quinta-feira, 17 de maio de 2012

A.Vampiro tocada pelas sombras (capitulo 22)


VINTE E DOIS
Deirdre a conselheira não deve ter muita vida social, porque ela marcou nosso próximo
encontro em um domingo. Eu não estava animada sobre isso, já que não era só meu dia de
folga – também era o dia que meus amigos tinham folga. Ordens são ordens, no entanto,
então eu rancorosamente apareci.
“Você estava errada,” eu disse a ela assim que sentei. Não tínhamos retomado as perguntas da
minha primeira sessão ainda. Passamos a maior parte do tempo falando sobre minha mãe e
sobre o que eu pensava da experiência de campo.
“Sobre o que?” ela perguntou. Ela usava um vestido floral sem mangas que parecia muito
fresco para um dia como hoje. Também tinha uma estranha semelhança com as fotografias de
natureza que ela tinha penduradas em seu escritório.
“Sobre o cara. Eu não gosto dele só porque eu não posso ter ele. Eu gosto dele porque... bem,
porque ele é ele. Eu provei para mim mesma.”
“Provou como?”
“É uma longa história,” eu disse de forma evasiva. Eu não queria entrar nos detalhes do
experimento que eu e Adrian fizemos com compulsão. “Você só vai ter que confiar em mim.”
“E sobre as outras coisas que conversamos?” ela perguntou. “E quanto a seus sentimentos por
Lissa?”
“Essa idéia também estava errada.”
“Você provou para si?”
“Não, mas não é o tipo de coisa que eu realmente possa testar do mesmo jeito.”
“Então como você pode ter certeza?” ela perguntou.
“Porque eu tenho.” Essa era a melhor resposta que ela ia ter.
“Como as coisas tem estado ultimamente?”
“Ultimamente como?”
“Vocês passaram muito tempo juntas? Sabe como ela tem estado?”
“Claro, mais ou menos. Eu não a vejo muito mais. Ela está fazendo as mesmas coisas que
sempre. Saindo com Christian. Gabaritando todo teste. Oh, e ela quase memorizou todo o site
da faculdade Lehigh.”
“Lehigh?”
Eu expliquei a oferta da rainha para Deirdre. “Ela não vai estar ali até o outono, mas Lissa já
está olhando para suas aulas e tentando descobrir no que ela quer se formar.”
“E quanto a você?”
“O que tem eu?”
“O que você vai fazer enquanto ela vai as aulas?”
“Eu vou com ela. Isso é o que normalmente acontece se um Moroi tem um guardião mais ou
menos da mesma idade. Eles provavelmente vão me registrar também.”
“Você vai as mesmas aulas que ela?”
“Sim.”
“Tem aulas que você gostaria de ir ao invés das dela?”
“Como é que eu vou saber? Ela nem escolheu as que ela quer, então eu não sei se eu quero ou
não ter elas. Mas não importa. Eu tenho que ir com ela.”
“E você não tem um problema com isso?”
Meu temperamento estava começando a incomodar. Isso era exatamente do que eu não
queria falar.”Não,” eu disse com força.
Eu sabia que Deirdre queria que eu elaborasse, mas eu me recusei. Nos olhamos nos olhos por
alguns segundos, quase como estivéssemos desafiando uma a outra a olhar para o outro lado.
Ou talvez eu estivesse exagerando. Ela olhou para a misteriosa caderneta que ela sempre
segurava e virou algumas páginas. Eu notei que as unhas dela tinha uma forma perfeita e eram
pintadas de vermelho. O esmalte nas minhas tinha começado a descascar.
“Você prefere não falar de Lissa hoje?” ela perguntou por fim.
“Podemos falar sobre o que você achar que é útil.”
“O que você acha que é útil?”
Merda. Ela estava fazendo a coisa das perguntas de novo. Eu me pergunto se algum dos
certificados na parede dela deram a ela algum tipo de qualificação especial pra fazer isso.
“Eu acho que seria útil se você parasse de falar comigo como se eu fosse uma Moroi. Você fala
como se eu tivesse escolhas – como se eu tivesse o direito de estar chateada com tudo isso ou
pudesse escolher aulas que eu gostaria de participar. Eu quero dizer, vamos supor que eu
pudesse escolher. O que bem eu faria? O que eu vou fazer com essas aulas? Ser uma boa
advogada ou uma bióloga marinha? Não tem sentido em me dar meu próprio horário. Tudo já
foi decidido por mim.”
“E você não tem problemas com isso.” Poderia ser uma pergunta, mas ela disse como uma
afirmação.
Eu dei nos ombros. “Eu estou bem com o fato de manter ela segura, é o que você continua
perdendo aqui. Todo trabalho tem partes ruins. Eu quero sentar nas aulas de calculo dela?
Não. Mas eu preciso porque a outra parte é mais importante. Você quer ouvir adolescentes
irritadas tentarem bloquear seus esforços? Não. Mas você precisa porque o resto do trabalho
é mais importante.”
“Na verdade,” ela disse de forma inesperada, “essa é a minha parte favorita do trabalho.”
Eu não conseguia dizer se ela estava ou não brincando, mas eu decidi não insistir,
particularmente já que ela não tinha respondido com uma pergunta. Eu suspirei.
“Eu só odeio que todos fiquem agindo como se eu estivesse sendo forçada a ser uma guardiã.”
“Quem é todo o mundo?”
“Bem, você e esse cara que eu encontrei na Corte... esse dhampir chamado Ambrose. Ele..
bem, ele é uma meretriz de sangue. Um homem meretriz de sangue.”Como se isso não fosse
obvio. Eu esperei para ver se ela reagia ou termo, mas ela não reagiu. “Ele fez parecer como se
eu estivesse presa nessa vida e em tudo isso. Mas não estou. Isso é o que eu quero. Eu sou boa
nisso. Eu sei como lutar, e eu sei como defender outros. Você já viu um Strigoi?”
Ela negou.
“Bem, eu vi. E quando eu digo que quero passar o resto da minha vida protegendo os Moroi e
matando os Strigoi, eu falo sério. Strigoi são malignos e precisam ser exterminados. Ficou feliz
em fazer isso e se eu puder ficar com a minha melhor amiga no processo, então é ainda
melhor.”
“Eu entendo isso, mas o que acontece se você quiser outras coisas – coisas que você não pode
ter se escolher esse tipo de vida?”
Eu cruzei os braços. “Mesma resposta de antes. Tem um lado bom e um ruim em tudo. Só
temos que balancear da melhor maneira possível. Eu quero dizer, você vai tentar me dizer que
a vida não é desse jeito? Que se eu não puder ter tudo perfeito, então tem algo errado
comigo?”
“Não, é claro que não,” ela disse, se ajeitando na cadeira. “Eu quero que você tenha uma vida
maravilhosa, mas não posso esperar uma perfeita. Ninguém pode. Mas o que eu acho que é
interessante é como você responde lida quando tem que conciliar essas partes contraditórias
da sua vida – quando ter uma coisa significa que você não pode ter a outra.”
“Todos passam por isso.” Eu senti como se estivesse repetindo.
“Sim, mas nem todos vêem fantasmas como resultado disso.”
Foi necessário vários segundos pesados para mim finalmente entender o que ela estava
querendo dizer. “Então espera. Você está dizendo que a razão pela qual estou vendo Mason e
porque eu secretamente culpo Lissa pelas coisas que eu não posso ter em minha vida? O que
aconteceu com todo o trauma que eu passei? Eu pensei que essa era a razão por eu estar
vendo Mason?”
“Eu acho que tem muitas razões pelas quais você está vendo Mason,” ela disse. “E é isso que
estamos explorando.”
“E ainda sim,’ eu disse, “nunca falamos sobre Mason.”
Deirdre sorriu serenamente. “Não falamos?”
Nossa sessão terminou.
“Ela sempre responde suas perguntas com outras perguntas?”
Eu perguntei a Lissa mais tarde. Eu estava andando com ela pela quadra, indo eu direção ao
salão para jantar. Depois, iríamos nos encontrar com outros para ver um filme. Fazia um
tempo desde que ela e eu não ficávamos sozinhas, e eu percebi o quanto eu sentia falta.
“Não vemos a mesma conselheira,” ela riu. “Seria um conflito de interesse.”
“Bem, o seu faz isso?”
“Não que eu tenha notado. Suponho que o seu faça?”
“Sim... na verdade é bem incrível de ver.”
“Quem diria que chegaria o dia em que estaríamos comparando terapias?”
Nós duas rimos. Vários segundos passaram, e então ela começou a dizer algo. Ela queria me
contar sobre o que tinha acontecido com Jesse e Ralf, sem perceber que eu já sabia. Antes dela
dizer qualquer coisa, no entanto, alguém se juntou a nós. Dean Barnes.
“Hey, Rose. Muitos de nós estão imaginando porque você está participando pela metade.”
Ótimo. Eu sabia que alguém ia perguntar sobre isso mais cedo ou mais tarde. E honestamente,
eu estava meio surpresa por já não ter acontecido. Todos estavam muito ocupados com suas
próprias experiências de campo para notar até agora. Eu tinha uma desculpa pronta.
“Estive doente. A Dra. Olendzki não quer que eu participe tempo integral.”
“Verdade?” ele perguntou, vacilando um pouco. “Eu pensei que eles sempre falassem sobre
como no mundo real, você não tem dias de doença. Ou algo assim.”
“Bem, esse não é o mundo real, e a palavra da Dra. Olendzki é final.”
“Eu ouvi que é porque você é uma ameaça a Christian.”
“Não, acredite em mim, não é isso.” O cheiro de álcool irradiava dele me dando um jeito
convincente de mudar de assunto. “Você tem bebido?”
“Sim, Shane conseguiu algumas coisas e chamou alguns de nós para o seu quarto. Hey.”
“Hey o que?” eu perguntei.
“Não me olhe desse jeito.”
“Que jeito?”
“Como você desaprovasse.”
“Eu não estou,” eu discuti.
Lissa riu. “Você está, na verdade.”
Dean colocou um rosto ofendido. “Hey, é meu dia de folga, e mesmo que seja domingo, isso
não significa que eu não possa –“
Algo se moveu atrás de nós.
Eu nem hesitei. Era muito rápido, e muito coberto para ser qualquer coisa amiga. E estava
vestindo preto. Eu me joguei entre aquilo e Lissa e bati no agressor. Na rápida agitação, eu
reconheci vagamente uma guardiã que normalmente ensina os novatos do fundamental. O
nome dela era Jane ou Joan ou algo assim. Jean, era isso. Ela era mais alta que eu, mas meu
punho fez o primeiro contanto com o rosto dela de qualquer forma. Ela deu vários passos para
trás, e então notei outra forma aparecendo ao lado dela. Yuri. Eu dei um pulo para que ela
ficasse entre ele e eu. Eu a chutei no estomago. Ela caiu em cima dele, e os dois tropeçaram.
Naquele breve momento, eu peguei minha estaca de pratica e mirei no coração dela. Eu atingi
a marca, e ela imediatamente foi para o lado já que ela estava agora tecnicamente “morta.”
Yuri e eu nos encaramos. Além de mim, eu ouvi um som abafado que eu suspeitei ser Dean
lutando com seu próprio agressor ou agressores. Eu não tinha tempo para olhar. Eu precisava
me livrar de Yuri, o que era difícil já que ele era mais forte que Jean. Ele e eu circulamos, os
dois fintando e dando golpes. Finalmente, ele fez seu maior movimento, mas eu fui mais
rápida e o tirei do seu suporte. Eu fiquei longe do alcance dele o suficiente para empalar ele.
Assim que ele se afastou derrotado, eu me virei em direção a Dean. Lissa estava parada ao
lado, assistindo Dean lutar com o seu agressor. Era patético, para dizer o mínimo. Eu tinha
enchido o saco de Ryam, mas o erro dele era nada comparado a isso. A estaca de pratica de
Dean estava no chão, e os movimentos dele eram inseguros e fracos. Eu decidi que ele seria
um problema se continuasse lutando. Eu me joguei para frente e o empurrei para fora do
caminho, em direção a Lissa. Eu acho que eu posso ter empurrado com força o suficiente para
o fazer cair, mas eu não me importei. Eu precisa que ele ficasse fora do caminho.
Encarando meu oponente, eu vi: Dimitri.
Era inesperado. Uma pequena voz na minha cabeça disse que eu não podia lutar com Dimitri.
O resto de mim lembrou a voz que era isso que estávamos fazendo nos últimos 6 meses, além
do mais, ele não era Dimitri agora. Ele era o meu inimigo.
Eu me dirigi até ele com minha estaca, esperando pegar ele de surpresa. Mas Dimitri era difícil
de ser pego de surpresa. E ele era rápido. Oh, tão rápido. Era como se ele soubesse o que eu
estava fazendo antes deu fazer. Ele segurou meu ataque com um golpe no lado da cabeça. Eu
sabia que ia dor mais tarde, mas a adrenalina estava correndo forte para mim prestar atenção
nisso agora.
Distante, eu percebi que algumas outras pessoas tinham vindo para nos assistir. Dimitri e eu
éramos celebridades de jeitos diferentes por aqui, e nossa relação de mentor e aluno
acrescentava drama.Isso era entretenimento de primeira linha.
No entanto, meus olhos só estavam em Dimitri. Estavamos nos testando, atacando e
bloqueando. Eu tentei me lembrar de tudo que ele me ensinou. Eu também tentei lembrar de
tudo que eu sabia sobre ele.Nós tínhamos praticado por meses. Eu o conhecia, conhecia seus
movimentos, assim como ele conhecia os meus. Eu também podia antecipar os golpes dele.
Quando eu comecei a usar meu conhecimento, a luta ficou mais rápida.
Nós eram um par muito bom, nós dois muito rápidos. Meu coração batia em meu peito, e suar
escorria pela minha pele.
Então Dimitri finalmente passou. Ele se moveu para atacar, vindo pra mim com a força total do
seu corpo.Eu bloqueie a maior parte, mas ele tão forte que eu tropecei devido ao impacto. Ele
não perdeu a oportunidade e me arrastou para o chão, tentando me prender. Ficar presa
daquele jeito por um Strigoi provavelmente resultaria em um pescoço sendo mordido ou
quebrado. Eu não podia deixar isso acontecer.
Então, embora ele segurasse a maior parte de mim no chão, eu consegui atingir ele com uma
cotovelada e o acertar no rosto. Ele recuou, e foi o que eu precisava. Eu rolei por cima dele e o
segurei no chão. Ele lutou para me empurrar, e eu o empurrei de voltar também tentando
manobrar minha estaca. Ele era forte no entanto. Eu estava certa que eu não seria capaz de
segurar ele. Então, quando pensei que iria soltar ele, eu consegui segurar a estaca direito. E
bem assim, a estaca foi para o coração dele. Tinha acabado.
Atrás de nós, pessoas aplaudiam, mas eu só notei Dimitri. Nossos olhares estavam presos. Eu
ainda estava por cima dele, minhas mãos pressionadas contra o peito dele. Nós dois
estávamos suando e respirando com dificuldade. Os olhos dele me olhavam com orgulho – e
muito mais. Ele estava tão próximo, e todo o meu corpo o desejava, de novo pensando que ele
era uma parte de mim que eu precisava para estar completa. O ar entre nós parecia quente e
emocionado, e eu teria dado qualquer coisa naquele momento para me deitar com ele e ter os
braços dele ao meu redor. A expressão dele me mostrava que ele estava pensando na mesma
coisa. A luta tinha terminado, mas os restos da adrenalina e instinto animal permaneceram.
Então uma mão apareceu, e Jean me ajudou a levantar. Ela e Yuri estavam felizes, assim como
o resto dos espectadores. Até Lissa parecia impressionada. Dean, compreensivelmente,
parecia miserável. Eu esperava que a as noticias sobre a minha incrível vitória se espalhassem
pelo campus tão rápido quanto as recentes coisas ruins sobre mim tinham. Provavelmente não
iria acontecer.
“Muito bem,” disse Yuri. “Você derrubou três de nós. Foi absolutamente perfeito.”
Dimitri estava de pé agora também. Eu olhava para os outros dois guardiões porque eu tinha
certeza que se olhasse para ele, minha expressão teria entregado muita coisa. Minha
respiração ainda estava pesada. “Eu espero... eu espero que eu não tenha machucado nenhum
de vocês,” eu disse.
Isso fez todos eles rirem. “Esse é o nosso trabalho,” disse Jean. “Não se preocupe conosco.
Somos durões.” Ela olhou para Dimitri. “Ela te pegou de jeito com aquela cotovelada.”
Dimitri esfregou seu rosto perto dos olhos, e eu esperei não ter causado muito dano. “O aluno
supera o mestre,” ele brincou. “Ou o empala, melhor dizendo.”
Yuri deu a Dean um olhar pesado. “Álcool não é permitido no campus.”
“É domingo!” ele exclamou. “Não deveríamos estar em serviço.”
“Não existem regras no mundo real,” disse Jean de um jeito muito professoral, “Considere isso
um teste surpresa. Você passou, Rose. Muito bem.”
“Obrigado. Queria dizer o mesmo das minhas roupas.” Eu estava suada e lamacenta. “Eu vou
ter que me trocar, Liss. Eu encontro você na janta.”
“Ok.” O rosto dela era só deleite. Ela estava tão orgulhosa de mim, que ela mal podia se
conter. Eu também consegui sentir ela mantendo algo em segredo, e eu me perguntei se
poderia ser uma surpresa de parabéns quando eu a visse mais tarde. Eu não fui muito além
disso, não queria arruinar nada.
“E você,” disse Yuri, puxando as mangas de Dean, “vai dar uma volta conosco.”
Eu encontrei os olhos de Dimitri. Eu queria que ele pudesse ficar para conversar. Minha
adrenalina estava alta, e eu queria comemorar. Eu tinha conseguido.Finalmente. Depois de
todas os embaraçosos erros e suposta incompetência, eu finalmente provei que eu era capaz.
Eu queria começar a dançar. Dimitri tinha que ir com os outros, no entanto, e apenas um
pequeno aceno da cabeça dele me disse que ele queria que fosse de outra forma. Eu acenei e
o observei sair, e então andei para meu dormitório sozinha.
No meu quarto, eu descobri que a situação era pior do que eu pensava. Quando eu tirei as
roupas suadas, eu percebi que eu iria precisar de um bom banho e uns bons esfregões antes
de parecer apresentável. Quando eu terminei, quase uma hora tinha passado. Eu perdi a maior
parte da janta.
Eu corri de volta para o salão, me perguntando porque Lissa não tinha me mandando nenhum
pensamento implicante. Ela tinha a tendência de fazer isso quando eu estava atrasada.
Provavelmente ela decidiu que eu merecia um tempo depois do meu triunfo. Pensando sobre
isso de novo, um sorriso apareceu no meu rosto, um que desapareceu quando eu entrei no
corredor que levava para a cafeteria.
Um grande grupo se reuniu ao redor de algo, e eu reconhecia que era o sinal internacional de
uma luta. Considerando o quanto Jesse gostava de conduzir suas lutas escondido, eu pensei
que isso não tinha nada a ver com ele. Me apertando entre as pessoas, eu fui para frente e
olhei para algumas cabeças, curiosa pra ver quem tinha chamado tamanha multidão.
Era Adrian e Christian.
E Eddie. Mas Eddie estava claramente ali para o papel de arbitro. Ele estava parado entre eles,
tentando afastá-los. Sem modos, eu empurrei o resto das pessoas na minha frente e corri em
direção ao lado de Eddie.
“O que diabos está acontecendo?” eu exigi.
Ele parecia aliviado em me ver. Ele podia ser capaz de bater em nossos instrutores em
combate, mas essa situação era algo que ele claramente estava confuso.
“Não faço idéia.”
Eu olhei para os dois. Felizmente, ninguém parecia ter acertado ninguém... ainda. E também
parecia que Christian era o que estava ofensivo.
“Quanto tempo você achou que poderia se safar com isso?” ele exclamou. Os olhos dele eram
fogo. “Você pensou seriamente que todos iam continuar caindo na sua encenação?”
Adrian parecia lacônico como sempre, mas eu podia ver alguma ansiedade atrás daquele
sorriso preguiçoso. Ele não queria estar nessa situação, e, como Eddie, ele não tinha muita
certeza do que estava acontecendo.
“Honestamente,” disse Adrian com uma voz cuidadosa, “eu não faço idéia do que você está
falando. Podemos por favor só sentar e discutir isso de forma razoável?”
“Claro. É claro que você quer isso. Você tem medo que eu possa fazer isso.” Christian levantou
sua mão, e uma bola de fogo dançou em sua palma. Mesmo sob a luz florescente, brilhava
com um laranja e um núcleo azul. Houve um arfar da multidão. Eu já tinha me acostumado
com a idéia de Moroi lutarem com magia – Christian em particular – mas para a maioria, era
ainda um taboo. Christian forçou um sorriso. “O que você tem pra lutar? Plantas?”
“Se você vai começar uma luta sem motivo, você deveria pelo menos fazer do jeito antigo e
dar um soco,” disse Adrian. A voz dele era leve, mas ainda era inquieta. Meu palpite era que
ele pensou que podia se sair melhor com um mano a mano do que Espírito x Fogo.
“Não,” interrompeu Eddie. “Ninguém vai por fogo em ninguém. Ninguém vai socar ninguém.
Deve ter tido algum engano.”
“O que é?” eu exigi. “O que aconteceu?”
“Seu amigo acha que eu estou planejando casar com Lissa e a carregar pelo por do sol,” disse
Adrian. Ele falou comigo, mas os olhos dele nunca deixaram Chrisitan.
“Não haja como se não fosse verdade,” rugiu Christian. “Eu sei que é. É parte do seu plano –
seu e da rainha. Ela tem te apoiado o tempo todo. Voltar aqui... a coisa de estudar... era um
golpe parar levar Lissa para longe de mim e ficar com a sua família.”
“Você tem idéia do quão paranóico você está parecendo?” perguntou Adrian. “Minha tia-avó
tem que cuidar de todo o governo Moroi! Você acha que ela liga sobre quem está namorando
quem na escola – especialmente com o que tem acontecido ultimamente? Olha, eu sinto
muito sobre o tempo que eu passo com ela... vamos encontrar ela e dar um jeito nisso. Eu não
estava tentando me meter entre vocês. Não tem nenhuma conspiração acontecendo aqui.”
“Sim, tem,” disse Christian. Ele olhou para mim e rugiu “Não tem? Rose sabe. Rose sabe a um
tempo sobre isso. Ela até falou com a rainha sobre isso.”
“Isso é ridículo,” disse Adrian, surpreso o suficiente para me dar um breve olhar. “Certo?”
“Bem...” eu comecei, isso estava ficando feio muito rápido. “Sim e não.”
“Vê?” perguntou Christian triunfante.
O fogo voou da mão dele, mas Eddie se mexeu ao mesmo tempo. Pessoas gritaram. Eddie
agarrou Christian, forçando o fogo a voar para cima. Enquanto isso, eu agarrei Adrian e o
joguei no chão. Era um divisão de trabalho boa. Eu não queria pensar no que teria acontecido
se Eddie e eu tivéssemos ido atrás da mesma pessoa.
“Fico feliz por você se importar,” murmurou Adrian, recuando enquanto levantava sua cabeça
do chão.
“Use compulsão nele,” eu murmurei enquanto eu o ajudava a levantar. “Precisamos resolver
isso antes que alguém entre em combustão espontânea.”
Eddie estava tentando segurar Christian. Eu segurei um braço para ajudar. Adrian não parecia
feliz de chegar mais perto, mas ele me obedeceu mesmo assim. Christian tentou se soltar mas
ele não podia lutar comigo e com Eddie. Agitado, provavelmente com medo de que seu cabelo
pegasse fogo, Adrian se inclinou em direção a Christian e fez contato visual direito.
“Christian pare com isso. Vamos conversar.”
Christian lutou um pouco contra nós, mas devagar, seu rosto ficou preguiçoso e os olhos dele
começaram a ficar deslumbrado.
“Vamos conversar sobre isso,” repetiu Adrian.
“Ok,” disse Christian.
Teve um coletivo suspiro de desapontamento da multidão. Adrian tinha usado compulsão
disfarçadamente o suficiente para ninguém notar. Parecia que Christian simplesmente estava
vendo a razão. Enquanto a multidão se dispersava, Eddie e eu soltamos Christian o suficiente
para levar ele até o canto mais afastado para conversarmos em particular. Assim que Adrian
quebrou o olhar, o rosto de Christian se encheu de fúria, e ele tentou pular em Adrian. Eddie e
eu já estávamos segurando ele. Ele não se mexeu.
“O que você acabou de fazer?” exclamou Christian. Várias pessoas no final do corredor
olharam para trás, sem duvida esperando que houvesse uma luta afinal de contas. Eu mandei
ele calar a boca. Ele se arquiou. “Ow.”
“Fique quieto. Tem algo errado aqui, e precisamos entender isso antes que alguém faça algo
estúpido.”
“O que está errado,” disse Christian, olhando para Adrian, “é que ele está tentando me separar
de Lissa e você sabia disso, Rose.”
Adrian olhou para mim. “Você sabia mesmo?”
“Sim, longa história.” Eu virei re volta para Christian. “Olha, Adrian não tem nada a ver com
isso. Não intencionalmente. Foi idéia da Tatiana – e ela não fez nada ainda. É só o plano dela a
longo prazo – só dela, não dele.”
“Então, como você sabia sobre ele?” exigiu Chrisitan.
“Porque ela me disse – ela estava com medo que eu estivesse com Adrian.”
“Verdade?Você defendeu nosso amor?” perguntou Adrian.
“Fique quieto,” eu disse. “O que eu quero saber, Christian, é quem contou para você?”
“Ralf,” ele disse, parecendo incerto pela primeira vez.
“Você deveria saber mais do que ouvir ele,” disse Eddie, o rosto escurecendo ao ouvir aquele
nome.
“Mas dessa vez, Ralf estava dizendo a verdade – fora Adrian estar nisso. Ralf tem parentesco
com a melhor amiga da rainha,” eu expliquei.
“Maravilha,” disse Christian. Ele parecia calmo o suficiente, então Eddie e eu soltamos ele.
“Nós fomos enganados.”
Eu olhei ao redor, de repente percebendo algo. “Onde está Lissa? Porque ela não parou tudo
isso?”
Adrian levantou uma sobrancelha. “Nos diga você. Onde ela esta? Ela não foi jantar.”
“Eu não posso...” eu franzi a sobrancelha. Eu tinha ficado tão boa em me proteger quando
precisava que longos períodos de tempo passavam sem eu sentir nada dela. Dessa vez, eu não
senti nada porque não tinha nada vindo dela. “Eu não consegui sentir ela.”
Três pares de olhos me encararam.
“Ela está dormindo?” perguntou Eddie?
“Eu posso dizer quando ela está dormindo... Isso é algo diferente...” Devagar, muito devagar,
eu recobrei o senso de onde ela estava. Ela estava me bloqueando de propósito, tentando se
esconder de mim, mas eu a encontrei como eu sempre fazia. “Ali está ela. Ela está – Oh Deus!”
Meu grito passou pello correndo, ecoado os próprios gritos de Lissa, enquanto muito longe, a
dor a invadia.

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