sexta-feira, 25 de maio de 2012

A.Vampiro - promessa de sangue (capitulo 6)


CAPÍTULO SEIS
Eu levantei rapidamente, cada parte de mim acordada e alerta. Não haviam luzes
da cidade para brilhar, e eu levei vários segundos para distinguir qualquer coisa no
quarto escuro. Sydney estava deitada em sua cama, seu rosto em paz enquanto
dormia.
Onde estava o Strigoi? Definitivamente não no nosso quarto. Ele estava na casa?
Todos diziam que a estrada para casa de Dimitri era perigosa. Ainda sim, eu pensei que
Strigoi iriam atrás de Moroi e dhampir – embora humanos fossem uma grande parte
da dieta deles também. Pensando no casal gentil que nos deu boas vindas a sua casa,
em senti algo se apertar no meu peito. De jeito nenhum eu iria deixar alguma coisa
acontecer com eles.
Saindo silenciosamente da cama, eu peguei minha estaca e sai do quarto sem
perturbar Sydney. Mais ninguém estava acordado, e assim que eu cheguei na sala, a
náusea sumiu. Ok. O Strigoi não estava dentro, o que era uma boa coisa. Ele estava do
lado de fora, aparentemente do lado da casa perto do meu quarto. Ainda me movendo
silenciosamente, eu sai pela porta da frente e virei a esquina, tão silenciosa quanto a
noite ao meu redor.
A náusea ficou mais forte enquanto me aproximava do celeiro, e eu não conseguia
me impedir de me sentir orgulhosa. Eu ia surpreender esse Strigoi que pensou que
poderia vir de fininho em um vilarejo humano para jantar. Ali. Perto da entrada do
celeiro, eu podia ver uma longa sombra se movendo. Te peguei, eu pensei. Eu aprontei
minha estaca e comecei a me mover para frente –
– e então algo me atingiu no meu ombro.
Eu tropecei, surpresa, e olhei para o rosto de um Strigoi. Com o canto do olho, eu
vi a sombra perto do celeiro se materializar em outro Strigoi se movendo para frente.
Pânico passou por mim. Haviam dois, e meu sistema de detecção secreto não foi capaz
de dizer a diferença. Pior, eles me agarraram.
Um pensamento imediatamente passou pela minha mente: E se um deles fosse
Dimitri?
Não era. Pelo menos, o mais perto de mim não era. Era uma mulher. Eu ainda
precisava ver o segundo. Esse estava se aproximando do meu outro lado, se movendo
rápido. Eu tinha que lidar com a ameaça imediata e ataquei a mulher com minha
estaca, esperando ferir ela, mas ela se esquivou tão rapidamente, que eu mal vi ela se
mover. Ela foi em minha direção de um jeito casual. Eu não fui rápida o bastante para
reagir e fui voando em direção ao outro Strigoi – um cara que não era Dimitri.
Eu respondi rapidamente, pulando e chutando ele. Eu estava segurando a estaca,
dando uma distância entre nós, mas ajudou pouco quando a mulher veio por trás de
mim e me agarrou, trazendo meu corpo contra o dela. Eu dei um choro abafado e senti
as mãos dela na minha garganta. Ela provavelmente ia quebrar meu pescoço, eu
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percebi. Era uma técnica rápida e fácil para os Strigoi que permitia que eles
arrastassem sua vitima para se alimentar.
Eu lutei, me soltando levemente das mãos dela, mas enquanto o outro Strigoi se
inclinava na nossa direção, eu soube que era inútil. Eles me surpreenderam. Eles eram
dois. Eles eram fortes.
Pânico passou por mim de novo, um senso de medo e desespero que me
sobrepujou. Eu tinha medo toda vez que lutava com um Strigoi, mas medo estava
atingindo seu limite. Ele era desfocado e fora de controle, e eu suspeitava que era o
toque de loucura e escuridão que eu absorvia de Lissa. Os sentimentos explodiram
dentro de mim, e eu me perguntei se eles iriam me destruir antes dos Strigoi. Eu
estava correndo um real perigo de morrer aqui – de deixar Sydney e os outros serem
mortos. A raiva e o estresse desse pensamento me sufocou.
Então, de repente, foi como se a terra tivesse se aberto. Formas translúcidas,
brilhando suavemente na escuridão, se espalhavam em toda parte. Alguns pareciam
pessoas normais. Outras eram horríveis, seus rostos magros e com forma de crânio.
Fantasmas. Espíritos. Eles nos cercaram, sua presença fazendo meu cabelo levantar e
enviando dor de cabeça pelo meu crânio.
Os fantasmas viraram em nossa direção. Isso aconteceu antes, no avião, quando
aparições tinham enxameado e ameaçado me consumir. Eu me preparei, tentando
desesperadamente convocar forças para construir as barreiras que iriam me cortar do
mundo dos espíritos. Era uma habilidade que tive que aprender, uma que eu
normalmente mantinha sem esforço. O desespero e o pânico dessa situação
quebraram meu controle. Naquele horrível momento, eu de novo de forma egoísta
desejei que Mason não tivesse encontrado paz e deixado esse mundo. Eu teria me
sentido melhor se o fantasma dele estivesse aqui.
Então eu percebi que não era o alvo.
Os fantasmas estavam indo em direção dos dois Strigoi. Os espíritos não tinham
formas sólidas, mas todo lugar que eles tocavam e passavam parecia gelo para mim. A
mulher Strigoi imediatamente começou a mexer seus braços para espantar as
aparições, rosnando de raiva e algo como quase medo. Os fantasmas não pareciam ser
capazes de machucar os Strigoi, mas eles eram bem irritantes – e distrativos.
Eu empalei o homem Strigoi antes dele sequer chegar a me ver chegar.
Imediatamente, os fantasmas ao redor dele se moveram em direção a mulher. Ela era
boa, eu admito. Apesar da luta para se livrar dos espíritos, ela ainda foi capaz de se
desviar muito bem dos meus ataques. Um soco de sorte dela fez estrelas brilharem nos
meus olhos e me jogou contra a parede do celeiro. Eu ainda tinha a dor de cabeça
induzida pelos fantasmas, e minha cabeça bater contra o celeiro não ajudou.
Levantando, tonta, eu voltei até ela e continuei meus esforços para acertar o coração
dela. Ela conseguiu manter seu peito fora de alcance – pelo menos até que um
fantasma particularmente assustador a pegou desprevenida. Sua distração
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momentânea me deu uma chance, e eu a empalei também. Ela caiu no chão – me
deixando sozinha com os espíritos.
Com o Strigoi, os fantasmas claramente queriam atacar eles. Comigo, foi como no
avião. Eles pareciam estar fascinados comigo, desesperados para chamar minha
atenção. Só que, com dezenas de fantasmas pairando, era como se eu tivesse sido
atacada.
Desesperadamente, eu tentei de novo convocar minhas paredes, para bloquear os
fantasmas de mim como tinha feito um longo tempo atrás. O esforço era excruciante.
De alguma forma, minhas emoções descontroladas tinham trazido esses espíritos, e
enquanto eu estava me acalmando, esse controle era mais difícil de trazer. Minha
cabeça continuava a latejar.
“Vão embora,” eu assoviei. “Eu não preciso mais de vocês.”
Por um momento, parecia que meus esforços seriam inúteis. Então, devagar, um
por um, os espíritos começaram a sumir. Eu senti o controle gradualmente voltar ao
seu lugar. Logo, não havia nada a não ser eu, a escuridão, e o celeiro – e Sydney.
Eu notei ela assim que cai no chão. Ela estava correndo para fora da casa de
pijama, rosto pálido. Ajoelhada ao meu lado, ela me ajudou a sentar, medo legitimo
em seu rosto. “Rose! Você está bem?”
Eu senti como se cada fragmento de energia em meu cérebro e corpo tivessem
sido sugados. Eu não conseguia me mover. Eu não conseguia pensar.
“Não,” eu disse a ela.
E então eu desmaiei.
Eu sonhei com Dimitri de novo, os braços dele ao meu redor e seu rosto lindo
inclinando perto de mim para cuidar de mim como ele fazia tão frequentemente
quando estava doente. Memórias de coisas do passado vieram para mim, nós dois
rindo de uma piada. As vezes, nesses sonhos, ele me carregava para longe. As vezes,
estávamos andando de carro. Ocasionalmente, o rosto dele começava a tomar aquelas
feições de Strigoi cuja imagem sempre me atormentava. Então eu rapidamente
ordenei que minha mente espantasse esses pensamentos.
Dimitri tinha cuidado de mim tantas vezes e sempre esteve lá quando precisei
dele. Eu admito, ele não parecia acabar na enfermaria tanto quanto eu. Essa era minha
sorte. Mesmo quando ele estava ferido, ele não reconhecia. E eu estava sonhando e
alucinando, imagens que vinham a mim das poucas vezes que fui capaz de cuidar dele.
Logo antes da escola ser atacada, Dimitri estava envolvido em vários testes comigo
e alguns dos meus colegas para ver o quão bem reagíamos a ataques surpresa. Dimitri
era tão duro que era quase impossível vencer ele, embora ele se machucasse algumas
vezes. Eu encontrei ele no ginásio uma vez durante essas provas, e fiquei surpresa por
ver um corte na bochecha dele. Dificilmente era fatal, mas havia uma quantidade
grande de sangue saindo.
“Você percebeu que está sangrando até a morte?” Eu exclamei. Era meio que um
exagero, mas mesmo assim.
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Ele tocou sua bochecha distraído e pareceu notar o ferimento pela primeira vez.
“Eu não exageraria tanto. Não é nada.”
“Não é nada até você ficar com uma infecção!”
“Você sabe que isso é improvável,” ele disse obstinado. Essa era a verdade. Moroi
– fora nas vezes que contraiam uma doença rara, como a que Victor tinha –
dificilmente ficavam doentes. Nós dhampir tínhamos herdado isso deles, assim como
as tatuagens de Sydney davam a ela alguma proteção. Mas mesmo assim, eu não iria
deixar Dimitri ficar sangrando.
“Anda,” eu disse, apontando para o pequeno banheiro do ginásio. Minha voz era
poderosa, e para minha surpresa, ele obedeceu.
Depois de molhar um algodão, eu gentilmente limpei o rosto dele. Ele continuou a
protestar a principio, mas finalmente ficou quieto. O banheiro era pequeno, e
estávamos a centímetros um do outro. Eu conseguia sentir o cheiro limpo e intoxicante
dele e estudei cada detalhe de seu rosto e corpo forte. Meu coração batia rápido no
meu peito, mas deveríamos nos comportar, então eu tentei parecer tranquila e
composta. Ele estava calmo também, mas quando coloquei o cabelo dele atrás da
orelha para limpar o resto do seu rosto, ele recuou. A ponta dos meus dedos tocavam
sua pele e enviavam ondas de choque através de mim, e ele também as sentiu. Ele
pegou minha mão e se afastou.
“Chega,” ele disse, sua voz rouca. “Estou bem.”
“Tem certeza?” eu perguntei. Ele não tinha soltado minha mão. Estávamos tão,
tão perto. O pequeno banheiro parecia pronto para explodir com a eletricidade
crescendo entre nós. Eu sabia que isso não poderia durar mas odiava deixar ele ir.
Deus, era difícil ser responsável as vezes.
“Sim,” ele disse. A voz dele era suave, e eu sabia que ele não estava bravo comigo.
Ele tinha medo, medo do quão pouco era preciso para acender um fogo entre nós.
“Obrigado, Roza.”
Ele soltou minha mão, e nós saímos, nós dois fomos fazer nossas próprias coisas.
Mas o senso de sua pele e cabelo ficaram comigo durante horas depois...
Eu não sei porque sonhei com essa memória depois de ser atacada perto do
celeiro. Parecia estranho eu ter sonhado em cuidar de Dimitri quando era eu quem
precisava de cuidado. Eu acho que não faz realmente diferença que tipo de memória
era, desde que envolvesse ele. Dimitri sempre me fez sentir melhor, mesmo em meus
sonhos, me dando força e determinação.
Mas enquanto eu estava naquele delírio saindo e voltando a ficar consciente, o
rosto reconfortante dele ocasionalmente ficava com aqueles olhos vermelhos e presas.
Eu chorei, lutando para deixar isso de lado. Outras vezes, ele nem parecia com Dimitri.
Ele se transformava em um homem que eu não conhecia, um Moroi mais velho com
cabelo escuro e olhos astutos, joias douradas brilhando eu sem pescoço e orelhas. Eu
chorei por Dimitri de novo, e eventualmente, o rosto dele retornou, seguro e
maravilhoso.
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Em certo ponto, a imagem mudou de novo, e dessa vez era de uma mulher.
Claramente, ela não era Dimitri, mas tinha algo em seus olhos castanhos que me
lembravam dele. Ela era mais velha, nos seus 40 anos talvez, e uma dhampir. Ela
colocou uma toalha fria na minha testa, e eu percebi que não estava mais sonhando.
Meu corpo doía, e eu estava em uma cama desconhecida, em um quarto
desconhecido. Nenhum sinal de Strigoi. Eu tinha sonhado com eles também?
“Não tente se mover,” a mulher disse com um fraco traço de sotaque russo. “Você
foi atingida com força.”
Meus olhos se alargaram enquanto os eventos do celeiro voltavam para mim, a
convocação dos fantasmas. Não tinha sido um sonho. “Onde está Sydney? Ela está
bem?”
“Ela está bem. Não se preocupe.” Algo na voz da mulher me disse que eu podia
acreditar nela.
“Onde estou?”
“Em Baia.”
Baia, Baia. Em algum lugar, no fundo da minha mente, esse nome era familiar. De
repente a ficha caiu. Muito, muito tempo atrás, Dimitri havia dito. Ele mencionou o
nome da sua cidade apenas uma vez, e mesmo eu tendo tentado, eu nunca fui capaz
de lembrar. Sydney nunca me diria o nome. Mas agora estávamos aqui. A casa de
Dimitri.
“Quem é você?” eu perguntei.
“Olena,” ela disse. “Olena Belikova.”

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