sexta-feira, 25 de maio de 2012

house of night - escolhida (capitulo 14)


QUATORZE
“Me deixa na porta escondida no muro. Eu ainda acho que não é uma boa idéia as
pessoas acharem que estamos andando juntas,” Afrodite disse.
Eu virei a direita na rua Peoria e me dirigi de volta a escola. “Estou surpresa por você
se importar tanto com o que as acham.”
“Eu não me importo. Eu me importo com o que a Neferet descobre. Se ela achar que
nós duas somos amigas, ou apenas não somos inimigas, ela vai descobrir que
compartilhamos informações sobre ela.”
“E isso seria muito ruim,” eu terminei por ela.
“Definitivamente,” ela disse.
“Mas ela vai nos ver juntas de vez enquando porque você ira evocar a terra nos
meus círculos.”
Afrodite me encarou. “Não, eu não vou.”
“É claro que vai.”
“Não, eu não vou.”
“Afrodite, Nyx te deu uma afinidade com a terra. Você pertence ao circulo. A não ser
que você queira ignorar a vontade de Nyx.” Eu não acrescentei a palavra “de novo”, mas
pareceu permanecer ficar no ar conosco.
“Eu já disse que vou fazer a vontade de Nyx,” ela disse através dos dentes cerrados.
“O que significa que você vai fazer parte do Ritual da Lua Cheia hoje a noite,” eu
disse.
“Isso vai ser um pouco difícil, já que eu não sou mais membro das Filhas Negras.”
Merda. Eu esqueci disso.
“Bem, então, você vai ter que voltar para as Filhas Negras.” Ela começou a dizer
algo. Eu levantei a voz e falei mais alto que ela. “O que significa que você vai ter que jurar
seguir nossas regras.”
“Idiotas,” ela murmurei.
“Você está fazendo aquela coisa com péssima atitude novo,” eu disse. “Então, você
vai jurar?”
Eu pude ver que ela estava mordendo os lábios. Eu esperei se ninguém dizer nada e
continuei dirigindo. Isso era algo que Afrodite ia ter que decidir sozinha. Ela disse que
queria reparar as merdas que fez e seguir a vontade da deusa. Mas querer algo e fazer
são duas coisas bem diferentes. Afrodite tem sido egoísta e maldosa por muito tempo. As
vezes eu podia ver uma faísca de mudança nela, mas a maior parte das vezes eu só via a
garota que as Gêmeas chamavam de Bruxa do Inferno.
“Yeah, tanto faz.”
“Como assim.”
“Eu disse sim. Eu vou jurar obedecer suas regras idiotas.”
“Afrodite, parte do juramento significa que você não acredita que as regras são
idiotas.”
“Não, não tem nada no juramento que diz que não posso achar as regras idiotas. Só
diz que eu tenho que ser autentica pelo ar, fiel pelo fogo, sábia pela água, empática pela
terra, e sincera pelo espírito. Então sou autentica dizendo que as regras são idiotas.”
“Se é isso que você acha, porque as memorizou?”
“Conheça teu inimigo,” ela citou.
“Quem disse isso, afinal?”
Ela deu nos ombros. “Alguém antigamente. O “teu” deixa claro que foi alguém
velho.”
Eu achei que ela estava falando cocô, mas não quis dizer nada (especialmente já que
ela goza de mim por dizer cocô ao invés da palavra com m).
“Ok, aqui está.” Eu encostei. Graças a Deus, as nuvens que apareciam de
madrugada tinham se multiplicado, e a manhã estava escura e emburrada. Tudo que
Afrodite tinha que fazer era cruzar o pequeno gramado que ficava entre a grama e o muro
que cercava a escola, passar pela porta escondida, e então seguir a calçada até o
dormitório. Como as Gêmeas diriam, fácil-fácil. Eu olhei para o céu, considerando se
deveria pedir para o vento trazer mais nuvens para deixar ainda mais escuro, mas eu olhei
para o rosto de Afrodite e decidi que não, ela podia lidar com a luz do sol. “Então, você
estará no ritual hoje a noite, certo?” eu perguntei, imaginando do porque estar levando
tanto tempo para ela sair do carro.
“Yeah, estarei lá.”
Ela soava distraída. Tanto faz. A garota era apenas estranha às vezes.
“Ok, te vejo mais tarde,” eu disse.
“Yeah, te vejo mais tarde,” ela murmurou, abrindo a porta e (finalmente) saindo do
carro. Mas antes dela fechar a porta, ela se curvou e disse, “Algo parece errado. Você
também não está sentindo?”
EU pensei. “Eu não sei. Eu estou me sentindo meio inquieta e estressada, mas isso
pode ser por causa da morte da minha melhor amiga - ou melhor morta viva.” Então olhei
mais perto para ela. “Você está ficando pronta para ter uma visão?”
“Eu não sei. Eu nunca sei dizer quando vou ter uma. Mas eu tenho pressentimentos
sobre as coisas às vezes e não tenho uma visão.”
Ela parecia muito pálida e até um pouco suada (o que definitivamente não era
normal para Afrodite). “Talvez você devesse voltar para o carro. Provavelmente não tem
ninguém acordado para nos ver entrar juntas de qualquer forma.” Afrodite era uma chata,
mas ver como as visões a faziam ficar indefesa e doente eu realmente não gostava da
idéia de deixar ela ficar na luz do sol sozinha quando uma atingisse ela.
Ela se balançou, me lembrando de um gato saindo na chuva. “Vou ficar bem. Eu
provavelmente só estou imaginando coisa. Vejo você hoje a noite.”
Eu vi ela se apressar até o muro de pedra e tijolos que cercavam o terreno da
escola. Enormes e antigos carvalhos se alinhavam no muro, fazendo sobras que de
repente pareciam sinistras. Jeesh, agora eu estava imaginando coisa? Eu tinha a mão no
volante e estava mudando a marcha para poder me aproximar quando Afrodite gritou.
Às vezes eu não penso. Meu corpo assume e eu apenas ajo. Essa foi uma dessas
horas. Eu sai do carro e estava correndo até Afrodite antes de poder pensar. Quando
cheguei até ela, eu soube duas coisas ao mesmo tempo. Uma era que algo tinha um
cheiro maravilhoso, meio familiar. O que quer que fosse, era um cheiro que estava na
área como uma deliciosa nevoa e eu automaticamente respirei fundo. A segunda coisa é
que Afrodite estava curvada, vomitando e chorando ao mesmo tempo, o que não foi muito
agradável de se ver. Eu estava muito ocupada olhando para ela e tentando descobrir o
que estava acontecendo e distraída pelo maravilhoso cheiro para notar. A principio.
“Zoey!” Afrodite chorou, ainda vomitando, “Chame alguém! Rápido!”
“O que foi - uma visão? Qual problema?” Eu peguei ela nos ombros e tentei dar
apoio a ela enquanto ela continuava a vomitar.
“Não! Atrás de mim! Contra o muro...” Ela ficou ânsia, mas não teve tempo para
vomitar. “É tão horrível.”
Eu não queria, mas meus olhos automaticamente olharam para cima atrás dela nas
sombras do muro da escola.
Foi a coisa mais horrível que eu já vi. A principio minha mente nem registrou o que
viu. Mais tarde eu pensei que provavelmente era um mecanismo de defesa. Infelizmente,
não durou muito. Eu pisquei e olhei por entre a escuridão. Algo parecia manchado, e
molhado e-
E eu sabia o que era aquele doce e sedutor cheiro era. Eu lutei contra a vontade de
cair de joelhos e vomitar ao lado de Afrodite. Eu senti o cheiro de sangue. Não era o
cheiro ordinário de sangue humano, que já era muito delicioso. O que eu estava sentindo
o cheiro era do sangue derramado de um vampiro adulto.
O corpo dela estava pregado grotescamente em uma cruz de madeira que estava
parada contra o muro. Eles não pregaram só os pulsos e tornozelos dela. Eles também
passaram uma grossa estaca de madeira no coração dela. Havia algum tipo de papel por
cima do coração dela, preso num lugar perto da grotesca estaca. Eu podia ver que havia
algo escrito nela, mas meus olhos não se focaram bem o bastante ara ver o que estava
escrito nele.
Eles também cortaram a cabeça dela, a cabeça da professora Nolan. Eu sabia que
era ela porque eles colocaram a cabeça dela numa estaca de madeira do lado do corpo
dela. O longo cabelo preto dela se mexia suavemente contra a brisa, parecendo
obscenamente gracioso. A boca dela estava aberta em uma terrível careta, mas os olhos
dela estavam fechados.
Eu agarrei o cotovelo de Afrodite e fiz ela levantar. “Anda! Temos que chamar
ajuda.”
Se apoiando uma na outra, voltamos para o meu carro. Eu não sei como consegui
ligar o Fusca e me afastar.
“Eu - eu - eu acho que eu vou vomitar de novo.” Os dentes de Afrodite batiam tanto
que ela mal podia falar.
“Não, você não vai.” Eu não podia acreditar no quão calma eu soava. “Respire. Se
concentre. Tire forças da terra.” Eu percebi que eu estava automaticamente fazendo o que
eu disse para ela fazer, só que no meu caso eu estava tirando força dos cinco elementos.
“Você está bem,” eu disse a ela com a energia canalizado do vento, fogo, água, terra, e
espírito para manter longe a histeria e o choque a qual eu queria ceder. “Estamos bem.”
“Estamos bem... estamos bem...” Afrodite continuou repetindo. Ela estava tremendo
tanto que eu peguei o canguro que eu mantinha no banco de trás. “Coloque isso ao seu
redor. Estamos quase lá.”
“Mas todos foram embora! A quem você vai contar?”
“Nem todo mundo foi embora.” Minha mente trabalhou. “Lenobia nunca deixa os
cavalos sozinhos por muito tempo. Ela provavelmente está aqui. “E então arfei para a
escuridão. “E eu vi Loren Blake ontem. Ele vai saber o que fazer.”
“Ok... ok...” Afrodite murmurou.
“Me escute Afrodite,” eu disse firmemente. Ela virou os olhos bem apertos e
chocados para mim. “Eles vão querer saber por que estávamos juntas, e especialmente eu
estava te largando tão perto do muro.”
“O que diremos?”
“Eu não estava com você e eu não estava te largando. Eu fui visitar minha avó. Você
estava...” eu pausei, tentando forçar minha mente atordoada a pensar. “Você estava em
casa. Eu vi você voltando para a escola e te dei uma carona. Quando passamos pelo muro
você sentiu que algo estava errado e paramos para olhar. Foi assim que achamos ela.”
“Ok. Ok. Eu posso dizer isso.”
“Você vai lembrar?”
Ela respirou fundo. “Eu vou lembrar.”
Eu não me incomodei em parar numa vaga direito. Eu parei o mais perto possível do
prédio principal que tinha a residência dos professores. Eu esperei o suficiente para pegar
Afrodite de novo, e juntas corremos pela calçada até a antiga porta de madeira do prédio
que parecia um castelo. Silenciosamente agradecendo a deusa pela política de não trancar
as portas, eu abri a porta e entrei junto com Afrodite.
E eu me encontrei com Neferet.
“Neferet! Você tem que vir! Por favor! É horrível!” Eu chorei e me joguei nos braços
dela. Eu não pude me impedir. Minha mente sabia que ela tinha feito coisas horríveis, mas
a um mês atrás Neferet era uma mãe para mim. Não, na verdade, ela se tornou a mãe
que eu queria ter, e eu meu pânico ver ela mandou uma onda de alivio pelo meu corpo.
“Zoey? Afrodite?”
Afrodite caiu contra a parede ao nosso lado e eu podia ouvir ela chorando. Eu
percebi que eu comecei a chorar tanto que se não fosse pelos braços fortes de Neferet ao
meu redor eu provavelmente não seria capaz de me manter de pé. A Alta Sacerdotisa me
segurou gentilmente, mas firme longe de mim para poder olhar meu rosto. “Fale comigo,
Zoey. O que aconteceu?”
Eu tremi mais. Eu curvei a cabeça e cerrei os dentes, tentando me concentrar de
novo e retirar força o suficiente dos elementos para poder falar.
“Eu ouvi algo e-” Eu reconheci nossa professora de equitação, Lenobia, uma voz
clara se aproximado no corredor de nós. “Pela deusa!” Do canto do olho eu vi que ela se
apressou até Afrodite e estava tentado dar apoio ao corpo fraco dela.
“Neferet? Qual o problema?”
Minha mente se quebrou quando ouvi a voz familiar e vi Loren, o cabelo todo
bagunçado como se ele estivesse dormindo, vindo da escadaria que levava pra o loft dele
enquanto ele colocava um moletom da House of Night. Meu olhar se trancou no dele e de
alguma forma eu consegui encontrar força para falar.
“É a professora Nola,” eu disse, e me perguntei o quão clara e forte minha voz suava
quando senti meu corpo se quebrando em pequenos pedaços. “Ela está perto da porta
escondida no muro leste. Alguém matou ela.”

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