sábado, 17 de março de 2012

A.Vampiro - tocada pelas sombras (capitulo 8)

OITO
Pelos proximos dias, eu segui Christian sem nenhum incidente. E enquanto eu seguia, eu me
encontrei ficando cada vez mais impaciente.
Para comeco de conversa, eu estava descobrindo que muito de ser um guardiao tem a ver com
esperar. Eu sempre soube disse, mas a realidade e mais dificil do que eu pensei. Guardioes
eram absolutamente essenciais para quando Strigoi decidissem atacar. Mas esses ataques?
Eram geralmente raros. Tempo podia passar – anos podiam passar – sem um guardiao nem ter
que entrar em nenhum tipo de conflito. Enquanto meus instrutores certamente nao nos
fariam esperar tanto tempo durante esse exercicio, eles queriam nos ensinar paciencia e o
quao importante e nao ser preguicoso so porque nao houve perigo em um tempo.
Nos tambem estamos sendo colocados em condicoes estritas que um guardiao estaria: sempre
de pe e sempre formal. Muito comumente, guardioes que viviam com familias Moroi se
comportavam casualmente em suas casas ou faziam coisas normais como ler ou assistir TV –
enquanto continuavam perfeitamente atentos a ameacas. Nos sempre podiamos esperar isso,
no entanto, entao tinhamos que praticar do jeito mais dificil na escola.
O nivel da minha paciencia nao se saiu muito bem quanto a espera, mas minha frustracao era
mais do que inquietacao. Eu estava desesperada para me provar, por me redimir por nao ter
reagido ao ataque de Stan. Eu nao vi mais o Mason e decidi que o que eu tinha visto tinha sido
devido a induzido pela fatiga – e pelo estresse. Isso me deixou feliz, porque essas eram razoes
muito melhores do que ser louca ou incapaz.
Mas certas coisas nao estavam me deixando feliz. Quando Christian e eu nos encontramos
com Lissa depois da aula certo dia, eu podia sentir a preocupacao, o medo e a raiva irradiando
dela. Mas foi apenas por causa da ligacao que eu percebi. Para a todas as aparencias, ela
estava bem. Eddie e Christian, que estavam falando sobre algo entre si, nao notaram nada.
Eu me movi para mais perto e pus um braco ao redor dela enquanto andavamos. “Esta tudo
bem. Tudo vai ficar bem.” Eu sabia o que estava incomodando ela. Victor.
Nos decidimos que Christian –apenas da vontade de “cuidar das coisas” –provavelmente nao
era a melhor escola para ir ver as preparacoes para o julgamento de Victor. Entao Lissa tinha
bancado a diplomata outro dia e muito educadamente falou com Alberta sobre a possibilidade
de testemunhar. Alberta tinha dito a ela, igualmente educada, que isso estava fora de questao.
“Eu queria so explicar as coisas –porque e tao importante –que ele nos deixem ir,” ela
murmurou para mim. “Rose, eu nao consigo dormir... eu so fico pensando sobre isso. E se ele
for solto? E se eles realmente o soltarem?”
A voz dela tremeu, e havia uma velha vulnerabilidade la que eu nao via a muito tempo. Esse
tipo de coisa normalmente acendia meus ponteiros, mas dessa vez, trouxe de volta uma
quantidade estranha de memorias, dos tempos em que Lissa tinha dependido de mim. Eu
estava feliz por ver o quao forte ela se tornou e queria me certificar que ela ficasse desse jeito.
Eu apertei meu braco, o que e dificil fazer quando voce esta andando.
“Ele nao vai ser solto,” eu disse selvagemente. “Nos vamos ao julgamento. Eu vou me certificar
disso. Voce sabe que eu nunca deixaria algo acontecer com voce.”
Ela inclinou sua cabeca contra meu ombro, com um pequeno sorriso no seu rosto. “E isso que
eu amo em voce. Voce nao tem ideia de como nos levar ao julgamento, mas voce ainda insiste
so para me fazer sentir melhor.”
“Esta funcionando?”
“Sim.”
A preocupacao ainda estava nela, mas seu divertimento diminui os efeitos um pouco. Alem do
mais, apesar da sua provocacao sobre minha ousada promessa, minhas palavras tinha
acalmaram ela.
Infelizmente, nos logo descobrimos que Lissa tinha outra razao para estar frustrada. Ela estava
esperando pela medicacao desaparecer do seu sistema e permitir que ela acessasse sua magia
inteiramente. Estava la –nos duas podiamos sentir –mas ela estava tendo problemas em tocar
ela. Tres dias tinham passado, e nao houve nenhuma mudanca para ela. Eu me sentia mal por
ela, mas a maior preocupacao era seu estado mental –que estava longe de permanecer claro.
“Eu nao sei o que esta acontecendo,” ela reclamou. Nos quase tinhamos chegado nas areas
comuns. Lissa e Christian tinham planos de assistir um filme. Eu meio que me perguntava o
quao dificil seria para mim assistir o filme e estar em alerta. “Parecia que eu seria capaz de
fazer algo, mas eu ainda nao posso. Estou presa.”
“Isso pode nao ser uma coisa ruim,” eu apontei, me movendo para longe de Lissa para que eu
pudesse olhar o caminho na frete.
Ela me deu um olhar de lamento. “Voce e tao preocupada. Eu pensei que esse fosse meu
trabalho.”
“Hey, e meu trabalho cuidar de voce.”
“Na verdade, e meu trabalho,” disse Eddie, em uma rara demonstracao de brincadeira.
“Nenhum de voces deveria se preocupar,” ela discutiu. “Nao sobre isso.”
Christian deslizou seu braco ao redor da cintura dela. “Voce e mais impaciente que Rose. Tudo
que precisamos fazer-“
Era um deja vu.
Stan saltou de um grupo de arvores e foi alcancar Lissa, colocando seu braco ao redor do torco
dela e a empurrando mais perto dele. Meu corpo respondeu imediatamente, sem hesitacao
enquanto eu me mexia para “salvar” ela. O unico problema era que Eddie respondeu
instantaneamente tambem, e ele estava mais perto, o que o colocava na minha frete. Eu
circulei, tentando entrar em acao, mas o jeito que os dois estavam se mexendo me bloqueava
de ser efetiva.
Eddie foi em direcao de Stan pelo lado, poderoso e duro, puxando o braco de Stan para longe
de Lissa com uma forca quase tao forte que poderia arrancar ele da posicao. A roupa de Eddie
escondia o quao forte ele realmente era. As maos de Stan alcancaram o lado do rosto de
Eddie, as unhas se afundando nele, mas foi o suficiente para que Lissa pudesse se soltar e
corresse para o lado de Christian. Com ela fora do caminho, eu me movi para o lado, tentado
dar uma ajuda a Eddie –mas nao havia necessidade. Sem perder um segundo, ele agarrou Stan
e o jogou no chao. Meio segundo depois, a estaca de pratica de Eddie estava colocada bem por
cima do coracao de Stan.
Stan riu, genuinamente satisfeito. “Bom trabalho, Castile.”
Eddie retirou a estava e ajudou seu instrutor a levantar. Com o fim da acao, eu podia ver o
quao machucada estava o rosto de Stan. Os ataques para nos novatos pode ser pouco e muito
espacado, mas nossos guardioes estavam lutando diariamente durante o exercicio. Todos eles
estavam aguentando muito abuso, mas eles lidavam com graca e bom humor.
“Obrigado, senhor,” disse Eddie. Ele parecia satisfeito mas nao arrogante.
“Eu seria mais forte e rapido se eu fosse um Strigoi, e claro, mas eu juro, voce poderia igualar a
igualdade dele.” Stan olhou para Lissa. “Voce esta bem?”
“Bem,” ela disse, seu rosto brilhando. Eu podia sentir que ela estava na verdade gostando da
excitacao. A adrenalina dela estava alta.
O rosto sorridente de Stan desapareceu quando ele virou a atencao dele para mim. “E voce-o
que voce estava fazendo?”
Eu encarei, nervosa com o tom dele. Era o que ele tinha dito para mim da ultima vez.
“O que voce quer dizer?” eu exclamei. “Eu nao congelei ou nada disso dessa vez! Eu estava
pronta para ajudar ele, procurando uma chance para me juntar a ele.”
“Sim,’ ele concordou. “Esse foi exatamente o problema. Voce estava tao ansiosa para dar um
soca que voce esqueceu que tinha dois Moroi atras de voce. Eles podiam muito bem nao
existir ate onde voce se preocupou. Voce esta no aberto, e voce deu suas costas para ele.”
Eu olhei para frente e o encarei, sem me preocupar com o ser apropriada. “Isso nao e justo. Se
estivessemos no mundo real e um Strigoi atacasse, voce nao pode me dizer que outro guardiao
nao entraria na luta e faria tudo que pudesse para derrubar o Strigoi o mais rapido possivel.”
“Voce provavelmente tem razao,” Stan disse. “Mas nao estavamos falando sobre eliminar eles
eficientemente. Estavamos falando sobre expor um Moroi. Voce estava pensando sobre o
quao rapidamente voce podia fazer algo excitante e se redimir.”
“O-O que?Voce nao esta cometendo alguns erros ai?Voce esta me dando nota no que voce
acha que e a minha motivacao. Como voce pode ter certeza do que eu estava pensando?”
Nem eu mesma sei metade do tempo.
“Instinto,” ele respondeu misteriosamente. Ele pegou um pequeno pedaco de papel e fez
algumas anotacoes. Eu estreitei meus olhos, desejando poder ver atraves do papel e saber o
que ele estava escrevendo. Quando ele terminou, ele deslizou o papel de volta em seu casaco
e deu um aceno para todos nos. “Vejo voces depois.”
Nos observamos ele andar pela neve em direcao ao ginasio onde dhampirs treinavam. Minha
boca estava aberta, e eu a principio nem consegui dizer nada. Quando acabava com essas
pessoas? Eu estava me ferrando de novo e de novo em tecnicalidades estupidas que nao
tinham nada a ver com o que realmente era feito no mundo real.
“Isso nem e justo. Como eles podem me julgar no que eles acham que eu estou pensando?”
Eddie deu nos ombros enquanto continuavamos nossa jornada em direcao ao dormitorio. “Ele
pode pensar no que quiser. Ele e nosso instrutor.”
“E, mas ele vai me dar outra nota ruim! A experiencia de campo e inutil se nao podemos
realmente mostrar como nos saimos contra um Strigoi. Eu nao posso acreditar nisso. Eu sou
boa –muito bom. Como diabos eu posso estar me saindo mal nisso?”
Ninguem tinha uma resposta para isso, mas Lissa acenou inconfortavel, “Bem... independente
de ser justo ou injusto, ele acertou numa coisa: Voce foi otimo, Eddie.”
Eu olhei para Eddie e me senti mal por deixar meu drama pessoal tirar o sucesso dele. Eu
estava fula –realmente fula –mas a ideia errada de Stan era problema meu. Eddie tinha se
saido brilhante, e todos o elogiaram tanto enquanto andavamos de volta que eu pude ver ele
corar. Ou talvez fosse so o frio. Independente, eu estava feliz por ele.
Nos sentamos no lounge, satisfeitos por nao encontrar mais ninguem –e isso era quente e
acolhedor. Cada um dos dormitorios tinha outros lounges, e todos tinham filmes e jogos e
varias cadeiras confortaveis e sofas. Eles so eram disponiveis para estudantes ate certo
horario. Nos finais de semana, eles eram abertos basicamente o tempo todo, mas em dias de
semana, havia horas limitadas –presumidamente para encorajar a fazer o dever de casa.
Eddie e eu avaliamos o aposento e fizemos um plano, e entao tomamos nossas posicoes.
Parada entre a parede, eu olhei para o sofa onde Lissa e Christian estavam espalhados com
uma inveja consideravel.
Eu pensei que o filme me distrairia, mas na verdade, eu tinha meus proprios sentimentos para
manter minha mente girando. Eu nao podia acreditar que Stan tivesse dito o que disse. Ele ate
admitiu que no calor da batalha, qualquer guardiao teria tentado entrar na luta. O argumento
dele sobre eu ter interiormente, procurado gloria era absurdo. Eu me perguntava se eu estava
correndo serio risco de nao passar nessa experiencia. Certamente, desde que eu passasse, eles
nao me tiraram de Lissa? Alberta e Dimitri tinham falado como se tudo isso fosse apenas um
experimento para dar Lissa e eu mais treinamento, mas de repente, uma parte ansiosa e
paranoica de mim comecou a imaginar. Eddie estava fazendo um grande trabalho protegendo
ela. Talvez eles quisessem ver o quao bem ela se sairiam com outros guardioes. Talvez eles
estivessem preocupados que eu so fosse boa em proteger ela e nao outro Moroi –eu deixei
Mason morrer, afinal de contas, certo? Talvez o verdadeiro teste aqui era para ver se eu
precisava ser substituida. Afinal de conta, quem eu era, na verdade? Um novato descartavel.
Ela era a princesa Dragomir. Ela sempre teria protecao –e nao precisava ser eu. A ligacao era
inutil se eu me provasse incompetente.
A entrada de Adrian pos minha frenetica paranoia em espera. Ele entrou no aposento escuro,
piscando os olhos enquanto sentava numa cadeira perto de mim. Eu tinha imaginado que so
seria uma questao de tempo antes dele aparecer. Eu acho que nos somos a unica diversao dele
no campus.Ou talvez nao, julgando pelo forte cheiro de alcool ao redor dele.
“Voce esta sobrio?” eu perguntei quando o filme acabou.
“Sobrio o bastante. O que voces estao tramando?”
Adrian nao tinha visitado meus sonhos desde o jardim. Ele tambem parou com seu flerte
descarado.
A maior parte das aparicoes dele com a gente era para trabalhar com Lissa ou para diminuir
seu tedio.
Nos contamos nosso encontrado com Stan para ele, contando sobre a bravura de Eddie e nao
mencionando meu papel.
“Bom trabalho,” disse Adrian. “Parece que voce tambem tem uma cicatriz de batalha.” Ele
apontou para o lado do rosto de Eddie onde tres marcas vermelhas brilhavam para nos. Eu
lembrei das unhas de Stan afundando em Eddie durante a luta para libertar Lissa.
Eddie tocou levemente sua bochecha. “Eu mal posso sentir.”
Lissa se inclinou para frente e estudou ele. “Voce conseguiu isso me protegendo.”
“Eu consegui isso tentando passar na experiencia de campo,” ele provocou. “Nao se preocupe
comigo.”
E foi quando aconteceu. Eu vi se apoderar dela, aquela compaixao e incrivel necessidade de
ajudar os outros que tao frequentemente enchia ela. Eu senti o poder crescendo nela, um
glorioso e tempestuoso sentimento que fez meus pes formigarem. Eu estava experimentando
como isso afetava ela. Era fogo e felicidade. Intoxicante. Ela se mexeu e alcancou o rosto de
Eddie...
E as marcas sumiram.
Ela abaixou a mao, e a euforia do Espirito sumiu em nos duas.
“Filho da puta,” sussurrou Adrian. “Voce nao estava brincando sobre isso.” Ele olhou para a
bochecha de Eddie. “Nenhum traco dele.”
Lissa tinha levantado e agora estava afundada no fundo no sofa. Ela se inclinou suas costas
contra e fechou seus olhos. “Eu fiz. Eu ainda consigo fazer.”
“E claro que voce pode,” disse Adrian sem interesse. “Agora voce tem que mostrar como fazer
isso.”
Ela abriu os olhos. “Nao e tao facil.”
“Oh, eu entendo,” ele disse em um tom exagerado. “Voce me incomodou sobre como ver
auras e entrar em sonhos, mas agora voce nao revela seus segredos.”
“Nao tem um “eu nao,” ela discutiu. “Eu nao “posso”.”
“Bem, prima, tente.” Entao de repente ele colocou as unhas contra sua mao ate tirar sangue.
“Jesus Cristo!” eu gritei. “Voce e louca?” Quem eu estava enganado? E claro que ele estava.
Lissa segurou a mao dele, e assim como antes, ela curou a pele dele. Euforia encheu ela, mas
meu humor de repente caiu sem causa nenhuma.
Os dois entraram numa discussao que eu nao consegui segui, usando termos de magicas
comuns enquanto alguns termos eu tenho certeza que eles inventaram na hora. Julgando pelo
rosto de Christian, parecia que ele tambem nao entendi, e logo ficou claro que Adrian e Lissa
tinham esquecido de nos enquanto conversavam sobre os misterios do Espirito.
Christian finalmente levantou, parecendo entediado. “Anda, Rose. Se eu quisesse ouvir isso, eu
estaria em aula. Estou com fome.”
Lissa olhou para cima. “Jantar so e daqui uma hora e meia.”
“Alimentador,” ele disse. “Nao tive o meu hoje.”
Ele deu um leve beijo na bochecha de Lissa e saiu. Eu segui ao lado dele. Tinha comecado a
nevar de novo, e eu olhei para os flocos de neve de enquanto eles caiam ao redor de nos.
Quando tinha comecado a nevar no inicio de Dezembro, eu estava excitado. Agora essa coisa
branca estava ficando velha. Como tinha acontecido algumas noites atras, sair em um clima
tao ruim fazia meu humor diminuir um pouquinho, o ar frio me tirava um pouco disso. A cada
passo mais perto dos alimentadores, eu me permiti acalmar de novo.
Um ‘alimentador” era como eram chamados os humanos que se voluntariavam a ser uma
fonte regular de sangue para os Moroi. Diferente dos Strigoi, que matavam suas vitimas
enquanto bebiam deles, os Moroi pegavam apenas uma pequena quantidade todo dia e nao
matavam seus donos. Os humanos que viviam pela alta das mordidas dos vampiros pareciam
estar completamente feliz por passar suas vidas desse jeito separados do resto da sociedade
humana. Era estranho mas necessario para os Moroi. A escola normalmente tinha um
alimentador ou dois no dormitorios dos Moroi para noite, mas na maior parte do dia, os
estudantes tinham que ir nas areas comuns para satisfazer suas necessidades.
Enquanto eu continuava a andar, olhando para as arvores, com chiques e brancas pedras, algo
branco chamou minha atencao na paisagem. Bem, nao era branco exatamente. Tinha cor –palida, e opaca.
Eu parei bruscamente enquanto meus olhos encaravam. Mason estava do outro lado da
quadra, quase se misturando com as arvores. Nao, eu pensei. Eu me convencia de que isso
tinha acabado, mas ali estava ele, olhando para mim com pesar, seu rosto de fantasma. Ele
apontou, para tras do campus. Eu olhei para aquele lado mas de novo eu tinha ideia do que
procurar. Me virando de volta para ele, eu so podia encarar, medo se apossando de mim.
Uma mao fria tocou o lado do meu pescoco, e eu olhei ao redor.Era Christian.
“Qual o problema?” ele perguntou.
Eu olhei de volta para onde estava Mason. Ele tinha sumido, e claro. Eu apertei meus olhos por
um segundo e suspirei. Entao, me virei de volta para Christian, continuei andando e disse,
“nada.”
Christian sempre tinha algum comentarios espertinho quando estavamos juntos, mas ele
estava quieto enquanto faziamos o resto da jornada. Eu estava consumida com meus proprios
pensamentos sobre Mason, entao eu tambem nao disse nada. So o vi por alguns segundos.
Considerando o quao dificil era ver la, era mais provavel que tivesse um truque de visao,
certo? Eu tentei me convencer disso enquanto andavamos. Quando entramos nas salas
comuns e saimos do frio, finalmente me toquei que algo estava acontecendo com Christian.
“Qual o problema?” eu perguntei, tentando nao pensar em Mason. “Voce esta bem?”
“otimo,” ele disse.
“O jeito que voce disse prova que voce nao esta.”
Ele me ignorou enquanto entravamos na sala dos alimentadores. Estava mais cheia do que o
esperando, e todos os pequenos cubiculos em que estavam os alimentadores estavam cheios
de Moroi. Brandon Lazar era um deles. Enquanto ele se alimentava, eu vi um machucado verde
desaparecendo em sua bochecha e me lembrei que eu nunca tinha descoberto quem bateu
nele. Christian se registrou com os Moroi entao esperou na porta ate que fosse chamado. Eu
remexi meu cerebro, tentado entender o que teria causado o mau humor de Christian.
“Qual o problema? Voce nao gostou do filme?”
Nao houve resposta.
“Ficou enojado pela auto mutilacao de Adrian?”Incomodar Christian era um prazer culposo. Eu
podia fazer isso a noite toda.
Nao houve resposta.
“Voce esta –Oh.”
Entao eu entendi. Eu estava surpresa por nao ter entendido antes.
‘Voce esta chateado porque Lissa queria falar sobre magica com Adrian?”
Ele deu nos ombros, o que me disse o que eu precisava saber.
“Anda, ela nao gosta mais de magica do que de voce. E so essa coisa com ela, voce sabe? Ela
passou todos aqueles anos pensando que nao podia fazer magica, entao descobriu que podia –exceto que era esse tipo louco e completamente imprevisivel. Ela so esta tentando entender.”
“Eu sei,” ele disse firmemente, encarando ao redor do aposento caro sem realmente se focar
nas pessoas. “Esse nao e o problema.”
“Entao porque...” eu deixei minhas palavras sumirem com outra revelacao que me atingiu.
“Voce tem ciumes de Adrian.”
Christian fixou seus olhos azuis em mim, e eu pode perceber que eu tinha acertado. “Eu nao
tenho ciumes. Eu so-“
“- se sente inseguro sobre o fato que sua namorada esta passando muito tempo com um cara
rico e razoavelmente bonito que ela pode gostar. Ou, como eu gosto de chamar, ciumes.”
Ele se virou para longe de mim, claramente incomodado. “A lua de mel pode ter acabado entre
nos, Rose. Merda. Porque essas pessoas estao demorando tanto tempo?”
“Olha,” eu disse, mudando de posicao. Meus pes doiam depois de passar tanto tempo de pe.
“Voce nao ouviu ao meu romantico discurso no outro dia sobre estar no coracao de Lissa? Ela
e louca por voce. Voce e o unico que ela quer, acredite em mim, eu posso dizer isso com 100%
de certeza. Se tivesse mais alguem, eu saberia.”
Um pequeno sorriso apareceu em seu rosto. “Voce e a melhor amiga dela. Voce poderia estar
cobrindo ela.”
Eu zombei. “Nao se ela estiver com Adrian. Eu asseguro voce, ela nao esta interessada nele,
gracas a Deus –pelo menos nao romanticamente.”
“Ele pode ser persuasivo, no entanto. Ele sabe como trabalhar com sua compulsao...”
“Ele nao esta usando nela. Eu nem sei se ele pode- eu acho que eles cancelam um ao outro.
Alem do mais, voce nao prestou atencao? Eu sou o infortunado objeto de atencao de Adrian.”
“Verdade?” perguntou Christian, claramente surpreso. Caras sao tao desligados nesse tipo de
assunto. “Eu sei que ele flerta-“
“E aparece nos meus sonhos sem convite. Ja que eu nao posso escapar, e da a ele a chance
perfeita de me torturar com o seu tao chamado charme e tentativa de ser romantico.”
Ele ficou duvidoso. “Ele aparece nos sonhos de Lissa tambem.”
Merda. Nao deveria ter mencionado os sonhos. O que Adrian disse?”Esses sao sonhos pra
treinamento. Nao tem porque se preocupar.”
“As pessoas nao encaram se ela aparecer em alguma festa com Adrian.”
“Ah,” eu disse. “Entao e sobre isso. Voce acha que vai arrastar ela pra baixo?”
“Eu nao sou tao bom... nesse tipo de coisa social,” ele admitiu mostrando vulnerabilidade. “E
eu acho que Adrian tem uma reputacao melhor que a minha.”
“Voce esta brincando?”
“Anda,Rose.Beber e fumar nao e a mesma coisa que as pessoas pensarem que voce vai se
tornar um Strigoi. E vi o jeito que todo mundo age quando ela me levou nos jantares e tudo
mais na viagem de esqui. Eu sou um peso. Ela e a unica representante de sua familia. Ela vai
passar o resto da vida dela ligada a politica, tentando parecer boa com as pessoas. Adrian
poderia fazer muito mais por ela do que eu.”
Eu resisti a vontade de literalmente por algum senso nele. “Eu consigo entender de onde isso
esta saindo, mas tem uma falha no seu pensamento. Nao tem nada acontecendo entre ela e
Adrian.”
Ele olhou para o outro lado e nao disse nada. Eu suspeitei que seus sentimentos iam alem do
que simplesmente estar com outro cara. Como ele tinha admitido, ele tinha uma grande
inseguranca sobre Lissa. Estar com ela tinha feito maravilhas com a atitude dele e sua
sociabilidade, mas no fim do dia, ele ainda tinha problemas em lidar com o que vinha da sua
“manchada” familia. Ele ainda estava preocupado em nao ser bom o suficiente para ela.
“Rose tem razao,” uma voz que nao era bem vinda disse atras de nos. Preparando meu melhor
olhar, eu me virei e olhei para Jesse. Natualmente, Ralf estava por perto. O trabalho de Jesse,
Dean, estava parado na porta. Eles aparentemente tinham uma relacao mais formal. Jesse e
Ralf nos estavam na fila quando chegamos, mas eles aparentemente entraram e ouviram o
suficiente da conversa. “Voce ainda e da realeza. Voce tem todo direito de estar com ela.”
“Wow, em falar de mudanca,” eu disse. “Voces nao estavam me dizendo no outro dia como
Christian estava prestes a virar um Strigoi a qualquer momento? Eu tomaria cuidado com o
pescoco se fosse voces. Ele parece perigoso.”
Jesse riu. “Hey, voce disse que ele estava limpo, e se alguem conhece um Strigoi e voce. Alem
do mais, estamos comecando a achar que a natureza rebelde de Ozera seja uma coisa boa.”
Eu olhei para ele de forma suspeita, assumindo que havia algum truque aqui. Mas ele parecia
sincero, como se ele estivesse convencido que Christian fosse seguro.
“Obrigado,” disse Christian, um pequeno sorriso em seu rosto. “Agora que voce endossou eu e
a minha familia, eu finalmente posso retomar minha vida. Era a unica coisa que estava me
atrasando.”
“Estou falando serio,” disse Jesse. “Os Ozera estao meio quietos ultimamente, mas eles
costumavam ser uma das familias mais poderosas. Eles poderiam ser de novo –especialmente
voce. Voce nao tem medo de fazer o que tiver que fazer. Gostamos disso. Se voce superar essa
merda anti social, voce poderia fazer os amigos certos e ir longe. Pode fazer voce parar de se
preocupar tanto com Lissa.”
Christian e eu trocamos olhares. “O que voce esta falando?” ele perguntou.
Jesse sorriu e olhou ao redor de nos. “Alguns de nos tem se reunido. Nos formamos um grupo
–um jeito de unir as melhores familias, sabe? As coisas estao um pouco loucas, com os
ataques dos Strigoi mes passado e as pessoas nao saberem disso tambem. Tambem tem
conversas sobre nos fazer lutar e encontrar um jeito de ajudar os guardioes.” Ele disse num
sussurro, eu me arrepiei ao ouvir guardioes sendo descritos como objetos. “Muitos Moroi que
nao sao da realeza estao tentando assumir o controle.”
“E porque isso e um problema se eles tiverem boas ideias?” eu exigi.
“A ideia deles nao sao boas. Eles nao sabem o lugar deles. Alguns de nos comecaram a pensar
em jeitos de nos proteger disso e cuidarmos um do outro. Eu acho que voce gostaria de saber
o que nos sabemos. Afinal de contas, nos somos aqueles precisam fazendo decisoes, nao os
dhampirs e nao os Moroi. Nos somos a elite. Os melhores. Se junte a nos, e tem coisas que
poderiamos fazer para ajudar voce e Lissa.”
Eu nao consegui evitar. Eu ri. Christian simplesmente pareceu enojado.
‘Eu retiro o que eu disse antes,” ele disse a eles. “Isso e o que eu tive esperando minha vida
inteira. Um convite para se juntar a sua cazinha na arvore.”
Ralf, grande e desajeitado, dei um passo para frente. “Nao brinque conosco. Isso e serio.”
Christian encarou. “Entao nao brinquem comigo. Se voces realmente acham que eu quero ficar
com voces e tentar fazer as coisas melhores para os Moroi que ja sao egoistas e mimados,
entao voces sao ainda mais estupidos do que eu pensei. E isso e MUITO estupido.”
Raiva e vergonha encheram o rosto de Jesse e Ralf, mas piedosamente, o nome de Christian foi
chamado. Ele parecia consideravelmente encorajado quando andavamos pelo aposento. Nada
como um confronto com dois babacas para fazer voce se sentir melhor sobre sua vida.
O alimentador de Christian esta noite era uma mulher chamada Alice, que era a alimentadora
mais velha no campus. A maioria dos Moroi preferia doadores mais jovens, mas Christian,
sendo uma pessoa problematica como era, gostava dela porque ela era gentil e caduca. Ela
nao era tao velah –60 anos –mas muitas endorfinas de vampiros na vida dela tinham a
afetado permanentemente.
“Rose,” ela disse, virando seus olhos azuis deslumbrados para me. “Voce normalmente nao
esta com Christian. Voce e Vasilisa brigaram?”
“Nao,” eu disse. “So mudando o cenario.”
“Cenario,” ela murmurou, olhando para uma janela ali perto. Moroi mantinham as janelas
pintadas para bloquear a luz solar, e eu duvidava que um humano pudesse ver algo. “O cenario
esta sempre mudando. Voce notou isso?”
“Nao nosso cenario,” disse Christian, sentado perto dela. “Essa neve nao vai a lugar nenhum.
Nao por alguns meses.”
Ela encarou e deu a ele um olhar exasperado. “Eu nao estava falando sobre o cenario.”
Christian me deu um olhar divertido, entao se inclinou e afundou seus dentes no pescoco dela.
A expressao dela ficou preguicosa, toda a conversa sobre cenario ou o que fosse que ela
quisesse dizer esquecida enquanto ele bebia dela. Eu vivi entre vampiros tantos que eu nem
pensava na ideia nas presas deles metade do tempo. A maior parte dos Moroi era muito boa
em esconder deles. Era apenas em momentos como esse que eu lembrava do poder que os
vampiros tinham.
Normalmente, quando eu assistia os vampiros se alimentar, eu me lembrava de quando Lissa e
eu tinhamos fugido da Academia, e eu deixava ela se alimentar de mim. Eu nunca fiquei tao
loucamente viciada quando um alimentador, mas eu tinha gostado da breve alta. Eu
costumava querer aquilo de um jeito que eu nunca admiti a ninguem. No nosso mundo,
apenas humanos doavam sangue. Dhampirs que faziam isso eram vulgares e humilhados.
Agora, quando eu assisti um vampiro beber, eu nao mais pensava sobre o quao bom era. Ao
inves disso, eu pensava naquele quarto em Spokane onde Isaiah, nosso Strigoi raptor, tinha se
alimentado de Eddie. O sentimento que mexeu dentro de mim eram qualquer coisa menos
bons. Eddie tinha sofrido horrivelmente, e eu nao tinha sido capaz de fazer nada a nao ser
olhar. Fazendo careta, eu me virei para longe de Christian e Alice.
Quando deixamos a sala dos alimentadores, Chrisitan parecia mais vibrante e otimista. “O fim
de semana esta aqui, Rose. Nada de aulas –e voce tem um dia de folga.”
“Nao,” eu disse, quase tendo esquecido. Merda. Porque ele tinha que me lembrar? Eu quase
estava me sentindo bem depois do incidente com Stan. Eu suspirei. “Eu tenho servico
comunitario.”

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