segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

house of night - marcada (capitulo 14)


QUATORZE
Esgrima foi totalmente legal, o que foi uma surpresa. A aula foi feito numa enorme
sala no ginásio que totalmente parecia um estúdio de dança, complete com paredes e teto
cheio de espelhos. Pendurados do telhado de um lado estavam manequins estranhos que
me lembravam um alvo de tiro tri dimensional. Todos chamavam o professor de Lankford
Dragon Lankford, ou apenas de Dragon. Não levei muito tempo para descobrir por que. A
tatuagem dele representava dois dragões cujos corpos de serpente, se embrulhavam na
linha da mandíbula dele. A cabeça deles estava acima das sobrancelhas e a boca deles
estavam abertas, cuspindo fogo na lua crescente. Era incrível e difícil não encarar. Além
do mais, Dragon era o primeiro vampiro adulto que eu via de perto. A principio ele me
confundiu. Eu acho que se você tivesse me perguntado o que eu acharia que era um
vampiro eu teria dito que era o oposto dele. Honestamente, eu tinha o estereótipo do
vampiro estrela de cinema na mente – alto, lindo, perigoso. Você sabe, como Vin Diesel.
De qualquer forma, Dragon é baixo, tem longos cabelos aloirados que ficam presos para
trás em um rabo de cavalo, e (a não ser pelo estilo poderoso da tatuagem de dragão) tem
um rosto fofo com um quente sorriso e só foi quando ele começou a mandar a turma a
fazer os aquecimentos que eu comecei a perceber o poder dele. No segundo que ele
pegou a espada (que eu descobri mais tarde que se chama florete) na tradicional
saudação ele pareceu se tornar outra pessoa – alguém que se movia extremamente
rápido e com graça. Ele fintava e se arremessava e sem esforço fez o resto da turma –
mesmo o pessoal que era bom, como Damien – parecer bonecos. Quando ele terminou de
liderar o aquecimento, o Dragon colocou todos em pares e os fez trabalhar no que ele
chamava de “movimentos padrões.” Eu fiquei aliviada quando ele fez Damien e eu sermos
parceiros.
“Zoey, é bom que você tenha se juntado a nós na House of Night,” Dragon disse,
apertando minha mão no jeito tradicional das vampiras amazonas. “Damien pode explicar
as diferentes partes do uniforme de esgrima para você, e vou te conseguir um uniforme
para você estudar nos próximos dias. Eu assumo que você nunca praticou esse esporte
antes?”
“Não, eu não estudei,” eu disse, e então adicionei nervosa, “mas gosto de aprender.
Eu quero dizer, a idéia de usar uma espada é legal.”
Dragon sorriu. “Florete,” ele corrigiu, “você estará aprendendo como usar um florete.
É a mais leve dos três tipos de armas que temos aqui, e uma excelente escolha para uma
mulher. Você sabia que esgrima é um dos únicos esportes onde homens e mulheres
podem competir em pé de igualdade?”
“Não,” eu disse, instantaneamente intrigada. Que legal não seria chutar a bunda de
um cara nesse esporte?!
“Isso é porque um esgrimista inteligente e concentrado pode com sucesso
compensar por qualquer deficiente que ele ou ela pode ter, e pode ser capaz até de
transformar essa deficiente – como força ou alcance – em uma vantagem. Em outras
palavras, você pode não ser tão forte ou rápida quanto o seu oponente, mas você pode
ser mais esperta ou ser capaz de se concentrar melhor, o que muda a moeda para o seu
favor. Certo, Damien?”
Damien sorriu. “Certo.”
“Damien é um dos esgrimistas mais concentrados que eu tive o privilegio de treinar
em décadas, o que faz dele um perigoso oponente.”
Eu dei um olhar pelo canto do olho para Damien, que corou com orgulho e prazer.
“Nas próximas semanas eu vou fazer Damien mostrar a você as manobras. Sempre
lembre, esgrima requer habilidade seqüencial e hierárquica por natureza. Se uma dessas
habilidades não é adquirida, outras habilidades serão difíceis para aprender e o esgrimista
estará em permanente e seria desvantagem.”
“Ok, eu vou lembrar,” eu disse. Dragon deu um sorriso quente de novo antes de sair
para ir trabalhar com os outros alunos.
“O que ele quis dizer é não fique desencorajada ou entediada por ter que fazer os
mesmos exercícios repetidamente.”
“Então o que você está dizendo é que você vai ser chato, mas tem um propósito
nisso?”
“Sim. E parte desse propósito será ajudar a levantar essa sua bunda fofa,” ele disse
alegre, me dando um tapinha com o lado do florete dele.
Eu bati nele e virei os olhos, mas depois de 20 minutos de ataques e defesas na
posição inicial e me arremessando – de novo e de novo – eu sabia que ele estava certo.
Minha bunda estaria me matando amanha.
Tomamos um rápido banho depois da aula (graças a Deus, havia chuveiros
separados para cada uma das garotas nos vestiários e não tivemos que barbaramente e
tragicamente tomar banho em uma enorme área aberta como se estivéssemos na prisão
ou algo assim) e então me apressei com o resto da multidão para ir ao salão de almoço –
mais conhecido como sala de jantar. E eu falo sério quando disse que me apressei. Eu
estava faminta.
O almoço foi um enorme Buffet de sala sirva-você-mesmo, que inclui tudo desde
salada de atum (eca) até aqueles mini milhos estranhos que são tão confusos, e nem tem
gosto de milho. (O que eles são exatamente? Milho bebê? Milho anão? Milho mutante?) Eu
enchi meu prato e peguei um enorme pedaço do que parecia e cheirava como pão recém
assado, e fui para o lado de Stevie Rae, com Damien logo atrás de mim. Erin e Shaunee já
estavam discutindo sobre o que fazer para a nota do trabalho para a aula de literatura
delas melhorar de nota, embora as duas tivessem recebido 96 como nota.
“Então, Zoey, manda. E quanto a Erik Night?” Stevie Rae perguntou no instante que
deu uma enorme mordida na salada. As palavras de Stevie Rae imediatamente fizeram as
Gêmeas calarem a boca e a atenção da mesa toda estava em mim.
Eu pensei sobre o que eu iria dizer sobre Erik, e decidi que não estava pronta para
contar a todos sobre a cena infeliz do boquete. Então eu apenas disse,” ele ficava olhando
para mim.” Quando eles franziram a testa para mim eu percebi que com a boca cheia de
salada o que eu realmente disse foi “Ele ficabu olando para mim.” Eu engoli e tentei de
novo. “Ele ficava olhando para mim. Na aula de teatro. Foi, sei lá, confuso.”
“Defina “olhando para mim,” Damien disse.
“Bem, aconteceu no segundo que ele entrou na aula, mas deu pra notar mais
quando ele estava nos dando um exemplo de um monologo. Ele fez aquele negocio de
Otelo, e quando ele disse a fala sobre amor e tal, ele olhou diretamente para mim. Eu
pensei que você só um acidente ou qualquer coisa assim, mas ele olhou para mim antes
de começar o monologo, e depois de novo quando estava saindo da sala.” Eu suspirei e
me remexi um pouco, inconfortável com o jeito que eles estavam me olhando. “Esqueça.
Provavelmente foi só parte da atuação.”
“Erik Night é o cara mais gostoso da escola toda,” Shaunee disse.
“Esqueça isso – ele é o cara mais gostoso desse planeta.” Erin disse.
“Ele não é mais gostoso que Kenny Chesney,” disse rapidamente Stevie Rae.
“Ok, por favor, da pra parar com a obsessão por country!” Shaunne franziu a testa
para Stevie Rae antes de virar sua atenção de volta para mim. “Não deixe essa
oportunidade passar por você.”
“É,” Erin disse. “Não deixe.”
“Passar por mim? O que eu deveria fazer? Ele nem disse nada para mim.”
“Uh, Zoey querida, você sorriu de volta para o rapaz?” Damien perguntou.
Eu pesquise. Eu tinha sorrido de volta? Ah, merda. Eu aposto que não sorri. Eu
aposto que fiquei só sentada ali e o encarei como uma retardada e talvez até tenha
babado. Ok, bem, eu posso não ter babado, mas ainda sim. “Eu não sei,” eu disse
percebendo a triste verdade, o que não enganou Damien nem um pouco.
Ele bufou. “Da próxima vez sorria para ele.”
“E talvez diga oi,” Stevie Rae disse.
“Eu pensei que Erik fosse só um rosto bonito,” Shaunee disse.
“E corpo,” Erin acrescentou.
“Até que ele chutou Afrodite,” Shaunee continuou. “Quando ele fez isso eu percebi
que o garoto pode ter algo na cabeça.”
“Nós já sabemos que ele tem algo funcionando embaixo!” Erin disse, levantando as
sobrancelhas.
“Uh-huh!” Shaunee disse, lambendo os lábios como se ela estivesse vendo um
enorme pedaço de chocolate.
“Vocês duas são nojentas,” Damien disse.
“Só estamos querendo dizer que ele tem a bunda mais fofa da cidade, Senhor
Padre,” Shaunee disse.
“Como se você não tivesse notado,” Erin disse.
“Se você começar a falar com Erik isso vai realmente irritar Afrodite.” Stevie Rae
disse.
Todos viraram e encararam Stevie Rae como se ela tivesse acabado de abrir o mar
vermelho ou algo assim.
“É verdade,” Damien disse.
“Muito verdade,” Shaunee disse enquanto Erin acenava.
“Então o rumor é que ele costumava sair com Afrodite,” eu disse.
“Sim,” Erin disse.
“O rumor é grotesco, mas verdadeiro,” Shaunee disse. “O que faz ainda melhor o
fato dele gostar de você!”
“Gente, ele provavelmente só estava olhando para a minha Marca estranha,” eu
disse.
“Talvez não. Você é bem fofa, Zoey,” Stevie Rae disse com um doce sorriso.
“Ou talvez sua Marca fez ele olhar, e então ele pensou que você era bem fofa e
então ele continuou olhando,” Damien disse.
“De qualquer jeito, ele olhando definitivamente vai irritar Afrodite,” Shaunee disse.
“O que é uma boa coisa,” Erin disse.
Stevie Rae ignorou o comentário delas. “Só esqueça sobre Afrodite e sua Marca e
todas essas coisas. Da próxima vez que ele sorrir para você, diga oi. Só isso.”
“Fácil,” Shaunee disse.
“Fácil,” Erin disse.
“Ok,” eu murmurei e voltei para minha salada, desejando desesperadamente que
todo o negocio de Erik Night fosse tão fácil-fácil como elas pensaram que eram.
Uma coisa sobre o almoço na House of Night que era igual ao almoço em SIHS e em
qualquer outra escola era – que acaba rápido demais. E então a aula de espanhol foi um
borrão. A professora Garmy era uma espanhola inquieta. Eu gostei dela imediatamente (as
tatuagens dela pareciam estranhamente como penas, então ela me lembrava um pequeno
pássaro espanhol), mas ela deu a aula toda falando espanhol. A aula toda. Eu
provavelmente deveria mencionar que eu não tenho aula de espanhol desde a 8º serie, e
eu admito que nunca prestei muita atenção nela. Então eu estava bem perdida, mas eu
escrevi o dever e prometi a mim mesma que eu iria estudar o vocabulário. Eu odeio ficar
perdida.
Introdução a equitação foi feita na casa de campo. Era um longo prédio construído
de tijolos perto da parte sul, e que havia junto uma enorme área para cavalgar. O lugar
todo tinha aquele cheiro de cavalo, que misturado com couro formava algo agradável,
embora tu soubesse que parte do “agradável” cheiro era cocô – cocô de cavalo.
Eu fiquei parada nervosa com um pequeno grupo de garotos dentro do curral, onde
uma veterana alta e com rosto duro disse para esperarmos. Só havia cerca de 10 de nós,
e éramos todos terceiranistas. Oh, (ótimo) aquele irritante cabeça de vento do Elliott
estava encostado contra a parede chutando um pouco de serragem no chão. Ele levantou
pó suficiente para fazer a garota parada perto espirrar. Ela deu a ele um olhar irritado e se
afastou. Deus, ele irritava todo mundo? E porque ele não podia usar algum produto (ou
talvez vários produtos) naquele cabelo feio?
O som de cascos tiraram a minha atenção de Elliott e eu olhei para cima em tempo
de ver uma magnífica égua andando no curral galopando total. Ela parou alguns a alguns
centímetros de distancia. Enquanto todos nós observávamos feito idiotas, a cavaleira
desmontou graciosamente. Ela tinha um cabelo grosso que ia até a cintura e era tão loiro
que era quase branco, e olhos que eram de um estranho tom de verde. O corpo dela era
pequeno, e o jeito que ela ficava parada me lembrava aquelas garotas que tomam aulas
de dança obsessivamente para que mesmo quando não estão em bale elas fiquem
paradas como se tivessem algo preso em suas bundas. A tatuagem dela era uma
intrincada série de nós que se entrelaçavam no rosto dela – e na lua crescente eu tinha
certeza que eu podia ver alguns cavalos.
“Boa tarde. Eu sou Lenobia, e esse,” ela apontou para a égua e deu ao nosso grupo
um olhar contemplativo antes de terminar a frase, “é um cavalo.” A voz dele ecoou contra
as paredes. A égua preta soprou pelo nariz como se estivesse enfatizando as palavras
dela. “E vocês são meu novo grupo de terceiranistas. Cada um de vocês foi escolhido para
minha aula porque acreditamos que vocês podem ter uma aptidão para cavalgar. A
verdade é que menos da metade de vocês vai durar o semestre, e metade dos que
sobrarem vão realmente se desenvolver em um equitador descente. Alguma pergunta?”
Ela fez uma pausa longa o bastante para alguém perguntar algo. “Ótimo. Então me sigam
e vamos começar.” Ela se virou e marchou de volta para o estábulo. Nós a seguimos.
Eu queria perguntar quem eram o “nós” que falaram que eu talvez tivesse aptidão
para cavalgar, mas eu estava com medo então não disse nada e apenas segui atrás dela
como todo mundo. Ela parou na frente de uma cocheira vazia onde havia um forcado e
um carrinho de mão. Lenobia se virou para nos olhar.
“Cavalos não são cachorros grandes. E não são o romântico sonho de uma garotinha
que os imagina como seu melhor amigo que sempre estará ao seu lado.”
Duas garotas paradas perto de mim se olharam com culpa e Lenobia as encarou com
seus olhos verdes.
“Cavalos são trabalho. Cavalos são dedicação, inteligência, e tempo. Vamos começar
com a parte do trabalho. No final desse corredor vocês vão encontrar botas de borracha.
Escolham um par rapidamente, enquanto pegamos as luvas. Então cada um de vocês vai
pegar uma cocheira e vamos começar a trabalhar.”
“Professora Lenobia?” disse uma garota gordinha com um rosto fofo, que levantou a
mão nervosamente.
“Lenobia serve. O nome que eu escolhi em honra da antiga vampira rainha não
precisa de outro titulo.”
Eu não fazia idéia de quem era Lenobia, e fiz uma nota mental para pesquisar.
“Continue. Você tem uma pergunta, Amanda?”
“Yeah, uh, sim.“
Lenobia levantou uma sobrancelha para a garota.
Amanda engoliu audivelmente. “Vamos trabalhar fazendo o que, profes – eu quero
dizer, Lenobia, senhora?”
“Limpar a cocheira, é claro. O estrume vai no carrinho de mão. Quando ele estiver
cheio vocês podem descarregar o composto área perto do estábulo. Tem serragem fresca
no armário ali perto. Vocês tem 15 minutos. Eu volto em 45 minutos para inspecionar as
cocheiras!”
Todos piscamos para ela.
“Vocês podem começar. Agora.”
Nós começamos.
Ok. Verdade. Eu sei que vai parecer estranho, mas eu não me importei de limpar a
cocheira. Eu quero dizer, cocô de cavalo não é tão nojento. Especialmente porque era
obvio que esses estábulos eram limpos a toda hora. Eu peguei as botas de borracha (que
eram grandes galochas de borracha – totalmente feias, mas elas cobriram meu jeans até
os joelhos) e um par de luvas e comecei a trabalhar. Tinha musica tocando por uma
excelente caixa de som – algo que eu tinha certeza que era o ultimo CD da Enya (antes
dela casar com John, mas então ele decidiu que aquilo poderia ser musica de bruxa então
ela desistiu, e é por isso que eu sempre gostei da Enya). Então eu ouvi a música galesa e
juntei o cocô. Não pareceu que muito tempo tinha passado enquanto eu estava jogando
aquilo no carrinho e então enchendo com serragem. Eu estava passando pelo estábulo
quando tive aquele sentimento estranho que alguém estava me observando.
“Bom trabalho, Zoey.”
Eu dei um pulo e olhei ao redor para ver Lenobia perto do estábulo. Em uma mão ela
estava segurando uma grande, e macia escova. Na outra ela segurava a corda que guia a
égua.
“Você já fez isso antes,” Lenobia disse.
“Minha avó costumava ter um garanhão que eu nomeei de Bunny.” Eu disse antes de
perceber o quão estúpido soava. Com as bochechas quente, eu me apressei, “Bem, eu
tinha 10 anos, e a cor dele me lembrava do Pernalonga, então eu comecei a chamar ele
desse jeito e ficou.”
Os lábios de Lenobia se curvaram numa pista de um sorriso. “Era a cocheira do
Bunny que você limpava?”
“Sim. Eu gostava de montar nele, e vovó disse que ninguém deveria montar um
cavalo sem antes limpar seu cocheiro.” Eu dei nos ombros. “Então eu limpava.”
“Sua avó é uma mulher sábia.”
Eu acenei.
“E você não se importava de limpar?”
“Não, na verdade não.”
“Ótimo. Conheça Persephome,” Lenobia acenou com a cabeça para a égua ao lado
dela. “Você acabou de limpar a cocheira dela.”
A égua andou na minha direção, colocando o nariz no meu rosto e soprando
gentilmente, o que fez cócegas e me fez rir. Eu acariciei o nariz dela e automaticamente
beikei o quente focinho dela.
“Olá, Persephone, garota linda.”
Lenobia acenou em aprovação enquanto a égua e eu nos conhecíamos.
“Só tem mais 5 minutos antes do final da aula, então não é necessário que você
fique mais, mas se você quiser, eu acredito que você ganhou o privilegio de escovar
Persephone.”
Surpresa, eu tirei meus olhos do carinho que eu estava fazendo no pescoço do
cavalo.
“Sem problemas, eu fico,” eu me ouvi falar.
“Excelente. Você pode devolver a escova no final do corredor quando terminar. Vejo
você amanha, Zoey.” Lenobia me deu a escova, deu um tapinha na égua, e nos deixou
sozinhas no estábulo.
Persephone colocou a cabeça no cocho de metal que tinha feno fresco, e começou a
mastigar, enquanto eu a escovava. Eu esqueci do quão relaxante era escovar um cavalo.
Bunny morreu de um repentino e assustador ataque cardíaco dois anos atrás, e vovó ficou
chateada demais para comprar outro cavalo. Ela disse que o “coelho” (que era como ela o
chamava) não podia ser substituído. Então fazia dois anos desde que eu não me
aproximava de um cavalo, mas voltou para mim instantaneamente – tudo. O cheiro, o
calor, o som dos cavalos comendo, e a gentil barulho que a escova fazia quando eu
deslizava pelo pêlo da égua.
Com a ponta da minha atenção em vagamente ouvi a voz de Lenobia, afiada e
irritada, enquanto ele xingava um estudante que eu achei que fosse aquele irritante
cabeça de vento. Eu olhei por cima de Persephone e espiei rapidamente. Certa, o cabeça
de vento estava parado na frente da cocheira dele. Lenobia estava parada ao lado dele,
com as mãos nos lábios. Mesmo de lado eu pude perceber que ela estava furiosa. Aquele
garoto estava numa missão para irritar todos os professores aqui? E o mentor dele era
Dragon? Ok, o cara parecia legal, até ele pegar a espada – eu quero dizer, florete – então
ele mudou de cara legal para mortalmente-perigoso-vampiro-guerreiro.
“Esse cabeça de vento deve estar querendo morrer,” eu disse a Persephone quando
voltei a escovar ela. A égua mexeu as orelhas para mim e soprou pelo nariz.
“Sim, eu sabia que você ia concordar. Quer ouvir minha teoria sobre como minha
geração sozinha pode limpar a America de idiotas e vadias?” Ela pareceu receptiva, então
eu comecei meu discurso de não procriação com perdedores...
“Zoey! Você está aí!”
“Oh meu Deus! Stevie Rae! Você quase me matou de susto!” Eu dei um tapinha em
Persephone, que tinha se mexido inquieta.
“Que no mundo você está fazendo?”
Eu mostrei a escova para ela. “O que parece que eu estou fazendo, Stevie Rae,
fazendo as unhas?”
“Pare de brincar. O Ritual da Lua Cheia vai começar em tipo, dois minutos?”
“Ah, diabos!” Eu dei mais um tapinha em Persephone e me apressei para sair do
estábulo.
“Você esqueceu, não foi?” Stevie Rae disse, segurando minha mão e me ajudando a
manter o equilibro enquanto tirava minha botas de borracha e colocava meus sapato
rasteirinha.
“Não,” eu menti.
Então eu percebi que eu também tinha esquecido sobre o Ritual das Filhas Negras
depois.
“Ah, diabos!”

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