segunda-feira, 5 de março de 2012

A.Vampiro - aura negra (capitulo 21)


VINTE UM
Eu não precisava saber disso agora.Eu poderia lidar com qualquer outra coisa que Adrian
fizesse:bater nela, fazer ela fumar um daqueles cigarros ridículos, tanto faz.Mas isso não. Lissa
desistir das pílulas era exatamente o que eu queria evitar.
Relutantemente eu sai da cabeça dela e voltei para minha própria situação assustadora. Eu
teria gostado de ver o que mais se desenvolvia entre Adrian e Lissa, mas observar eles não
faria bem nenhum. Ok. Eu realmente precisava de um plano agora. Eu precisava de ação. Eu
precisava nos tirar daqui.Mas,olhando ao redor, eu me encontrei tão próxima de escapar
quanto mais cedo, e eu passei as próximas horas pensando e especulando.
Nós tínhamos três guardas hoje. Eles pareciam um pouco entediados mas não o suficiente
para serem negligentes. Ali perto, Eddie aparecia estar inconsciente, e Mason olhava o nada
no chão. No outro lado, Christian olhava para nada em particular, e eu acho que Mia estava
dormindo. Dolosamente consciente do quão dolorida minha garganta estava, eu quase ri
lembrando como eu havia dito a ela que usuários de água são inúteis. Eles poderiam não fazer
uma grande luta, mas eu daria qualquer coisa por ela invocar um pouco –
Mágica.
Porque eu não pensei nisso antes? Nós não estávamos indefesos. Não completamente.
Um plano devagar se formou na minha mente – um plano que provavelmente era insano mas
também era o melhor que nós tínhamos. Meu coração batia forte em antecipação, e eu
imediatamente arrumei minhas feições para que ficassem calmas antes que os guardas
notassem minha repentina mudança. Do outro lado do lugar, Christian estava me observando.
Ele tinha visto o breve brilho de antecipação e percebeu que eu tinha pensado em algo. Ele me
olhava curioso, tão pronto para ação quanto eu.
Deus. Como eu ia conseguir fazer isso?Eu precisava da ajuda dele, mas eu não tinha um jeito
real de falar pra ele o que se passava na minha cabeça. Na verdade, eu nem tinha certeza se
ele podia me ajudar – ele estava bem fraco.
Eu segurei o olhar dele, tentando fazer ele entender que algo iria acontecer. Havia confusão no
rosto dele, mas junto havia determinação.Depois de ter certeza que nenhum dos guardas
estavam olhando para mim, eu me virei devagar, puxando um pouco meu pulso.Eu olhei para
trás de mim o máximo que eu pude, então encontrei os olhos de Christian de novo. Ele franziu,
e eu repeti o gesto.
“Hey,” eu disse alto. Mia e Mason ambos deram um pulo de surpresa. “Vocês vão continuar a
nos deixar passar fome?Não podemos pelo menos ter um pouco de água ou algo assim?”
“Cala a boca,” disse um dos guardas. Era uma resposta padrão pra quando quer que a gente
falasse.
“Anda.” Eu usei minha voz mais vaca. “Nem um gole ou algo assim?Minha garganta está
queimando. Praticamente em chamas.” Meu olhar se virou para Christian enquanto eu dizia
aquelas ultimas palavras, e então eu me virei de volta para o guarda que falou.
Como era de se esperar, ele se levantou da sua cadeira e veio em direção a mim. “Não me faça
repetir,” ele rosnou. Eu não sabia se ele faria algo violento, mas eu não tinha interesse em
forçar nada ainda. Além do mais, eu consegui meu objetivo. Se Christian não entendesse a
dica, não havia nada mais para ser feito.Esperando que eu parecesse com medo, eu calei a
boca.
O guarda voltou para sua cadeira, e depois de um tempo, ele parou de me olhar. Eu olhei para
Christian de novo e virei meu pulso de novo. Anda, anda, eu pensei. Entenda de uma vez,
Christian.
As sobrancelhas dele de repente levantara, e ele me olhava assombrado. Bem. Ele parecia ter
entendido algo. Eu só esperava que fosse o que eu queria. Seu olhar se tornou questionador, e
ele me olhava como se me perguntando se eu estava falando serio. Eu acenei enfaticamente.
Ele franziu em pensamento por alguns segundos e então deu um grande e forte suspiro.
“Tudo bem,” ele disse. Todo mundo pulou de novo.
“Cala a boca,” disse um dos guardas automaticamente. Ele soava cansado.
“Não,” disse Christian.”Estou pronto. Pronto para beber.”
Todos no quarto congelaram por alguns segundos, incluindo eu. Isso não era exatamente o
que eu tinha em mente.
O líder dos guardas levantou. “Não brinque com a gente.”
“Eu não estou,” disse Christian. Ele tinha um olhar febril e desesperado em seu rosto que eu
não achei que fosse inteiramente falso.”Estou cansado disso. Eu quero sair daqui, e eu não
quero morrer. Eu vou beber – e eu quero ela.”Ele acenou em minha direção. Mia deu um
guincho alarmado.Mason chamou Christian de algo que teria dado uma suspensão para ele na
escola.
Isso definitivamente não era o que eu tinha em mente.
Os dois guardas olharam para seu líder questionadoramente. “Deveríamos pegar Isaiah?”
perguntou um deles.
“Eu não acho que ele está aqui,” disse o líder. Ele estudou Christian por alguns segundos e
então tomou uma decisão. “E eu não quero incomodar ele se isso for uma brincadeira. Soltem
ele, e nós vamos ver.”
Um dos homens pegou um alicate. Ele se moveu para trás de Christian e se abaixou. Eu ouvi o
som do plástico rompendo enquanto as algemas se soltavam. Pegando o braço de Christian, o
guarda o fez levantar e o levou para perto de mim.
“Christian,” exclamou Mason, fúria em sua voz. Ele lutou contra as algemas, balançando a
cadeira dele um pouco. “Você perdeu a cabeça?Não deixe eles fazerem isso!”
“Vocês tem que morrer, mas eu não,” respondeu Christian, tirando seu cabelo preto fora dos
olhos. “Não tem outro jeito de eu fazer isso.”
Eu não sabia o que estava acontecendo agora, mas eu tinha certeza que eu deveria estar
mostrando muito mais emoção se eu fosse morrer. Dois guardas ficaram um em cada lado de
Christian, olhando atentamente enquanto ele se dirigia até a mim.
“Christian,” eu sussurrei, surpresa de ver o quão fácil era parecer assustada. “Não faça isso.”
Seus lábios se torceram em um daqueles sorrisos amargos que ele dava tão bem. “Você e eu
nunca vamos gostar um do outro, Rose. Eu tenho que matar alguém, é melhor que seja você.”
As palavras dele eram geladas, precisas. Acreditáveis. “Além do mais, eu pensei que você
queria isso.”
“Não isso. Por favor, não-“
Um dos guardas empurrou Christian. “Anda logo, ou vou colocar você de volta em sua
cadeira.”
Ainda com aquele sorriso negro, Christian deu nos ombros. “Desculpe, Rose. Você vai morrer
de qualquer jeito. Porque não por uma boa causa?” Ele colocou seu rosto perto do meu
pescoço. “Isso provavelmente vai doer,” ele acrescentou.
Na verdade eu duvidava... se ele realmente fosse fazer. Porque ele não ia...certo? Eu me mexi
agitada. Por todos os meios, se vai ter sangue sugado de você, você também ganha endorfinas
o suficiente bombeadas durante o processos para quase não haver dor. Era como ir dormir. É
claro, isso tudo era especulação. Pessoas que morreram por mordidas de vampiros não
voltavam para contar como era.
Christian tocou seu nariz no meu pescoço, movendo seu rosto por baixo do meu pescoço para
que o escondesse parcialmente. Os lábios dele escovaram minha pele, tão macios quanto eu
lembrava de ter visto ele e Lissa se beijarem. Um segundo depois, as presas dele tocaram
minha pele.
Então eu senti dor. Muita dor.
Mas não estava vindo da mordida. Seus dentes só estavam pressionados contra a minha pele;
eles não a perfuraram. A língua dele se movia contra o meu pescoço lambendo, mas não havia
sangue para sugar. Se tanto, era mais algo como um beijo esquisito e maluco.
Não, a dor estava vindo dos meus pulsos. Uma dor que queimava. Christian estava usando sua
magia para canalizar calor nas algemas, bem como eu queria. Ele entendeu a mensagem. O
plástico ficou cada vez mais quente enquanto ele fingia estar bebendo. Qualquer um que
estivesse olhando mais de perto poderia dizer que ele estava fingindo, mas meu cabelo estava
bloqueando a visão dos guardas.
Eu sabia que plástico era difícil de derreter, mas apenas agora eu realmente entendia,
realmente entendia o que isso significava. A temperatura necessária para fazer qualquer dano.
Era como colocar minhas mãos em lava. A algema queimava minha pele, quente e horrível. Eu
me torci, esperando que eu pudesse aliviar a dor. Eu não pude. O que eu notei, no entanto, foi
que as algemas cederam um pouco quando eu me mexi. Elas estavam ficando mais macias. Ok.
Isso já era algo. Eu só tinha que agüentar mais um pouco. Desesperadamente, eu tentei me
focar na mordida de Christian e me distrair. Funcionou por cinco segundos. Ele não estava me
dando muitas endorfinas, certamente não o suficiente para combater a dor horrivelmente
crescente. Eu choraminguei, provavelmente me fazendo parecer mais convicente.
“Eu não posso acreditar,” murmurou um dos guardas. “Ele realmente está fazendo.” Atrás
deles, eu ouvi o som de Mia chorando.
A queimação aumentou. Eu nunca senti nada tão doloroso na minha vida inteira, e eu já passei
por muita coisa. Desmaiar logo se tornou uma possibilidade.
“Hey,“ um dos guardas finalmente disse. “Que cheiro é esse?”
Esse cheiro era plástico derretido. Ou talvez minha pele derretida. Honestamente, não
importou porque da próxima vez que eu mexi meu pulso, elas quebraram a algema queimante.
Eu tinha 10 segundos de surpresa, e eu os usei. Eu levantei da minha cabeça, empurrando
Christian para trás no processo. Ele tinha um guarda de cada lada, e um deles ainda segurava o
alicate. Em um único movimento, eu agarrei o alicate do cara e o coloquei no pescoço dele. Ele
deu algum tipo de grito gargarejado, mas eu não esperei para ver acontecer. Minha janela de
surpresa estava se fechando, e eu não podia perder tempo. Assim que eu soltei o alicate, eu
dei um soco no outro cara. Meu chute era mais forte que meus socos geralmente, mas eu
ainda o bati com força o suficiente assustar ele e o fazer cambalear.
Mas então, o líder dos guardas entrou em ação. E como eu temia, ele ainda tinha a arma, e ele
foi pegar ele. “Não se mexa!” ele gritou, mirando em mim.
Eu congelei. O cara que eu soquei veio na minha direção e agarrou meu braço. Ali perto, o cara
que eu esfaqueie estava gemendo no chão. Ainda apontado a arma para mim, o líder começou
a dizer algo e então gritou em alarme. A arma de repente ficou laranja e caiu da mão dele.
Onde ele a tinha segurado, a pele se tornou vermelha e irritada. Christian tinha esquentado o
metal, eu percebi.É. Nós definitivamente deveríamos ter usado mágica desde o principio. Se
nós saíssemos dessa, eu iria apoiar a causa de Tasha. O costume dos Moroi anti-mágica, estava
tão aprofundado em nossas mentes que nós nem pensamos em tentar isso antes. Era
estúpido.
Eu me virei para o cara que estava me segurando. Eu não acho que ele esperava que uma
garota do meu tamanho fosse capaz de tal luta, e além do mais ele ainda estava meio
atordoado com o que quer que fosse que tinha acontecido com o cara que estava segurando a
arma. Eu consegui espaço suficiente para chutar ele no estomago, um chute que teria recebido
um A na minha aula de combate. Ele gemeu com o impacto, força do impacto o empurrou
contra a parede. Em um segundo, eu estava em cima dele. Agarrando um punhado do cabelo
dele, eu bati a cabeça dele contra o chão forte o suficiente para fazer ele perder a consciência,
não para matar ele.
Imediatamente, eu me virei, surpresa pelo líder não ter vindo atrás de mim ainda. Não deveria
ter levado tanto tempo para ele se recuperar do choque do calor da arma. Mas quando eu me
virei, o quarto estava quieto. O líder estava inconsciente no chão – com um Mason nervoso
por cima dele. Ali perto, Christian segurava o alicate numa mão e a arma na outra. Deveria
ainda estar quente, mas os poderes de Christian o faziam imune. Ele estava mirando no cara
que eu tinha esfaqueado. O cara não estava inconsciente, apenas sangrando, mas como eu
tinha feito, ele congelou quando viu a arma.
“Puta merda,” eu murmurrei, observando o cenário. Indo em direção a Christian, eu levantei a
mão. “Me dê isso antes que você machuque alguém.”
Eu esperava um olhar amargo, mas ele simplesmente me deu a arma com suas mãos tremulas.
Eu a enfiei no meu cinto. Olhando ele mais de perto, eu vi o quão pálido ele estava. Ele parecia
que podia desmaiar a qualquer momento. Ele tinha feito muita mágica para alguém que estava
passando fome a dois dias.
“Mase, pegue as algemas,” eu disse. Sem virar suas costas para o resto de nós, Mason deu
alguns passos para trás em direção a caixa onde nossos raptores mantinham algemas novas.
Ele pegou trás tiras de plástico e outra coisa. Com um olhar questionador para mim, ele pegou
um rolo de fita adesiva.
“Perfeito,” eu disse.
Nós prendemos nossos raptores nas cadeiras. Um permanecia consciente, mas nos o fizemos
perder a consciência e colocamos fita adesiva na boca deles. Eles eventualmente acordariam, e
eu não queria que eles fizessem nenhum barulho.
Depois de soltar Mia e Eddie, nós cinco nos aproximamos e planejamos nosso próximo
movimento. Christian e Eddie mal podiam ficar de pé, mas pelo menos Christian tinha noção
dos seus arredores. O rosto de Mia estava marcado de lagrimas, mas eu suspeitei que ela seria
capaz de obedecer ordens. Isso deixava Mason e eu como os mais funcionais do grupo.
“O relógio daquele cara diz que é de manhã,” ele disse. “O que nós temos que fazer é ir para
fora, e eles não poderão nos tocar. Desde que não haja mais nenhum humano, pelo menos.”
“Eles falaram que Isaiah não estava,” disse Mia baixinho. “Nós devemos ser capazes de sair,
certo?”
“Esses homens não saiem daqui faz horas,” eu disse. “Eles podem estar errados. Não podemos
fazer nada estúpido.”
Cuidadosamente, Mason abriu a porta do nosso quarto e olhou para o corredor vazio. “Você
acha que tem um jeito de sair aqui embaixo?”
“Isso facilitaria nossas vidas,” eu murmurei. Eu olhei para os outros. “Fiquem aqui. Nós vamos
checar o resto do porão.”
“E se alguém vier?”exclamou Mia.
“Eles não vão,” eu assegurei a ela. Na verdade eu tinha certeza que não havia mais ninguém no
porão, eles teriam vindo correndo com todo aquele barulho. E se alguém tentasse descer as
escadas, nós iríamos ouvir eles primeiro.
Ainda sim,Mason e eu nos movemos cuidadosamente enquanto avaliávamos o porão,
cuidando das costas um do outro e olhando os cantos. Era um labirinto de ratos como eu havia
lembrando quando fomos capturados. Corredores tortos e muitos quartos. Um por um,nós
abrimos cada porta. Cada quarto estava vazio, salvo por uma cadeira ocasional. Eu tremi,
pensando que todos aqueles quartos provavelmente eram usados para outros prisioneiros,
assim como nós tínhamos disso.
“Não tem uma merda de uma janela no lugar todo,” eu murmurei quando terminamos nossa
varredura. “Nós temos que subir.”
Nós voltamos para nosso quarto, mas antes de chegarmos lá, Mason pegou a minha mão.
“Rose...”
Eu parei e olhei pra ele. “Sim?”
Os olhos azuis dele- estavam mais sérios do que jamais haviam estados – olhavam pra mim
arrependido – “Eu realmente fiz merda.”
Eu pensei sobre todos os eventos que tinham levado a isso.”Nós fizemos merda, Mason.”
Ele concordou. “Eu espero... eu espero que quando tudo isso acabar, nós ainda possamos
sentar e conversar e ajeitar as coisas. Eu não deveria ter ficado com raiva de você.”
Eu queria dizer a ele que isso não ia acontecer, que quando ele desapareceu, eu na verdade
estava querendo contar para ele que as coisas não ficariam melhores entre nós. Já que essa
não parecia a hora ou o lugar para comentar isso, eu menti.
Eu apertei a mão dele. “Eu também espero.”
Ele sorriu, e nós voltamos para os outros.
“Certo,” eu disse a eles. “É assim que vamos fazer.”
Nós rapidamente bolamos um plano e fomos para as escadas. Eu liderei, seguida por Mia
enquanto ela tentava dar apoio para um relutante Christian. Mason ficou na retaguarda,
praticamente arrastando Eddie.
“Eu deveria ir na frente,” Mason murmurou enquanto estávamos no topo da escada.
“Você não vai,” eu respondi, colocando minhas mãos na maçaneta.
“É, mas se algo acontecer-“
“Mason,” eu interrompi. Eu olhei para ele, e de repente, eu tive um flash da minha mãe
quando o ataque aos Drozvov tinha sido descoberto. Calma e controlada, mesmo a beira de
algo horrível. Eles precisavam de um líder, assim como esse grupo precisava agora, e eu tentei
o máximo que eu pude canalizar o comportamento dela. “Se algo acontecer, você os tira
daqui. Corra rápido e para longe. Não volte sem uma multidão de guardiões.”
“Você vai ser quem será atacada primeiro!O que eu deveria fazer? “ ele assobiou. “Abandonar
você?”
“Sim.Você esquece de mim e os tira daqui.”
“Rose, eu não vou-“
“Mason.” Eu de novo imaginei minha mãe, lutando por aquela força e poder para liderar os
outros. “Você pode fazer isso ou não?”
Nós nos encaramos por vários segundos enquanto os outros seguravam sua respiração.
“Eu posso fazer isso,” ele disse duramente. Eu acenei e me virei.
A porta do porão rangeu e então abriu, e eu fiz uma careta por causa do som. Mal me
arriscando a respirar, eu fiquei perfeitamente parada no topo da escada, esperando e ouvindo.
Essa casa e sua decoração esquisita parecia a mesma a qual tínhamos sido trazidos. Cortinas
escuras tapavam as janelas, mas nas beiradas, eu podia ver a luz do sol aparecendo.A luz do sol
nunca tinha parecido algo tão bom como parecia nesse momento. Chegar até ela significava
liberdade.
Não havia sons ou movimentos. Olhando ao redor, eu tentei me lembrar onde era a porta da
frente. Era do outro lado da casa – realmente não era muito longe mas agora parecia haver um
abismo de distancia.
“Vasculhe comigo,” eu sussurrei para Mason, esperando fazer ele se sentir melhor por ele ter
que trazer os guardiões.
Ele deixou Eddie se apoiar em Mia por um momento e foi comigo para fazer uma rápida
varredura da área. Nada. O caminho estava livre até a porta da frente. Eu expirei em alivio.
Mason pegou Eddie de novo, e nós nos fomos em frente, todos nós tensos e nervosos. Deus.
Nós vamos fazer isso, eu percebi. Todos nós vamos fazer isso. Eu não podia acreditar na nossa
sorte. Estivemos tão perto do desastre – e mal tínhamos conseguido. Era um daqueles
momentos que faz você apreciar a vida e querer mudar as coisas. Uma segunda chance que
você jura que não vai desperdiçar. A realização de que –
Eu os ouvi se mexer quase ao mesmo tempo em que eu os vi ficarem na nossa frente. Era
como se magicamente Isaiah e Elena tivessem aparecido. Mas, eu sabia que não havia mágica
envolvida dessa vez. Strigoi apenas se moviam bem rápido. Eles deviam estar do outro lado
que nós assumimos estar vazio – nós não queríamos perder tempo extra olhando. Eu me irritei
comigo mesma internamente por não ter checado cada centímetro daquele andar. Em algum
lugar, no fundo da minha memória, eu me ouvi falando com a minha mãe na aula de Stan:”Me
parece que vocês fizeram besteira. Porque vocês não vasculharam o lugar todo e se
certificaram que não haviam Strigoi pra começo de conversa? Me parece que vocês teriam se
poupado de muitos problemas.”
Karma é uma merda.
“Crianças, crianças,” cantarolou Isaiah. “Não é assim que o jogo funciona. Vocês estão
quebrando as regras.” Um sorriso cruel apareceu nos seus lábios. Ele nos achava divertidos, e
não uma ameaça. Honestamente? Ele estava certo.
“Rápido e longe, Mason,” eu disse em voz baixa, sem tirar meus olhos do Strigoi.
“Ora, ora... se um olhar pudesse matar...” Isaiah arqueou suas sobrancelhas quando algo
ocorreu a ele. “Você acha que pode derrotar nós dois sozinha?” Ele riu. Elena riu. Eu cerrei os
dentes.
Não, eu não achava que pudesse derrotar os dois.Na verdade, eu tinha certeza que ia morrer.
Mas eu também tinha certeza que eu podia providenciar uma bela de uma distração antes.
Eu me arremessei contra Isaiah mas pus a arma contra Elena. Você pode pegar os humanos
desprevenidos – mas não um Strigoi. Eles me virando chegando praticamente antes deu me
mexer. Eles não esperavam que eu tivesse uma arma no entanto. E enquanto Isaiah bloqueava
meu ataque com quase nenhum esforço, eu ainda consegui dar tiros em Elena antes dele
pegar a arma e me conter. O barulho da arma foi alto nos meus ouvidos, e ela gritou em dor e
surpresa. Eu mirei no estomago dela mas atingi a coxa dela.Não que importasse. Nenhum
deles teria matado ela, mas no estomago teria doido muito mais.
Isaiah segurava meu pulso com tanta força, que eu pensei que ele iria quebrar os ossos. Eu
larguei a arma.Ela bateu no chão, saltou, e deslizou em direção a porta. Elena gritou com raiva
e me arranhou. Isaiah disse a ela para ela se controlar e me tirou do alcance dela. Enquanto
isso, eu me debati o máximo possível, não para escapar mas para chamar a atenção deles para
mim.
E então: o mais doce dos sons.
A porta da frente abrindo.
Mason tinha se aproveitado da minha distração. Ele saiu com Eddie e Mia, desviando de mim e
do Strigoi para ir em direção a porta. Isaiah se virou com aquela super velocidade dele – e
gritou quando a luz do sol o dominou. Mas mesmo com ele sofrendo, seus reflexos ainda eram
rápidos. Ele se empurrou para fora do caminho da luz para dentro do quarto, arrastando Elena
e eu com ele – ela pelo braço, e eu pelo pescoço.
“Tire eles daqui!” eu gritei.
“Isaiah-“ começou Elena, se soltando.
Ele me empurrou para o chão e olhou ao redor, encarando suas vitimas que haviam escapado.
Eu buscava ar agora que seu aperto na minha garganta havia se soltado e eu olhei para porta
através do meu cabelo. Foi em tempo de ver Mason arrastar Eddie para a rua, na segurança da
luz. Mia e Christian já tinham saído. Eu quase chorei de alivio.
Isaiah se virou para mim com a fúria de uma tempestade, seus olhos pretos e terríveis
enquanto ele se aproximava de mim com sua enorme altura. O rosto dele, que sempre havia
sido assustador, se tornou algo quase além da compreensão. “Monstruoso” nem começava a
descrever.
Ele me levantou pelo cabelo. Eu chorei pela dor, e ele abaixou seu rosto para que nossos
rostos estivesse pressionados um contra o outro.
“Você quer uma mordida, garota?” ele exigiu. “Você quer ser uma meretriz de sangue?Bem,
nós podemos conseguir isso. Em todo sentido da palavra. E não vai ser doce. E não vai ser
indolor. Vai ser doloroso – compulsão funciona dos dois jeitos, você sabe, e eu vou me
certificar que você acredite estar sofrendo a pior dor da sua vida. E eu também vou me
certificar que a sua morte leve muito, muito tempo. Você vai gritar. Você vai chorar. Você vai
me implorar para acabar com tudo e deixar você morrer-“
“Isaiah,” chorou Elena em exasperação. “Só a mate de uma vez. Se você tivesse feito isso antes
como eu disse, nada disso estaria acontecendo.”
Ele continuou me segurando mas virou seus olhos em direção a ela. “Não me interrompa.”
“Você está sendo melodramático,” ela continuou.Sim, ela realmente era uma reclamadora. Eu
nunca pensei que um Strigoi pudesse ser isso. Era quase cômico.”E desperdiçado.”
“Não me responda,também,” ele disse.
“Estou com fome. Estou apenas dizendo que nós deveríamos-“
“Deixe ela em paz, ou eu mato você.”
Nós todos nos viramos para a nova voz, uma voz negra e irritada. Mason estava na entrada,
emoldurado pela luz, segunda a arma que eu tinha derrubado. Isaiah o estudou por alguns
segundos.
“Claro,” Isaiah disse. Ele parecia entediado. “Tente.”
Mason não hesitou. Ele atirou e continuou atirando até o esvaziar o cartucho inteiro no peito
de Isaiah. Cada bale fez o Strigoi se encolher um pouco, mas fora isso, ele continuou parado
me segurando. Isso era o que significa ser um velho e poderoso Strigoi, eu percebi. Uma bala
daquelas tinha machucado uma Strigoi nova como Elena. Mas Isaiah? Levar vários tiros no
peito era simplesmente divertido.
Mason percebeu isso também, e suas feições se endureceram quando ele derrubou a arma no
chão.
“Saia daqui!” eu gritei. Ele ainda estava no sol, ainda seguro.
Mas ele não me ouviu. Ele correu em nossa direção, fora da luz protetora. Eu redobrei minha
luta, esperando tirar a atenção de Isaiah para longe de Mason. Eu não consegui. Isaiah me
empurrou para Elena antes de Mason estar na metade do caminho. Rapidamente Isaiah
bloqueou e segurou Mason, exatamente como ele tinha feito comigo antes.
Mas, diferente de mim, Isaiah não segurou os braços de Mason. Ele não pegou os cabelos de
Mason ou fez longas ameaças sobre uma morte agonizante. Isaiah simplesmente parou o
ataque, pegando a cabeça de Mason com as duas mãos, e deu um rápido giro. Ouve o som de
algo quebrando. Os olhos de Mason ficaram desfocados. E então ficaram vazios.
Com um olhar impaciente, Isaiah soltou seu aperto e jogou o corpo mole de Mason em direção
a onde Elena me segurava. Ele pousou na nossa frente. Minha visão ficou borrada quando a
náusea e a tontura tomaram conta de mim.
“Aí,” disse Isaiah para Elena. “Veja se isso acalma sua fome. E guarde um pouco para mim.”

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