sexta-feira, 25 de maio de 2012

house of night - escolhida (capitulo 15)


QUINZE
Tudo aconteceu rápido depois disso, mas para mim pareceu estar acontecendo com
outra pessoa que temporariamente tinha tomado meu corpo. Neferet imediatamente
assumiu. Ela ajudou Afrodite e eu e decidiu (infelizmente) que eu era a única forte o
bastante para voltar com eles até o corpo. Ela chamou Dragon Lankford, que apareceu
armado. Eu ouvi Neferet chegando com Dragon sobre quais guardiões tinham voltado das
férias. Pareceu que segundos depois dois altos, e musculosos vampiros apareceram. Eu os
reconheci vagamente. Tinha sempre vampiros adultos indo e vindo para a escola. Eu
aprendi cedo que a sociedade vampira era matriarcal, o que significa que as mulheres
mandam. Mas não significa que vampiros homens não são respeitados. Eles são. É só que
os dons deles são mais físicos e o das mulheres são mais intelectuais e intuitivos. Para
resumir, vampiros homens são incríveis guerreiros e protetores. Aqueles dois mais Dragon
e Loren me fizeram sentir um zilhão de vezes mais segura.
Isso não significa que eu estava ansiosa para levar eles até o corpo da professora
Nolan. Entramos num SUV da escola e voltamos pelo caminho que eu tinha seguido até a
escola. Com a mão tremula eu apontei para o ponto onde eu tinha parado do lado da rua.
Dragon estacionou a SUV.
“Eu estava passando por aqui quando Afrodite disse que sentia algo errado,” Eu
comecei nossa em enorme mentira. “Não podíamos ver muito daqui.” Meus olhos
passaram pela parte escura da área perto da porta escondida. “Eu me senti estranha
também, então decidimos ver o que estava errado.” Eu respirei fundo. “Eu acho que
pensei que havia um garoto que estava tentando voltar para o dormitório, mas não podia
encontrar a porta.” Eu engoli claramente a aperto na garganta. “Então nos aproximamos
do muro e pudemos ver que tinha algo ali. Algo terrível. E - e eu senti o cheiro de sangue.
Quando percebemos o que era - que era a professora Nolan - fomos direto para vocês.”
“Você pode ir lá de novo, ou prefere ficar aqui e esperar por nós?” A voz de Neferet
era gentil e compreensiva, e eu desejei com tudo dentro de mim que ela ainda fosse um
dos caras do bem.
“Eu não quero ficar sozinha,” eu disse.
“Então você vem comigo,” ela disse. “Os guerreiros vão nos proteger. Você não tem
nada a temer, Zoey.”
Eu acenei e fui para a SUV. Os dois guerreiros, Dragon e Loren, protegeram Neferet
e eu. Pareceu levar só alguns segundos para atravessar a grama e poder cheirar - ver o
corpo crucificado. Eu senti meus joelhos tremerem quando o horror do que havia sido
feito a ela se registrou nos meus sentidos já chocados.
“Oh, graciosa deusa!” Neferet arfou. Ela se moveu para frente até alcançar a cabeça
estacada. Eu vi ela acariciar o cabelo da professora Nolan e então colocar a mão na testa
da mulher morta. “Encontre paz, minha amiga. Descanse nas campinas com nossa deusa.
É lá que todos nós, um dia, iremos nos encontrar de novo.”
Quando senti meus joelhos cederem eu senti mãos fortes me segurando pelo
cotovelo.
“Você está bem. Você vai superar isso.”
Eu olhei para cima para Loren e tive que piscar com força para me focar nele. Ele
continuou me segurando, mas tirou de um dos bolsos um daqueles antigos canivetes. Foi
quando eu notei que estava chorando.
“Loren, leve Zoey de volta para o dormitório. Ela não pode fazer mais nada aqui.
Assim que ela estiver bem protegida, eu vou chamar a policia humana,” Neferet disse, e
virou seu olhar para Dragon. “Chame os outros guerreiros para cá agora.” Dragon abriu o
celular e começou a fazer ligações. Então Neferet virou sua atenção para mim. “Eu sei que
isso foi uma coisa terrível para você ver, mas estou orgulhosa que você tenha sido tão
forte para passar por isso.”
Eu não consegui fazer minha voz funcionar, então apenas acenei.
“Vamos para casa, Zoey.” Loren murmurou.
Enquanto Loren me ajudava a voltar para a SUV uma chuva fria começou a cair
suavemente ao redor de nós. Eu olhei para trás por cima dos ombros e vi que estava
lavando o sangue da professora Nolan como se a própria deusa estivesse chorando a
perda dela.
Em todo caminho de volta para a escola Loren ficou falando comigo. Eu não lembro
o que ele dizia. Eu só sei que ele estava me dizendo que tudo ia ficar bem naquela voz
linda e rica. Eu podia sentir ela se envolver ao meu redor tentando me manter quente. Ele
estacionou e me levou pela escola, ainda segurando meu braço com força. Quando ele
deu a volta que nos levava para o salão de jantar ao invés do dormitório eu olhei
questionadoramente para ele.
“Você precisa comer e beber algo. Então você precisa dormir. Eu vou me certificar
que você tenha os dois primeiros antes da segunda.” Ele pausou e sorriu tristemente.
“Embora você pareça estar pronta para desmaiar.”
“Eu não estou com fome,” eu disse.
“Eu sei, mas comer vai fazer você se sentir melhor.” As mãos dele deslizaram do
meu cotovelo para segurar a minha mão. “Me deixe cozinhar para você, Zoey.”
Eu deixei ele me levar até a cozinha. A mão dele era quente e forte, e eu percebi que
ela estava começando a soltar a forte dormência que tinha se apossado de mim.
“Você pode cozinhar?” eu perguntei a ele, me agarrando a qualquer assunto que não
fosse morte e horror.
“Sim, mas não bem,” ele riu, parecendo como um lindo garotinho.
“Isso não parece muito promissor,” eu disse. Eu me senti sorrir, mas parecia um
sorriso duro e constrangedor, como se eu tivesse esquecido como sorrir.
“Não se preocupe, vou ser gentil com você.” Ele me puxou para um banco no canto
da cozinha e pegou uma longa faca que estava no centro da enorme cozinha. “Senta,” ele
ordenou.
Eu fiz o que ele disse, aliviada por não ter mais que ficar de pé. Ele virou para os
armários e começou a tirar coisas deles e andou até a geladeira (mas não a que eles
mantinham o sangue.)
“Aqui, beba isso. Devagar.”
Eu pisquei surpresa para a enorme taça de sangue. “Eu não gosto -“
“Você vai gostar desse vinho.” Os olhos negros dele seguraram os meus. “Confie em
mim e beba.”
Eu fiz o que ele me disse. O gosto explodiu em minha língua, mandando faíscas de
calor pelo meu corpo. “Tem sangue nele!” eu arfei.
“Tem.” Ele estava fazendo um sanduíche e nem olhou para mim. “É como vampiros
bebem vinho - misturado com sangue.” Ele olhou para cima e então encontrou meus
olhos. “Se você não gosta do sangue, eu pego outra coisa para você beber.”
“Não, está tudo bem. Eu bebo esse,” eu dei outro gole, me forçando a não beber
tudo de uma vez.
“Eu tive o pressentimento que você não teria problemas com ele.”
Meus olhos encontraram os dele. “Porque você achou isso?” Eu podia sentir minha
força assim como meu senso voltando para mim enquanto o maravilhoso sangue parecia
se espalhar no meu corpo.
Ele continuou fazendo o sanduíche e deu nos ombros. “Você teve um Imprint com
um garoto humano, não teve? Foi como você foi capaz de encontrar e resgatar ele do
serial killer.”
“Yeah.”
Quando eu não disse mais nada ele olhou para mim e sorriu. “Foi o que eu pensei.
Às vezes a gente tem um Imprint acidental.”
“Calouros não. Nem deveríamos beber sangue humano,” eu disse.
O sorriso de Loren era quente e cheio de apreciação. “Você não é uma caloura
normal, então as regras normais não se aplicam a você.” O olhar dele segurou o meu e
parecia que ele estava falando de muito mais coisas do que beber acidentalmente sangue
humano.
Ele me fez sentir frio e calor - assustada, mas totalmente adulta e sexy - tudo ao
mesmo tempo.
Eu mantive minha boca fechada e voltei a beber o sangue com vinho. (Eu sei que
soa completamente nojento, mas era delicioso.)
“Aqui, come isso.” Ele passou o prato para mim que tinha um sanduíche de presunto
e queijo que ele tinha feito por mim. “Espera, você precisa de um pouco disso também.”
Ele procurou num armário até que fez um pequeno “ahha!” e me entregou um grande
saco de Doritos com sabor queijo.
Eu sorri. Dessa vez minha boca pareceu mais natural fazendo isso. “Doritos! Isso é
perfeito” Eu dei uma enorme mordida e eu percebi que estava faminta. “Você sabe, eles
não gostam que calouros comam comida porcaria como essa.”
“Como eu disse” - Loren deu um sorriso devagar e sexy para mim de novo - “você
não é como o resto dos calouros. E acontece que eu acredito que algumas regras são
feitas para serem quebradas.” Os olhos dele passaram dos meus olhos para os brincos de
diamante que estavam na minha orelha.
Eu senti meu rosto ficando quente, então eu voltei a prestar atenção na comida,
olhando apenas de vez enquando para ele. Loren não fez um sanduíche para ele, mas
serviu uma taça de vinho que estava bebendo devagar enquanto me observava comer. Eu
estava me aprontando para dizer a ele que ele estava me deixando nervosa quando ele
finalmente disse algo.
“Desde quando você e Afrodite são amigas?”
“Não somos,” eu disse dando uma mordida no sanduíche (que estava muito bom -
então ele é ridiculamente lindo, sexy, inteligente, e sabe cozinhar!). “Eu estava voltando
pra a escola e vi ela andando.” Eu levantei um ombro se tivesse cansado dela. “Eu achei
que era parte do meu trabalho como a líder das Filhas Negras ser gentil, mesmo para ela.
Então eu dei a ela uma carona.”
“Estou um pouco surpreso por ela ter aceito a sua carona. Vocês duas não são
inimigas juradas?”
“Tanto faz! Inimigas juradas? Eu nem penso nela.” Eu queria poder contar a Loren a
verdade sobre Afrodite. Na verdade, eu odiava mentir (eu não sou muito boa nisso,
embora eu pareça estar melhorando com a prática). Mas mesmo quando pensei em contar
a verdade a Loren, eu tive o pressentimento que eu não deveria dizer nada para ele.
Então eu sorri e mordi meu sanduíche e basicamente tentei me focar no fato de estar me
sentindo menos como a Noite dos Mortos Vivos.
O que me lembrou da professora Nolan. Eu soltei o sanduíche meio comido e bebi
mais vinho.
“Loren, quem pode ter feito aquilo com a professora Nolan?”
A expressão do lindo rosto dele escureceu. “Eu acho que a citação deixa bem obvio.”
“Citação?”
“Você não viu o que estava escrito no papel que eles empalaram nela?”
Eu balancei a cabeça, me sentindo fraca de novo. “Eu sei que tinha algo escrito no
papel, mas não olhei o suficiente para poder ler.”
“Dizia, “Não permitirás que viva uma feiticeira. Êxodo 22:18.” E ARREPENDA-SE foi
escrito varias vezes.”
Algo passou pela minha memória e senti uma queimação começar dentro de mim
que não tinha nada a ver com o sangue no meu vinho. “As Pessoas de Fé.”
“É o que parece.” Loren balançou a cabeça. “Eu me pergunto o que as sacerdotisas
estavam pensando quando decidiram comprar esse lugar para instalar a House of Night
aqui. Parece que estavam pedindo por problemas. Tem poucas partes do país onde as
pessoas tem a mente tão pequena e falam sobre o que chamam de suas crenças
religiosas.” Ele balançou a cabeça e parecia realmente irritado. “Embora eu não entenda
adorar um deus que denigra as mulheres e cuja ‘Verdadeira crença’ parece não aceitar
qualquer um que acredite no que eles acreditam.”
“Nem todos são assim em Oklahoma,” eu disse firmemente. “Tem também um forte
sistema de crenças Nativo Americanas, e muitas pessoas normais que não caem na
estúpida crença das Pessoas da Fé.”
“Independentemente, são as Pessoas da Fé que tem mais voz.”
“Só porque eles tem a maior boca não significa que eles estejam certos.”
Ele riu e seu rosto relaxou. “Você está se sentindo melhor.”
“Yeah, eu acho que sim.” Eu bocejei.
“Melhor, mas exausta, eu aposto,” ele disse. “Hora de ir para o seu dormitório de
volta para cama. Você precisa descansar e se preparar para o que está por vir.”
Eu senti uma onda de medo no meu estomago, e desejei não ter comido tanto
salgadinho. “O que vai acontecer?”
“Já faz décadas desde que houve um ataque aberto dos humanos aos vampiros. Isso
muda as coisas.”
Eu podia sentir o medo se expandido. “Muda as coisas? Como?”
Loren me olhou nos olhos. “Não iremos sofrer um insulto sem devolver o insulto.” A
expressão dele era dura, e de repente ele parecia mais guerreiro do que poeta, mais
vampiro do que humano. Ele parecia poderoso e perigoso e exótico e mais do que um
pouco assustador. Ok, honestamente ele era a coisa mais gostosa que eu já tinha visto.
Então, como se tivesse percebido que disse demais, ele sorriu e andou para ficar
perto de mim. “Mas você não precisa se preocupar com nada disso. Em 24 horas a escola
ficara cheia da elite de vampiros guerreiros, os Filhos do Erebus. Nenhum humano
fanático ira nos tocar de novo.”
Eu franzi, me preocupando com as conseqüências de aumentar a segurança. Como
diabos eu ia sair sozinha com uma bolsa de sangue para Stevie Rae com um zilhão de
guerreiros cheio de testosterona andando por ai e sendo super protetores?
“Hey, você ficara segura. Eu prometo.” Loren pegou meu queixo e levantou meu
rosto.
Nervosa antecipação fez minha respiração ficar mais rápida e meu estomago flutuar.
Eu tentei tirar ele da minha mente, tentei não pensar no beijo dele e do jeito que o meu
sangue batia quando ele olhava para mim, mas a verdade era que mesmo sabendo o
quanto machucaria Erik estar com Loren, e com o estresse de Stevie Rae e Afrodite e o
horror do que tinha acontecido com a professora Nolan, eu ainda podia sentir os lábios
dele nos meus. Eu queria que ele me beijasse de novo e de novo.
“Eu acredito em você.” Eu sussurrei. Naquele momento, eu juro que teria acreditado
em qualquer coisa que ele me dissesse.
“Estou feliz em ver que você está usando meus brincos.”
Antes de poder dizer qualquer coisa, ele se curvou e me beijou, um beijo longo e
profundo. A língua dele encontrou a minha e eu podia sentir o vinho e uma sedutora pista
de sangue na boca dele. Depois do que pareceu ser muito tempo ele tirou sua boca da
minha. Os olhos dele estavam escuros e ele respirava com dificuldade.
“Eu preciso levar você de volta ao dormitório antes que tente te manter ao meu lado
para sempre,” ele disse.
Eu usei todo o brilhantismo da minha mente para conseguir dizer, “Ok.”
Ele pegou meu braço de novo, como ele tinha me apoiado quando chegamos aqui.
Dessa fez o toque dele era quente e intimo. Nossos corpos se tocavam enquanto
andávamos pela manhã até o dormitório das garotas. Ele me fez subir as escadas e abriu
a porta. A grande sala estava deserta. Eu olhei para o relógio e mal podia acreditar que já
passava das 9 da manhã.
Loren ergueu minha mão rapidamente para sua boca, a beijando antes de soltar. “Mil
vezes boa noite. Mil vezes o pior, a te querer a luz. Amor passa por amor assim como
garotos passam por seus livros, mas amor por amor, passa pela escola com um olhar
pesado.”
Eu mal reconheci as falar de Romeo e Julieta. Ele estava dizendo que me amava?
Meu rosto corou com o nervosismo e excitação.
“Tchau,” eu disse suavemente. “Obrigado por cuidar de mim.”
“Foi um prazer, minha senhora,” ele disse. “Adieu.” Ele se curvou para mim,
colocando o punho por cima do coração da forma respeitosa que os vampiros faziam uma
saudação de um guerreiro a uma Alta Sacerdotisa, e então ele foi embora.
Em uma onda de choque e me sentindo leve pelo beijo que Loren, eu praticamente
tropecei nas escadas enquanto ia para meu quarto. Eu pensei em ir ver Afrodite, mas eu
estava na beira de uma exaustão total e só havia uma coisa que eu tinha energia o
suficiente para fazer antes de desmaiar. Primeiro, eu busquei no lixo as duas metades do
horrível cartão de aniversario que minha mãe e meu padrasto-perdedor me mandaram.
Eu senti uma onda de enjôo no estomago quando juntei as duas metades e vi que
lembrava certo. Era uma cruz com um bilhete nela. Sim. Eu lembrei mais cedo com o que
tinham feito a professora Nolan.
Antes de poder mudar de idéia, eu tirei meu celular, e respirando fundo, disquei o
numero. Minha mãe atendeu no terceiro toque.
“Alô! É uma linda manha!” ela disse alegre. Claramente ela não tinha visto o
identificador de chamada.
“Mãe, sou eu.”
Como esperado, o tom dela mudou instantaneamente. “Zoey? O que aconteceu
agora?”
Eu estava cansada demais para brincar dos nossos joguinhos de mãe e filha como
sempre.
“Onde John estava ontem a noite?”
“Como assim, Zoey?”
“Mãe, eu não tenho tempo para essa porcaria. Só me diga. Depois que vocês dois
saíram da Utica Square, o que vocês fizeram?”
“Eu não acho que gosto do seu tom, mocinha.”
Eu segurei a vontade de gritar de frustração. “Mãe, isso é importante. Muito
importante. Como em vida ou morte.”
“Você é sempre tão dramática,” ela disse. Então deu uma pequena risada nervosa e
falsa. “Seu pai veio para casa comigo, é claro. Assistimos um jogo de futebol na TV e
fomos dormir.”
“Que horas ele saiu para o trabalho de manhã?”
“Que pergunta boba! Ele saiu cerca de uma hora e meia atrás, como sempre. Zoey,
do que isso se trata?”
Eu hesitei. Eu podia contar a ela? O que Neferet tinha dito sobre chamar a policia?
Certamente o que tinha acontecido com a professora Nolan ia sair em todos os jornais
mais tarde. Mas ainda não. Não agora. E eu sabia muito bem que não podia confiar em
minha mãe para manter nada em segredo.
“Zoey? Você não vai me responder?”
“Só apenas assista o noticiário. Você vai saber do que se trata,” eu disse.
“O que você fez?” Eu percebi que ela não parecia preocupada ou chateada, apenas
resignada.
“Nada. Não fui eu. É melhor você olhar mais perto de casa para quem fez o que. E
lembre-se, eu não vivo mais na sua casa.”
A voz dela se tornou amarga. “É verdade. Você certamente não vive. Eu nem sei por
que você está ligando para cá. Você e sua odiosa avó não disseram que não iam mais
falar comigo?”
“Sua mãe não é odiosa,” eu disse automaticamente.
“Ela é para mim!” Minha mãe surtou.
“Esquece. Você tem razão. Eu não deveria ter ligado. Tenha uma boa vida mãe,” Eu
disse, e então desliguei.
Minha mãe estava certa sobre uma coisa. Eu nunca deveria ter ligado para ela. O
cartão foi provavelmente apenas uma coincidência. Quero dizer só tem cerca de um zilhão
de lojas especializadas em religião em Tulsa e Broken Arrow. Todos eles tem esses cartão
idiotas. E todos parecem a mesma coisa - ou patos e ondas lavando as pegadas de areia
na praia, ou uma cruz e sangue e unhas. Necessariamente não significa nada. Significa?
Minha mente sentiu a tontura quando o meu estomago ficou enjoado. Eu precisava
pensar, e não podia pensar enquanto estivesse tão cansada. Eu ia dormir e então tentar
descobrir o que deveria fazer. Ao invés de jogar o cartão fora, eu coloquei os dois pedaços
na minha gaveta. Então tirei minhas roupas e coloquei meu pijama confortável. Nala já
estava roncando no meu travesseiro. Eu deitei perto dela, fechei os olhos, forcei minha
mente a se clarear da horrível imagem e perguntas não faladas, e ao invés disso me
concentrei na minha gata roncando até que finalmente cai no sono exausta.

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