segunda-feira, 28 de maio de 2012

A,Vampiro - promessa de sangue (capitulo 8)


CAPÍTULO OITO
As reações foram misturadas entre os familiares de Dimitri. Alguns choraram.
Alguns ficaram chocados. E alguns – principalmente Yeva e Viktoria – simplesmente
absorveram e mantiveram a emoção longe de seus rostos, como Dimitri teria feito.
Isso me chateou tanto quanto as lágrimas; me lembrou demais dele. De todos eles, a
grávida Sonya – que chegou logo depois da noticia – teve a reação física mais intensa.
Ela correu chorando até sua mãe e não saiu.
Não levou muito tempo, no entanto, para Yeva e Olena agirem. Elas falaram
rapidamente em russo, claramente planejando algo. Ligações foram feitas, e Viktoria
foi despachada para fazer tarefas. Ninguém parecia precisar de mim, então eu
basicamente perambulei pela casa e tentei ficar fora do caminho,.
Eu me encontrei estudando as prateleiras que tinha visto mais cedo, passando
minhas mãos pelos lindos livros com capa de couro. Os títulos estavam em cirílico, mas
não importou.
“Procurando por uma leitura leve?” Sydney andou e parou ao meu lado. Ela não
estava por perto mais cedo mas ouviu as noticias.
“Muito leve, já que eu não consigo entender nenhuma delas,” eu repliquei. Eu
gesticulei em direção aos familiares. “O que está acontecendo?”
“Estão planejando o funeral de Dimitri,” Sydney explicou. “Ou, bem, seu
memorial.”
Eu franzi. “Mas ele não está morto –”
“Shh.” Ela me cortou com um gesto afiado e olhou ansiosa para os outros
enquanto eles se movimentavam. “Não diga isso.”
“Mas é verdade,” eu falei em resposta.
Ela balançou a cabeça. “Não para eles. Aqui... nesses vilarejos... não existe um
meio termo. Você está vivo ou você está morto. Eles não vão reconhecer ele ser um...
daqueles.” Ela não conseguiu esconder o nojo da sua voz. “Para todas as intenções e
propósitos, ele está morto para eles. Eles vão ficar em luto por ele e seguir em frente.
Você também deveria.” Eu não me ofendi com a atitude dura dela porque eu sabia que
ela não queria ser dura. Era simplesmente o jeito dela.
O problema era, que no estado de meio termo era bem real para mim, e não tinha
como eu seguir em frente. Ainda não.
“Rose...” começou Sidney depois de vários segundos de silêncio. Ela não olhou nos
meus olhos. “Sinto muito.”
“Você diz, por Dimitri?”
“Yeah... eu não fazia ideia. Eu não fui muito gentil com você. Eu quero dizer, não
vou agir como se me sentisse melhor por andar com sua gente, mas vocês ainda são...
bem, não humanos, obviamente. Mas... eu não sei. Você ainda tem sentimentos; você
ainda ama e se magoa. E enquanto estávamos vindo aqui, você tinha essa horrível
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noticia com você, e eu não facilitei. Então sinto muito por isso. E sinto muito por
pensar o pior de você.”
A princípio, eu pensei que ela estava falando sobre pensar que eu era maligna,
mas então eu entendi. Ela pensou todo esse tempo que eu realmente vim aqui para
ser uma meretriz de sangue e agora acreditava que entregar as noticias para a família
de Dimitri tinha sido meu único propósito. Não me incomodei em corrigir ela.
“Obrigado, mas você não tinha como saber. E honestamente, se eu estivesse no
seu lugar... eu não sei. Eu provavelmente agiria do mesmo jeito.”
“Não,” ela disse. “Você não agiria. Você é sempre gentil com as pessoas.”
Eu dei a ela um olhar incrédulo. “Você esteve viajando com outra pessoa nos
últimos dias? Em casa, eu tenho uma reputação de nem sempre ser gentil. Eu tenho
uma atitude e eu sei.”
Ela sorriu. “Yeah, você tem. Mas você também diz a coisa certa para as pessoas
quando precisa. Dizer aos Belikov o que você disse... bem, isso foi difícil. E não importa
o que você diga, você é educada e faz coisas para ajudar as pessoas a se sentirem bem.
Na maioria das vezes.”
Eu estava um pouco assustada. Era assim que eu parecia? Eu frequentemente
pensava em mim com a rainha das vadias impulsivas e tentei pensar em meu
comportamento com ela durante os últimos dias. Eu tinha discutido muito com ela,
porém com os outros que nós encontramos, eu acho que eu fui amigável.
“bem, obrigada,” eu disse, sem saber o que mais dizer.
“Você já viu Abe? Quando andou pela cidade?”
“Não,” eu disse, percebendo que eu tinha esquecido sobre o meu misterioso
salvador. “Eu deveria?”
“Eu só achei que ele iria encontrar você.”
“Quem é ele? Porque ele foi nos buscar quando você disse que eu estava
machucada?”
Sydney hesitou, e eu achei que iria ganhar um pouco mais do tratamento de
silêncio dos alquimistas. Então, depois de olhar ao redor desconfortavelmente, ela
disse em uma voz baixa, “Abe não é da realeza, mas ele é um cara muito importante.
Eles nem é russo, mas ele vem para cá, sempre a trabalho – tanto ilegal quanto legal,
eu acho. Ele é amigo de todos os Moroi importantes, e metade do tempo, parece que
ele controla os alquimistas, também. Eu sei que ele está envolvido no processo de
produção das nossas tatuagens... mas seus negócios vão além disso. Nós o demos um
apelido sem ele saber... Zmey.”
“Zma o que?” eu mal tinha ouvido a palavra. Ela soava como zz-may. Certamente
não era nada que eu já tenha escutado antes.
Ela deu um pequeno sorriso perante minha confusão. “Zmey é a palavra russa
para ‘cobra’. Mas não para qualquer cobra,” os olhos dela se estreitaram enquanto ela
ponderava uma melhor explicação. “É um termo usado em vários mitos. As vezes para
cobras gigantes que os heróis tem que combater. Existem também algumas histórias
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sobre feiticeiros com sangue de cobra que são chamados assim. A cobra no jardim do
Éden? Que fez Eva cair na tentação? Ele era chamado de zmey também.”
Eu tremi. Okay, isto era muito estranho, porém fez com que algo se encaixasse. Os
alquimistas alegavam ter ligações com lideres e autoridades, e Abe aparentemente
demonstrava muita influência sobres esses. “Foi Abe a pessoa que queria que você
viesse comigo para Baia? A razão que os alquimistas fizeram você vir pra cá?”
Novamente, ela pausou, e então concordou. “Yeah... quando eu fiz a ligação
aquela noite em São Petersburgo, me disseram que você estava sendo procurada. Abe
deu ordens através dos alquimistas para que eu ficasse com você até ele poder se
encontrar conosco aqui. Ele aparentemente tem estado procurando por você em
nome de alguém.”
Eu fiquei gelada. Meus medos estavam se realizando. Pessoas estavam
procurando por mim. Mas quem? Se Lissa tivesse iniciado uma perseguição, eu teria
sentido isso enquanto visitava sua mente. Eu também não achava que era Adrian, não
pelo jeito que ele parecia tão desesperado e sem ideia sobre o meu paradeiro. Além
do mais, ele parecia aceitar minha necessidade de realizar essa busca.
Então quem estava procurando por mim? E por que razão? Esse Abe soava como
uma pessoa de alto escalão – apesar de ser alguém envolvido com negócios obscuros –
alguém que poderia muito bem estar ligado a rainha ou outras pessoas quase tão
importante quanto ela. Teria sido ele ordenado a me achar e me levar de volta? Ou –
considerando o quanto a rainha me odiava – ele talvez teria sido ordenado a se
certificar que eu não voltasse? Estava eu lidando com um assassino? Sydney
certamente parecia considerar ele com um misto de medo e respeito.
“Talvez eu não queira me encontrar com ele,” eu disse.
“Eu não acho que ele irá te machucar. Quero dizer, se ele quisesse, ele já teria
feito. Mas seja cuidadosa. Ele sempre está jogando vários jogos de uma vez, e ele trata
de suficientes segredos que rivaliza com os alquimistas.”
“Então você não confia nele?”
Ela sorriu tristemente enquanto virava para ir embora. “Você esqueceu: eu não
confio em nenhum de vocês.”
Quando ela se foi, eu decidi sair de dentro de casa, para longe da tristeza e
arranjos sendo resolvidos dentro dela. Eu sentei no topo do degrau da varanda do
quintal, assistindo Paul brincar. Ele estava construindo um forte para alguns de seus
bonecos de ação. Embora sensível a aflição de sua família, era difícil ele ser muito
afetado pela “morte” de um tio que ele só tinha encontrado algumas poucas vezes. A
noticia não significava tanto pra ele quanto significava para o resto de nós.
Com tanto tempo sobrando para mim o resto do dia, eu decidi dar uma rápida
conferida em Lissa. Pois querendo ou não, eu estava meio curiosa sobre como as
coisas tinham se resolvido para Avery Lazar.
Enquanto as intenções de Lissa eram boas, ela ainda tinha tido algumas dúvidas
sobre almoçar com Avery. E ainda, ela ficou agradavelmente surpresa por ver Avery se
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encaixando perfeitamente, encantando ambos Adrian e Christian. Admitidamente,
Adrian era impressionado por quase qualquer coisa feminina. Christian era mais difícil
de ganhar, mas até ele parecia estar ficando mais e mais encantado por ela –
provavelmente porque ela ficava tesando Adrian. Qualquer um que fizesse piada as
custas de Adrian subia na lista de pontos de Christian.
“Sendo assim, explique isso,” Avery disse, enrolando o linguine no garfo. “Você
apenas, tipo, perambula pela academia o dia inteiro? Você está tentando refazer suas
experiências do ensino médio?”
“Nada de refazer,” disse Adrian com orgulho. “Eu totalmente regi o meu ensino
médio. Eu era cultuado e adorado – não que isso seja um choque.” Ao lado dele,
Christian quase se engasgou com sua comida.
“E aí... você estava tentando reviver seus dias de glória. Isso tudo foi por água
abaixo desde então, huh?”
“De jeito nenhum,” disse Adrian. “Eu sou como um vinho fino. Ficou melhor com o
tempo. O melhor ainda está por vim.”
“Parece que ficará velho depois de um tempo,” disse Avery, aparentemente não
convencida pela convincente comparação com vinho. “Eu certamente estou entediada,
e eu até passei parte do dia ajudando meu pai.”
“Adrian dorme a maior parte do dia,” apontou Lissa, tentando manter a rosto
sério. “Assim ele não tem realmente que se preocupar sobre encontrar coisas pra
fazer.”
“Hey, eu passo uma boa porção do meu tempo ajudando você a desvendar os
mistérios do Espírito,” Adrian a lembrou.
Avery se inclinou para frente, curiosidade por todo o seu bonito rosto. “Então isso
é realmente real? Eu ouvi histórias sobre Espírito... e como você pode curar pessoas?”
Levou um momento até Lissa responder. Ela não estava certa se conseguiria se
acostumar com o fato de sua magia ser exposta a todos. “Entre outras coisas. Nós
ainda estamos tentando compreender isso.”
Adrian estava mais ansioso que ela para discutir isso – provavelmente na
esperança de impressionar Avery – e providenciou um rápido resumo de algumas das
habilidades do Espírito, como auras e compulsão. “E,” ele adicionou, “eu posso visitar
os sonhos das pessoas.”
Christian levantou a mão. “Pare. Eu acabei de sentir que há um comentário vindo
sobre como as mulheres já sonham com você. Eu comi agora, você sabe.”
“Eu não estava indo por esse caminho,” disse Adrian. Mas ele meio que parecia
como se desejasse que ele tivesse pensado na piada primeiro. Eu não pude não achar
engraçado.
Adrian era tão imprudente e petulante em público... mas aí, nos meus sonhos, ele
mostrava o seu lado sério e preocupado. Ele era mais complexo do que qualquer um o
dava crédito.
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Avery parecia derrotada. “Cara. Eu costumava pensar que Ar era legal. Acho que
não.” Uma pequena brisa de repente soprou o cabelo dela, fazendo-a parecer como se
estivesse pousando para um ensaio fotográfico de roupa de banho. Ela deu ao grupo
um sorrido deslumbrante. Tudo que faltava era um fotógrafo.
O som do sinal fez todos eles se levantarem. Christian percebeu que tinha deixado
a lição em outra sala e saiu apressado para pega-la – depois de dar um beijo de
despedida em Lissa, é claro.
Adrian saiu igualmente apressado. “Os professores começam a me dar olhares
sujos se eu perambulo por ai depois que as aulas começam.” Ele deu a Lissa e Avery
uma pequena meia reverência.
“Até a próxima vez, senhoras.”
Avery, que não poderia se importar menos com o que os professores pensavam,
acompanhou Lissa até sua próxima aula. O rosto da garota mais velha estava
pensativo. “Então... você realmente está com Christian, certo?” Ela sempre estava. Se
Avery tivesse visto metade das coisas que eu tinha visto Christian e Lissa fazerem
através da nossa ligação, não haveria nenhuma pergunta.
Lissa riu. “Sim, porque?”
Avery hesitou, provocando a curiosidade de Lissa. “Bem... eu ouvi que você estava
envolvida com Adrian.”
Lissa quase parou de andar. “Onde você ouviu isso?”
“Na corte. A rainha estava dizendo o quando ela estava feliz sobre vocês serem
um casal e como vocês estão sempre juntos.”
Lissa gemeu. “Isto é porque sempre que eu vou para a corte, ela convida ele
também e então nos manda para fazer coisas para ela. Isso não é por escolha... bem,
quero dizer, não me entenda mal. Eu não me importo em passar tempo com ele, mas a
razão de nós estarmos sempre juntos é porque Tatiana nos faz.”
“Ela parece gostar de você, entretanto. Ela fala sobre você o tempo todo, sobre
quanto potencial você tem e como ela está orgulhosa de você.”
“Eu achou que ela está orgulhosa de me manipular. Ir lá é um saco. Ela também
ignora totalmente o fato que eu estou saindo com Christian ou em qualquer chance
que ela tem começa a insultá-lo.” Rainha Tatiana, como muitas outras pessoas, nunca
conseguia perdoar os pais de Christian por vontade própria terem se tornado Strigoi.
“Desculpa,” disse Avery, parecendo como se ela se sentisse realmente mal. “Eu
não queria trazer a tona um assunto ruim. Eu só meio que queria saber se Adrian
estava disponível, é tudo.”
Lissa não estava furiosa com Avery. Sua fúria se voltou para a rainha, em como ela
assumia que todo mundo iria se comportar do jeito que ela queria e dançar quando ela
mandasse. O mundo Moroi tinha sido regido por reis e rainhas desde o início dos
tempos, e as vezes, Lissa pensava que era tempo para uma mudança. Eles precisavam
de um sistema onde todos fossem vistos como iguais – reais e não reais. Até os
Dhampirs.
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Quanto mais ela pensava sobre isso, mais ela sentia seu temperamento piorar,
raiva e frustração inflamando de um jeito mais comum para mim do que para ela.
Fazendo ela querer gritar as vezes, ir até Tatiana e dizer a ela que o trato estava
acabado. Nenhuma faculdade valia isso. Talvez ela até dissesse a Tatiana que era hora
de uma revolução, hora de superar o passado Moroi – Lissa piscou, surpresa por
descobrir que ela estava tremendo. De onde aquela emoção tinha vindo? Uma coisa
era estar chateada com Tatiana, mas isso...?
Ela não tinha tido esse tipo de fúria sem controle desde as primeiras vezes que ela
tinha começado a usar o Espírito. Respirando fundo, ela tentou usar algumas das
técnicas calmantes que tinha adquirido assim Avery não saberia o quão louca ela
quase tinha se tornado.
“Eu só odeio as pessoas falando sobre mim, é tudo,” Lissa disse finalmente.
Avery não parecia ter notado o lapso de raiva. “Bem, se isso te faz sentir melhor,
nem todos pensam isso sobre você. Eu encontrei um garota... Mia? Yeah, este era seu
nome. Uma não realeza.” O tom desdenhoso de Avery sugeria que ela tinha a mesma
visão que um monte de realezas tinham em relação aos Moroi “comuns”. “Ela apenas
riu sobre você e Adrian estarem juntos. Disse que isso era ridículo.”
Lissa quase sorriu com isso. Mia tinha sido uma vez rival de Lissa e uma
egocêntrica pirralha. Porém, depois que um Strigoi matou sua mãe, Mia tinha
adquirido uma atitude feroz e determinada, uma que tanto eu quanto Lissa
gostávamos imensamente. Mia vivia na corte com seu pai, secretamente treinando
luta, assim ela seria capaz de combater Strigoi um dia.
“Oh,” disse Avery de repente. “Aí está Simon. Eu devo ir.”
Lissa olhou através do corredor e viu o severo guardião de Avery. Simon pode não
ser tão sério quanto o irmão de Avery, Reed, mas ele ainda tinha a mesma rigidez e
duro olhar que ele tinha quando Lissa o encontrou pela primeira vez. Avery parecia se
dar bem com ele, entretanto.
“Okay,” disse Lissa. “Te vejo mais tarde.”
“Pode apostar,” disse Avery, começando a virar para ir.
“Oh, e Avery?”
Avery olhou para Lissa. “Yeah?”
“Adrian está disponível.”
Avery respondeu apenas com um pequeno sorriso antes de ir se juntar com
Simon. De volta com os Belikovs em Baia, a cerimônia memorial estava progredindo.
Vizinhos e amigos, todos Dhampirs, lentamente chegavam, na maioria trazendo
comida. Essa era minha primeira olhada na comunidade Dhampir, apesar dela ainda
não parecer tão misteriosa quanto Sydney tinha insinuado. A cozinha se tornou um
salão de festas, com todo as superfícies do balcão e mesa cobertas com pratos. Alguns
eram comidas que eu conhecia, e tinha um monte de sobremesas – biscoitos e massas
cobertos de nozes e açúcar que pareciam saídos do forno. Alguns dos pratos eu nunca
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tinha visto antes e não tinha certeza se queria ver de novo. Tinhas uma tigela viscosa
de repolho em particular que me fez desviar do meu caminho para evitá-la.
Mas antes de nós comermos, todos foram para fora e se juntaram em um semicirculo
no quintal. Esse era o único lugar que conseguia acomodar tantas pessoas. E
então um padre apareceu, um padre humano. Isso me surpreendeu um pouco, mas eu
supus que quando viviam em uma cidade humana, dhampirs iam a igrejas humanas. E
para a maioria dos humanos, dhampirs eram parecidos com eles, assim o padre sem
dúvida pensava que estava atendendo a um normal chamado. Um punhado de Moroi
que estavam na cidade também estavam presentes, porém eles, também, poderiam
mais ou menos passar por humanos – humanos pálidos – se eles fossem discretos com
as presas. Humanos não esperam ver coisas sobrenaturais, por isso sua mente
raramente considerava isso uma opção, mesmo quando isso estava bem na sua frente.
Todo mundo ficou em silêncio. Era pôr-do-sol agora, com fogo laranja queimando
no céu a oeste, e sombras caindo sobre todos nós. O padre executou a cerimônia
memorial em russo, orando em uma voz que soava sobrenatural no quintal escurecido.
Todos os cultos da igreja que eu já tinha visto eram em inglês, mas eu podia perceber
como esse tinha o mesmo sentido. De vez em quando, as pessoas diziam alguma coisa.
Eu não tinha ideia do que, assim eu simplesmente assistia e esperava, deixando a triste
voz do padre preencher minha alma. Meus sentimentos por Dimitri se agitavam dentro
de mim como uma tempestade crescendo, e eu me esforcei para manter-los dentro,
trancados em meu coração. Quando a cerimônia finalmente acabou, a sombria
pressão que tinha engolfado o grupo dispersou. Pessoas se movimentavam
novamente, abraçando os Belikovs e apertando a mão do padre. Ele foi embora logo
depois.
Comida seguiu. Pratos eram preenchidos, e todos sentavam onde achavam
espaço, seja isso dentro da casa ou no quintal. Nenhum dos convidados realmente me
conhecia, e a família de Dimitri estava muito ocupada para prestar muita atenção em
mim enquanto eles corriam de um lado para o outro e tentavam fazer todo mundo se
sentir bem vindo. Sydney ficou comigo muito tempo, e enquanto a conversa estava
leve entre nós, eu consegui sentir conforto através da presença dela. Nos sentamos no
chão da sala de estar, encostadas na parede perto da estante de livros. Ela tinha
beliscado sua comida, como sempre, o que me fez sorrir. Havia algo reconfortante
sobre aquele hábito familiar.
Quando o jantar acabou, pessoas continuaram conversando em pequenos grupos.
Eu não conseguia entender nada, mas eu continuava ouvindo o nome dele sendo
mencionado: Dimitri, Dimitri. Isso me lembrava do incompreensível silvo que os
fantasmas fizeram durante sua visita. Era opressivo e sufocante, a força do nome dele
pressionando o meu coração. Dimitri, Dimitri. Depois de um tempo, isso se tornou
demais. Sydney tinha se afastado por alguns momentos, então eu fui para fora para
conseguir um pouco de ar. Algumas pessoas tinham feito uma fogueira na parte de
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trás e estavam sentando ao seu redor, ainda falando sobre Dimitri, por isso eu fui em
direção a parte da frente da casa.
Eu andei pela rua, não planejando ir muito longe. A noite estava morna e clara,
com a lua e as estrelas queimando vivamente na escuridão sobre mim. Meus
sentimentos estavam confusos, e agora que eu estava longe dos outros, eu permiti que
um pouco da emoção presa dentro de mim se libertasse, vindo para fora como
lágrimas silenciosas nas minhas bochechas. Quando eu estava algumas casas longe, eu
sentei no meio-fio, descansando e desfrutando da quietude ao meu redor. Entretanto,
minha paz foi curta – meus afiados ouvidos captaram o som de vozes vindo da casa
dos Belikov. Três figuras apareceram. Uma, alta e esbelta, era Moroi, e os outros eram
dhampirs. Eu observei enquanto eles vinham e paravam na minha frente. Não me
importando com formalidades, eu lembrei onde eu estava, olhando acima pra os
negros olhos do Moroi. Eu não reconheci o grupo da cerimônia – mas eu reconheci o
Moroi de outro lugar. Eu dei a ele um sorriso meio torto.
“Abe Mazur, eu presumo.”

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