. Ele não se preocupou com o
risco para si mesmo. Ele só sabia que tinha que salvar outros...”
Eu vi nos olhos dele, aquela determinação. Nosso plano era finalmente recuar
assim que todos escapassem, mas eu tinha o pressentimento que ele teria ficado e
matado cada Strigoi que ele pudesse encontrar. Mas ele também seguia ordens,
finalmente começando a recuar quando os outros estavam em segurança. E naqueles
últimos momentos, logo antes do Strigoi morder ele, Dimitri encontrou meus olhos e
encarou tão cheio de amor que foi como se toda a caverna se enchesse de luz. A
expressão dele dizia o que havíamos conversado mais cedo: Podemos ficar juntos,
Rose. Logo. Estamos quase lá. E nada vai nos separar de novo...
Mas não mencionei essa parte. Quando finalmente terminei o resto da história, o
rosto daqueles reunidos estavam triste, mas cheio de temor e respeito. Perto do fundo
da multidão, eu notei Abe e seus guardiões ouvindo também. A expressão dele era
ilegível. Dura, mas não irritada ou assustadora. Copos pequenos começaram a circular
pelo grupo, e alguém me entregou um. Um dhampir que eu não conhecia, um dos
poucos homens presente, levantou e ergueu seu copo no ar. Ele falou alto e
reverentemente, e eu ouvi o nome de Dimitri mencionado vários vezes. Quando ele
terminou, ele bebeu do copo. Todos os outros beberam então eu segui a deixa.
Era como fogo em forma liquida. Foi preciso toda minha força para engolir e não
cuspir naqueles ao meu redor. “O... o que é isso?” Eu perguntei, tossindo.
Viktoria sorriu. “Vodka.”
Eu olhei para o copo. “Não, não é. Eu já tomei Vodka.”
“Não vodka russa.”
Aparentemente não. Eu forcei o resto do copo por respeito a Dimitri, embora eu
tivesse o pressentimento de que se ele estivesse aqui, ele estaria balançando sua
cabeça para mim. Eu pensei que tinha terminado de ser o centro das atenções na
história, mas aparentemente não. Todos ficavam fazendo perguntas. Eles queriam
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saber mais sobre Dimitri, mais sobre como era a vida dele recentemente. Eles também
queriam saber sobre mim e Dimitri como um casal. Todos eles pareciam ter
descoberto que Dimitri e eu estávamos apaixonados – e eles não se importaram. Me
perguntaram sobre quando nos conhecemos, quanto tempo estivemos juntos...
E o tempo todo, algum ficava enchendo meu copo. Determinada a não parecer
uma idiota de novo, eu fiquei bebendo até finalmente conseguir beber a vodka sem
tossir ou derramar. Quanto mais eu bebia, mais altas e animadas minhas histórias
ficavam. Meus membros começaram a formigar, e parte de mim sabia que isso
provavelmente era uma má ideia. Ok, toda parte minha sabia.
Finalmente, as pessoas começaram a ir embora. Eu não fazia ideia de que horas
era, mas eu acho que era metade da noite. Talvez mais tarde. Eu levantei também,
achando muito mais difícil do que eu esperava. O mundo girou, e meu estômago não
estava muito feliz comigo. Alguém pegou meu braço e me firmou.
“Calma,” disse Sydney. “Não force.” Devagar, cuidadosamente, ela me levou para
a casa.
“Deus,” eu gemi. “Eles usavam essa coisa para abastecer foguetes?”
“Ninguém te obrigou a beber.”
“Hey, não me dê sermões. Além do mais, eu tinha que ser educada.”
“Claro,” ela disse.
Conseguimos entrar e então tínhamos a tarefa impossível de subir as escadas para
o quarto que Olena me cedeu. Cada passo era agonia.
“Todos eles sabiam sobre Dimitri e eu,” eu disse, imaginando se eu estava dizendo
alguma parte disso sóbria. “Mas nunca disse a eles que estávamos juntos.”
“Você não precisava. Está escrito no seu rosto.”
“Eles agiram como se eu fosse a viúva dele ou algo assim.”
“É como se fosse.” Chegamos no meu quarto, e ela me ajudou a sentar na cama.
“Não são muitas pessoas que se casam por aqui. Se você estiver com alguém por
tempo o bastante, eles acham que é quase a mesma coisa.”
Eu suspirei e encarei sem nenhum foco em particular. “Eu sinto tanta falta dele.”
“Sinto muito,” ela disse.
“Algum dia vai melhorar?”
A pergunta pareceu pegar ela de surpresa. “Eu... eu não sei.”
“Você já se apaixonou?’
Ela balançou a cabeça. “Não.”
Eu não tinha certeza se isso fazia dela sortuda ou não. Eu não tinha certeza se
todos os dias brilhantes que eu tive com Dimitri valeram a dor que eu sentia agora. Um
momento depois, eu sabia a verdade. “É claro que valeram.”
“Huh?” perguntou Sydney.
Eu percebi que falei meus pensamentos em voz alta. “Nada. Só estava falando
comigo mesma. Eu deveria dormir um pouco.”
“Você precisa de mais alguma coisa? Você vai ficar enjoada?”
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Eu avaliei a situação do meu estômago. “Não, mas obrigado.”
“Ok.” No jeito tipicamente brusco dela, ela saiu, desligando as luzes e fechando a
porta.
Eu pensei que iria desmaiar imediatamente. Honestamente, eu queria. Minha
cabeça foi aberta para tanto de Dimitri hoje a noite, e eu queria que a dor fosse
embora. Eu queria escuridão e ignorância. Ao invés disso, talvez porque eu estava
querendo me punir, minha cabeça decidiu terminar o trabalho e se abrir
completamente.
Eu fui visitar Lissa

A,Vampiro - promessa de sangue (capitulo 8)


CAPÍTULO OITO
As reações foram misturadas entre os familiares de Dimitri. Alguns choraram.
Alguns ficaram chocados. E alguns – principalmente Yeva e Viktoria – simplesmente
absorveram e mantiveram a emoção longe de seus rostos, como Dimitri teria feito.
Isso me chateou tanto quanto as lágrimas; me lembrou demais dele. De todos eles, a
grávida Sonya – que chegou logo depois da noticia – teve a reação física mais intensa.
Ela correu chorando até sua mãe e não saiu.
Não levou muito tempo, no entanto, para Yeva e Olena agirem. Elas falaram
rapidamente em russo, claramente planejando algo. Ligações foram feitas, e Viktoria
foi despachada para fazer tarefas. Ninguém parecia precisar de mim, então eu
basicamente perambulei pela casa e tentei ficar fora do caminho,.
Eu me encontrei estudando as prateleiras que tinha visto mais cedo, passando
minhas mãos pelos lindos livros com capa de couro. Os títulos estavam em cirílico, mas
não importou.
“Procurando por uma leitura leve?” Sydney andou e parou ao meu lado. Ela não
estava por perto mais cedo mas ouviu as noticias.
“Muito leve, já que eu não consigo entender nenhuma delas,” eu repliquei. Eu
gesticulei em direção aos familiares. “O que está acontecendo?”
“Estão planejando o funeral de Dimitri,” Sydney explicou. “Ou, bem, seu
memorial.”
Eu franzi. “Mas ele não está morto –”
“Shh.” Ela me cortou com um gesto afiado e olhou ansiosa para os outros
enquanto eles se movimentavam. “Não diga isso.”
“Mas é verdade,” eu falei em resposta.
Ela balançou a cabeça. “Não para eles. Aqui... nesses vilarejos... não existe um
meio termo. Você está vivo ou você está morto. Eles não vão reconhecer ele ser um...
daqueles.” Ela não conseguiu esconder o nojo da sua voz. “Para todas as intenções e
propósitos, ele está morto para eles. Eles vão ficar em luto por ele e seguir em frente.
Você também deveria.” Eu não me ofendi com a atitude dura dela porque eu sabia que
ela não queria ser dura. Era simplesmente o jeito dela.
O problema era, que no estado de meio termo era bem real para mim, e não tinha
como eu seguir em frente. Ainda não.
“Rose...” começou Sidney depois de vários segundos de silêncio. Ela não olhou nos
meus olhos. “Sinto muito.”
“Você diz, por Dimitri?”
“Yeah... eu não fazia ideia. Eu não fui muito gentil com você. Eu quero dizer, não
vou agir como se me sentisse melhor por andar com sua gente, mas vocês ainda são...
bem, não humanos, obviamente. Mas... eu não sei. Você ainda tem sentimentos; você
ainda ama e se magoa. E enquanto estávamos vindo aqui, você tinha essa horrível
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noticia com você, e eu não facilitei. Então sinto muito por isso. E sinto muito por
pensar o pior de você.”
A princípio, eu pensei que ela estava falando sobre pensar que eu era maligna,
mas então eu entendi. Ela pensou todo esse tempo que eu realmente vim aqui para
ser uma meretriz de sangue e agora acreditava que entregar as noticias para a família
de Dimitri tinha sido meu único propósito. Não me incomodei em corrigir ela.
“Obrigado, mas você não tinha como saber. E honestamente, se eu estivesse no
seu lugar... eu não sei. Eu provavelmente agiria do mesmo jeito.”
“Não,” ela disse. “Você não agiria. Você é sempre gentil com as pessoas.”
Eu dei a ela um olhar incrédulo. “Você esteve viajando com outra pessoa nos
últimos dias? Em casa, eu tenho uma reputação de nem sempre ser gentil. Eu tenho
uma atitude e eu sei.”
Ela sorriu. “Yeah, você tem. Mas você também diz a coisa certa para as pessoas
quando precisa. Dizer aos Belikov o que você disse... bem, isso foi difícil. E não importa
o que você diga, você é educada e faz coisas para ajudar as pessoas a se sentirem bem.
Na maioria das vezes.”
Eu estava um pouco assustada. Era assim que eu parecia? Eu frequentemente
pensava em mim com a rainha das vadias impulsivas e tentei pensar em meu
comportamento com ela durante os últimos dias. Eu tinha discutido muito com ela,
porém com os outros que nós encontramos, eu acho que eu fui amigável.
“bem, obrigada,” eu disse, sem saber o que mais dizer.
“Você já viu Abe? Quando andou pela cidade?”
“Não,” eu disse, percebendo que eu tinha esquecido sobre o meu misterioso
salvador. “Eu deveria?”
“Eu só achei que ele iria encontrar você.”
“Quem é ele? Porque ele foi nos buscar quando você disse que eu estava
machucada?”
Sydney hesitou, e eu achei que iria ganhar um pouco mais do tratamento de
silêncio dos alquimistas. Então, depois de olhar ao redor desconfortavelmente, ela
disse em uma voz baixa, “Abe não é da realeza, mas ele é um cara muito importante.
Eles nem é russo, mas ele vem para cá, sempre a trabalho – tanto ilegal quanto legal,
eu acho. Ele é amigo de todos os Moroi importantes, e metade do tempo, parece que
ele controla os alquimistas, também. Eu sei que ele está envolvido no processo de
produção das nossas tatuagens... mas seus negócios vão além disso. Nós o demos um
apelido sem ele saber... Zmey.”
“Zma o que?” eu mal tinha ouvido a palavra. Ela soava como zz-may. Certamente
não era nada que eu já tenha escutado antes.
Ela deu um pequeno sorriso perante minha confusão. “Zmey é a palavra russa
para ‘cobra’. Mas não para qualquer cobra,” os olhos dela se estreitaram enquanto ela
ponderava uma melhor explicação. “É um termo usado em vários mitos. As vezes para
cobras gigantes que os heróis tem que combater. Existem também algumas histórias
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sobre feiticeiros com sangue de cobra que são chamados assim. A cobra no jardim do
Éden? Que fez Eva cair na tentação? Ele era chamado de zmey também.”
Eu tremi. Okay, isto era muito estranho, porém fez com que algo se encaixasse. Os
alquimistas alegavam ter ligações com lideres e autoridades, e Abe aparentemente
demonstrava muita influência sobres esses. “Foi Abe a pessoa que queria que você
viesse comigo para Baia? A razão que os alquimistas fizeram você vir pra cá?”
Novamente, ela pausou, e então concordou. “Yeah... quando eu fiz a ligação
aquela noite em São Petersburgo, me disseram que você estava sendo procurada. Abe
deu ordens através dos alquimistas para que eu ficasse com você até ele poder se
encontrar conosco aqui. Ele aparentemente tem estado procurando por você em
nome de alguém.”
Eu fiquei gelada. Meus medos estavam se realizando. Pessoas estavam
procurando por mim. Mas quem? Se Lissa tivesse iniciado uma perseguição, eu teria
sentido isso enquanto visitava sua mente. Eu também não achava que era Adrian, não
pelo jeito que ele parecia tão desesperado e sem ideia sobre o meu paradeiro. Além
do mais, ele parecia aceitar minha necessidade de realizar essa busca.
Então quem estava procurando por mim? E por que razão? Esse Abe soava como
uma pessoa de alto escalão – apesar de ser alguém envolvido com negócios obscuros –
alguém que poderia muito bem estar ligado a rainha ou outras pessoas quase tão
importante quanto ela. Teria sido ele ordenado a me achar e me levar de volta? Ou –
considerando o quanto a rainha me odiava – ele talvez teria sido ordenado a se
certificar que eu não voltasse? Estava eu lidando com um assassino? Sydney
certamente parecia considerar ele com um misto de medo e respeito.
“Talvez eu não queira me encontrar com ele,” eu disse.
“Eu não acho que ele irá te machucar. Quero dizer, se ele quisesse, ele já teria
feito. Mas seja cuidadosa. Ele sempre está jogando vários jogos de uma vez, e ele trata
de suficientes segredos que rivaliza com os alquimistas.”
“Então você não confia nele?”
Ela sorriu tristemente enquanto virava para ir embora. “Você esqueceu: eu não
confio em nenhum de vocês.”
Quando ela se foi, eu decidi sair de dentro de casa, para longe da tristeza e
arranjos sendo resolvidos dentro dela. Eu sentei no topo do degrau da varanda do
quintal, assistindo Paul brincar. Ele estava construindo um forte para alguns de seus
bonecos de ação. Embora sensível a aflição de sua família, era difícil ele ser muito
afetado pela “morte” de um tio que ele só tinha encontrado algumas poucas vezes. A
noticia não significava tanto pra ele quanto significava para o resto de nós.
Com tanto tempo sobrando para mim o resto do dia, eu decidi dar uma rápida
conferida em Lissa. Pois querendo ou não, eu estava meio curiosa sobre como as
coisas tinham se resolvido para Avery Lazar.
Enquanto as intenções de Lissa eram boas, ela ainda tinha tido algumas dúvidas
sobre almoçar com Avery. E ainda, ela ficou agradavelmente surpresa por ver Avery se
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encaixando perfeitamente, encantando ambos Adrian e Christian. Admitidamente,
Adrian era impressionado por quase qualquer coisa feminina. Christian era mais difícil
de ganhar, mas até ele parecia estar ficando mais e mais encantado por ela –
provavelmente porque ela ficava tesando Adrian. Qualquer um que fizesse piada as
custas de Adrian subia na lista de pontos de Christian.
“Sendo assim, explique isso,” Avery disse, enrolando o linguine no garfo. “Você
apenas, tipo, perambula pela academia o dia inteiro? Você está tentando refazer suas
experiências do ensino médio?”
“Nada de refazer,” disse Adrian com orgulho. “Eu totalmente regi o meu ensino
médio. Eu era cultuado e adorado – não que isso seja um choque.” Ao lado dele,
Christian quase se engasgou com sua comida.
“E aí... você estava tentando reviver seus dias de glória. Isso tudo foi por água
abaixo desde então, huh?”
“De jeito nenhum,” disse Adrian. “Eu sou como um vinho fino. Ficou melhor com o
tempo. O melhor ainda está por vim.”
“Parece que ficará velho depois de um tempo,” disse Avery, aparentemente não
convencida pela convincente comparação com vinho. “Eu certamente estou entediada,
e eu até passei parte do dia ajudando meu pai.”
“Adrian dorme a maior parte do dia,” apontou Lissa, tentando manter a rosto
sério. “Assim ele não tem realmente que se preocupar sobre encontrar coisas pra
fazer.”
“Hey, eu passo uma boa porção do meu tempo ajudando você a desvendar os
mistérios do Espírito,” Adrian a lembrou.
Avery se inclinou para frente, curiosidade por todo o seu bonito rosto. “Então isso
é realmente real? Eu ouvi histórias sobre Espírito... e como você pode curar pessoas?”
Levou um momento até Lissa responder. Ela não estava certa se conseguiria se
acostumar com o fato de sua magia ser exposta a todos. “Entre outras coisas. Nós
ainda estamos tentando compreender isso.”
Adrian estava mais ansioso que ela para discutir isso – provavelmente na
esperança de impressionar Avery – e providenciou um rápido resumo de algumas das
habilidades do Espírito, como auras e compulsão. “E,” ele adicionou, “eu posso visitar
os sonhos das pessoas.”
Christian levantou a mão. “Pare. Eu acabei de sentir que há um comentário vindo
sobre como as mulheres já sonham com você. Eu comi agora, você sabe.”
“Eu não estava indo por esse caminho,” disse Adrian. Mas ele meio que parecia
como se desejasse que ele tivesse pensado na piada primeiro. Eu não pude não achar
engraçado.
Adrian era tão imprudente e petulante em público... mas aí, nos meus sonhos, ele
mostrava o seu lado sério e preocupado. Ele era mais complexo do que qualquer um o
dava crédito.
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Avery parecia derrotada. “Cara. Eu costumava pensar que Ar era legal. Acho que
não.” Uma pequena brisa de repente soprou o cabelo dela, fazendo-a parecer como se
estivesse pousando para um ensaio fotográfico de roupa de banho. Ela deu ao grupo
um sorrido deslumbrante. Tudo que faltava era um fotógrafo.
O som do sinal fez todos eles se levantarem. Christian percebeu que tinha deixado
a lição em outra sala e saiu apressado para pega-la – depois de dar um beijo de
despedida em Lissa, é claro.
Adrian saiu igualmente apressado. “Os professores começam a me dar olhares
sujos se eu perambulo por ai depois que as aulas começam.” Ele deu a Lissa e Avery
uma pequena meia reverência.
“Até a próxima vez, senhoras.”
Avery, que não poderia se importar menos com o que os professores pensavam,
acompanhou Lissa até sua próxima aula. O rosto da garota mais velha estava
pensativo. “Então... você realmente está com Christian, certo?” Ela sempre estava. Se
Avery tivesse visto metade das coisas que eu tinha visto Christian e Lissa fazerem
através da nossa ligação, não haveria nenhuma pergunta.
Lissa riu. “Sim, porque?”
Avery hesitou, provocando a curiosidade de Lissa. “Bem... eu ouvi que você estava
envolvida com Adrian.”
Lissa quase parou de andar. “Onde você ouviu isso?”
“Na corte. A rainha estava dizendo o quando ela estava feliz sobre vocês serem
um casal e como vocês estão sempre juntos.”
Lissa gemeu. “Isto é porque sempre que eu vou para a corte, ela convida ele
também e então nos manda para fazer coisas para ela. Isso não é por escolha... bem,
quero dizer, não me entenda mal. Eu não me importo em passar tempo com ele, mas a
razão de nós estarmos sempre juntos é porque Tatiana nos faz.”
“Ela parece gostar de você, entretanto. Ela fala sobre você o tempo todo, sobre
quanto potencial você tem e como ela está orgulhosa de você.”
“Eu achou que ela está orgulhosa de me manipular. Ir lá é um saco. Ela também
ignora totalmente o fato que eu estou saindo com Christian ou em qualquer chance
que ela tem começa a insultá-lo.” Rainha Tatiana, como muitas outras pessoas, nunca
conseguia perdoar os pais de Christian por vontade própria terem se tornado Strigoi.
“Desculpa,” disse Avery, parecendo como se ela se sentisse realmente mal. “Eu
não queria trazer a tona um assunto ruim. Eu só meio que queria saber se Adrian
estava disponível, é tudo.”
Lissa não estava furiosa com Avery. Sua fúria se voltou para a rainha, em como ela
assumia que todo mundo iria se comportar do jeito que ela queria e dançar quando ela
mandasse. O mundo Moroi tinha sido regido por reis e rainhas desde o início dos
tempos, e as vezes, Lissa pensava que era tempo para uma mudança. Eles precisavam
de um sistema onde todos fossem vistos como iguais – reais e não reais. Até os
Dhampirs.
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Quanto mais ela pensava sobre isso, mais ela sentia seu temperamento piorar,
raiva e frustração inflamando de um jeito mais comum para mim do que para ela.
Fazendo ela querer gritar as vezes, ir até Tatiana e dizer a ela que o trato estava
acabado. Nenhuma faculdade valia isso. Talvez ela até dissesse a Tatiana que era hora
de uma revolução, hora de superar o passado Moroi – Lissa piscou, surpresa por
descobrir que ela estava tremendo. De onde aquela emoção tinha vindo? Uma coisa
era estar chateada com Tatiana, mas isso...?
Ela não tinha tido esse tipo de fúria sem controle desde as primeiras vezes que ela
tinha começado a usar o Espírito. Respirando fundo, ela tentou usar algumas das
técnicas calmantes que tinha adquirido assim Avery não saberia o quão louca ela
quase tinha se tornado.
“Eu só odeio as pessoas falando sobre mim, é tudo,” Lissa disse finalmente.
Avery não parecia ter notado o lapso de raiva. “Bem, se isso te faz sentir melhor,
nem todos pensam isso sobre você. Eu encontrei um garota... Mia? Yeah, este era seu
nome. Uma não realeza.” O tom desdenhoso de Avery sugeria que ela tinha a mesma
visão que um monte de realezas tinham em relação aos Moroi “comuns”. “Ela apenas
riu sobre você e Adrian estarem juntos. Disse que isso era ridículo.”
Lissa quase sorriu com isso. Mia tinha sido uma vez rival de Lissa e uma
egocêntrica pirralha. Porém, depois que um Strigoi matou sua mãe, Mia tinha
adquirido uma atitude feroz e determinada, uma que tanto eu quanto Lissa
gostávamos imensamente. Mia vivia na corte com seu pai, secretamente treinando
luta, assim ela seria capaz de combater Strigoi um dia.
“Oh,” disse Avery de repente. “Aí está Simon. Eu devo ir.”
Lissa olhou através do corredor e viu o severo guardião de Avery. Simon pode não
ser tão sério quanto o irmão de Avery, Reed, mas ele ainda tinha a mesma rigidez e
duro olhar que ele tinha quando Lissa o encontrou pela primeira vez. Avery parecia se
dar bem com ele, entretanto.
“Okay,” disse Lissa. “Te vejo mais tarde.”
“Pode apostar,” disse Avery, começando a virar para ir.
“Oh, e Avery?”
Avery olhou para Lissa. “Yeah?”
“Adrian está disponível.”
Avery respondeu apenas com um pequeno sorriso antes de ir se juntar com
Simon. De volta com os Belikovs em Baia, a cerimônia memorial estava progredindo.
Vizinhos e amigos, todos Dhampirs, lentamente chegavam, na maioria trazendo
comida. Essa era minha primeira olhada na comunidade Dhampir, apesar dela ainda
não parecer tão misteriosa quanto Sydney tinha insinuado. A cozinha se tornou um
salão de festas, com todo as superfícies do balcão e mesa cobertas com pratos. Alguns
eram comidas que eu conhecia, e tinha um monte de sobremesas – biscoitos e massas
cobertos de nozes e açúcar que pareciam saídos do forno. Alguns dos pratos eu nunca
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tinha visto antes e não tinha certeza se queria ver de novo. Tinhas uma tigela viscosa
de repolho em particular que me fez desviar do meu caminho para evitá-la.
Mas antes de nós comermos, todos foram para fora e se juntaram em um semicirculo
no quintal. Esse era o único lugar que conseguia acomodar tantas pessoas. E
então um padre apareceu, um padre humano. Isso me surpreendeu um pouco, mas eu
supus que quando viviam em uma cidade humana, dhampirs iam a igrejas humanas. E
para a maioria dos humanos, dhampirs eram parecidos com eles, assim o padre sem
dúvida pensava que estava atendendo a um normal chamado. Um punhado de Moroi
que estavam na cidade também estavam presentes, porém eles, também, poderiam
mais ou menos passar por humanos – humanos pálidos – se eles fossem discretos com
as presas. Humanos não esperam ver coisas sobrenaturais, por isso sua mente
raramente considerava isso uma opção, mesmo quando isso estava bem na sua frente.
Todo mundo ficou em silêncio. Era pôr-do-sol agora, com fogo laranja queimando
no céu a oeste, e sombras caindo sobre todos nós. O padre executou a cerimônia
memorial em russo, orando em uma voz que soava sobrenatural no quintal escurecido.
Todos os cultos da igreja que eu já tinha visto eram em inglês, mas eu podia perceber
como esse tinha o mesmo sentido. De vez em quando, as pessoas diziam alguma coisa.
Eu não tinha ideia do que, assim eu simplesmente assistia e esperava, deixando a triste
voz do padre preencher minha alma. Meus sentimentos por Dimitri se agitavam dentro
de mim como uma tempestade crescendo, e eu me esforcei para manter-los dentro,
trancados em meu coração. Quando a cerimônia finalmente acabou, a sombria
pressão que tinha engolfado o grupo dispersou. Pessoas se movimentavam
novamente, abraçando os Belikovs e apertando a mão do padre. Ele foi embora logo
depois.
Comida seguiu. Pratos eram preenchidos, e todos sentavam onde achavam
espaço, seja isso dentro da casa ou no quintal. Nenhum dos convidados realmente me
conhecia, e a família de Dimitri estava muito ocupada para prestar muita atenção em
mim enquanto eles corriam de um lado para o outro e tentavam fazer todo mundo se
sentir bem vindo. Sydney ficou comigo muito tempo, e enquanto a conversa estava
leve entre nós, eu consegui sentir conforto através da presença dela. Nos sentamos no
chão da sala de estar, encostadas na parede perto da estante de livros. Ela tinha
beliscado sua comida, como sempre, o que me fez sorrir. Havia algo reconfortante
sobre aquele hábito familiar.
Quando o jantar acabou, pessoas continuaram conversando em pequenos grupos.
Eu não conseguia entender nada, mas eu continuava ouvindo o nome dele sendo
mencionado: Dimitri, Dimitri. Isso me lembrava do incompreensível silvo que os
fantasmas fizeram durante sua visita. Era opressivo e sufocante, a força do nome dele
pressionando o meu coração. Dimitri, Dimitri. Depois de um tempo, isso se tornou
demais. Sydney tinha se afastado por alguns momentos, então eu fui para fora para
conseguir um pouco de ar. Algumas pessoas tinham feito uma fogueira na parte de
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trás e estavam sentando ao seu redor, ainda falando sobre Dimitri, por isso eu fui em
direção a parte da frente da casa.
Eu andei pela rua, não planejando ir muito longe. A noite estava morna e clara,
com a lua e as estrelas queimando vivamente na escuridão sobre mim. Meus
sentimentos estavam confusos, e agora que eu estava longe dos outros, eu permiti que
um pouco da emoção presa dentro de mim se libertasse, vindo para fora como
lágrimas silenciosas nas minhas bochechas. Quando eu estava algumas casas longe, eu
sentei no meio-fio, descansando e desfrutando da quietude ao meu redor. Entretanto,
minha paz foi curta – meus afiados ouvidos captaram o som de vozes vindo da casa
dos Belikov. Três figuras apareceram. Uma, alta e esbelta, era Moroi, e os outros eram
dhampirs. Eu observei enquanto eles vinham e paravam na minha frente. Não me
importando com formalidades, eu lembrei onde eu estava, olhando acima pra os
negros olhos do Moroi. Eu não reconheci o grupo da cerimônia – mas eu reconheci o
Moroi de outro lugar. Eu dei a ele um sorriso meio torto.
“Abe Mazur, eu presumo.”

A.Vampiro - promessa de sangue (capitulo 7)


CAPÍTULO SETE
Era como a manhã de natal.
Eu não era normalmente a favor de Deus ou destino, mas agora eu estava
seriamente reconsiderando. Depois que desmaiei, Sydney aparentemente fez algumas
ligações frenéticas, e alguém que ela conhecia em Baia tinha ido até nós – se
arriscando na escuridão – para nos resgatar e nos levar até onde eu pudesse ser
tratada. Não havia dúvidas do porque eu tive a vaga sensação de estar em um carro
durante meu delírio; não tinha sido parte de um sonho.
E então, de alguma forma, de todos os dhampirs em Baia, eu fui levada a mãe de
Dimitri. Isso foi o bastante para me fazer seriamente reconsiderar que havia realmente
uma força maior que trabalhava no universo. Ninguém me disse exatamente o que
aconteceu, mas eu logo soube que Olena Belikova tinha uma reputação entre seus
iguais para cura – e não era nem cura mágica. Ela tinha treinamento médico e era a
pessoa que outros dhampirs – e até mesmo alguns Moroi – recorriam nessa região se
eles queriam evitar contato humano. Ainda sim. As coincidências eram estranhas, e
não consegui me impedir de pensar que havia algo acontecendo que eu não entendia.
Por agora, eu não me preocupei demais com os comos e porquês da situação
atual. Eu estava muito ocupada olhando com olhos bem abertos meus arredores e
habitantes. Olena não vivia sozinha. Todas as irmãs de Dimitri – três delas – viviam na
casa também, junto com seus filhos. A semelhança familiar era surpreendente.
Nenhum deles parecia exatamente como Dimitri, mas em cada rosto, eu podia ver. Os
olhos. O sorriso. Mesmo o senso de humor. Ver eles alimentou a ausência de Dimitri
que eu sentia desde que ele desapareceu – e piou tudo ao mesmo tempo. Sempre que
eu olhava para qualquer um deles em minha visão periférica, eu achava que tinha visto
Dimitri. Era como uma casa de espelhos, com reflexos distorcidos em toda parte.
Até mesmo a casa me animou. Não havia sinais óbvios de que Dimitri viveu ali,
mas eu continuei pensando, É aqui que ele cresceu. Ele andou nesse chão, tocou essas
paredes... Enquanto eu andava de quarto em quarto, eu toquei as paredes também,
tentando tirar a energia delas. Eu imaginava ele no sofá, em casa nas férias da escola.
Eu me perguntei se ele deslizava pelo corrimão quando era pequeno. As imagens eram
tão reais que eu ficava me lembrando que ele não vinha pra cá a séculos.
“Você fez uma incrível recuperação,” Olena notou na manhã seguinte depois que
fui trazida para ela. Ela observou com aprovação enquanto eu inalava o prato de blini.
Elas eram panquecas ultra finas recheadas com manteiga e geleia. Meu corpo sempre
requeria muita comida para manter minha força, e eu achei que desde que não
mastigasse de boca aberta nem nada disso, eu não teria motivos para me sentir mal
por comer tanto. “Eu pensei que você estava morta quando Abe e Sydney te
trouxeram.”
“Quem?” Eu perguntei entre as mordidas.
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Sydney estava sentada na mesa com o resto da família, mal tocando na sua
comida como sempre. Ela parecia claramente agitada por estar na casa de dhampir,
mas quando desci as escadas essa manhã, eu definitivamente vi alivio nos olhos dela.
“Abe Mazur,” disse Sydney. A não ser que eu esteja enganada, algumas das outras
pessoas trocaram olhares de conhecimento. “Ele é um Moroi. Eu... eu não sabia o quão
mal você estava ferida ontem a noite, então liguei para ele. Ele veio com seus
guardiões. Foi ele quem te trouxe aqui.”
Guardiões. Plural. “Ele é da realeza?” Mazur não era um sobrenome real, mas isso
nem sempre era um sinal da linhagem de alguém. E enquanto estava começando a
confiar na rede social e conexões com pessoas poderosas de Sydney, eu não conseguia
entender porque alguém da realeza iria querer algo comigo. Talvez ele devesse aos
alquimistas um favor.
“Não,” ela disse abruptamente. Eu franzi. Um Moroi que não é da realeza e tem
mais do que um guardião? Muito estranho. Estava claro que ela não iria dizer mais
nada sobre o assunto – pelo menos por agora.
Eu engoli outra mordida no blini e voltei minha atenção de volta para Olena.
“Obrigado por me abrigar.”
A irmã mais velha de Dimitri, Karolina, estava na mesa também, junto com sua
filhinha e filho Paul. Paul tinha cerca de 10 anos e parecia estar fascinado comigo. A
irmã adolescente de Dimitri, Viktoria, também estava ali. Ela parecia ser mais nova que
eu. A terceira irmã Belikov se chamava Sonya e tinha saído para trabalhar antes de eu
acordar. Eu teria que esperar para conhecer ela.
“Você realmente matou dois Strigoi sozinha”? Paul me perguntou.
“Paul,” xingou Karolina. “Essa não é uma pergunta muito gentil.”
“Mas é excitante,” disse Viktoria com um sorriso. O cabelo castanho dela tinha
mechas em dourado, mas seus olhos escuros brilhavam tanto quanto os de Dimitri
quando ele fica excitado que meu coração se apertou. De novo, eu tinha aquela
sensação de que Dimitri estava mas não estava aqui.
“Ela matou,” disse Sydney. “Eu vi os corpos. Como sempre.”
Ela tinha uma expressão atormentada mas cômica, e eu ri. “Pelo menos os deixei
onde você pudesse encontrar eles dessa vez.” Meu humor de repente diminuiu.
“Alguém... algum humano notou ou ouviu?”
“Me livrei dos corpos antes de alguém notar,” ela disse. “Se as pessoas ouviram
alguma coisa... bem, a florestas como aquela sempre estão cheias de histórias de
fantasma. Eles não tem evidências reais de vampiros, mas tem todo o tipo de crença
que o sobrenatural e o perigo estão lá fora. Mal sabem eles.”
Ela disse “histórias de fantasma” sem mudar de expressão. Eu me perguntei se ela
tinha visto algum dos espíritos de ontem a noite, mas finalmente decidi que ela
provavelmente não tinha. Ela saiu quase no fim da luta, e como as evidencias passadas
indicavam, mais ninguém podia ver os espíritos que eu via – a não ser Strigoi, como
acabou se mostrando.
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“Você deve ter tido um bom treinamento então,” disse Karolina, se mexendo para
que o bebê se inclinasse contra seu ombro. “Você parece como se devesse estar ainda
na escola.”
“Acabei de sair,” eu disse, recebendo outro olhar examinador de Sydney.
“Você é americana,” disse Olena de forma muito ‘por sinal’. “ O que te trouxe
aqui?”
“Eu... estou procurando por alguém,” eu disse depois de alguns segundos de
hesitação.
Eu tive medo que eles fossem pressionar por detalhes ou que ela tivesse suspeitas
que eu fosse uma meretriz de sangue, mas então, a porta da cozinha se abriu e a avó
de Dimitri, Yeva, entrou. Ela tinha enfiado sua cabeça pra dentro mais cedo e me
observado. Dimitri tinha me dito que ela era uma espécie de bruxa, e eu podia
acreditar. Ela parecia ter um zilhão de anos e era tão magra, que era de se admirar que
o vento não a soprasse para longe. Ela mal tinha 1,50m e o cabelo dela cobria sua
cabeça em mechas grisalhas. Mas eram os olhos dela que realmente me assustavam. O
resto dela pode ser frágil, mas aqueles olhos escuros eram afiados e alertas e pareciam
olhar minha alma. Mesmo sem a explicação de Dimitri, eu iria achar que ela era uma
bruxa. Ela era também a única na casa que não falava inglês.
Ela sentou numa das cadeiras vazias, e Olena rapidamente pulou para pegar para
ela mais blini. Yeva murmurou algo em russo que fez os outros parecerem
desconfortáveis. Os lábios de Sydney se torceram em um pequeno sorriso. Os olhos de
Yeva estavam em mim enquanto ela falava, e eu olhei ao redor pela tradução.
“O que?” eu perguntei.
“Vovó diz que você não está nos contando a verdade toda do porque você está
aqui. Ela diz que quanto mais você procrastinar, pior será,” Viktoria explicou. Então ela
deu um olhar apoplético para Sydney. “E ela quer saber quando a alquimista vai
embora.”
“Assim que possível,” disse Sydney secamente.
“Bem, porque estou aqui... é meio que uma longa história.” Eu poderia ser mais
vaga?
Yeva disse outra coisa, e Olena respondeu com o que soava ser um corridão.
Comigo, ela falou gentilmente: “Ignore ela, Rose. Ela está com um dos seus humores.
Porque você está aqui é da sua conta – embora tenha certeza que Abe gostaria de
conversar com você alguma hora.” Ela franziu um pouco, e eu lembrei dos olhares de
mais cedo na mesa. “Você deveria se certificar de agradecer a ele. Ele parecia muito
preocupado com você.”
“Eu meio que gostaria de ver ele também,” eu murmurei, ainda curiosa com esse
bem protegido Moroi que não era da realeza, que tinha me dado uma carona e parecia
deixar todos agitados. Ansiosa para evitar mais conversa do porque eu estava aqui, eu
rapidamente mudei de assunto. “Eu também adoraria dar uma olhada em Baia. Nunca
estive em um lugar assim antes – onde tantos dhampir vivem, quero dizer.”
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Viktoria se alegrou. “Eu posso definitivamente te fazer um tour – se você tem
certeza de que está se sentindo bem. Ou se você não tiver que partir imediatamente.”
Ela acreditava que eu estava de passagem, o que era basicamente isso.
Honestamente, eu não tinha mais certeza do que estava fazendo, agora que parecia
que Dimitri não estava na área. Eu olhei para Sydney de forma questionadora.
Ela deu nos ombros. “Faça o que quiser. Não vou a lugar nenhum.” Eu achei isso
um pouco desconcertante também. Ela me trouxe aqui como os superiores dela
haviam mandado – mas e agora? Bem, essa era uma preocupação para mais tarde.
Assim que terminei minha comida, Viktoria praticamente me arrastou pela porta,
como se eu fosse a coisa mais excitante que aconteceu por aqui em um tempo. Yeva
não tinha tirado seus olhos de mim pelo resto da refeição, e embora ela nunca tenha
dito mais nada, o olhar suspeito dela claramente me disse que ela não acreditava
numa palavra que eu disse. Eu convidei Sydney para vir junto, mas ela recusou,
preferindo se trancar em um quarto para ler sobre templos gregos ou fazer ligações de
controle-do-mundo ou o que quer que fosse que ela fazia.
Viktoria disse que o centro não era longe de onde eles viviam e era mais fácil
caminhar. O dia estava claro e frio, com sol o bastante para deixar o lado de fora bem
agradável.
“Não recebemos muitos visitantes,” ela explicou. “A não ser homens Moroi, mas a
maioria não fica muito tempo.”
Ela não acrescentou mais nada, mas me perguntei sobre as implicações dela. Esses
homens Moroi estavam procurando encontrar ação com mulheres dhampir? Eu cresci
pensando que essas mulheres, dhampirs que escolheram não se tornar guardiões,
eram desgraçadas e sujas. Aquelas em Nightingale certamente faziam jus ao
estereotipo de meretriz de sangue, mas Dimitri tinha me assegurado que nem todas as
mulheres dhampir eram assim. Depois de conhecer os Belikovs, eu acreditei nele.
Enquanto nos aproximávamos do centro da cidade, eu logo descobri outro mito
que foi quebrado. As pessoas falavam sobre meretrizes de sangue vivendo em campos
ou comunas, mas esse não era o caso aqui. Mala não era enorme, não como São
Petersburgo ou mesmo Omsk, mas era uma cidade de verdade com uma população
humana grande. Dificilmente um assentamento rural ou fazenda. O lugar todo era
surpreendentemente normal, e enquanto nos aproximávamos do centro, linhas de
pequenas lojas e restaurantes, faziam parecer que era realmente como qualquer outro
lugar para se viver. Moderno e normal, como um vilarejo deveria ser.
“Onde estão todos os dhampirs?” Eu me perguntei em voz alta. Sydney disse que
havia um sub cultura secreta, mas eu não vi nenhum sinal.
Viktoria sorriu. “Oh, estão por ai. Temos vários negócios e outros lugares que
humanos não conhecem.” Enquanto podia entender humanos não serem notados em
cidades grandes, parecia incrível conseguir isso aqui. “Muitos de nós só vivem e
trabalham com os humanos.” Ela acenou em direção o que parecia ser uma farmácia.
“Sonya trabalha lá agora.”
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“Agora?”
“Agora que está grávida.” Viktoria virou seus olhos. “Eu te levaria para conhecer
ela, mas ela está mau humorada o tempo todo ultimamente. Eu espero que o bebê
chegue cedo.”
Ela deixou nisso, e eu estava de novo me perguntando sobre a dinâmica de Moroi
e dhampirs por aqui. Não mencionamos de novo, e nossa conversa permaneceu leve e
até um pouco provocadora. Viktoria era fácil de gostar, e em apenas uma hora, nos
demos como se nos conhecêssemos a vida toda. Talvez minha conexão com Dimitri me
ligasse a família dele também.
Meus pensamentos foram cortados quando alguém chamou o nome de Viktoria.
Viramos para ver um dhampir bonitinho cruzando a rua. Ele tinha cabelo bronze e
olhos escuros, sua idade entre a minha e de Viktoria.
Ele falou algo loquaz e conversador. Ela sorriu para ele e então gesticulou em
minha direção, me apresentando em russo. “Esse é Nikolai,” ela me disse em inglês.
“Prazer em te conhecer,” ele disse, também trocando de língua. Ele me avaliou
rapidamente do jeito que os caras sempre fazem, mas quando ele virou de volta para
Viktoria, ficou claro quem era o objeto de sua afeição. “Você deveria trazer Rose para a
festa da Marina. É sábado a noite.” Ele hesitou, ficando um pouco tímido. “Você vai,
não?”
Viktoria ficou pensativa, e eu percebi que era completamente inconsciente a
paixão dele. “Estarei lá, mas...” Ela virou em minha direção. “Você ainda vai estar por
perto?”
“Eu não sei,” eu disse honestamente. “Mas vou se estiver aqui. Que tipo de festa
é?”
“Marina é uma amiga da escola,” explicou Viktoria. “Vamos nos reunir e celebrar
antes de voltarmos.”
“Para escola?” eu perguntei idiotamente. De alguma forma, nunca tinha me
ocorrido que os dhampirs daqui iam para escola.
“Estamos de férias agora,” disse Nikolai. “Para páscoa.”
“Oh.” Era tarde de abril, mas eu não fazia ideia de que dia cairia a páscoa esse ano.
Eu perdi a noção dos dias. Não tinha acontecido ainda, então a escola deve estar em
um feriado antes da páscoa. St. Vladimir fazia as férias depois. “Onde é sua escola?”
“É a cerca de 3 horas de distância. Ainda mais remota do que aqui.” Viktoria fez
uma cara.
“Baia não é tão ruim,” provocou Nikolai.
“Fácil para você dizer. Você eventualmente vai partir e conhecer lugares
excitantes.”
“Você não pode?” eu perguntei a ela.
Ela franziu, de repente desconfortável. “Bem, eu poderia... mas não é assim que
fazemos por aqui – pelo menos não na minha família. Vovó tem... opiniões fortes
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sobre homens e mulheres. Nikolai será um guardião, mas eu vou ficar aqui com minha
família.”
Nikolai de repente me deu uma nova avaliação. “Você é uma guardiã?”
“Ah, bem.” Agora eu era a desconfortável.
Viktoria falou antes de eu inventar algo para dizer. “Ela matou dois Strigoi fora da
cidade. Sozinha.”
Ele parecia impressionado. “Você é uma guardiã.”
“Bem, não... eu já matei antes, mas não sou jurada.” Virando ergui meu cabelo
para mostrar a eles meu pescoço. Fora minhas marcas molnija regulares, eu também
tinha uma pequena tatuagem em forma de estrela que significava que estive em
batalha. Os dois ofegaram, e Nikolai disse algo em russo. Eu soltei meu cabelo e olhei
para trás. “O que?”
“Você...” Viktoria mordeu os lábios, olhos contemplativos enquanto ela engolia o
que ia dizer. “Não prometida? Eu não sei a palavra em inglês.”
“Não prometida?” eu disse. “Eu suponho... mas tecnicamente, não são todas as
mulheres daqui?”
“Mesmo que não sejamos guardiãs, ainda temos marcas que mostram que
completamos nosso treinamento. Mas nenhuma marca da promessa. Para você ter
matado tantos Strigoi e não ter lealdade a uma escola ou aos guardiões...” Viktoria deu
nos ombros. “Não chamamos de ser prometida – é uma coisa estranha.”
“É estranho de onde venho também,” eu admiti. Nunca tinha ouvido falar, na
verdade. Era por isso que não tínhamos um termo para isso. Simplesmente não
acontecia.
“Eu deveria deixar vocês duas irem,” disse Nikolai, os olhos amorosos dele de volta
a Viktoria. “Mas te vejo na Marina com certeza? Talvez mais cedo?”
“Sim,” ela concordou. Eles se despediram em russo, e então ele saiu pela rua com
o tipo de fácil e atlética graça que os guardiões geralmente adquiriam com
treinamento. Me lembrou um pouco de Dimitri.
“Eu devo ter assustado ele,” eu disse.
“Não, ele acha que você é excitante.”
“Não tão excitante quanto ele pensa que você é.”
As sobrancelhas dela se ergueram. “O que?”
“Ele gosta de você... eu quero dizer, realmente gosta. Você não percebeu?”
“Oh. Somos apenas amigos.”
Eu percebi pela atitude dela que ela falou sério. Ela foi completamente indiferente
a ele, o que era uma pena. Ele era fofo e gentil. Deixando o pobre Nikolai ir, eu toquei
no assunto de guardiões de novo. Eu estava intrigada com a diferença de atitude por
aqui. “Você disse que não pode... mas você quer ser uma guardiã?”
Ela hesitou. “Nunca realmente considerei. Tenho o mesmo treinamento na escola,
e gosto de saber me defender. Mas prefiro usar para defender minha família do que os
Moroi. Eu acho que soa...” ela pausou de novo para pensar na palavra certa.
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“...maxista? Mas, os homens se tornam guardiões, e as mulheres ficam em casa. Só
meu irmão partiu.”
Eu quase tropecei. “Seu irmão?” eu perguntei, mantendo minha voz o mais firme
possível.
“Dimitri,” ela disse. “Ele é mais velho que eu e é guardião a um tempo. Ele está
nos EUA, na verdade. Não o vemos a um longo tempo.”
“Huh.”
Eu me sentia horrível e culpada. Culpada porque eu estava escondendo a verdade
de Viktoria e os outros. Horrível porque aparentemente ninguém de casa tinha se
incomodado em avisar a família ainda. Sorrindo com suas próprias memórias, ela não
notou minha mudança de humor.
“Paul na verdade parece exatamente como ele nessa idade. Eu deveria te mostrar
fotos dele – e algumas recentes também. Dimitri é bem bonito. Pro meu irmão, quero
dizer.”
Eu tinha certeza que ver Dimitri como um garotinho iria rasgar meu coração. E
estava acontecendo, quando mais Viktoria falava dele, o mais doente eu me sentia.
Ela não fazia ideia do que tinha acontecido, e embora fizesse alguns anos que
desde que ela não o via, estava claro que ela e o resto da família o amam como louco.
Não que isso deva ser surpreendente (E verdade, quem não amaria Dimitri?). Estar
com eles por apenas uma manhã tinha mostrado o quão íntimos eles eram. Eu sabia
das histórias de Dimitri que ele era maluco por todos eles também.
“Rose? Você está bem?” Viktoria estava me olhando com preocupação,
provavelmente porque eu não tinha dito nada nos últimos 10 minutos.
Tínhamos feito a volta e estávamos quase de volta na casa dela. Olhando para ela,
para seu rosto e olhos amigáveis que eram tão parecidos com os de Dimitri, eu percebi
que eu tinha outra tarefa antes de ir atrás de Dimitri, onde quer que ele estivesse. Eu
engoli.
“Eu... yeah. Eu acho... eu acho que precisamos sentar com você e o resto da sua
família.”
“Ok,” ela disse, a preocupação ainda em sua voz.
Dentro da casa, Olena estava andando pela cozinha com Karolina. Eu achei que
elas estavam fazendo planos para o jantar de hoje a noite, o que era surpreendente
considerando que acabamos um enorme café da manhã. Eu podia definitivamente me
acostumar com o jeito que eles eram por aqui. Na sala, Paul estava construindo uma
elaborada pista de corrida feita de Legos. Yeva estava sentada numa cadeira de
balanço e parecia ser a avó mais estereotipada do mundo enquanto ela tricotava um
par de meias. A não ser que a maioria das avós não pareciam que podiam te incinerar
com teus olhos.
Olena estava conversando com Karolina em russo mas mudou para inglês quando
ela me viu. “Vocês duas voltaram mais cedo do que eu esperava.”
“Vimos a cidade,” disse Viktoria. “E... Rose queria falar com você. Com todos nós.”
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Olena me deu um olhar intrigado e preocupado como o de Viktoria. “O que está
acontecendo?”
O peso daqueles olhos Belikov em mim fizeram meu coração bater mais forte no
meu peito. Como eu iria fazer isso? Como eu poderia explicar algo que eu não falava a
semanas? Eu não suportava fazer eles – ou eu mesma – passar por isso. Quando Yeva
correu para dentro, fez tudo ficar ainda pior. Talvez ela tivesse algum senso místico
que algo grande estava para acontecer.
“Deveríamos sentar,” eu disse.
Paul ficou na sala, pelo que eu fiquei agradecida. Eu tinha certeza que não iria
suportar dizer o que eu precisava com um garotinho – um que parecia com Dimitri,
aparentemente – me observando.
“Rose, qual o problema?” perguntou Olena. Ela parecia tão doce e, bem... como
uma mãe, e eu quase chorei. Sempre que eu fiquei brava com minha própria mãe por
não ficar por perto e fazer um bom trabalho, eu sempre comparava ela com a imagem
de uma mãe – uma mãe que parecia muito como a de Dimitri, eu percebi. As irmãs de
Dimitri pareciam igualmente preocupadas, como se eu fosse alguém que elas
conheciam a uma eternidade. Essa aceitação e preocupação fez meus olhos
queimarem ainda mais, já que elas me conheceram apenas essa manhã. Yeva tinha
uma expressão estranha, no entanto – quase como se ela tivesse esperado algo assim
o tempo todo.
“Bem... o negócio é que, a razão de eu ter vindo aqui, para Baia, foi para encontrar
vocês.”
Isso não era inteiramente verdade. Eu vim procurar por Dimitri. Nunca pensei
muito sobre ver a família dele, mas agora, eu percebi que isso era uma boa coisa.
“Você vê, Viktoria estava falando de Dimitri mais cedo.” O rosto de Olena se
iluminou quando ela ouviu o nome de seu filho. “E... eu conheci – er, conheço ele. Ele
costumava ser um guardião na minha escola. Meu professor, na verdade.”
Karolina e Viktoria se iluminaram também. “Como ele está?” perguntou Karolina.
“Faz séculos desde que vimos ele. Você sabe quando ele vem visitar?”
Eu não conseguia nem pensar sobre responder a pergunta dela, então eu
continuei minha história antes de perder minha coragem na frente daqueles rostos
amorosos. Enquanto as palavras saiam da minha boca, era quase como se outra
pessoa as estivesse dizendo e eu estivesse simplesmente observando a distância. “Um
mês atrás... nossa escola foi atacada por Strigoi. Um ataque muito ruim... um grupo
grande de Strigoi. Perdemos várias pessoas – Moroi e dhampirs.”
Olena exclamou em russo. Viktoria se inclinou em minha direção. “St. Vladimir?”
Eu segurei minha história, surpresa. “Você ouviu falar?”
“Todo mundo ouviu,” disse Karolina. “Todos sabemos o que aconteceu. Aquela era
sua escola? Você estava lá aquela noite?”
Eu concordei.
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“Não é de se admirar que você tenha tantas marcas molnija,” falou Viktoria em
admiração.
“E é lá que Dimitri está agora?” perguntou Olena. “Perdemos noção de onde ele
está desde sua última missão.”
“Um, yeah...” Minha língua parecia presa na minha garganta. Eu não conseguia
respirar. “Eu estava na escola na noite do ataque,” eu reafirmei. “E Dimitri também.
Ele era um dos lideres de batalha... e do jeito que ele lutou... ele foi... ele foi muito
corajoso... e...”
Minhas palavras estavam se quebrando, mas nesse ponto, os outros estavam
entendendo. Olena ofegou e de novo murmurou algo em russo. Eu entendi a palavra
para “Deus”. Karolina permaneceu congelada, mas Viktoria se inclinou em minha
direção. Aqueles olhos que eram tão parecidos com o de seu irmão me olharam com
intensidade, tão intensamente quanto os dele quando ele insistia que eu contasse a
verdade, não importava o quão horrível fosse.
“O que aconteceu?” ela exigiu. “O que aconteceu com Dimitri?”
Eu desviei o olhar de seus rostos, meus olhos passando pela sala. Na parede
distante, eu vi uma estante de livros com livros antigos de capa de couro. Elas tinham
letras douradas bordadas neles. Era totalmente aleatório, mas eu de repente me
lembrei da menção que Dimitri fez a eles. Eles eram antigos livros de aventura que
minha mãe coleciona, ele me disse uma vez. As capas eram lindas, e eu os amava. Se
eu tomasse cuidado, ela me deixava ler as vezes. Os pensamentos de um jovem Dimitri
sentado na frente da estante, cuidadosamente virando as páginas – e oh, ele tomaria
cuidado – quase me fez perder o controle. Foi aqui que ele desenvolveu seu amor por
histórias do faroeste?
Eu estava perdendo o controle. Eu estava me distraindo. Eu não iria ser capaz de
dizer a eles a verdade. Minhas emoções estavam ficando muito poderosas, minhas
memórias flutuando por mim enquanto lutava para pensar em algo – qualquer coisa –
que não envolvesse uma horrível batalha.
Então olhei para Yeva de novo, e algo sobre a estranha e sábia expressão dela
inexplicavelmente me estimulou. Eu tinha que fazer isso. Eu virei de volta para os
outros. “Ele lutou com muita bravura na batalha, e depois, ele liderou uma missão de
resgate para salvar algumas pessoas que os Strigoi capturaram. Ele foi realmente
incrível lá também, só que... ele...”
Eu parei de novo percebendo que lágrimas estavam rolando pelo meu rosto. Em
minha mente, eu estava repassando aquela horrível cena na caverna, com Dimitri tão
perto da liberdade e então derrubado por um Strigoi no último minuto. Mandando o
pensamento para longe, eu respirei profundamente. Eu tinha que terminar isso. Eu
devia a família dele.
Não havia um jeito gentil de dizer isso. “Um dos Strigoi lá... bem, ele dominou
Dimitri.”
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Karolina enterrou seu rosto no ombro da mãe, e Olena se esforçou para esconder
suas próprias lágrimas. Viktoria não estava chorando, mas o rosto dela ficou
perfeitamente parado. Ela estava trabalhando duro para manter suas emoções
controladas, como Dimitri teria feito. Ela buscou meu rosto, precisando saber com
certeza.
“Dimitri está morto,” ela disse.
Era uma afirmação, não uma pergunta, mas ela estava procurando por
confirmação. Eu me perguntei se eu tinha deixado algo escapar, uma dica de que havia
ainda mais na história. Ou talvez ela simplesmente precisasse ter certeza daquelas
palavras. E por um momento, eu considerei dizer a eles que Dimitri estava morto.
Era o que a Academia diria a eles, o que os guardiões diriam a eles. Seria mais
fácil... mas de alguma forma, eu não suportava mentir para eles – mesmo que fosse
uma mentira para confortar. Dimitri iria querer toda a verdade, e sua família também.
“Não,” eu disse, e por um segundo, esperança se espalhou no rosto de todos –
pelo menos até eu falar de novo. “Dimitri é um Strigoi.”