segunda-feira, 5 de março de 2012

A.Vampiro - aura negra (capitulo 20)


VINTE
Nós precisávamos de um plano de fuga, e precisávamos rápido.Infelizmente, minhas únicas
idéias pediam coisas que não estavam no meu controle. Como nós estarmos completamente
sozinhos para fugirmos de fininho. Ou ter guardas estúpidos que poderiam ser facilmente
enganados. Pelo menos, eles deveriam ter uma segurança descuidada para que pudéssemos
nos libertar.
Mas nada disso estava acontecendo. Depois de quase 24 horas, nossa situação não tinha
mudado. Nós ainda éramos prisioneiros, ainda éramos firmemente vigiados. Nossos raptores
permaneceram vigilantes, quase tão eficientes quanto qualquer guardião. Quase.
Quanto mais perto nós chegamos da liberdade mas fortemente éramos supervisionados – e
extremamente embaraçosas – pausas para ir ao banheiro. Os homens não nos deram comida
ou água. Isso era difícil para mim, mas a mistura de humano com vampiro fazia os dhampir
mais fortes. Eu podia lidar em me sentir desconfortável, embora eu estivesse chegando a um
ponto onde eu mataria por um hambúrguer e pouco de batatas fritas muito, muito gordurosas.
Já Mia e Christian... bem, para eles era um pouco mais difícil. Moroi podiam passar semanas
sem comida ou água se eles ainda tivessem sangue. Sem sangue, eles poderiam agüentar
apenas por alguns dias antes de ficar doente e fraco, desde que tivessem alguma outra
sustância. Foi assim que Lissa e eu vivemos sozinhas, já que eu não era capaz de alimentar ela
todo dia.
Tire a comida, água, e sangue, e a resistência dos Moroi despenca. Eu estava com fome, mas
Mia e Christian estavam vorazes. O rosto deles já estava mais magro, seus olhos quase febris.
Isaiah fazia as coisas ficarem ainda pior durante suas visitas. Toda vez, ele aparecia e falava do
seu jeito irritante. Então, antes de sair, ele se alimentava de Eddie. Na terceira visita, eu pude
praticamente ver Christian e Mia salivando. Entre as endorfinas e falta de comida, eu estava
quase certa que Eddie nem sabia onde ele estava.
Eu não podia dormir nessas circunstancias, mas no segundo dia, eu comecei a cochilar de vez
em quando. Fome e exaustão fazem isso com você. Em certo ponto, eu realmente sonhei,
surpreendente já que eu não achava que eu podia pegar no sono durante essas condições
insanas.
No sonho – e eu sabia perfeitamente bem que era um sonho – eu estava numa praia. Levei um
segundo para reconhecer que praia era. Era na costa do Oregon – areia e calor, com o pacifico
a distancia. Lissa e eu tínhamos viajado para cá quando vivíamos em Portland. Tinha sido um
dia maravilhoso, mas ela não conseguia ficar fora em tanto sol. Nós fizemos uma visita rápida
como resultado, mas eu sempre desejei ter ficado um pouco mais naquele dia. Agora eu tinha
toda luz e calor que eu poderia querer.
“Pequena dhampir,” disse uma voz atrás de mim. “Já era hora.”
Eu me virei surpresa e encontrei Adrian Ivashkov me observando. Ele usava uma camisa solta
cor de caqui – em um surpreendente estilo casual para ele – não havia sapatos. Vento bateu
no cabelo marrom dele, e ele manteve as mãos enfiadas no bolso enquanto ele me olhava com
aquele sorriso que era sua marca registrada.
“Você ainda tem sua proteção,” ele disse.
Franzindo, eu pensei por um momento que ele estava olhando para o meu peito. Então eu
percebi que os olhos dele se afundaram no meu estomago. Eu estava usando jeans e o top de
um biquíni, e mais uma vez, a pequeno pingente azul estava pendurado no meu piercing. O
chotki estava no meu pulso.
“E você está sol de novo,” eu disse. “Então eu acho que isso é seu sonho.”
“É nosso sonho.”
Eu mexi meus dedos contra a areia. “Como duas pessoas podem dividir um sonho?”
“Pessoas dividem sonhos o tempo todo, Rose.”
Eu olhei pra ele e franzi. “Eu preciso saber o que você quis dizer. Sobre ter escuridão ao meu
redor. O que isso significa?”
“Honestamente, eu não sei. Todos tem luz ao seu redor, exceto por você. Você tem sombras.
Você as pega de Lissa.”
Minha confusão aumentou. “Eu não entendo.”
“Eu não posso explicar agora,” ele me disse. “Não é por isso que eu estou aqui.”
“Você está aqui para uma razão?” eu perguntei, meus olhos na água azul. Era hipnótico. “Você
não está ... aqui por estar aqui?”
Ele deu um passo pra frente e pegou minha mão, me forçando a olhar para ele. Toda a
diversão tinha desaparecido. Ele estava completamente serio. “Onde você está?”
“Aqui,” eu disse, confusa. “Como você.”
Adrian balançou a cabeça.”Não, não é o que eu quis dizer. No mundo real. Onde está você?”
No mundo real? Ao nosso redor a praia de repente ficou borrada, como um filme fora de foco.
Momentos mais tarde, tudo voltou a ficar filme. Eu puxei meu cérebro. O mundo real. Imagens
vieram para mim. Cadeiras. Guardas. Algemas.
“Em um porão...” eu disse devagar. Alarme de repente arrancou a beleza do momento e tudo
voltou para mim. “Oh Deus, Adrian. Você tem que ajudar Mia e Christian. Eu não posso –“
Adrian segurou minha mão mais firme. “Onde?” O mundo tremeu de novo, e dessa vez não
entrou em foco de novo. Ele xingou. “Onde você está,Rose?”
O mundo começou a desintegrar. Adrian começou a desintegrar.
“Um porão. Numa casa. Em-“
Ele desapareceu. Eu acordei. O som da porta do quarto abrindo me trouxe de volta a
realidade.
Isaiah entrou com Elena atrás dele. Eu tive lutar com o desprezo quando eu a vi. Eleera
arrogante e maldosa e ruim. Mas ele era desse jeito porque ele era velho. Ele tinha a força e o
poder para segurar sua crueldade – mesmo que eu não gostasse. Mas Elena? Ela era uma
lacaia. Ela nos ameaçava e fazia comentários depreciativos para nós, mas a sua habilidade
vinha porque ela era amiga dele. Ela era uma puxadora de saco total.
“Olá, crianças,” ele disse. “Como vocês estão hoje?”
Olhares mau humorados responderam a ele.
Ele olhou para Mia e Christian, as mãos dobradas atrás de suas costas. “Alguma mudança de
idéia desde a minha ultima visita? Vocês estão levando muito tempo, e está chateado Elena.
Ela está com muita fome, vocês vêem, mas – eu suspeito – que não esteja com tanta fome
quanto vocês.”
Christian estreitou os olhos. “Vá se fuder,” ele disse com os dentes cerrados.
Elena resmungou e se mexeu para frente. “Não se atreva –“
Isaiah a mandou parar. “Deixe ele em paz. Só significa que vamos esperar um pouco mais, e na
verdade, é uma espera divertida.”
Os olhos de Elena se afiaram contra Christian.
“Honestamente, continuou Isaiah, observando Christian, “Eu não consigo decidir o que é mais
divertido: matar você ou fazer você se juntar a nós. Qualquer uma delas é divertido para nós.”
“Você não cansa de se ouvir falar?” perguntou Christian.
Isaiah considerou. “Não. Na verdade não. E eu não me canso disso, também.”
Ele se virou e andou em direção a Eddie. O pobre Eddie mal podia continuar sentado direito
em sua cadeira depois de toda essa alimentação. Pior,Isaiah nem precisava mais usar
compulsão. O rosto de Eddie simplesmente se iluminava com um estúpido sorriso, ansioso
pela próxima mordida. Ele estava tão viciado quanto um alimentador.
Raiva e nojo flutuavam em mim.
“Merda!” eu gritei. “Deixe ele em paz!”
Isaiah olhou para mim. “Fique quieta, garota. Eu não acho você é tão divertida quanto eu acho
o Sr. Ozera.”
“É?” eu disse.”Se eu irrito você tanto assim, então me use para provar seu ponto estúpido. Me
morta ao invés dele. Me coloque no meu lugar, e me mostra o quão fodão você é.”
“Não!” exclamou Mason. “Me use.”
Isaiah virou os olhos. “Meu Deus. Que nobres. Vão não são todos espartanos, são?”
Ele se afastou de Eddie e pos seus dedos no queixo de Mason, levantando a cabeça dele. “Mas
você,” Isaiah disse,” não está falando sério. Você apenas se ofereceu por causa dela.”Ele soltou
Mason e andou para perto de mim, olhando para baixo com aqueles olhos extremamente
negros. “E você... eu não acreditei em você no inicio. Mas agora?” Ele se ajoelhou para que ele
fosse da minha altura. Eu me recusei a olhar nos olhos dele, sabendo que isso me colocava em
risco para ele usar compulsão. “Eu acho que você está falando sério. E não é por um motivo
inteiramente nobre, também. Você quer. Você realmente foi mordida antes.” A voz dele era
mágica. Hipnótica. Ele não estava usando compulsão, exatamente, mas ele definitivamente
tinha um carisma nada natural ao redor dele. Como Lissa e Adrian. Eu esperei por cada palavra
dele. “Muitas vezes, eu suponho,” ele acrescentou.
Ele se inclinou na minha direção, seus hálito quente contra o meu pescoço. Em algum lugar
atrás dele, eu podia ouvir Mason gritando algo, mas todo a minha atenção estava em quão
próximo os dentes de Isaiah estavam da minha pele. Nos últimos meses, eu só tinha sido
mordida uma vez – e foi quando Lissa tinha tido uma emergência. Antes disso, ela me mordeu
pelo menos duas vezes por semana durante dois anos, e eu apenas recentemente tinha me
dado conta do quão viciante isso era. Não tem nada – nada – no mundo como uma mordida de
um Moroi, com a felicidade ela produzia. É claro, até onde eu sabia, mordidas de Strigoi eram
ainda mais poderosas...
Eu engoli, percebendo o quão pesada estava minha respiração e meu coração disparado.
Isaiah deu uma risada baixa.
“Sim. Você é uma meretriz em produção. Infelizmente para você – porque eu não vou te dar o
que você quer.”
Ele se afastou, e eu cai na minha cadeira. Sem atraso, ele se virou para Eddie e bebeu dele.Eu
não podia ver, mas era por causa da inveja dessa vez, não nojo. Desejo queimou dentro de
mim. Eu esperei por aquela mordida, esperei com cada nervo do meu corpo.
Quando Isaiah terminou, ele começou a sair do quarto, e então parou. Ele dirigiu suas palavras
para Mia e Christian. “Não demorem” ele disse. “Aproveitem a oportunidade de serem salvos.”
Ele virou sua cabeça para mim. “Vocês até tem uma vitima disposta.”
Ele saiu. No quarto, Christian encontrou meus olhos. De algum jeito, o rosto dele parecia ainda
mais voraz do que a algumas horas atrás. Fome queimava em seu olhar, e eu sabia que eu era
o complemento: o desejo de satisfazer essa fome. Deus. Nós estamos tão ferrados. Eu acho
que Christian percebeu a mesma coisa. Seus lábios se torceram em um pequeno e amargo
sorriso.
“Você nunca pareceu tão boa, Rose,” ele disse, um pouco antes dos guardas mandarem ele
calar a boca.
Eu entrei e sai de um cochilo o dia todo, mas Adrian não voltou para os meus sonhos. Ao invés
disso, enquanto mal estava consciente, eu me encontrei deslizando para um território familiar:
A mente de Lissa. Depois de toda a estranheza daqueles dois dias, estar na mente dela parecia
boas vindas.
Ela estava em um dos salões de banquete do hotel, mas ele estava vazio. Ela estava sentada no
chão no canto mais distante, tentando permanecer discreta. Nervosismo a enchia. Ela estava
esperando por algo – ou melhor, alguém. Alguns minutos depois, Adrian apareceu.
“Prima,” ele disse brevemente cumprimentando ela. Ele sentou perto dela e ergueu os joelhos,
sem se preocupar com suas calças caras. “Desculpe o atraso.”
“Está tudo bem,” ela disse.
“Você não sabia que eu estava aqui até que você me viu, sabia?”
Ela balançou a cabeça, desapontada. Eu me senti mais confusa do que nunca.
“E sentada comigo... você não consegue notar nada?”
“Não.”
Ele deu nos ombros. “Bem. Com sorte vai vir logo.”
“Como parece para você?” ela perguntou, queimando de curiosidade.
“Você sabe o que são auras?”
“Elas são tipo... luzes em volta das pessoas,certo? Algo New Age?”
“Algo assim. Todos tem uma energia espiritual que irradia de si. Bem, quase todo mundo.” A
hesitação dele me fez imaginar se ele estava pensando em mim e nas sobras que eu
supostamente tinha. “Baseado na cor e a aparência, você pode dizer muito sobre uma
pessoa...bem, se alguém realmente pudesse ver auras.”
“E você consegue,” ela disse. “E você pode dizer que eu uso Espírito por causa da minha aura?”
“A sua é quase dourada. Como a minha. Muda para outras cores dependendo da situação, mas
o dourado sempre permanece.”
“Quantas pessoas lá fora parecem nós?”
“Não muitos. Eu apenas os vejo de vez em quando. Eles meio que mantem isso para si mesmo.
Você é o primeira com quem eu falo. Eu nem sabia que se chamava “Espirito.” Eu queria ter
sabido disso quando eu não me especializei. Eu apenas achei que eu era algum tipo de
aberração.”
Lissa segurou seu braço e encarou, deixando ela ver a luz ao redor. Nada. Ela suspirou e
abaixou seu braço.
E foi ai que eu entendi.
Adrian também era um usuário do Espírito. É por isso que ele estava tão curioso em relação a
Lissa, porque ele queria falar com ela e perguntar sobre a ligação e no que ela tinha se
especializado. Também explicava várias outras coisas – como o carisma que eu não parecia ser
capaz de ignorar. Ele tinha usado compulsão aquele quando Lissa e eu estivemos no quarto
dele – foi isso que fez Dimitri soltar ele.
“Então, eles finalmente deixaram você ir?” Adrian perguntou a ela.
“É. Eles finalmente decidiram que realmente não sei de nada.”
“Ótimo,” ele disse. Ele franziu, e eu percebi que ele estava sóbrio para valer. “E você tem
certeza que não sabe?”
“Eu já te disse. Eu não posso fazer a ligação funcionar desse jeito.”
“Humm.Bem.Você tem que.”
Ela encarou. “O que, você acha que eu estou me segurando? Se eu pudesse encontrar ela, eu
encontraria!”
“Eu sei, mas para ter tudo, vocês devem ter uma ligação forte. Use isso para entrar nos sonhos
dela. Eu tentei, mas eu não consegui permanecer tempo o suficiente para-“
“O que você disse?” exclamou Lissa. “Falar com ela nos sonhos dela?”
Agora ele parecia admirado. “Claro. Você não sabe como fazer isso?”
“Não! Você está brincando?Isso é possível?”
Meus sonhos...
Eu lembrei de Lissa falando sobre inexplicáveis fenômenos Moroi, e como o Espirito podiam
ser usados para fazer outras coisas se não curar, coisas que ninguém sabia ainda. Parecia que
Adrian entrar em meus sonhos não era coincidência. Ele conseguiu entrar na minha cabeça,
talvez de um jeito parecido com o que eu usava para entrar na cabeça de Lissa. A idéia me
deixou inquieta. Lissa mal podia falar.
Ele passou a mão no cabelo e colocou sua cabeça para trás, olhando para o lustre de cristal
enquanto ele pensava. “Ok.Então.Você não vê auras, e você não fala com as pessoas nos
sonhos dela.O que você faz?”
“Eu...eu posso curar as pessoas.Animais. Plantas, também. Eu posso trazer os mortos de volta
a vida.”
“Verdade?” ele parecia impressionado. “Ok. Você ganha credito por isso. O que mais?”
“Um, eu posso usar compulsão.”
“Nós podemos fazer isso.”
“Não, eu posso usar mesmo. Não é difícil. Eu posso fazer as pessoas fazerem tudo que eu
quiser – até mesmo coisas ruins.”
“Eu também.” Seus olhos se ergueram. “Eu me pergunto o que aconteceria se você tentasse
usar em mim...”
Ela hesitou e distraída passou os dedos pela textura do tapete vermelho. “Bem...eu não
posso.”
“Você acabou de dizer que podia.”
“Eu posso –mas não agora.Eu tomo um remédio...para depressão e outras coisas... e me corta
da minha magia.”
Ele jogou seus braços no ar. “Como eu posso ensinar você a entrar em sonhos então?Como
vamos encontrar Rose?”
“Olha,” ela disse com raiva, “Eu não quero tomar remédio. Mas quando eu tomava...eu fiz
coisas bem loucas. Coisas perigosas. É isso que o Espírito faz com você.”
“Eu não tomo nada. Estou bem,” ele disse.
Não ele não estava, eu percebi. Lissa também percebeu.
“Você estava muito estranho naquele dia quando Dimitri estava no seu quarto,”ela disse.
“Você começou a falar coisas e você não fazia sentido nenhum.”
“Oh,aquilo?É... acontece de vez em quando. Mas sério, não é comum. Uma vez por mês, se
tanto.” Ele soava sincero.
Lissa encavara ele, de repente reavaliando tudo. E se Adrian conseguisse? E se ele usasse
Espírito sem as pílulas e sem nenhum efeito colateral prejudicial? Seria tudo pelo qual ela
estava esperando. Além do mais, ela não tinha nem certeza se as pílulas iam continuar
funcionando mais...
Ele sorriu, adivinhando o que ela estava pensando.
“O que você diz, prima?” ele perguntou. Ele não precisou usar compulsão. A oferta dele já era
muito tentadora. “Eu posso ensinar o que eu sei se você for capaz de usar a magia. Vai levar
um tempo para as pílulas saírem do seus sistema, mas quando elas saírem...”

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