segunda-feira, 28 de maio de 2012

A.Vampiro - promessa de sangue (capitulo 9)


CAPÍTULO NOVE
“Eu pensei que você era um sonho,” eu disse.
Todos eles permaneceram em pé, os dhampir rondando o Moroi em uma
formação protetora. Abe era o rosto estranho que eu vi quando estava entrando e
saindo de consciência depois da luta no celeiro. Ele era mais velho que eu, perto da
idade de Olena. Ele tinha cabelo preto e uma barbicha, e um bronzeado que Moroi
tinham. Se você já viu pessoas de cor escura que estão doentes e ficam pálidas, é
muito parecido. Havia algum pigmento na pele dele, mas estava descolorido com a
intensa palidez. O mais surpreendente de tudo eram suas roupas. Ele usava um longo
casaco escuro que gritava dinheiro, junto com um cachecol vermelho de cashmere.
Abaixo dele, eu podia ver uma corrente de ouro que combinava com o brinco que ele
usava em uma de suas orelhas. Minha impressão inicial daquele extravagante seria de
um pirata ou um cafetão. Um momento depois, eu mudei de ideia. Algo nele dizia que
ele era o tipo de cara que quebrava joelhos para conseguir o que queria.
“Sonho, eh? Isso,” o Moroi disse, com um leve sorriso, “não é algo que eu ouço
sempre. Bem, não.” Ele reconsiderou. “Eu ocasionalmente apareço nos pesadelos das
pessoas.” Ele não era nem americano nem russo; eu não conseguia identificar o
sotaque.
Ele estava tentando me impressionar ou me intimidar com sua reputação ruim?
Sydney não tinha estado exatamente com medo dele, mas ela certamente possuía
uma quantidade saudável de cuidado.
“Bem, eu assumo que você já saiba quem sou,” eu disse. “Então, a questão é, o
que você está fazendo aqui?”
“Não,” ele disse, o sorriso ficando mais duro. “A pergunta é, o que você está
fazendo aqui?”
Eu gesticulei em direção a casa, tentando bancar a bacana. “Vou a um funeral.”
“Não é por isso que você veio para Rússia.”
“Eu vim para Rússia para dizer aos Belikov que Dimitri está morto, já que ninguém
se incomodou em fazer isso.” Isso estava se tornando uma explicação útil do porque
eu estava aqui, e de novo eu senti a ponta perigosa da personalidade jovial dele.
Abe balançou a cabeça, e agora o sorriso tinha sumido. “Essa também não é a
razão. Não minta para mim, garotinha.”
Eu senti meu descuido aumentar. “E não me interrogue, velhote. A não ser que
você esteja pronto para me dizer porque você e seus ajudantes arriscaram dirigir
naquela estrada para pegar Sydney e eu.” Os dhampirs de Abe se endureceram com a
palavra velhote, mas para minha surpresa, ele sorriu de novo – embora o sorriso não
tenho alcançado seus olhos.
“Talvez eu estivesse apenas ajudando.”
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“Não pelo que ouvi. Foi você quem fez os alquimistas enviarem Sydney aqui
comigo.”
“Oh?” ele arqueou uma sobrancelha. “Ela te disse isso? Mmm... isso é um mal
comportamento por parte dela. Os superiores dela não vão gostar. Nem um pouco.”
Oh, merda. Eu falei sem pensar. Eu não queria meter Sydney em problemas. Se
Abe realmente era um tipo de Poderoso Chefão Moroi – do que ela tinha chamado
ele? Zmey? A cobra? – eu não duvidava que ele poderia convencer os outros
alquimistas a deixarem a vida dela ainda mais miserável.
“Eu forcei ela a me dizer,” eu menti. “Eu... eu a ameacei no trem. Não foi tão
difícil. Ela já morre de medo de mim.”
“Eu não duvido que ela morra. Todos eles tem medo de nós, ligados por séculos
de tradição e se escondendo atrás de suas cruzes para proteger eles – apesar dos dons
que eles tem através de suas tatuagens. Em muitos jeitos, eles tem os mesmos traços
que os dhampirs – só não tem problemas de reprodução.” Ele olhou para as estrelas
enquanto falava, como uma espécie de filósofo meditando sobre os mistérios do
universo. De alguma forma, isso me deixou ainda mais irritada. Ele estava tratando
como se fosse uma piada, quando ele claramente tinha algum plano em relação a mim.
Eu não gostava de ser parte dos planos de ninguém – particularmente quando não
sabia que planos eram esses.
“Yeah, yeah, tenho certeza que poderíamos falar sobre os alquimistas e como
você controla eles a noite toda,” eu surtei. “Mas eu ainda quero saber o que você quer
comigo.”
“Nada,” ele disse simplesmente.
“Nada? Você passou por vários problemas para me colocar com Sydney e me
seguir aqui para nada.”
Ele olhou de volta para o céu, e havia um brilho perigoso em seu olhar. “Você não
me interessa. Eu tenho meu próprio negócio. Eu vim a favor de outros que estão
interessados em você.”
Eu endureci, e finalmente, medo verdadeiro passou por mim. Merda. Havia
procura por mim. Mas quem? Lissa? Adrian? Tatiana? De novo, essa última me deixou
nervosa. Os outros iriam me procurar porque se importavam. Mas Tatiana... Tatiana
temia que eu fugisse com Adrian. Mais uma vez eu pensei que se ela queria que eu
fosse encontrada, poderia ser porque ela queria se assegurar que eu não voltasse. Abe
me parecia o tipo de pessoa que fazia as pessoas desaparecerem.
“E o que os outros querem? Eles querem que eu vá para casa?” eu perguntei,
tentando parecer corajosa. “Você achou que poderia vir aqui e me arrastar de volta
para os EUA?”
Aquele sorriso de segredos de Abe retornou. “Você acha que eu poderia te
arrastar de volta?”
“Bem,” eu zombei, de novo sem pensar, “você não poderia. Seus homens
poderiam. Bem, talvez, eu posso ser capaz de derrubar eles.”
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Abe riu alto pela primeira vez, um som rico e profundo cheio de uma diversão
sincera. “Você faz jus a sua reputação. Encantador.” Ótimo.
Abe provavelmente tinha todo um arquivo sobre mim em algum lugar. Ele
provavelmente sabia o que eu gostava de comer no café. “Eu faço um trato com você.
Me diga porque está aqui, e eu te digo porque estou aqui.”
“Eu já te disse.”
Em um segundo, a risada desapareceu. Ele deu um passo mais para perto, e eu vi
os guardiões ficarem tensos. “E eu te disse para não mentir para mim. Você tem um
motivo para estar aqui. Eu preciso saber o que é.”
“Rose? Você pode entrar?”
Na casa dos Belikov, a voz clara de Viktoria correu pela noite. Olhando para trás de
mim, eu vi ela parada na porta. De repente, eu queria sair de perto de Abe. Tinha algo
letal debaixo daquela exagerada e jovial fachada, e eu não queria passar outro minuto
com ele. Virando, eu comecei a andar em direção da casa, meio que esperando que os
guardiões dele viessem me sequestrar, apesar das palavras dele. Os dois guardiões
ficaram onde estavam, mas seus olhos me observavam com cuidado. O sorriso
esquisito de Abe voltou para seu rosto.
“Desculpe por não poder ficar e conversar,” eu disse.
“Está tudo bem,” ele disse exageradamente. “Vamos encontrar tempo mais
tarde.”
“Dificilmente,” eu disse. Ele riu, e eu segui rapidamente Viktoria de volta para
casa, sem me sentir segura até que fechei a porta. “Eu não gosto daquele cara.”
“Abe?” ela perguntou. “Eu pensei que ele era seu amigo.”
“Dificilmente. Ele é um tipo de gangster, certo?”
“Eu suponho,” ela disse, como se não fosse nada demais. “Mas ele é o motivo do
porque você está aqui.”
“Yeah, eu sei sobre ele ter ido nos buscar.”
Viktoria balançou sua cabeça. “Não, eu quero dizer aqui. Eu acho que quando você
estava no carro, você ficou dizendo, ‘Belikov, Belikov’. Abe achou que você nos
conhecia. É por isso que ele te trouxe para nossa casa.”
Isso era surpreendente. Eu estava sonhando com Dimitri, então é claro que eu iria
dizer o sobrenome dele. Mas eu não fazia ideia de que fora assim que acabei aqui. Eu
achei que era porque Olena tinha treinamento médico.
Então Viktoria acrescentou a coisa mais surpreendente de todas. “Quando ele
percebeu que nós não te conhecíamos, ele ia te levar para outro lugar – mas vovó
disse que precisávamos ficar com você. Eu acho que ela teve um sonho de que você
viria.”
“O que?” A maluca e assustadora Yeva que me odiava? “Yeva sonhou comigo?”
Viktoria acenou. “É um dom que ela tem. Tem certeza que não conhece Abe? Ele é
importante demais para estar aqui sem motivo.”
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Olena correu até nós antes de eu poder responder. Ela pegou meu braço.
“Estivemos procurando você. Porque demorou tanto?” A pergunta era dirigida para
Viktoria.
“Abe estava –”
Olena balançou sua cabeça. “Esqueça. Venha. Todos estão esperando.”
“Pelo que?” eu perguntei, deixando ela me arrastar pela casa até o quintal.
“Eu devia te dizer,” explicou Viktoria, andando junto. “Essa é a parte onde todo
mundo senta e lembra de Dimitri contando histórias.”
“Ninguém vê ele a tanto tempo; não sabemos o que aconteceu com ele
recentemente,” disse Olena. “Precisamos que você nos conte.”
Eu recuei. Eu? Eu me neguei a continuar com isso, particularmente quando
emergimos do lado de fora e eu vi todos aqueles rostos na fogueira. Eu não conhecia
nenhum deles.
Como eu poderia falar de Dimitri? Como eu poderia revelar o que estava fechado
no meu coração? Todos pareceram se misturar juntos, e eu pensei que iria desmaiar.
Por um momento, nenhum deles me notou. Karolina estava falando, seu bebê nos
braços. De vez em quando ela parava, e os outros riam. Viktoria sentou em um ponto
coberto por um cobertor no chão e eu sentei perto dela. Sydney se junto a nós um
pouco depois.
“O que ela está dizendo?” eu sussurrei.
Viktoria ouviu sua irmã por alguns momentos e então se inclinou mais perto de
mim. “Ela está falando sobre quando Dimitri era muito jovem, como ele costumava
sempre implorar para ela e seus amigos que deixasse ele brincar com eles. Ele tinha
cerca de seis anos e eles tinham oito e não queriam ele por perto.” Viktoria pausou de
novo para ouvir a próxima parte da história. “Finalmente, Karolina disse a ele que ele
poderia se ele concordasse em casar com um das bonecas deles. Então Karolina e seus
amigos vestiram ele e as bonecas de novo e de novo e ficavam fazendo casamentos.
Dimitri se casou pelo menos 10 vezes.”
Eu não consegui me impedir de rir enquanto eu tentava imaginar, o sexy Dimitri
deixando sua irmã mais velha vestir ele. Ele provavelmente teria tratado essa
cerimônia de casamento com uma boneca séria e com auto domínio igual ao que ele
tinha nos assuntos de guardiões.
Outras pessoas falaram, e eu tentei acompanhar a tradução. Todas as histórias
eram sobre a bondade e força de caráter de Dimitri. Mesmo quando não estava
lutando contra os mortos vivos, Dimitri sempre esteve lá para ajudar quem precisava.
Quase todo mundo conseguia se lembrar de algum tempo quando Dimitri tinha parado
para ajudar outros, saindo do seu caminho para fazer o que era certo, mesmo nas
situações que poderiam colocar ele em risco. Isso não era surpresa para mim. Dimitri
sempre fazia a coisa certa.
E foi essa atitude que me fez amar tanto ele. Eu tinha uma natureza similar. Eu
também corro quando os outros precisam de mim, as vezes quando não deveria.
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Outros me chamam de louca por fazer isso, mas Dimitri entendeu. Ele sempre me
entendia, e parte do que trabalhávamos era como controlar essa necessidade
impulsiva para correr para o perigo com razão e cálculo. Eu tinha o pressentimento
que mais ninguém nesse mundo iria me entender do jeito que ele entendia.
Eu não notei o quão forte as lágrimas estavam rolando pelas minhas bochechas
até que vi todos olhando para mim. A princípio, eu pensei que eles me consideravam
maluca por chorar, mas então eu percebi que alguém me fez uma pergunta.
“Eles querem que você fale sobre os últimos dias de Dimitri,” Viktoria disse. “Nos
conte algo. O que ele fez. Como ele era.”
Eu usei minhas mangas para limpar meu rosto e desviei o olhar, me focando na
fogueira. Eu falei na frente de outros antes sem hesitar, mas isso era diferente. “Eu...
eu não posso,” eu disse a Viktoria, minha voz firme e suave. “Eu não posso falar sobre
ele.”
Ela apertou minha mão. “Por favor. Eles precisam ouvir sobre ele. Eles precisam
saber. Só nos conte qualquer coisa. Como ele era?”
“Ele... ele era seu irmão. Você sabe.”
“Sim,” ela disse gentilmente. “Mas queremos saber como você acha que ele era.”
Meus olhos ainda estavam na fogueira, observando como as chamas dançavam e
mudavam de laranja para azul. “Ele... ele era o melhor homem que já conheci.” Eu
parei para me preparar, e Viktoria usou a oportunidade para traduzir as palavras em
russo. “E ele era um dos melhores guardiões. Eu quero dizer, ele era jovem comparado
a vários deles, mas todos sabiam quem ele era. Todos conheciam a reputação dele, e
várias pessoas confiavam nos conselhos dele. Eles chamavam ele de deus. E onde quer
que houvesse uma luta... ou perigo... ele era sempre o primeiro a se colocar lá. Ele
nunca recuou. E alguns meses atrás, quando nossa escola foi atacada...”
Eu me engasguei um pouco. Os Belikovs falaram que sabiam do ataque – que
todos sabiam – e pelos rostos daqui, era verdade. Eu não precisei elaborar sobre
aquela noite, e os horrores que eu vi.
“Aquela noite,” eu continuei, “Dimitri correu para enfrentar os Strigoi. Eu e ele
estávamos juntos quando percebemos que eles estavam atacando. Eu queria ficar e
ajudar ele, mas ele não me deixou. Ele me disse para ir, para correr e alertar os outros.
E ele ficou para trás – sem saber quantos Strigoi ele teria que derrubar enquanto eu ia
buscar ajuda. Eu ainda não sei com quantos ele lutou – mas haviam vários. E ele
derrubou todos eles sozinho.”
Eu me atrevi a olhar para os rostos ao meu redor. Todos estavam tão quietos e
parados que eu me perguntei se eles sequer estavam respirando. “Foi tão difícil,” eu
disse a eles. Sem perceber, minha voz caiu para um sussurro. Eu tive que repetir mais
alto. “Foi tão difícil. Eu não queria deixar ele, mas eu sabia que precisava. Ele me
ensinou tanto, mas uma das maiores coisas era que sempre temos que proteger
outros. Era meu dever avisar a todos, mesmo que eu apenas quisesse ficar com ele.
Todo o tempo eu fiquei repetindo para mim mesma, “Volte, volte. Vá até ele!” Mas eu
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sabia o que eu tinha que fazer – e eu também sabia que parte dele estava tentando
me manter segura. E se o papel fosse reverso... bem, eu teria feito ele correr também.”
Eu suspirei, surpresa por revelar tanto do meu coração. Eu voltei para o modo
negócios. “Mesmo quando os outros guardiões se juntaram a ele, Dimitri nunca
recuou. Ele derrubou mais Strigoi do que ninguém.” Christian e eu tínhamos matado a
maioria na verdade. “Ele... foi incrível.”
Eu contei a eles o resto da história que eu tinha contado aos Belikovs. Só que eu
forcei um pouco de detalhes dessa vez, dizendo eles o quão vívido e bravo e poderoso
ele foi. As palavras me machucavam enquanto eu falava, e ainda sim... era quase um
alívio soltar elas. Eu mantive as memórias daquela noite fechadas em mim. Mas
eventualmente, eu tive que contar a eles sobre a caverna. E aquilo... aquilo era o pior.
“Fizemos uma armadilha para os Strigoi na caverna. Haviam duas entradas, e
viemos dos dois lados. Uma parte do nosso pessoal ficou preso, e havia mais Strigoi do
que esperávamos. Perdemos gente... mas teríamos perdido muito mais se Dimitri não
estivesse lá. Ele não sairia até que todos estivessem fora. Ele não se preocupou com o
risco para si mesmo. Ele só sabia que tinha que salvar outros...”
Eu vi nos olhos dele, aquela determinação. Nosso plano era finalmente recuar
assim que todos escapassem, mas eu tinha o pressentimento que ele teria ficado e
matado cada Strigoi que ele pudesse encontrar. Mas ele também seguia ordens,
finalmente começando a recuar quando os outros estavam em segurança. E naqueles
últimos momentos, logo antes do Strigoi morder ele, Dimitri encontrou meus olhos e
encarou tão cheio de amor que foi como se toda a caverna se enchesse de luz. A
expressão dele dizia o que havíamos conversado mais cedo: Podemos ficar juntos,
Rose. Logo. Estamos quase lá. E nada vai nos separar de novo...
Mas não mencionei essa parte. Quando finalmente terminei o resto da história, o
rosto daqueles reunidos estavam triste, mas cheio de temor e respeito. Perto do fundo
da multidão, eu notei Abe e seus guardiões ouvindo também. A expressão dele era
ilegível. Dura, mas não irritada ou assustadora. Copos pequenos começaram a circular
pelo grupo, e alguém me entregou um. Um dhampir que eu não conhecia, um dos
poucos homens presente, levantou e ergueu seu copo no ar. Ele falou alto e
reverentemente, e eu ouvi o nome de Dimitri mencionado vários vezes. Quando ele
terminou, ele bebeu do copo. Todos os outros beberam então eu segui a deixa.
Era como fogo em forma liquida. Foi preciso toda minha força para engolir e não
cuspir naqueles ao meu redor. “O... o que é isso?” Eu perguntei, tossindo.
Viktoria sorriu. “Vodka.”
Eu olhei para o copo. “Não, não é. Eu já tomei Vodka.”
“Não vodka russa.”
Aparentemente não. Eu forcei o resto do copo por respeito a Dimitri, embora eu
tivesse o pressentimento de que se ele estivesse aqui, ele estaria balançando sua
cabeça para mim. Eu pensei que tinha terminado de ser o centro das atenções na
história, mas aparentemente não. Todos ficavam fazendo perguntas. Eles queriam
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saber mais sobre Dimitri, mais sobre como era a vida dele recentemente. Eles também
queriam saber sobre mim e Dimitri como um casal. Todos eles pareciam ter
descoberto que Dimitri e eu estávamos apaixonados – e eles não se importaram. Me
perguntaram sobre quando nos conhecemos, quanto tempo estivemos juntos...
E o tempo todo, algum ficava enchendo meu copo. Determinada a não parecer
uma idiota de novo, eu fiquei bebendo até finalmente conseguir beber a vodka sem
tossir ou derramar. Quanto mais eu bebia, mais altas e animadas minhas histórias
ficavam. Meus membros começaram a formigar, e parte de mim sabia que isso
provavelmente era uma má ideia. Ok, toda parte minha sabia.
Finalmente, as pessoas começaram a ir embora. Eu não fazia ideia de que horas
era, mas eu acho que era metade da noite. Talvez mais tarde. Eu levantei também,
achando muito mais difícil do que eu esperava. O mundo girou, e meu estômago não
estava muito feliz comigo. Alguém pegou meu braço e me firmou.
“Calma,” disse Sydney. “Não force.” Devagar, cuidadosamente, ela me levou para
a casa.
“Deus,” eu gemi. “Eles usavam essa coisa para abastecer foguetes?”
“Ninguém te obrigou a beber.”
“Hey, não me dê sermões. Além do mais, eu tinha que ser educada.”
“Claro,” ela disse.
Conseguimos entrar e então tínhamos a tarefa impossível de subir as escadas para
o quarto que Olena me cedeu. Cada passo era agonia.
“Todos eles sabiam sobre Dimitri e eu,” eu disse, imaginando se eu estava dizendo
alguma parte disso sóbria. “Mas nunca disse a eles que estávamos juntos.”
“Você não precisava. Está escrito no seu rosto.”
“Eles agiram como se eu fosse a viúva dele ou algo assim.”
“É como se fosse.” Chegamos no meu quarto, e ela me ajudou a sentar na cama.
“Não são muitas pessoas que se casam por aqui. Se você estiver com alguém por
tempo o bastante, eles acham que é quase a mesma coisa.”
Eu suspirei e encarei sem nenhum foco em particular. “Eu sinto tanta falta dele.”
“Sinto muito,” ela disse.
“Algum dia vai melhorar?”
A pergunta pareceu pegar ela de surpresa. “Eu... eu não sei.”
“Você já se apaixonou?’
Ela balançou a cabeça. “Não.”
Eu não tinha certeza se isso fazia dela sortuda ou não. Eu não tinha certeza se
todos os dias brilhantes que eu tive com Dimitri valeram a dor que eu sentia agora. Um
momento depois, eu sabia a verdade. “É claro que valeram.”
“Huh?” perguntou Sydney.
Eu percebi que falei meus pensamentos em voz alta. “Nada. Só estava falando
comigo mesma. Eu deveria dormir um pouco.”
“Você precisa de mais alguma coisa? Você vai ficar enjoada?”
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Eu avaliei a situação do meu estômago. “Não, mas obrigado.”
“Ok.” No jeito tipicamente brusco dela, ela saiu, desligando as luzes e fechando a
porta.
Eu pensei que iria desmaiar imediatamente. Honestamente, eu queria. Minha
cabeça foi aberta para tanto de Dimitri hoje a noite, e eu queria que a dor fosse
embora. Eu queria escuridão e ignorância. Ao invés disso, talvez porque eu estava
querendo me punir, minha cabeça decidiu terminar o trabalho e se abrir
completamente.
Eu fui visitar Lissa

Um comentário:

Unknown disse...

Continua tô mt ansiosa é viciada na história