sábado, 17 de março de 2012

house of night - traida (capitulo 18)

DEZOITO
Meu livro de Sociologia Vampira 415 estava exatamente onde eu o deixei na prateleira de
livros em cima da mesa do meu computador. Era um livro de nível de um sênior ou, como
chamavam aqui, sestanista. Neferet o tinha me dado logo depois que eu cheguei quando foi
obvio que a Mudança acontecendo no meu corpo estava agindo num ritmo diferente do que
dos calouros normais. Ela queria me tirar da aula de sociologia dos terceiranistas e me mudar
para a aula mais avançada, mas eu consegui convencer ela do contrario, dizendo que eu já era
diferente o bastante, eu não precisava de mais nada para fazer de mim uma aberração maior
do que o resto do pessoal aqui. Nosso compromito era que eu iria ler o livro do nível 415,
capitulo por capitulo, e fazer perguntas a ela.
Ok, bem, eu queria fazer isso, mas houveram tantas coisas (assumir as Filhas Negras, namorar
Erik, trabalhos regulares, e coisas assim), e eu fiz um pouco menos do que olhar para meu livro
na prateleira.
Com um suspiro que soava quase tão cansado quanto eu me sentia, eu levei o livro para a
cama e me ajeitei com uma montanha de travesseiros. Apesar dos horríveis eventos do dia, eu
tive que lutar para manter meus olhos abertos enquanto eu olhava o índice e achava o que eu
estava procurando: ânsia por sangue. Haviam várias paginas depois da palavra, então marquei
o índice, virando a primeira pagina listada,e comecei a ler. Primeiro eram coisas que eu já tinha
descoberto sozinha: quando um calouro entra mais afundo na Mudança, desenvolve o gosto
por sangue. Beber sangue passa de ser algo horrível para algo delicioso. Quando um calouro
está bem avançado no processo da Mudança, ela pode detectar o cheiro de sangue a distancia.
Por causa de mudanças no metabolismo, drogas e álcool tem menos efeito nos calouros, e
enquanto esses efeitos dissipam, eles iram descobrir que os efeitos de beber sangue
aumentam.
“Não é brincadeira,” eu disse. Mesmo beber sangue de calouros misturados com vinho tinha
me dado um incrível barato. Beber o sangue de Heath foi como fogo explodindo
deliciosamente em mim. Eu pulei a leitura. Eu já sabia sobre essas coisas de ser gostoso. Então
meus olhos viram uma nova linha, e eu parei na pagina.
SEXUALIDADE E ÂNSIA POR SANGUE
Embora a freqüência de necessidade dependa da idade, sexo, e força geral do vampiro, adultos
precisam periodicamente se alimentar de sangue humano para permanecerem saudáveis e
sãos. É, por tanto, lógico que a evolução, e nosso adorada deusa,Nyx, tenha se assegurando
que o processo de beber sangue seja prazeroso, tanto para o vampiro quanto para o humano
doador. Como já aprendemos, a saliva do vampiro age como um anti coagulante para o
sangue humano. A saliva de um vampiro também aumenta as endorfinas enquanto o sangue é
bebido, o que simula a zona de prazer do cérebro, tanto humana quanto vampiro, e pode até
mesmo simular um orgasmo.
Eu pisquei e esfreguei minha mão no rosto. Bem, diabos! Não era de se admirar que eu tenha
tido uma reação tão vadia ao Heath. Ficar excitada enquanto bebia sangue está programado
nos meus genes que estão Mudando. Fascinada, eu continuei a ler.
Quanto mais velho o vampiro, mais endorfinas são liberadas durante o processo de beber
sangue, e mais intensas são a experiência de prazer para o humano e o vampiro.
Vampiros especularam durante séculos que o frenesi de beber sangue é o motivo principal dos
humanos terem difamado nossa raça. Humanos se sentem ameaçados pela nossa habilidade
de trazer a eles um prazer tão intenso durante um ato considerado perigoso e horrível, então
eles nos rotularam como predadores. A verdade, é claro, é que vampiros podem controlar sua
ânsia por sangue, então a poucos danos físicos para o humano doador. O perigo está no
Imprint que freqüentemente ocorre durante o ritual de beber sangue.
Completamente enojada, eu virei para a próxima sessão.
IMPRINTING
Um imprint entre um vampiro e um humano não ocorre toda vez que um vampiro se alimenta.
Muitos estudos foram realizados para tentar detectar exatamente do porque alguns humanos
Imprint e alguns não, mas existem vários fatores determinantes, como ligação emocional,
relação entre humano e vampiro pré-Mudado, idade, orientação sexual, e freqüência que se
bebe o sangue, não há como prever com certeza vai ou não Imprint em um vampiro.
O texto continuou falando sobre como vampiros devem ter cuidado quando bebem de um
doador vivo, versus pegar sangue dos bancos de sangue, que é um negocio altamente secreto
e pouquíssimos humanos estão cientes de que ele existe (aparentemente esses humanos são
muito bem pagos pelo seu silencio). O livro de sociologia franzia em beber sangue dos
humanos e havia vários avisos sobre o quão perigos era ter um Imprint com um humano, e
como não só o humano estaria emocionalmente ligado ao vampiro, mas o vampiro também
está ligado ao humano. Isso me fez sentar direito. Com um enjôo no estomago eu li sobre
como uma vez que o Imprint acontece o vampiro pode sentir as emoções do humano, e em
alguns casos pode também/ou rastrear o humano. Então o texto saiu pela tangente falando
como Bram Stoker teve um Imprint com uma Alta Sacerdotisa vampira, mas que ele não
entendia o comprometimento dela com Nyx que vinha antes do laço deles, e em uma onda de
raiva ciumenta a traiu ao exagerar os aspectos negativos de um Imprint com seu famoso livro.
Drácula.
“Huh. Eu não fazia idéia,” eu disse. Ironicamente, Drácula era um dos meus livros favoritos
desde que o li quando tinha 13 anos. Eu pulei o resto da sessão até que veio a parte que eu
mordi o lábio enquanto lia devagar.
CALOURO – IMPRINT VAMPIRO
Como discutido no capitulo anterior, devido a possibilidade de Imprint, calouros são proibidos
de beber sangue de humanos doadores, mas eles podem experimentar entre si. Foi
comprovado que calouros não podem ter um Imprint entre si. No entanto, é possível que um
vampiro adulto tenha um Imprint com um calouro. Isso leva a complicações emocionais e
físicas quando o calouro completa a Mudança que normalmente não são benéficas para
nenhum dos vampiros; por tanto, beber sangue entre um calouro e um vampiro adulto é
estritamente proibido.
Eu balancei a cabeça, aterrorizada de novo por ter visto sangue sendo bebido entre Neferet e
Elliott. Deixando de lado o fato de Elliott estar morto, o que ainda me confundia, Neferet era
uma poderosa Alta Sacerdotisa. Não tinha como ela deixar um calouro beber dela (mesmo um
morto).
Teve um capitulo sobre como quebrar um Imprint, que eu comecei a ler, mas era muito
deprimente. Aparentemente envolvia a ajuda de uma poderosa Alta Sacerdotisa, muita dor
física, especialmente por parte do humano, e mesmo assim o humano e o vampiro tinham que
ter cuidado para ficar longe um do outro ou o Imprint poderia retornar.
Eu de repente me senti super fadigada. Quanto tempo fazia desde que eu realmente tinha
dormido? Mais de um dia. Eu olhei para o relogio. Eram 6:10. Iria começar a amanhecer em
breve. Me sentindo dura e velha eu levantei e pus o livro de volta na prateleira. Então abri um
lado das pesadas cortinas que cobriram completamente a janela e bloqueavam a luz de fora.
Ainda estava nevando, e a luz hesitante do pré amanhecer o mundo parecia inocente e
sonhador. Era difícil imaginar que coisas tão horríveis como adolescentes sendo mortos e
calouros mortos sendo reanimados pudesse acontecer lá fora. Eu fechei os olhos e inclinei
minha cabeça contra a vidraça legal. Eu não queria pensar em nenhuma dessas coisas agora.
Eu estava tão cansada... tão confusa... tão incapaz de bolar a resposta que eu precisava.
Minha mente adormecida vagou. Eu queria deitar, a mas a janela legal era boa contra a minha
testa. Erik voltaria em menos de um dia. O pensamento me deu tanto dor de prazer e de culpa,
o que, é claro, me fez pensar em Heath.
Eu provavelmente Imprinted nele. A idéia me assustava, mas também me seduzia. Seria tão
horrível ficar emocionalmente e fisicamente ligada a um Heath sóbrio? Antes de conhecer Erik
(ou Loren) minha resposta definitivamente seria não, não seria horrível. Agora não era o
horror que me preocupava. Era o fato deu ter que esconder a relação de todos. É claro que eu
podia mentir... a idéia passou como uma fumaça venenosa na minha mente super estressada.
Neferet e até mesmo Erik que eu fui posta numa situação um mês atrás em que eu bebi o
sangue de Heath – antes de saber qualquer coisa sobre ânsia de sangue e Imprint. Eu podia
fingir que eu Imprint nele lá. Eu já tinha mencionado a possibilidade para Neferet. Talvez eu
pudesse arranjar um jeito de continuar vendo tanto Heath quanto Erik...
Eu sabia que meus pensamentos eram errados. Eu sabia que ver os dois era desonesto tanto
com Erik quando com Heath, mas eu estava tão dividida! Eu realmente estava começando a
gostar de Erik, além do mais ele vivia no meu mundo e entendia os problemas da Mudança e
de abraçar uma vida totalmente nova. Pensar sobre terminar com ele fazia meu coração doer.
Mas pensar sobre não ver Heath de novo, nunca provar o sangue dele de novo... me fez sentir
como se eu estivesse tendo um ataque de pânico. Eu suspirei de novo. Se isso era ruim para
mim, provavelmente era um zilhão de vezes pior para Heath. Afinal de contas, faz um mês
desde que o vi, e todo esse tempo ele tem carregado uma lamina em seu bolso só caso me
encontrasse. Ele parou de beber e fumar por causa do que tinha acontecido conosco. E ele
estaria ansioso para se cortar e me deixar beber seu sangue. Lembrando, eu tremi, e não por
causa da frieza da janela, na qual eu ainda pressionava minha testa. Desejo me fez tremer. O
livro de Soc tinha descrito as razões por trás da ânsia por sangue em palavras lógicas e
imparciais que nem começavam a representar a verdade.
Beber o sangue de Heath era incrivelmente excitante. Algo que eu queria fazer de novo e de
novo. Logo. Agora, na verdade. Eu mordi meu lábio para me impedir de gemer enquanto
pensava em Heath – a dureza do corpo dele e o incrível gosto do seu sangue.
E de repente enquanto parte da minha mente levantou, como uma sequencia tirada de uma
grande história. Eu podia sentir aquela parte de mim procurando...caçando...rastreando... até
que chegou em um quarto escuro e pairou em cima de uma cama. Eu suguei o ar. Heath!
Ele estava deitado de costas. O cabelo loiro dele estava desarrumado, o fazendo parecer um
garotinho. Ok, qualquer um poderia achar que ele era totalmente lindo. Quero dizer, vampiros
eram conhecidos por serem incrivelmente lindos e charmosos, e até mesmo um vampiro iria
admitir que Heath tinha uma alta pontuação na escala deles de beleza.
Como se ele pudesse sentir minha presença, ele se agitou no sono, virando sua cabeça e
chutando para longe o cobertor que o cobria. Ele estava nu a não ser por uma boxer azul que
tinha sapos verdes gordos. A visão deles me fez sorrir. Mas o sorriso congelou no meu rosto
quando eu notei que eu agora podia ver a linha rosa que passava ao lado do pescoço dele.
Foi onde ele se cortou com a lamina e fez eu sugar o sangue dele. Eu quase podia sentir o
gosto de novo – o calor e a riqueza, como chocolate derretido, só que um zilhão de vezes
melhor.
Incapaz de me impedir, eu gemi, e no mesmo instante Heath gemeu no seu sono.
“Zoey...”ele murmurou sonhador, e se mexeu inquieto de novo.
“Oh, Heath,” eu sussurrei. “Eu não sei o que fazer sobre nós.” Eu sabia muito bem o que eu
queria fazer. Eu queria ignorar minha exaustão, entrar no meu carro, dirigir até a casa de
Heath, entrar pela janela do quarto dele (não é como se eu não tivesse feito isso antes), abrir a
ferida recém fechada em seu pescoço, e deixar o doce sangue dele passar por minha boca
enquanto eu pressionava meu corpo contra o dele e fazia amor pela primeira vez na vida.
“Zoey!” Dessa vez os olhos de Heath abriram. Ele gemeu de novo e sua mão foi para o duro
calombo em suas cuecas e ele começou a –
Meus olhos abriram e eu estava de volta em meu quarto com minha testa pressionada contra
a janela, respirando com dificuldade.
Meu telefone tocou uma musica que dizia que eu tinha recebido uma mensagem. Minhas
mãos tremiam enquanto eu o abria e lia: Eu te senti aqui. Prometa me encontrar na sexta.
Eu respirei fonte e respondi a Heath com duas palavras que fizeram meu estomago pular de
excitação: Eu prometo.
Eu fechei o telefone e o desliguei. Então, forçando para longe a imagem de Heath com seu
corte no pescoço, quente e desejoso, obviamente me querendo tanto quanto eu o queria, eu
sai da janela e fui para cama. Inacreditavelmente, meu relógio me dizia que agora eram 8:27.
Eu estive parada na janela por mais de duas horas! Não era de se surpreender que meu corpo
estivesse tão duro e dolorido. Eu fiz uma nota mental para pesquisar mais sobre o Imprint e a
conexão entre humano e vampiro na próxima vez que fosse para o media Center (que era
melhor ser cedo). Antes deu desligar o abajur eu olhei para Stevie Rae.Ela estava virada de
lado, suas costas para mim, mas sua respiração profunda me disse que ela ainda estava
dormindo. Bem, pelo menos meus amigos não sabiam o quão viciada por sangue e excitada eu
estava me tornado.
Eu queria Heath.
Eu precisava de Erik.
Eu estava intrigada por Loren.
Eu não fazia idéia do que eu ia fazer com a bagunça que minha vida tinha se tornado.
Eu esmaguei meu travesseiro numa bola. Eu estava tão cansada que eu sentia que alguém
tinha me drogado, mas minha mente não se calava. Quando acordasse ia ver Erik de novo e
provavelmente Loren. Eu tinha que encarar Neferet. Eu iria fazer meu primeiro ritual para um
grupo de garotos que provavelmente ficaram felizes por me ver falhar, ou pelo menos me
envergonhar miseravelmente, e sempre havia a possibilidade das duas coisas aconteceram.
Então tinha a estranheza de saber que eu vi o que só poderia ser o fantasma de Elliott se
comportando de um jeito nada de fantasma. Sem mencionar outro adolescente humano que
estava morto e parecia cada vez que um vampiro tinha algo a ver com isso.
Eu fechei os olhos e disse ao meu corpo para relaxar e minha mente para se concentrar em
algo agradável, como... como... o quão linda a neve era...
Devagar, a exaustão tomou conta e finalmente, agradecida, eu cai em um sono profundo.

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