sábado, 17 de março de 2012

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 6)

SEIS
So havia mais tres outras testemunhas para o que tinha acontecido na quadra. Ainda sim,
surpreendentemente, todos pareciam saber sobre o que tinha acontecido quando eu voltei
para a area comunitaria mais tarde. As aulas tinham acabado, mas muitos alunos se
locomoviam nos corredores, indo estudar ou refazer ou testes ou qualquer outra coisa. Eles
tentaram esconder seus olhares e sussurros, mas eles nao fizeram um bom trabalho. Aqueles
que fizeram contato visual comigo ou me deram sorrisos de labios cerrados ou imediatamente
olharam para longe. Maravilha.
Sem um link psiquico com Christian, em nao tinha ida onde encontrar ele. Eu podia ver que
Lissa estava na biblioteca e achei que la seria um bom lugar para comecar a procurar. No meu
caminho para la, eu ouvi a voz de um cara me chamado.
“Foi um pouco longe demais, nao?”
Eu me virei e vi Ryan e Camille andando varios passos atras. Se eu fosse um cara, a resposta
teria sido, “voce quer dizer com sua mae?” Ja que eu nao sou um cara e porque eu tenho
modos, eu apenas disse,”nao sei do que voce esta falando.”
Ryan se apressou para me alcancar. “Voce sabe exatamente o que eu quero dizer. Com
Christian. Eu ouvi que quando Stan atacou, voce esta tipo, “Aqui, pegue ele,” e se afastou.”
“Oh meu Deus,” eu rugi. Era ruim o suficiente que todo mundo fale sobre voce, mas porque as
historias sempre ficam mudando?”Nao foi isso que aconteceu.”
“Oh, e?” ele perguntou.”Entao porque voce foi chamada para ver Alberta?”
“Olha,” eu disse, nao me sentindo mais tao bem educada, “eu so fiz besteira no ataque...voce
sabe, parecido com o que voce fez mais cedo quando voce nao estava prestando atencao no
corredor?”
“Hey,” ele disse, corando levemente. “Eu acabei consertando aquilo –eu fiz minha parte.”
“E assim que eles chamam quando se e chutado hoje em dia?”
“Pelo menos eu nao fui uma vaca reclamona que se recusou a luta.”
Eu tinha acabado de me acalmar depois de conversar com Dimitri, mas agora meu
temperamento ja estava crescendo. Era com um termometro prestes a explodir. “Voce sabe,
talvez ao inves de criticar outros, voce devesse prestar mais atencao nos seus proprios deveres
de guardiao.” Eu acenei em direcao a Camille. Ela estava quieta, mas seu rosto mostrava que
ela estava prestando atencao em tudo.
Ryan deu nos ombros. “Eu posso fazer os dois. Shane esta atras de nos e a area esta
segura.Nao tem portas. E facil.” Ele bateu no ombro de Camille. “Ela esta segura.”
“E um lugar facil para fazer a seguranca. Voce nao faria tao bem no mundo real com os
Strigoi.”
O sorriso dele sumiu. Raiva apareceu nos olhos dele. “Certo. Pelo que eu ouvi, voce nao fez um
trabalho tao bom la tambem, pelo menos nao em respeito ao Mason.”
Ser provocada pelo que tinha acontecido com Stan e Christian era uma coisa. Mas sugerir que
era minha culpa a morte de Mason? Inaceitavel. Fui eu quem manteve Lissa segura por 2 anos
no mundo humano. Fui eu quem matou dois Strigoi em Spokane. Eu era a unica novata na
escola com marcas molnija, a pequena tatuagem dada a guardioes que mataram Strigoi. Eu
sabia que havia umas fofocas sobre o que tinha acontecido com Mason, mas ninguem tinha
dito nada para mim. A ideia de Ryan ou qualquer outra pessoa pensar que eu era culpada pela
morte de Mason era demais. Eu ja me culpava o suficiente sem a ajuda deles.
O termometro quebrou.
Em outro movimento suave, eu passei por ele, agarrei Camilee, e a empurrei contra a parede.
Eu nao a tinha jogado forte o suficiente para machucar ela, mas ela claramente estava
assustada. Os olhos dela aumentaram em choque, e eu usei meu antebraco para segurar ela, a
pressionando contra sua garganta.
“O que voce esta fazendo?” exclamou Ryan, olhando para todos os lados entre nossos rostos.
Eu mudei minha posicao um pouco, ainda mantendo pressao sobre Camille.
“Melhorando sua educacao,” eu disse agradavelmente. “As vezes os lugares nao sao tao bons
de fazer a seguranca quanto voce imagina.”
“Voce e louca!Voce nao pode machucar um Moroi. Se os guardioes descobrirem-“
“Eu nao estou,” eu discuti. Eu olhei para ela. “Estou machucando voce? Voce esta sentindo
dor?”
Houve uma hesitacao; entao ela balancou a cabeca como pode.
“Voce esta desconfortavel?”
Um pequeno aceno.
“Ve?” eu disse a Ryan. “Desconforto nao e a mesma coisa que dor.”
“Voce e louca. Deixe ela em paz.”
“Eu nao termine, Ry. Preste atencao porque aqui esta o ponto:Perigo vem de qualquer lugar.
Nao so dos Strigoi –u guardioes vestidos de Strigoi. Continue agindo como um arrogante filho
da puta que acha que sabe de tudo” eu pressionei meu braco contra ela com um pouco mais
de forca, ainda nao o suficiente para afetar a respiracao dela ou causar dor –“e voce perde as
coisas. E essas coisas podem matar sua Moroi.”
“Ok,ok.Tanto faz. Por favor, pare,” ele disse. A voz dele balancada. Nao havia mais uma
atitude. “Voce esta assustando ela.”
“Eu tambem estaria assustada, se minha vida estivesse nas suas maos.”
O cheiro do crava-da-india me alertou da presenca de Adrian.Eu tambem sabia que Shane e
alguns outros tinham vindo assistir. Os outros novatos pareciam incertos, como se quisessem
me afastar mas estivesse com medo que Camille se machucasse. Eu sabia que eu devia soltar
ela, mas Ryan tinha me irritado tanto. Eu precisava provar um ponto para ele. Eu precisava me
vingar dele. E na verdade, eu nao sentia pena de Camille tambem ja que eu tinha certeza que
ela tambem tinha fofocado sobre o que tinha acontecido com Mason.
“Isso e fascinante,” disse Adrian, a voz dele tao preguicosa quanto o normal.”Mas eu acho que
voce ja fez seu ponto.”
“Eu nao sei,” eu disse. O tom da minha voz conseguiu ser tanto doce quando ameacador ao
mesmo tempo. “Eu ainda nao acho que o Ryan entendeu.”
“Pelo amor de Deus, Rose!Eu entendi.” Chorou Ryan.”Apenas deixe ela ir.”
Adrian se moveu ao meu redor, indo ficar ao lado de Camille. Ela e eu estavamos pressionadas
juntas, mas ele conseguiu se apertar para que seu rosto estivesse na minha linha de visao,
quase ao lado dela. Ele estava com aquele sorriso bobo de sempre, mas tinha algo serio em
seus olhos verdes.
“Sim, pequena dhampir. Deixe ela ir.Voce acabou aqui.”
Eu queria dizer a Adrian para ficar longe de mim, que seria eu quem iria dizer quando eu tinha
terminado. De algum jeito, eu nao pude dizer as palavras. Uma parte de mim estava furiosa
com sua interferencia. A outra achava que ele soava... razoavel.
“Deixe ela ir,” ele repetiu.
Meus olhos estavam em Adrian agora, nao em Camille. De repente, eu decidi que ele soava
razoavel. Completamente razoavel. Eu precisava soltar ela. Eu movi meu braco e me afastei.
Ela engoliu em seco, e Camille foi para tras de Ryan, usando ele como escudo. Eu vi agora que
ela estava prestes a chorar. Ryan simplesmente parecia atordoado.
Adrian se arrumou e fez um gesto desdenhoso em direcao a Ryan.”E melhor voce sair daqui –antes que voce realmente irrite Rose.”
Ryan, Camille, e os outros devagar se afastaram de nos. Adrian pos seu braco ao meu redor e
me levou rapidamente em direcao a biblioteca. Eu me sentia estranha, meio que como se
estivesse acordando, mas entao, a cada passo, as coisas ficavam cada vez mais claras. Eu tirei
os bracos dele de mim e me afastei.
“Voce usou compulsao em mim!” eu exclamei. “Voce me fez soltar ela.”
“Alguem precisava. Voce parecia estar a segundos de estrangular ela.”
“Eu nao ia. E eu nao teria feito.” Eu abri a porta da biblioteca. “Voce nao tinha direito de fazer
isso comigo. Nenhum direito.” Compulsao –fazer as pessoas fazerem o que voce quer –era
uma habilidade que todos os vampiros tinham em certa escala. Usar era considerado imoral, e
a maioria nao podia controlar bem o suficiente para causar algum dano. Espirito aumentava
essa habilidade, no entanto, fazendo Adrian e Lissa serem muito perigosos.
“E voce nao tinha direito de atacar uma pobre garota no corredor so para defender seu
proprio orgulho ferido.”
“Ryan nao tinha direito de dizer aquelas coisas.”
“Eu nem sei o que “aquelas coisas” sao, mas a nao ser que eu tenha confundido sua idade,
voce e muito velha para ter uma explosao de raiva por causa de fofoca.”
“Uma explosao de –“
Minhas palavras pararam quando eu alcancei Lissa trabalhando em uma mesa. Seu rosto e
sentimentos me falaram que problemas estavam por vir. Eddie estava parado alguns passos
longe dela, inclinado contra a parede e observando o quarto. Os olhos dele abriram quando
ele me viu, mas ele nao disse nada quando nos aproximamos.
Eu sentei na cadeira ao lado de Lissa.
“Hey.”
Ela olhou para frente, entao voltou sua atencao para o livro aberto na frente dela. “Eu me
perguntei quando voce apareceria,” ela disse. “Voce foi suspensa?”
As palavras dela eram calmas e educadas, mas eu podia sentir seus sentimentos encobertos.
Irritacao. Ate um pouco de raiva.
“Nao dessa vez,” eu disse. “So fiquei com servico comunitario.”
Ela nao disse nada, mas o sentimento raivoso que eu sentia pela ligacao permaneceu intacto.
Agora eu encarei. “Ok, fale comigo, Liss. Eu sei que voce esta com raiva.”
Adrian olhou para mim, entao para ela, e entao para mim de novo. “Eu sinto que estou
perdendo algo aqui.”
“Oh, otimo,” eu disse. “voce foi atrapalhar minha briga e nem sabia o porque dela.”
“Briga?” perguntou Lissa, confusao se juntando a raiva.
“O que aconteceu?” repetiu Adrian.
Eu acenei para Lissa. “Vai em frente, conte a ele.”
“Rose foi testada hoje cedo e se recusou a proteger Christian.” Ela balancou a cabeca,
exasperada, e me deu um olhar acusatorio. “Eu nao acredito que voce ainda esta irritada o
suficiente para fazer algo assim com ele. Isso e criancice.”
Lissa tinha chegado as mesmas conclusoes que os guardioes. Eu encarei. “Eu nao fiz de
proposito!Eu acabei de ouvir esse monte de merda e eu disse a eles a mesma coisa.”
“Entao o que aconteceu?” ela exigiu. “Porque voce fez isso?”
Eu hesitei, sem ter certeza do que dizer. Minha relutancia para falar nao tinha nada a ver com
o fato de Adrian e Eddie estarem ouvindo –embora eu certamente nao quisesse que eles
ouvissem. O problema era mais complexo.
Dimitri estava certo –havia pessoas que eu podia confiar, e duas delas eu confiava
incondicionalmente: ele e Lissa. Eu ja nao contei a verdade para ele. Eu iria –eu poderia –fazer a mesma coisa com ela? Embora ela estivesse irritada, eu sabia sem duvidas que Lissa
sempre me apoiaria e estaria la por mim. Mas como aconteceu com Dimitri, eu pisquei com a
ideia de contar a ela minha historia de fantasma. Tambem como com Dimitri, eu me perguntei
a mesma coisa: louca ou incompetente?
Atraves da nossa ligacao, eu senti a mente dela pura e limpa. Nao havia mancha, nada de
escuridao, ou sinal de loucura –e ainda sim, havia algo no fundo. Uma pequena agitacao.
Antidepressivos demoravam um pouco para entrar e sair do seu sistema, mas a magica dela ja
estava acordando depois de um dia. Eu pensei em meu encontro fantasmagorico, arrastando a
memoria daquele triste, e translucido Mason. Como eu podia explicar a ela? Como eu podia
comentar algo tao estranho e fantastico quando ela estava tentando com tanta forca ter uma
vida normal e agora encarava o desafio de manter sua magia sob controle?
Nao, eu percebi. Eu nao podia dizer a ela. Ainda nao –especialmente quando ainda havia algo
grande que eu precisava contar a ela.
“Eu congelei,” eu disse finalmente. “Foi idiota. Eu estava tao convencida sobre poder derrubar
qualquer um, entao Stan...” Eu dei nos ombros. “Eu nao sei. Eu so nao consegui reagir. E... e
bem vergonhoso. E ele de todas as pessoas.”
Lissa me estudou intensamente, procurando por qualquer sinal de desonestidade. Me doia
pensar que ela nao confiava e mim, exceto...bem, eu estava mentidno. E como eu disse a
Dimitri, eu podia ser uma boa mentirosa quando quisesse. Lissa nao conseguia dizer quando.
“Eu queria poder ler sua mente,” ela meditou.
“Anda,” eu disse. “Voce me conhece. Voce acha mesmo que eu faria isso?Abandonar Christian
e me fazer parecer idiota de proposito so para me vingar dos meus professores?”
“Nao,” ela disse finalmente. “Voce provavelmente faria de um jeito em que nao fosse pega.”
“Dimitri disse a mesma coisa,” eu murmurei. “Estou feliz por todos terem tanta fe em mim.”
“Nos temos,’ ela respondeu. “E por isso que tudo isso e tao estranho.”
“Ate mesmo eu cometo erros.” Eu fiz uma das minhas caras de insolencia e super confianca.
“Eu sei que e dificil acreditar –tambem me surpreende –mas acho que acontece. E
provavelmente algum balanco karmico do universo.Caso contrario, nao seria justo existir uma
pessoa tao incrivel.”
Adrian, abencoadamente silencioso para variar, estava nos observando conversar, olhando
para frente e para tras como se fosse uma partida de tenis. Os olhos dele se estreitaram
ligeiramente, e eu suspeitei que ele estava estudando as auras.
Lissa virou os olhos, mas felizmente, a raiva que eu senti dentro dela desapareceu. Ela
acreditava em mim. Seu olhar mudou do meu rosto para alguem alem de mim. Eu senti feliz, e
emocoes douradas assinalavam que Christian estava por perto.
“Meu guarda costas leal voltou,” ele declarou, puxando uma cadeira. Ele olhou para Lissa.
“Voce ja terminou?”
“Terminou com o que?” ela perguntou.
Ele inclinou sua cabeca para perto de mim. “Dar a ela uma dura sobre como ela me jogou para
as garras da morte.”
Lissa corou. Ela ja estava se sentindo um pouco mal sobre cair em cima de mim, agora que eu
tinha me defendido o suficiente. Christian petulante, e sabida de Christian a fez se sentir mais
boba.
“So estavamos conversando sobre isso, so isso.”
Adrian bocejou e preguicosamente colocou suas costas na cadeira. “Na verdade, eu acho que
entendi tudo. Isso foi um golpe, certo? Um golpe para me assustar ja que eu estou sempre
falado sobre voce ser minha guardia. Voce pensou que se fingisse ser uma ma guardia, eu nao
iria querer voce.Bem, nao vai funcionar, entao nao tem porque arriscar a vida de ninguem.”
Eu fiquei feliz por ele nao mencionar o incidente no corredor. Ryan tinha passado dos limites,
mas quando mais tempo passou, ficou mais e mais dificil acreditar que eu tinha agido daquele
jeito. Era como algo que tinha acontecido com outra pessoa, algo que eu simplesmente estive
assistindo. E claro, eu parecia estar perdendo a paciencia com tudo ultimamente. Eu estava
com raiva por ter pego Christian, com raiva devido as acusacoes dos guardioes, com raiva de –Oh, certo. Era provavelmente a hora de derrubar a bomba.
“Entao, um... tem uma coisa que voces deviriam saber.”
Quatro pares de olhos –ate os de Eddie –se viraram para mim.
‘’Qual o problema?” perguntou Lissa.
Nao havia jeito facil de dizer a eles, entao eu apenas falei. “Bem, acontece que Victor Dashkov
nunca foi considerado culpado pelo que ele fez conosco. Ele so foi preso. Mas finalmente vai
haver um julgamento oficial –daqui uma semana mais ou menos.”
A reacao de Lissa por ouvir o nome dele foi similar a minha. Choque passou pela nossa ligacao,
seguido imediatamente por medo. Um slide show de imagens passaram pela mente dela. O
jeito como o jogo doentio de Victor havia feito ela questionar sua sanidade. A tortura que o
capanga dele a tinha submetido. O estado ensanguentado que ela encontrou Christian depois
que ele foi atacado por um dos hounds dele. Ela apertou seus punhos na mesa, as pontas
ficando brancas. Christian nao podia sentir a reacao dela como eu podia, mas ele nao
precisava. Ele moveu sua mao para a dela. Ela mal notou.
“Mas...mas...”Ela respirou fundo, lutando para ficar calma. “Como ele ja nao pode ser culpado?
Todos sabem... todos viram...”
“E a lei.Eles supostamente tem que dar a ele a chance de lutar.”
Havia confusao nela, e devagar, ela percebeu a mesma coisa que eu na noite passada com
Dimitri. “Entao...espera...voce esta dizendo que tem uma chance deles nao considerarem ele
culpado?”
Eu olhei para seus olhos selvagens e assustados e eu nao consegui contar a ela.
Aparentemente, meu rosto disse tudo.
Christian bateu seu punho contra a mesa. “Isso e besteira.” Varias pessoas nas outras mesas
olharam para ele.
“Isso e politica,” disse Adrian. “Pessoas no poder nunca tem que jogar pelas mesmas regras.”
“Mas ele quase matou Rose e Christian!” chorou Lissa. “E ele me sequestrou! Como pode
haver duvidas?”
As emocoes de Lissa estavam por tudo. Medo. Pesar. Raiva. Ultraje. Confusao. Desamparo. Eu
nao queria que ela sentisse esse tipo de coisa e esperei desesperadamente que ela se
acalmasse. Devagar, firmemente, ela se acalmou –mas entao eu comecei a ficar com raiva de
novo. Era como o que tinha acontecido com Ryan tudo de novo.
“E uma formalidade, tenho certeza,” disse Adrian. “Quando toda a evidencia estiver exposta,
provavelmente nao vai haver muito debate.”
“Mas ai e que esta,” eu disse amargamente. “Eles nao vao ter todas as evidencias. Nos nao
podemos ir.”
“O que?” exclamou Christian. “Entao quem vai testemunhar?”
“Os outros guardioes que estiveram la. Nos aparentemente nao somos confiaveis para manter
a coisa toda em segredo. A rainha nao quer que o mundo saiba que alguem da preciosa realeza
pode ter feito algo errado.”
Lissa pareceu nao se ofender por mim ter falado mal da realeza. “Mas nos somos a razao por
ele estar sendo julgado.”
Christian levantou, olhando ao redor como se Victor pudesse estar na biblioteca. “Eu vou
cuidar disso agora mesmo.”
“Claro,” disse Adrian. “Eu aposto que ir ate la e chutar a porta deles vai fazer eles mudarem de
ideia. Leve Rose com voce, voces vao fazer uma otima impressao.”
“E?” perguntou Christian, apertando sua cadeira e fixando um olhar tempestuoso em Adrian.
“Voce tem uma ideia melhor?”
A calma de Lissa comecou a passar. “Se Victor for libertado, ele nao viria atras de nos de
novo?”
“Se ele ficar solto de novo, ele nao vai ficar desse jeito por muito tempo,” eu disse. “Eu vou me
certificar disso.”
“Cuidado com isso,” disse Adrian. Ele parecia achar tudo isso engracado. “Nem voce poderia se
safar de assassinar alguem da realeza.”
Eu comecei a dizer a ele que eu iria praticar com ele primeiro, mas entao a voz afiada de Eddie
interrompeu meus pensamentos.
“Rose.”
Instinto nascido de anos de treinamento tomaram conta. Eu olhei pra cima e imediatamente
notei o que ele tinha visto. Emil tinha acabado de entrar na biblioteca e estava procurando
novatos, fazendo anotacoes. Eu levantei da minha cadeira, tomando uma posicao nao muito
longe de Eddie que me dava uma vista de Christian e de quase toda a biblioteca.
Droga. Eu tinha que me recuperar, ou eu acabaria provando que Ryan estava certo. Entre meu
ataque no corredor e agora essa coisa com Victor, eu estava negligenciando meus deveres
como guardia complemente. Eu podia nem precisar de Mason para falhar nisso.
Emil nao me viu sentada socializando. Ele passou, olhando para nos, e fez algumas anotacoes
enquanto ia olhar o resto da biblioteca. Aliviada por ter escapado de ser pega, eu tentei ganhar
controle de mim mesma de novo. Era dificil. O humor negro tinha se apossado de mim de
novo, e ouvir a raiva de Lissa e Christian pelo julgamento de Victor nao estava me ajudando a
relaxar.Eu queria ir ate la e decidir. Eu queria gritar e endoidecer e partilhar minha propria
frustracao. Mas esse nao era um luxo que eu tinha como guardia. Meu primeiro dever era
proteger os Moroi e nao ceder a impulsos. De novo e de novo, eu repeti o mantra dos
guardioes: Eles vem primeiro.
Essas palavras realmente estao comecando a me irritar.

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