sexta-feira, 2 de março de 2012

A.Vampiro - aura negra (capitulo 12)




DOZE
Eu estava fora da cama num segundo. O hotel inteiro estava uma confusão devido as noticias.
As pessoas agruparam-se em grupos pequenos nos corredores. Familiares procuravam uns aos
outros. Algumas conversas eram feitas em sussurros apavorados; alguns eram altos e fáceis de
ouvir. Eu parei algumas pessoas, tentando pegar a história certa. Todos tinham uma visão
diferente do que tinha acontecido, no entanto, e uns nem paravam pra conversar. Eles
passavam com pressa, ou procurando seus familiares ou se preparando para sair do hotel,
convencidos de que havia um lugar mais seguro em outro lugar.
Frustrada com as histórias diferentes, eu finalmente – relutantemente – sabia que tinha
procurar as duas fontes que me dariam informações solidas. Minha mãe ou Dimitri. Era como
virar uma moeda. Eu não estava animada com nenhuma das duas no momento. Eu debati
momentaneamente e finalmente decidi por minha mãe, sabendo o quanto ela estava se dando
com Tasha Ozera.
A porta para o quarto da minha mãe estava entre aberta, e eu e Lissa entramos, e eu vi que
um quartel temporário tinha sido montado aqui. Vários guardiões estavam amontoados,
entrando e saindo, discutindo estratégias. Alguns nos deram olhares estranhos, mas ninguém
nos parou para nos questionar. Lissa e eu sentamos num pequeno sofá e ouvimos a conversa
que minha mãe estava tendo.
Ela estava com um grupo de guardiões, um deles era Dimitri. E eu queria evitar ele. Os olhos
marrom dele me olharam brevemente e eu desviei meu olhar. Eu não queria lidar com meus
sentimentos perturbados por ele agora.
Lissa e eu logo discernimos os detalhes. Oito Moroi tinham sido assassinados junto com seus
cinco guardiões. Três Moroi estavam desaparecidos, mortos ou transformados em Strigoi. O
ataque não tinha acontecido perto daqui; tinha sido em algum lugar perto do norte da
California. Ainda sim, uma tragédia como essa não podia deixar de ecoar no mundo dos Moroi,
e para alguns, dois estados de distancia era muito perto. As pessoas estavam aterrorizadas, e
eu logo soube o que fazia esse ataque ser tão notável.
“Deviam ser mais do que da ultima vez,” disse minha mãe.
“Mais? Exclamou um dos outros guardiões. “Aquele ultimo grupo foi sem precedentes. Eu
ainda não consigo acreditar que nove Strigoi conseguiram trabalhar juntos – você espera que
eu acredite que eles conseguiram ficar ainda mais organizados?”
“Sim,” falou minha mãe.
“Alguma evidencia de humanos?” alguém perguntou.
Minha mãe hesitou, então: “Sim. Mais wards quebradas. E do jeito que tudo foi feito... é
idêntico ao ataque a casa dos Badica.”
A voz dela era dura, mas havia meio que um cansaço nela. Não era exaustão física, no entanto.
Era mental, eu percebi. Tensão e dor pelo que eles estavam falando. Eu sempre pensei que
minha mãe era algum tipo de maquina de matar, nas isso era claramente difícil pra ela. Era um
duro, e feio assunto de discutir – mas ao mesmo tempo, ela estava falando sem hesitar. Era o
dever dela.
Um caroço se formou na minha garganta e eu rapidamente o engoli. Humanos. Idêntico ao
ataque aos Badica. Desde o massacre, nós analisamos extensamente a estranheza de um
grupo tão grande de Strigoi se juntar e recrutar humanos. Nós falamos em termos vagos “se
algo assim acontecer de novo...” Mas ninguém tinha falado seriamente sobre esse grupo – os
assassinos dos Badica – fazendo isso de novo. Uma vez era casualidade – talvez um bando de
Strigoi tinham se reunido por acaso e num impulso decidiram invadir e atacar de surpresa a
casa. Era horrível, mas nós podíamos entender isso.
Mas agora... agora parecia que aquele grupo de Strigoi não tinha sido algo por acaso. Eles se
uniram com um propósito, usaram humanos estrategicamente, e tinham atacado de novo.
Agora nós tínhamos o que podia ser um padrão: Atividade Strigoi procurando um grupo
grande de presas. Assassinos em serie. Nós não podíamos mais confiar na mágica protetora
das wards. Não podíamos nem confiar na luz do sol. Humanos podiam se mover durante o dia,
explorando e sabotando. A luz não era mais segura.
Eu lembrei o que eu disse para Dimitri na casa dos Badica: Isso muda tudo, não muda?
Minha mãe remexia em alguns papeis em uma mesa. “Eles não tem detalhes forenses ainda,
mas o mesmo numero de Strigoi não poderia ter feito isso. Nenhum dos Drozdovs ou sua
equipe escapou. Com cinco guardições, sete Strigoi estariam preocupados – pelo menos
temporariamente – que alguém escapasse. Eram 9 ou 10, talvez.”
“Janine está certa,” disse Dimitri. “E se você olhar para o local do crime... é muito grande. Sete
não podiam ter coberto ele.”
Os Drozdovs eram uma das doze famílias reais. Eles eram muitos e prósperos, diferente do
clan a beira da morte de Lissa. Eles tinham muitos familiares, mas obviamente, um ataque
como esse ainda era horrível. Mais afundo, algo sobre isso me incomodou. Tinha algo que eu
deveria lembrar... algo que eu deveria saber sobre os Drozdovs.
Enquanto parte de mim tentava descobrir o que era, eu observei minha mãe fascinada. Eu
tinha ouvido ela contar as historias dela. Eu tinha visto e sentido ela lutar. Mas na realidade, eu
nunca tinha a visto em ação em uma crise real. Ela demonstrava cada parte daquele controle
que ela mostrava ao meu redor, mas aqui, eu podia ver o quão necessário era. Uma situação
dessas gerava pânico. Mesmo entre os guardiões, eu podia ver aqueles que estavam tão
alarmados que queriam fazer algo drástico. Minha mãe era a voz da razão, um lembrete que
eles tinham que permanecer focados e avaliar a situação. A compostura dela acalmou a todos;
seus modos fortes os inspiraram. Assim, eu percebi, é como um líder se comporta.
Dimitri estava tão controlado quanto ela, mas ele deixou ela cuidar das coisas. Eu tive que me
lembrar que as vezes ele era jovem até onde os guardiões iam. Eles discutiram mais o ataque,
como os Drozdovs estavam comemorando o natal atrasado em um banquete quando foram
atacados.
“Primeiro os Badica, agora os Drozdovs,” murmurou um guardião. “Eles estão indo atrás da
realeza.”
“Eles estão indo atrás dos Moroi,” disse Dimitri. “Da realeza. Comuns. Não importa.”
Realeza. Comuns. Eu de repente sabia porque os Drozdovs eram tão importantes. Meus
instintos espontâneos queriam pular e fazer uma pergunta agora mesmo, mas eu sabia mais.
Isso era a coisa real. Não era hora para comportamento irracional. Eu queria ser tão forte
quanto minha mãe e Dimitri, então eu esperei pelo fim da conversa.
Quando o grupo começou a se separar, eu levantei do sofá e fui falar com minha mãe.
“Rose,” ela disse, surpresa. Como na aula do Stan, ela não tinha me notado no quarto. “O que
você está fazendo aqui?”
Era uma pergunta tão estúpida que eu nem respondi. O que ela acha que eu estou fazendo
aqui? Isso era uma das maiores coisas acontecendo com os Moroi.
Eu apontei para a mesa. “Quem mais foi morto?”
A irritação fez rugas na testa dela. “Drozdovs.”
“Mas quem mais?”
“Rose, não temos tempo-“
“Eles tinham empregados, certo? Dimitri disse comuns. Quem eram eles?”
De novo, eu vi cansaço nela. Ela sentiu aquelas mortes. “Eu não sei todos os nomes.” Virando
algumas paginas, ela virou os papeis para mim. “Aqui.”
Eu olhei a lista. Meu coração afundou.
“Ok,” eu disse a ele. “Obrigado.”
Lissa e eu deixamos eles com seus negócios. Eu gostaria de poder ajudar, mas os guardiões
funcionavam eficientemente sozinhos; não havia necessidade para novatos no pé deles.
“O que foi isso?” perguntou Lissa, quando atingimos a parte principal do hotel.
“Os empregados dos Drozdovs,” eu disse. “A mãe de Mia trabalhava para eles...”
Lissa arfou. “E?”
Eu suspirei. “E o nome dela estava na lista.”
“Oh Deus. “Lissa parou de andar. Ela encarou o nada, piscando e derramando lagriams. “Oh
Deus,” ela repetiu.
Eu me movi para frente dela e coloquei minha mão nos ombros dela. Ela estava tremendo.
“Está tudo bem,” eu disse. O medo dela veio até mim em ondas, mas era um medo atordoado.
Choque. “Vai ficar tudo bem.”
“Você os ouviu,” ela disse. “Tem um bando de Strigoi organizado nos atacando!Quantos? Eles
estão vindo pra cá?”
“Não,” eu disse afirmativamente. Eu não tinha evidencias disso, é claro. “Estamos seguros
aqui.”
“Pobre Mia...”
Não tinha nada que eu pudesse dizer sobre isso. Eu achava que Mia era uma completa vadia,
mas eu não desejaria isso a ninguém, nem a meu pior inimigo – o que, tecnicamente, ela era.
Imediatamente, eu corrigi aquele pensamente. Mia não era meu pior inimigo.
Eu não consegui sair do lado de Lissa pelo resto do dia. Eu sabia que não tinham Strigoi no
hotel, mas meus instintos protetores eram fortes. Guardiões protegiam os Moroi. Com
sempre, eu também me preocupei por ela ficar ansiosa e chateada, então eu fiz o meu melhor
para desarmar aqueles sentimentos.
Os outros guardiões resseguraram os Moroi também. Eles não andavam lado a lado com os
Moroi, mas eles reforçaram a segurança do hotel e ficam em constante comunicação com os
guardiões na cena do ataque. Informações vieram o dia todo sobre os horrendos detalhes,
assim como a especulação sobre onde o bando de Strigoi estava. Pouco disso foi divido com os
novatos, é claro.
Enquanto os guardiões faziam o faziam melhor, os Moroi fizeram o que eles – infelizmente –
faziam melhor: falar.
Com tantos outros da realeza e importantes Moroi no hotel, uma reunião foi organizada
aquela noite para discutir o que aconteceu o que deveria ser feito no futuro. Nada oficial podia
ser decidido aqui; os Moroi tinham uma rainha e um conselho governamental para esse tipo
de decisão. Todos sabiam, no entanto, que opiniões juntadas aqui iriam chegar até na cadeira
de comando. Nossa segurança futura podia muito bem depender do que estava sendo
discutido nessa reunião.
Ela foi feita num enorme salão de banquete dentro do hotel, um com um palanque e muitos
acentos. Apesar da atmosfera de negócios, você podia notar que esse aposento tinha sido
desenhado para outras coisas do que encontros para discutir massacres e defesas. O carpete
tinha uma textura de veludo e era decorado com um design de flores ornamentais em tons de
prata e preto. As cadeiras eram feitas de madeira preta polida e tinha costas altas, claramente
feitas para jantares chiques. Pinturas dos Moroi da realeza mortos a muito tempo estavam
penduradas na parede. Eu encarei brevemente uma com o nome de uma rainha que eu não
sabia. Ela usava um vestido antigo – com muitos laços para o meu gosto – e tinha cabelo pálido
como o de Lissa.
Um cara que eu não conhecia estava no comando da moderação e foi até o palanque. A
maioria da realeza estava reunida na frente do aposento. Todos os outros, incluindo
estudantes, sentaram onde podia. Christian e Mason encontraram Lissa e eu nesse ponto, e
todos começamos a sentar atrás quando Lissa balançou a cabeça.
“Vamos sentar na frente.”
Nos três encaramos ela. Eu estava muito chocada para vasculhar a mente dela.
“Olhem.”Ela apontou. “A realeza está sentada na frente, sentada por família.”
Era verdade. Membros do mesmo clan estavam amontoados uns perto dos outros. Badicas,
Ivashkovs, Zekloses, etc. Tasha estava sentada lá também, mas ela estava sozinha. Christian
era o único outro Ozera ali.
“Eu preciso estar lá,” disse Lissa.
“Ninguem espera que você esteja,” eu disse a ela.
“Eu tenho que representar os Dragomirs.”
Christian zombou. “É só um monte de merda da realeza.”
O rosto dela estava determinado. “Eu preciso ir pra lá.”
Eu me abri para os sentimentos de Lissa e gostei do que descobri. Ela passou a maior parte do
dia quieta e com medo, a maior parte quando ela tinha descoberto sobre a mãe de Mia.
Aquele medo ainda estava com ela, mas estava sendo suprimido por sua confiança e
determinação. Ela reconheceu que era uma dos Moroi que comandavam, e embora a idéia de
um bando de Strigoi a assustasse, ela queria ser parte.
“Você deveria,” eu disse suavemente. Eu também gostava da idéia dela desafiando Christian.
Lissa encontrou meus olhos e sorriu. Ela sabia o que eu tinha sentido. Um momento mais
tarde, ela se virou para Christian. “Você deveria se juntar a sua tia.”
Christian abriu sua boca em protesto. Se não fosse pelo horror da situação, ver Lissa mandar
nele teria sido engraçado. Ele era sempre teimoso e difícil; aqueles que tentavam forçar ele
não conseguiam. Vendo o rosto dele, eu via a mesma realização que eu tinha visto em Lissa
cobrir ele. Ele gosta de ver ela forte também. Ele pressionou seus lábios juntos em uma careta.
“Ok.” Ele pegou a mão dela, e os dois andaram para frente.
Mason e eu sentamos. Um pouco antes das coisas começarem, Dimitri sentou do meu outro
lado, cabelo preso atrás da nuca e o casaco de couro o guarnecendo enquanto ele sentado na
cadeira. Eu olhei pra ele surpresa mas não disse nada. Tinha poucos guardiões nessa reunião;a
maioria deles estava muito ocupada controlando os danos. Vai entender. Ali eu estava, entre
meus dois homens.
A reunião começou não muito depois disso.Todos estavam ansiosos para falar como achavam
que os Moroi estariam seguros, mas na verdade, duas teorias chamaram minha atenção.
“Isso é uma preocupação para todos nós,” disse um da realeza, quando ele teve oportunidade
de falar. Ele estava na sua cadeira e olhava ao redor do aposento. “Aqui. Em lugares como esse
hotel. E a Academia St. Vladimir. Nós mandamos nossos filhos para lugares seguros, lugares
em que estejam seguros devido aos números e possam ser guardados facilmente. E veja
quantos de nós estão aqui, crianças e adultos igualmente. Porque não vivemos desse jeito o
tempo todos?”
“Muitos de nós já vivem,’ alguém gritou mais atrás.
O homem ignorou. “Alguns famílias aqui e ali. Ou uma cidade com muitos Moroi. Mas aqueles
Moroi ainda estão descentralizados. A maioria não utiliza seus recursos – seus guardiões, sua
mágica. Se nós pudermos imitar esse modelo... “Ela espalhou suas mãos”... nunca teremos que
nos preocupar com os Strigoi de novo.”
“E os Moroi não poderiam interagir com o resto do mundo de novo,” eu murmurei. “Bem, até
os humanos descobrirem cidades secretas de vampiros se espalhando por aí. Então havia
muita interação.”
A outra teoria sobre como proteger os Moroi tinha alguns problemas de lógica mas tinha um
impacto mais forte – particularmente para mim.
“O problema é que nós não temos guardiões suficiente.” Esse plano foi evocado por uma
mulher da família dos Szelsky. “E então, a resposta é simples: conseguir mais.Os Drozdovs
tinham cinco guardiões, e isso não foi suficiente. Apenas seis para proteger uma dúzia de
Moroi! Isso é inaceitável. Não é de se admirar que esse tipo de coisa fique acontecendo.”
“Onde você propõe conseguirmos mais guardiões?” perguntou o homem que tinha sido a
favor de juntar os Moroi. “Eles são um recurso limitado.”
Ela apontou para onde eu e alguns novatos estavam. “Nós já temos vários. Eu os assisti treinar.
Eles são mortais. Porque esperar até eles fazerem 18 anos? Se nós acelerarmos o programa de
treinamento e nos focarmos em treinamento de combate do que em livros, nós podemos
transformar eles em novos guardiões quando tiverem 16 anos.”
Dimitri fez um som baixo com a garganta que não parecia feliz. Se inclinando para frente, ele
colocou os cotovelos nos joelhos e descansou o queixo nas mãos, olhos estreitos em
pensamento.
“Não apenas isso, muitos dos guardiões em potencial estão sendo desperdiçados. Onde estão
todas aquelas mulheres dhampir? Nossas raças são interligadas. Os Moroi estão fazendo a
parte deles para ajudar os dhampir a sobreviver. Porque aquelas mulheres não estão fazendo a
delas? Porque elas não estão aqui?”
Uma longa e sufocante risada veio como resposta. Todos os olhos se viraram para Tasha
Ozera. Enquanto a maioria dos outros da realeza tinham se arrumado, ela estava simples e
casual. Ela usava jeans, um top branco que mostrava um pouco do diafragma e um cardigan de
lã que tocava seus joelhos.
Olhando para o moderador, ela perguntou, “Eu posso?”
Ele concorou. A mulher Szelsky sentou; Tasha levantou. Diferente dos outros oradores, ela foi
até o palanque, para que pudesse ser vista claramente por todos. Seu cabelo brilhoso estava
preso em um rabo de cavalo, expondo suas cicatrizes completamente o que eu suspeitei que
era intencional. Seu rosto era ousado e desafiante. Lindo.
“Aquelas mulheres não estão aqui,Monica, porque elas estão muito ocupadas criando seus
filhos – você sabe, aquelas que você quer começar a mandar para a frente de batalha assim
que aprenderem a caminhar. E por favor não nos insulte agindo como se os Moroi fizessem um
grande favor aos dhampirs os ajudando a se reproduzir. Talvez seja diferente na sua família,
mas para o resto de nós, sexo é divertido. Os Moroi transando com os dhampirs não estão
fazendo nenhum sacrifício.”
Dimitri se ajeitou agora, sua expressão não mais irritada. Ele provavelmente estava excitado
porque sua nova namorada tinha mencionado sexo. Irritação passou por mim, e eu esperava
que se eu tivesse um olhar homicida no meu rosto, as pessoas pensassem que era para os
Strigoi e não para a mulher que estava falando.
Além de Dimitri, eu de repente notei Mia sentada sozinha, mais aparte da linha. Eu não tinha
percebido que ela estava aqui. Ela estava caída em seu assento. Os olhos dela estavam
vermelhos, seu rosto mais pálido do que o usual. Um dor estranha queimou em meu peito,
uma que eu nunca esperei que ela trouxesse.
“E a razão que nós estamos esperando os guardiões fazerem 18 anos é para que nós possamos
deixar eles aproveitar algum pretenso de viva antes de forçar eles a passar o resto de seus dias
em constante perigo. Eles precisam desses anos extras para se desenvolver mentalmente e
fisicamente. Pegar eles antes de estarem prontos, tratar eles como se fossem parte de uma
linha de montagem – então você só está criando ração para os Strigoi.”
Algumas pessoas arfaram com a escolha de palavras de Tasha, mas ela conseguiu com sucesso
a atenção de todos.
“Você vai criar mais comida se tentar fazer as outras mulheres dhampir virarem guardiãs. Você
não pode forçar elas a uma vida que não querem. Todo esse seu plano de conseguir mais
guardiões está baseado em jogar crianças e aqueles que não querem em perigo, só para que
você possa – por pouco – ficar um pouco a frente do inimigo. Eu diria que esse é o plano mais
estúpido que eu já ouvi, se eu já não tivesse ouvido o dele.”
Ela apontou par o primeiro orador, aquele que tinha proposto um ajuntamento de Moroi.
Embaraço apareceu em suas feições.
“Nos ilumine então,Natasha,” ele disse. “Nos diga o que você acha que nós deveríamos fazer,
vendo quanta experiência você tem com os Strigoi.”
Um pequeno sorriso apareceu nos lábios de Tasha, mas ela não se abalou com o insulto. “O
que eu acho?” Ela caminhou mais para perto da frente do palco, nos olhando enquanto
respondia a pergunta. “Eu acho que nós deveríamos parar de bolar planos que envolvem
depender de alguém ou algo para nos proteger. Você acha que tem poucos guardiões? Esse
não é o problema. O problema é que tem muitos Strigoi. E nós os deixamos se multiplicar e
ficar mais poderosos porque não fazemos nada em relação a eles a não ser ter discussões
estúpidas como essa. Nós corremos e nos escondemos atrás dos dhampirs e deixamos os
Strigoi fugir. É nossa culpa. Nós somos a razão dos Drozdovs terem morrido. Você quer um
exercito? Bem, aqui estamos. Dhampirs não são os únicos que podem aprender a lutar. A
questão, Monica, não é porque as mulheres dhampir não estão lutando. A questão é: Porque
nós não estamos?”
Tasha estava gritando agora, e o esforço a fez corar. Os olhos dela brilhavam com seus
sentimentos apaixonados, e combinado com o resto de suas feições – e mesmo com a cicatriz
– ela era uma figura impressionante. A maioria das pessoas não podia tirar os olhos dela. Lissa
assistia Tasha com admiração, inspirada pelas palavras dela. Mason parecia hipnotizado.
Dimitri parecia impressionado. E além dele...
Além dele estava Mia. Mia não estava mais atirada na cadeira. Ela estava sentada direito,
direito e dura, seus olhos mais selvagens do que poderiam ficar. Ela encarava Tasha como se
somente ela tivesse todas as respostas da vida.
Monica Szelsku parecia menos respeitosa, enquanto encarava Tasha. “Certamente você não
está sugerindo que os Moroi lutem junto com os guardiões quando os Strigoi vierem?”
Tasha reparou nela igualmente. “Não. Eu estou sugerindo que os Moroi e seus guardiões lutem
com os Strigoi antes deles virem.”
Um cara com seus vinte anos que parecia um dos modelos de Ralph Lauren levantou. Eu podia
apostar que ele era da realeza. Mais ninguém poderia pagar para fazer mechas loiras tão
perfeitas. Ele usava um suéter ao redor da cintura e a colocou ao redor de sua cadeira. “Oh,”
ele disse em uma voz de zombação, falando sem ser sua vez. “Então, você vai nos dar cacetes e
estacas e nos mandar para a batalha?”
Tasha deu nos ombros. “Se for preciso, Andrew, então claro.” Um sorriso bobo cruzou seus
lábios. “Mas tem outras armas que nós podemos usar também. Uma que os guardiões não
podem.”
O seu rosto mostrava o quão insano ele achava que essa idéia era. Ele virou seus olhos. “Oh é?
Como o que?”
Seu sorriso virou uma risada. “Como isso.”
Ela balançou a mão, e o sueter colocado na cadeira pegou fogo.
Ele gritou surpreso e o derrubou no chão, pisando no suéter com os pés.
Houve uma breve e coletiva falta de ar no aposento. Então... o caos tomou conta.


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