sábado, 17 de março de 2012

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 7)

SETE
Quando o primeiro aviso para o toque de recolher apareceu, os Moroi arrumaram suas coisas.
Adrian saiu imediatamente, mas Lissa e Christian demoraram para ir aos seus dormitorios. Eles
seguravam as maos e mantiveram suas cabecas juntas, sussurrando sobre algo que eu poderia
ter “espiado” se eu fosse para dentro da cabeca de Lissa. Eles ainda estavam ultrajados com as
noticias sobre Victor.
Eu dei a eles privacidade e mantive distancia, olhando ao redor enquanto Eddie andava ao lado
deles. Ja que haviam mais Moroi do que dhampirs nop campos, os Moroi tinham dormitorios
lado a lado. Lissa e Christian viviam em diferentes dormitorios. Os dois pararam quando
chegaram em um ponto fora dos predios onde o caminho se dividia. Eles deram um beijo de
tchau, e eu fiz o melhor para fazer o ver-sem-realmente-ver. Lissa me deu tchau e se dirigiu ao
dormitorio com Eddie. Eu segui Christian para o dele.
Se eu estivesse guardando Adrian ou alguem como ele, eu provavelmente teria que aguentar
piadas sexuais sobre nos dormirmos perto um do outro durante 6 semanas. Mas Christain me
trata de forma casual, de um jeito brusco como poderia tratar uma irma. Ele arrumou um lugar
no chao para mim, e quando ele voltou do banheiro, eu me fiz uma cama confortavel de
cobertores. Ele desligou a luz e pisou em sua propria cama.
Depois de varios segundos em silencio, eu perguntei,”Christian?”
“E hora de dormir, Rose.”
Eu bocejei. “Acredite, eu quero fazer isso tambem. Mas eu tenho uma pergunta.”
“E sobre Victor? Porque eu preciso dormir, e isso so vai me irritar de novo.”
“Nao, e sobre outra coisa.”
“Ok, manda.”
“Porque voce nao gozou com a minha cara depois do que aconteceu com Stan? Todo mundo
esta tentando descobrir se eu fiz besteira ou se fiz de proposito. Lissa brigou comigo. Adrian
tambem um pouco. E os guardioes...bem, esquece eles. Mas voce nao disse nada. Eu pensei
que voce seria o primeiro a comentar algo.”
Mais silencio caiu, e eu esperei que ele estivesse pensando sobre sua resposta e nao
dormindo.
“Nao tem porque dificultar as coisas,” ele disse finalmente.”Eu sei que voce nao fez de
proposito.”
“Porque nao? Eu quero dizer, nao que eu esteja contradizendo voce –porque eu nao fiz de
proposito –mas porque voce tem certeza?”
“Por causa da nossa conversa em ciencia culinaria. E porque do jeito que voce e. Eu vi voce em
Spokane. Qualquer um que faz o que voce fez para nos salvar... bem, voce nao faria algo tao
infantil como isso.”
“Wow. Brigado.Eu...bem, significa muito.”Christian acreditava em mim quando ninguem mais
acreditava. “Voce e tipo a primeira pessoa que realmente acredita que eu fiz besteira sem
qualquer outro motivo.”
“Bem,” ele disse,” eu nao acredito nisso tambem.”
“Acredita no que? E eu fiz besteira? Porque nao?”
“Voce nao estava ouvindo? Eu vi voce em Spokane. Alguem como voce nao faz besteira ou
congela.” Eu comecei a dizer a mesma coisa que eu disse aos guardioes, que matar um Strigoi
nao me fazia invencivel, mas ele me cortou:”Alem do mais, eu vi a sua cara la.”
“La...na quadra?”
“E.” Varios segundos de silencio se passaram. “Eu nao sei o que aconteceu, mas o jeito que
voce estava... nao era o jeito de alguem que estava tentando se vingar de alguem. Tambem
nao era o jeito de alguem congelando ao ataque de Alto. Era algo diferente... eu nao sei. Mas
voce foi completamente consumida por outra coisa –e honestamente? Sua expressao? Meio
assustadora.”
“E ainda sim... voce nao esta dificultando as coisas para mim sobre isso tambem.”
“Nao e da minha conta. Se foi grande o suficiente para te consumir daquele jeito, entao deve
ser serio. Eu me sinto seguro com voce, Rose. Eu sei que voce teria me protegido se tivesse um
Strigoi de verdade la.” Ele bocejou. “Ok. Agora que eu me abri, eu posso dormir? Talvez voce
nao precise do seu sono de beleza, mas alguns de nos nao tem tanta sorte.”
Eu deixei ele dormir e logo tambem fiquei exausta. Eu tive um dia longe e ainda estava
cansada devido a falta de sono da ultima noite. Quando eu estava dormindo profundamente,
eu comecei a sonhar. Enquanto eu sonhava, eu senti os sinas de Adrian entrando no meu
sonho.
“Oh, nao.” Eu gemi.
Eu estava em um jardim no meio do verao. O ar estava pesado e umido, e a luz do sol batia em
mim em ondas douradas. Flores de todas as cores estavam ao meu redor, e o ar estava pesado
com o cheiro de lilas e rosas. Abelhas e borboletas dancam de flor em flor. Eu usava jeans e
uma camisa sem manga. Meu nazar; um pequeno olho azul feito de vidro que supostamente
protegia do mal, estava pendurado no meu pescoco. Eu tambem usava um bracelete com uma
cruz, chamado chotki, em meu pulso. Era uma heranca dos Dragomir que Lissa havia me dado.
Eu raramente usava joias no meu deveres diarios, mas elas sempre apareciam em meus
sonhos.
“Onde voce esta?” eu chamei. “Eu sei que voce esta aqui.”
Adrian apareceu de tras de uma macieira que estava cheia de flores rosas e brancas. Ele usava
jeans –algo que eu nunca vi ele usar. Elas ficavam bem nele e sem sombra de duvida eram de
marca. Uma camisa verde escuro –tambem muito simples –cobria a parte de cima do seu
corpo, e a luz do sol fazia cintilar luas luzes douradas faziam brilhar seu cabelo marrom.
“Eu disse pra voce ficar fora dos meus sonhos,” eu disse, colocando aos maos nos meus
quadris.
Ele me deu um sorriso preguicoso. “Mas como nos devemos conversar? Voce nao parecia
muito amigavel mais cedo.”
“Talvez se voce nao usasse compulsao nas pessoas, voce teria mais amigos.”
“Eu tinha que salvar voce de si mesma. Sua aura estava como uma tempestade de nuvens.”
“Ok, mais uma vez, podemos nao falar sobre auras e a minha eminente maldicao?”
O olhar em seus olhos me disseram que ele estava muito interessado nisso, mas ele deixou pra
la. “Ok. Podemos falar sobre outras coisas.”
“Mas eu nao quero falar! Eu quero dormir.”
“Voce esta dormindo.” Adrian sorriu e andou em direcao a uma videira para observar ela.
Tinha flores laranja e amarelas com forma de trompete. Ele gentilmente passou seus dedos
nas beiradas das flores. “Esse era o jardim da minha mae.”
“Otimo,” eu disse, me fazendo ficar confortavel contra a macieira. Parecia que nos ficariamos
aqui um tempo. “Agora eu tenho que ouvir o seu historico familiar.”
“Hey ela era uma senhora legal.”
“Tenho certeza que sim.Posso ir agora?”
Os olhos dele ainda estavam na videira. “Voce nao deveria zombar da arvore genealogica dos
Moroi. Voce nao sabe nada sobre seu pai. Ate onde voce sabe, nos poderiamos ser parentes.”
“Isso significa que voce me deixaria em paz?”
Andando ate mim, ele mudou de assunto como se nunca tivesse sido interrompido. “Nah, nao
se preocupe. Eu acho que nossas arvores genealogicas sao diferentes. Seu pai nao e um cara
da Turquia?”
“E, segundo a minha –Hey, voce esta olhando os meus peitos?”
Ele estava me olhando de perto, mas seus olhos nao estavam mais no meu rosto. Eu cruzei os
bracos e encarei.
“Eu estava olhando para sua camiseta,” ele disse. “A cor esta toda errada.”
Colocando a mao para frente, ele tocou o tecido. Como tinta se espalhando sobre o papel, o
tecido se tornou do mesmo tom de um rico indigo que as flores da videira. Ele estreitou seus
olhos como um artista expert estudando sua obra de arte.
“Como voce faz isso?” eu exclamei.
“E meu sonho. Hmm. Voce nao e uma pessoa de azul. Bem, nao no sentido das cores. Vamos
tentar isso.” O azul se tornou um brilhante vermelho. “Isso, isso mesmo. Vermelho e a sua cor.
Vermelho como uma rosa, como uma doce, doce, Rose.”
“Ah cara,” eu disse. “Eu nao achei que voce podia ficar maluco nos seus sonhos.” Ele nunca
ficava sombrio ou deprimido como Lissa tinha ficado, mas Espirito definitivamente o deixava
estranho as vezes.
Ele deu um passo para tras e jogou seus bracos para cima.”Eu sou sempre louco ao seu redor,
Rose. Aqui, eu vou escrever um belo poema para voce.” Ele levantou sua cabeca e gritou para
o ceu:
“Rose em vermelho
Mas nunca de azul
Afiada como um espinho
Luta como um tambem.”
Adriam derrubou seus bracos e olhou para mim com expectativa.
“Como um espinho pode lutar?” eu perguntei.
Ele balancou a cabeca. “Arte nem sempre tem que fazer sentido, pequena dhampir. Alem do
mais, eu supostamente sou louco, certo?”
“Nao o mais louco que eu ja vi.”
‘Bem,” ele disse, ando para estudar algumas hortensias, “vou trabalhar nisso.”
Eu comecei a perguntar sobre como eu poderia “voltar” a dormir,mas nossa conversa trouxe
algo a minha mente.
“Adrian... como voce sabe se voce e louco ou nao?”
Ele se virou, um sorriso em seu rosto. Eu podia ver que ele estava prestes a fazer uma piada,
mas entao ele olhou para mim cuidadosamente. O sorriso sumiu, e ele ficou serio.
“Voce acha que voce e louca?” ele perguntou.
“Eu nao sei,” eu disse, olhando para o chao. Eu estava descalca, e a grama pinicava meus pes.
“Eu tenho... visto coisas.”
“Pessoas que sao loucas raramente questionam sua sanidade,” ele disse sabiamente.
Eu encarei e entao olhei para ele de novo. “Isso nao me ajuda.”
Ele andou ate mim e colou sua mao no meu ombro. “Eu nao acho que voce e louca, Rose. Eu
so acho que voce passou por muita coisa.”
Eu franzi a testa. “O que isso quer dizer?”
“Quer dizer que eu nao acho que voce e louca.”
“Obrigado. Isso esclarece tudo. Voce sabe, esses sonhos realmente estao comecando a me
irritar.”
“Lissa nao se importa com eles,” ele disse.
“Voce tambem a visita? Voce nao tem mesmo limite?”
“Nah, ela e estritamente profissional. Ela quer aprender a fazer isso.”
“Otimo. Entao eu sou a sortuda que tem que aguentar sua importunacao sexual.”
Ele realmente pareceu magoado. “Eu queria que voce nao agisse como se eu fosse a
encarnacao do mal.”
“Desculpe. Eu so nao tenho muitos motivos para acreditar que voce possa fazer algo util.”
“Certo. Ao contrario do seu super mentor. Eu nao vejo voce fazer muito progresso com ele.”
Eu dei um passo para tras e estreitei meus olhos. “Deixe Dimitri fora disso.”
“Eu vou quando voce parar de agir como se ele fosse perfeito. Me corrija se eu estiver errado,
mas ele e uma das pessoas que escondeu o julgamento de voce, certo?”
Eu olhei para longe. “Isso nao e importante agora. Alem do mais, ele teve seus motivos.”
“E, que aparentemente nao envolvem ser aberto com voce ou lutar para colocar voce la.Onde
esta meu...” Ele riu. “Eu poderia colocar voce no julgamento.”
“Voce?” eu perguntei com uma risada. “Como voce vai fazer isso? Voce vai fumar com o juiz?
Usar compulsao na rainha e na metade da corte da realeza?”
“Voce nao deveria bater tao rapidamente nas pessoas que podem ajudar voce. Apenas
espere.” Ele colocou um pequeno beijo na minha testa que eu tentei fugir. “Mas por agora,
descanse um pouco.”
O jardim sumiu, e eu voltei para a escuridao de um sono normal.

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